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Arquiteturas de Distribuição de Vídeos na Internet

                 Marcello de Lima Azambuja                                        Rafael Silva Pereira
                              Globo.com                                                 Globo.com
                       Rio de Janeiro, RJ Brasil                                 Rio de Janeiro, RJ Brasil
                  azambuja@corp.globo.com                                  rafael.pereira@corp.globo.com



ABSTRACT                                                             Keywords
Apesar de parecer algo simples, a escolha correta de uma ar-         Arquitetura, Distribui¸˜o de V´
                                                                                           ca      ıdeo, Internet TV, V´
                                                                                                                       ıdeo na
quitetura de distribui¸˜o de v´
                         ca    ıdeos ´ t˜o fundamental para
                                       e a                           Internet
um servi¸o na internet, quanto a defini¸˜o dos parˆmetros
         c                                 ca             a
de codifica¸˜o de um determinado algoritmo de compress˜o,
            ca                                                 a
isto porque ela tamb´m pode impactar de forma decisiva na
                       e
                                                                     1.    INTRODUÇÃO
qualidade da experiˆncia do usu´rio. A distribui¸˜o de v´
                     e           a                   ca       ıdeo      A distribui¸˜o de v´
                                                                                     ca       ıdeos na internet n˜o ´ um processo
                                                                                                                  a e
em uma rede ’Best Effort’, a varia¸˜o estat´
                                    ca         ıstica de retardo,    novo, por´m vem se popularizando bastante nos ultimos
                                                                                 e                                             ´
assim como outras adversidades do meio, criam desafios para           anos, principalmente devido ao aumento da disponibilidade
que o usu´rio tenha uma experiˆncia cont´
          a                     e           ınua – demora para       de banda dos usu´rios. Sites dedicados ` distribui¸˜o de
                                                                                          a                        a            ca
carregar, travamentos constantes, etc. Desta forma, para             v´
                                                                      ıdeos, como o YouTube, que hoje ´ o terceiro portal mais
                                                                                                              e
projetar uma arquitetura de distribui¸˜o de v´
                                        ca        ıdeos devemos      acessado no mundo, ajudam a impulsionar o mercado de
levar uma s´rie de fatores em considera¸˜o, como a largura
             e                             ca                        v´
                                                                      ıdeo na internet, e criam oportunidades para que novos
de banda m´dia necess´ria para a distribui¸˜o dos v´
              e            a                     ca         ıdeos,   servi¸os sejam desenvolvidos, visando atender a crescente
                                                                           c
a disponibilidade de banda dos usu´rios, a audiˆncia esper-
                                      a               e              demanda dos usu´rios.
                                                                                         a
ada, etc. Baseado nessas caracter´  ısticas, ´ poss´ escolher
                                             e       ıvel               Entretanto, criar um servi¸o de distribui¸˜o de v´
                                                                                                      c            ca       ıdeos que
uma distribui¸˜o via streaming, download progressivo, Peer-
                ca                                                   seja robusto o suficiente para atender toda a demanda, e
2-Peer, entre outras.                                                que seja est´vel e escal´vel, n˜o ´ uma tarefa simples. Exis-
                                                                                   a           a        a e
   Assim, nosso objetivo ´ analisar quais fatores mais influen-
                            e                                        tem hoje diversas tecnologias e arquiteturas de distribui¸˜o, ca
ciam na escolha de uma arquitetura de distribui¸˜o de v´
                                                    ca       ıdeos   que permitem uma s´rie de diferentes abordagens, de modo
                                                                                            e
para internet, e, baseado numa combina¸˜o de fatores, qual ´
                                          ca                     e   que uma escolha inadequada pode comprometer seriamente
a melhor escolha. Iremos analisar arquiteturas de streaming          a qualidade do servi¸o, se houver uma m´
                                                                                            c                    ınima mudan¸a dec
(Windows Media Services e Flash Media Server), de down-              cen´rio, como o aumento inesperado da demanda, por ex-
                                                                         a
load progressivo e redes P2P, verificando as particularidades         emplo.
de cada uma, e avaliando como estruturar um ambiente para               Assim, devemos analisar cuidadosamente quais s˜o as car-
                                                                                                                            a
uma distribui¸˜o mais eficiente, ou seja, com mais usu´rios
                ca                                           a       acter´ısticas relacionadas ao processo de distribui¸˜o, ou seja,
                                                                                                                         ca
por servidor.                                                        qual ´ a audiˆncia esperada, qual ´ o perfil de acesso dos
                                                                            e        e                       e
                                                                     usu´rios, quais as caracter´
                                                                         a                           ısticas do meio f´
                                                                                                                      ısico utilizado
                                                                     para o acesso, quais s˜o os requisitos de qualidade do servi¸o,
                                                                                            a                                       c
                                                                     etc. S´ assim, teremos informa¸˜es suficientes para definir
                                                                             o                            co
Categories and Subject Descriptors                                   qual ´ a estrutura e tecnologia que mais se adequa `s neces-
                                                                           e                                                 a
C.2 [Computer Systems Organization]: Computer Com-                   sidades do neg´cio.
                                                                                      o
munication Networks; H.4.3 [Information Systems]: In-                   A seguir, iremos ver quais s˜o as tecnologias existentes,
                                                                                                         a
formation Systems Applications                                       quais s˜o suas caracter´
                                                                              a                 ısticas, e como podemos utiliz´-las
                                                                                                                                  a
                                                                     para distribuir v´ ıdeos na internet.

General Terms                                                        2.    STREAMING
Design, Performance                                                     Nesse artigo utilizamos o termo ’Streaming’ nos referindo
                                                                     a streaming de v´ ıdeo. Isto ´, tecnologia para envio de infor-
                                                                                                  e
                                                                     ma¸˜es multi-m´
                                                                         co           ıdia na Internet atrav´s de pacotes IP. Em
                                                                                                              e
                                                                     geral com um protocolo de controle de sess˜o (ex.: RTP)
                                                                                                                    a
                                                                     controlando a transmiss˜o dos dados e de forma que ap´s a
                                                                                               a                                o
                                                                     reprodu¸˜o os dados n˜o sejam armazenados na m´quina do
                                                                              ca             a                           a
                                                                     cliente.

                                                                     2.1    Windows Media Services
                                                                       Um dos principais servidores de streaming do mercado ´
                                                                                                                            e
                                                                     o Windows Media Services, solu¸˜o da Microsoft que ainda
                                                                                                    ca
´ a mais usada para transmiss˜o ao vivo. Descreveremos a
e                               a                                        stream ´ reproduzido pelo Windows Media Player na taxa
                                                                                  e
seguir algumas caracter´ısticas importantes na solu¸˜o Win-
                                                   ca                    especificada pelo formato do stream, mas o cliente passa a
dows Media que o tornam interessantes para distribui¸˜o de
                                                      ca                 ter um buffer bem maior antes da reprodu¸˜o. Isso permite
                                                                                                                         ca
m´ıdia ao vivo na Internet.                                              que o cliente seja mais robusto a varia¸˜es na condi¸˜o da
                                                                                                                      co             ca
   Como principais pontos podemos citar:                                 rede de transmiss˜o sem um impacto percept´
                                                                                            a                                 ıvel na qual-
                                                                         idade da reprodu¸˜o do conte´do, principalmente no on-
                                                                                            ca               u
   • Intelligent Streaming                                               demand.
                                                                            O Fast Start usa um conceito parecido ao Fast Cache, de
   • Fast Streaming (Fast Cache, Fast Start, etc.)                       transmitir os dados numa taxa maior que a especificada no
   • Server-side Playlist                                                formato do stream para que o in´ da reprodu¸˜o seja acel-
                                                                                                              ıcio            ca
                                                                         erada. A id´ia ´ reduzir ao m´ximo o intervalo entre o tempo
                                                                                     e e                  a
2.1.1     Intelligent Streaming                                          em que o bot˜o de play ´ pressionado e o efetivo in´
                                                                                        a             e                              ıcio da
                                                                         reprodu¸˜o. Isso tamb´m acelera o processo de fast-forward
                                                                                  ca              e
   Intelligent streaming ´ um conjunto de funcionalidades do
                             e
                                                                         ou rewind na reprodu¸˜o do v´
                                                                                                 ca         ıdeo sem um atraso adicional
Microsoft Windows Media Services que detecta automatica-
                                                                         ou re-buffering. Um ponto de aten¸˜o ´ para o caso de v´rios
                                                                                                                 ca e                   a
mente as condi¸˜es de rede e ajusta as propriedades de um
                   co
                                                                         clientes simultaneamente requisitarem a reprodu¸˜o de umca
fluxo de stream para maximizar a qualidade da experiˆncia      e
                                                                         v´
                                                                          ıdeo, caso comum em transmiss˜es ao vivo de grande escala
                                                                                                               o
do usu´rio. Com a varia¸˜o estat´
         a                   ca        ıstica de retardo sendo uma
                                                                         quando o link passa a ser disponibilizado numa p´gina com
                                                                                                                                 a
caracter´  ıstica comum na maioria das conex˜es da Internet,
                                                    o
                                                                         acesso elevado (ex.: p´gina inicial da globo.com). Nesse caso
                                                                                                a
al´m do fato do mercado de banda larga oferecer uma ampla
   e
                                                                         o aumento da utiliza¸˜o de banda ser´ enorme sendo acon-
                                                                                               ca                   a
variedade de largura de banda, o Intelligent streaming passa
                                                                         selh´vel limitar a utiliza¸˜o de banda que o Fast Start pode
                                                                              a                      ca
a ser uma caracter´    ıstica de grande relevˆncia. Por exemplo,
                                               a
                                                                         utilizar pela administra¸˜o do Windows Media Services.
                                                                                                    ca
um usu´rio com um laptop pode conectar-se a um prove-
           a
                                                                            O Fast Recovery faz uso de um algoritmo de forward er-
dor de conte´do com uma conex˜o de 600kbps ADSL em
                 u                       a
                                                                         ror correction (FEC) em um publishing point do Windows
casa, uma conex˜o de 10Mbps no trabalho ou um modem
                     a
                                                                         Media Services para recupera¸˜o em caso de recebimento de
                                                                                                           ca
de 56kbps enquanto viaja a neg´cios.  o
                                                                         pacotes danificados ou perdidos.
   No sistema Windows Media, o servidor Windows Media
                                                                            O Fast Reconnect permite a re-conex˜o autom´tica no
                                                                                                                        a          a
e o cliente (normalmente o Windows Media Player) se co-
                                                                         caso de uma falha tempor´ria de rede. No caso de uma
                                                                                                         a
municam a fim de identificar a largura de banda dispon´           ıvel
                                                                         reprodu¸˜o de v´
                                                                                  ca      ıdeo on-demand a reprodu¸˜o ´ iniciada do
                                                                                                                          ca e
realizando um s´rie de medi¸˜es e ajustes de forma a max-
                    e             co
                                                                         ponto de onde parou automaticamente.
imizar a qualidade do stream para que n˜o haja esvazia-
                                                   a
                                                                            O Advanced Fast Start estende a funcionalidade do Fast
mento do buffer (interrompendo a reprodu¸˜o da m´     ca       ıdia).
                                                                         Start permitindo que o Windows Media Player inicie a re-
No caso de conex˜es mais lentas (dial-up) o usu´rio tem
                       o                                   a
                                                                         produ¸˜o mesmo antes do buffer estar completamente cheio,
                                                                                ca
uma degrada¸˜o de qualidade em prol da reprodu¸˜o con-
                 ca                                        ca
                                                                         apenas com um valor m´       ınimo presente. O objetivo nova-
t´
 ınua, em contra partida, numa conex˜o com maior largura
                                             a
                                                                         mente ´ minimizar o intervalo entre a intera¸˜o do usu´rio
                                                                                 e                                          ca           a
de banda a qualidade pode ser oferecida com a maior uti-
                                                                         e a reprodu¸˜o do v´
                                                                                      ca      ıdeo.
liza¸˜o de recursos de rede.
      ca
   Para que o Intelligent Streaming seja usado, ´ preciso no
                                                        e
entanto, que os servidores de codifica¸˜o (Windows Media
                                              ca
                                                                         2.1.3    Server-side Playlist
Encoder) estejam configurados para gerar mais de um perfil                   As Server-side Playlists s˜o listas de reprodu¸˜o config-
                                                                                                     a                    ca
de codifica¸˜o (profiles de encoding). Esse tipo de stream ´
              ca                                                   e     uradas no lado do servidor de maneira transparente para
chamado de Multiple Bit Rate (MBR). Para cada novo perfil                 o cliente Windows Media Player. Elas podem ser usadas
acrescentado uma nova carga de processamento equivalente                 para dois objetivos b´sicos: controle de falhas (fail-over) e
                                                                                              a
ser´ aplicada no servidor.
     a                                                                   inser¸˜o de propaganda (Ad Insertion).
