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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 16 - Número 2 - 2º Semestre 2016
CONHECIMENTO POPULAR SOBRE TRATAMENTOS ALTERNATIVOS COM
PLANTAS MEDICINAIS PARA INFECÇÕES PARASITÁRIAS EM ARACAJU-SERGIPE.
C.M.Ribeiro1
; S.A.Mota2
; L.Barbosa2
; S.Katagiri2
RESUMO
Nas últimas décadas ocorreram grandes avanços científicos envolvendo o uso de plantas medicinais
propriedades terapêuticas. Neste contexto é importante salientar que as plantas historicamente têm
contribuído para a obtenção de fármacos amplamente utilizados na rotina clínica. O objetivo do
presente trabalho foi realizar um levantamento sobre o uso e conhecimento popular de plantas
medicinais para tratamento de parasitoses intestinais no município de Aracaju-Sergipe. Foram
realizadas entrevistas com moradores e comerciantes raizeiros buscando informações sobre as
plantas mais utilizadas e suas indicações no combate a parasitoses. Observou-se que 33% dos
entrevistados fazem uso de plantas para tratamento de infecções parasitárias e as plantas mais
utilizadas são: hortelã miúda (Mentha piperita L.) 69,7%, Erva de Santa Maria (Chenopodium
ambrosioides L.) 33,4%, milome (Aristolochia brasiliensis) 27,3 %, semente de abóbora (Cucurbita
spp) entre outras espécies menos citadas (melão de São Caetano, alho, óleo de mamona, romã,
arruda). As formas de aquisição mais comuns são: quintal de casa (42,5%) e feiras-livres (24,2%).
As partes vegetais mais utilizadas nas preparações foram: folhas (87,8%) e raiz (21,2%). Diante
deste contexto destaca-se a importância das plantas medicinais como alternativa no tratamento de
infecções parasitárias, considerando o surgimento de resistência aos antiparasitários de uso
comercial.
Palavras-chave: Parasitoses intestinais, Raizeiros, Indicações de uso.
POPULAR KNOWLEDGE ABOUT MEDICINAL PLANTS AS AN ALTERNATIVE
TREATMENT FOR PARASITIC INFECTIONS IN ARACAJU-SERGIPE
In recent decades there have been major scientific advances involving the use of medicinal plants
with therapeutic properties. In this context it is noteworthy that the plants have historically provided
the development of drugswidely used in the clinical routine. The objective of this study was to
survey about the popular knowledge upon the using of medicinal plants for the treatment of
intestinal parasites in the city of Aracaju-Sergipe. Interviews were conducted throughout the
residents and healers traders seeking information on the most commonly used plants and their
indications in combating parasites. It was observed that 33% of the interviewees used plants on the
treatment for parasitic infections and the most used plants are: mint (Mentha piperita L.) 69.7%,
Santa Maria Herb (Chenopodium ambrosioides L.) 33.4 % milome (Aristolochia brasiliensis)
27.3%, Pumpkin Seed (Cucurbita spp) and other less cited species (São Caetano melon, garlic,
castor oil, pomegranate, rue). The most common forms of acquisition are: the backyard (42.5%) and
free-trade (24.2%). Plant parts in most preparations were used: leaves (87.8%) and root (21.2%).
This context highlights the importance of medicinal plants as an alternative treatment of parasitic
infections, considering the increased resistance to commercial antiparasitic drugs that emerged.
Keywords: Medicinal Plants, Intestinal Parasites, Aracaju-SE.
07
1. INTRODUÇÃO
As plantas medicinais vêm sendo cada
vez mais utilizadas pela sociedade, não apenas
pelo seu poder curativo, mas também por ser
economicamente mais acessível. A grande
heterogeneidade na distribuição da renda faz
com que a população mais carente, busque
alternativas e soluções para a promoção da
qualidade de vida (Dutra, 2009). Com isso, as
plantas medicinais têm grande destaque entre as
terapias alternativas, despertando um crescente
interesse mundial pela utilização especialmente
da fitoterapia, e tal interesse deve-se a vários
fatores, tais como: elevado custo da assistência
médica privada, dos medicamentos alopáticos e
precariedade da assistência prestada pelos
serviços públicos de saúde (Klein et al., 2009).
Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), estima-se que 80% da população
mundial depende ou faz uso de algum tipo de
medicina tradicional para suas necessidades
básicas de saúde e deste montante, cerca de 85%
utilizam alguma planta, seus extratos vegetais e
seus princípios ativos na composição
medicamentosa (Silva, 2002). A
comercialização de plantas medicinais e
produtos fitoterápicos encontram-se em franca
expansão em todo o mundo devido a fatores
como o alto custo dos medicamentos
industrializados ou até pelo próprio modismo
desencadeado pelas campanhas publicitárias
envolvendo grandes empresas farmacêuticas.
Países em desenvolvimento como o Brasil não
apresentam uma produção industrial marcante
de medicamentos ou fitoterápicos, entretanto foi
criada a Política Nacional de Plantas Medicinais
e Fitoterápicos, PNPMF, (Decreto nº 5.813, 22
de junho de 2006) que tem por objetivo
fortalecer o desenvolvimento industrial e
tecnológico nesta área e sobretudo garantir
melhor acesso aos medicamentos pelos usuários
do SUS através de programas básicos de saúde
de forma a valorizar o conhecimento popular e
incentivar essa terapia alternativa aos
quimioterápicos (BRASIL, 2006). As infecções
por parasitas representam um grave problema de
saúde pública mundial. No Brasil a incidência é
conhecidamente alta, principalmente na região
do Nordeste que, apesar de alguns avanços nas
últimas décadas, continua a apresentar elevados
índices de mortalidade causados por doenças
diarréicas, sobretudo entre indivíduos menores
de cinco anos (Vasconcelos et al.,
2011),principalmente entre a população carente
devido às precárias condições de saneamento
básico, habitação e educação. O uso de plantas
medicinais no tratamento de doenças tem
evoluído ao longo dos tempos, desde as formas
mais simples de tratamento local até as formas
mais sofisticadas de fabricação (Belizário e
Silva, 2012). A utilização deste tipo de
terapêutica tem sido explorada também em
infecções parasitárias de animais, onde as
helmintíases gastrintestinais têm sido associadas
a grandes perdas econômicas em todo o mundo
(Camurça-Vasconcelos et al., 2005) devido
especialmente ao surgimento de resistência anti-
helmíntica aos medicamentos industrializados
comercializados para este fim. Diante deste
contexto, o presente trabalho teve por objetivo
pesquisar o uso e conhecimento popular acerca
das principais espécies de plantas medicinais
com propriedades farmacológicas que podem
ser utilizadas para o tratamento de infecções por
parasitas intestinais.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho trata-se de uma
pesquisa quantitativa onde foi realizada a
pesquisa de campo realizada entre os meses de
setembro a novembro de 2014. A obtenção de
informações ocorreu após a elaboração de um
questionário semi-estruturado e visitas de
exploração com a coleta de dados iniciando-se
logo após o atendimento aos preceitos éticos da
pesquisa. O trabalho foi desenvolvido no
Mercado Municipal de Aracaju no comércio de
plantas medicinais realizada por ervanários e
raizeiros no Centro da Cidade, e nos Bairros
Bugio, Jardim Centenário, Jardins e Luzia. O
objetivo foi a obtenção de informações
pertinentes ao conhecimento popular no
tratamento de parasitoses intestinais bem como
acessar informações sobre qual o modo de
preparo e partes da planta utilizadas. O presente
trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário
da Universidade Federal de Sergipe HU sob o
protocolo CAAE 16167413.9.0000.5546.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram aplicados 100 questionários e os
resultados obtidos foram tabulados e analisados
utilizando-se a estatística descritiva, de modo a
fornecer medidas sobre os resultados em relação
ao uso de plantas medicinais para tratamento de
verminoses. Os dados foram apresentados em
valores de porcentagem nas diversas categorias
analisadas. De forma a caracterizar o perfil dos
informantes, recolheram-se as seguintes
informações: idade, nível de escolaridade e
renda familiar. A partir do levantamento
realizado, foi possível traçar o perfil da
população estudada, cuja idade variou entre 15 a
70 anos, sendo o maior percentual entre a faixa
etária entre 20 a 49 anos (68%) que segundo
Marchese et al. (2004) é a faixa de idade
considerada economicamente ativa. O
predomínio dos usuários de plantas medicinais
nessa faixa de idade corrobora com resultados
previamente encontrados por Arnous et al.
