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O processo de alfabetização
• Atualmente nossa rede de ensino se
constitui com um 2º ano com uma
realidade específica: quase METADE da sala
está no nível alfabético.
Ano Bimestre Alfabetizado Não
alfabetizado
2013
1º Bim 58% 42%
4º Bim 88% 12%
2014
1º Bim 52% 48%
4º Bim 87% 13%
2015 Fevereiro 43% 57%
• E o 3º ano? A média é de 20% não
alfabetizado;
• Temos um impasse:
como encaminhar o processo de apropriação
da escrita e da leitura quando a sala tem essa
configuração?
• Como deve ocorrer o processo de
alfabetização?
• Qual encaminhamento metodológico
deveria ser levando em consideração?
• Quais atividades propor?
• O que é estar alfabetizado?
• O que é estar alfabético?
• A apropriação da escrita e da leitura passou
a ser responsabilidade da escola no séc XX,
pois era dessa forma que se tinha acesso ao
mundo da cultura;
• Segundo Mortatti (2006), essa incumbência
vem sendo questionada nas duas últimas
décadas, visto que a escola não tem
conseguido efetivar e consolidar tal
processo;
• Dado o fracasso da alfabetização, muitos
segmentos se mobilizam na busca de soluções:
administradores públicos, políticos, estudiosos,
intelectuais de várias áreas, educadores,
professores;
• Nesse cenário entra a discussão e “disputa” entre
os métodos: afinal qual é o melhor?
• A alfabetização passa a ser tratada pelas políticas
públicas implantas e o processo de apropriação
“em especial a compreensão do processo de
aprendizagem da criança alfabetizanda, de
acordo com a psicogênese da língua escrita”
(MORTATTI, 2006, p. 4)
4 momentos
1º
Metodização do
ensino da leitura
2º
Institucionalização
do método
analítico
3º
A alfabetização
sob medida
4º
Alfabetização:
construtivismo e
desmetodização
1º: Metodização do ensino da leitura
Séc XIX
E a escrita?
• “Quanto à escrita, esta se restringia à
caligrafia e ortografia, e seu ensino, à cópia,
ditados e formação de frases, enfatizando-se
o desenho correto das letras” (p. 5);
• 1876 – 1ª cartilha;
• O ensino da leitura e da escrita é tratado
como uma “questão didática subordinada às
questões de ordem linguística (da época)” (p.
6)
2º: Institucionalização do método analítico
1890
Implantado no Estado de SP como modelo
obrigatório de ensino que considerava o “todo”
representado ora pela palavra, ora pela frase, ora
por historietas;
A leitura ainda é pensada em primeiro lugar, visto
que a escrita ainda consistia em ser ensinada
mediante uma questão de caligrafia e tipo de letra
a ser usada com exercícios de treino, ditado e
cópia;
A leitura e escrita passam a ser vista como uma
questão didática “subordinada às questões de
ordem psicológica da criança” (p. 8).
3º: A alfabetização sob medida: a busca por novas
propostas
MÉTODOS
Analítico
Analítico-
sintético e
vice-versa
Global
Sintético
• Relativização da importância do métodos
começa a ganhar força pelos testes ABC com
base “para verificação a maturidade necessária
ao aprendizado da leitura e escrita (1934),
escrito por M. B. Lourenço Filho” (p. 9);
• O método passa a ser visto como subordinado
ao nível de maturidade da criança. Entra nesse
cenário, o período preparatório com exercícios
motores e de coordenação;
• A escrita ainda é vista como uma questão
caligráfica e ortográfica;
• Esse período se estende até 1970.
4º Alfabetização: construtivismo e desmetodização
Déc de 80
Psicogênese da
língua escrita - vista
como uma
“revolução
conceitual”
Desmetodização da
alfabetização -
ilusório consenso de
que a aprendizagem
independe do ensino
Busca pela
tradicional marcha
sintética
Letramento e uma
disputa acirrada
entre construtivistas
e interacionistas.
• Os quatro momentos permitiram uma busca
pela solução de um velho problema. Em
todos eles “permanece a psicologia como
base teórica com função diretora no ensino
da leitura e da escrita” (p. 13);
• A alfabetização como processo discursivo
também não foge a regra, mas vai um pouco
mais além.
