O documento resume os principais pontos do 19o Concílio Geral da Igreja Metodista, realizado em Brasília em julho de 2011. O concílio foi marcado pela unidade, justiça, perdão e paz entre os delegados. Foi reeleito a maioria dos bispos e Adonias Pereira do Lago foi eleito o novo presidente do Colégio Episcopal.
Bispos e bispa eleitos no 19o Concílio Geral da Igreja Metodista
1. Ano 19 Julho – Agosto / 2011 nº 164
Bispos e Bispa eleitos para o próximo quinquênio.
CONCÍLIO DA UNIDADE, DA JUSTIÇA, DO PERDÃO E DA PAZ
O 19º. Concílio Geral da Igreja Metodista, realizado na Igreja da Asa Sul, em Brasília (DF), nos dias 9 a 17 de julho
deste ano, pode ser chamado de “concílio da unidade, da justiça, do perdão e da paz”. Disseram os delegados vetera-
nos, que dentre os vários conclaves dessa natureza, já realizados, esse foi, indubitavelmente, um dos mais abençoados.
leia reportagem especial nas pag. 4 e 5.
130 anos
de Metodismo
No segundo domingo de setembro, dia 11, será
celebrado culto matutino de ação de graças pelos 130
anos da Catedral e do Colégio Piracicabano. Na oca-
sião, o Bispo Paulo Ayres proferirá o sermão de
abertura das festividades dessa data tão importante no
calendário metodista de Piracicaba. Estarão presentes
autoridades do Colégio e da Igreja.
A programação contempla também culto de ação
de graças, no dia 18 de setembro, quando haverá a
recepção de novos membros da Catedral.
O Revmo. Bispo Adonias Pereira do Lago, da
5ª. Região Eclesiástica, se fará presente nesse domingo
e será o pregador nos cultos matutino e vespertino.
2. 2 GAIVOTA • Julho/Agosto • 2011
Almoço de confraternização: Corpo Editorial
alegria e banquete
Para comemorar o encerramento do mês da família, o Minis-
tério da Ação Docente e o Ministério da Escola Dominical promo-
veram, no domingo dia 29 de maio, concorrido almoço.
Cada família trouxe um prato, no estilo já tradicional, conheci-
do por “almoço da travessinha”, que resultou numa mesa com enor-
me variedade das mais variadas iguarias. Parecia um banquete! Como
sobremesa, pudim, manjar branco, pavê e o saboroso cafezinho. O
almoço transcorreu em clima de confraternização e alegria. Silvia, Vera, Inayá, Clóris, Wilma e Darlene Barbosa Schützer
Num segundo momento, para arrumar a cozinha e o salão,
houve mobilização geral de todos e participação alegre, em meio a
muita conversa e descontração. Expediente
Foram momentos deliciosos, com o gosto de “quero mais”, GAIVOTA é o órgão oficial da Sociedade de Mulheres da
que culminaram com manifestação dos presentes, todos pedindo a Catedral Metodista de Piracicaba.
realização de outros eventos desse tipo em breve.
“Oh! Quão bom e agradável é que os irmãos vivam em Redatora:
Vera Baggio Alvim
união.” Sl. 133:1
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3. GAIVOTA • Julho/Agosto • 2011 3
“O teu Deus onde está?”
“As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite,
enquanto me dizem continuamente: o teu Deus onde está?”
(Salmos 42.3)
No seu momento de dor, angústia, sofrimento, o 4. Ao ver a traição e o orgulho dominando ao in-
salmista coloca seu anseio pela presença de Deus. Ele vés da verdade e humildade;
afirma que sua alma está angustiada e as suas lágrimas 5. Ao sentir o abandono no meio da dor e sofri-
têm sido seu alimento. Diante das lutas, perdas, sofri- mentos da vida.
mentos e tempestades da vida, temos um alimento es- Lembro-me de Jó que ficou sozinho à entrada da
pecial: nossas lágrimas. cidade, em meio às suas perdas, sofrimento e
Existem momentos que são dor. Não é exatamente o que aconte-
impossíveis serem vividos ce conosco? Ficamos sozinhos na
sem lágrimas. Tanto na estrada da vida em meio às
alegria como na di- nossas angústias. Tenta-
versidade. Assim, as mos engolir as lágrimas
lágrimas tem um e uma dor lancinante
valor terapêu- preenche o nosso pei-
tico, propor- to; então, pergunto,
cionam alívio como salmista: Até
e libertação e quando, Senhor?
