Fernão Capelo Gaivota é uma gaivota que gosta de voar e aprender coisas novas, diferentemente das outras gaivotas. Ele quer explorar o céu, aprender sobre as estrelas e viver livre de limitações. Apesar de ser diferente, Fernão quer ensinar as outras gaivotas a voarem e aprenderem também. No final, ele percebe a importância de estar com o seu bando.
4. Na superfície do azul brilhante do céu, tentando a custo manter as asas numa dolorosa curva,
Fernão Capelo Gaivota levanta o bico a trinta metros de altura.
E voa.
5. Voar é muito importante, tão ou mais importante
que viver, que comer, pelo menos para Fernão,
uma gaivota que pensa e sente o sabor do infinito.
6. E verdade, que é caro pensar diferentemente do
resto do bando, passar dias inteiros só voando, só
aprendendo a voar, longe do comum dos mortais,
estes que se contentam com o que são, na pobreza
das limitações.
7. Para Fernão é diferente, evoluir é necessário, a
vida é o desconhecido e o desconhecível. Afinal
uma gaivota que se preza tem de viver o brilho
das estrelas, analisar de perto o paraíso, respirar
ares mais leves e mais afáveis.
8. Viver é conquistar, não limitar o ilimitável.
Sempre haverá o que aprender. Sempre.
9. Olhar de frente, alcançar a perfeição, gostar
muito, muitíssimo, do que se faz, eis o segredo de
Fernão Capelo Gaivota.
Só porque existem gaivotas que não pensam com
os mesmos pensamentos, que não raciocinam com
o mesmo raciocínio, não é problema para Fernão.
10. Mesmo sendo apenas um entre um milhão, mesmo
tendo de percorrer um caminho quase infinito,
Fernão sabe, é intuito, de que na vida há algo mais
do que comer, ter posição importante, ser amado
ou criticado: viver é lutar.
Uma, cem, mil vidas, dez mil!
11. Até chegar à perfeição, à vitória da eterna
aprendizagem, porque nenhum número é
limite. A ninguém é permitido deixar de
aprender, e para nada além de "vontade" e
de "amor" haverá significação sincera.
12. Passa o tempo, passam os lugares, passam ou não passam os semelhantes, Fernão Capelo vai em
frente, voa, aprende, treina, paira sobre o comum do comum viver.
O destino é o infinito, o caminho é nas alturas! Tudo espontâneo, natural, pois quem se ilumina
cumpre a missão da luz, que vale para si e para todas as criaturas.
13. A grande maravilha do amor é o seu profundo
contágio. O que vale para Fernão valerá para
todas as gaivotas. O sentimento é o santuário, e a
sua paz reflete e flui incessante. A fé testemunhada
no esforço evolutivo é a bênção de dádivas de
amor.
14. Ela aclara e edifica e melhorando-se, melhora os
que Ihe percebem a trajetória.
15. Interessante, mesmo para uma gaivota voadora!
Quanto mais Fernão treinava os seus exercícios de bondade, quanto mais trabalhava para
compreender a natureza do amor, mais desejava regressar à terra, estar entre os seus, ser rodeado
pelos do seu bando, por aqueles que não vêem nem a ponta das próprias asas!
O que vale é mostrar-lhes o paraíso!
16. Um depois do outro, muitos, todos, um dia chegarão a voar. Todos voarão porque voar é muito
bom. Francisco Coutinho Gaivota, Martinho Gaivota, velhos hoje, novos amanhã, não importa, o
que vale é caminhar para o infinito, iluminar-se com a luz que ilumina a própria luz!
17. “Excelente experiência a leitura do livro "FERNÃO CAPELO GAIVOTA", leitura de letras e
leitura de imagens, pois volume mais ilustrado não há.
18. Enquanto eu lia e voava com Fernão, enquanto eu sentia o friozinho das alturas e a transparência
de infinitude dos espaços, lembro-me porque os chineses colocam os homens tão pequenos em suas
pinturas, principalmente nos panoramas. É que é preciso limitar o seu valor diante da natureza,
fazê-lo ver a sua pequenez no pano de fundo da vida.
19. Subir uma montanha, ou voar, limpa o humano peito de uma
multidão de ambições tolas e desnecessárias. Sentindo-se pequeno,
tornar-se-á grande, na grandeza da humildade. . .”