Alfabetização como processo
discursivo
Didática
Ensino
Aprendizagem
Criança
Linguagem
Processo multifacetado
A alfabetização como processo
discursivo
• Considera autores de base: Vigotski e
Bakhtin;
• Surge em meados da década de 80 –
interlocução com o campo da psicologia, da
educação e dos estudos da linguagem;
• Argumento central: natureza social do
desenvolvimento humano – “modos de agir,
pensar, falar, sentir das crianças vão se
constituindo e adquirindo sentido nas
relações sociais” (SMOLKA, 2014).
Alfabetização
Considera para a aprendizagem não apenas o aspecto
cognitivo, mas o aspecto discursivo, ou seja, a palavra,
a linguagem (oral ou escrita);
Consequências para o trabalho docente: ligação
intrínseca entre o ensino dado pelo professor e os
modos de aprender das crianças
“Imersa, portanto, em um mundo letrado, permeado
pela escrita, e participando de diversas formas dessa
prática social, a criança opera com e sobre a
linguagem e aprende (sobre) a escrita – suas
características, peculiaridades, funções e formas de
funcionamento – em diálogo com o outro e consigo
mesma” (SMOLKA, 2014)
• Perguntas norteadoras: para quem se escreve
o que se escreve, como e por quê?
• Papel do professor: é fundamental, pois não
se trata apenas de ensinar (no sentido de
transmitir a escrita – os nomes das letras, das
sílabas e suas junções), “mas de usar, fazer
funcionar a escrita como interação e
interlocução na sala de aula, experimentando
a linguagem nas suas várias possibilidades”
(SMOLKA, 1999, p. 45).
• A alfabetização implica a constituição de
sentido – para quem eu escrevo o que
escrevo e por quê?
• É necessário uma emergência da escritura
como prática discursiva, pois “enquanto
internaliza a “dialogia” falando com os
outros, a criança vai também elaborando a
escrita como forma de diálogo” (p.74);
• Atos de escrita e atos de leitura: momentos
contextualizados em que se considera o
registro do diálogo das crianças do que
pensam, sentem, gostam, enfim, que a escola
proporcione na figura do professor para a
criança oportunidade de relacionamento, de
interação, de modo que a apropriação da
escrita ocorra de maneira contextualizada por
meio uma aprendizagem permeada de
sentidos (ZANLORENSE; BATISTA, 2008).
Escrita
Linguagem que comunica, que
expressa, estabelece relações,
interage-se com o mundo.
Precisa ser permeada por um
sentido, um desejo.
Escola
“Proporcionar momentos que
construa no sujeito um
conceito adequado do uso da
escrita em sua vida” (p. 1427).
Professor
Interlocutor do conjunto de
práticas sociais que envolve a
escrita e a leitura.
Para além dos níveis de escrita
• A aquisição dos níveis de escrita precisa ser
subserviente ao processo de alfabetização;
• É preciso criar situações de escrita e de
leitura;
• Quais são as atividades na escola em que as
crianças estão escrevendo?
• Quais são as atividades de leitura na escola?
1. A importância dos aspectos formativos que o texto literário
traz;
2. A possibilidade de pensar um projeto a partir da temática
proposta pela leitura: coisa que criança gosta;
3. O trabalho com a leitura: descoberta ou questionamento,
estratégia de conexão texto-leitor;
4. O trabalho com a escrita: painel com desenhos e escrita
daquilo que as crianças gostam e não gostam (gênero – lista);
escrita da primeira parte do texto narrativo em texto lacunado
(gênero – narrativo);
5. Atividades com os caracteres: baú das palavras eleitas na
descoberta – trabalho monitoria
O que foi considerado ao se propor essa
leitura?
Palavras para o baú
1. Gostava e qualquer – aparecem repetidas vezes e isso permite o
reconhecimento das mesmas;
2. Biscoito – aparece na ilustração – possibilita o gancho entre a
forma gráfica e a icônica.
Menina
gostava
ela
gostando
agradar
dela
essa
gostou
passou
começou
Palavras que aparecem no texto
relativas à personagem menina
Qualquer coisa serve
__________________?
A menina gostava.
__________________?
Gostava .
_________________________?
Gostava também.
___________________?
Também gostava.
A menina gostava de qualquer coisa
boa e de qualquer coisa ruim.