pode até mes- Neste mo-
mo gerar cura. mento de dor e
Sabemos que as abandono, ouço a
pessoas que não voz do Senhor dizen-
conseguem cho- do para que eu tenha
rar sofrem muito bom ânimo. Recordo-
mais e ficam amargu- me do apóstolo João, num
radas porque as lágrimas momento de solidão, dor e
têm um papel libertador. lágrimas, marcado pelo exílio na
Porém, quando as lágrimas se ilha de Patmos, quando ouve a voz do
tornam o alimento, elas enfraquecem, Senhor, dizendo que haverá um dia em que
drenam as energias e deixam um gosto amargo na “Deus enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já
boca, e, por este motivo, entendo muito bem quando não existirá” (Ap. 21.5) – enquanto este dia não chega,
o salmista afirma que suas lágrimas têm sido seu ali- Deus me dá força, consolo, segura-me pela mão e leva-
mento. me para um lugar de descanso.
Pergunto, além da perda, doença, sofrimentos, Portanto, minhas lágrimas podem ser meu alimento
provações e privações, em que ocasiões as minhas lágri- hoje, mas eu posso afirmar como o salmista: “Por que es-
mas têm sido o meu alimento? tás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de
1. Ao ver o preconceito, o desamor, a indiferença mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a Ele meu
imperando nas pessoas; auxílio e Deus meu” (Salmo 42.5). Quando Deus está co-
2. Ao ver os interesses pessoais e preconceitos se nosco, podemos até chorar, mas a alegria vem pela manhã,
sobrepondo à solidariedade e convivência; com a renovação da presença e das misericórdias do Senhor.
3. Ao perceber a intolerância e olhares desconfia- Pastora Amélia Tavares
dos na direção daqueles que pensam diferente; é redatora da Voz Missionária
4. 4 GAIVOTA • Julho/Agosto • 2011
CONCÍLIO DA UNIDADE, DA JU
O templo (cujas instalações são grandes e muito boas,
ar condicionado e excelente som) fica em amplo terreno.
Diante dele há um gramado (onde se pratica o futebol), no
qual foi armada uma tenda para permitir que os cultos e ses-
sões plenárias fossem assistidos por meio de um telão, pois o
templo não comportava todos conciliares e mais os visitan-
tes. Diga-se, de passagem, a organização do Concílio esteve
impecável.
Aposentadoria - O bispo Adriel de Souza Maia, bispo
da 3ª. Região Eclesiástica (presidiu também a 4ª RE e a RE-
Bispos e Bispa eleitos(a) para os próximos cinco anos.
MNE), depois de 30 anos ou seis mandatos no episcopado,
O
19º. Concílio Geral da Igreja Metodista, rea- anunciou sua intenção de se aposentar, no término do seu
lizado na Igreja da Asa Sul, em Brasília (DF), mandato, no final do ano corrente. O plenário do Concílio
nos dias 9 a 17 de julho deste ano, pode ser concedeu-lhe o título de bispo emérito, a ser outorgado pela
chamado de “concílio da unidade, da justiça, do perdão e Ordem do Mérito Metodista.
da paz”. Disseram os delegados veteranos, que dentre os vá- Homenagem a Aldo Fagundes - Num dos cultos no-
rios conclaves dessa natureza, já realizados, esse foi, indubi- turnos, o Dr. Aldo Fagundes, consagrado metodista, mem-
tavelmente, um dos mais abençoados. Alegre, participativo, bro da Igreja da Asa Sul, ex-deputado federal, ex-presidente
fraterno, a presença do Espírito Santo foi sentida durante do Superior Tribunal Militar, recebeu significativa homena-
todo o tempo. Os conciliares cantaram com entusiasmo, gem da Sociedade Bíblica Brasileira, pelo fato de ter sido
oraram com fervor, buscaram o entendimento e o consenso. iniciativa dele, durante o seu mandato como presidente des-
Não se percebeu o sentimento de perda ou ganho, mas teve- sa entidade, a montagem de uma gráfica para produção de
se a preocupação de priorizar a missão da Igreja, que nas pa- Bíblias, que, neste ano, atingiu a expressiva tiragem de 100
lavras do Bispo Raul Garcia, da Igreja Metodista do México, milhões de exemplares.
pregador convidado, é “la visión de Diós”. Secretaria do Concílio – O pastor Paulo Dias Noguei-
Havia uma grande expectativa e certa apreensão quanto ra, além de suplente de delegado clérigo da 5ªRE, ocupou a
ao andamento do Concílio, por causa dos assuntos que es- secretaria do Concílio Geral, registrando em ata, com zelo e
tavam na agenda, Felizmente, as plenárias foram realizadas, competência, tudo o que aconteceu naqueles dias.
