3. Editorial
Expediente:
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Editora:
Carla Rossini - MTb 39.788
Projeto gráfico e
Diagramação:
Rafael H. Mermejo
Equipe de redação e fotos:
Carla Rodrigues - MTb 55.115
Murilo Sicchieri
Rafael H. Mermejo
Comercial e Publicidade:
Marília F. Palaveri
(16) 3946-3300 - Ramal: 2008
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comercial@revistacanavieiros.com.br
Impressão:
São Francisco Gráfica e Editora Ltda
Tiragem:
20.000 exemplares
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias
assinadas e informes publicitários são de
responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte.
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3
As expectativas das safras de
amendoim e cana-de-açúcar
A
Copercana mantém uma parceria com 39 produtores de
amendoim que em 2011 produziram 34 mil toneladas do grão. Em
2012, os cooperados vão entregar 48
mil toneladas do produto à cooperativa, o que representa um aumento de
mais de 40% em relação ao ano passado. Mas a safra brasileira que era para
ser acima da média, pode ser 20% menor do que as estimativas apontavam.
As condições climáticas atrapalharam
o desenvolvimento das plantas. Confira as informações completas na “Reportagem de Capa” da edição de março da Revista Canavieiros.
Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, é o entrevistado desta edição.
Ortolan comentou os problemas que
os fornecedores enfrentaram com os
custos elevados de produção de cana e
falou sobre a necessidade de políticas
públicas voltadas ao setor de bioenergia. No final da entrevista, o presidente da associação também comentou a
reestruturação pela qual a Canaoeste
está passando para melhor atender as
necessidades dos associados.
Dois artigos estão publicados na
secção “Ponto de Vista: José Mário
Paro, diretor adjunto da Canaoeste e
conselheiro da Sicoob Cocred, assina o artigo “Reflexões”. E o jornalista Rodrigo Lara Mesquita fala sobre
o código florestal no artigo “Código
Florestal, utopia ou loucura?”.
No dia 27 de fevereiro, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento
do Estado de São Paulo, realizou a
comemoração oficial dos 120 anos
de criação da pasta a fim de perpetuar esta data na história. Uma comitiva de cooperados e associados
do Sistema Copercana, Canaoeste e
RC
Sicoob Cocred foram à São Paulo
participar das comemorações. Essa
notícia o leitor encontra nas páginas
da Copercana. Também nestas páginas está o CanaSauro Rex 2012. O
presidente da Copercana e Sicoob
Cocred, Antonio Eduardo Tonielo
recebeu o prêmio na noite de 6 de
março, em Araçatuba. Amigos e familiares de Toninho Tonielo prestigiaram a premiação.
Nas páginas da Canaoeste, além da
Circular do Consecana com os preços de fevereiro, é possível conferir
as seguintes notícias: 1) Canaoeste
realiza seminários para produtores e
técnicos; 2) PECEGE/CNA - levantamento de custos de produção do setor
sucroalcooleiro do Centro-Sul. Para
complementar as informações da Canaoeste, o advogado da associação,
Juliano Bortoloti, escreveu sobre os
temas: Declaração de Conformidade
da Atividade Agropecuária e Certificação Integrada Unidade Industrial/
Fornecedor – Uma nova realidade.
As condições de produtor de alimentos e combustíveis colocaram
o Brasil numa posição desafiadora:
abastecer com sustentabilidade. Para
isso, o país investe cada vez mais
em pesquisas e tecnologias de ponta como a “agricultura de precisão”.
Esse é o assunto da secção “Novas
Tecnologias”.
Em “Opinião”, o consultor em gestão agrícola, Fábio Paro, assina o artigo “Nova realidade, oportunidades
e pontos de atenção para os fornecedores”. Além disso, confira as Informações Setoriais com o consultor da
Canaoeste, Oswaldo Alonso, dicas de
leitura e grafia correta, os eventos do
mês de abril e o classificados.
Boa leitura!
Conselho Editorial
Revista Canavieiros - Março 2012
4. 4
Ano VI - Edição 69 - Março de 2012 - Circulação: Mensal
Índice:
Capa - 20
Copercana vai receber 48 mil
toneladas de amendoim
11.000 hectares foram plantados com o grão pelos cooperados que fazem parte do Projeto
Amendoim da cooperativa
Capa: Produção: Daniel Pelanda e Ercília Mazza;
Foto: Rafael Mermejo
E mais:
Circular Consecana
05 - Entrevista
Manoel Ortolan
Presidente da Canaoeste
“Clima influencia a safra 2012/2013 e a produção deve
ser igual a 2011/2012”
08 - Ponto de
Vista
José Mario Paro
Diretora Adjunto da Canaoeste e Conselheiro da
Sicoob Cocred
Reflexões
10 - Notícias Copercana
- Toninho Tonielo recebe o troféu Canasauro Rex 2012
- 120 anos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
14 - Notícias Canaoeste
- Canaoeste realiza seminários para produtores e técnicos
- PECEGE/CNA - levantamento de custos de produção do setor sucroalcooleiro
do Centro-Sul
18 - Notícias Sicoob Cocred
.................página 13
Novas Tecnologias
.................página 22
Notas
.................página 24
Informações Setoriais
.................página 26
Assuntos Legais
.................página 28
Opnião
.................página 32
Cultura
.................página 35
- Balancete Mensal
07 - Ponto de Vista
RODRIGO LARA
MESQUITA
Jornalista
Código Florestal, utopia ou
loucura?
Revista Canavieiros - Março de 2012
Classificados
.................página 36
Agende-se
.................página 38
5. 5
Entrevista
Clima influencia a safra 2012/2013 e a
produção deve ser igual a 2011/2012
Manoel Ortolan
Carla Rossini
A afirmação é do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, que
concedeu entrevista exclusiva a Revista Canavieiros em meados de
março. Ortolan comentou os problemas que os fornecedores enfrentaram com os custos elevados de produção e falou sobre a necessidade de políticas públicas voltadas ao setor de bioenergia. No
final da entrevista, o presidente da associação também comentou a
reestruturação pela qual a Canaoeste está passando. Confira!
Revista Canavieiros: A Safra
passada de cana-de-açúcar, sofreu
uma quebra de produção por fatores
já conhecidos. Que consequências
essa quebra de produção trouxe para
os fornecedores de cana?
Manoel Ortolan: Quebra de produção implica em redução da oferta
e consequente alta nos preços. Isso
aconteceu em um canavial já debilitado por condições adversas de anos
anteriores e daí termos uma redução
grande na produção. Mesmo com os
preços melhores a equação não fechou. Perdemos renda, tivemos prejuízo e temos dificuldades para investir
nos novos plantios.
Revista Canavieiros: Geralmente, a safra tem início em maio. Como
o senhor acredita que vai ser esse
ano?
Manoel Ortolan: O período oficial
ou normal da safra tem início em 1º
de abril e vai até final de novembro.
Devido ao estágio de desenvolvimento das plantas, acredito que a maioria
das usinas deverão entrar em operação a partir da 2ª quinzena de abril.
Teremos usinas moendo em março e
início de abril, mas serão poucas.
Revista Canavieiros: É esperado
um crescimento tímido do setor em
2012. Essa informação se confirma?
Manoel Ortolan: A cada dia que
passa nos aproximamos mais da produção da safra passada, 493 milhões
de toneladas de cana. Falávamos em
530 milhões, mas o clima mais uma
vez está desfavorável, a falta de chuvas se acentuando e a produção estimada vai encolhendo. Hoje, já nos
conformamos com produção igual a
safra 2011/2012.
Revista Canavieiros: Em termos
de preços, mediante a essa situação
que o senhor nos colocou, a safra
2012/2013 vai ser melhor?
Manoel Ortolan: É possível que
sim. O mercado de açúcar cresce cerca de 3% ao ano e o carro flex continua sendo comercializado. Portanto,
a demanda é crescente. A produção
desta nova safra implicará em redução de oferta de açúcar e etanol
e haverá redução do estoque mundial de açúcar. Essa situação deverá
influenciar os preços para cima ao
longo da safra. Por volta de agosto/
setembro já começaremos a enxergar
a produção final e aí vamos ver o que
acontecerá.
bom só que não temos a produção,
infelizmente, funciona desta forma.
Acredito que com a elevação do preço da cana, apesar da produtividade
menor, nesta safra o produtor poderá
auferir um resultado final melhor.
“...O Consecana busca
aperfeiçoamento ou
ajustes frequentes de
forma a promover
uma distribuição
justa da receita
entre as partes...”
Revista Canavieiros: O senhor é
um dos representantes dos fornecedores de cana do Consecana. Quais
são os trabalhos que estão sendo realizados por esse conselho?
Manoel Ortolan: O Consecana
busca aperfeiçoamento ou ajustes
frequentes de forma a promover uma
distribuição justa da receita entre as
partes. No momento ou nesta safra,
vamos realizar um trabalho para determinação do número de cargas a serem amostradas com colheita de cana
mecanizada e crua. Estaremos também revendo os indicadores de preços
dos produtos açúcar e etanol.
Revista Canavieiros: E isso é um
bom sinal aos produtores?
Manoel Ortolan: O preço será
Revista Canavieiros: Como o senhor vê a relação dos produtores de
cana com a sustentabilidade?
Revista Canavieiros - Março 2012
6. 6
Entrevista
Manoel Ortolan: Hoje todo produtor tem que trabalhar sua propriedade e produzir de forma sustentável, o
que significa economicamente viável;
socialmente justa e ambientalmente
correta. Não é uma tarefa fácil. Houve já grandes avanços na área social e
ambiental, mas a econômica implica
em fatores que escapam do nosso controle, a exemplo do clima.
Revista Canavieiros: Os custos de
produção aumentaram significativamente. No que isso implica?
Manoel Ortolan: Até alguns anos
passados o Brasil tinha uma vantagem competitiva grande em relação a
outros países produtores de açúcar e
também exportadores, que era o baixo custo de produção. Isso permitiu
inclusive essa expansão vertiginosa
do setor que em 4 a 5 anos colocou
mais de 100 novas unidades em funcionamento. O retorno do investimento era atrativo. Mas, rapidamente
o custo cresceu de tal forma que hoje
já temos países disputando mercado
com o Brasil e principalmente trouxe
um problema sério para nós em relação ao etanol. Com um custo baixo,
pudemos manter preços baixos para
o etanol na bomba por muitos anos,
mesmo sem a gasolina aumentar de
preço. Hoje isso não é mais possível
em função da elevação dos custos. Há
que haver algo em termos de política
pública que torne a produção do etanol atrativa aos investidores ou essa
produção vai estagnar. A pesquisa,
iniciativas privadas em tecnologia, ou
“...O nosso foco aqui na
associação é atender esses produtores que devem
estar mais capacitados e
especializados.
