O documento discute como os transportes e as telecomunicações têm facilitado a interação espacial. O aumento da mobilidade através dos transportes rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo tem promovido o comércio, reduzido assimetrias regionais e permitido novas formas de organização do espaço. Paralelamente, o desenvolvimento das telecomunicações tem permitido a difusão rápida de informação e relações de complementaridade entre regiões.
1. Transportes
A crescente interacção espacial tem como suporte a rede de transporte e os vários meios de transporte que
têm sofrido algumas alterações.
Aumento da mobilidade:
Desenvolve o comércio e as actividades produtivas (nível regional e nível internacional);
Diminui as assimetrias regionais Melhores condições de vida;
Ajudou à expansão de novas formas de organização do espaço (como por exemplo, o crescimento
dos subúrbios perto das grandes cidades).
Não existe atualmente nenhum país, cuja economia se desenvolva num circuito fechado, pelo contrário, são
cada vez mais numerosas as trocas entres os diferentes países. A crescente interação espacial tem como
suporte a rede transportes e os vários meios de transporte. O aumento da mobilidade permitiu desenvolver
o comércio e consequentemente, as atividades produtivas, tanto a nível regional, quer a nível internacional,
diminuir as assimetrias regionais e portanto, melhorar as condições de vida e o bem-estar da população. Ao
mesmo tempo, ajudou à expansão de novas formas de organização do espaço, referindo-se a título de
exemplo o crescimento dos subúrbios nas grandes cidades e à redistribuição espacial da população.
As principais redes de transporte utilizadas para o estabelecimento de ligações são:
Rede rodoviária
Rede ferroviária
Rede marítima
Rede área
A escolha do modo de transporte a utilizar depende de vários factores, podendo enunciar-se como os mais
importantes o custo do transporte, o tipo de mercadoria a transportar, a distância a percorrer, o tempo
gasto no percurso e ainda o tipo de trajecto a percorrer. Em Portugal, no trafego interno de mercadorias e
de passageiros utiliza-se, fundamentalmente, o transporte rodoviário. Relativamente ao trafego
internacional de mercadorias, o transporte é realizada, na maioria dos casos, por via marítima, ao qual se
segue os transportes rodoviário, que nos últimos anos tem registado um crescimento assinalável, sobretudo
o que se dirige aos países da União Europeia.
2. Transporte rodoviário
Em Portugal tem registado um aumento significativo, tanto nos veículos pesados como nos ligeiros (devido à
subida do nível médio de vida da população e ao desenvolvimento do comércio e das atividades produtivas)
Aspetos positivos:
Melhores acessibilidades
Apresenta grande flexibilidade, permite o transporte porta-a-porta, elimina a necessidade de
transbordo
Evolução tecnológica
Mais rápido e cómodo
Como tem sido objeto de evolução tecnológica, isso traduz-se na capacidade de carga que aumenta,
bem como a especialização, isto é para o transporte de mercadorias diversificadas
Aspetos negativos:
Provoca impacto negativo na atmosfera devido á libertação de gases poluentes
Elevado consumo de combustível, e aumento do “desgaste psicológico”, relacionado como
dificuldade em estacionar, entre outros
Elevada sinistralidade
Aumento excessivo do tráfego (centros urbanos)
Congestionamento mais frequente (horas de ponta)
Aumento do consumo de combustíveis fósseis
Transporte ferroviário
Durante a primeira metade do século XX, foi um meio de transporte muito utlizado e constituiu um
importante fator para o desenvolvimento do pais em vários níveis. No entanto, face ao desenvolvimento do
transporte rodoviário, o ferroviário, perdeu capacidade competitiva, quer no transporte de passageiros, quer
no transporte de mercadorias, apresentando uma utilização bastante modesta, quer nas utilizações
nacionais, quer nas internacionais. A sua distribuição não é regular.
Aspectos positivos:
Economicamente vantajoso no transporte de mercadorias pesadas e volumosas;
Longas e médias distâncias;
Maior capacidade de carga (em comparação com o transporte rodoviário);
Menor consumo de energia e menor poluição;
Baixa sinistralidade;
Evolução tecnológica Aumento da velocidade média;
Muito confortável no transporte de passageiros.
3. Aspectos negativos:
Itinerários fixos (menos flexibilidade);
Exigência de transbordo:
o Retira comodidade;
o Aumento do custo de transporte Perda de tempo e aumento da mão-de-obra utilizada;
Elevados encargos ao nível da manutenção e funcionamento de infra-estruturas e equipamentos
(em comparação com o rodoviário)
Está dividida em Rede Principal, Rede Complementar e Rede Secundária.