                                                                              ca
   Um problema no algoritmo usado para detec¸˜o da largura
                                                      ca                   Uma playlist contendo duas referˆncias para Windows Me-
                                                                                                            e
de banda dispon´ ´ sempre considerar o Maximum Trans-
                    ıvel e                                               dia Encoders, com o mesmo sinal, pode ser usada para o caso
mission Unit como 1500 bytes (Ethernet). O que n˜o ´ cor-  a e           de uma falha em um deles. Dessa forma automaticamente os
reto para o caso de conex˜es ADSL que fazem uso de PPPoE,
                              o                                          servidores iriam conectar no segundo servidor sem nenhuma
que adicionam um overhead reduzindo o MTU para 1492                      interven¸˜o humana.
                                                                                 ca
bytes, gerando uma fragmenta¸˜o dos pacotes que possivel-
                                     ca                                    Essas playlists podem ser usadas tamb´m para a inser¸˜o
                                                                                                                  e               ca
mente contabiliza erroneamente a largura de banda dispon´        ıvel.   de propaganda antes, entre ou depois da reprodu¸˜o de m´
                                                                                                                           ca        ı-
Um parˆmetro pode ser utilizado no Windows Media En-
           a                                                             dias. A gera¸˜o da playlist pode inclusive ser feita por um
                                                                                       ca
coder para amenizar esse problema.                                       programa externo com uma l´gica de neg´cios mais elabo-
                                                                                                       o            o
                                                                         rada para controlar a inser¸˜o de propaganda.
                                                                                                    ca
2.1.2     Fast Streaming
   A tecnologia Fast Streaming refere-se a um grupo de fun-              2.2     Flash Media Server
cionalidades inclu´
                  ıdas no Windows Media Services para mel-                  Uma solu¸˜o de distribui¸˜o de conte´do em Flash V´
                                                                                     ca               ca          u               ıdeo,
horar a qualidade da experiˆncia do usu´rio: Fast Cache,
                            e             a                              On Demand e Ao Vivo, deve levar em considera¸˜o uma s´rie
                                                                                                                          ca       e
Fast Start, Fast Recovery, Fast Reconnect e Advanced Fast                de caracter´ısticas que devem ser atendidas visando garan-
Start.                                                                   tir ao usu´rio uma experiˆncia satisfat´ria e de qualidade.
                                                                                   a                 e             o
   O Fast Cache possibilita o envio dos dados a uma taxa                 Basicamente, devemos nos preocupar em montar uma infra-
maior do que a especificada no formato do stream. Por ex-                 estrutura tolerante a falhas, escal´vel e que se adapte da
                                                                                                              a
emplo, um servidor Windows Media poderia enviar para o                   melhor forma poss´   ıvel `s solu¸˜es j´ utilizadas em outros
                                                                                                   a      co    a
cliente um stream de 128kbps a uma taxa de 700kbps. O                    sistemas que por ventura tenham que ser integrados ` nova
                                                                                                                                a
Figure 2: Splitting de Sinal no FMS



                                                                     tante redundante do ponto de vista dos Edge Servers, que, se
                                                                     estiverem diretamente ligados em um balanceador de carga,
                                                                     podem ser facilmente retirados de servi¸o caso apresentem
                                                                                                                    c
                                                                     algum problema, de modo que os clientes ser˜o atendidosa
 Figure 1: Escalabilidade com Flash Media Server                     pelos outros servidores dispon´  ıveis.
                                                                        Entretanto, para a camada de Origin Servers temos uma
                                                                     situa¸˜o cr´
                                                                           ca    ıtica. Por ser o CORE de toda infra-estrutura,
solu¸˜o. Al´m disso, esta estrutura deve ser facilmente geren-
     ca       e                                                      uma vez que todas as aplica¸˜es est˜o mapeadas nele, sua
                                                                                                     co         a
ci´vel, ou seja, devemos ter um ponto centralizado de ad-
  a                                                                  indisponibilidade causaria a queda de toda a estrutura de
ministra¸˜o, onde seja poss´ alterar configura¸˜es de toda
          ca                       ıvel                co            distribui¸˜o. A indisponibilidade de um Origin Server sig-
                                                                              ca
estrutura, al´m de possuir informa¸˜es de todos os pontos.
                e                       co                           nifica a queda imediata e interrup¸˜o de streaming para
                                                                                                               ca
O Flash Media Server ´ o servidor de streaming da Adobe
                              e                                      todos os clientes, sem exce¸˜o, mesmo que tenhamos um
                                                                                                    ca
que procura endere¸ar todas essas necessidades, permitindo
                         c                                           balanceador entre o Origin e os Edges e um servidor em
a cria¸˜o de uma arquitetura facilmente escal´vel e geren-
       ca                                             a              Origin como backup. Existem alternativas para contornar
ci´vel.
  a                                                                  este tipo de problema, que seria implementar no player uma
   O Flash Media Server oferece uma solu¸˜o bastante in-
                                                 ca                  funcionalidade para reconex˜o autom´tica caso o streaming
                                                                                                   a             a
teressante no que diz respeito a escalabilidade e distribui¸˜o  ca   seja interrompido por queda na conex˜o. Esta ´ uma solu¸˜o
                                                                                                                a         e           ca
de carga, o que recebe o nome de Arquitetura Origin/Edge             que minimizaria o problema de queda do Origin Server, e,
Servers. Esta arquitetura introduz o conceito de execu¸˜o       ca   dadas todas as demais caracter´      ısticas positivas, est´ con-
                                                                                                                                    a
remota de aplica¸˜es, de modo que a aplica¸˜o est´ ”hospedada”
                     co                         ca      a            tinua sendo uma solu¸˜o bastante robusta.
                                                                                            ca
em um servidor, mas pode ser executada em outro. Basica-                A redundˆncia dos encoders tamb´m ´ parte fundamen-
                                                                                  a                             e e
mente, a id´ia consiste em criar um ”cluster” de m´quinas
              e                                             a        tal para a confiabilidade de transmiss˜es ao vivo. Basi-
                                                                                                                   o
de front-end respons´veis por atender e executar as requi-
                           a                                         camente, deveremos ter 2 encoders para cada transmiss˜o            a
si¸˜es dos usu´rio, e centralizar toda a administra¸˜o das
  co              a                                         ca       ao vivo, sendo um Master e outro Backup. Diferentemente
aplica¸˜es em um unico servidor. Desta forma, aliamos a
       co                ´                                           da arquitetura de Windows Media, os encoders publicam o
centraliza¸˜o da administra¸˜o com alta uma capacidade de
           ca                       ca                               streaming codificado no servidor, e n˜o o servidor vai at´ o
                                                                                                                a                      e
processamento de requisi¸˜es, de modo que a medida que au-
                                co                                   encoder. Desta forma, fica inviabilizada a utiliza¸˜o de bal-
                                                                                                                              ca
menta a necessidade de atendimento de requisi¸˜es, podemos
                                                     co              aceadores para realiza¸˜o de failover. Assim, o chaveamento
                                                                                            ca
aumentar a quantidade de Edge Servers.                               dos sinais em caso de falha fica sob responsabilidade de um
   Uma caracter´    ıstica bastante importante dos Edge Servers      script no Origin Server.
´ o caching de conte´do On Demand, em mem´ria e em
e                           u                             o             Para que ocorra o chaveamento entre os sinais, ambos en-
disco, que reduz a carga sobre o Origin Server. Basicamente,         coders devem publicar seus streams no Origin Server durante
quando um cliente solicita ao Edge Server o streaming de um          toda a transmiss˜o. O encoder Master dever´ publicar seu
                                                                                        a                                 a
determinado conte´do, ele procura se existe alguma vers˜o
                        u                                        a   stream com um nome e o Backup com outro, sendo que os
v´lida deste conte´do em seu cache. Caso exista, ele ini-
  a                     u                                            clientes (Edge Servers) dever˜o se conectar em um terceiro
                                                                                                     a
cia a distribui¸˜o do conte´do. Caso n˜o exista, ele ir´ ao
                  ca               u         a                 a     stream. Neste caso, o script que roda no servidor ir´ mapeara
Origin Server busc´-lo. Outra caracter´
                        a                   ıstica excepcional da    a entrada do master para a sa´ em que os Edge Servers es-
                                                                                                     ıda
arquitetura de Origin/Edge Servers ´ a realiza¸˜o de split-
                                          e            ca            t˜o conectados. Em caso de falha, a conex˜o entre o encoder
                                                                      a                                               a
ting de conte´do ao vivo realizado pelo Origin Server. Basi-
                u                                                    Master e o Origin Server ser´ perdida, gerando um evento
                                                                                                     a
camente, o Origin Server recebe o sinal codificado em FLV             de Disconnect no Origin Server. Ao identificar este evento
do conte´do ao vivo e distribui para os Edge Servers onde
          u                                                          o Origin Server automaticamente remapeia a entrada apon-
existem clientes conectados solicitando streaming deste con-         tando para o backup. Esta arquitetura ´ bastante robusta e
                                                                                                                   e
te´do. A caracter´
   u                    ıstica fundamental disto ´ que, supondo
                                                   e                 tolerante a falhas, de modo que, caso seja necess´rio chavear
                                                                                                                             a
que temos um v´     ıdeo sendo codificado e publicado no Origin       para o back-up, nenhum cliente ´ desconectado. Al´m disso,
                                                                                                        e                        e
Server com taxa de 1Mbps, teremos uma taxa de transmis-              caso seja necess´rio reiniciar um encoder, sem chavear, ainda
                                                                                      a
s˜o deste v´
 a           ıdeo para os Edge Server de 1Mbps, independente         assim os clientes n˜o ser˜o derrubados.
                                                                                          a    a
da quantidade de clientes no Edge Server. (Figure 2)                    Do ponto de vista do usu´rio, o Flash Media Server possui
                                                                                                  a
   Um outro ponto importante quando estamos projetando               algumas desvantagens quando comparado com a distribui¸˜o         ca
uma arquitetura de distribui¸˜o de v´ca   ıdeos trata-se de elimi-   via Windows Media Services, j´ que ele n˜o implementa o
                                                                                                        a              a
nar um poss´ ponto unico de falha. No caso da arquitetura
               ıvel          ´                                       Intelligent Streaming nem o Fast Cache/Fast Start. Apesar
Origin/Edge do Flash Media Server, temos uma solu¸˜o bas-   ca       de n˜o ter estas funcionalidades build-in, ´ poss´
                                                                          a                                             e      ıvel imple-
mentar solu¸˜es semelhantes atrav´s do desenvolvimento de
            co                      e                                          dor Apache rodando em um sistema operacional Linux, n˜o  a
aplica¸˜es client e server side, capazes de realizar detec¸˜o
      co                                                  ca                   ´ necess´rio nenhum investimento em licenciamento de soft-
                                                                               e         a
de banda e gerenciamento dinˆmico de buffer.
                                a                                              ware, sendo que todo o custo de uma estrutura b´sica fica
                                                                                                                                  a
                                                                               restrito ao hardware.