A Canaoeste precisa fazer
frente a isso...”
seja, algo que dependa dos produtores
para promover ganhos de eficiência
também precisa ocorrer, mas isso leva
tempo. Urge que o governo faça algo
tanto com relação ao etanol quanto a
bioenergia.
Revista Canavieiros: A Canaoeste está passando por uma reestruturação nos seus escritórios regionais
e ampliando a sua área de atuação.
Quais são os planos para 2012?
Manoel Ortolan: É importante
Revista Canavieiros - Março de 2012
estarmos próximo ao produtor e essa
reestruturação visa estarmos mais
próximo de várias formas. Uma dessas formas é colocar os agrônomos
no campo, regionalizados, permitindo acesso rápido às propriedades. É
uma transferência de tecnologia de
uma forma mais rápida, são visitas as
propriedades, reuniões realizadas e
tudo isso vai chegando com uma velocidade maior pela proximidade ao
produtor. Existem medidas também
na comunicação que estamos trabalhando. Temos nosso site que foi
reformulado recentemente, a revista
Canavieiros e o Informe Canaoeste
que também visam aproximar o associado da Associação. Se o produtor
não tem tempo para deslocamento, é
só acessar o site e conversar com os
agrônomos ou com a diretoria. Também no site estão todas as nossas informações do setor e as informações
do Consecana. Estamos atentos buscando sempre informar mais e melhor, buscamos pessoas que possam
escrever e produzir artigos de interesse de nossos produtores, já que
está havendo uma mudança no perfil
do associado. Esses grandes grupos
buscam produtores empreendedores
que querem montar suas estruturas
e colocar suas canas na usina.
Essa nova administração das
usinas não quer mais estar fazendo serviços para produtor,
como colheita, plantio, como
é usual na região de Sertãozinho. O rumo é outro e isso
significa que vamos ter cooperados ou produtores mais
empreendedores, com conhecimento e visão de negócio. O
nosso foco aqui na associação
é atender esses produtores que
devem estar mais capacitados
e especializados. A Canaoeste precisa fazer frente a isso e
vamos fazer graças a essa reestruturação, tanto na parte de
comunicação como na parte
de gestão, na difusão de novas
tecnologias e na capacitação
dos nossos profissionais. A
associação não pode ficar parada no tempo, tem que acompanhar o desenvolvimento.RC
Fachada da diretoria da Canaoeste
7. 7
Ponto de Vista
Código Florestal, utopia ou loucura?
*RODRIGO LARA MESQUITA, jornalista; Twitter: @rmesquita
S
ó um indivíduo socialmente irresponsável seria contra a possibilidade de o Brasil reverter, num período de tempo plausível, os erros graves
cometidos no seu processo de ocupação
territorial. Querer resolver esses problemas numa patada, com um golpe de força, é ignorar o processo histórico, suas
circunstâncias e criar um ambiente propício para toda ordem de conflitos.
A versão do Senado para o Código
Florestal prevê a recuperação de áreas de
preservação permanente (APPs) em todas as propriedades rurais. Quem defende
esse dispositivo está praticamente condenando à morte 4,5 milhões de pequenos
agricultores, responsáveis por mais da
metade da produção de alimentos no País,
e colocando uma bomba no colo da presidente Dilma Rousseff. E está fazendo isso
premido por argumentos e campanhas
que muitas vezes se sustentam mais por
argumentos emocionais do que racionais;
não é possível reverter 500 anos de um
processo econômico com um decreto.
No final do século passado, foram
consideradas APPs as faixas marginais
dos rios, as encostas de morros e outras
situações. Mas a ocupação desses locais
já ocorrera, ao longo dos nossos 500 anos
de história. Os principais exemplos são as
pastagens nas montanhas de Minas Gerais, como ocorre nos Alpes e nos Andes;
os vinhedos e macieiras em encostas do
Rio Grande do Sul e de Santa Catarina,
como em grande parte da Europa; o café
em altitude em São Paulo e Minas Gerais,
como na Colômbia; os bananais no Vale
do Ribeira, como no Equador; e a ocupação de várzeas e terras férteis à margem
de rios com plantios de arroz, irrigação,
criação de búfalos e outras atividades,
como no Nilo, no Mekong, etc.
Na versão aprovada na Câmara dos
Deputados, as atividades agropecuárias
tradicionais, desenvolvidas até 2008 em
APPs, seriam consolidadas, com a proibição de abertura de novas áreas. Mas
o Senado impôs mais uma condição: os
agricultores devem arrancar cultivos e
pomares, retirar o gado e recuperar a vegetação nativa em faixas de 15 até 500
metros de cada lado dos rios e riachos. Ao
longo do Rio São Francisco ou de rios de
Mato Grosso, por exemplo, isso pode representar a perda de mais da metade das
áreas produtivas. Para quem tem diversos
riachos na propriedade pode inviabilizar
toda a produção. É também o caso dos
projetos de irrigação, instalados ao lado
dos rios. A proposta, portanto, é de que
o Estado imponha essa perda agrícola e
ainda transfira o ônus para os agricultores: uma utopia ou loucura, dependendo
da sua perspectiva.
Segundo fontes do Ministério do Meio
Ambiente, a agricultura perderia 33 milhões de hectares. Para outras fontes, isso
representaria arrancar cultivos, pomares
e pastagens de 60 milhões de hectares.
Quanto menor a propriedade rural, pior a
sua situação. Os pequenos utilizam a totalidade das terras para produzir e sobreviver. De acordo com a Lei n.º 8.629/93,
pequenas propriedades são imóveis entre
um e quatro módulos fiscais (MFs), cuja
dimensão é definida pelo Incra para cada
município. Em parte do Brasil, o Senado
propõe que essa perda de terras produtivas se limite ao máximo de 20% da propriedade com menos de quatro MFs. Ora,
ao longo dos rios estão os terrenos mais
férteis. Na maioria dos casos, esses 20%
de terras férteis garantem 50% a 80% da
renda do produtor.
Um estudo da Embrapa Gestão Territorial verificou, com base no Incra e no
Censo Agropecuário do IBGE de 2006,
que os imóveis com até quatro MFs correspondem a 89% dos estabelecimentos
agropecuários do País, ocupam 11% do
território e contribuem com 50% da produção agropecuária. Eles serão duramente atingidos por essa medida, cujo alcance
social e econômico o Ministério do Meio
Ambiente e o governo não dimensionaram, muito menos o Senado. Como impor indiscriminadamente a recomposição
com vegetação nativa de áreas produtivas, se elas foram ocupadas em conformidade com a lei de seu tempo?
O ministro Marco Aurélio Mello, do
STF, já prevê uma enxurrada de ações judiciais. Se não é uma enorme irresponsabilidade defender tal medida, é uma tentativa de passar a borracha na nossa história
e em alguns casos levar a fatura para
quem não tem nenhuma responsabilidade
sobre esse passado. Áreas de preservação
permanente devem ser recuperadas quando e onde for pertinente, e todos os esforços nesse sentido são bem-vindos. Mas
exigir a mesma faixa de vegetação para
um riacho que corre dois meses na caatinga, ou desce encachoeirado as serras
do Espírito Santo, ou escoa quase imperceptível pela pampa gaúcha, ou forma um
pequeno igarapé na Amazônia é ignorar a
diversidade do meio ambiente. Cada bioma pede critérios específicos.
Os Estados devem participar da avaliação e do esforço para recompor as APPs
de forma adequada, considerando a ocupação das terras, as tecnologias empregadas,
a situação de conservação dos solos e das
águas e, mais do que tudo, a história de
como isso ocorreu, num processo secular.
A regularização das atividades econômicas produtivas até 2008 em APPs dará segurança jurídica ao homem do campo. O
princípio da precaução sugere que o governo avalie a situação das APPs e só depois
proponha sua recuperação, por meio de
critérios técnicos, lá onde for necessário,
de forma adequada e no tempo possível.
Forçar a recomposição como regra absoluta pode quebrar a agricultura e os agricultores, além de abalar profundamente um
dos setores mais desenvolvido e dinâmico
da economia do Brasil.
Vale lembrar de novo que o objetivo
das leis é apoiar a sociedade, e não controlar a sociedade. São dinâmicas, evoluem com ela, contribuindo para a formação do arcabouço institucional. Quando
as estruturas legais se chocam com as
estruturas sociais, elas criam as condições
para conflitos sem fim. RC
Rodrigo Lara Mesquita - Jornalista
Fonte:- O Estado de S. Paulo
Caderno A, página A2 - 17/03/2012
Revista Canavieiros - Março 2012
8. 8
Ponto de Vista
José Mario Paro*
Reflexões
C
ertamente não estarão passando despercebidas, aos leitores
desta revista, as dificuldades e
transformações que a maioria das nações está atravessando, transformações
estas que estão afetando todas as atividades humanas, ao redor do planeta.
Observadores conceituados da cena
mundial têm afirmado que, ultrapassadas as atuais turbulências, o mundo não
será mais o mesmo. Saber qual será o
papel de nosso país na nova conjuntura
mundial é a questão que vem ocupando
as mentes de todos aqueles que se interessam pelo tema.
Pelo que se tem noticiado, há consenso a nível mundial de que os países
emergentes de hoje, em especial os
BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul) figurarão entre as maiores potencias globais, dentro de poucos
anos.
Um outro consenso está no entendimento de que o mundo busca segurança
alimentar e energética.
As duas situações – ascensão dos
países emergentes e produção de alimentos e energia – nos afetam direta e
intensamente, abrindo horizontes quase ilimitados de possibilidades, onde o
agronegócio continuará sendo o principal motor do nosso desenvolvimento.
Já se disse que o Brasil crescerá mesmo que não queira, arrastado pelas necessidades dos demais países. A questão,
então, passa a ser esta: seremos apenas
atores coadjuvantes neste novo mundo,
em função da geografia; da dimensão
territorial e populacional; do potencial
produtivo agrícola e das disponibilidades de recursos naturais, como tem sido
desde os tempos do Brasil – Colônia, ou
saberemos nos colocar numa posição de
liderança, com peso e competência para
influir nos destinos da humanidade?
Por tudo que tenho conseguido captar,
através das diversas mídias, esta almejada posição no pódio mundial não está
assegurada. E o termo pódio não foi aqui
usado por acaso: o mundo hoje é extremamente competitivo e só alcançarão o
pódio as nações altamente desenvolvidas.
Talvez não seja demais lembrar algumas das principais amarras que nos
atêm num limbo cinzento, onde, não
raro, não se consegue visualizar a luz
de um futuro possível. A começar pela
mentalidade nacional, tomada no sentido coletivo, possivelmente o maior
dos nossos males. Padecemos de um
arraigado terceiro – mundismo, que nos
aprisiona a um terrível complexo de inferioridade, desacreditando até mesmo
de nossas imensas oportunidades de
propiciar aos brasileiros um nível de
bem-estar ainda não vivenciado.