surpreendentemente, em clima de muito respeito e entendi- Delegados – Foram três os delegados de igrejas de Pi-
mento. Os semblantes sorridentes, os abraços em profusão, racicaba: Achile Alesina Jr., Davi Ferreira Barros e Gustavo
os hinos cantados ardorosamente, as inúmeras aprovações Jacques Dias Alvim. Este último foi eleito presidente da Co-
praticamente unânimes, os aplausos espontâneos, as expres- missão de Legislação.
sões de gratidão, os pedidos de perdão e as orações constan- Comemoração dos 40 anos do ministério feminino
tes comprovam o sentimento de satisfação dos delegados. na Igreja Metodista – A data foi lembrada em culto especial,
O culto de abertura, realizado no dia 9, às 17 horas, rememorando-se a história dessa conquista. O programa,
no templo, foi iniciado com o Hino Nacional. O sermão,
sobre o novo nascimento (João 3:1 a 12), bastante inspira-
dor, foi pregado pelo bispo João Carlos Lopes, presidente do
Colégio Episcopal. Estava presente o excelente coral mascu-
lino da Igreja da Asa Sul. Logo após, foi aberta a primeira
plenária para a organização do Concílio. Estavam presentes
os oito bispos ativos e 160 delegados, cuja maior parte por-
tava o seu notebook, sem dúvida, uma novidade em tempo
de avanços tecnológicos.
No transcorrer do conclave, nos cultos e devocionais
matutinos, as mensagens foram entregues pelo bispo Isaías
Garcia, bispo Adriel de Souza Maia, bispa Marisa de Freitas
Ferreira e pastora Joana D’Arc Meireles. 40 anos de Ministério Feminino.
5. GAIVOTA • Julho/Agosto • 2011 5
USTIÇA, DO PERDÃO E DA PAZ
elaborado e conduzido por pastoras, teve a participação da
primeira e única bispa da Igreja Metodista no Brasil, Marisa
de Freitas Ferreira, como pregadora.
Eleição dos bispos – Eram 906 presbíteros em con-
dições de serem eleitos. Momento tenso e sempre esperado,
no dia 12, foram reeleitos cinco dos oito bispos em primeiro
escrutínio (isso porque o bispo Adriel de Souza Maia pedira
sua aposentadoria), a saber: Paulo Tarso de Oliveira Lock-
mann, João Carlos Lopes, Adonias Pereira do Lago, Marisa
de Freitas Ferreira e Roberto Alves de Souza. Luiz Vergílio
Batista da Rosa foi reeleito no segundo escrutínio e Adolfo
Bispo Adonias Pereira do Lago será o novo presidente do Colégio Episcopal.
Evaristo de Souza só conseguiu o mesmo no quarto escrutí-
nio. Nos três escrutínios seguintes, ninguém atingiu a maio- o ponto alto e mais importante do Concílio e considerado
ria absoluta, não havendo, portanto, eleição, o que só veio por muitos um marco na vida da Igreja, crendo que ele pro-
a ocorrer na oitava votação. Para a última vaga, foi eleito o piciará todas as condições para o seu almejado crescimento.
presbítero José Carlos Peres (pastor da Igreja em Tucuruvi, Propostas – Havia mais de 110 propostas para serem
em São Paulo). A plenária para as eleições, que começou às apreciadas. Destacarei apenas algumas, consideradas mais
9 horas, só foi encerrada no final da tarde, sem interrupção importantes para a vida da Igreja: novos critérios para esta-
para refeição, durando cerca de sete horas e meia. Quando belecer o número de delegados aos Concílios Geral e Regio-
alguém conseguia o número mínimo de votos exigidos, para- nais; novas regras para eleição de bispos, envolvendo instân-
lisava-se a sessão para fotos, abraços, choros, risos e cânticos. cias inferiores da Igreja; novo modelo de gestão para a Área
Nova Mesa do Colégio Episcopal e designação dos
Geral; ênfase no discipulado e na Escola Dominical; medidas
bispos – A Mesa ficou assim constituída: presidente – Ado-
para propiciar nova divisão territorial da Igreja, dentre mui-
nias Pereira do Lago (5ª RE); vice-presidente – João Car-
tas outras.