3.    DOWNLOAD PROGRESSIVO                                                       Baseado neste cen´rio, seria bastante desej´vel que este
                                                                                                    a                         a
                                                                               componente b´sico fosse capaz de servir a maior quantidade
                                                                                             a
   Uma das alternativas ` utiliza¸˜o do streaming como ar-
                                a          ca
                                                                               poss´ de usu´rios, uma vez que, desta forma, reduzir´
                                                                                    ıvel      a                                      ıamos
quitetura de distribui¸˜o ´ conhecida como Download Pro-
                            ca e
                                                                               a quantidade de hardware necess´rio, reduzindo ainda mais
                                                                                                                a
gressivo, onde os arquivos de ´udio e v´ a            ıdeo s˜o distribu´
                                                             a            ı-
                                                                               os custos da montagem da estrutura de distribui¸˜o. Para
                                                                                                                                 ca
dos atrav´s de downloads para os usu´rios. Na verdade, o
            e                                       a
                                                                               aumentar a performance de um sistema, devemos primeira-
pr´prio nome j´ define bem o funcionamento deste processo:
   o               a
                                                                               mente analisar seus componentes e como eles se relacionam,
Download, referente ao processo de c´pia de um arquivo via
                                                 o
                                                                               para ent˜o identificarmos os pontos cr´
                                                                                          a                           ıticos que devem ser
HTTP para um computador ` partir de um servidor web;
                                       a
                                                                               otimizados.
Progressivo, referente ` possibilidade de iniciar a reprodu¸˜o
                            a                                           ca
                                                                                 No caso de distribui¸˜o de v´
                                                                                                      ca      ıdeos via Progressive Down-
do conte´do antes que a c´pia completa seja finalizada. As-
           u                      o
                                                                               load temos algumas caracter´ ısticas b´sicas que devem ser
                                                                                                                     a
sim, a unica diferen¸a entre o Download Progressivo e um
         ´                c
                                                                               consideradas para otimiza¸˜o:
                                                                                                         ca
download de um arquivo qualquer na internet via HTTP,
consiste na possibilidade de iniciar a decodifica¸˜o antes que
                                                            ca                    • As conex˜es com o WebServer s˜o persistentes, ou seja,
                                                                                             o                    a
todo conte´do esteja dispon´
              u                       ıvel. Esta, ali´s, ´ uma car-
                                                         a e                        o usu´rio fica conectado ao servidor por uma quanti-
                                                                                         a
acter´ıstica bastante importante, que limita a utiliza¸˜o do        ca              dade razo´vel de tempo, at´ que o conte´do seja com-
                                                                                              a               e            u
Download Progressivo por determinados formatos de m´                   ıdia,        pletamente copiado
que dependem de informa¸˜es contidas no trailer do arquivo
                                 co
para realizar a decodifica¸˜o, como arquivos MOV/MP4.
                                  ca                                              • Dependendo da quantidade de v´  ıdeos diferentes pode-
Nestes casos, ´ necess´rio alterar o encapsulamento do con-
                  e         a                                                       mos ter diversos conte´dos diferentes sendo acessados
                                                                                                          u
te´do, transferindo todas as informa¸˜es necess´rias para o
  u                                              co           a                     simultaneamente
header, de modo que a decodifica¸˜o possa ser iniciada as-
                                             ca
sim que os primeiros frames de v´           ıdeo sejam recebidos. Por             • Os arquivos de m´   ıdia n˜o est˜o necessaiamente nos
                                                                                                              a     a
este motivo, o Download Progressivo ´ popular apenas para
                                                  e                                 discos do servidor. Eles podem estar em um reposit´rio
                                                                                                                                      o
distribui¸˜o de Flash V´
           ca                  ıdeos e MOV/MP4.                                     central sendo acessados pelo servidor Web atrav´s de
                                                                                                                                    e
   O Download Progressivo, ao contr´rio do Streaming, per-
                                                a                                   NFS/CIFS
mite que o conte´do seja reproduzido continuamente mesmo
                     u
                                                                                  • A quantidade de acessos ao servi¸o pode aumentar rap-
                                                                                                                    c
em ambientes onde a disponibilidade de banda ´ inferior ao   e
                                                                                    idamente, variando de acordo com o conte´do disponi-
                                                                                                                              u
bitrate total do arquivo. Na verdade, ´ poss´         e      ıvel calcular
                                                                                    bilizado
a largura de banda efetiva durante o download e, baseado
neste valor, iniciar a reprodu¸˜o apenas quando o tempo
                                       ca                                      Com estas caracter´
                                                                                                 ısticas j´ podemos identificar alguns gar-
                                                                                                          a
restante de download for inferior ao tempo total de execu¸˜o            ca     galos principais:
do conte´do. Desta forma, at´ usu´rios com baixa taxa de
           u                           e       a
transferˆncia podem ter uma experiˆncia satisfat´ria no con-
          e                                   e               o                   • Tr´fego de rede: muitos usu´rios conectados realizando
                                                                                      a                        a
sumo de m´    ıdia na internet. Uma outra caracter´           ıstica inter-         download ir˜o rapidamente ocupar a banda dispon´
                                                                                                a                                      ıvel.
essante ´ que ap´s copiado, ´ poss´ realizar um seek para
          e          o              e        ıvel                                   Al´m disso, existe a ocupa¸˜o de banda pela c´pia dos
                                                                                      e                       ca                  o
qualquer posi¸˜o do arquivo sem que seja necess´rio realizar
                 ca                                           a                     arquivos do reposit´rio central para o servidor
                                                                                                        o
um buffer de conte´do para reprodu¸˜o, isto ´, ap´s a c´pia,
                       u                       ca         e     o     o
todo o conte´do est´ dispon´ independente das condi¸˜es
                u        a          ıvel                               co         • IO (Reposit´rio Central e Disco Local): muitos usu´rios
                                                                                                o                                     a
da rede. Com isso, ´ poss´ controlar por quanto tempo o
                         e       ıvel                                               realizando download significa muito IO de leitura, que
conte´do ´ v´lido na m´quina do usu´rio, permitindo inclu-
      u e a                   a                  a                                  ´ maior a medida que temos mais usu´rios acessando
                                                                                    e                                      a
sive uma redu¸˜o no tr´fego de rede e uma maior disponibil-
                  ca         a                                                      arquivos diferentes.
idade, o que pode ser uma vantagem bastante significativa
                                                                                  • Mem´ria: quanto mais usu´rios, mais mem´ria o Apache
                                                                                         o                     a              o
para o usu´rio quando ele paga por byte trafegado na rede.
              a
                                                                                    ir´ precisar para atendˆ-los, e quanto mais arquivos,
                                                                                      a                    e
   Al´m disso, por ser fundamentalmente uma transferˆn-
     e                                                                  e
                                                                                    mais mem´ria o kernel ir´ utilizar para cache
                                                                                               o             a
cia de dados via HTTP, a arquitetura de distribui¸˜o via           ca
Download Progressivo pode ser extremamente simples, com                           • CPU: quanto mais usu´rios mais processamento para
                                                                                                            a
um baixo custo de implanta¸˜o e manuten¸˜o, al´m de ser
                                     ca                 ca      e                   organizar e servir as requisi¸˜es
                                                                                                                 co
facilmente escal´vel, se for implementada de forma correta.
                    a
O componente b´sico de uma estrutura de distribui¸˜o em
                     a                                             ca            A seguir iremos analisar todas as configura¸˜es que pode-
                                                                                                                           co
Download Progressivo ´ um Servidor Web, como o Apache,
                              e                                                mos fazer no sistema com o objetivo de maximizar a capaci-
que recebe e processa requisi¸˜es HTTP. Al´m do Apache,
                                      co                 e                     dade de distribui¸˜o por servidor.
                                                                                                ca
existem diversas alternativas, como IIS da Microsoft e o
LightHTTPd, por´m, por ser completamente Open-Source
                       e                                                       3.1   Otimização no Servidor Web - Apache
e gratuito, al´m de possuir uma comunidade de desenvolvi-
                 e                                                               O primeiro ponto, e mais simples, consiste em alterar as
mento e suporte bastante ativa, o uso de Apaches ´ forte-          e           configura¸˜es do Apache, escolher a vers˜o correta (2.X), e
                                                                                         co                             a
mente recomendado. Nesta mesma linha de utilizarmos uma                        compilar uma vers˜o do Web Server que tenha apenas aquilo
                                                                                                 a
arquitetura simples e de baixo custo, podemos utilizar um                      que ´ relevante para a distribui¸˜o de arquivos, ou seja, de-
                                                                                   e                           ca
sistema operacional Linux, que ´ bastante comum e utilizado
                                        e                                      vemos evitar incluir na configura¸˜o de compila¸˜o m´dulos
                                                                                                                ca             ca    o
para distribui¸˜o de conte´do na web. Assim, com um servi-
                 ca              u                                             que n˜o ser˜o utilizados, como mod ssl, por exemplo.
                                                                                     a      a
Uma vez compilado cabe a n´s decidir qual arquitetura in-
                                o                                com os testes realizados que mostraram que com muitas
terna de funcionamento possui uma performance maior: se ´  e     threads em baixo de um unico processo o overhead sobre
                                                                                            ´
a multi-process (Apache Prefork) ou a multi-process/multi-       ele era muito alto, e o consumo de recursos com uma quan-
thread (Apache Worker).                                          tidade intermedi´ria de clientes era maior.
                                                                                  a
   Basicamente, no prefork, para cada conex˜o ser´ criado
                                              a     a               Al´m de configurar o MPM, o Apache permite diversas
                                                                      e
um processo espec´  ıfico para atendˆ-la, de modo que a quan-
                                   e                             outras configura¸˜es capazes de aumentar o desempenho
                                                                                  co
tidade de processos httpd ser´ sempre maior ou igual a quan-
                              a                                  do mesmo, como a possibilidade de desabilitar Hostname
tidade de clientes. Nesta arquitetura, temos uma quantidade      Lookups e DNS resolving, e outras que podem ser encon-
inicial que processos que s˜o pr´-criados para atender as
                             a     e                             tradas na documenta¸˜o do Apache.
                                                                                       ca
conex˜es, sendo que a medida que os clientes se conectam,
       o                                                            Entretanto, quando falamos de arquiteturas de distribui¸˜o
                                                                                                                           ca
eles s˜o atendidos por estes processos. No prefork, temos
      a                                                          de v´ıdeo que recebem grandes volumes de acesso, devemos
basicamente dois problemas em termos de performance:             nos preocupar um pouco mais em como otimizar o processo
                                                                 de distribui¸˜o. Uma das maneiras mais eficientes de au-
                                                                             ca
   • Mem´ria: cada processo criado ocupa uma por¸˜o da
          o                                      ca              mentar a capacidade de uma infra-estrutura de Download
     mem´ria, de modo que a mem´ria dispon´ para cache
          o                      o          ıvel                 Progressivo consiste em realizar um processo de cache in-
     do kernel ´ cada vez menor, ao ponto que toda ela
                e                                                tensivo.
     ´ preenchida pelos processos httpd, momento onde o
     e
     servidor come¸a a fazer swap em disco.
                  c
                                                                 3.2    Aumentando o Desempenho com Estraté-
   • Load: a cria¸˜o de novos processos (fork) gera um over-
                 ca                                                     gias de Cache
     head no sistema, de modo que quanto maior a taxa de            Ter uma estrat´gia de cache de conte´do ´ fundamental
                                                                                      e                       u e
     conex˜o, maior ser´ o overhead no fork para atender
          a             a                                        quando falamos de alta performance com um grande vol-
     as novas conex˜es.
                    o                                            ume de acessos. Quando temos um volume muito grande,
   A outra op¸˜o de MPM, o worker, trabalha com o conceito
              ca                                                 temos tamb´m diversos requests ao mesmo conte´do. Pro-
                                                                               e                                       u
multi-thread, onde as requisi¸˜es s˜o atendidas por threads
                                 co     a                        cessar todo o request para cada cliente consistiria em repe-
e n˜o por processos. Assim, ter´
    a                                ıamos apenas um ou poucos   tir as mesmas opera¸˜es diversas vezes, sem aproveitar para
                                                                                        co
processos com m´ltiplas threads em cada um deles, aten-
                   u                                             um request os dados processados por outro. Assim, fica
dendo cada uma das conex˜es. Com o worker, minimizamos
                              o                                  claro que podemos otimizar este processamento, simples-
a utiliza¸˜o de mem´ria, j´ que as threads compartilham
         ca             o      a                                 mente aproveitando aquilo que serve para mais de uma req-
a mesma ´rea de mem´ria do processo pai, e reduzimos
           a               o                                     uisi¸˜o.