Revista Canavieiros - Março de 2012
Ainda quanto à mentalidade, é preocupante a dificuldade que temos tido em
nos posicionar com clareza diante do
binômio ideologia x desenvolvimento.
O exemplo mais recente é a exasperante
discussão do novo Código Florestal.
A propósito, lembro-me agora do
genial Joãozinho Trinta, mestre carnavalesco, que carimbou: “o povo gosta
de luxo. Quem gosta de miséria é o intelectual.”
Enquanto isto, as nações mais dinâmicas seguem ocupando um espaço que
poderia ser nosso.
Até uma próxima oportunidade. RC
*
10. 10
Notícias Copercana
Toninho Tonielo recebe o troféu
Canasauro Rex 2012
O prêmio é concedido a profissionais que há mais de 30 anos
trabalham em prol do setor sucroenergético
Carla Rossini
O
presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo recebeu o Prêmio
CanaSauro Rex 2012. A solenidade
de premiação aconteceu na noite de 6
de março, em Araçatuba e é uma realização da Safra Eventos, empresa que
organiza a Feicana FeiBio - Feira de
Negócios do Setor de Energia. Amigos
e familiares de Toninho Tonielo prestigiaram a premiação.
Em seu discurso emocionado, Tonielo relembrou sua trajetória profissional e falou da honrosa premiação.
“É uma grande alegria receber esse
prêmio. Grandes feras já receberam e
por isso estou muito orgulhoso. Dedico esse prêmio aos meus familiares,
amigos e colaboradores, porque nenhum diretor faz uma empresa sozinho”, ressaltou Tonielo.
Durante o evento foram homenageados 40 profissionais que há mais de 30
anos trabalham pelo desenvolvimento
do setor sucroenergético. Entre eles, o
presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan e o prefeito de Nova Independência,
José Pedro Tonielo. Esses profissionais
receberam o Prêmio CanaSauro 2012,
Celso Junqueira (presidente da Udop); Cido Sério (prefeito de Araçatuba); Antonio Tonielo (presidente
da Copercana); Plínio Nastari (presidente da Datagro) e Flávio Nasser (diretor da Safra Eventos)
mas o grande homenageado da noite foi
Toninho Tonielo, eleito CanaSauro Rex.
exemplo para aqueles que iniciam as
atividades no setor”, disse.
Para o diretor da Safra Eventos, Flávio Nasser, a premiação é uma forma
de ressaltar a contribuição desses profissionais no desenvolvimento do setor
da bioenergia no Oeste Paulista. “Esses
CanaSauros passaram por muitas dificuldades e merecem nosso reconhecimento. Antonio Tonielo ao receber
o CanaSauro Rex representa essas 40
pessoas, na sua dedicação e disposição que nos impressiona, servindo de
O presidente da UDOP, Celso Torquato Junqueira Franco, ressaltou em
seu discurso que Toninho Tonielo, assim
como os demais homenageados da noite,
conseguiram vencer muitas crises. “Esses CanaSauros se dedicaram ao setor
ainda quando não existia apoio tecnológico suficiente, mesmo assim insistiram
e foram determinantes na construção de
um setor que passou e passa por muitas
crises, mas que permanece confiante”.
Durante o evento foram homenageados 40 profissionais que há mais de
30 anos trabalham pelo desenvolvimento do setor sucroenergético
Revista Canavieiros - Março de 2012
Celso Junqueira (Udop); Manoel Ortolan (presidente
da Canaoeste) e Flávio Nasser (Safra Eventos)
11. 11
Sobre o prêmio
A Safra Eventos, instituiu em 2008
o Prêmio CanaSauro, uma homenagem aos profissionais que por mais
de 30 anos se dedicam ao segmento
sucroenergético. Esses profissionais
são reconhecidamente considerados a
“inteligência do setor”. Em 2008, mais
de 70 profissionais, liderados pelo ex-ministro Roberto Rodrigues receberam seus troféus. Em 2009, Araçatuba
presenciou um encontro memorável
que entrou para a história do setor sucroalcooleiro: 70 personalidades que
contribuíram para a consolidação e o
crescimento do setor foram homenageados com o Prêmio CanaSauro e CanaSauro Rex, destaque para o empresário
Cícero Junqueira Franco. Em 2010
foi realizado o III Prêmio CanaSauro,
onde mais de 50 personalidades foram
homenageadas e o vice-presidente do
Grupo Cosan e presidente da Cosan
Açúcar e Álcool, Pedro Izamu Mizuta-
A vereadora Rita Tonielo, Toninho e Celso Junqueira
ni, recebeu o troféu CanaSauro Rex, a
maior homenagem da noite. Em 2011
foram homenageados 50 CanaSauros e
o CanaSauro Rex foi o diretor da Datagro, Plínio Nastari. Esse ano, foi a vez
de Toninho Tonielo receber o título
CanaSauro Rex. RC
Toninho e Manoel Ortolan
Adézio Marques (CeiseBR), Toninho Tonielo,
Lelo Bighetti e Manoel Ortolan
Amigos e familiares de Toninho Tonielo prestigiaram a premiação
Mauro Sponchiado (Smar); Lelo Bighetti, Toninho, Neli e José Pedro Tonielo
Plínio Nastari e Toninho Tonielo
Revista Canavieiros - Março 2012
12. 12
Notícias Copercana
120 anos da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo
Associados do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred participaram das comemorações
Carla Rodrigues
N
o dia 27 de fevereiro, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo,
realizou a comemoração oficial dos 120
anos de criação da pasta a fim de perpetuar esta data na história. Estiveram
presentes produtores rurais, lideranças
e autoridades do setor sucroenergético,
parlamentares federais e estaduais, ex-secretários, presidentes de entidades
de classe e confederações, o governador
do Estado, Geraldo Alckmin, o vice-governador, Guilherme Afif Domingos, o
presidente da Assembleia Legislativa
de São Paulo, Barros Munhoz, a secretária de Agricultura do Estado, Mônika
Bergamaschi e o diretor regional dos
Correios de São Paulo, Wilson Abadio
de Oliveira.
A Copercana, Canaoeste e Sicoob
Cocred levaram aproximadamente 40
produtores rurais ao evento. Na ocasião foi realizado o lançamento do selo
personalizado e do carimbo comemorativo pelo Ministério das Comunicações e Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos. Também foram prestadas
homenagens aos ex-secretários da pasta
e assinados vários documentos e deliberações pelo governador e pela secretária que irão favorecer aos produtores
e todo setor agropecuário.
Durante seu discurso, a secretária
Monika Bergamaschi, falou sobre o
crescimento do valor agropecuário e a
importância de sua participação na economia brasileira. Também destacou os
investimentos realizados em pesquisas
que contribuíram para o seu desenvolvimento. “A agricultura é a base do
país. Precisamos trabalhar para que
continue sendo aplicados recursos na
política agrícola, proporcionando ao
setor ferramentas que busquem sempre o que há de melhor. O futuro clama
por uma nova agricultura (sustentável),
e para isso, contamos com o apoio do
Dirigentes e cooperados da Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred participaram das comemorações
Antonio Tonielo e Manoel Ortolan plantaram árvores no Bosque de 120 anos da
Secretaria observados pelos associados
governo, para que juntos estabeleçamos
uma real comunicação com a sociedade”, pronunciou a secretária.
O governador, Geraldo Alckmin,
proferiu palavras de otimismo em relação aos desafios do setor, que segundo
ele, é avançar de acordo com aquilo
que o momento impõe para a cadeia
produtiva. “Nós vamos apoiar muito
os nossos institutos de pesquisas, ao
produtor rural com melhorias na vigilância sanitária, estradas vicinais,
apoio técnico e amparar a agricultura
familiar através dos nossos programas.
Os desafios são enormes e é uma grande alegria comemorar as conquistas
até aqui realizadas, e retemperar as
forças para avançarmos ainda mais os
120 anos”, disse Alckmin.
Revista Canavieiros - Março de 2012
Bosque dos 120 anos
Após o fim da solenidade, todos os
presentes se dirigiram para a parte externa da secretaria, onde 120 árvores
de espécies nativas do Estado foram
plantadas como forma de colaborar
para a restauração da flora e fauna do
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga. As mudas das árvores foram
fornecidas pelo Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes da CATI
(Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) e plantadas pelos produtores, autoridades e lideranças que
participaram da comemoração. O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan
e o presidente da Copercana e Sicoob
Cocred, Antonio Eduardo Tonielo
compuseram a lista de autoridades e
cada um plantou uma árvore. RC
13. 13
Notícias Canaoeste
Consecana
CIRCULAR Nº 13/11
DATA: 29 de Fevereiro de 2012
Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo
A
seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de ajuste parcial da safra 2011/2012. O preço médio do
kg de ATR para o mês de FEVEREIRO de 2012, referente à Safra 2011/2012, é de R$ 0,5002.
O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril de 2011 a fevereiro de 2012 e acumulados
até FEVEREIRO são apresentados a seguir:
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à indústria (EAI e EHI) e ao
mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril de 2011 a fevereiro de 2012
e acumulados até FEVEREIRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/11, são os seguintes:
Revista Canavieiros - Março 2012
14. 14
Notícias Canaoeste
Canaoeste realiza seminários para
produtores e técnicos
O evento foi realizado em parceria com a Stab e discutiu novas
ferramentas de fisiologia da cana-de-açúcar
Carla Rodrigues
A
Canaoeste, em parceria com a
Stab (Sociedade dos Técnicos
Açucareiros Alcooleiros do
Brasil) realizou, no dia 28 de fevereiro,
no Centro de Convenções do Centro de
Cana IAC (Instituto Agronômico), um
seminário com o tema “Fisiologia de
Florescimento/Isoporização e Maturação em Cana-de-Açúcar – Ailto Antonio Casagrande”, para técnicos, pesquisadores e produtores rurais. O intuito
foi discutir e trocar informações sobre
as novidades de mercado e a evolução
das pesquisas nas lavouras canavieiras.
Durante o seminário, vários assuntos
foram abordados, como: características
varietais quanto à florescimento, isoporização e responsividade à maturadores;
fisiologia de florescimento e isoporização; inibição de florescimento e isoporização e impactos agrícolas; fisiologia
da maturação; climatologia; e impactos
da qualidade da matéria-prima na indústria causados pelo florescimento,
isoporização e maturação.
O presidente da Canaoeste, Manoel
Ortolan e o diretor, Luiz Carlos Tasso
Júnior, assim como a equipe técnica da
associação, participaram do seminário.