ColetivoPossibilidades de manuseio da palavra
Bis
Boca
Dia de uva
Rata
Oito
Bar
Qualquer coisa serve
__________________?
O menino gostava.
__________________?
Gostava .
_________________________?
Gostava também.
___________________?
Também gostava.
O menino gostava de qualquer coisa
boa e de qualquer coisa ruim.
Individual ou dupla
1. Crianças com autonomia
fazem sozinhas, escrevem o que
querem e leem ao final para a
sala toda (não perdendo assim a
situação comunicativa da
escrita).
2. Crianças que ainda não
escrevem oferecer um
repertório de palavras a serem
organizadas a partir do conjunto
de seus respectivos caracteres.
Ou a criança diz o que quer
escrever e o professor oferece
os caracteres para ela montar.
Ao final o professor lê o que a
criança fez para a sala toda.
Proposta de produção
Elaboração de um painel que será exposto na sala
sobre o que cada um gosta e o que cada não gosta.
Situação de escrita:
1. Para quem se escreve? Para os amigos da sala.
2. O que se escreve? Sobre minhas preferências num
texto curto.
3. Como se escreve? Usando os caracteres e se não
sei, preciso de auxílio de alguém que possa me
ajudar. Preciso saber que se trata de um painel,
então pensar em qual tipo de material vou usar e
se terá ou não ilustração.
4. Por quê? Porque é muito bom ter a liberdade de
me fazer conhecer e de conhecer o outro.
Há tantos diálogos
Diálogo com o ser amado
o semelhante
o diferente
o indiferente
o oposto
o adversário
o surdo-mudo
o possesso
o irracional
o vegetal
o mineral
o inominado
Diálogo consigo mesmo
com a noite
os astros
os mortos
as ideias
o sonho
o passado
o mais que futuro
Escolhe teu diálogo
e
tua melhor palavra
ou
teu melhor silêncio.
Mesmo no silêncio e com o
silêncio dialogamos.
O constante diálogo
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Referências
• http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alf
_mortattihisttextalfbbr.pdf (Histórias dos métodos de
alfabetização no Brasil).
• http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/v
erbetes/alfabetizacao-como-processo-discursivo
(Alfabetização como processo discursivo).
• http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/a
nais/pdf/185_945.pdf (A alfabetização e a dinâmica
discursiva em sala de aula).
• SMOLKA, A. L. B. A criança na fase inicial da escrita. A
alfabetização como processo discursivo. Ed. Cortez.
1998, SP.

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O processo de alfabetização

  • 1. O processo de alfabetização
  • 2. • Atualmente nossa rede de ensino se constitui com um 2º ano com uma realidade específica: quase METADE da sala está no nível alfabético. Ano Bimestre Alfabetizado Não alfabetizado 2013 1º Bim 58% 42% 4º Bim 88% 12% 2014 1º Bim 52% 48% 4º Bim 87% 13% 2015 Fevereiro 43% 57%
  • 3. • E o 3º ano? A média é de 20% não alfabetizado; • Temos um impasse: como encaminhar o processo de apropriação da escrita e da leitura quando a sala tem essa configuração?
  • 4. • Como deve ocorrer o processo de alfabetização? • Qual encaminhamento metodológico deveria ser levando em consideração? • Quais atividades propor? • O que é estar alfabetizado? • O que é estar alfabético?