(2005) e Ethur et al. (2011). O nível de
escolaridade dos entrevistados variou entre 4%
de analfabetos, 28% ensino fundamental
incompleto, 5% ensino fundamental completo,
17% o ensino médio incompleto, 32% ensino
médio completo, 7% ensino superior incompleto
e apenas 7% da população amostrada
apresentou formação superior completa,
demonstrando que a maior parte da população é
constituída por pessoas com baixos níveis de
escolaridade. Com relação à renda familiar dos
voluntários entrevistados, 4% não declararam
qualquer tipo de rendimento, 56% declararam
rendimento entre 1 a 2 salários, 23% entre 3 a 4
salários, 8% entre 5 a 6 salários, 4% entre 7 a 8
salários e 5% tinham uma renda familiar acima
de 10 salários. Na tentativa de avaliar se o grau
de escolaridade e o padrão sócio econômico
teriam alguma influência na opção pela
utilização de plantas medicinais, foi observado
que o uso de plantas medicinais não está
associado a um padrão sócio-econômico ou grau
de escolaridade determinado, dados esses que
estão de acordo com os obtidos por Rizzo et al.
(1998) e Martinazzo & Martins (2004), que ao
avaliarem o uso de plantas medicinais pelas
populações das cidades de Goiás e Paraná,
constataram que grande parte da população
fazia uso das plantas com fins curativos,
independentemente do padrão sócio-econômico,
mantendo a tradição histórica do uso destas
plantas. Esses resultados demonstram que existe
um descompasso no preconceito de que somente
pessoas com baixo poder econômico e baixa
escolaridade fazem uso de plantas medicinais.
Acredita-se que atualmente, a busca por
produtos naturais de qualidade e isentos de
agrotóxicos, seja uma exigência da população
mais esclarecida que procura por uma vida mais
saudável e sustentável. Dos 100 questionários
respondidos, 72% eram do sexo feminino e 28%
do sexo masculino. Esses dados comprovam que
existe uma maior aceitabilidade do uso de
medicamentos de origem natural pelas
mulheres, assim como os dados encontrados por
Ribeiro et al. (2005) e Bertoldi et al. (2004).
Destas, 33% das pessoas afirmaram utilizar
plantas medicinais no tratamento das infecções
parasitárias. Além disso, 43% dos entrevistados
fazem uso de plantas medicinais para cefaléias,
indigestões, resfriados, etc. E os 24% restantes
afirmam não fazer uso de nenhum tipo de planta
medicinal. Acredita-se que a grande utilização
de plantas medicinais pela população vai desde
o preço mais acessível, até o fato de se crer que
produzam menos efeitos colaterais do que os
medicamentos alopáticos. A planta medicinal
citada como a mais utilizada para tratamento de
parasitoses intestinais foi a hortelã (Mentha
piperita L) com 69,7% das indicações e a Erva
de Santa Maria (Chenopodium ambrosioides)
conhecida popularmente como mastruz com
33,3%. Outras plantas medicinais, órgãos
vegetais e produtos de origem vegetal menos
indicados para uso em tratamento de
verminoses, encontram-se na (Tabela 1). A
hortelã é classicamente utilizada para tratamento
de verminoses, tendo seu efeito comprovado por
vários pesquisadores como Vidal et al. (2007) e
Teles et al. (2011) que em estudos realizados
com Mentha piperita e Mentha crispa
comprovaram ação sobre infecções por Giardia
duodenalis. Segundo Amaral et al. (2006) as
plantas são abundantes em substâncias químicas
como flavonóides e isoflavonas que apresentam
efeitos eficazes sobre infecções parasitárias.
TABELA 1: Plantas medicinais, órgãos vegetais e
produtos de origem animal indicadas para o tratamento
das infecções parasitárias.
