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            epare na primeira foto que ilustra esta
            reportagem. O sujeito de calça jeans que
            aparece ao lado de urna pichação é
            Henrique Flory, presidente de um banco
            que nos próximos meses abrirá suas por-
tas no Brasil. O executivo está no Itaim Paulista,
bairro localizado no extremo leste de São Paulo - é a
periferia da cidade. Ele não foi ao Itaim por acaso.
Flory está atrás de negócios. Em vez de percorrer as
regiões nobres da capital paulista, ele prefere as
zonas afastadas. Sua empresa, o Grameen Bank,
quer atrair a clientela que não está acostumada a
entrar numa agência tradicional. Fundado pelo ben-
galês Muhammad Yunus, prêmio Nobel da Paz por
ter criado o chamado "banco dos pobres", o
Grameen está de olho na camada da população clas-
sificada pelos especialistas como classe D. Um con-
tingente formado por 64 milhões de brasileiros que
têm renda mensal familiar entre um e três salários
mínimos. Até aí, nenhuma novidade. O que surpre-
ende - e que era desconhecido até agora - é o volu-
me de dinheiro que esse universo dispõe para con-
sumir bens e serviços. Segundo um estudo feito com
exclusividade para a DINHEIRO pela
consultoria Data Popular, especializa-
da no mercado de baixa renda, em 2010
os integrantes da classe D vão gastar
R$ 381,2 bilhões. É dinheiro grosso,
que representa mais do que o valor dis-
ponível para o consumo na classe A (R$
216,1 bilhões) e na classe B (R$ 329,5
bilhões). A conta é simples. Como são
em maior número, os membros da clas-
se D geram maior escala financeira.
Com o aumento da oferta de crédito,
essa turma, que até pouco tempo atrás
vivia à margem do sedutor mundo do
consumo, finalmente foi às compras.
Muitas empresas ainda não colocaram
esse contingente em seu radar porque
estavam focadas na classe C. Mas
quem quiser apostar no futuro tem de
se apressar e seguir os passos daqueles
que já descobriram a classe D.
   O fenômeno da classe D é resulta-
do de uma impressionante transfor-
mação social do País. Nos últimos
anos, mais de 19 milhões de brasilei-
ros deixaram a linha da pobreza para
ingressar na nova classe emergente.
"São pessoas ansiosas por fazer           têm mais dinheiro do que os colegas com carteira assinada.
parte do mercado de consumo", diz            O primeiro banco privado a descobrir as classes menos
Renato Meirelles, que coordenou o         abastadas foi o Bradesco. Nos anos 50, Amador Aguiar, um de
trabalho da Data Popular (leia entre-     seus fundadores, tomou uma decisão ousada. Naquela época,
vista à pág. 43). Para comprar bens,      apenas os "bacanas", como eram chamadas as pessoas com
elas precisam de crédito. E aí que o      dinheiro, tinham acesso aos gerentes de banco, que ficavam
Gremeen Bank entra. "Até 2010,            como que escondidos em salas no fundo da agência. Em
esperamos ter oferecido emprésti-         Marília, no interior de São Paulo, Aguiar trouxe os funcioná-
mos a 80 mil famílias", diz Flory, o      rios para a frente do banco. Sua idéia era fazer com que os
presidente do banco. Segundo ele, a       gerentes estivessem acessíveis. Uma medida simples assim foi
instituição, que começa a funcionar       o estopim para transformar o Bradesco na instituição finan-
oficialmente em junho, vai liberar        ceira privada mais popular do Brasil. Meio século depois, a
valores que variam de R$ 300 a R$ 1,5     instituição decidiu reforçar sua presença junto a esse univer-
mil. Para pegar o dinheiro, o interes-    so. Para atrair os integrantes da classe D, reduziu a exigência
sado sequer precisa comprovar renda,      cadastral. "Eliminamos a comprovação de renda e o valor
um dos entraves que impedem a ban-        mínimo de depósito para os correntistas", diz Odair Afonso
carização da classe D. Segundo o estu-    Rebelato, diretor-executivo do Bradesco e responsável pela
do da Data Popular, que fez também        área de contas populares da instituição. Segundo o executivo,
uma mapeamento completo desse             o banco também lançou um pacote de tarifas mais em conta.
público (leia quadros ao longo desta         Afinal, esse cliente dá lucro? Rebelato diz que sim. De um
reportagem), 51% dos brasileiros da       total de 21 milhões de clientes do Bradesco, 37% são da classe
classe D trabalham na informalidade.      D. É esse grupo que alavanca alguns produtos como a carteira
Eles não têm holerite, mas às vezes       de empréstimo pessoal, feito diretamente no caixa eletrônico.