                                                                      ca
o overhead na cria¸˜o de processos. Na verdade, no caso
                      ca                                            Em situa¸˜es onde temos uma arquitetura onde o Apache
                                                                              co
do worker, definimos a quantidade de threads por processo         funciona como uma esp´cie de ”proxy” entre o usu´rio e um
                                                                                             e                         a
de modo que s´ realizamos um fork quando este limite ´
                 o                                           e   reposit´rio central de v´
                                                                         o                  ıdeos, essa necessidade ´ ainda mais
                                                                                                                    e
atingido.                                                        latente, uma vez que n˜o faz sentido obter um mesmo ar-
                                                                                             a
   A escolha entre prefork ou worker deve ser realizada caso     quivo diversas vezes neste reposit´rio para servir para os
                                                                                                         o
a caso, ou seja, dependendo da situa¸˜o de uso e da config-
                                          ca                     clientes a cada request semelhante. Uma vez copiado do
ura¸˜o de hardware uma escolha poder´ ser melhor que a
    ca                                        a                  storage para o Apache, para servir uma requisi¸˜o, o arquivo
                                                                                                                   ca
outra. No caso espec´    ıfico de servidores para utiliza¸˜o em
                                                        ca       pode ser mantido no servidor Web para as requisi¸˜es pos-
                                                                                                                        co
distribui¸˜o de v´
         ca        ıdeos em Progressive Download, a escolha      teriores realizadas ao mesmo v´     ıdeo. Com essa abordagem,
do MPM Worker ´ recomendada, com o objetivo de reduzir
                    e                                            reduzimos a carga no storage e o tr´fego de rede e de oper-
                                                                                                          a
a ocupa¸˜o de mem´ria pelo servidor Web, deixando-a livre
        ca            o                                          a¸˜es de c´pia.
                                                                   co       o
para que o kernel possa utiliz´-la para cache de conte´do,
                                   a                       u        Para realizar o cache de conte´do existem diversas alter-
                                                                                                       u
reduzindo o IO no disco e consequentemente o tempo de re-        nativas, como o Squid e o mod cache. O mod cache, por
sposta da requisi¸˜o. Uma configura¸˜o interessante seria
                   ca                      ca                    estar integrado ao Apache e por ser bastante conhecido e uti-
neste caso seria for¸ar a cria¸˜o de todos os processos filho
                      c          ca                              lizado, al´m de apresentar uma ´tima performance, ´ uma
                                                                           e                           o                   e
(childs) e suas threads no momento que o servidor Web for        excelente op¸˜o para cache em arquiteturas de distribui¸˜o
                                                                               ca                                             ca
iniciado, reduzindo assim o overhead de controle de threads,     em Download Progressivo.
por exemplo:                                                        O mod cache permite duas abordagens principais de cache:
                                                                 disco ou mem´ria. O mod disk cache ´ o m´dulo respon-
                                                                                 o                           e     o
ThreadLimit         100                                          s´vel pelo cache em disco, e funciona da seguinte forma: ao
                                                                  a
ServerLimit          12                                          receber um request, o mod disk cache verifica se o conte´do   u
StartServers         12                                          solicitado j´ est´ no cache em disco. Se estiver, o m´dulo
                                                                             a      a                                       o
MaxClients         1200                                          valida se o conte´do n˜o est´ expirado e serve o mesmo a
                                                                                     u      a     a
MinSpareThreads    1200                                          partir do cache, sem que a requisi¸˜o seja passada aos demais
                                                                                                      ca
MaxSpareThreads    1200                                          m´dulos do Apache. Caso, n˜o esteja cacheado, o request
                                                                    o                              a
ThreadsPerChild     100                                          passa pelo path normal de atendimento ao request, sendo
MaxRequestsPerChild   0                                          que, ao finalizar o processamento, o mod cache escreve a re-
                                                                 sposta no cache antes de servir a mesma. Assim, ele cria
  Na configura¸˜o acima teremos inicialmente a cria¸˜o dos
               ca                                  ca            dois arquivos em disco: o .data, com o conte´do do request,
                                                                                                                 u
12 processos com 100 threads que ficar˜o esperando novas
                                       a                         e o .header com os headers da resposta. O nome dos ar-
conex˜es, sendo que assim evitamos a necessidade de forks
      o                                                          quivos criados ´ criado a partir de um hash, para evitar que
                                                                                  e
adicionais e um overhead para o controle da quantidade de        o conte´do seja sobre-escrito.
                                                                         u
threads dispon´ıveis. Al´m disso, definimos um m´ximo de
                        e                        a                  O mod mem cache, ´ o m´dulo respons´vel pelo cache em
                                                                                           e    o              a
100 threads pro processo. Este valor foi definido de acordo       mem´ria, e funciona de forma semelhante ao mod disk cache,
                                                                       o
por´m armazenando o conte´do em mem´ria.
   e                         u            o
  A escolha de um dos m´dulos para utiliza¸˜o em um servi-
                         o                  ca                         Desde o aparecimento do Napster no come¸o de 1999,
                                                                                                                     c
dor de Download Progressivo tamb´m depende da configu-
                                    e                               as redes peer-to-peer (P2P) tˆm experimentado um cresci-
                                                                                                  e
ra¸˜o do hardware. Entretanto, em servidores que rodam
  ca                                                                mento consider´vel. Em 2003 as aplica¸˜es P2P passaram
                                                                                    a                        co
em Linux, o uso do mod disk cache ´ recomendada, uma
                                      e                             a ser as mais populares na Internet, e, no final de 2004,
vez que o gerenciamento do cache em mem´ria feito pelo
                                              o                     os protocolos P2P representavam 60% do tr´fego total da
                                                                                                                  a
kernel ´ bastante eficiente. Assim, poder´
       e                                ıamos ter a seguinte        Internet. [7] Esse r´pido sucesso foi sustentado por redes
                                                                                        a
configura¸˜o:
          ca                                                        de transferˆncia de arquivos quem permitiam usu´rios tro-
                                                                                e                                       a
                                                                    carem arquivos de m´  ıdia. A expectativa ´ que esse cresci-
                                                                                                               e
<IfModule mod_cache.c>                                             mento continue com o desenvolvimento de novas aplica¸˜es co
        <IfModule mod_disk_cache.c>                               P2P.
                CacheRoot /mnt/flashcache                              Uma outra op¸˜o muito interessante, especificamente para
                                                                                     ca
                CacheEnable disk /                                  transmiss˜es ao vivo, ´ o IP Multicast. O conceito ´ bastante
                                                                              o           e                            e
                CacheDirLevels 2                                    antigo, introduzido por S. Deering em sua tese de doutorado
                CacheDirLength 1                                    [5] em 1988. Sendo que o primeiro teste em larga escala s´  o
                CacheMaxFileSize 209715200 #200GB                   ocorreu no encontro da IETF em 1992 [6]. Essa arquitetura e
                CacheMinFileSize 1                                  alguns de seus desafios ser˜o rapidamente relatados a seguir.
                                                                                               a
                CacheDefaultExpire 86400
                CacheMaxExpire 86400                                4.1    Peer to Peer
        </IfModule>
</IfModule>                                                            Em uma transmiss˜o P2P, um fluxo de m´
                                                                                             a                         ıdia ´ enviado
                                                                                                                              e
                                                                    para uma audiˆncia consider´vel utilizando a capacidade de
                                                                                     e               a
   Com uma configura¸˜o adequada de cache ´ poss´
                      ca                      e    ıvel au-         uplink em cada n´ para repassar os dados. An´logo `s re-
                                                                                         o                                a        a
mentar a capacidade de um servidor de Download Progres-             des de transferˆncia de arquivos, a propaga¸˜o de dados ´
                                                                                      e                               ca                e
sivo em at´ 40%, sendo que, juntamente com a escolha cor-
           e                                                        feita por um protocolo distribu´ que permite que os n´s
                                                                                                         ıdo                          o
reta de configura¸oes do servidor Web, este ganho pode atin-
                c˜                                                  se auto-organizem em ´rvores de distribui¸˜o. A diferen¸a
                                                                                               a                    ca                c
gir at´ 70%.
      e                                                             fundamental nesse caso ´ que isso deve acontecer em tempo
                                                                                                e
                                                                    real para que os usu´rios conectados tenham uma experiˆn-
                                                                                           a                                         e
3.3    As desvantagens do Download Progressivo                      cia pr´xima com a de assistir TV. Comparado com redes de
                                                                           o
   Apesar de ser uma solu¸˜o bastante simples e com baixo
                                 ca                                 distribui¸˜o de conte´do (content delivery networks, CDN),
                                                                              ca            u
custo de implementa¸˜o, o Download Progressivo possui al-
                          ca                                        essa proposta ´ bastante interessante pelo fato de n˜o pre-
                                                                                    e                                            a
gumas desvantagens quando comparado com outras tecnolo-             cisar de uma infra-estrutura dedicada e ser auto-escal´vel a   a
gias. O fato de copiar totalmente o conte´do conte´do para-
                                              u         u           medida que os recursos da rede aumentam com o n´mero de   u
para a m´quina do usu´rio, exatamente como acontece com
            a                a                                      usu´rios.
                                                                        a
um download de um arquivo qualquer, torna esta solu¸˜o       ca        Para que seja amplamente adotado, sistemas de stream-
relativamente insegura, dado que existem diversas formas            ing P2P devem atingir uma qualidade de v´        ıdeo alta e con-
extremamente simples de se obter, copiar e distribuir ilegal-       stante, assim como uma baixa latˆncia para o in´
                                                                                                           e                 ıcio da re-
mente o conte´do. Existem algumas t´cnicas que dificultam
                  u                         e                       produ¸˜o. Alguns fatores dificultam bastante essa tarefa. A
                                                                           ca
o acesso ` este conte´do copiado, n˜o ´ poss´ garantir que
            a             u              a e     ıvel               largura de banda dispon´ em cada n´ ´ normalmente insu-
                                                                                                ıvel           oe
ele n˜o ser´ utilizado indevidamente.
       a      a                                                     ficiente para manter a qualidade alta do v´     ıdeo. Al´m disso,
                                                                                                                              e
   Outra limita¸˜o do Download Progressivo est´ na sua in-
                   ca                                 a             os n´s podem decidir desconectar a qualquer momento, in-
                                                                         o
capacidade de transmitir conte´do ao vivo. Na verdade,
                                      u                             terrompendo o caminho de distribui¸˜o. Verificamos ent˜o
                                                                                                             ca                       a
existem algumas t´cnicas que permitem que isto aconte¸a,
                       e                                      c     que essa rede ´ altamente dinˆmica e n˜o confi´vel. Essas
                                                                                    e                  a         a         a
por´m, elas est˜o longe de serem eficientes. Para utilizar
     e              a                                               caracter´ısticas espec´ıficas demonstram o tamanho do desafio
o Download Progressivo para uma transmiss˜o ao vivo ´
                                                    a           e   associado a implementa¸˜o dessas redes.
                                                                                                ca
necess´rio identificar no sinal de video codificado que est´
         a                                                      a      Apesar de todos os desafios existem diversas solu¸˜es com-
                                                                                                                              co
sendo gerado a posi¸˜o o ultimo key-frame, para que a cada
                         ca     ´                                   erciais dispon´ıveis no mercado como a Octoshape [3] e Pando
nova conex˜o seja atendida a partir deste ponto. Com isso,
               a                                                    [4]. Entretanto todos eles re-caem no mesmo problema do
´ necess´rio incluir um header semelhante ao header de um
e          a                                                        cliente ter que instalar um software propriet´rio exclusivo
                                                                                                                        a
arquivo previamente codificado, al´m de definir um content-
                                        e                           (em geral em forma de plug-in) para servir o conte´do.     u
length fict´   ıcio na resposta do servidor web. Com isso, o            Recentemente a Adobe anunciou que a vers˜o 10 do seu
                                                                                                                         a
cliente processa o conte´do pensando que o mesmo ´ um
                               u                          e         Flash Player possibilitar´ a distribui¸˜o de conte´do usando
                                                                                                 a           ca            u
arquivo comum, apesar de n˜o ter um final definido.
