FABIO TOZI - FORUM HIP HOP A CIDADE ME OPRIME, O HIP HOP ME LIBERTA
1. Tema proposto:
A cidade nos oprime
O Hip-hopme inclui
Fábio Tozi
Doutor em Geografia Humana // Universidade de São Paulo (USP)
Ação Educativa // 26 de junho de 2014
Mapas, imagens e dados extraídos da tese Rigidez normativa e flexibilidade tropical: investigando os objetos técnicos no período da globalização[2013].
Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-30042013-094602/pt-br.php
2. O espaço: uma totalidade, um acúmulo desigual de temposTerritório brasileiro: Formação socioespacial
•seletividade de objetos e informações
•desigualdade de renda
•manutenção de baixos salários
•difusão de novas mercadorias
•consumismo incentivado pelo marketinge pelo crédito facilitadoMeio técnico-científico-informacional: Face geográfica da globalização [modernizações // racionalidades] A pirataria: manifestação das contra-racionalidades
3. Município: Recorte político do espaço geográfico. Autonomia político-administrativaUrbano: Modo de vida [psicoesfera] A cidade permite sua realização mais plena, mas o campo urbaniza-seCidade: Materialidade do modo de vida urbano [tecnoesfera//paisagem] Extrapola o município [RMSP], mas não possui um nível político O citadino, o habitante da cidade: não é cidadãoMetrópole: Características: grande porte e fortes relacionamentos com outras metrópoles; possuem extensa área de influência direta [IBGE] Regiões Metropolitanas: não são níveis político-institucionais efetivosSão Paulo [IBGE] Grande Metrópole Nacional [nível superior a RJ e Bsb] Primeiro nível da gestão territorial [particularmente corporativa]
4. A Metrópole corporativa fragmentada [M. Santos, 1990]
•valorização desigual do território: uma seletividade proposital de infraestruturas, serviços e normas;
•mais preocupada com a eliminação das deseconomias urbanas do que com o bem-estar coletivo;
•os investimentos atendem primeiro aos interesses dos lugares e agentes hegemônicos [usos corporativos do território];
•o uso pelas empresas menores e pela população em geral é residual.
9. Aproximadamente 9% dos municípios do Brasil possuíam sala de cinema em 2007São Paulo concentrava 722 salas ou 58% da Região Sudeste, quantidade que equivale a 34% de todas as salas do país
19. SÃO PAULO (Município): Acerco de livros em bibliotecas ou Pontos de Leitura, por Subprefeitura [2010]
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21. Os direitos coletivos deveriam ser garantidos a todos os cidadãos: educação, lazer, cultura, saúde não são bens de consumo. Mas, o princípio democrático se converte em um direito ao consumo, uma ditadura do mercado [M. Santos] Logo, “... se estabelece uma distinção entre quem goza e quem não goza na sociedade de consumo, implicando numa diferença de qualidade entre os sujeitos: capazes e incapazes, competentes e incompetentes até, no limite da perversidade, merecedores e não merecedores (de privilégios, de excessos, etc). A sociedade se divide entre os que „conquistam‟ o direito de gozar e os outros...” [Maria Rita Kehl, Você decide... e Freud explica, 1996]
22. Por que vender filmes piratas é crime, se os objetos [fixos] da cultura não são democratizados e a renda impede o seu consumo? [os objetos informacionais se impõem ao uso] É necessário superar as visões dualistasDicotomia entre: cidade legalvs. cidade ilegalsetor formalvs. setor informalTemos, de fato, uma psicoesfera no planejamento do território: ordem urbana [vs. desordem] segurançamoralidadehigienismodesenvolvimento
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24. Orçamento dedicado à Operação Delegada:
R$ 120 milhões em 2011 [quatro vezes maior em relação a 2010]
Em 2012, todas as Subprefeituras do Município participavam da Operação, envolvendo 4.000 policiais, [gastos de R$ 150 milhões]
Os gastos com o pagamento de gratificações a funcionários estaduais ultrapassaram aqueles executados com a Guarda Civil Metropolitana, que em 2010 foram de R$ 139 milhões para um efetivo de 6.400 homens.
Atualmente: mudanças na forma de pagamento aos PMs e periferização da Operação
25. Brasil:
Usos corporativos do território. Dinheiro e cultura
“O problema se localiza nas cidades, mas é equívoco tratá-lo como questão urbana. Equívoco e enganoso. A questão é mais do que urbana; é urbana e rural; é local, estadual e federal; é nacional e internacional”.
[Milton Santos, Otempo nas cidades, 1989]
26. BRASIL: Transferências Financeiras para o Exterior (USD mil) relativas à Propriedade Intelectual (1993 -2005)
Fonte: BRASIL, 2006, p. 68. Organização do autor.
* Considerando os 15 países que formavam a União Européia (UE) até 2004.
Obs.: O cálculo das transferências financeiras ao exterior para pagamento de propriedade intelectual é composto por: aluguel de filmes cinematográficos, fitas e discos gravados, direitos autorais, licença de uso de marcas, exploração de patentes licenciadas, aquisição de software(para revenda) e aquisição de cópia única de software(para uso pessoal).
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29. Pirataria é crime? Nem todas as formas de pirataria são criminalizadas: A pirataria como prática de Estado e das corporações é tolerada [piratarias imitativas] A pirataria doméstica e popular é criminalizada [piratarias adaptativas] Processo de criminalização dos lugares e pessoas pobres
31. Da esquerda para a direita: Toyota Prado (acima) e Dadi Shuttle (abaixo), Mercedes C (acima) e Geely Merrie 300 (abaixo) e Daewoo Matiz (acima) e Chery QQ (abaixo). http://indianautosblog.com/2008/07/chinese-are-the-best-xerox-machines-in-the-worldPiratarias Imitativas
33. Piratarias Adaptativas
Estratégias de venda de piratarias adaptativas: à esquerda, a bicicleta é, ao mesmo tempo, meio de transporte, de exibição e depósito dos discos piratas, em Santos [SP]. À direita, os discos ficam expostos em caixas de papelão, na Rua Augusta, São Paulo. Autoria: Fábio Tozi, 2010 e 2012, respectivamente.
34. Piratarias Adaptativas Estratégias de resistência de vendedores de filmes piratas e detalhe do sistema técnico empregado nas lonas plásticas [2011] Fonte: para a imagem da esquerda: www.jornaldelondrina.com.br, 2010. A imagem da direita é de autoria de Ricardo Aprígio Fonseca, Centro de São Paulo, maio de 2012.
35. Brasil: Usos não hegemônicos do território. Território e culturaCulturademassae cultura popular [M. Santos, Por uma outra globalização, 2000] Cultura de massa: homogeneização // relações hierárquicas [verticais] // informação prevalece sobre a comunicaçãobusca domesticar as formas de cultura popularCultura popular : diversidade // relações horizontais // comunicação prevaleceo papel dos contatos geograficamente próximos [a cidade] o uso das tecnologias da informação: novo debate políticoA nação ativae a nação passiva [M. Santos, Nação ativa, nação passiva, 1999] as velocidades distintas: os homens lentosTecnobrega: A economia urbana trabalha nos lugares onde as velocidades são lentas
36. BELÉM DO PARÁ: Hibridez entre agentes sociais e objetos técnicos do circuito espacial produtivo do tecnobrega