Segundo Ortolan, a Canaoeste, ao promover este tipo de evento, está ajudando a disseminar conhecimento dentro
da cadeia produtiva do setor sucroenergético, principalmente após a modificação estrutural que houve no setor com
a concentração de alguns grupos. “Nós
temos um grande número de profissionais que estão chegando ao setor agora, um predomínio muito acentuado de
jovens, e, é claro que eles precisam de
capacitação e conhecimento para poder
desenvolver um trabalho cada vez melhor junto às unidades industriais em
prol do setor, e é em eventos como este
de que encontramos isso”, disse o presidente da Canaoeste.
Produtores e técnicos participaram do Seminário
O seminário homenageou o professor
Ailto, formado em Engenharia
Agronômica em 1967 ESALQ/USP.
Para o consultor agronômico da
Canaoeste e coordenador do evento,
Oswaldo Alonso, o tema “fisiologia”
é pouco abordado entre os institutos
de pesquisas e até mesmo, dentro do
próprio setor, daí a sua importância. “O
aspecto mais importante deste encontro foi trazer essa fisiologia trocada em
miúdos, ou seja, trazer o linguajar de
quem está no campo no dia-a-dia para
explicar como estas ferramentas funcionam na prática”, disse Alonso.
O pesquisador e diretor do Centro
de Cana IAC, Marcos Landell, falou
em sua apresentação sobre as estratégias que o produtor deve adotar para
minimizar o florescimento e a isoporização na cana-de-açúcar e alertou
Revista Canavieiros - Março de 2012
O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan e o diretor,
Luiz Carlos Tasso Júnior, assim como a equipe técnica
da associação, participaram do seminário.
Consultor agronômico da Canaoeste e
coordenador do evento, Oswaldo Alonso
para a época certa de colheita. “Além
do uso de inibidores de florescimento
e o uso de variedades que apresentam
menos esse fenômeno de florescimento e isoporização, o produtor também
pode minimizar esses problemas e
15. 15
Pesquisador e diretor do
Centro de Cana IAC, Marcos Landell
aperfeiçoar a produtividade, colhendo
a cana mais antecipada. A cana que
tem a tendência a florescer e a isoporizar não deve ser colhida depois do
mês de agosto, que já é um mês de déficit hídrico muito pronunciado, e essa
condição de isoporização passa a ser
mais acentuada, reduzindo o colmo, e,
portanto, reduzindo a produtividade da
cana”, explicou Landell.
Professora da UNESP do campus
Jaboticabal/SP, Márcia Mutton
A professora da UNESP (Universidade Estadual Paulista) do campus Jaboticabal/SP, Márcia Mutton, destacou
em sua apresentação a importância da
maturação da cana-de-açúcar na qualidade final da matéria-prima, que é
destinada à indústria. De acordo com
a professora, a maturação é uma característica favorável, pois “quanto mais
madura a cana estiver, maior o teor de
açúcares acumulado no colmo, e consequentemente, melhor e mais rica a
matéria-prima que será destinada ao
processamento”.
Já o florescimento é um evento natural da planta, algumas variedades florescem mais, outras menos, e este processo pode ou não comprometer o nível
de açúcar acumulado nos tecidos de armazenamento. “Quando o florescimen-
to afeta a planta, vai gerar problemas no
processamento da produção de açúcar e
álcool, dentre eles, a isoporização, ou
seja, quando a cana isoporiza, diminui
o peso dos colmos, a quantidade de caldo extraído pelas moendas é menor, e
isso faz com que a moenda tenha mais
dificuldade em processar esse material.
A quantidade de caldo extraído pela
indústria é menor e o processamento
deste material, por exemplo, a queima
do bagaço, será mais leve e terá dificuldade para queimar na caldeira, prejudicando a geração de vapor para manter a
indústria”, esclareceu a professora.
Homenagem
O seminário “Fisiologia de Florescimento/Isoporização e Maturação em
Cana-de-Açúcar – Ailto Antonio Casagrande” homenageou o professor, formado em Engenharia Agronômica em 1967
pela Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz - ESALQ/USP. Ingressou
como docente na Faculdade de Agronomia de Jaboticabal – Instituto Isolado de
Ensino Superior, atual FCAV/UNESP.
Nesta Instituição de Ensino Superior
deixou fluir seu dom natural de Ensinar
e de ouvir, dedicando-se integralmente
ao Ensino de Graduação em Agronomia
ministrando as disciplinas de Agricultura Geral e Cultura da cana-de-açúcar.
Presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan
Além disso, professor Ailto, ocupou cargos de chefe de departamentos, idealizou importantes eventos,
dedicou-se a melhorias da faculdade,
institutos de pesquisas, entre outras
funções e atividades de grande relevância para o setor.
O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, participou deste momento
especial na vida do professor e disse
estar honrado por poder prestigiar essa
homenagem ao seu lado. “Para nós da
Canaoeste, o professor Ailto é uma
lembrança muito boa. Ele já realizou
várias palestras em nossa associação e
em todas foi muito feliz em suas apresentações. Foi no campo que ele se
apaixonou pela cana-de-açúcar e, graças ao seu empenho e dedicação à esta
cultura, se tornou um orgulho muito
grande dentro do setor sucroenergético.
“II Encontro de Usuários e Variedades de
Cana-de-açúcar – Frederico de Menezes Veiga”
No dia 15 de março, a Canaoeste
participou como uma das associações
apoiadoras do “II Encontro de Usuários e Variedades de Cana-de-açúcar –
Frederico de Menezes Veiga”, também
realizado no Centro de Convenções do
Centro de Cana IAC.
O evento teve como objetivo reunir
produtores e técnicos de diversos grupos e usinas para discutirem a importância e o uso do manejo varietal nas
diferentes áreas. Em sua apresentação,
o supervisor de desenvolvimento agronômico do Grupo Raízen (Unidade
Jaú), Sebastião Santos Ribeiro, explicou como desenvolver e a importância
de se ter um manejo adequado para
cada região. “Para conseguir alcançar a
produtividade desejada, tem que haver
planejamento, escolha de variedades
propícias e logística adequada”, disse.
Estiveram presentes aproximadamente 150 pessoas, entre eles produtores, colaboradores e técnicos das usinas
São Luiz, Iracema e São Manoel, dos
Grupos Tereos (Guarani), Raízen e Carlos Lyra Sud, da Agrícola Rio Claro e
da AFOCAPI (Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba). RC
Revista Canavieiros - Março 2012
16. 16
Notícias Canaoeste
PECEGE/CNA - levantamento de custos de
produção do setor sucroalcooleiro do Centro-Sul
Fonte: PECEGE/CNA (2012
O
PECEGE - Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas,
da Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), e
a CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, divulgaram o
relatório final de custos de produção
de cana-de-açúcar, açúcar e etanol da
safra 2011/12, até outubro, da região
Centro-Sul. Estes levantamentos já
são realizados há 5 safras com o objetivo de desenvolver uma pesquisa de
extensão universitária que possibilite
a criação e divulgação de informações
do setor sucroenergético e de interesse público. A série de levantamentos
teve como objetivo original calcular
indicadores de custos de produção
de cana-de-açúcar, açúcar e etanol
nas grandes regiões sucroenergéticas
brasileiras. Com a evolução dos trabalhos, foram adicionados: a) definição de uma metodologia de apuração
padronizada de custos aos participantes da pesquisa; b) desenvolvimento de indicadores de desempenho de
processos técnicos; c) caracterização
de nível tecnológico; e, d) criação de
conceito em indicadores de preços de
uma cesta de insumos para toda produção agroindustrial deste setor.
A série de levantamentos tem a
contribuição de quase 2 centenas de
instituições, entre usinas, associações
de classe de fornecedores de cana,
sindicatos, federações, fabricantes de
equipamentos, centros de pesquisa,
fornecedores de
insumos e financiadores desses
estudos. Neste
levantamento,
até outubro da
safra 2011 / 12,
foram mensurados os custos
agroindustriais,
de fornecedores
de cana e usinas das Regiões
Tradicional (estados de SP, PR e RJ) e de Expansão
(GO, MC, MS e oeste do estado de
SP), Amostras estas, que representaram cerca de 20% da produção da Região Centro Sul.
Quando comparada às duas safras
anteriores (elevado contingente de
cana bis na safra 2010/11), a safra
2011/12 foi marcada pela queda na
produtividade e qualidade da cana e
menor utilização da capacidade industrial. Estes fatores promoveram
aumento dos custos agroindustriais
e, que de uma safra para outra, foram
processados quase 20% menos ARTs-Açúcares Redutores Totais (que,
multiplicados por 0,905, correspondem aos ATRs) nas mesmas capacidades médias das Unidades Produtoras
Tradicionais (e pouco mais de 15%
nas de Expansão – canaviais mais
jovens que as Tradicionais). Estas diferenças de idades médias permitem
refletir sobre os impactos do elevado
índice de florescimento e, principalmente, da isoporização em canaviais
mais velhos e de menores produtividades, realçando a indiscutível e forte
influência da “Mãe Natureza” sobre o
manejo da cultura.
A variação de preços dos produtos
foi fator importante tanto para o aumento de custos, em função dos aumentos de preços da matéria-prima e
da remuneração da terra, bem como
em impactos na rentabilidade. As
variações nos preços dos demais fatores de produção relevantes foram
próximas a taxa de inflação da economia brasileira em 2011, e, consequentemente, tiveram menores influências no aumento de custos da safra
2011/12.
Apesar do sensível aumento de
custos, os preços mais altos dos produtos, especialmente na região tradicional, permitiram que, pela primei-
Tabela A:- Custos de produção de cana-de-açúcar (R$/t)
e margem de contribuição na safra
2011/12 (até outubro 2011, inclusive).
Regiões
Produtores COT* Custo CT** Custo
Margem
Operacional Econômico Econômica
R$ / t cana
R$ / t cana
em %
Tradicionais Fornecedores
52,50
70,63 (1)
4,9
Próprios
62,04
70,06
0,3
Expansões
Fornecedores
46,48
56,29
35,6
Próprios
55,09
60,52
21,4
Fonte:- PECEGE/CNA – 2012
Revista Canavieiros - Março de 2012
17. 17
Tabela B. Custos por etapa de produção de cana (R$/ha)
dos fornecedores, na safra 2011/12.
Etapa de produção
te para o Estado de São Paulo Região
Centro Sul, foram 70,9 e 69,3t cana/
ha. A Margem Econômica (na mesma
Tradicional
Expansão
Tabela A) merecerá revisão ao final da
3.162,83
3.227,43
safra (até 10 de abril), após conhecer
3.457,08
3.634,95
os valores médios de “fechamento”
367,08
318,15
da tonelada de cana a serem pagas a
877,94
918,82
1.793,85 1.597,44
fornecedores.