                                    a                               P2P [1]. Em agosto de 2008, data da elabora¸˜o desse ar-
                                                                                                                         ca
   Assim, utilizar uma arquitetura de Download Progressivo          tigo, o Flash Player 10 ainda era apenas um beta, mas com
pode ser extremamente interessante tanto em cen´rios coma           sua alta penetra¸˜o no mercado [2] passa a ser um grande
                                                                                        ca
pequenos volumes de produ¸˜o e audiˆncia, quanto em ambi-
                                  ca       e                        promissor no mercado P2P.
entes com grandes volumes de acesso, sendo bastante flex´    ıvel
com rela¸˜o ` varia¸˜es na disponibilidade de rede, uma
            ca a          co                                        4.2    Multicast
vez que elas n˜o prejudicam tanto a experiˆncia do usu´rio.
                  a                             e          a          Os trabalhos de S. Deering [5] levaram a cria¸˜o de um
                                                                                                                      ca
Al´m disso, a simplicidade e o baixo custo de implanta¸˜o e
   e                                                      ca        ”multicast backbone” na Internet, conhecido como MBone,
manuten¸˜o tornam esta alternativa bastante atraente para
            ca                                                      que consiste em ilhas de multicast conectadas por liga¸˜es
                                                                                                                             co
distribui¸˜o de m´
           ca         ıdias na internet.                            ponto-a-ponto chamadas t´neis IP. Cada t´nel IP conectava
                                                                                              u               u
                                                                    dois roteadores de multicast atrav´s de um enlace l´gico, que
                                                                                                      e                o
4.    OUTRAS ARQUITETURAS                                           podia ultrapassar v´rios roteadores unicast IP. Mensagens
                                                                                        a
IP multicast eram encaminhadas encapsuladas em IP uni-
cast de roteador e roteador multicast. Como o MBone e a
Internet tem topologias diferentes, os roteadores multicast
executam um protocolo de roteamento separado.
   Para fins acadˆmicos e pesquisa o MBone cumpria muito
                 e
bem o seu papel. Entretanto, para que as transmiss˜es com-
                                                   o
erciais tenham as vantagens da conex˜o multicast toda a
                                        a
rede, desde a gera¸˜o de conte´do at´ o usu´rio final pre-
                    ca         u      e      a
cisam suportar esse protocolo. Para que isso ocorra precisa
haver um interesse em comum das empresas geradoras de
conte´do, provedores de trˆnsito e provedores de conex˜o
      u                     a                            a
ao usu´rio final.
       a
   Devido ao modelo comercial implantado, onde em geral as
operadoras cobram por tr´fego gerado, dificilmente o custo
                          a
de montar tal opera¸˜o justifica o interesse. Por isso os
                       ca
autores at´ hoje n˜o conhecem grandes casos de transmiss˜es
          e       a                                     o
comerciais usando multicast.

5.    CONCLUSÃO
   Como podemos ver, existem diversas solu¸˜es e alternati-
                                              co
vas que abordam o desafio de distribuir v´   ıdeos na internet
de maneiras diferentes, de modo que cada uma delas possui
um conjunto de caracter´  ısticas que podem ser bastante im-
portantes em cen´rios espec´
                  a           ıficos. Na verdade, a chave para
escolha da melhor arquitetura consiste na avalia¸˜o correta
                                                  ca
de todos os pontos envolvidos no processo de distribui¸˜o,
                                                         ca
considerando assim os pr´s e contras de cada solu¸˜o, para
                           o                        ca
cada necessidade. Existem situa¸˜es onde o streaming ser´ a
                                  co                       a
melhor escolha, por realizar uma distribui¸˜o em tempo-real
                                           ca
e por contribuir para a seguran¸a do conte´do, por´m, em
                                   c          u        e
outra situa¸˜o o download progressivo poder´ ser mais ade-
            ca                                 a
quado, por permitir uma experiˆncia cont´
                                  e        ınua independente
das varia¸˜es na disponibilidade de banda.
          co
   Al´m de se preocupar com a tecnologia a ser adotada, ´ de
     e                                                   e
fundamental importˆncia projetar uma arquitetura escal´vel
                     a                                   a
e facilmente gerenci´vel, que permita uma r´pida adapta¸˜o
                    a                        a            ca
de acordo com a varia¸˜o da demanda, ao mesmo tempo que
                       ca
devemos sempre nos preocupar em otimizar ao m´ximo osa
recursos utilizados. Desta forma, teremos uma arquitetura
flex´ıvel e capaz de atender as necessidades de um neg´cioo
em constante evolu¸˜o.
                    ca

6.    BIBLIOGRAFIA
[1] Peer to peer (p2p) in flash player 10 beta.
[2] Adobe flash player version penetration, 2008.
[3] Octoshape official website, 2008.
[4] Pando official website, 2008.
[5] S. Deering. Multicast Routing in a Datagram
    Internetwork. PhD thesis, Stanford University, 1991.
[6] S. Casner; S. Deering. First internet audiocast. In ACM
    Computer Communication Review, pages 92–97, 1992.
[7] Richard MacManus. Trend watch: P2p traffic much
    bigger than web traffic, 2006.

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Arquiteturas de distribuição de vídeos na internet

  • 1. Arquiteturas de Distribuição de Vídeos na Internet Marcello de Lima Azambuja Rafael Silva Pereira Globo.com Globo.com Rio de Janeiro, RJ Brasil Rio de Janeiro, RJ Brasil azambuja@corp.globo.com rafael.pereira@corp.globo.com ABSTRACT Keywords Apesar de parecer algo simples, a escolha correta de uma ar- Arquitetura, Distribui¸˜o de V´ ca ıdeo, Internet TV, V´ ıdeo na quitetura de distribui¸˜o de v´ ca ıdeos ´ t˜o fundamental para e a Internet um servi¸o na internet, quanto a defini¸˜o dos parˆmetros c ca a de codifica¸˜o de um determinado algoritmo de compress˜o, ca a isto porque ela tamb´m pode impactar de forma decisiva na e 1. INTRODUÇÃO qualidade da experiˆncia do usu´rio. A distribui¸˜o de v´ e a ca ıdeo A distribui¸˜o de v´ ca ıdeos na internet n˜o ´ um processo a e em uma rede ’Best Effort’, a varia¸˜o estat´ ca ıstica de retardo, novo, por´m vem se popularizando bastante nos ultimos e ´ assim como outras adversidades do meio, criam desafios para anos, principalmente devido ao aumento da disponibilidade que o usu´rio tenha uma experiˆncia cont´ a e ınua – demora para de banda dos usu´rios. Sites dedicados ` distribui¸˜o de a a ca carregar, travamentos constantes, etc. Desta forma, para v´ ıdeos, como o YouTube, que hoje ´ o terceiro portal mais e projetar uma arquitetura de distribui¸˜o de v´ ca ıdeos devemos acessado no mundo, ajudam a impulsionar o mercado de levar uma s´rie de fatores em considera¸˜o, como a largura e ca v´ ıdeo na internet, e criam oportunidades para que novos de banda m´dia necess´ria para a distribui¸˜o dos v´ e a ca ıdeos, servi¸os sejam desenvolvidos, visando atender a crescente c a disponibilidade de banda dos usu´rios, a audiˆncia esper- a e demanda dos usu´rios. a ada, etc. Baseado nessas caracter´ ısticas, ´ poss´ escolher e ıvel Entretanto, criar um servi¸o de distribui¸˜o de v´ c ca ıdeos que uma distribui¸˜o via streaming, download progressivo, Peer- ca seja robusto o suficiente para atender toda a demanda, e 2-Peer, entre outras. que seja est´vel e escal´vel, n˜o ´ uma tarefa simples. Exis- a a a e Assim, nosso objetivo ´ analisar quais fatores mais influen- e tem hoje diversas tecnologias e arquiteturas de distribui¸˜o, ca ciam na escolha de uma arquitetura de distribui¸˜o de v´ ca ıdeos que permitem uma s´rie de diferentes abordagens, de modo e para internet, e, baseado numa combina¸˜o de fatores, qual ´ ca e que uma escolha inadequada pode comprometer seriamente a melhor escolha. Iremos analisar arquiteturas de streaming a qualidade do servi¸o, se houver uma m´ c ınima mudan¸a dec (Windows Media Services e Flash Media Server), de down- cen´rio, como o aumento inesperado da demanda, por ex- a load progressivo e redes P2P, verificando as particularidades emplo. de cada uma, e avaliando como estruturar um ambiente para Assim, devemos analisar cuidadosamente quais s˜o as car- a uma distribui¸˜o mais eficiente, ou seja, com mais usu´rios ca a acter´ısticas relacionadas ao processo de distribui¸˜o, ou seja, ca por servidor. qual ´ a audiˆncia esperada, qual ´ o perfil de acesso dos e e e usu´rios, quais as caracter´ a ısticas do meio f´ ısico utilizado para o acesso, quais s˜o os requisitos de qualidade do servi¸o, a c etc. S´ assim, teremos informa¸˜es suficientes para definir o co Categories and Subject Descriptors qual ´ a estrutura e tecnologia que mais se adequa `s neces- e a C.2 [Computer Systems Organization]: Computer Com- sidades do neg´cio. o munication Networks; H.4.3 [Information Systems]: In- A seguir, iremos ver quais s˜o as tecnologias existentes, a formation Systems Applications quais s˜o suas caracter´ a ısticas, e como podemos utiliz´-las a para distribuir v´ ıdeos na internet. General Terms 2. STREAMING Design, Performance Nesse artigo utilizamos o termo ’Streaming’ nos referindo a streaming de v´ ıdeo. Isto ´, tecnologia para envio de infor- e ma¸˜es multi-m´ co ıdia na Internet atrav´s de pacotes IP. Em e geral com um protocolo de controle de sess˜o (ex.: RTP) a controlando a transmiss˜o dos dados e de forma que ap´s a a o reprodu¸˜o os dados n˜o sejam armazenados na m´quina do ca a a cliente. 2.1 Windows Media Services Um dos principais servidores de streaming do mercado ´ e o Windows Media Services, solu¸˜o da Microsoft que ainda ca