los Lopes (6ª RE); secretária – Marisa de Freitas Ferreira
Autorização para emancipação – A festa foi grande,
(RMNE). Os demais receberam as seguintes designações:
Luiz Vergílio Batista da Rosa (2ªRE); Paulo Tarso de Oliveira ao som da boa música nordestina, quando o plenário apro-
Lockmann (1ªRE); José Carlos Peres (3ªRE); Roberto Alves vou, por unanimidade, a proposta de autonomia da REM-
de Souza (4ªRE) e Adolfo Evaristo de Souza (REMA). NE - Região Missionária do Nordeste. Será um processo
Plano Nacional Missionário – Para atender o que esta- de 10 anos, mas já a partir do próximo Concílio Geral, em
belecem os Cânones da Igreja Metodista, a Cogeam apresen- 2016, a REMNE se propõe a desonerar a área nacional em
tou um desafiador Plano Nacional Missionário. Com pontos 100% no tocante ao seu custeio.
polêmicos, foi bastante debatido. Antes de ser votado, as Relatórios – Foram lidos os do Colégio Episcopal (este
delegações foram ouvidas sob suas lideranças, acertos foram documento informou que há aproximadamente mil igrejas
feitos, prazos ajustados e acabou sendo, finalmente, aprova- metodistas, com cerca de 214.000 membros); Coordenação
do por unanimidade. A aprovação deste Plano inovador foi Geral de Ação Missionária (Cogeam), Tesouraria (relato cla-
ro e didático) e Comissão Geral de Constituição e Justiça
(destacando-se a interpretação de que pastor inativo pode ser
votado para cargos nos concílios distritais e regionais), todos
aprovados por unanimidade.
Internet - Com os modernos meios de comunicação,
as notícias logo chegavam a todo o país, pelo site da Área
Geral, sendo que grande parte do Concílio foi transmitida
ao vivo. Se você quiser saber mais, acesse o site: www.me-
todista.org.br
RepoRtagem especial de
Livingstone dos Santos, Gustavo Alvim, Luiz Roberto Saparolli,
Mara Aparecida de Freitas, Débora Blunk Silveira e Renato de Oliveira Gustavo Jacques Dias Alvim
6. 6 GAIVOTA • Julho/Agosto • 2011
Pais: aprendendo aspe
e outros para s
N
a Bíblia, como na vida real, encontra- pequenina. O amor do
mos vários tipos de pais. Alguns nos pai Davi pelo filho, não
deixam enternecidos, outros, enfureci- obstante, era tamanho,
dos. Há os que são amorosos, respon- que ele chorou, jejuou,
sáveis, honestos, íntegros, dignos... E e se penitenciou dolo-
há os cruéis, inconsequentes, desprezíveis... rida e desconsoldada-
Por ocasião do Dia dos Pais, dediquemo-nos a refletir mente. Uma vez in-
sobre alguns exemplos, escolhidos de entre as páginas sagra- formado da morte do
das, procurando aprender que aspectos da paternidade pode- filho, Davi nunca mais
mos cultivar, e de quais devemos nos precaver. seria o mesmo.
Provavelmente, um dos primeiros exemplos que nos Nos evangelhos,
vem à mente, é aquele que ficou conhecido como o pai da um pai especial é o de
fé, Abrão ou Abraão. Pai que deveria ser bênção para todas Jesus. José não era pai
as famílias da terra, não sabia muito bem como sê-lo na sua de Jesus em sentido es-
própria casa. Tentou, a princípio, dar uma mãozinha para trito. Sua noiva engravi-
a fé, pegar um atalho. Tratou de começar sua descendência dara, antes do casamen-
tendo um filho com a escrava Hagar. Este se chamou Ismael to. Muitos, no seu caso,
(Deus ouviu), e após uma intriga envolvendo ciúme, revan- teriam abandonado
che e vingança, Abraão acabou por abandoná-lo para morrer mulher e filho. José, no
no deserto. Que angústias não sofreu esse senhor? Que dores entanto, preferiu enfrentar as más línguas e os preconceitos
piores que as de parto não terá sentido até que aprendesse a sociais. Casou-se com Maria, adotou o menino, ensinou-lhe
lançar-se, com fé, nas promessas de Deus, e gerar um filho sua profissão. Jesus, o nosso Senhor e Salvador, teve a graça
que receberia o nome de Sorriso (Isaque)! É de fato admirá- de ter um pai adotivo que o acolheu, educou e amou.
vel que esse beduíno da terra de Ur tenha sido condecorado Além de pais reais, de carne e osso, há também figuras
pela posteridade com o título de Pai da Fé... paternas imaginárias que se imortalizaram no Novo Testa-
Sem sombra de dúvida, o pai mais tolo e estúpido de mento. Nenhum deles se compara ao pai do filho pródigo.