I- Lavoura*
Formação do canavial
Tratos culturais cana-planta
Tratos culturais cana-soca
Colheita
II- Remuneração da terra
1.160,00
802,47
III- Custos administrativos
565,94
188,45
Por sua vez, na área tradicional,
IV- Depreciações total
306,30
132,44
os resultados econômicos das produDepreciação de máquina
230,41 101,34
V- Remuneração do capital
332,30
250,07
ções de açúcar e etanol mostraramCusto Total
5.296,96
4.395,22
*A etapa e sub-etapas de produção I incluem os custos com depreciação de máquinas destacados na etapa IV
ra vez nos levantamentos PECEGE/
CNA, em termos médios, todos os
agentes do setor sucroenergético do
Centro-Sul conseguissem remunerar
todos os seus fatores de produção. A
Tabela A destaca o resumo dos custos totais econômicos da cana na safra 2011/2012 e a Tabela B apresenta
a divisão de custos operacionais por
processo de produção agrícola de fornecedores de cana-de-açúcar.
No cálculo do Custo Operacional
Total–COT* (Tabela A) são considerados os desembolsos realizados ao
longo da safra (tais como, mão-de-obra, insumos, materiais de escritório e demais custos diretos), assim
como depreciações de benfeitorias,
máquinas e equipamentos. O Custo
Total-CT** leva em conta também os
custos de oportunidade do capital investido. O Custo Econômico ou Total
apurado pelo estudo PECEGE/CNA,
para fornecedores das áreas tradicionais da Região Centro Sul, foi de R$
70,63 tonelada de cana.
Comparativamente e na mesma
data, o Custo Total apurado pela Orplana (vide Tabela A, em CT** (1))
totalizou R$ 76,60 e R$ 78,34/t cana,
uma vez que as produtividades médias apuradas pelo CTC - Centro de
Tecnologia Canavieira, acumuladas
até outubro de 2011, respectivamen-
-se, até outubro, mais remuneradores
que os resultados de cana própria ou
de fornecedores, em função da significativa redução da produtividade
agrícola. Deve-se, entretanto, aguardar levantamentos PECEGE/CNA ao
final do ano-safra (pós abril 2012)
para se estabelecer os apropriados
comentários.
Os relatórios completos são de
livre acesso e estão disponíveis no
site www.pecege.esalq.usp.br/portal. Mais informações podem ser
obtidas pelo e-mail projetos@pecege.esalq.usp.br ou pelo telefone
(19) 3375-4250. RC
Assessoria de comunicação
ESALQ USP
Comentários por Oswaldo Alonso
Revista Canavieiros - Março 2012
18. 18
Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal
COOP. CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO
INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - FEVEREIRO/2012
Valores em Reais
Revista Canavieiros - Março de 2012
20. 20
Copercana vai receber
48 mil toneladas de amendoim
11.000 hectares foram plantados com o grão pelos cooperados
que fazem parte do Projeto Amendoim da cooperativa
Carla Rossini
E
m 2011, os produtores que fazem parte do Projeto Amendoim
Copercana, produziram 34 mil
toneladas do grão. Neste ano, os cooperados vão entregar 48 mil toneladas do
produto à cooperativa, o que representa
um aumento de mais de 40% em relação ao ano passado.
A área plantada dos cooperados
também aumentou 29%. Foram 11.000
hectares plantados, sendo 3.000 hectares de variedades auto-oléicas desenvolvidas pelo IAC – Instituto Agronômico. “Essas variedades tem dado bons
resultados de produtividade aos nossos
cooperados e também atendem as necessidades de qualidade exigidas pelos
compradores”, explicou o gerente da
Uname – Unidade de Grãos da Copercana, Augusto César Strini Paixão.
A Copercana mantém uma parceria com 39 produtores de amendoim
que realizam o manejo atendendo os
padrões exigidos pelos compradores.
“A cooperativa fornece a semente, os
insumos, toda a assistência técnica e o
custeio agrícola para os produtores, que
depois entregam para a cooperativa um
produto de melhor qualidade. É uma
parceria que está dando muito certo”,
disse Augusto.
Em meados de março, apenas 40%
da safra dos cooperados havia sido colhida, mas o grão apresentava boa qualidade. Isso é uma boa notícia quando
o assunto é preço. Segundo o gerente
da Uname, “com o aumento no custo
gerado pela queda de produtividade, a
lucratividade deste ano deve ser igual à
safra passada”.
O Estado de São Paulo é o maior produtor nacional de amendoim e, atualmente, o Sudeste do Brasil é a região com
a maior área plantada (mais de 70%),
seguido pela região Nordeste (cerca de
15%), cujos principais estados produtores
são Bahia, Ceará, Sergipe e Paraíba.
Brasil
No Brasil, foram 115.000 hectares
plantados nesta safra que teve início em
outubro de 2011. A colheita vai até abril
Revista Canavieiros - Março de 2012
Augusto César Strini Paixão, gerente da Uname
de 2012, mas a safra que era para ser
acima da média, pode ser 20% menor
do que as estimativas apontavam. As
condições climáticas atrapalharam o
desenvolvimento das plantas. “A falta
de chuvas no Estado de São Paulo nos
meses de dezembro e janeiro prejudicou
a formação do grão”, disse Augusto.
As estimativas apontavam que o
Brasil estaria produzindo 300.000 tone-
21. Foto: Edgard Junior
21
ladas de amendoim, mas é provável que
a produção fique igual ao ano passado:
250.000 toneladas. Desse montante,
25% é exportação e os outros 75% atendem o consumo do mercado interno.
Apesar dos bons preços praticados
até o momento, ainda não é possível
saber se a queda na produtividade também atingiu outros países produtores de
amendoim. Por isso, Augusto alerta aos
produtores para uma possível variação
nos preços pagos pelo mercado.
Sobre o amendoim
O amendoim é uma leguminosa
originária da América do Sul, rica em
óleo, proteínas e vitaminas, além de
ser importante fonte de energia e aminoácidos. No século XVIII foi introduzido na Europa e no XIX difundiu-se do Brasil para a África e, ainda,
do Peru para as Filipinas, China, Japão e Índia. Atualmente o amendoim
é apreciado em praticamente todos os
países pelo seu incomparável sabor e
versatilidade de uso em pratos salgados, em doces e pela indústria de óleos, entre outras aplicações.
Com esse diversificado potencial, o
amendoim passou a ser uma das leguminosas produtoras de grãos mais plantadas em todo o mundo, tendo adquirido relevância na alimentação de alguns
países da América Latina, da África e
da Ásia. Desempenha ainda importante
papel social na segurança nutricional e
na sustentabilidade da agricultura em
áreas áridas e semiáridas de diversos
países dos cinco continentes. Em geral,
o sistema de produção típico da Arachis
hypogaea L., nome científico do amendoim, demanda poucos insumos e baixa
mecanização.
Produção nacional de grãos sobe
para 157,8 milhões de toneladas
A produção brasileira de grãos do
período 2011/12 chega a 157,8 milhões de toneladas, com uma redução
de 3,1% ou de 5,026 milhões de toneladas a menos, se comparada à safra
anterior, quando chegou a 162,837
milhões de toneladas. Os números são
do sexto levantamento realizado pela
Conab e anunciado no início de março, em Brasília.
Mas em comparação com o último levantamento, houve um aumento
de 0,5% ou de 744,2 mil toneladas
a mais. O acréscimo se deve à recuperação de parte da lavoura do milho
primeira safra e do crescimento do
milho segunda safra.
O milho e a soja, culturas de maior
peso na produção, chegam a 83%
de toda a safra, com um volume de
130,451 milhões de toneladas. O milho deve crescer 7,5%, considerando
a safra total, estimada em 61,703 milhões de toneladas. No caso do milho
segunda safra, a estimativa é de 25,804
milhões de toneladas, 20,1% maior que
o colhido no período passado, quando
registrou 21,481 milhões de toneladas.
A produtividade deve chegar a 3,838
quilos por hectare, com aumento de
5,2% em relação à safra anterior de
3,647 quilos por hectare. Já a soja
deve cair 8,7%, ficando a produção em
68,749 milhões de toneladas.
Área – O cultivo da safra 2011/12
deve ocupar uma área em torno dos
51,682 milhões de hectares, com um
crescimento de 3,6% sobre os 49,888
milhões de hectares do último período.
Isto representa um aumento de 1,794
milhão de hectares. A ampliação se
deve ao milho primeira safra (9,2%), ao
segunda safra (14,1%) e à soja (3,3%).
O arroz, no entanto, teve redução de
área, devendo perder 10,8% ou o equivalente a 305,2 mil hectares com relação ao
cultivo anterior, quando chegou a 2,820
milhões de hectares. A perda maior é do
estado do Rio Grande do Sul, que deixa
de cultivar 118,6 mil hectares.
Outra queda foi do feijão primeira
safra. Houve uma redução de 147,9
mil hectares em relação ao cultivo
anterior de 1,420 milhão de hectares.
O maior produtor nacional, o Paraná,
deixou de cultivar 95,2 mil hectares
se comparada à safra anterior, quando semeou 344,1 mil hectares. Já o
feijão segunda safra, semeado no final de janeiro, deve ter um cultivo de
1,773 mil hectares, com uma redução
de 2,8% sobre a safra anterior, de
1,824 mil hectares.
O quinto levantamento considerou,
no caso da região Nordeste, apenas o
oeste da Bahia, o sul do Maranhão e
sul do Piauí. Já para a região Norte,
considerou somente os estados do
Tocantins e de Rondônia. As demais
regiões mantiveram as áreas da safra
anterior, devido o plantio ser feito somente após o início das chuvas.RC
Fonte: Conab – Companhia Nacional de Abastecimento
Revista Canavieiros - Março 2012
22. 22
Novas Tecnologias
Agricultura de precisão: nova tecnologia permite
ao produtor gerenciar sua lavoura e a respeitar
as variações do campo
Carla Rodrigues
A
s condições de produtor de alimentos e combustíveis colocaram o Brasil numa posição
desafiadora: abastecer com sustentabilidade. Para isso, o país investe cada
vez mais em pesquisas e tecnologias de
ponta como a “agricultura de precisão”.
A ferramenta é baseada em planejamento - ideal para o momento pelo qual
o setor sucroenergético atravessa -, buscando o manejo adequado com o intuito de reduzir os impactos ambientais e
aumentar a produtividade. Conhecedora deste cenário, a Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária)
conduz uma Rede de Pesquisa com
mais de 200 pesquisadores e conta com
o apoio de aproximadamente 50 instituições, com a finalidade de difundir a
agricultura de precisão no país, tornando a agricultura mais sustentável.
Segundo o pesquisador da Embrapa
Instrumentação e coordenador da Rede
de Agricultura de Precisão II, Ricardo
Inamasu, o Brasil ainda comete muitos
excessos. Para ele, cuidar e conhecer a
lavoura é um desafio para muitos e é
isto que a tecnologia denominada “agricultura de precisão” propõe.
Confira a seguir a entrevista concedida pelo pesquisador à Canavieiros.
Revista Canavieiros: O que é agricultura de precisão? Como funciona?