Nome popular % indivíduos Nome popular % indivíduos
Hortelã miúda 69,7 Alho 6,0
Erva de santa Maria 33,4 Mel 6,0
Mil homem 27,3 Óleo de mamona 3,0
Semente de abóbora 21,2 Romã 3,0
Semente de mamão 21,2 Batata de teiú 3,0
Purga do campo 12,1 Arruda 3,0
Losna 9,0 Flor do milho 3,0
Batata de purga 6,0 Melãosão Caetano 3,0
As formas de obtenção das plantas
relatadas pelos entrevistados no município de
Aracaju que atingiram maiores percentagens
foram: quintal de casa (42,5%) e feiras-livres
(24,2%). Acredita-se que o início do comércio
informal de plantas medicinais deve ter ocorrido
no momento em que se iniciaram as permutas
de mercadorias. A adaptação dos vários grupos
humanos à riqueza biológica do país gerou um
inestimável sistema de conhecimento local que
inclui uma extensa fonte de informações sobre o
uso de plantas e animais utilizados para fins
medicinais. Diversas espécies têm sido
utilizadas para fins terapêuticos por
comunidades tradicionais em áreas rurais e
urbanas, o que vem se perpetuando através da
medicina tradicional brasileira (Alves et al.,
2008). O comércio informal, ou seja, aquele que
não apresenta qualquer tipo de certificação e/ou
licenciamento de prefeituras ainda hoje é
realizado por raizeiros, erveiros e extrativistas
em praticamente todas as cidades brasileiras. O
comércio formal, atualmente, agrega grande
variedade de estabelecimentos, tais como,
mercados, drogarias, farmácias e feiras,
apresentando diversidade de plantas e
fitoterápicos (ETHUR et al., 2011). As partes
vegetais utilizadas nas preparações foram:
87,8% folhas; 21,2% raiz, 12,1% cipó, caule e
semente, 3,0% flores, batata e talo. A
preparação das plantas medicinais que são
empregadas para o tratamento de infecções
parasitárias inclui o uso de chá com 48,5% das
citações, seguido da preparação do sumo com
36,4% e a forma batida no liquidificador com
30,3%. Os aspectos culturais e educacionais
influenciam a seleção e uso das plantas
medicinais (Mahabir e Gulliford, 1997) assim
como os sintomas e o tratamento formal. Em
relação ao preparo das plantas, constata-se que
faltam informações sobre a melhor maneira de
aproveitar suas propriedades. O preparo sob a
forma de cozimento é geralmente utilizado de
forma errônea, pois somente a raiz, o caule e a
casca (partes duras) devem ser cozidos (Arnous
et al., 2005). Os sintomas mais comumente
relatado antes do uso de plantas medicinais,
foram falta de apetite com 27,3%, seguido de
enjoo com 24,3%, dor de barriga e tontura com
18,1%. Observa-se que o uso de plantas
medicinais faz parte da tradição familiar da
maioria dos entrevistados. Constatou-se que
63,6% dos entrevistados informaram ter
recebido conhecimento sobre o uso destas
plantas, adquiridas pelas mães, 18% através dos
avós e 9% adquiriram conhecimento com
pessoas mais velhas. Esses conhecimentos são
passados de geração a geração em outros locais
do Brasil (Marodin e Baptista, 2002). Além dos
usuários, pode-se ressaltar que os próprios
comerciantes (raizeiros) confirmam que a maior
parte dos conhecimentos foi repassada,
principalmente, por pais e avós (Pinto e
Maduro, 2003; Rodrigues e Carvalho, 2007). De
acordo com a pesquisa sobre como o
conhecimento é gerado, transformado e
apropriado por diferentes profissionais ligados
às plantas medicinais e fitoterápicos, Rezende e
Ribeiro (2005) relataram que existe a busca da
ancestralidade pelo saber tradicional com
relação ao uso de plantas medicinais. Esse
saber, atualmente, é transformado na maior
parte das vezes em produtos, porque os setores
industriais e os grandes atacadistas buscam por
novidades, constantemente embasados na maior
aceitação e consumo pela sociedade. Em relação
às reações adversas após uso de plantas
medicinais, 24,3% dos entrevistados relataram
sintomas como cólicas/dor de barriga, dor de
cabeça, diarreia, náuseas e ânsia de vômito.
Destacam-se os potenciais riscos à saúde que os
fitoterápicos, quando utilizados de forma
indiscriminada ou associados a outros
medicamentos, podem causar. É importante
ressaltar que a fitoterapia é uma importante
opção terapêutica, principalmente num país
como o Brasil, mas não é isenta de riscos, que
precisam ser levados em consideração ao se
optar por este tipo de tratamento. As formas de
armazenamento das plantas medicinais relatadas
foram: geladeira 18%, bolsa plástica 15% e
recipiente com água 12%, sendo que os demais
(51,5%) não fazem armazenamento por utilizá-
las no momento do preparo. Sabe-se que para
prevenir a deterioração dos produtos durante o
período de armazenamento, é importante
controlar a umidade e a temperatura do ar, bem
como o ataque de insetos, roedores e
microrganismos (Tanko et al., 2005). É evidente
que o período de armazenagem deve ser o
menor possível para reduzir ao máximo as
perdas de princípios ativos, entretanto
informações a respeito do prazo máximo de
conservação de plantas medicinais secas são
escassas (Martins et al., 1995). Atualmente não
existe padronização para orientação quanto à
armazenagem correta de plantas medicinais, o
que pode representar um fator de risco para o
uso e aplicação equivocada no tratamento de
diversas enfermidades. Para aqueles que
afirmaram fazer o uso de medicamentos
alopáticos, 92,5% informaram que antes de
tomar os medicamentos para o tratamento para
verminose, fazem os exames parasitológicos de
fezes solicitados pelos médicos. Apenas 7,5%
dos pacientes afirmaram tomar os
medicamentos por conta própria. A
automedicação é uma prática comum, difundida
no mundo todo, entretanto a automedicação
inadequada, tal como a prescrição errônea, pode
ter como consequência efeitos indesejáveis,
enfermidades iatrogênicas e mascaramento de
doenças evolutivas representando, portanto um
problema a ser prevenido (Campos et al., 1985;
Sousa et al., 2008). É evidente que o risco dessa
prática está correlacionado com o grau de
instrução e informação dos usuários sobre
medicamentos, bem como com a acessibilidade
dos mesmos ao sistema de saúde. No Brasil
onde, de acordo com a Associação Brasileira
das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA),
cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas da
automedicação e fatores como a má qualidade
da oferta de medicamentos, o não-cumprimento
da obrigatoriedade da apresentação da receita
médica e a carência de informação e instrução
na população em geral justificam a preocupação
com a qualidade da automedicação praticada no
País (Arrais, 1997; Sousa et al., 2008).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho demonstrou que o
uso de plantas medicinais é bastante difundido e
bem estabelecido na rotina dos pacientes para o
tratamento das mais diversas enfermidades, com
destaque às infecções parasitárias. Os
conhecimentos relativos às propriedades das
diferentes plantas são do tipo empírico,
acumulados e repassados ao longo das gerações,
entretanto destaca-se a necessidade de estudos
mais aprofundados sobre os impactos das
formas de cultivo, aquisição, identificação
botânica e informações aos consumidores sobre
os benefícios e também os efeitos colaterais do
uso destas plantas. Desta forma, espera-se que
estes estudos possam nortear ações que visam o
melhor aproveitamento de todas as propriedades
medicamentosas das plantas com vistas a
perpetuar os tratamentos alternativos com
especial atenção à sustentabilidade. Em termos
de desenvolvimento científico na área
farmacêutica, dentro das universidades
brasileiras as pesquisas realizadas buscam
atualmente, novas propriedades terapêuticas de
plantas medicinais visando a descoberta de
substâncias que poderão ser submetidas
primeiramente à proteção por patentes e
posteriormente a transferência de tecnologia
fazendo a efetiva ligação entre conhecimento
acadêmico e uso comercial dos produtos pela
sociedade. Somando-se as vantagens do uso de
plantas medicinais e/ou fitoterápicos como
tratamento de uso popular, destacam-se as
propriedades anti-helmínticas como uma
alternativa tradicional, sustentável e
ecologicamente aceitável aos anti-helmínticos
comerciais além da viabilidade e facilidade de
aquisição entre a população de baixo nível
sócio-econômico.
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Pirenópolis, estado de Goiás. Revista de Ciências
Farmacêuticas, v.20, n.2, p.431-47, 1999.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram aplicados 100 questionários e os
resultados obtidos foram tabulados e analisados
utilizando-se a estatística descritiva, de modo a
fornecer medidas sobre os resultados em relação
ao uso de plantas medicinais para tratamento de
verminoses. Os dados foram apresentados em
valores de porcentagem nas diversas categorias
analisadas. De forma a caracterizar o perfil dos
informantes, recolheram-se as seguintes
informações: idade, nível de escolaridade e
renda familiar. A partir do levantamento
realizado, foi possível traçar o perfil da
população estudada, cuja idade variou entre 15 a
70 anos, sendo o maior percentual entre a faixa
etária entre 20 a 49 anos (68%) que segundo
Marchese et al. (2004) é a faixa de idade
considerada economicamente ativa. O
predomínio dos usuários de plantas medicinais
nessa faixa de idade corrobora com resultados
previamente encontrados por Arnous et al.