Rede Principal – Linhas rentáveis que podem vir a ser privatizadas;
Rede Complementar – Linhas de utilizada pública, mas pouco rentáveis economicamente, cuja
manutenção e funcionamento são da competência do Estado.
Rede Secundária – Linhas que são de interesse local e regional e cuja manutenção e funcionamento
é da responsabilidade das autarquias locais.
A densidade de passageiros e mercadorias é muito mais concentrado na linha do norte e nas linhas
suburbanas. As linhas mais importantes são: a Linha do Norte que assegura a ligação entre os principais
centros urbanos do país e percorre a região mais densamente povoada, mais industrializada e desenvolvida,
e a Linha da Beira Alta, principal ligação com o resto da Europa. O transporte de passageiros é
essencialmente suburbano (tendo uma posição de destaque nas áreas metropolitanas).No transporte de
mercadorias tem um papel pouco relevante (quer no tráfego interno como internacional).
Transporte marítimo
Cerca de 80% do comercio internacional em Portugal, é realizado por via marítima;
Revela-se especialmente vantajoso sob o ponto de vista económico, no tráfego de mercadorias pesadas e
volumosas, a longas distâncias, revelando-se muitas vezes o único possível quando se trata de trajetos
intercontinentais; a crescente especialização que vem apresentando (petroleiros, etc), torna-o cada vez mais
atrativo, pois confere-lhe a possibilidade de transportar variados tipos de mercadorias em boas condições de
acondicionamento;
O transporte marítimo apresenta, como principais inconvenientes a menor velocidade média alcançada e a
exigência de transbordo;
4. Aspectos positivos:
Vantajoso economicamente no transporte de mercadorias pesadas e volumosas;
Muitas das vezes é o único transporte que consegue estabelecer ligações intercontinentais;
A crescente especialização, que o torna mais atrativo, dá a possibilidade de transportar vários tipos
de mercadorias;
Por exemplo: transporte de mercadorias em contentores.
Maior segurança;
Maior rapidez das operações de carga e descarga.
Aspectos negativos:
Menor velocidade média;
Exigência de transbordo.
Adesão de Portugal à UE Perdeu alguma importância Comércio Externo nacional Via
terrestre (especialmente rodoviário uma vez que há uma rede viária muito densa e em bom estado);
Continua a destacar-se no transporte de petróleo, cereais, carvão, cimento, etc. e nas ligações com
as regiões autónomas.
Transporte aéreo
Encontra-se vocacionado para o tráfego de passageiros, dada a rapidez, comodidade e segurança que
oferece(aspetos positivos). A sua utilização tem vindo a aumentar muito significativamente em todo o
mundo, para viagens longas e também para médias distâncias. Relativamente a mercadorias, a sua utilização
é restrita dada a fraca capacidade de carga e os elevados custos de transporte. Indicado para mercadorias
leves, pouco volumosas, e de grande valor unitário e perecíveis.
Tal como em todo o mundo, também em Portugal, o transporte aéreo tem vindo a crescer especialmente os
voos internacionais.
Os principais aeroportos de Portugal são: o de Lisboa, o de Sá Carneiro e o de Faro.
Aspectos negativos:
Poluição (afecta as pessoas que vivem/trabalham perto do aeroporto),
Enorme custo de energia Saturação do espaço aéreo Menos segurança.
Em Portugal a sua utilização tem vindo a aumentar especialmente os voos internacionais
Quebrou o isolamento das regiões autónomas.
Entre as restantes regiões do país o transporte aéreo é pouco significativo devido à concorrência dos
transportes ferroviário e rodoviário; ao fraco dinamismo económico na maior parte delas; e a falta
de infra-estruturas.
5. Transporte intermodal/multimodal
O transporte intermodal apresenta-se como uma solução para reduzir a utilização excessiva do
transporte rodoviário no tráfego de mercadorias, ao permitir que a mercadoria, numa parte do seu
percurso, viaje utilizando outro meio de transporte, designadamente ferroviário. São várias as
vantagens que daí resultam, pois permite: diminuir o trânsito nas vias rodoviárias, reduzir a poluição
e o consumo de energia, assim como o tempo de deslocação. Permite juntar vantagens e ajudar a
ultrapassar as desvantagens de cada transporte.
Uma vez que o comércio externo português se faz essencialmente com a Europa, os projetos de
ligação às redes transeuropeias têm também como objetivo prioritário a articulação entre os vários
meios de transporte, de forma a permitir a utilização combinada de transportes complementares.
O objetivo é a articulação entre os vários meios de transporte de modo a utilizar uma combinação
de transportes complementares.