  • 5. • A apropriação da escrita e da leitura passou a ser responsabilidade da escola no séc XX, pois era dessa forma que se tinha acesso ao mundo da cultura; • Segundo Mortatti (2006), essa incumbência vem sendo questionada nas duas últimas décadas, visto que a escola não tem conseguido efetivar e consolidar tal processo;
  • 6. • Dado o fracasso da alfabetização, muitos segmentos se mobilizam na busca de soluções: administradores públicos, políticos, estudiosos, intelectuais de várias áreas, educadores, professores; • Nesse cenário entra a discussão e “disputa” entre os métodos: afinal qual é o melhor? • A alfabetização passa a ser tratada pelas políticas públicas implantas e o processo de apropriação “em especial a compreensão do processo de aprendizagem da criança alfabetizanda, de acordo com a psicogênese da língua escrita” (MORTATTI, 2006, p. 4)
  • 7. 4 momentos 1º Metodização do ensino da leitura 2º Institucionalização do método analítico 3º A alfabetização sob medida 4º Alfabetização: construtivismo e desmetodização
  • 8. 1º: Metodização do ensino da leitura Séc XIX
  • 9. E a escrita? • “Quanto à escrita, esta se restringia à caligrafia e ortografia, e seu ensino, à cópia, ditados e formação de frases, enfatizando-se o desenho correto das letras” (p. 5); • 1876 – 1ª cartilha; • O ensino da leitura e da escrita é tratado como uma “questão didática subordinada às questões de ordem linguística (da época)” (p. 6)
  • 10. 2º: Institucionalização do método analítico 1890 Implantado no Estado de SP como modelo obrigatório de ensino que considerava o “todo” representado ora pela palavra, ora pela frase, ora por historietas; A leitura ainda é pensada em primeiro lugar, visto que a escrita ainda consistia em ser ensinada mediante uma questão de caligrafia e tipo de letra a ser usada com exercícios de treino, ditado e cópia; A leitura e escrita passam a ser vista como uma questão didática “subordinada às questões de ordem psicológica da criança” (p. 8).
  • 11. 3º: A alfabetização sob medida: a busca por novas propostas MÉTODOS Analítico Analítico- sintético e vice-versa Global Sintético
  • 12. • Relativização da importância do métodos começa a ganhar força pelos testes ABC com base “para verificação a maturidade necessária ao aprendizado da leitura e escrita (1934), escrito por M. B. Lourenço Filho” (p. 9); • O método passa a ser visto como subordinado ao nível de maturidade da criança. Entra nesse cenário, o período preparatório com exercícios motores e de coordenação; • A escrita ainda é vista como uma questão caligráfica e ortográfica; • Esse período se estende até 1970.
  • 13. 4º Alfabetização: construtivismo e desmetodização Déc de 80 Psicogênese da língua escrita - vista como uma “revolução conceitual” Desmetodização da alfabetização - ilusório consenso de que a aprendizagem independe do ensino Busca pela tradicional marcha sintética Letramento e uma disputa acirrada entre construtivistas e interacionistas.
  • 14. • Os quatro momentos permitiram uma busca pela solução de um velho problema. Em todos eles “permanece a psicologia como base teórica com função diretora no ensino da leitura e da escrita” (p. 13); • A alfabetização como processo discursivo também não foge a regra, mas vai um pouco mais além.
  • 15.
  • 17. A alfabetização como processo discursivo • Considera autores de base: Vigotski e Bakhtin; • Surge em meados da década de 80 – interlocução com o campo da psicologia, da educação e dos estudos da linguagem; • Argumento central: natureza social do desenvolvimento humano – “modos de agir, pensar, falar, sentir das crianças vão se constituindo e adquirindo sentido nas relações sociais” (SMOLKA, 2014).
  • 18. Alfabetização Considera para a aprendizagem não apenas o aspecto cognitivo, mas o aspecto discursivo, ou seja, a palavra, a linguagem (oral ou escrita); Consequências para o trabalho docente: ligação intrínseca entre o ensino dado pelo professor e os modos de aprender das crianças “Imersa, portanto, em um mundo letrado, permeado pela escrita, e participando de diversas formas dessa prática social, a criança opera com e sobre a linguagem e aprende (sobre) a escrita – suas características, peculiaridades, funções e formas de funcionamento – em diálogo com o outro e consigo mesma” (SMOLKA, 2014)
  • 19. • Perguntas norteadoras: para quem se escreve o que se escreve, como e por quê? • Papel do professor: é fundamental, pois não se trata apenas de ensinar (no sentido de transmitir a escrita – os nomes das letras, das sílabas e suas junções), “mas de usar, fazer funcionar a escrita como interação e interlocução na sala de aula, experimentando a linguagem nas suas várias possibilidades” (SMOLKA, 1999, p. 45).
  • 20. • A alfabetização implica a constituição de sentido – para quem eu escrevo o que escrevo e por quê? • É necessário uma emergência da escritura como prática discursiva, pois “enquanto internaliza a “dialogia” falando com os outros, a criança vai também elaborando a escrita como forma de diálogo” (p.74);
  • 21. • Atos de escrita e atos de leitura: momentos contextualizados em que se considera o registro do diálogo das crianças do que pensam, sentem, gostam, enfim, que a escola proporcione na figura do professor para a criança oportunidade de relacionamento, de interação, de modo que a apropriação da escrita ocorra de maneira contextualizada por meio uma aprendizagem permeada de sentidos (ZANLORENSE; BATISTA, 2008).