(2005) e Ethur et al. (2011). O nível de
escolaridade dos entrevistados variou entre 4%
de analfabetos, 28% ensino fundamental
incompleto, 5% ensino fundamental completo,
17% o ensino médio incompleto, 32% ensino
médio completo, 7% ensino superior incompleto
e apenas 7% da população amostrada
apresentou formação superior completa,
demonstrando que a maior parte da população é
constituída por pessoas com baixos níveis de
escolaridade. Com relação à renda familiar dos
voluntários entrevistados, 4% não declararam
qualquer tipo de rendimento, 56% declararam
rendimento entre 1 a 2 salários, 23% entre 3 a 4
salários, 8% entre 5 a 6 salários, 4% entre 7 a 8
salários e 5% tinham uma renda familiar acima
de 10 salários. Na tentativa de avaliar se o grau
de escolaridade e o padrão sócio econômico
teriam alguma influência na opção pela
utilização de plantas medicinais, foi observado
que o uso de plantas medicinais não está
associado a um padrão sócio-econômico ou grau
de escolaridade determinado, dados esses que
estão de acordo com os obtidos por Rizzo et al.
(1998) e Martinazzo & Martins (2004), que ao
avaliarem o uso de plantas medicinais pelas
populações das cidades de Goiás e Paraná,
constataram que grande parte da população
fazia uso das plantas com fins curativos,
independentemente do padrão sócio-econômico,
mantendo a tradição histórica do uso destas
plantas. Esses resultados demonstram que existe
um descompasso no preconceito de que somente
pessoas com baixo poder econômico e baixa
escolaridade fazem uso de plantas medicinais.
Acredita-se que atualmente, a busca por
produtos naturais de qualidade e isentos de
agrotóxicos, seja uma exigência da população
mais esclarecida que procura por uma vida mais
saudável e sustentável. Dos 100 questionários
respondidos, 72% eram do sexo feminino e 28%
do sexo masculino. Esses dados comprovam que
existe uma maior aceitabilidade do uso de
medicamentos de origem natural pelas
mulheres, assim como os dados encontrados por
Ribeiro et al. (2005) e Bertoldi et al. (2004).
Destas, 33% das pessoas afirmaram utilizar
plantas medicinais no tratamento das infecções
parasitárias. Além disso, 43% dos entrevistados
fazem uso de plantas medicinais para cefaléias,
indigestões, resfriados, etc. E os 24% restantes
afirmam não fazer uso de nenhum tipo de planta
medicinal. Acredita-se que a grande utilização
de plantas medicinais pela população vai desde
o preço mais acessível, até o fato de se crer que
produzam menos efeitos colaterais do que os
medicamentos alopáticos. A planta medicinal
citada como a mais utilizada para tratamento de
parasitoses intestinais foi a hortelã (Mentha
piperita L) com 69,7% das indicações e a Erva
de Santa Maria (Chenopodium ambrosioides)
conhecida popularmente como mastruz com
33,3%. Outras plantas medicinais, órgãos
vegetais e produtos de origem vegetal menos
indicados para uso em tratamento de
verminoses, encontram-se na (Tabela 1). A
hortelã é classicamente utilizada para tratamento
de verminoses, tendo seu efeito comprovado por
vários pesquisadores como Vidal et al. (2007) e
Teles et al. (2011) que em estudos realizados
com Mentha piperita e Mentha crispa
comprovaram ação sobre infecções por Giardia
duodenalis. Segundo Amaral et al. (2006) as
plantas são abundantes em substâncias químicas
como flavonóides e isoflavonas que apresentam
efeitos eficazes sobre infecções parasitárias.
ENTREVISTA SOBRE USO DE PLANTAS MEDICINAIS
1 – Nome:__________________________________________ Idade:_____________ Escolaridade:
( ) analfabeto ( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino fundamental completo
( ) ensino médio incompleto ( ) ensino médio completo
( ) ensino superior incompleto ( ) ensino superior completo
Sexo: F( ) M( ) Profissão:_____________________________________
Renda Familiar______________________ Membros da família___________
2 – Você faz uso de plantas medicinais?
1 – Sim ( ) 2 – Não ( )
3 – Em caso positivo, quais plantas medicinais você utiliza para verminose?
_____________________________________________________________________
5 – Quais os sintomas mais frequentes para utilização dessa planta?
______________________________________________________________________
6 – Qual a forma de uso?
____________________________________________________________________
7 – Onde obtém a planta?
______________________________________________________________________
8 – Com quem aprendeu a utilizá-la?
______________________________________________________________________
9 – Qual a parte utilizada?
_____________________________________________________________________
11- O uso dessa planta causou algum efeito colateral?
____________________________________________________________________
12- Costuma armazena-la? De que forma?
___________________________________________________________________
13- Se não usa plantas medicinais qual o tratamento você utiliza para verminose?
_________________________________________________________________
14- Como confirma a infecção parasitária?