todas as Escrituras é um tal Jefté. Esse se meteu numas brigas Livros e livros se escreveram sobre ele. Amoroso, gracioso,
(por aí só já dá pra ter noção da figura). No meio de uma tolerante, amigo, acolhedor, perdoador, sempre de olho na
luta, fez um acordo patético com Javé: “Se, com efeito, me estrada, esperando a volta do filho perdido; sempre disposto
entregares os filhos de Amom nas minhas mãos, quem pri- a deixar a festa de lado para consolar e aconselhar o outro
meiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando irmão tão rancoroso. Dizem que esse é o pai mais parecido
eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do SENHOR, e com mãe de toda a literatura universal.
eu o oferecerei em holocausto” (Jz 11.30-31). O dito cujo Há também um pai tétrico, funesto, lutífero, astroso,
conseguiu vencer os tais amonitas. Dá pra adivinhar o que assombroso, aterrador, sinistro... Este ficou conhecido como
aconteceu? “Vindo, pois, Jefté a Mispa, a sua casa, saiu-lhe a o Pai da Mentira. E ao que se pode ver, ele tem muitos filhos
filha ao seu encontro, com adufes e com danças; e era ela filha esparramados pela face da aterra. Está lá no evangelho de
única; não tinha ele outro filho nem filha” (v. 34). Desgraça João (8.44): “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis
completa... filha única sacrificada. Sempre me perguntei: Por satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio
que a Bíblia preservou tamanho disparate... e concluo que o e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade.
fez pra que nunca, jamais, pai algum torne a cometer tama- Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, por-
nha insanidade. que é mentiroso e pai da mentira.” Todo aquele, toda aquela,
Outro importante pai da Bíblia ficou conhecido como em quem não há verdade, torna-se filho do diabo, o mais
sendo o homem segundo o coração de Deus (cf. At 13.22). cruel dos pais.
Davi, esse era o seu nome, gerou um filho, fruto de adul- Felizmente, a Bíblia nos apresenta outro Pai, este,
tério seguido de assassinato do marido da amante. Quis o sim, perfeitíssimo. Quem melhor no-lo apresenta é Jesus,
destino que essa criança adoecesse irremediavelmente ainda na oração que até hoje chamamos de “Pai Nosso”. A oração
7. GAIVOTA • Julho/Agosto • 2011 7
pectos para cultivarem
se precaverem Rev. Luiz Carlos Ramos
começa com a expressão Nós, pais, podemos, ainda hoje, ser pais de fé, e ge-
“Pai nosso que estás nos rar filhos-sorriso; podemos ser pais pacíficos e pacificadores,
céus”. O fato de Jesus que dançam e brincam com suas filhas, em lugar de per-
se dirigir a Deus como dermos tempo com guerras insanas e brigas tolas; podemos
Pai já é de certa forma ser pais segundo o coração de Deus, amadurecendo sempre,
bastante revolucionária não obstante os revezes da vida; podemos ser pais que, em
– ao menos pela ousa- plena cumplicidade com a mulher que amamos, adotem até
dia em empregar esse as crianças geradas nas condições mais suspeitas e inusitadas;
termo de intimidade podemos ser maternos pais amorosos, prontos a receber de
para um Deus que ami- volta o filho perdido, prontos a aconselhar e a consolar o
úde provocava temor e filho abatido; podemos ser pais da verdade, gerando filhos
assombro. e filhas que amam a verdade, que praticam a verdade, que
Chamar Deus de promovem a verdade...
Pai, mesmo em nossos Enfim, podemos almejar o ideal do Pai perfeitíssimo,
dias, é temerário, por- aquEle que compensa toda a limitação dos pais terrenos,
que pode ser que nos ve- aquEle que está nos céus, que é Pai de todos, e que é também
nha à mente a imagem o Pai dos pais.
do nosso pai terreno,
com as suas falhas, com
os seus defeitos, com suas limitações. Talvez por essa razão
Oremos:
Jesus agregue outras duas informações complementares a Senhor,
essa designação: esse Pai é nosso, e está nos céus. É um pai rendemos-te graças pela vida dos nossos pais,
pleno de ternura. Trata-se de um pai diferente dos demais: porque nos possibilitaram nascer para a vida na terra;
muito parecido com o da parábola do Filho Pródigo, que é,
rendemos-te graças também pela vida dos nossos pais na fé,
a rigor, mais mãe do que pai.