A inserção nas redes transeuropeias
A política comum de transportes, apresenta como um dos seus principais objetivos a criação de uma rede
de transportes que integre as redes dos vários modos de transportes, capaz de promover a construção de
um espaço sem fronteiras, onde as ligações entre as regiões mais periféricas e as regiões centrais, mais
desenvolvidas, sejam facilitadas. A construção de uma rede transeuropeia que promova a
intermodalidade permitirá diminuir os problemas ambientais resultantes da poluição e do consumo de
energia e permitirá deslocações mais rápidas.
Esta rede liga portos e serviços principais a áreas do interior que por sua vez que vão interligar a outros
países. Assim é também possível diminuir as assimetrias regionais em casa país.
Só com uma rede transeuropeia é que a UE conseguirá ter um espaço sem fronteiras, onde todos os países
se interligam facilmente, permitindo o desenvolvimento mais equilibrado e harmonioso das várias regiões,
elimina assim as assimetrias existentes.
Politica Comum de Transportes:
Revitalizar o caminho-de-ferro;
Reforçar a qualidade do transporte rodoviário;
Promover o maior uso do transporte marítimo e fluvial;
Promover o transporte intermodal;
Reforçar a segurança rodoviária;
Desenvolver transportes urbanos de qualidade.
O objectivo: criar uma rede transeuropeia que integre as redes de transportes ferroviários, rodoviários,
aéreos e marítimos e criar um espaço sem fronteiras, melhorando as ligações entre as regiões mais
periféricas e as regiões centrais, mais desenvolvidas.
Problemas dos transportes em Portugal
Segurança: Portugal tem uma grande sinistralidade que se deve alterar através de campanhas de
prevenção e de educação para a prevenção rodoviária, acções de intervenção que tenham em vista
melhorar, corrigir ou construir novas infra-estruturas viárias.
Ambiente: Poluição, que leva a doenças e desequilíbrios ecológicos difíceis de corrigir.
6. Telecomunicações
A distribuição espacial das redes de comunicação
A crescente internacionalização da economia e o acesso à informação tem como protagonista o
desenvolvimento das telecomunicações. A difusão da informação é realizada cada vez de forma mais rápida,
permitindo aumentar os intercâmbios e promover relações de complementaridade entre regiões.
A modernização do sector das comunicações, aliada à do sector dos transportes, tem alterado o modo como
o espaço geográfico é apreendido e vivenciado. O espaço e as distâncias são, desta forma, cada vez mais
relativos, podendo medir-se em unidade de distância-tempo e distância-custo.
O aumento da mobilidade e da facilidade na difusão da informação está na origem de novas formas de
trabalho e comercio, bem como de novos modelos e organização de espaço.
Para garantir igualdade de acesso a todos os portugueses aos transportes e às TIC é preciso investir na
modernização das redes, mas também na formação relativamente ao domínio das novas tecnologias.
Na sequência da integração de Portugal na União Europeia as telecomunicações nacionais foram objeto de
enorme modernização, tendo-se assistido à expansão das redes e melhorias substanciais na sua qualidade.
Prevalecem, no entanto ainda algumas assimetrias entre o litoral e o interior que é preciso debelar.
Face à dependência do GPS americano, a UE está a desenvolver o programa GALILEO de radionavegação por
satélite.
Um dos grandes objetivos das políticas da União Europeia, no domínio das telecomunicações é promover a
igualdade de condições no acesso à informação, entre todos os cidadãos.
Os sectores dos transportes e das comunicações, apresentam alguns problemas associados ao ambiente, à
segurança e à saúde que se torna necessário combater, nomeadamente através de campanhas de
prevenção.
Vantagens das TIC:
Ajudam pessoas com falta de mobilidade a saírem do isolamento
Os cidadãos com necessidades especiais têm maior facilidade e mais oportunidades de inserção no
mercado de trabalho
São um fator importante para diminuir as assimetrias regionais
Criam novas formas de trabalho e comércio, logo, geram emprego
7. Desvantages das TIC:
A insegurança causada pela difusão dos vírus informáticos
O perigo de fraude no comércio eletrónico e em transações financeiras
Falta de atenção a aspetos de carácter ético, como a difusão de ideias e comportamentos que
atentam contra os direitos humanos, a dificuldade em controlar a qualidade e a fiabilidade dos
conteúdos, a possibilidade de invadir a privacidade dos cidadãos, etc
Os perigos associados ao convívio com desconhecidos na internet, principalmente para os mais
jovens
Os perigos para a saúde humana, como a emissão de radiações nocivas, e os problemas psicológicos
de dependência