  • 2. ´ a mais usada para transmiss˜o ao vivo. Descreveremos a e a stream ´ reproduzido pelo Windows Media Player na taxa e seguir algumas caracter´ısticas importantes na solu¸˜o Win- ca especificada pelo formato do stream, mas o cliente passa a dows Media que o tornam interessantes para distribui¸˜o de ca ter um buffer bem maior antes da reprodu¸˜o. Isso permite ca m´ıdia ao vivo na Internet. que o cliente seja mais robusto a varia¸˜es na condi¸˜o da co ca Como principais pontos podemos citar: rede de transmiss˜o sem um impacto percept´ a ıvel na qual- idade da reprodu¸˜o do conte´do, principalmente no on- ca u • Intelligent Streaming demand. O Fast Start usa um conceito parecido ao Fast Cache, de • Fast Streaming (Fast Cache, Fast Start, etc.) transmitir os dados numa taxa maior que a especificada no • Server-side Playlist formato do stream para que o in´ da reprodu¸˜o seja acel- ıcio ca erada. A id´ia ´ reduzir ao m´ximo o intervalo entre o tempo e e a 2.1.1 Intelligent Streaming em que o bot˜o de play ´ pressionado e o efetivo in´ a e ıcio da reprodu¸˜o. Isso tamb´m acelera o processo de fast-forward ca e Intelligent streaming ´ um conjunto de funcionalidades do e ou rewind na reprodu¸˜o do v´ ca ıdeo sem um atraso adicional Microsoft Windows Media Services que detecta automatica- ou re-buffering. Um ponto de aten¸˜o ´ para o caso de v´rios ca e a mente as condi¸˜es de rede e ajusta as propriedades de um co clientes simultaneamente requisitarem a reprodu¸˜o de umca fluxo de stream para maximizar a qualidade da experiˆncia e v´ ıdeo, caso comum em transmiss˜es ao vivo de grande escala o do usu´rio. Com a varia¸˜o estat´ a ca ıstica de retardo sendo uma quando o link passa a ser disponibilizado numa p´gina com a caracter´ ıstica comum na maioria das conex˜es da Internet, o acesso elevado (ex.: p´gina inicial da globo.com). Nesse caso a al´m do fato do mercado de banda larga oferecer uma ampla e o aumento da utiliza¸˜o de banda ser´ enorme sendo acon- ca a variedade de largura de banda, o Intelligent streaming passa selh´vel limitar a utiliza¸˜o de banda que o Fast Start pode a ca a ser uma caracter´ ıstica de grande relevˆncia. Por exemplo, a utilizar pela administra¸˜o do Windows Media Services. ca um usu´rio com um laptop pode conectar-se a um prove- a O Fast Recovery faz uso de um algoritmo de forward er- dor de conte´do com uma conex˜o de 600kbps ADSL em u a ror correction (FEC) em um publishing point do Windows casa, uma conex˜o de 10Mbps no trabalho ou um modem a Media Services para recupera¸˜o em caso de recebimento de ca de 56kbps enquanto viaja a neg´cios. o pacotes danificados ou perdidos. No sistema Windows Media, o servidor Windows Media O Fast Reconnect permite a re-conex˜o autom´tica no a a e o cliente (normalmente o Windows Media Player) se co- caso de uma falha tempor´ria de rede. No caso de uma a municam a fim de identificar a largura de banda dispon´ ıvel reprodu¸˜o de v´ ca ıdeo on-demand a reprodu¸˜o ´ iniciada do ca e realizando um s´rie de medi¸˜es e ajustes de forma a max- e co ponto de onde parou automaticamente. imizar a qualidade do stream para que n˜o haja esvazia- a O Advanced Fast Start estende a funcionalidade do Fast mento do buffer (interrompendo a reprodu¸˜o da m´ ca ıdia). Start permitindo que o Windows Media Player inicie a re- No caso de conex˜es mais lentas (dial-up) o usu´rio tem o a produ¸˜o mesmo antes do buffer estar completamente cheio, ca uma degrada¸˜o de qualidade em prol da reprodu¸˜o con- ca ca apenas com um valor m´ ınimo presente. O objetivo nova- t´ ınua, em contra partida, numa conex˜o com maior largura a mente ´ minimizar o intervalo entre a intera¸˜o do usu´rio e ca a de banda a qualidade pode ser oferecida com a maior uti- e a reprodu¸˜o do v´ ca ıdeo. liza¸˜o de recursos de rede. ca Para que o Intelligent Streaming seja usado, ´ preciso no e entanto, que os servidores de codifica¸˜o (Windows Media ca 2.1.3 Server-side Playlist Encoder) estejam configurados para gerar mais de um perfil As Server-side Playlists s˜o listas de reprodu¸˜o config- a ca de codifica¸˜o (profiles de encoding). Esse tipo de stream ´ ca e uradas no lado do servidor de maneira transparente para chamado de Multiple Bit Rate (MBR). Para cada novo perfil o cliente Windows Media Player. Elas podem ser usadas acrescentado uma nova carga de processamento equivalente para dois objetivos b´sicos: controle de falhas (fail-over) e a ser´ aplicada no servidor. a inser¸˜o de propaganda (Ad Insertion). ca Um problema no algoritmo usado para detec¸˜o da largura ca Uma playlist contendo duas referˆncias para Windows Me- e de banda dispon´ ´ sempre considerar o Maximum Trans- ıvel e dia Encoders, com o mesmo sinal, pode ser usada para o caso mission Unit como 1500 bytes (Ethernet). O que n˜o ´ cor- a e de uma falha em um deles. Dessa forma automaticamente os reto para o caso de conex˜es ADSL que fazem uso de PPPoE, o servidores iriam conectar no segundo servidor sem nenhuma que adicionam um overhead reduzindo o MTU para 1492 interven¸˜o humana. ca bytes, gerando uma fragmenta¸˜o dos pacotes que possivel- ca Essas playlists podem ser usadas tamb´m para a inser¸˜o e ca mente contabiliza erroneamente a largura de banda dispon´ ıvel. de propaganda antes, entre ou depois da reprodu¸˜o de m´ ca ı- Um parˆmetro pode ser utilizado no Windows Media En- a dias. A gera¸˜o da playlist pode inclusive ser feita por um ca coder para amenizar esse problema. programa externo com uma l´gica de neg´cios mais elabo- o o rada para controlar a inser¸˜o de propaganda. ca 2.1.2 Fast Streaming A tecnologia Fast Streaming refere-se a um grupo de fun- 2.2 Flash Media Server cionalidades inclu´ ıdas no Windows Media Services para mel- Uma solu¸˜o de distribui¸˜o de conte´do em Flash V´ ca ca u ıdeo, horar a qualidade da experiˆncia do usu´rio: Fast Cache, e a On Demand e Ao Vivo, deve levar em considera¸˜o uma s´rie ca e Fast Start, Fast Recovery, Fast Reconnect e Advanced Fast de caracter´ısticas que devem ser atendidas visando garan- Start. tir ao usu´rio uma experiˆncia satisfat´ria e de qualidade. a e o O Fast Cache possibilita o envio dos dados a uma taxa Basicamente, devemos nos preocupar em montar uma infra- maior do que a especificada no formato do stream. Por ex- estrutura tolerante a falhas, escal´vel e que se adapte da a emplo, um servidor Windows Media poderia enviar para o melhor forma poss´ ıvel `s solu¸˜es j´ utilizadas em outros a co a cliente um stream de 128kbps a uma taxa de 700kbps. O sistemas que por ventura tenham que ser integrados ` nova a
  • 3. Figure 2: Splitting de Sinal no FMS tante redundante do ponto de vista dos Edge Servers, que, se estiverem diretamente ligados em um balanceador de carga, podem ser facilmente retirados de servi¸o caso apresentem c algum problema, de modo que os clientes ser˜o atendidosa Figure 1: Escalabilidade com Flash Media Server pelos outros servidores dispon´ ıveis. Entretanto, para a camada de Origin Servers temos uma situa¸˜o cr´ ca ıtica. Por ser o CORE de toda infra-estrutura, solu¸˜o. Al´m disso, esta estrutura deve ser facilmente geren- ca e uma vez que todas as aplica¸˜es est˜o mapeadas nele, sua co a ci´vel, ou seja, devemos ter um ponto centralizado de ad- a indisponibilidade causaria a queda de toda a estrutura de ministra¸˜o, onde seja poss´ alterar configura¸˜es de toda ca ıvel co distribui¸˜o. A indisponibilidade de um Origin Server sig- ca estrutura, al´m de possuir informa¸˜es de todos os pontos. e co nifica a queda imediata e interrup¸˜o de streaming para ca O Flash Media Server ´ o servidor de streaming da Adobe e todos os clientes, sem exce¸˜o, mesmo que tenhamos um ca que procura endere¸ar todas essas necessidades, permitindo c balanceador entre o Origin e os Edges e um servidor em a cria¸˜o de uma arquitetura facilmente escal´vel e geren- ca a Origin como backup. Existem alternativas para contornar ci´vel. a este tipo de problema, que seria implementar no player uma O Flash Media Server oferece uma solu¸˜o bastante in- ca funcionalidade para reconex˜o autom´tica caso o streaming a a teressante no que diz respeito a escalabilidade e distribui¸˜o ca seja interrompido por queda na conex˜o. Esta ´ uma solu¸˜o a e ca de carga, o que recebe o nome de Arquitetura Origin/Edge que minimizaria o problema de queda do Origin Server, e, Servers. Esta arquitetura introduz o conceito de execu¸˜o ca dadas todas as demais caracter´ ısticas positivas, est´ con- a remota de aplica¸˜es, de modo que a aplica¸˜o est´ ”hospedada” co ca a tinua sendo uma solu¸˜o bastante robusta. ca em um servidor, mas pode ser executada em outro. Basica- A redundˆncia dos encoders tamb´m ´ parte fundamen- a e e mente, a id´ia consiste em criar um ”cluster” de m´quinas e a tal para a confiabilidade de transmiss˜es ao vivo. Basi- o de front-end respons´veis por atender e executar as requi- a camente, deveremos ter 2 encoders para cada transmiss˜o a si¸˜es dos usu´rio, e centralizar toda a administra¸˜o das co a ca ao vivo, sendo um Master e outro Backup. Diferentemente aplica¸˜es em um unico servidor. Desta forma, aliamos a co ´ da arquitetura de Windows Media, os encoders publicam o centraliza¸˜o da administra¸˜o com alta uma capacidade de ca ca streaming codificado no servidor, e n˜o o servidor vai at´ o a e processamento de requisi¸˜es, de modo que a medida que au- co encoder. Desta forma, fica inviabilizada a utiliza¸˜o de bal- ca menta a necessidade de atendimento de requisi¸˜es, podemos co aceadores para realiza¸˜o de failover. Assim, o chaveamento ca aumentar a quantidade de Edge Servers. dos sinais em caso de falha fica sob responsabilidade de um Uma caracter´ ıstica bastante importante dos Edge Servers script no Origin Server. ´ o caching de conte´do On Demand, em mem´ria e em e u o Para que ocorra o chaveamento entre os sinais, ambos en- disco, que reduz a carga sobre o Origin Server. Basicamente, coders devem publicar seus streams no Origin Server durante quando um cliente solicita ao Edge Server o streaming de um toda a transmiss˜o. O encoder Master dever´ publicar seu a a determinado conte´do, ele procura se existe alguma vers˜o u a stream com um nome e o Backup com outro, sendo que os v´lida deste conte´do em seu cache. Caso exista, ele ini- a u clientes (Edge Servers) dever˜o se conectar em um terceiro a cia a distribui¸˜o do conte´do. Caso n˜o exista, ele ir´ ao ca u a a stream. Neste caso, o script que roda no servidor ir´ mapeara Origin Server busc´-lo. Outra caracter´ a ıstica excepcional da a entrada do master para a sa´ em que os Edge Servers es- ıda arquitetura de Origin/Edge Servers ´ a realiza¸˜o de split- e ca t˜o conectados. Em caso de falha, a conex˜o entre o encoder a a ting de conte´do ao vivo realizado pelo Origin Server. Basi- u Master e o Origin Server ser´ perdida, gerando um evento a camente, o Origin Server recebe o sinal codificado em FLV de Disconnect no Origin Server. Ao identificar este evento do conte´do ao vivo e distribui para os Edge Servers onde u o Origin Server automaticamente remapeia a entrada apon- existem clientes conectados solicitando streaming deste con- tando para o backup. Esta arquitetura ´ bastante robusta e e te´do. A caracter´ u ıstica fundamental disto ´ que, supondo e tolerante a falhas, de modo que, caso seja necess´rio chavear a que temos um v´ ıdeo sendo codificado e publicado no Origin para o back-up, nenhum cliente ´ desconectado. Al´m disso, e e Server com taxa de 1Mbps, teremos uma taxa de transmis- caso seja necess´rio reiniciar um encoder, sem chavear, ainda a s˜o deste v´ a ıdeo para os Edge Server de 1Mbps, independente assim os clientes n˜o ser˜o derrubados. a a da quantidade de clientes no Edge Server. (Figure 2) Do ponto de vista do usu´rio, o Flash Media Server possui a Um outro ponto importante quando estamos projetando algumas desvantagens quando comparado com a distribui¸˜o ca uma arquitetura de distribui¸˜o de v´ca ıdeos trata-se de elimi- via Windows Media Services, j´ que ele n˜o implementa o a a nar um poss´ ponto unico de falha. No caso da arquitetura ıvel ´ Intelligent Streaming nem o Fast Cache/Fast Start. Apesar Origin/Edge do Flash Media Server, temos uma solu¸˜o bas- ca de n˜o ter estas funcionalidades build-in, ´ poss´ a e ıvel imple-