  • 22. Escrita Linguagem que comunica, que expressa, estabelece relações, interage-se com o mundo. Precisa ser permeada por um sentido, um desejo. Escola “Proporcionar momentos que construa no sujeito um conceito adequado do uso da escrita em sua vida” (p. 1427). Professor Interlocutor do conjunto de práticas sociais que envolve a escrita e a leitura.
  • 23. Para além dos níveis de escrita • A aquisição dos níveis de escrita precisa ser subserviente ao processo de alfabetização; • É preciso criar situações de escrita e de leitura; • Quais são as atividades na escola em que as crianças estão escrevendo? • Quais são as atividades de leitura na escola?
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  • 29. 1. A importância dos aspectos formativos que o texto literário traz; 2. A possibilidade de pensar um projeto a partir da temática proposta pela leitura: coisa que criança gosta; 3. O trabalho com a leitura: descoberta ou questionamento, estratégia de conexão texto-leitor; 4. O trabalho com a escrita: painel com desenhos e escrita daquilo que as crianças gostam e não gostam (gênero – lista); escrita da primeira parte do texto narrativo em texto lacunado (gênero – narrativo); 5. Atividades com os caracteres: baú das palavras eleitas na descoberta – trabalho monitoria O que foi considerado ao se propor essa leitura?
  • 30. Palavras para o baú 1. Gostava e qualquer – aparecem repetidas vezes e isso permite o reconhecimento das mesmas; 2. Biscoito – aparece na ilustração – possibilita o gancho entre a forma gráfica e a icônica.
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  • 37. Qualquer coisa serve __________________? A menina gostava. __________________? Gostava . _________________________? Gostava também. ___________________? Também gostava. A menina gostava de qualquer coisa boa e de qualquer coisa ruim. ColetivoPossibilidades de manuseio da palavra Bis Boca Dia de uva Rata Oito Bar
  • 38. Qualquer coisa serve __________________? O menino gostava. __________________? Gostava . _________________________? Gostava também. ___________________? Também gostava. O menino gostava de qualquer coisa boa e de qualquer coisa ruim. Individual ou dupla 1. Crianças com autonomia fazem sozinhas, escrevem o que querem e leem ao final para a sala toda (não perdendo assim a situação comunicativa da escrita). 2. Crianças que ainda não escrevem oferecer um repertório de palavras a serem organizadas a partir do conjunto de seus respectivos caracteres. Ou a criança diz o que quer escrever e o professor oferece os caracteres para ela montar. Ao final o professor lê o que a criança fez para a sala toda.
  • 39. Proposta de produção Elaboração de um painel que será exposto na sala sobre o que cada um gosta e o que cada não gosta. Situação de escrita: 1. Para quem se escreve? Para os amigos da sala. 2. O que se escreve? Sobre minhas preferências num texto curto. 3. Como se escreve? Usando os caracteres e se não sei, preciso de auxílio de alguém que possa me ajudar. Preciso saber que se trata de um painel, então pensar em qual tipo de material vou usar e se terá ou não ilustração. 4. Por quê? Porque é muito bom ter a liberdade de me fazer conhecer e de conhecer o outro.
  • 40. Há tantos diálogos Diálogo com o ser amado o semelhante o diferente o indiferente o oposto o adversário o surdo-mudo o possesso o irracional o vegetal o mineral o inominado Diálogo consigo mesmo com a noite os astros os mortos as ideias o sonho o passado o mais que futuro Escolhe teu diálogo e tua melhor palavra ou teu melhor silêncio. Mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos. O constante diálogo Carlos Drummond de Andrade
  • 41. Referências • http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alf _mortattihisttextalfbbr.pdf (Histórias dos métodos de alfabetização no Brasil). • http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/v erbetes/alfabetizacao-como-processo-discursivo (Alfabetização como processo discursivo). • http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/a nais/pdf/185_945.pdf (A alfabetização e a dinâmica discursiva em sala de aula). • SMOLKA, A. L. B. A criança na fase inicial da escrita. A alfabetização como processo discursivo. Ed. Cortez. 1998, SP.