ESPECIAL

       Hoje existem 5,5 milhões de correntistas com
       empréstimos de até R$ 500. "Os bancos que não
       apostarem na classe D vão ficar de fora do segmen-
       to que deve puxar o crescimento do País nos próxi-
       mos anos", aposta o executivo. O Bradesco está disposto
       mesmo a não perder essa corrida. Em junho passado, com-
       prou, por R$ 1,4 bilhão, o banco Ibi, que opera a carteira de
       produtos financeiros de 15 redes varejistas como a C&A e o
       Makro Atacadista. A aquisição do Ibi permitiu ao Bradesco o
       acesso a uma carteira composta de 22 milhões de clientes, dos
       quais 70% têm renda de um salário-mínimo. Boa parte deles
       jamais teve conta em banco ou uma poupança. Mas nem por
       isso podem ser vistos como alijados do sistema financeiro. "Os
       clientes, mesmo em comunidades periféricas como
       Heliópolis, em São Paulo, e Rocinha, no Rio de Janeiro, exi-
       gem serviços similares aos dos clientes abonados", diz.
          Um dos dados mais interessantes revelados pelo estudo
       da Data Popular diz respeito à importância que a autoesti-
       ma tem para as pessoas que fazem parte da classe D. Ela
       quer receber no banco o mesmo tratamento que seu cole-
       ga mais rico recebe num bairro nobre. Ê por isso também
       que ela gasta às vezes até mais do que pode — e do que
       precisa — para adquirir produtos caros e exibi-los aos fami-
       liares, aos vizinhos, aos colegas de trabalho. Se para a clas-
                                               se média ter uma
                                               televisão de plasma
                                               é algo banal, para
                                               quem está mais
                                               embaixo na pirâmide
                                               significa um sinal
                                               claro de ascensão
                                               social. Moradora do
                                               Jardim São Luís,
                                               região carente da
                                               zona sul de São Paulo,
                                               a cabeleireira Altina
                                               Cristina dos Santos,
       de 35 anos, viu seu padrão de vida subir na medida em que        de R$ 12 mil, contrariando uma prática
       crescia a renda média e a vaidade da vizinhança. Depois de ter   comum entre as pessoas de baixa renda.
       largado o emprego de auxiliar de escritório para cuidar dos      Altina dá preferência às lojas que
       filhos - são quatro com idade entre 7 e 19 anos - ela fez um     cobram o mesmo valor à vista e a prazo.
       curso de cabeleireira e montou um pequeno salão em um dos        "A taxa de juros é muito elevada e a
       cômodos da casa. E com o rendimento médio mensal de R$           gente acaba pagando duas mercadorias
       600 que ela banca os sonhos da família. O dinheiro do marido,    para levar uma", justifica. Mais que o
       José Salvador, é reservado para as contas do mês e a alimenta-   preço, o que determina a escolha da
       ção. A lista de desejos atendidos inclui uma tevê de plasma de   marca é a qualidade, aferida por meio da
       52 polegadas e um computador, recém-adquirido para a filha       indicação de vizinhos ou pelo porte do
       Jenifer, de 14 anos. Para fazer render o orçamento, Altina       fabricante. Isso lhe dá a sensação de
       exerce um controle espartano sobre os gastos. Não empresta       que, em caso de problemas, não haverá
       nenhum de seus três cartões de crédito, um deles com limite      dificuldade para achar uma assistência
técnica ou trocar o produto.
   Os dados confirmam a
força consumidora da Classe
D e seu desejo de comprar todo
tipo de produto, desde itens frugais
como sucos prontos, detergentes líqui-
dos, cremes para cabelo e amaciantes de
roupas, até artigos sofisticados, como
telefone celular, computador e automó-
vel. Os números impressionam. A classe
D vai responder por 33% de todos os
computadores que serão vendidos no         as crianças em casa, além de ajudar nas tarefas estudantis.