  • 4. mentar solu¸˜es semelhantes atrav´s do desenvolvimento de co e dor Apache rodando em um sistema operacional Linux, n˜o a aplica¸˜es client e server side, capazes de realizar detec¸˜o co ca ´ necess´rio nenhum investimento em licenciamento de soft- e a de banda e gerenciamento dinˆmico de buffer. a ware, sendo que todo o custo de uma estrutura b´sica fica a restrito ao hardware. 3. DOWNLOAD PROGRESSIVO Baseado neste cen´rio, seria bastante desej´vel que este a a componente b´sico fosse capaz de servir a maior quantidade a Uma das alternativas ` utiliza¸˜o do streaming como ar- a ca poss´ de usu´rios, uma vez que, desta forma, reduzir´ ıvel a ıamos quitetura de distribui¸˜o ´ conhecida como Download Pro- ca e a quantidade de hardware necess´rio, reduzindo ainda mais a gressivo, onde os arquivos de ´udio e v´ a ıdeo s˜o distribu´ a ı- os custos da montagem da estrutura de distribui¸˜o. Para ca dos atrav´s de downloads para os usu´rios. Na verdade, o e a aumentar a performance de um sistema, devemos primeira- pr´prio nome j´ define bem o funcionamento deste processo: o a mente analisar seus componentes e como eles se relacionam, Download, referente ao processo de c´pia de um arquivo via o para ent˜o identificarmos os pontos cr´ a ıticos que devem ser HTTP para um computador ` partir de um servidor web; a otimizados. Progressivo, referente ` possibilidade de iniciar a reprodu¸˜o a ca No caso de distribui¸˜o de v´ ca ıdeos via Progressive Down- do conte´do antes que a c´pia completa seja finalizada. As- u o load temos algumas caracter´ ısticas b´sicas que devem ser a sim, a unica diferen¸a entre o Download Progressivo e um ´ c consideradas para otimiza¸˜o: ca download de um arquivo qualquer na internet via HTTP, consiste na possibilidade de iniciar a decodifica¸˜o antes que ca • As conex˜es com o WebServer s˜o persistentes, ou seja, o a todo conte´do esteja dispon´ u ıvel. Esta, ali´s, ´ uma car- a e o usu´rio fica conectado ao servidor por uma quanti- a acter´ıstica bastante importante, que limita a utiliza¸˜o do ca dade razo´vel de tempo, at´ que o conte´do seja com- a e u Download Progressivo por determinados formatos de m´ ıdia, pletamente copiado que dependem de informa¸˜es contidas no trailer do arquivo co para realizar a decodifica¸˜o, como arquivos MOV/MP4. ca • Dependendo da quantidade de v´ ıdeos diferentes pode- Nestes casos, ´ necess´rio alterar o encapsulamento do con- e a mos ter diversos conte´dos diferentes sendo acessados u te´do, transferindo todas as informa¸˜es necess´rias para o u co a simultaneamente header, de modo que a decodifica¸˜o possa ser iniciada as- ca sim que os primeiros frames de v´ ıdeo sejam recebidos. Por • Os arquivos de m´ ıdia n˜o est˜o necessaiamente nos a a este motivo, o Download Progressivo ´ popular apenas para e discos do servidor. Eles podem estar em um reposit´rio o distribui¸˜o de Flash V´ ca ıdeos e MOV/MP4. central sendo acessados pelo servidor Web atrav´s de e O Download Progressivo, ao contr´rio do Streaming, per- a NFS/CIFS mite que o conte´do seja reproduzido continuamente mesmo u • A quantidade de acessos ao servi¸o pode aumentar rap- c em ambientes onde a disponibilidade de banda ´ inferior ao e idamente, variando de acordo com o conte´do disponi- u bitrate total do arquivo. Na verdade, ´ poss´ e ıvel calcular bilizado a largura de banda efetiva durante o download e, baseado neste valor, iniciar a reprodu¸˜o apenas quando o tempo ca Com estas caracter´ ısticas j´ podemos identificar alguns gar- a restante de download for inferior ao tempo total de execu¸˜o ca galos principais: do conte´do. Desta forma, at´ usu´rios com baixa taxa de u e a transferˆncia podem ter uma experiˆncia satisfat´ria no con- e e o • Tr´fego de rede: muitos usu´rios conectados realizando a a sumo de m´ ıdia na internet. Uma outra caracter´ ıstica inter- download ir˜o rapidamente ocupar a banda dispon´ a ıvel. essante ´ que ap´s copiado, ´ poss´ realizar um seek para e o e ıvel Al´m disso, existe a ocupa¸˜o de banda pela c´pia dos e ca o qualquer posi¸˜o do arquivo sem que seja necess´rio realizar ca a arquivos do reposit´rio central para o servidor o um buffer de conte´do para reprodu¸˜o, isto ´, ap´s a c´pia, u ca e o o todo o conte´do est´ dispon´ independente das condi¸˜es u a ıvel co • IO (Reposit´rio Central e Disco Local): muitos usu´rios o a da rede. Com isso, ´ poss´ controlar por quanto tempo o e ıvel realizando download significa muito IO de leitura, que conte´do ´ v´lido na m´quina do usu´rio, permitindo inclu- u e a a a ´ maior a medida que temos mais usu´rios acessando e a sive uma redu¸˜o no tr´fego de rede e uma maior disponibil- ca a arquivos diferentes. idade, o que pode ser uma vantagem bastante significativa • Mem´ria: quanto mais usu´rios, mais mem´ria o Apache o a o para o usu´rio quando ele paga por byte trafegado na rede. a ir´ precisar para atendˆ-los, e quanto mais arquivos, a e Al´m disso, por ser fundamentalmente uma transferˆn- e e mais mem´ria o kernel ir´ utilizar para cache o a cia de dados via HTTP, a arquitetura de distribui¸˜o via ca Download Progressivo pode ser extremamente simples, com • CPU: quanto mais usu´rios mais processamento para a um baixo custo de implanta¸˜o e manuten¸˜o, al´m de ser ca ca e organizar e servir as requisi¸˜es co facilmente escal´vel, se for implementada de forma correta. a O componente b´sico de uma estrutura de distribui¸˜o em a ca A seguir iremos analisar todas as configura¸˜es que pode- co Download Progressivo ´ um Servidor Web, como o Apache, e mos fazer no sistema com o objetivo de maximizar a capaci- que recebe e processa requisi¸˜es HTTP. Al´m do Apache, co e dade de distribui¸˜o por servidor. ca existem diversas alternativas, como IIS da Microsoft e o LightHTTPd, por´m, por ser completamente Open-Source e 3.1 Otimização no Servidor Web - Apache e gratuito, al´m de possuir uma comunidade de desenvolvi- e O primeiro ponto, e mais simples, consiste em alterar as mento e suporte bastante ativa, o uso de Apaches ´ forte- e configura¸˜es do Apache, escolher a vers˜o correta (2.X), e co a mente recomendado. Nesta mesma linha de utilizarmos uma compilar uma vers˜o do Web Server que tenha apenas aquilo a arquitetura simples e de baixo custo, podemos utilizar um que ´ relevante para a distribui¸˜o de arquivos, ou seja, de- e ca sistema operacional Linux, que ´ bastante comum e utilizado e vemos evitar incluir na configura¸˜o de compila¸˜o m´dulos ca ca o para distribui¸˜o de conte´do na web. Assim, com um servi- ca u que n˜o ser˜o utilizados, como mod ssl, por exemplo. a a
  • 5. Uma vez compilado cabe a n´s decidir qual arquitetura in- o com os testes realizados que mostraram que com muitas terna de funcionamento possui uma performance maior: se ´ e threads em baixo de um unico processo o overhead sobre ´ a multi-process (Apache Prefork) ou a multi-process/multi- ele era muito alto, e o consumo de recursos com uma quan- thread (Apache Worker). tidade intermedi´ria de clientes era maior. a Basicamente, no prefork, para cada conex˜o ser´ criado a a Al´m de configurar o MPM, o Apache permite diversas e um processo espec´ ıfico para atendˆ-la, de modo que a quan- e outras configura¸˜es capazes de aumentar o desempenho co tidade de processos httpd ser´ sempre maior ou igual a quan- a do mesmo, como a possibilidade de desabilitar Hostname tidade de clientes. Nesta arquitetura, temos uma quantidade Lookups e DNS resolving, e outras que podem ser encon- inicial que processos que s˜o pr´-criados para atender as a e tradas na documenta¸˜o do Apache. ca conex˜es, sendo que a medida que os clientes se conectam, o Entretanto, quando falamos de arquiteturas de distribui¸˜o ca eles s˜o atendidos por estes processos. No prefork, temos a de v´ıdeo que recebem grandes volumes de acesso, devemos basicamente dois problemas em termos de performance: nos preocupar um pouco mais em como otimizar o processo de distribui¸˜o. Uma das maneiras mais eficientes de au- ca • Mem´ria: cada processo criado ocupa uma por¸˜o da o ca mentar a capacidade de uma infra-estrutura de Download mem´ria, de modo que a mem´ria dispon´ para cache o o ıvel Progressivo consiste em realizar um processo de cache in- do kernel ´ cada vez menor, ao ponto que toda ela e tensivo. ´ preenchida pelos processos httpd, momento onde o e servidor come¸a a fazer swap em disco. c 3.2 Aumentando o Desempenho com Estraté- • Load: a cria¸˜o de novos processos (fork) gera um over- ca gias de Cache head no sistema, de modo que quanto maior a taxa de Ter uma estrat´gia de cache de conte´do ´ fundamental e u e conex˜o, maior ser´ o overhead no fork para atender a a quando falamos de alta performance com um grande vol- as novas conex˜es. o ume de acessos. Quando temos um volume muito grande, A outra op¸˜o de MPM, o worker, trabalha com o conceito ca temos tamb´m diversos requests ao mesmo conte´do. Pro- e u multi-thread, onde as requisi¸˜es s˜o atendidas por threads co a cessar todo o request para cada cliente consistiria em repe- e n˜o por processos. Assim, ter´ a ıamos apenas um ou poucos tir as mesmas opera¸˜es diversas vezes, sem aproveitar para co processos com m´ltiplas threads em cada um deles, aten- u um request os dados processados por outro. Assim, fica dendo cada uma das conex˜es. Com o worker, minimizamos o claro que podemos otimizar este processamento, simples- a utiliza¸˜o de mem´ria, j´ que as threads compartilham ca o a mente aproveitando aquilo que serve para mais de uma req- a mesma ´rea de mem´ria do processo pai, e reduzimos a o uisi¸˜o. ca o overhead na cria¸˜o de processos. Na verdade, no caso ca Em situa¸˜es onde temos uma arquitetura onde o Apache co do worker, definimos a quantidade de threads por processo funciona como uma esp´cie de ”proxy” entre o usu´rio e um e a de modo que s´ realizamos um fork quando este limite ´ o e reposit´rio central de v´ o ıdeos, essa necessidade ´ ainda mais e atingido. latente, uma vez que n˜o faz sentido obter um mesmo ar- a A escolha entre prefork ou worker deve ser realizada caso quivo diversas vezes neste reposit´rio para servir para os o a caso, ou seja, dependendo da situa¸˜o de uso e da config- ca clientes a cada request semelhante. Uma vez copiado do ura¸˜o de hardware uma escolha poder´ ser melhor que a ca a storage para o Apache, para servir uma requisi¸˜o, o arquivo ca outra. No caso espec´ ıfico de servidores para utiliza¸˜o em ca pode ser mantido no servidor Web para as requisi¸˜es pos- co distribui¸˜o de v´ ca ıdeos em Progressive Download, a escolha teriores realizadas ao mesmo v´ ıdeo. Com essa abordagem, do MPM Worker ´ recomendada, com o objetivo de reduzir e reduzimos a carga no storage e o tr´fego de rede e de oper- a a ocupa¸˜o de mem´ria pelo servidor Web, deixando-a livre ca o a¸˜es de c´pia. co o para que o kernel possa utiliz´-la para cache de conte´do, a u Para realizar o