E esse pai é nosso. Tanto Karl Barth quanto João Wes-
porque nos possibilitaram nascer para a vida eterna.
ley afirmam que o pronome, nosso, é determinante: que essa Neste Dia dos Pais,
oração só pode ser pronunciada se nela houver um Pai e se abençoa aos que estão próximos,
houver um Nosso. O nosso aparece muitas vezes na Oração dá forças aos que estão distantes,
do Senhor – Wesley tem a paciência de contar, e nos informa e conforta aquele cujo pai está ausente.
que o referencial nós ou nos aparece sete vezes em apenas três Abençoa igualmente a nós, filhos e filhas, para
versículos. A oração é, portanto, enfaticamente comunitária. que nossos gestos honrem a sua memória,
Uma oração que pensa a coletividade. O Pai não é somente que nossos passos sigam-lhe o exemplo,
meu, mas é nosso. Portanto, não chego diante de Deus so- que nossas palavras transmitam a sua sabedoria.
mente com os meus próprios sentimentos, somente com a E se porventura esse amor paterno nos faltar,
minha fé individual e privada, mas oro conjuntamente com dá-nos a consciência de que temos um Pai celestial,
toda a comunidade de fé. Segundo Karl Barth, toda huma- que nos ama, que nos ajuda, que nos compreende.
nidade está presente na Oração do Pai Nosso. Ainda que os
E tu, que és Pai onipotente, onipresente e onisciente,
ateus (órfãos?), ou que se dizem ateus, suponham viver sem
Deus, na concepção cristã não é possível haver um Deus sem
compenses as limitações dos pais terrenos
o ser humano. Portanto, até mesmo aqueles que não crêem, e complete o seu amor.
aqueles que não têm Deus, estão representados na Oração Bendito sejas,
do Pai Nosso. Pai bondoso,
O Dia dos Pais, como dito no início desta reflexão, é Pai dos pobres,
ocasião privilegiada para refletirmos sobre a paternidade se- Pai de todos,
gundo o ideal de Deus. Pai nosso que estás nos céus…
8. 8 GAIVOTA • Julho/Agosto • 2011
CAMPANHA DOS TALENTOS FOI EXCEPCIONAL
O encerramento da Campa- benefício dos trabalhos sociais da SMM e da
nha dos Talentos se deu no dia 25 Igreja. Outros testemunhos ouvidos foram
de junho, numa tarde deliciosa os das irmãs Ione Zitto, artista dos crochês,
de inverno, inserida na reunião Ana Teresa Fernandes e Jandyra Minussi,
mensal dedicada, naquele sába- cujos produtos foram comprados pelas de-
do, à entrega do resultado dos mais mulheres presentes. Praticamente nada
trabalhos realizados pelas mu- sobrou. Aliás, comprar também é talento.
lheres da SMM. Inicialmente, o Uma oração lida por Inayá Ometto,
Grupo Musical da SMM entoou de autoria da talentosa sócia Ivone Ta-
duas músicas, seguida da leitura vernard, encantou a todos. Concluindo
do Salmo 46, intitulado “Deus é o programa, Ana Teresa Fernandes en-
o nosso refúgio e fortaleza”. cerrou a sua fala, que teve inicio há três
Com a palavra da Inayá, iniciou- Inayá dirigindo a reunião. meses sobre “A importância das mãos”.
se a série de testemunhos relaciona- E, finalmente, cantando a canção “Que
dos com os trabalhos desenvolvidos durante a campanha, dirás ao Senhor do teu talento”, as mulheres fizeram
começando pelo animado grupo liderado pela Zenaide P . a entrega do que haviam conseguido com seus talen-
Rebeque e sua equipe de cozinha, que exercitaram seus tos, colocando num envelope a quantia arrecadada.
dons, oferecendo por três meses, nas reuniões de oração, A reunião foi encerrada com a bênção do Rev. Paulo
às terças-feiras, pães, roscas, bolos e doces variados, muito Dias Nogueira, seguido da comemoração dos aniver-
disputados pelas freqüentadoras. A arrecadação bastante sariantes dos meses de maio e junho.
expressiva se somam às outras ofertas, que redundarão em Clóris Alessi
Ana Tereza continua a reunião. Entregando os talentos. Pastor Paulo agradecendo os talentos.
Equipe da cozinha. Aniversariantes dos meses de maio e junho.