1-Através de exames parasitológicos/orientações médicas ( )
2- Conta própria ( )
14

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  • 1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 16 - Número 2 - 2º Semestre 2016 CONHECIMENTO POPULAR SOBRE TRATAMENTOS ALTERNATIVOS COM PLANTAS MEDICINAIS PARA INFECÇÕES PARASITÁRIAS EM ARACAJU-SERGIPE. C.M.Ribeiro1 ; S.A.Mota2 ; L.Barbosa2 ; S.Katagiri2 RESUMO Nas últimas décadas ocorreram grandes avanços científicos envolvendo o uso de plantas medicinais propriedades terapêuticas. Neste contexto é importante salientar que as plantas historicamente têm contribuído para a obtenção de fármacos amplamente utilizados na rotina clínica. O objetivo do presente trabalho foi realizar um levantamento sobre o uso e conhecimento popular de plantas medicinais para tratamento de parasitoses intestinais no município de Aracaju-Sergipe. Foram realizadas entrevistas com moradores e comerciantes raizeiros buscando informações sobre as plantas mais utilizadas e suas indicações no combate a parasitoses. Observou-se que 33% dos entrevistados fazem uso de plantas para tratamento de infecções parasitárias e as plantas mais utilizadas são: hortelã miúda (Mentha piperita L.) 69,7%, Erva de Santa Maria (Chenopodium ambrosioides L.) 33,4%, milome (Aristolochia brasiliensis) 27,3 %, semente de abóbora (Cucurbita spp) entre outras espécies menos citadas (melão de São Caetano, alho, óleo de mamona, romã, arruda). As formas de aquisição mais comuns são: quintal de casa (42,5%) e feiras-livres (24,2%). As partes vegetais mais utilizadas nas preparações foram: folhas (87,8%) e raiz (21,2%). Diante deste contexto destaca-se a importância das plantas medicinais como alternativa no tratamento de infecções parasitárias, considerando o surgimento de resistência aos antiparasitários de uso comercial. Palavras-chave: Parasitoses intestinais, Raizeiros, Indicações de uso. POPULAR KNOWLEDGE ABOUT MEDICINAL PLANTS AS AN ALTERNATIVE TREATMENT FOR PARASITIC INFECTIONS IN ARACAJU-SERGIPE In recent decades there have been major scientific advances involving the use of medicinal plants with therapeutic properties. In this context it is noteworthy that the plants have historically provided the development of drugswidely used in the clinical routine. The objective of this study was to survey about the popular knowledge upon the using of medicinal plants for the treatment of intestinal parasites in the city of Aracaju-Sergipe. Interviews were conducted throughout the residents and healers traders seeking information on the most commonly used plants and their indications in combating parasites. It was observed that 33% of the interviewees used plants on the treatment for parasitic infections and the most used plants are: mint (Mentha piperita L.) 69.7%, Santa Maria Herb (Chenopodium ambrosioides L.) 33.4 % milome (Aristolochia brasiliensis) 27.3%, Pumpkin Seed (Cucurbita spp) and other less cited species (São Caetano melon, garlic, castor oil, pomegranate, rue). The most common forms of acquisition are: the backyard (42.5%) and free-trade (24.2%). Plant parts in most preparations were used: leaves (87.8%) and root (21.2%). This context highlights the importance of medicinal plants as an alternative treatment of parasitic infections, considering the increased resistance to commercial antiparasitic drugs that emerged. Keywords: Medicinal Plants, Intestinal Parasites, Aracaju-SE. 07
  • 2. 1. INTRODUÇÃO As plantas medicinais vêm sendo cada vez mais utilizadas pela sociedade, não apenas pelo seu poder curativo, mas também por ser economicamente mais acessível. A grande heterogeneidade na distribuição da renda faz com que a população mais carente, busque alternativas e soluções para a promoção da qualidade de vida (Dutra, 2009). Com isso, as plantas medicinais têm grande destaque entre as terapias alternativas, despertando um crescente interesse mundial pela utilização especialmente da fitoterapia, e tal interesse deve-se a vários fatores, tais como: elevado custo da assistência médica privada, dos medicamentos alopáticos e precariedade da assistência prestada pelos serviços públicos de saúde (Klein et al., 2009). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 80% da população mundial depende ou faz uso de algum tipo de medicina tradicional para suas necessidades básicas de saúde e deste montante, cerca de 85% utilizam alguma planta, seus extratos vegetais e seus princípios ativos na composição medicamentosa (Silva, 2002). A comercialização de plantas medicinais e produtos fitoterápicos encontram-se em franca expansão em todo o mundo devido a fatores como o alto custo dos medicamentos industrializados ou até pelo próprio modismo desencadeado pelas campanhas publicitárias envolvendo grandes empresas farmacêuticas. Países em desenvolvimento como o Brasil não apresentam uma produção industrial marcante de medicamentos ou fitoterápicos, entretanto foi criada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, PNPMF, (Decreto nº 5.813, 22 de junho de 2006) que tem por objetivo fortalecer o desenvolvimento industrial e tecnológico nesta área e sobretudo garantir melhor acesso aos medicamentos pelos usuários do SUS através de programas básicos de saúde de forma a valorizar o conhecimento popular e incentivar essa terapia alternativa aos quimioterápicos (BRASIL, 2006). As infecções por parasitas representam um grave problema de saúde pública mundial. No Brasil a incidência é conhecidamente alta, principalmente na região do Nordeste que, apesar de alguns avanços nas últimas décadas, continua a apresentar elevados índices de mortalidade causados por doenças diarréicas, sobretudo entre indivíduos menores de cinco anos (Vasconcelos et al., 2011),principalmente entre a população carente devido às precárias condições de saneamento básico, habitação e educação. O uso de plantas medicinais no tratamento de doenças tem evoluído ao longo dos tempos, desde as formas mais simples de tratamento local até as formas mais sofisticadas de fabricação (Belizário e Silva, 2012). A utilização deste tipo de terapêutica tem sido explorada também em infecções parasitárias de animais, onde as helmintíases gastrintestinais têm sido associadas a grandes perdas econômicas em todo o mundo (Camurça-Vasconcelos et al., 2005) devido especialmente ao surgimento de resistência anti- helmíntica aos medicamentos industrializados comercializados para este fim. Diante deste contexto, o presente trabalho teve por objetivo pesquisar o uso e conhecimento popular acerca das principais espécies de plantas medicinais com propriedades farmacológicas que podem ser utilizadas para o tratamento de infecções por parasitas intestinais. 2. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho trata-se de uma pesquisa quantitativa onde foi realizada a pesquisa de campo realizada entre os meses de setembro a novembro de 2014. A obtenção de informações ocorreu após a elaboração de um questionário semi-estruturado e visitas de exploração com a coleta de dados iniciando-se logo após o atendimento aos preceitos éticos da pesquisa. O trabalho foi desenvolvido no Mercado Municipal de Aracaju no comércio de plantas medicinais realizada por ervanários e raizeiros no Centro da Cidade, e nos Bairros Bugio, Jardim Centenário, Jardins e Luzia. O objetivo foi a obtenção de informações pertinentes ao conhecimento popular no tratamento de parasitoses intestinais bem como acessar informações sobre qual o modo de preparo e partes da planta utilizadas. O presente trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe HU sob o protocolo CAAE 16167413.9.0000.5546.