Ricardo: A agricultura de precisão é
uma forma de gerenciamento da lavoura que leva em conta a variabilidade espacial. O campo tem variações. Setores
que produzem mais, outros que são mais
úmidos, mais férteis, mais suscetíveis à
doenças e assim por diante. A agricultura convencional, apesar das diferenças,
trata como tudo igual. A agricultura de
precisão respeita essas diferenças e faz
uso de dados e informações do campo.
Ferramentas como GPS, sensores, sis-
temas de informação são muito úteis
para essa forma de gestão.
Revista Canavieiros: A agricultura
de precisão pode ser utilizada em todas
as culturas e regiões ou tem alguma
limitação?
Ricardo: Só não pode ser utilizada
em culturas e regiões que são uniformes. Quanto mais variações houver
pode-se obter maior retorno econômico
e benefício ao meio ambiente.
Revista Canavieiros: Todo produtor pode utilizá-la?
Ricardo: A agricultura de precisão
só depende do gestor. Dizemos até que é
uma postura gerencial que leva em conta
a variabilidade. Isso depende do olho e
da sensibilidade do produtor. Se o produtor percebe que separar um setor da
lavoura pode melhorar a qualidade, está
praticando a agricultura de precisão.
Revista Canavieiros: A agricultura
de precisão está relacionada somente
ao usa de ferramentas de alta tecnologia ou há outros meios para obtê-la?
Ricardo: Há exemplos muito interessantes em que o produtor percebeu a
diferença da qualidade no seu produto e
dessa forma destinou seu produto para
Revista Canavieiros - Março de 2012
Ricardo Inamasu
diferentes mercados. Nesse caso uma
simples prancheta pode resolver, entretanto, se o produtor perceber que comprando máquinas informatizadas traz
retorno econômico, deve então investir.
Revista Canavieiros: Além da responsabilidade de abastecimento, o país precisa saber produzir com sustentabilidade.
De que maneira a agricultura de precisão
pode “colaborar” para que o Brasil tenha
uma agricultura sustentável? E em relação à economia de combustível?
Ricardo: Muitos produtores não conhecem a variabilidade da sua lavoura.
Realizar essa gestão é buscar maior rentabilidade tendo como efeito colateral
uma redução de excessos. Ora, é cuidar
do meio ambiente aumentando retorno
econômico. Haveria um meio melhor
para ajudar o meio ambiente? Outro
23. 23
efeito da adoção da agricultura de precisão é o potencial de uso dos dados coletados no campo para a rastreabilidade.
É, portanto, a agricultura do futuro e é a
agricultura que valoriza o homem como
gestor do campo. Ele ainda demandará
muitas máquinas e tecnologias.
Revista Canavieiros: Qual é o ganho energético da aplicação do sistema de agricultura sustentável?
Ricardo: A agricultura brasileira
avança a passos notáveis. Com a tecnologia, novas variedades têm obtido
ganho energético considerável. Ela (sustentabilidade) tem entrado na pauta cada
vez mais com maior força. A sustentabilidade possui três componentes principais: social, ambiental e econômico.
Não haverá espaço para excessos e desperdícios irresponsáveis. Nesse contexto
a agricultura de precisão é uma forma de
exercer a responsabilidade e com os dados coletados o agricultor poderá mostrar a sua contribuição à sociedade.
Revista Canavieiros: Fale um pouco
sobre a rede de agricultura de precisão
da Embrapa. Quais são seus objetivos?
Ricardo: A rede é uma forma de vários grupos de pesquisa poder trabalhar
de forma sinérgica e com otimização de
recursos. Participam cerca de 200 pesquisadores oriundos de 20 unidades da
Embrapa de diversas regiões. Conta com
apoio e parceria de aproximadamente 50
instituições entre privadas e públicas. O
objetivo da rede é difundir a agricultura de precisão no País, fundamentando
o conhecimento por meio de trabalhos
científicos e desenvolver tecnologias
para que a agricultura brasileira seja
cada vez mais competitiva e sustentável.
Depoimentos
“O produtor agrícola tem que obter
resultados práticos dentro de um curto
período de tempo, a tecnologia tem que
estar madura e trazer resultados quanti-qualitativos comprovados.
Os produtores que não colhem sua
produção devem atentar-se ao uso do
piloto automático nas empresas que
realizam essa operação. Precisam informar-se e entrar no processo desta tecnologia, pois os resultados na qualidade
Fábio Paro
da matéria-prima e pisoteio de soqueiras são significativamente melhores,
mas que exige um trabalho prévio de
plantio ou pelo menos de mapeamento
das linhas de cana.
Infelizmente os produtores não estão esclarecidos sobre os benefícios
que as tecnologias denominadas de
agricultura de precisão trazem, já que
foram comercialmente mal exploradas.
Os fabricantes e fornecedores destas
tecnologias não se preocuparam em
mostrar os resultados financeiros de
forma integrada, e sim em fazer contas
isoladas sem levar em conta o negócio
como um todo. A agricultura de precisão tornou-se ferramenta de marketing
puro e é uma tecnologia com potencial
muito acima desta finalidade; envolve
administrar a lavoura com uma qualidade que as tecnologias tradicionais não
conseguem alcançar.
Apesar disso, eu acredito que a agricultura de precisão está conquistando
seu espaço no setor produtivo, principalmente nos grandes grupos que já adotam
desta tecnologia e de outras que estão
chegando a grau de maturidade e resultados. É uma realidade mais presente na
cultura de grãos e que ganha espaço na
lavoura de cana, deixando de lado os resultados econômicos, de sustentabilidade, de geração de conhecimentos técnicos, que não são mais questionáveis; está
faltando ganhar escala e divulgação”.
Fábio Paro
consultor em gestão agrícola
“Começamos a implantar estas tecnologias em nossa área em 2006, mas
posso afirmar que ainda não terminamos, uma vez que cada ano que passa,
novas tecnologias surgem e possibilitam
melhoras constantes em nossas reformas. Para isso, utilizamos o conceito de
Victor Campanelli
agricultura de precisão em sua essência,
fazemos adubação em taxas variáveis
desde a correção do solo até mesmo a
adubação de formação do canavial. Utilizo também piloto automático em todas
as operações agrícolas, desde o preparo
de solo, plantio mecanizado, colheita
mecanizada e adubação de soqueira.
Quanto ao meu custo/benefício de produção, acredito que para isolar fatores
na agricultura é muito difícil, pois cada
ano é um ano, o clima interfere na cultura muito mais que qualquer tecnologia
empregada, portanto este tipo de análise
precisa ser feita em longo prazo para ser
melhor quantificado economicamente.
Mas posso assegurar uma coisa, fazendo adubação e correção da maneira que
estamos fazendo, tenho a garantia de que
não estou pecando nem por falta nem por
excesso. A falta sem dúvida lhe traz um
decréscimo de produtividade, porém o
excesso não lhe traz aumento de produtividade; é fato que os ganhos com adubação e correção de solo não são lineares.
Com o piloto automático, obtivemos
alguns ganhos, como: aumento do rendimento operacional no plantio e na colheita, menor compactação do solo, redução de até 40% nos índices de perdas
na colheita mecanizada e possibilidade
de colheita de alta qualidade em canas
altamente produtivas.
Já em relação a essência da agricultura de precisão, constatamos que nosso
solo é absolutamente heterogêneo. Em
primeiro momento, percebemos que estávamos aplicando alguns nutrientes em
excesso e pecando em outros. Com esta
tecnologia corrigimos nossa adubação
e creio que estamos colhendo bons resultados, atingindo produtividades bem
acima da média de nossa região”. RC
Victor Campanelli – produtor rural
Revista Canavieiros - Março 2012
24. 24
Notas
T
ecnologia Comprovada
O
diretor da Copercana, Pedro
Esrael Bighetti, intermediou
um experimento entre a Usina
Aralco e a empresa Jumil, para que uma
nova tecnologia fosse aplicada. Trata-se da Plantadora Adubadora JM 7090
PD EXACTA que a usina utilizou em
dezembro de 2011 para fazer o plantio
de soja na palhada de cana. A máquina
possui vários pontos positivos, mas os
principais são o rendimento operacional e redução de custos.
Após 100 dias do plantio efetuado, observaram que houve uma boa distribuição das
plantas na linha de plantio, comprovando o bom desempenho da plantadora
Após 100 dias do plantio efetuado,
representantes da Copercana e da usina
observaram que houve uma boa distribuição das plantas na linha de plantio,
comprovando o bom desempenho da
plantadora usada no experimento.
Sobre o Plantio direto
Através do experimento, é possível
observar muitos benefícios do sistema
de plantio direto na palhada da cana. A
região sofreu uma seca no período de
fevereiro/março, como a maioria do
Estado de São Paulo, mesmo assim, foi
possível notar que as plantas de soja se
desenvolveram bem, graças a umidade
que foi absorvida pelo solo no período
mais chuvoso. No sistema de plantio
convencional, a quebra de produção
causada pela seca seria maior.
O bom desempenho da plantadora
e os bons resultados do plantio direto
na palhada da cana agradaram muito
os técnicos da usina que pretendem
expandir as áreas para o próximo
plantio de soja. RC
DuPont inaugura mais um etapa do Centro de
Inovação e T
ecnologia
N
o dia 20 de março, o Centro
de Inovação e Tecnologia da
DuPont, situado na cidade de
Paulínia, interior do Estado de São Paulo, inaugurou em seu espaço o “Centro
de Inovação Brasil”, voltado para pesquisas realizadas nas áreas de energia,
segurança e alimento, necessários para
ajudar o país a enfrentar os desafios
oriundos do crescimento populacional
e da preservação do meio ambiente.
Desde sua inauguração em 2009, o
Centro de Inovação e Tecnologia, recebeu
investimento de US$ 11 milhões para expandir sua área de atuação. Hoje, o Centro é capacitado para desenvolver análises
nas áreas de sementes, biocombustíveis,
polímeros e embalagens industriais, tintas
automotivas e tecnologias para proteção.
Estiveram presentes para a inauguração clientes e parceiros da empresa,
Victoria Brady, Thomas Connelly, Ricardo
Vellutini e Eduardo Wanick
Revista Canavieiros - Março de 2012
além do presidente da DuPont Brasil e
vice-presidente da América Latina de
Vendas de Produtos Agrícolas, Ricardo Vellutini, do presidente da DuPont
América Latina, Eduardo Wanick, do
vice-presidente Executivo, Diretor de
Inovação e membro da Diretoria Executiva da DuPont, Thomas Connelly
Jr. e da vice-presidente de Tecnologia e
Inovação para a DuPont América Latina, Victoria Brady. RC
26. 26
Informações Setoriais
Chuvas de fevereiro e Prognósticos
Climáticos de março a maio 2012
Fevereiro de 2012:- chuvas anotadas durante o mês
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Técnico Agronômico da Canaoeste
A média das chuvas anotadas durante o
mês de fevereiro (105mm) foi quase a metade
da média das normalidades climáticas de todos
os locais informados (223mm). Apenas em Bebedouro, na E.E. Citricultura, a chuva do mês
foi semelhante à média, mesmo porque choveu
quase 100mm só no dia 21. E, à exemplo dos três
meses anteriores, a distribuição das chuvas nesta
região foi bem irregular.