Brasil em 2010. Há uma lógica na busca        Disposta a surfar neste fenômeno, a Positivo Informática
obsessiva por esse artigo. Segundo o       lançou uma linha de computadores populares, hoje vendidos
estudo, os integrantes da classe D fazem   por R$ 799, incluindo o monitor. Só que as vendas decepcio-
planos de longo prazo e valorizam enor-    naram. "Pensávamos que este seria o carro-chefe da marca,
memente a educação.. "A maioria dessas     mas não foi isso que aconteceu", conta Hélio Rotenberg, pre-
famílias é chefiada por mulheres e elas    sidente do Grupo Positivo. O executivo encomendou uma
entendem que mandar o filho para a         série de pesquisas para entender o fenômeno. "Esse consumi-
faculdade funciona como um atalho          dor busca o equipamento mais sofisticado que a sua renda
para ampliar a renda", diz Meirelles, da   pode comprar. Ele não quer ser identificado como alguém que
Data Popular. Daí o grande interesse       compra coisa de pobre." O raciocínio também explica, entre
pelo computador. O equipamento é visto     outras coisas, por que a cabeleireira Altina comprou uma tevê
como um instrumento capaz de manter        de 52 polegadas e não uma de 42 polegadas, o modelo mais
vendido do mercado. Para ampliar a participação na
faixa baixa da pirâmide social, o Positivo reformu-
lou sua estratégia com duas novas linhas de produ-
tos: o PC Família e o PC TV. Máquinas cheias de
recursos e design bonito, mas com tutoriais que ensi-
nam o passo-a-passo do mundo da informática (como abrir
uma conta de email, por exemplo). O PC TV tem inclusive
placa de captura de vídeo. "Ele funciona como a segunda tevê
da família", destaca Rotenberg. Lançar um computador mais
sofisticado destinado à baixa renda foi uma decisão acertada.
Essas linhas, cujo preço gira em torno de R$ 1,2 mil, já res-
ponde por metade das vendas de PCs da marca.
   A emergente classe D tem alterado a estratégia das empre-
sas. Após a privatização, em meados da década de 1990, todas
as operadoras de telefonia focaram as atenções nos clientes
abonados. Saciado o apetite desse pelotão, que deixou de
crescer no ritmo desejado, o jeito foi buscar as outras faixas
da pirâmide. A direção da TIM diz que acertou em cheio com
a venda de um chip prê-pago que garante ligações para
outros clientes da empresa por R$ 0,25, sem limite de
tempo. Cada recarga custa a partir de R$ 1. "Esse público
tem fome de usar o celular e gosta de falar por tempo ilimi-
tado, mas detesta ter surpresas na hora de pagar a conta",
afirma Roger Sole, diretor de marketing de consumidores
da TIM. O produto já se tornou um caso de sucesso dentro
da companhia. Em seis meses foram comercializados 21
milhões de chips com esse perfil de tarifa, sendo 11 milhões
prê-pagos. Essa iniciativa revela que para ser competitivo
nessa camada de renda é preciso ter preço e escala de produ-
ção. Segundo Fábio Bruggioni, diretor-executivo da
Telefônica, a empresa fez uma ampla
pesquisa sobre os hábitos de consumo
dos integrantes da classe D que culmi-
nou na criação de pacotes que oferecem
algum tipo de controle ao consumidor:
preço fixo ou senha para ligações de
longa distância e para celular. Hoje,
cerca de 30% dos 11,2 milhões de clientes
da operadora dispõe de serviços com
algum tipo de controle "Com isso, os
clientes podem se planejar melhor", afir-
ma Bruggioni. O mesmo era feito na
Internet. Até o final deste mês começa a
funcionar a Banda Larga Popular. A assi-
natura mensal custará R$ 29,80, quase
metade do menor valor cobrado pelo
serviço convencional do Speedy.