  • 3. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram aplicados 100 questionários e os resultados obtidos foram tabulados e analisados utilizando-se a estatística descritiva, de modo a fornecer medidas sobre os resultados em relação ao uso de plantas medicinais para tratamento de verminoses. Os dados foram apresentados em valores de porcentagem nas diversas categorias analisadas. De forma a caracterizar o perfil dos informantes, recolheram-se as seguintes informações: idade, nível de escolaridade e renda familiar. A partir do levantamento realizado, foi possível traçar o perfil da população estudada, cuja idade variou entre 15 a 70 anos, sendo o maior percentual entre a faixa etária entre 20 a 49 anos (68%) que segundo Marchese et al. (2004) é a faixa de idade considerada economicamente ativa. O predomínio dos usuários de plantas medicinais nessa faixa de idade corrobora com resultados previamente encontrados por Arnous et al. (2005) e Ethur et al. (2011). O nível de escolaridade dos entrevistados variou entre 4% de analfabetos, 28% ensino fundamental incompleto, 5% ensino fundamental completo, 17% o ensino médio incompleto, 32% ensino médio completo, 7% ensino superior incompleto e apenas 7% da população amostrada apresentou formação superior completa, demonstrando que a maior parte da população é constituída por pessoas com baixos níveis de escolaridade. Com relação à renda familiar dos voluntários entrevistados, 4% não declararam qualquer tipo de rendimento, 56% declararam rendimento entre 1 a 2 salários, 23% entre 3 a 4 salários, 8% entre 5 a 6 salários, 4% entre 7 a 8 salários e 5% tinham uma renda familiar acima de 10 salários. Na tentativa de avaliar se o grau de escolaridade e o padrão sócio econômico teriam alguma influência na opção pela utilização de plantas medicinais, foi observado que o uso de plantas medicinais não está associado a um padrão sócio-econômico ou grau de escolaridade determinado, dados esses que estão de acordo com os obtidos por Rizzo et al. (1998) e Martinazzo & Martins (2004), que ao avaliarem o uso de plantas medicinais pelas populações das cidades de Goiás e Paraná, constataram que grande parte da população fazia uso das plantas com fins curativos, independentemente do padrão sócio-econômico, mantendo a tradição histórica do uso destas plantas. Esses resultados demonstram que existe um descompasso no preconceito de que somente pessoas com baixo poder econômico e baixa escolaridade fazem uso de plantas medicinais. Acredita-se que atualmente, a busca por produtos naturais de qualidade e isentos de agrotóxicos, seja uma exigência da população mais esclarecida que procura por uma vida mais saudável e sustentável. Dos 100 questionários respondidos, 72% eram do sexo feminino e 28% do sexo masculino. Esses dados comprovam que existe uma maior aceitabilidade do uso de medicamentos de origem natural pelas mulheres, assim como os dados encontrados por Ribeiro et al. (2005) e Bertoldi et al. (2004). Destas, 33% das pessoas afirmaram utilizar plantas medicinais no tratamento das infecções parasitárias. Além disso, 43% dos entrevistados fazem uso de plantas medicinais para cefaléias, indigestões, resfriados, etc. E os 24% restantes afirmam não fazer uso de nenhum tipo de planta medicinal. Acredita-se que a grande utilização de plantas medicinais pela população vai desde o preço mais acessível, até o fato de se crer que produzam menos efeitos colaterais do que os medicamentos alopáticos. A planta medicinal citada como a mais utilizada para tratamento de parasitoses intestinais foi a hortelã (Mentha piperita L) com 69,7% das indicações e a Erva de Santa Maria (Chenopodium ambrosioides) conhecida popularmente como mastruz com 33,3%. Outras plantas medicinais, órgãos vegetais e produtos de origem vegetal menos indicados para uso em tratamento de verminoses, encontram-se na (Tabela 1). A hortelã é classicamente utilizada para tratamento de verminoses, tendo seu efeito comprovado por vários pesquisadores como Vidal et al. (2007) e Teles et al. (2011) que em estudos realizados com Mentha piperita e Mentha crispa comprovaram ação sobre infecções por Giardia duodenalis. Segundo Amaral et al. (2006) as plantas são abundantes em substâncias químicas como flavonóides e isoflavonas que apresentam efeitos eficazes sobre infecções parasitárias.
  • 4. TABELA 1: Plantas medicinais, órgãos vegetais e produtos de origem animal indicadas para o tratamento das infecções parasitárias. Nome popular % indivíduos Nome popular % indivíduos Hortelã miúda 69,7 Alho 6,0 Erva de santa Maria 33,4 Mel 6,0 Mil homem 27,3 Óleo de mamona 3,0 Semente de abóbora 21,2 Romã 3,0 Semente de mamão 21,2 Batata de teiú 3,0 Purga do campo 12,1 Arruda 3,0 Losna 9,0 Flor do milho 3,0 Batata de purga 6,0 Melãosão Caetano 3,0 As formas de obtenção das plantas relatadas pelos entrevistados no município de Aracaju que atingiram maiores percentagens foram: quintal de casa (42,5%) e feiras-livres (24,2%). Acredita-se que o início do comércio informal de plantas medicinais deve ter ocorrido no momento em que se iniciaram as permutas de mercadorias. A adaptação dos vários grupos humanos à riqueza biológica do país gerou um inestimável sistema de conhecimento local que inclui uma extensa fonte de informações sobre o uso de plantas e animais utilizados para fins medicinais. Diversas espécies têm sido utilizadas para fins terapêuticos por comunidades tradicionais em áreas rurais e urbanas, o que vem se perpetuando através da medicina tradicional brasileira (Alves et al., 2008). O comércio informal, ou seja, aquele que não apresenta qualquer tipo de certificação e/ou licenciamento de prefeituras ainda hoje é realizado por raizeiros, erveiros e extrativistas em praticamente todas as cidades brasileiras. O comércio formal, atualmente, agrega grande variedade de estabelecimentos, tais como, mercados, drogarias, farmácias e feiras, apresentando diversidade de plantas e fitoterápicos (ETHUR et al., 2011). As partes vegetais utilizadas nas preparações foram: 87,8% folhas; 21,2% raiz, 12,1% cipó, caule e semente, 3,0% flores, batata e talo. A preparação das plantas medicinais que são empregadas para o tratamento de infecções parasitárias inclui o uso de chá com 48,5% das citações, seguido da preparação do sumo com 36,4% e a forma batida no liquidificador com 30,3%. Os aspectos culturais e educacionais influenciam a seleção e uso das plantas medicinais (Mahabir e Gulliford, 1997) assim como os sintomas e o tratamento formal. Em relação ao preparo das plantas, constata-se que faltam informações sobre a melhor maneira de aproveitar suas propriedades. O preparo sob a forma de cozimento é geralmente utilizado de forma errônea, pois somente a raiz, o caule e a casca (partes duras) devem ser cozidos (Arnous et al., 2005). Os sintomas mais comumente relatado antes do uso de plantas medicinais, foram falta de apetite com 27,3%, seguido de enjoo com 24,3%, dor de barriga e tontura com 18,1%. Observa-se que o uso de plantas medicinais faz parte da tradição familiar da maioria dos entrevistados. Constatou-se que 63,6% dos entrevistados informaram ter recebido conhecimento sobre o uso destas plantas, adquiridas pelas mães, 18% através dos avós e 9% adquiriram conhecimento com pessoas mais velhas. Esses conhecimentos são passados de geração a geração em outros locais do Brasil (Marodin e Baptista, 2002). Além dos usuários, pode-se ressaltar que os próprios comerciantes (raizeiros) confirmam que a maior parte dos conhecimentos foi repassada, principalmente, por pais e avós (Pinto e Maduro, 2003; Rodrigues e Carvalho, 2007). De acordo com a pesquisa sobre como o conhecimento é gerado, transformado e apropriado por diferentes profissionais ligados às plantas medicinais e fitoterápicos, Rezende e Ribeiro (2005) relataram que existe a busca da ancestralidade pelo saber tradicional com relação ao uso de plantas medicinais. Esse saber, atualmente, é transformado na maior parte das vezes em produtos, porque os setores industriais e os grandes atacadistas buscam por novidades, constantemente embasados na maior aceitação e consumo pela sociedade. Em relação às reações adversas após uso de plantas medicinais, 24,3% dos entrevistados relataram sintomas como cólicas/dor de barriga, dor de cabeça, diarreia, náuseas e ânsia de vômito. Destacam-se os potenciais riscos à saúde que os fitoterápicos, quando utilizados de forma indiscriminada ou associados a outros medicamentos, podem causar. É importante ressaltar que a fitoterapia é uma importante opção terapêutica, principalmente num país como o Brasil, mas não é isenta de riscos, que precisam ser levados em consideração ao se optar por este tipo de tratamento. As formas de armazenamento das plantas medicinais relatadas foram: geladeira 18%, bolsa plástica 15% e recipiente com água 12%, sendo que os demais (51,5%) não fazem armazenamento por utilizá- las no momento do preparo. Sabe-se que para