O
Mapa 1 mostra, já em meados de fevereiro, que uma larga faixa do oeste do Estado
encontrava-se com baixa e crítica Disponibilidade de Água no Solo. Baixa
Disponibilidade esta que, até o final do
mês, praticamente migrou toda para a
faixa centro-norte do estado.
Ao final de fevereiro de 2011 (vide
Mapa 2) notava-se que apenas no “quadrilátero” Catanduva-S.J. Rio Preto-Araçatuba-Lins e estreita faixa no
oeste Andradina-Dracena a Disponibilidade de Água no Solo encontrava-se
como baixa; nas demais áreas sucroenergéticas do estado esta Disponibi-
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 13 a 15 de fevereiro de 2012
Revista Canavieiros - Março de 2012
lidade de Água era de boa a alta. Enquanto que, em fevereiro de 2012 (vide
Mapas 1 e 3), o efeito La Niña deve ter
“subido”, provocando tamanha irregularidade de chuvas durante o mês, estendendo-se por toda região canavieira
do Paraná, Oeste de São Paulo, Leste
do Mato Grosso do Sul e até significaMapa 2:- Água Disponível no
27. 27
tiva faixa do Triângulo Mineiro (vide
o Mapa reduzido de final janeiro de
2012, anexo ao Mapa 3, que mostrava
boa Disponibilidade de Água, exceto
núcleo de Bauru). Ainda, ao final de
fevereiro de 2012, com exceção de núcleos de Assis e Piracicaba, toda faixa
sucroenergética Centro Sul de São Paulo ainda dispunha de média a alta Disponibilidade de Água no Solo.
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a Canaoeste resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia
e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais para os meses de março-abril-maio, conforme mostrado no Mapa 4.
• Para os meses abril a maio, prevê-se temperaturas médias próximas das
respectivas médias históricas em toda
Região Centro Sul;
• Quanto às chuvas, o consenso
INMET-INPE assinala que, durante o
mesmo período, poderá ocorrer iguais
probabilidades entre as classes abaixo a
acima das respectivas médias históricas
em toda área sucroenergética da Região
Centro Sul, exceto Rio Grande do Sul;
• Como referência de normais climáticas para Ribeirão Preto e municípios
vizinhos, pelo Centro de Cana-IAC, as
Solo ao final de fevereiro 2011
médias históricas de chuvas são: 70mm
em abril e 55mm em maio.
A SOMAR Meteorologia, por sua vez,
com base em modelos climáticos mais
frequentes, prevê que para a região de
abrangência da Canaoeste as chuvas de
abril poderão se concentrar apenas nos
dez dias iniciais e em maio/junho podem
“ficar” próximas às respectivas médias
históricas. Logo, não se prevê (hoje) chuvas tão intensas como ocorreram no início de abril de 2011 e tampouco, não tem
previsão de total escassez de chuvas para
os meses subsequentes. E, com possível
surpresa (positiva) para julho, que serão
revisados nos meses mais próximos.
A Canaoeste volta a enfatizar sobre a
necessária qualidade das mudas para os
plantios, condição mais que fundamental para assegurar maior produtividade
e longevidade dos canaviais. A relação
custo/benefício das mudas sadias é por
demais de favorável.
Face estas previsões climáticas para
estes próximos meses, a Canaoeste recomenda, ainda, aos produtores de cana
muitas atenções mesmo - em monitoramentos / controles de broca e, mesmo, ao
final do ciclo da cigarrinha das raízes ela
Mapa 4:- Adaptação pela CANAOESTE do
Prognóstico de Consenso entre INMET e
INPE para o trimestre março-abril-maio.
Prognóstico este muito próximo do anterior.
pode “aprontar”; às doenças (variedades);
e, a partir destes dias de plantios de cana
de ano e meio, evitar que matos “daninhem” suas suadas receitas.
Estes prognósticos serão revistos
a cada edição da Revista Canavieiros.
Prognósticos climáticos relevantes ou
fatos serão noticiados em nosso site
www.canaoeste.com.br.
Persistindo dúvidas, consultem os
Técnicos mais próximos ou através do
Fale Conosco Canaoeste. RC
Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de fevereiro de 2012
RC
Revista Canavieiros - Março 2012
28. 28
Assuntos Legais
Declaração de conformidade
da atividade agropecuária
N
o final do ano de 2011, publicou-se no Diário Oficial do
Estado de São Paulo a Resolução Conjunta SMA/SAA/SJDC
(Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria da Justiça e Defesa da
Cidadania.) n. 01, de 27/12/2011, que
dispõe sobre o licenciamento ambiental das atividades agropecuárias no Estado de São Paulo.
Pela referida Resolução, em função
do reduzido potencial de poluição e
degradação, fica dispensado de se submeter ao licenciamento ambiental as
seguintes atividades: cultivo de espécies de interesse agrícola temporárias,
semi-perenes e perenes; apicultura em
geral e ranicultura; criação de animais,
exceto as atividades de avicultura, suinocultura e aquicultura; limpeza de
pastos cuja vegetação a ser removida
esteja em estágio pioneiro de regeneração; e, projetos de irrigação.
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
bastando ao produtor o preenchimento
de um simples ato declaratório através
de um formulário eletrônico publicado
no sitio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI (http://
www.cati.sp.gov.br/new/servicos/requerimento_dcaa.php, ou, na impossibilidade de acesso, poderá o produtor
dirigir-se diretamente na Casa da Agricultura local.`
Todas estas atividades são dispensadas de licença ambiental, desde que: a)
atendam à legislação pertinente ao Uso
e Conservação do Solo; b) atendam à
legislação pertinente ao uso de Agrotóxicos; c) adotem boas práticas de
produção agropecuária; d) não impliquem intervenção em áreas de preservação permanente, nem supressão de
vegetação nativa; e) não ultrapassem
1.000ha caso constituam ampliações
de atividades já existentes na propriedade; f) não ultrapassem 1.000ha caso
constituam novos empreendimentos
agropecuários.
Para que a Casa da Agricultura local possa expedir a aludida Declaração, o interessado deverá dirigir-se a
ela munido dos seguintes documentos:
(i) CPF do declarante; (ii) CPF do proprietário do imóvel - se este não for o
declarante (cópia simples); (iii) Inscrição do Produtor no CNPJ Rural; e (iv)
Contrato de arrendamento, comodato
ou equivalente, se o declarante não for
o proprietário do imóvel (original ou
cópia autenticada).
Para implementação desta dispensa,
a Secretaria da Agricultura e Abastecimento, atendendo ao disposto no §
1º, do artigo 2º, da Resolução Conjunta SMA/SAA/SJDC nº 01/2011,
expediu e publicou a Resolução SAA
nº 3 de 19/01/2012, dispondo sobre o
procedimento da Declaração de Conformidade da Atividade Agropecuária,
Foto: Divulgação / Governo do Estado de São Paulo
Também, ficam desobrigados de licenciamento ambiental a implantação
de poços rasos ou profundos e de estruturas para permitir a captação ou lançamento superficial em corpos d’água,
bem como a regularização de barra-
gens e travessias existentes destinadas
a atividades agropecuárias, quando não
implicarem supressão de vegetação nativa, não sendo dispensada, porém, a
obtenção de outorga ou cadastro para
utilização do recurso hídrico.
Produtores com pequeno potencial poluidor e de degradação ficarão dispensados da licença
Revista Canavieiros - Março de 2012
ambiental, desde que apresentem Declaração de Conformidade da Atividade Agropecuária
Feito isso, o técnico da Casa da
Agricultura local irá verificar os documentos, bem como irá confrontar
as informações preenchidas na Declaração de Conformidade da Atividade
Agropecuária (DCAA) com a Unidade
de Produção Agropecuária - UPA do
imóvel rural e, estando tudo em ordem, emitirá a DCAA em quatro vias,
das quais duas serão do declarante,
uma ficará arquivada no Escritório de
Desenvolvimento Rural e a outra será
remetida à Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo - CETESB.
Tudo indica que a Declaração de
Conformidade da Atividade Agropecuária será um dos documentos exigidos pelas instituições financeiras da
atividade rural, para comprovar a regularidade ambiental da atividade a ser
financiada, razão pela qual é de suma
importância que os produtores rurais
paulistas cumpram referida norma.RC
30. 30
Certificação integrada unidade industrial/
fornecedor – uma nova realidade
Vínhamos alardeando há algum tempo que as unidades industriais, buscando adequar-se às exigências internacionais para exportação de seus produtos,
estavam em processos de certificação aceitos e reconhecidos mundialmente.
Prevíamos que em algum momento deste processo, esbarrariam na necessidade de integrar-se com o fornecedor da matéria-prima, no caso a cana-de-açúcar, que deveriam de igual forma comprovar o cumprimento das boas práticas
ambientais, trabalhistas, fiscais, dentre outras, de sua atividade agrícola.
Pois bem, deparei-me com a notícia veiculada no Valor, em 24/02/2012,
que vai ao encontro do que preconizávamos. Vejamos:
Raízen e Bayer terão programa de certificação rural em Piracicaba
A Raízen, a maior processadora
de cana-de-açúcar do país, e a Bayer
CropScience anunciaram hoje parceria
para desenvolver o programa de certificação Valore, criado pela Bayer e
voltado ao incentivo de boas práticas
agrícolas. A iniciativa envolverá 14 fornecedores de cana da Raízen que atendem as usinas Costa Pinto, Bom Retiro,
Santa Helena e São Francisco, todas na
região de Piracicaba (SP).
Segundo informações das duas empresas, o projeto-piloto, que será concluído até o segundo semestre de 2012,
inclui metodologias como sistema de
gestão integrado, adoção de boas práticas agrícolas, preocupação com o meio
ambiente e com o bem-estar dos trabalhadores, além de atendimento rigoroso
à legislação brasileira.