   Na escalada social dos emergentes,
nada é tão importante quanto a educa-
ção. Segundo a pesquisa, os integrantes
da classe D já têm mais representantes               Que conselho o sr. daria para as empresas que desejam con-
nas escolas privadas de ensino funda-                quistar o consumidor da classe D?
mental que os do topo da pirâmide. Por               O grande desafio é traduzir de forma clara e objetiva as virtudes
isso mesmo, essa área tende a ser rentá-             de cada produto e serviço. Levara vantagem as empresas que
vel para empresas que apostarem nesse                souberem criar um canal de comunicação com viés educativo,
filão, como fez a paulistana Eurodata. A             ajudando esses consumidores a se inserir neste novo universo
escola, que mantém cursos de inglês e de             de produtos e serviços que até então ele não tinha acesso.
informática, nasceu em 1995, mas desco-
briu uma forma de ganhar dinheiro de                 Tem algum segredo para tornar a comunicação mais eficiente?
forma mais veloz a partir de 2005, quan-             Sem dúvida. Além da clareza, é preciso destacar que esse con-
do direcionou o foco aos emergentes.                 sumidor gosta de cores fortes e valoriza os símbolos da cultura
Seu segredo: preço competitivo e locali-             popular. Quem gosta de minimalismo é rico.
zação estratégica das filiais, em áreas
centrais das capitais e bairros periféricos          O que motiva esse consumidor a optar por determinado pro-
de grande densidade populacional. O                  duto ou serviço?
alvo são os jovens de baixa renda que                Eles são fiéis às marcas que conseguem se mostrar competitivas
esperam dar um salto na vida profissio-              em termos de custo e que têm uma boa qualidade. Afinal, seu ren-
nal mesmo sem cursar uma universida-                 dimento médio ainda é baixo e não deixa margem para erros.
de. Atualmente, a rede possui 250 mil
alunos - o dobro em relação a 2005. Na               Quais setores deverão ser beneficiados neste ano pelo cresci-
Eurodata, a mensalidade custa a partir               mento do consumo da classe D?
de R$ 110, incluindo o material didático.            Eu aposto naqueles que abrem as portas ã ascensão social:
No curso superior também existem                     informática, educação e produtos de beleza.
opções acessíveis. Na Universidade Nove
de Julho (Uninove), de São Paulo, é pos-             No estudo elaborado pela Data Popular para a DINHEIRO, o
sível graduar-se como tecnólogo pagan-               que mais chamou a atenção?
do R$ 149 por mês. Nunca foi tão barato              Foi o fato de a classe D ser a que mais se apropria dos ganhos
ter diploma universitário.                           gerados pelo crescimento do PIB e do aumento do salário mínimo.
                                                     E isso explica por que esse contingente é mais otimista em rela-
                                                     ção ao futuro que os demais integrantes da pirâmide social.
                                              Fonte: Istoé Dinheiro, São Paulo, ano 13, n. 647, p. 36-43, 3 mar. 2010.

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Descubra a classe D

  • 1.
  • 2. R epare na primeira foto que ilustra esta reportagem. O sujeito de calça jeans que aparece ao lado de urna pichação é Henrique Flory, presidente de um banco que nos próximos meses abrirá suas por- tas no Brasil. O executivo está no Itaim Paulista, bairro localizado no extremo leste de São Paulo - é a periferia da cidade. Ele não foi ao Itaim por acaso. Flory está atrás de negócios. Em vez de percorrer as regiões nobres da capital paulista, ele prefere as zonas afastadas. Sua empresa, o Grameen Bank, quer atrair a clientela que não está acostumada a entrar numa agência tradicional. Fundado pelo ben- galês Muhammad Yunus, prêmio Nobel da Paz por ter criado o chamado "banco dos pobres", o Grameen está de olho na camada da população clas- sificada pelos especialistas como classe D. Um con- tingente formado por 64 milhões de brasileiros que têm renda mensal familiar entre um e três salários mínimos. Até aí, nenhuma novidade. O que surpre- ende - e que era desconhecido até agora - é o volu- me de dinheiro que esse universo dispõe para con- sumir bens e serviços. Segundo um estudo feito com