9. GAIVOTA • Julho/Agosto • 2011 9
NO CULTO “O MOMENTO DA FAMÍLIA”
Família Beissmann
O Ministério da Liturgia, no culto ves- testemunho de uma família unida pelo amor
pertino dedicado especialmente à família, de Deus. Entregou o certificado de parti-
realizado no dia 29 de maio, inseriu, pela pri- cipação no quadro “Momento da Família”.
meira vez, o quadro “Momento da Família”. No envelope entregue à Família estavam o
Foram momentos muito ricos e abençoados. certificado, o programa de culto e o texto so-
Nessa ocasião, homenageou-se, com muita bre a história dos Beissmann.
alegria, a família Beissmann, cujos avós, Ivo- O pastor Paulo fez também inspirada
nete e Adolfo, são membros antigos e par- reflexão, baseada no Salmo 127:1, e condu-
ticipantes em todas as atividades da Igreja e ziu toda a homenagem bela e edificante à
muito queridos por todos. Essa foi a família família.
convidada para iniciar essa novidade durante Belíssimo texto, retratando o cuidado e
o culto, e programado para aparecer uma vez a responsabilidade de toda a família em ge-
por mês nos cultos vespertinos. Júlia contando a história da família ral, foi lido pelo casal Vera e Gustavo Alvim.
A família estava completa no altar, com O Coral esteve presente e entoou ins-
a presença dos três filhos, nora e genros, e netos. Foi uma inspiradores hinos, sob a regência de Sonia Carmela
presença alegre e abençoada. Uma das netas, Júlia, contou, Falci Dechen. Foi um culto muito alegre e contagiante.
com muito desembaraço, a história dos avós. Apresentou, Outras famílias também terão a oportunidade de serem
em seguida, todos os personagens dessa linda história. homenageadas com momentos dessa natureza.
O Rev. Paulo Dias Nogueira teve a oportunidade de di-
rigir-se aos Beissmann e cumprimentá-los pela presença e o Ester Siqueira Bezerra e Clóris Alessi
Família no altar. Casal Beissmann recebendo o diploma.
10. 10 GAIVOTA • Julho/Agosto • 2011
LAR BETEL: MOLETONS PARA TODOS
Visitamos na quinta-feira, dia 9 de junho, o Lar Betel. parem da leitura, repetindo os versos de confiança em Deus.
Dia chuvoso e muito frio. Continuando, falou do carinho e amor que as pessoas tem
E para nossa surpresa e satisfação, foi uma tarde muito pelo Lar Betel e, em especial da Sociedade de Mulheres da
alegre e abençoada. Igreja Metodista Central. Falou do presente que cada um
O salão ficou cheio dos nossos queridos velhinhos.. ia ganhar e vestiu um dos moletons como modelo. Orou
O Pastor Paulo Dias Nogueira conduziu a reunião com pedindo as bênçãos de Deus sobre o Lar Betel e todos os
muito amor e carinho, envolvendo a todos presentes com acolhidos.
cânticos contagiantes. Impressionante como cantavam e Após, o grupo de mulheres presentes, passou a entregar
participavam. Destacou e enfatizou para todos a presença os moletons, que eram personalizados, para cada um deles. A
de Jesus em nossas vidas, que nos ajuda e está conosco nos participação e alegria de todos deixou-nos encantadas.
momentos mais tristes e salientou a figura de Paulo, que so- Sentimos que vale a pena ajudar o próximo e engrande-
freu muito mas que recebeu a graça de Deus, que o ajudou, cer o nome do Senhor!
e também ajuda a todos nós. Conduziu também a leitura do
salmo 23, do Senhor como pastor, levando todos a partici- Ester Siqueira Bezerra
Alguns presentes. Pastor Paulo vestindo o moletom.
Entregando moletom personalizado. Agradecendo os moletons.
A alegria de ganhar os moletons
11. GAIVOTA • Julho/Agosto • 2011 11
Umas e Outras Inayá Ometto
Na 5ª feira, dia 30 de junho,
a sócia Rinalva Cassiano Silva
A Amanda, filhinha do casal Alexandre e Fabíola, nas- lançou o livro “.Gestão do Ensi-
ceu para enfeitar o jardim de netos dos irmãos Bilac e Noemi, no Superior” - Temas Atuais” de
que já contava com seis cravos (homens) e uma rosa (mu- sua autoria, na Livraria Nobel, no
lher); agora são duas rosas. Eufórica, Noemi testemunhou a Shopping Piracicaba. A SMM es-
alegria de poder ver sua descendência prosperar. Que Deus teve representada levando o abra-
cubra de bênçãos a Amanda, os pais, os avós e os bisavós. ço amigo e parabenizando a auto-
ra por mais este significativo feito.
O projeto missionário “Uma Semana pra Jesus”
será realizado na cidade de Eldorado no estado de
Mato Grosso do Sul. Os membros voluntários das
Igrejas Metodistas, tem a missão de implantar naque-
la cidade uma comunidade que possa crescer e dar
muitos frutos. Consigo levam disposição e fé para o
trabalho, que deverá começar no dia 15 e terminar
em 23 de julho. Todo material doado pelas Igrejas
será comercializado a preços que os moradores pos-
sam pagar. Oremos, também, por essa Missão.