cache de conte´do existem diversas alter- u reduzindo o IO no disco e consequentemente o tempo de re- nativas, como o Squid e o mod cache. O mod cache, por sposta da requisi¸˜o. Uma configura¸˜o interessante seria ca ca estar integrado ao Apache e por ser bastante conhecido e uti- neste caso seria for¸ar a cria¸˜o de todos os processos filho c ca lizado, al´m de apresentar uma ´tima performance, ´ uma e o e (childs) e suas threads no momento que o servidor Web for excelente op¸˜o para cache em arquiteturas de distribui¸˜o ca ca iniciado, reduzindo assim o overhead de controle de threads, em Download Progressivo. por exemplo: O mod cache permite duas abordagens principais de cache: disco ou mem´ria. O mod disk cache ´ o m´dulo respon- o e o ThreadLimit 100 s´vel pelo cache em disco, e funciona da seguinte forma: ao a ServerLimit 12 receber um request, o mod disk cache verifica se o conte´do u StartServers 12 solicitado j´ est´ no cache em disco. Se estiver, o m´dulo a a o MaxClients 1200 valida se o conte´do n˜o est´ expirado e serve o mesmo a u a a MinSpareThreads 1200 partir do cache, sem que a requisi¸˜o seja passada aos demais ca MaxSpareThreads 1200 m´dulos do Apache. Caso, n˜o esteja cacheado, o request o a ThreadsPerChild 100 passa pelo path normal de atendimento ao request, sendo MaxRequestsPerChild 0 que, ao finalizar o processamento, o mod cache escreve a re- sposta no cache antes de servir a mesma. Assim, ele cria Na configura¸˜o acima teremos inicialmente a cria¸˜o dos ca ca dois arquivos em disco: o .data, com o conte´do do request, u 12 processos com 100 threads que ficar˜o esperando novas a e o .header com os headers da resposta. O nome dos ar- conex˜es, sendo que assim evitamos a necessidade de forks o quivos criados ´ criado a partir de um hash, para evitar que e adicionais e um overhead para o controle da quantidade de o conte´do seja sobre-escrito. u threads dispon´ıveis. Al´m disso, definimos um m´ximo de e a O mod mem cache, ´ o m´dulo respons´vel pelo cache em e o a 100 threads pro processo. Este valor foi definido de acordo mem´ria, e funciona de forma semelhante ao mod disk cache, o
  • 6. por´m armazenando o conte´do em mem´ria. e u o A escolha de um dos m´dulos para utiliza¸˜o em um servi- o ca Desde o aparecimento do Napster no come¸o de 1999, c dor de Download Progressivo tamb´m depende da configu- e as redes peer-to-peer (P2P) tˆm experimentado um cresci- e ra¸˜o do hardware. Entretanto, em servidores que rodam ca mento consider´vel. Em 2003 as aplica¸˜es P2P passaram a co em Linux, o uso do mod disk cache ´ recomendada, uma e a ser as mais populares na Internet, e, no final de 2004, vez que o gerenciamento do cache em mem´ria feito pelo o os protocolos P2P representavam 60% do tr´fego total da a kernel ´ bastante eficiente. Assim, poder´ e ıamos ter a seguinte Internet. [7] Esse r´pido sucesso foi sustentado por redes a configura¸˜o: ca de transferˆncia de arquivos quem permitiam usu´rios tro- e a carem arquivos de m´ ıdia. A expectativa ´ que esse cresci- e <IfModule mod_cache.c> mento continue com o desenvolvimento de novas aplica¸˜es co <IfModule mod_disk_cache.c> P2P. CacheRoot /mnt/flashcache Uma outra op¸˜o muito interessante, especificamente para ca CacheEnable disk / transmiss˜es ao vivo, ´ o IP Multicast. O conceito ´ bastante o e e CacheDirLevels 2 antigo, introduzido por S. Deering em sua tese de doutorado CacheDirLength 1 [5] em 1988. Sendo que o primeiro teste em larga escala s´ o CacheMaxFileSize 209715200 #200GB ocorreu no encontro da IETF em 1992 [6]. Essa arquitetura e CacheMinFileSize 1 alguns de seus desafios ser˜o rapidamente relatados a seguir. a CacheDefaultExpire 86400 CacheMaxExpire 86400 4.1 Peer to Peer </IfModule> </IfModule> Em uma transmiss˜o P2P, um fluxo de m´ a ıdia ´ enviado e para uma audiˆncia consider´vel utilizando a capacidade de e a Com uma configura¸˜o adequada de cache ´ poss´ ca e ıvel au- uplink em cada n´ para repassar os dados. An´logo `s re- o a a mentar a capacidade de um servidor de Download Progres- des de transferˆncia de arquivos, a propaga¸˜o de dados ´ e ca e sivo em at´ 40%, sendo que, juntamente com a escolha cor- e feita por um protocolo distribu´ que permite que os n´s ıdo o reta de configura¸oes do servidor Web, este ganho pode atin- c˜ se auto-organizem em ´rvores de distribui¸˜o. A diferen¸a a ca c gir at´ 70%. e fundamental nesse caso ´ que isso deve acontecer em tempo e real para que os usu´rios conectados tenham uma experiˆn- a e 3.3 As desvantagens do Download Progressivo cia pr´xima com a de assistir TV. Comparado com redes de o Apesar de ser uma solu¸˜o bastante simples e com baixo ca distribui¸˜o de conte´do (content delivery networks, CDN), ca u custo de implementa¸˜o, o Download Progressivo possui al- ca essa proposta ´ bastante interessante pelo fato de n˜o pre- e a gumas desvantagens quando comparado com outras tecnolo- cisar de uma infra-estrutura dedicada e ser auto-escal´vel a a gias. O fato de copiar totalmente o conte´do conte´do para- u u medida que os recursos da rede aumentam com o n´mero de u para a m´quina do usu´rio, exatamente como acontece com a a usu´rios. a um download de um arquivo qualquer, torna esta solu¸˜o ca Para que seja amplamente adotado, sistemas de stream- relativamente insegura, dado que existem diversas formas ing P2P devem atingir uma qualidade de v´ ıdeo alta e con- extremamente simples de se obter, copiar e distribuir ilegal- stante, assim como uma baixa latˆncia para o in´ e ıcio da re- mente o conte´do. Existem algumas t´cnicas que dificultam u e produ¸˜o. Alguns fatores dificultam bastante essa tarefa. A ca o acesso ` este conte´do copiado, n˜o ´ poss´ garantir que a u a e ıvel largura de banda dispon´ em cada n´ ´ normalmente insu- ıvel oe ele n˜o ser´ utilizado indevidamente. a a ficiente para manter a qualidade alta do v´ ıdeo. Al´m disso, e Outra limita¸˜o do Download Progressivo est´ na sua in- ca a os n´s podem decidir desconectar a qualquer momento, in- o capacidade de transmitir conte´do ao vivo. Na verdade, u terrompendo o caminho de distribui¸˜o. Verificamos ent˜o ca a existem algumas t´cnicas que permitem que isto aconte¸a, e c que essa rede ´ altamente dinˆmica e n˜o confi´vel. Essas e a a a por´m, elas est˜o longe de serem eficientes. Para utilizar e a caracter´ısticas espec´ıficas demonstram o tamanho do desafio o Download Progressivo para uma transmiss˜o ao vivo ´ a e associado a implementa¸˜o dessas redes. ca necess´rio identificar no sinal de video codificado que est´ a a Apesar de todos os desafios existem diversas solu¸˜es com- co sendo gerado a posi¸˜o o ultimo key-frame, para que a cada ca ´ erciais dispon´ıveis no mercado como a Octoshape [3] e Pando nova conex˜o seja atendida a partir deste ponto. Com isso, a [4]. Entretanto todos eles re-caem no mesmo problema do ´ necess´rio incluir um header semelhante ao header de um e a cliente ter que instalar um software propriet´rio exclusivo a arquivo previamente codificado, al´m de definir um content- e (em geral em forma de plug-in) para servir o conte´do. u length fict´ ıcio na resposta do servidor web. Com isso, o Recentemente a Adobe anunciou que a vers˜o 10 do seu a cliente processa o conte´do pensando que o mesmo ´ um u e Flash Player possibilitar´ a distribui¸˜o de conte´do usando a ca u arquivo comum, apesar de n˜o ter um final definido. a P2P [1]. Em agosto de 2008, data da elabora¸˜o desse ar- ca Assim, utilizar uma arquitetura de Download Progressivo tigo, o Flash Player 10 ainda era apenas um beta, mas com pode ser extremamente interessante tanto em cen´rios coma sua alta penetra¸˜o no mercado [2] passa a ser um grande ca pequenos volumes de produ¸˜o e audiˆncia, quanto em ambi- ca e promissor no mercado P2P. entes com grandes volumes de acesso, sendo bastante flex´ ıvel com rela¸˜o ` varia¸˜es na disponibilidade de rede, uma ca a co 4.2 Multicast vez que elas n˜o prejudicam tanto a experiˆncia do usu´rio. a e a Os trabalhos de S. Deering [5] levaram a cria¸˜o de um ca Al´m disso, a simplicidade e o baixo custo de implanta¸˜o e e ca ”multicast backbone” na Internet, conhecido como MBone, manuten¸˜o tornam esta alternativa bastante atraente para ca que consiste em ilhas de multicast conectadas por liga¸˜es co distribui¸˜o de m´ ca ıdias na internet. ponto-a-ponto chamadas t´neis IP. Cada t´nel IP conectava u u dois roteadores de multicast atrav´s de um enlace l´gico, que e o 4. OUTRAS ARQUITETURAS podia ultrapassar v´rios roteadores unicast IP. Mensagens a
  • 7. IP multicast eram encaminhadas encapsuladas em IP uni- cast de roteador e roteador multicast. Como o MBone e a Internet tem topologias diferentes, os roteadores multicast executam um protocolo de roteamento separado. Para fins acadˆmicos e pesquisa o MBone cumpria muito e bem o seu papel. Entretanto, para que as transmiss˜es com- o erciais tenham as vantagens da conex˜o multicast toda a a rede, desde a gera¸˜o de conte´do at´ o usu´rio final pre- ca u e a cisam suportar esse protocolo. Para que isso ocorra precisa haver um interesse em comum das empresas geradoras de conte´do, provedores de trˆnsito e provedores de conex˜o u a a ao usu´rio final. a Devido ao modelo comercial implantado, onde em geral as operadoras cobram por tr´fego gerado, dificilmente o custo a de montar tal opera¸˜o justifica o interesse. Por isso os ca autores at´ hoje n˜o conhecem grandes casos de transmiss˜es e a o comerciais usando multicast. 5. CONCLUSÃO Como podemos ver, existem diversas solu¸˜es e alternati- co vas que abordam o desafio de distribuir v´ ıdeos na internet de maneiras diferentes, de modo que cada uma delas possui um conjunto de caracter´ ısticas que podem ser bastante im- portantes em cen´rios espec´ a ıficos. Na verdade, a chave para escolha da melhor arquitetura consiste na avalia¸˜o correta ca de todos os pontos envolvidos no processo de distribui¸˜o, ca considerando assim os pr´s e contras de cada solu¸˜o, para o ca cada necessidade. Existem situa¸˜es onde o streaming ser´ a co a melhor escolha, por realizar uma distribui¸˜o em tempo-real ca e por contribuir para a seguran¸a do conte´do, por´m, em c u e outra situa¸˜o o download progressivo poder´ ser mais ade- ca a quado, por permitir uma experiˆncia cont´ e ınua independente das varia¸˜es na disponibilidade de banda. co Al´m de se preocupar com a tecnologia a ser adotada, ´ de e e fundamental importˆncia projetar uma arquitetura escal´vel a a e facilmente gerenci´vel, que permita uma r´pida adapta¸˜o a a ca de acordo com a varia¸˜o da demanda, ao mesmo tempo que ca devemos sempre nos preocupar em otimizar ao m´ximo osa recursos utilizados. Desta forma, teremos uma arquitetura flex´ıvel e capaz de atender as necessidades de um neg´cioo em constante evolu¸˜o. ca 6. BIBLIOGRAFIA [1] Peer to peer (p2p) in flash player 10 beta. [2] Adobe flash player version penetration, 2008. [3] Octoshape official website, 2008. [4] Pando official website, 2008. [5] S. Deering. Multicast Routing in a Datagram Internetwork. PhD thesis, Stanford University, 1991. [6] S. Casner; S. Deering. First internet audiocast. In ACM Computer Communication Review, pages 92–97, 1992. [7] Richard MacManus. Trend watch: P2p traffic much bigger than web traffic, 2006.