  • 3. exclusividade para a DINHEIRO pela consultoria Data Popular, especializa- da no mercado de baixa renda, em 2010 os integrantes da classe D vão gastar R$ 381,2 bilhões. É dinheiro grosso, que representa mais do que o valor dis- ponível para o consumo na classe A (R$ 216,1 bilhões) e na classe B (R$ 329,5 bilhões). A conta é simples. Como são em maior número, os membros da clas- se D geram maior escala financeira. Com o aumento da oferta de crédito, essa turma, que até pouco tempo atrás vivia à margem do sedutor mundo do consumo, finalmente foi às compras. Muitas empresas ainda não colocaram esse contingente em seu radar porque estavam focadas na classe C. Mas quem quiser apostar no futuro tem de se apressar e seguir os passos daqueles que já descobriram a classe D. O fenômeno da classe D é resulta- do de uma impressionante transfor- mação social do País. Nos últimos anos, mais de 19 milhões de brasilei- ros deixaram a linha da pobreza para ingressar na nova classe emergente. "São pessoas ansiosas por fazer têm mais dinheiro do que os colegas com carteira assinada. parte do mercado de consumo", diz O primeiro banco privado a descobrir as classes menos Renato Meirelles, que coordenou o abastadas foi o Bradesco. Nos anos 50, Amador Aguiar, um de trabalho da Data Popular (leia entre- seus fundadores, tomou uma decisão ousada. Naquela época, vista à pág. 43). Para comprar bens, apenas os "bacanas", como eram chamadas as pessoas com elas precisam de crédito. E aí que o dinheiro, tinham acesso aos gerentes de banco, que ficavam Gremeen Bank entra. "Até 2010, como que escondidos em salas no fundo da agência. Em esperamos ter oferecido emprésti- Marília, no interior de São Paulo, Aguiar trouxe os funcioná- mos a 80 mil famílias", diz Flory, o rios para a frente do banco. Sua idéia era fazer com que os presidente do banco. Segundo ele, a gerentes estivessem acessíveis. Uma medida simples assim foi instituição, que começa a funcionar o estopim para transformar o Bradesco na instituição finan- oficialmente em junho, vai liberar ceira privada mais popular do Brasil. Meio século depois, a valores que variam de R$ 300 a R$ 1,5 instituição decidiu reforçar sua presença junto a esse univer- mil. Para pegar o dinheiro, o interes- so. Para atrair os integrantes da classe D, reduziu a exigência sado sequer precisa comprovar renda, cadastral. "Eliminamos a comprovação de renda e o valor um dos entraves que impedem a ban- mínimo de depósito para os correntistas", diz Odair Afonso carização da classe D. Segundo o estu- Rebelato, diretor-executivo do Bradesco e responsável pela do da Data Popular, que fez também área de contas populares da instituição. Segundo o executivo, uma mapeamento completo desse o banco também lançou um pacote de tarifas mais em conta. público (leia quadros ao longo desta Afinal, esse cliente dá lucro? Rebelato diz que sim. De um reportagem), 51% dos brasileiros da total de 21 milhões de clientes do Bradesco, 37% são da classe classe D trabalham na informalidade. D. É esse grupo que alavanca alguns produtos como a carteira Eles não têm holerite, mas às vezes de empréstimo pessoal, feito diretamente no caixa eletrônico.
  • 4. ESPECIAL Hoje existem 5,5 milhões de correntistas com empréstimos de até R$ 500. "Os bancos que não apostarem na classe D vão ficar de fora do segmen- to que deve puxar o crescimento do País nos próxi- mos anos", aposta o executivo. O Bradesco está disposto mesmo a não perder essa corrida. Em junho passado, com- prou, por R$ 1,4 bilhão, o banco Ibi, que opera a carteira de produtos financeiros de 15 redes varejistas como a C&A e o Makro Atacadista. A aquisição do Ibi permitiu ao Bradesco o acesso a uma carteira composta de 22 milhões de clientes, dos quais 70% têm renda de um salário-mínimo. Boa parte deles jamais teve conta em banco ou uma poupança. Mas nem por isso podem ser vistos como alijados do sistema financeiro. "Os clientes, mesmo em comunidades periféricas como Heliópolis, em São Paulo, e Rocinha, no Rio de Janeiro, exi- gem serviços similares aos dos clientes abonados", diz. Um dos dados mais interessantes revelados pelo estudo da Data Popular diz respeito à importância que