  • 5. prevenir a deterioração dos produtos durante o período de armazenamento, é importante controlar a umidade e a temperatura do ar, bem como o ataque de insetos, roedores e microrganismos (Tanko et al., 2005). É evidente que o período de armazenagem deve ser o menor possível para reduzir ao máximo as perdas de princípios ativos, entretanto informações a respeito do prazo máximo de conservação de plantas medicinais secas são escassas (Martins et al., 1995). Atualmente não existe padronização para orientação quanto à armazenagem correta de plantas medicinais, o que pode representar um fator de risco para o uso e aplicação equivocada no tratamento de diversas enfermidades. Para aqueles que afirmaram fazer o uso de medicamentos alopáticos, 92,5% informaram que antes de tomar os medicamentos para o tratamento para verminose, fazem os exames parasitológicos de fezes solicitados pelos médicos. Apenas 7,5% dos pacientes afirmaram tomar os medicamentos por conta própria. A automedicação é uma prática comum, difundida no mundo todo, entretanto a automedicação inadequada, tal como a prescrição errônea, pode ter como consequência efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas representando, portanto um problema a ser prevenido (Campos et al., 1985; Sousa et al., 2008). É evidente que o risco dessa prática está correlacionado com o grau de instrução e informação dos usuários sobre medicamentos, bem como com a acessibilidade dos mesmos ao sistema de saúde. No Brasil onde, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas da automedicação e fatores como a má qualidade da oferta de medicamentos, o não-cumprimento da obrigatoriedade da apresentação da receita médica e a carência de informação e instrução na população em geral justificam a preocupação com a qualidade da automedicação praticada no País (Arrais, 1997; Sousa et al., 2008). 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho demonstrou que o uso de plantas medicinais é bastante difundido e bem estabelecido na rotina dos pacientes para o tratamento das mais diversas enfermidades, com destaque às infecções parasitárias. Os conhecimentos relativos às propriedades das diferentes plantas são do tipo empírico, acumulados e repassados ao longo das gerações, entretanto destaca-se a necessidade de estudos mais aprofundados sobre os impactos das formas de cultivo, aquisição, identificação botânica e informações aos consumidores sobre os benefícios e também os efeitos colaterais do uso destas plantas. Desta forma, espera-se que estes estudos possam nortear ações que visam o melhor aproveitamento de todas as propriedades medicamentosas das plantas com vistas a perpetuar os tratamentos alternativos com especial atenção à sustentabilidade. Em termos de desenvolvimento científico na área farmacêutica, dentro das universidades brasileiras as pesquisas realizadas buscam atualmente, novas propriedades terapêuticas de plantas medicinais visando a descoberta de substâncias que poderão ser submetidas primeiramente à proteção por patentes e posteriormente a transferência de tecnologia fazendo a efetiva ligação entre conhecimento acadêmico e uso comercial dos produtos pela sociedade. Somando-se as vantagens do uso de plantas medicinais e/ou fitoterápicos como tratamento de uso popular, destacam-se as propriedades anti-helmínticas como uma alternativa tradicional, sustentável e ecologicamente aceitável aos anti-helmínticos comerciais além da viabilidade e facilidade de aquisição entre a população de baixo nível sócio-econômico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, R.R.N.; SILVA, C.C.; ALVES, H.N. Aspectos sócio-econômicos do comércio de plantas e animais medicinais em área metropolitanas do Norte e Nordeste do Brasil. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v.8, n.1, 2008. AMARAL, F.M.M. Plants and chemical constituents with giardicidal activity. Revista Brasileira de Farmacognosia, n.16, p.696-720, 2006. ARNOUS, A.H.; SANTOS, A.S.; BEINNER, R.P.C. Plantas medicinais de uso caseiro - conhecimento popular e interesse por cultivo comunitário. Revista Espaço para a Saúde, v.6, n.2, p.1-6, 2005.
  • 6. ARRAIS, P. S. D. Perfil da automedicação no Brasil. Revista de Saúde pública, v. 31, n.1, p. 71-7, 1997. BELIZÁRIO, T.L.; SILVA, L.A. Abordagem etnobôtanica no tratamento de parasitoses em comércios de fitoterápicos e numa comunidade rural em Uberlândia, MG. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, v. 8, n. 15, p. 1730-1739. Nov 2012 BERTOLDI, A.D. et al. Utilização de medicamentos em adultos: prevalência e determinantes individuais. Revista de Saúde Pública, v.38, n.2, p.228-38, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e InsumosEstratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. A fitoterapia no SUS e o Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. CAMPOS, J.A.; OLIVEIRA, J.S.; COSTA, D.M.; DALTON, C.; ALVARENGA, J.R.; TORRES, L.O.; FERREIRA, M.T.; LADEIRA, R.M.; CANÇADO, R.L. Prescrição de medicamentos por balconistas de 72 farmácias de Belo Horizonte/MG em maio de 1983. Jornal de Pediatria, n.59, n.3, p. 307-12, 1985. CAMURÇA-VASCONCELOS, A.L.F.; MORAIS, S.M.; SANTOS, L.F.L.; ROCHA, M.F.G.; BEVILAQUA, C.M.L. Validação de plantas medicinais com atividade anti-helmíntica. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 7, n. 3, p. 97- 106, Dez 2005. DUTRA, M. da G.; Plantas medicinais, fitoterápicos e saúde pública: Um diagnóstico situacional em Anápolis, Goiás. 2009, 112f. Dissertação Mestrado em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente. Anápolis (GO):Centro Universitário de Anápolis, UniEvangélica; 2009. ETHUR, L.Z.; JOBIM, J.C.; RITTER, J.G.; OLIVEIRA, G.; TRINDADE, B.S. Formal trade and profile of consumers of medicinal plants and phytomedicine in Itaqui Municipality, Rio Grande do Sul State, Brazil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.13 n.2, 2011. KLEIN, T.; LONGHINI, R.; BRUSCHI, M.L.; MELLO, J.C.P. Fitoterápicos: um mercado promissor. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 30, n.3, p.241-248, Mar 2009. MAHABIR, D.; GULLIFORD, M.G. Use of medicinal plants for diabetes in Trinidade and Tobago. Revista Panamanericana de Saúde Publica, v.1, n.3, p.174-9, 1997. MARCHESE, J.A, BROETTO, F.; MING, L. C.; GOTO, R.; STEFANINI, M. B.; GALINA, A.; TEDESCO, A. C.; CONTE, C.; MINIUK, C. M.; SCHURT, D. A.; SANGALETTI, E.; SILVA, G. O. da; GOMES, G.; BERTAGNOLLI, J. A.; COSSA, M. L.; MORAES, M. R. D.; LIMA, P. M.; LIRA, R.; COSTA, S Perfil dos consumidores de plantas medicinais e condimentos do município de Pato Branco (PR). Horticultura Brasileira, v.22, n.2, p.332-5, 2004. MARODIN, S.M.; BAPTISTA, L.R.M. Plantas medicinais do município de Dom Pedro de Alcântara, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil: espécies, famílias e usos em três grupos da população humana. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.5, n.1, p.1-9, 2002. MARTINAZZO, A.P.; MARTINS, T. Plantas medicinais utilizadas pela população de Cascavel/PR. Arquivos de Ciências da Saúde da Unipar, v.8, n.1, p.3-5, 2004. MARTINS, E.R.; CASTRO, D.M.; CASTELLANI, D.C.; DIAS, J.E. Plantas medicinais. Viçosa: UFV, p.220, 1995. PINTO, A.A.C.; MADURO, C.B. Produtos e subprodutos da medicina popular comercializados na cidade de Boa Vista, Roraima. Acta Amazonica, v.33, n.2, p.281-90, 2003. REZENDE, E.A.; RIBEIRO, M.T.F. Conhecimento tradicional, plantas medicinais e propriedade intelectual: biopirataria e bioprospecção? Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.7, n.3, p.37-44, 2005. RIBEIRO, A.Q.; LEITE, J.P.V.; DANTAS- BARROS, A.M.; Perfil de utilização de fitoterápicos em farmácias comunitárias de Belo Horizonte sob a influência da legislação nacional. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.15, n.1, p.65-70, 2005. RIZZO, J. A.; CAMPOS, I.F.P.; JAIME, M.C.; MUNHOZ, G.; MORGADO, W. F. Utilização de plantas medicinais nas cidade de Goiás e Pirenópolis, estado de Goiás. Revista de Ciências Farmacêuticas, v.20, n.2, p.431-47, 1999.