Chegou, também, a Cecília, com 3.495 k e 48 cm, filha
de Murilo e Amanda, e netinha da sócia Rosa Capucim e seu
marido João Alfredo. É uma linda menina que trouxe muita ale-
gria para todos os familiares. Que Deus os abençoe ricamente.
A Classe dos Juvenis, juntamente com seus professores (a
Zezé e o Ilkias), participou ativamente do culto matutino do do-
mingo 19 de junho. Com cartazes muito interessantes e atrativos
contaram o aprendizado realizado em classe. Parabéns a todos.
O 4º Encontro Nacional de Mulheres à Distância Grupo musical que se apresentou na Campanha dos Talentos.
será no dia 22 de agosto. O tema será “Mulheres Metodis-
tas nos Caminhos da Missão”. Os preletores serão: Bispa A Capanha dos Talentos, mais uma vez, chega ao seu
Mariza Coutinho de Freitas, Rev. Nicanor Lopes e Re- final coroada de êxitos. Parabéns a todas sócias pelo empenho.
vda. Rosângela Soares de Oliveira – pastora missionária Destacamos a Zenaide e sua equipe da cozinha, pela dedica-
na América Latina. Os encontros têm sido uma bênção. ção no preparo de tantas delícias, ao longo de três meses. Que
Guarde a data. Venha desfrutar desse privilégio. Deus conceda, a todas, porção dobrada da sua graça.
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Encontrando Deus
O
dia da ascensão Encerramos aquele
de Jesus, que momento cantando, mas o
neste ano se co- culto de verdade não acabou:
memorou em 2 de junho, o convite era para uma ca-
é feriado na Alemanha, e minhada pela floresta, para
muitas igrejas fazem cultos observar ninhos de cegonha
ao ar livre, como inspira- e outros pássaros, com a aju-
ção para esse episódio tão da do potente telescópio do
interessante. Dietmar.
O nosso guia lei- Foram duas horas de
go Dietmar (é, aqui tem caminhada, muitos filhotes
guia-leigo) é piloto de avião aposentado e membro do de cegonha foram vistos, também ouvimos um cuco
Clube de Proteção da Natureza na cidadezinha onde cantando, vimos vários outros pássaros e animaizinhos.
mora. Então o culto foi marcado para a sede do clube, E conversamos muito enquanto caminhávamos. Ainda
no meio da floresta, onde muitas cegonhas estão voltan- havia gente na igreja que eu não conhecia, outros a quem
do a fazer ninhos. faltava contar muita coisa...
Quando chegamos, os bancos já estavam arru- Não, ninguém citou diretamente o quadrilátero
mados debaixo das árvores, e o pastor terminava de de Wesley, mas eu não pude deixar de pensar nessa, que
preparar a mesa à frente: uma toalha com estampa é uma das lições mais preciosas do metodismo.
delicada, uma Bíblia grande, um arranjo simples feito
com as flores do mato, e um vaso de vidro, grande,
cheio de água.
Depois do prelúdio, com violão e flauta, lemos
vários textos bíblicos, cantamos hinos alegres e o pastor
fez uma reflexão bem apropriada para as muitas crian-
ças presentes: quando Jesus vivia na terra, as pessoas
podiam através dEle falar com Deus. Mas agora, como
podemos saber onde Deus está? Será que Ele ficou no
templo, em nossa cidade?
O pastor tirou de sua bolsa um vaso pequeno e
uma mangueirinha, e pediu pra uma menina ajudá-lo a
levar água do vaso grande para o pequeno, mergulhan-
do uma ponta da mangueirinha na água e sugando um
pouco a outra ponta. E muitos então comentaram, lem- Deus se revela na Bíblia, sim, mas também atra-
brando a figura da videira e dos frutos, diversas formas vés da experiência (cultivo da espiritualidade), da tradi-
de estar em comunhão com Deus. ção (história da igreja e vivência da comunidade de fé),
Novamente o pastor buscou sua bolsa e tirou da criação (expressão da vontade de Deus) e da razão
de lá um jornal, lembrando-nos dos fatos da semana e (conhecimento teológico e de outras ciências).
perguntou de novo: como saber o que Deus quer de nós Jesus subiu aos céus. Deus permanece aqui, en-
se Jesus subiu aos céus e já não podemos interrogá-lo tre nós, em nós, através de nós, à nossa frente.
diretamente? Novamente vários irmãos sugeriram pos-
sibilidades. Darlene Barbosa Schützer