a autoesti- ma tem para as pessoas que fazem parte da classe D. Ela quer receber no banco o mesmo tratamento que seu cole- ga mais rico recebe num bairro nobre. Ê por isso também que ela gasta às vezes até mais do que pode — e do que precisa — para adquirir produtos caros e exibi-los aos fami- liares, aos vizinhos, aos colegas de trabalho. Se para a clas- se média ter uma televisão de plasma é algo banal, para quem está mais embaixo na pirâmide significa um sinal claro de ascensão social. Moradora do Jardim São Luís, região carente da zona sul de São Paulo, a cabeleireira Altina Cristina dos Santos, de 35 anos, viu seu padrão de vida subir na medida em que de R$ 12 mil, contrariando uma prática crescia a renda média e a vaidade da vizinhança. Depois de ter comum entre as pessoas de baixa renda. largado o emprego de auxiliar de escritório para cuidar dos Altina dá preferência às lojas que filhos - são quatro com idade entre 7 e 19 anos - ela fez um cobram o mesmo valor à vista e a prazo. curso de cabeleireira e montou um pequeno salão em um dos "A taxa de juros é muito elevada e a cômodos da casa. E com o rendimento médio mensal de R$ gente acaba pagando duas mercadorias 600 que ela banca os sonhos da família. O dinheiro do marido, para levar uma", justifica. Mais que o José Salvador, é reservado para as contas do mês e a alimenta- preço, o que determina a escolha da ção. A lista de desejos atendidos inclui uma tevê de plasma de marca é a qualidade, aferida por meio da 52 polegadas e um computador, recém-adquirido para a filha indicação de vizinhos ou pelo porte do Jenifer, de 14 anos. Para fazer render o orçamento, Altina fabricante. Isso lhe dá a sensação de exerce um controle espartano sobre os gastos. Não empresta que, em caso de problemas, não haverá nenhum de seus três cartões de crédito, um deles com limite dificuldade para achar uma assistência
  • 5. técnica ou trocar o produto. Os dados confirmam a força consumidora da Classe D e seu desejo de comprar todo tipo de produto, desde itens frugais como sucos prontos, detergentes líqui- dos, cremes para cabelo e amaciantes de roupas, até artigos sofisticados, como telefone celular, computador e automó- vel. Os números impressionam. A classe D vai responder por 33% de todos os computadores que serão vendidos no as crianças em casa, além de ajudar nas tarefas estudantis. Brasil em 2010. Há uma lógica na busca Disposta a surfar neste fenômeno, a Positivo Informática obsessiva por esse artigo. Segundo o lançou uma linha de computadores populares, hoje vendidos estudo, os integrantes da classe D fazem por R$ 799, incluindo o monitor. Só que as vendas decepcio- planos de longo prazo e valorizam enor- naram. "Pensávamos que este seria o carro-chefe da marca, memente a educação.. "A maioria dessas mas não foi isso que aconteceu", conta Hélio Rotenberg, pre- famílias é chefiada por mulheres e elas sidente do Grupo Positivo. O executivo encomendou uma entendem que mandar o filho para a série de pesquisas para entender o fenômeno. "Esse consumi- faculdade funciona como um atalho dor busca o equipamento mais sofisticado que a sua renda para ampliar a renda", diz Meirelles, da pode comprar. Ele não quer ser identificado como alguém que Data Popular. Daí o grande interesse compra coisa de pobre." O raciocínio também explica, entre pelo computador. O equipamento é visto outras coisas, por que a cabeleireira Altina comprou uma tevê como um instrumento capaz de manter de 52 polegadas e não uma de 42 polegadas, o modelo mais
  • 6. vendido do mercado. Para ampliar a participação na faixa baixa da pirâmide social, o Positivo reformu- lou sua estratégia com duas novas linhas de produ- tos: o PC Família e o PC TV. Máquinas cheias de recursos e design bonito, mas com tutoriais que ensi- nam o passo-a-passo do mundo da informática (como abrir uma conta de email, por exemplo). O PC TV tem inclusive placa de captura de vídeo. "Ele funciona como a segunda tevê da família", destaca Rotenberg. Lançar um computador mais sofisticado destinado à baixa renda foi uma decisão acertada. Essas linhas, cujo preço gira em torno de R$ 1,2 mil, já res- ponde por metade das vendas de PCs da marca. A emergente classe D tem alterado a estratégia das empre- sas. Após a privatização, em meados da