  • 7. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram aplicados 100 questionários e os resultados obtidos foram tabulados e analisados utilizando-se a estatística descritiva, de modo a fornecer medidas sobre os resultados em relação ao uso de plantas medicinais para tratamento de verminoses. Os dados foram apresentados em valores de porcentagem nas diversas categorias analisadas. De forma a caracterizar o perfil dos informantes, recolheram-se as seguintes informações: idade, nível de escolaridade e renda familiar. A partir do levantamento realizado, foi possível traçar o perfil da população estudada, cuja idade variou entre 15 a 70 anos, sendo o maior percentual entre a faixa etária entre 20 a 49 anos (68%) que segundo Marchese et al. (2004) é a faixa de idade considerada economicamente ativa. O predomínio dos usuários de plantas medicinais nessa faixa de idade corrobora com resultados previamente encontrados por Arnous et al. (2005) e Ethur et al. (2011). O nível de escolaridade dos entrevistados variou entre 4% de analfabetos, 28% ensino fundamental incompleto, 5% ensino fundamental completo, 17% o ensino médio incompleto, 32% ensino médio completo, 7% ensino superior incompleto e apenas 7% da população amostrada apresentou formação superior completa, demonstrando que a maior parte da população é constituída por pessoas com baixos níveis de escolaridade. Com relação à renda familiar dos voluntários entrevistados, 4% não declararam qualquer tipo de rendimento, 56% declararam rendimento entre 1 a 2 salários, 23% entre 3 a 4 salários, 8% entre 5 a 6 salários, 4% entre 7 a 8 salários e 5% tinham uma renda familiar acima de 10 salários. Na tentativa de avaliar se o grau de escolaridade e o padrão sócio econômico teriam alguma influência na opção pela utilização de plantas medicinais, foi observado que o uso de plantas medicinais não está associado a um padrão sócio-econômico ou grau de escolaridade determinado, dados esses que estão de acordo com os obtidos por Rizzo et al. (1998) e Martinazzo & Martins (2004), que ao avaliarem o uso de plantas medicinais pelas populações das cidades de Goiás e Paraná, constataram que grande parte da população fazia uso das plantas com fins curativos, independentemente do padrão sócio-econômico, mantendo a tradição histórica do uso destas plantas. Esses resultados demonstram que existe um descompasso no preconceito de que somente pessoas com baixo poder econômico e baixa escolaridade fazem uso de plantas medicinais. Acredita-se que atualmente, a busca por produtos naturais de qualidade e isentos de agrotóxicos, seja uma exigência da população mais esclarecida que procura por uma vida mais saudável e sustentável. Dos 100 questionários respondidos, 72% eram do sexo feminino e 28% do sexo masculino. Esses dados comprovam que existe uma maior aceitabilidade do uso de medicamentos de origem natural pelas mulheres, assim como os dados encontrados por Ribeiro et al. (2005) e Bertoldi et al. (2004). Destas, 33% das pessoas afirmaram utilizar plantas medicinais no tratamento das infecções parasitárias. Além disso, 43% dos entrevistados fazem uso de plantas medicinais para cefaléias, indigestões, resfriados, etc. E os 24% restantes afirmam não fazer uso de nenhum tipo de planta medicinal. Acredita-se que a grande utilização de plantas medicinais pela população vai desde o preço mais acessível, até o fato de se crer que produzam menos efeitos colaterais do que os medicamentos alopáticos. A planta medicinal citada como a mais utilizada para tratamento de parasitoses intestinais foi a hortelã (Mentha piperita L) com 69,7% das indicações e a Erva de Santa Maria (Chenopodium ambrosioides) conhecida popularmente como mastruz com 33,3%. Outras plantas medicinais, órgãos vegetais e produtos de origem vegetal menos indicados para uso em tratamento de verminoses, encontram-se na (Tabela 1). A hortelã é classicamente utilizada para tratamento de verminoses, tendo seu efeito comprovado por vários pesquisadores como Vidal et al. (2007) e Teles et al. (2011) que em estudos realizados com Mentha piperita e Mentha crispa comprovaram ação sobre infecções por Giardia duodenalis. Segundo Amaral et al. (2006) as plantas são abundantes em substâncias químicas como flavonóides e isoflavonas que apresentam efeitos eficazes sobre infecções parasitárias.
  • 8. ENTREVISTA SOBRE USO DE PLANTAS MEDICINAIS 1 – Nome:__________________________________________ Idade:_____________ Escolaridade: ( ) analfabeto ( ) ensino fundamental incompleto ( ) ensino fundamental completo ( ) ensino médio incompleto ( ) ensino médio completo ( ) ensino superior incompleto ( ) ensino superior completo Sexo: F( ) M( ) Profissão:_____________________________________ Renda Familiar______________________ Membros da família___________ 2 – Você faz uso de plantas medicinais? 1 – Sim ( ) 2 – Não ( ) 3 – Em caso positivo, quais plantas medicinais você utiliza para verminose? _____________________________________________________________________ 5 – Quais os sintomas mais frequentes para utilização dessa planta? ______________________________________________________________________ 6 – Qual a forma de uso? ____________________________________________________________________ 7 – Onde obtém a planta? ______________________________________________________________________ 8 – Com quem aprendeu a utilizá-la? ______________________________________________________________________ 9 – Qual a parte utilizada? _____________________________________________________________________ 11- O uso dessa planta causou algum efeito colateral? ____________________________________________________________________ 12- Costuma armazena-la? De que forma? ___________________________________________________________________ 13- Se não usa plantas medicinais qual o tratamento você utiliza para verminose? _________________________________________________________________ 14- Como confirma a infecção parasitária? 1-Através de exames parasitológicos/orientações médicas ( ) 2- Conta própria ( ) 14