década de 1990, todas as operadoras de telefonia focaram as atenções nos clientes abonados. Saciado o apetite desse pelotão, que deixou de crescer no ritmo desejado, o jeito foi buscar as outras faixas da pirâmide. A direção da TIM diz que acertou em cheio com a venda de um chip prê-pago que garante ligações para outros clientes da empresa por R$ 0,25, sem limite de tempo. Cada recarga custa a partir de R$ 1. "Esse público tem fome de usar o celular e gosta de falar por tempo ilimi- tado, mas detesta ter surpresas na hora de pagar a conta", afirma Roger Sole, diretor de marketing de consumidores da TIM. O produto já se tornou um caso de sucesso dentro da companhia. Em seis meses foram comercializados 21 milhões de chips com esse perfil de tarifa, sendo 11 milhões prê-pagos. Essa iniciativa revela que para ser competitivo nessa camada de renda é preciso ter preço e escala de produ- ção. Segundo Fábio Bruggioni, diretor-executivo da
  • 7. Telefônica, a empresa fez uma ampla pesquisa sobre os hábitos de consumo dos integrantes da classe D que culmi- nou na criação de pacotes que oferecem algum tipo de controle ao consumidor: preço fixo ou senha para ligações de longa distância e para celular. Hoje, cerca de 30% dos 11,2 milhões de clientes da operadora dispõe de serviços com algum tipo de controle "Com isso, os clientes podem se planejar melhor", afir- ma Bruggioni. O mesmo era feito na Internet. Até o final deste mês começa a funcionar a Banda Larga Popular. A assi- natura mensal custará R$ 29,80, quase metade do menor valor cobrado pelo serviço convencional do Speedy. Na escalada social dos emergentes, nada é tão importante quanto a educa- ção. Segundo a pesquisa, os integrantes da classe D já têm mais representantes Que conselho o sr. daria para as empresas que desejam con- nas escolas privadas de ensino funda- quistar o consumidor da classe D? mental que os do topo da pirâmide. Por O grande desafio é traduzir de forma clara e objetiva as virtudes isso mesmo, essa área tende a ser rentá- de cada produto e serviço. Levara vantagem as empresas que vel para empresas que apostarem nesse souberem criar um canal de comunicação com viés educativo, filão, como fez a paulistana Eurodata. A ajudando esses consumidores a se inserir neste novo universo escola, que mantém cursos de inglês e de de produtos e serviços que até então ele não tinha acesso. informática, nasceu em 1995, mas desco- briu uma forma de ganhar dinheiro de Tem algum segredo para tornar a comunicação mais eficiente? forma mais veloz a partir de 2005, quan- Sem dúvida. Além da clareza, é preciso destacar que esse con- do direcionou o foco aos emergentes. sumidor gosta de cores fortes e valoriza os símbolos da cultura Seu segredo: preço competitivo e locali- popular. Quem gosta de minimalismo é rico. zação estratégica das filiais, em áreas centrais das capitais e bairros periféricos O que motiva esse consumidor a optar por determinado pro- de grande densidade populacional. O duto ou serviço? alvo são os jovens de baixa renda que Eles são fiéis às marcas que conseguem se mostrar competitivas esperam dar um salto na vida profissio- em termos de custo e que têm uma boa qualidade. Afinal, seu ren- nal mesmo sem cursar uma universida- dimento médio ainda é baixo e não deixa margem para erros. de. Atualmente, a rede possui 250 mil alunos - o dobro em relação a 2005. Na Quais setores deverão ser beneficiados neste ano pelo cresci- Eurodata, a mensalidade custa a partir mento do consumo da classe D? de R$ 110, incluindo o material didático. Eu aposto naqueles que abrem as portas ã ascensão social: No curso superior também existem informática, educação e produtos de beleza. opções acessíveis. Na Universidade Nove de Julho (Uninove), de São Paulo, é pos- No estudo elaborado pela Data Popular para a DINHEIRO, o sível graduar-se como tecnólogo pagan- que mais chamou a atenção? do R$ 149 por mês. Nunca foi tão barato Foi o fato de a classe D ser a que mais se apropria dos ganhos ter diploma universitário. gerados pelo crescimento do PIB e do aumento do salário mínimo. E isso explica por que esse contingente é mais otimista em rela- ção ao futuro que os demais integrantes da pirâmide social. Fonte: Istoé Dinheiro, São Paulo, ano 13, n. 647, p. 36-43, 3 mar. 2010.