A meta é preparar os produtores que
fornecem cana à Raízen para o processo de auditoria e certificação realizado
pelo grupo alemão TÜV Rheinland, um
dos maiores do mundo e cujos critérios
são baseados nos princípios de desenvolvimento sustentável da agricultura
e atendem a normas internacionais, a
exemplo das solicitadas pela Certificação Bonsucro (Valor, 24/2/12)
Revista Canavieiros - Março de 2012
Então, a partida já foi dada e a via é
de mão única, razão pela qual o produtor rural cada vez mais se aproxima do
conceito de empresário rural, devendo
se adequar às normas ambientais, trabalhistas, fiscais, de uso e conservação
do solo, de agrotóxicos, dentre outras
exigíveis pelas referidos processos
de certificação, sob pena de ficarem
à margem do mercado e, até mesmo,
impedidos de fornecerem seu produto
às unidades industriais que se encontram inseridas neste contexto, sem
falar, ainda, na impossibilidade de financiamentos públicos e privados para
implantação e custeio de sua atividade
agrícola, uma vez que as instituições
financeiras são consideradas co-responsáveis pelo financiamento de atividades que não atendam à legislação, o
que significa que não mais emprestarão dinheiro para quem não respeitar
as citadas normas e, consequentemente, decretará a extinção do produtor
rural que deixar de observar as novas
exigências impostas pelo mercado e
pela sociedade. RC
32. 32
Ponto de Vista
*Fábio Paro
Nova realidade, oportunidades e pontos
de atenção para os fornecedores
A
nova realidade econômica nos
canaviais brasileiros ocasionado pela entrada de grupos
estrangeiros e grupos empresariais de
outros segmentos do mercado nacional
traz notícias de mudanças quase diariamente na imprensa setorial e aberta.
Dentro da cadeia produtiva, os fornecedores de cana-de-açúcar sempre
tiveram papel importante tanto nos aspectos econômicos quanto nos aspectos
sociais pela descentralização de renda,
pela grande capacidade produtiva e entendimento da cultura, pela perseverança na continuidade da atividade econômica mesmo em anos consecutivos de
resultados negativos e pelo otimismo
renovado com muito pouco incentivo e
reconhecimento.
As práticas administrativas desses
grupos empresariais realizarão transformações significativas e muitas oportunidades surgirão se forem rapidamente detectadas e aproveitadas pelos produtores,
associações e cooperativas. Duas áreas
chamam a atenção nesse momento: a de
cunho tecnológico e a de cunho de participação de mercado e representatividade.
Na área de tecnologia vemos o avanço
das telecomunicações e da informática
nas lavouras onde o acompanhamento da
produção e a rastreabilidade da matéria
prima cana-de-açúcar ganham destaques
pela importância no processo produtivo.
O acompanhamento da produção sempre
foi e continua sendo fator de grande preocupação para os produtores e gestores
agrícolas. A cana-de-açúcar carregada
nos caminhões gera dois grandes produtos que se finalizam nas balanças e laboratórios das usinas (leiam-se indústrias):
a própria matéria-prima que entra no processo de transformação industrial e as informações geradas nesse momento.
A matéria-prima no processo industrial gera os açúcares, o etanol, a
energia, o bagaço, a ração animal e os
subprodutos. Essa mesma viagem gera
informações que serão utilizadas para
determinar a produtividade agrícola da
área colhida, para pagamento de fornecedores, para pagamento de prestadores
de serviços dentre outras que dificilmente são esgotáveis em um artigo.
O ponto de atenção nesse segundo
enfoque refere-se a qualidade com
A nova realidade nos canaviais brasileiros
com a entrada de grupos estrangeiros traz
notícias de mudanças quase diariamente
que essas informações são geradas,
tanto para a administração agrícola
quanto para terceiros que dependem
delas para que seu negócio caminhe.
Tradicionalmente os controles dessas
viagens são realizados por apontamentos manuais em fichas, colagem
de etiquetas com códigos de barras ou
com algum dispositivo eletrônico que
tenta melhorar esse trabalho. É bastante comum encontrar números altos
de perdas de informações ou extravios
dessas fichas por falta de atenção, por
descuido, por descomprometimento
chegando a 10% como número médio de não aproveitamento extremos
maiores e menores.
Com a chegada de novas tecnologias
que permitem um melhor controle, também que os fornecedores de cana e serviços tenham acesso as suas informações com a mesma qualidade que dos
administradores agrícolas respeitando e
diferenciando quais são as informações
pertinentes e quem deve acessá-las.
O novo cenário será constituído do
uso de rádio comunicador, de sinais
de celulares e de satélites em conjunto com os denominados computadores
de bordo nas máquinas e caminhões
agrícolas da colheita para retirar o papel desse momento e, com isso, gerar
a confiabilidade desejada sem a interferência humana nesses resultados.
Revista Canavieiros - Março de 2012
Continuação pág. 34...
34. 34
Esse modelo de controle já existe e
funciona com boa confiabilidade em
algumas unidades e tende a crescer
rapidamente. Aos fornecedores cabe
a atenção na evolução da aplicação
dessas tecnologias em suas lavouras,
do uso pelas empresas prestadoras de
serviços e das usinas, da solicitação
ao acesso dessas informações quando
forem referentes às suas informações
e ao acesso via internet da rastreabilidade de suas produções.
Às associações e cooperativas cabem o monitoramento da qualidade
desses trabalhos e uso dessas tecnologias, e buscar a maior integração desejável sem comprometer o bom relacionamento comercial e sem perder espaço
para outras empresas interessadas nesse
modelo integrado de produção.
A outra frente de oportunidade se
refere à busca da sustentabilidade pelas empresas com destaque aos grandes grupos com capital aberto em
bolsa de valores e com capital estrangeiro (controlador ou com participação
societária menor), através do relacionamento com seus parceiros e com a
comunidade na qual suas atividades
econômicas atuam.
Esse grupo, que é toda a comunidade
com que a empresa interage, é formado
pelos fornecedores de matéria-prima,
serviços e equipamentos, pelos funcionários, pelos colaboradores indiretos,
pelos órgãos públicos e seus representantes nos mais diversos interesses e
pelas organizações não governamentais
(ONGs). São os denominados stakeholders. A importância desse grupo e de
sua opinião vem aumentando, pois as
empresas não são mais avaliadas somente pelo que produzem, mas, também pelos benefícios que propiciam ao
maior número de pessoas.
Em relatos da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar) de 2010,
para o sucesso na obtenção de alguns
certificados, as empresas associadas
dependem de uma boa avaliação dos
seus stakeholders e essa instituição
se compromete a ampliar a consulta, melhorar a interação e o diálogo
principalmente com ONGs de direitos
humanos, de meio ambiente e fornecedores de cana-de-açúcar. Porém,
para os fornecedores, as oportunidades
caminharão um pouco mais se forem
levados em considerações os aspectos
econômicos de médio e longo prazos.
Para empresas de capital aberto
existe um mecanismo legal de oferta
de ações aos seus funcionários, financiados pelos próprios rendimentos salariais e interesse de aquisições indi-
Revista Canavieiros - Março de 2012
viduais. Por que não trocar quilos de
ATR por ações? Em empresas de capital aberto ou capital fechado?
Aos fornecedores de cana-de-açúcar
esse mecanismo carece de um estudo
da viabilidade de adotar essa prática e
de buscar participação em maior escala pelas suas cooperativas. Cooperativas de fornecedores buscando comprar
ações das empresas e quiçá que seus
representantes tenham cadeiras nos
conselhos administrativos para atuar e
auxiliar nas estratégias adotadas.
A CVM – Comissão de Valores Mobiliários passa a ter importância nesse
novo cenário e pode vir a ser um novo
fórum de negociações de interesses
mais voltado ao mercado e suas implicações, sem cair na fácil tentação
da beligerância. Nas duas situações e
frentes se imaginam que essas oportunidades deverão ser cuidadosamente
estudadas e avaliadas pelos fornecedores, suas associações e cooperativas.
Esses espaços e oportunidades estão
aí para serem explorados, caberão as
iniciativas e ações para aproveitá-las
lembrando que outros participantes
dessa cadeia poderão fazê-las, se já
não o estiverem. RC
*Consultor em Gestão Agrícola
35. 35
“General Álvaro
Tavares Carmo”
A revenda competitiva
no Agronegócio
O passado
recente exibe a
revolução na distribuição de insumos agropecuários. O presente
livro apresenta
alguns
fatores
críticos que impactam a competitividade das
revendas de insumos agropecuários. Os autores
contam com ampla experiência
em pesquisas acadêmicas, alinhadas a atuação
em consultorias no mundo real das revendas,
nos últimos 15 anos.
Dentre os diversos temas abordados pelos
autores em seus respectivos artigos, estão: as
tendências da distribuição de insumos agropecuários, com destaque para os setores de defensivos, fertilizantes, máquinas e implementos,
sementes e crédito; métodos de planejamento
e gestão estratégica, ferramenta gerencial que
permite a identificação dos principais pontos
críticos das revendas e o desenvolvimento de
estratégias para torná-las mais competitivas; o
estreitamento da relação das revendas com os
fornecedores de insumos, as técnicas da gestão
da força de vendas, os possíveis conflitos de
uma gestão familiar, a estruturação de um processo eficiente de compras, os cinco principais
problemas existentes nas vendas; o merchandising nas revendas é discutido em um conjunto
de três artigos que abordam o processo de seleção, compra e gerenciamento e disposição de
estoque, a venda em si, etc.
A obra encerra-se com a consolidação dos
pontos de aprendizado para aumentar a competitividade das revendas.
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
“Eu meço a felicidade pelo vento batendo em meu rosto...”
Grillo - Jornalista
Correto: perdoo.
...o Novo Acordo Ortográfico não!
Dica da Nova Regra: ditongos “ôo” não terão mais o acento circonflexo.
2) Eles “lêem” muito e todos os dias.
...para ler corretamente: eles precisam saber a Nova Regra Ortográfica.
Correto: leem.
Dica da Nova regra Ortográfica: o circunflexo do hiato “êem”, segundo o
Novo Acordo Ortográfico- 5ª edição - não será mais usado com “eem”.
3) - “Apazigúe” a situação familiar, Maria!
Para apaziguar, segundo a Nova Regra Ortográfica: o acento agudo do “U” tônico (forte) dos verbos apaziguar, averiguar, arguir... Não será mais usado.
Corretos: apazigue, averigue, argue...
SAIBA MAIS PARA NÃO ERRAR:
1) PISCINEIRO - É assim que nos referimos àquele profissional que cuida
de piscinas.
Dica útil: o uso do sufixo “eiro”, designa “atividade profissional”. Ex.: tesoureiro, banqueiro, serralheiro...
2) plural de giz – gizes - correto
plural de blitz - blitzes - correto
Dica útil: palavras terminadas em “Z” fazem plural com o acréscimo de “es”.
3) Mulher diz: obrigada, grata, agradecida
Homem diz: obrigado, grato, agradecido
(Trecho extraído e adaptado da introdução do livro.)
MARINO, Matheus Kfouri; NEVES, Marcos Fava, org. A revenda competitiva no
agronegócio: como melhorar sua rentabilidade. São Paulo: Atlas, 2008. 112 p.
Renata Sborgia
1) Pedro disse:
Eu “perdôo” a atitude grosseira.
PARA VOCÊ PENSAR:
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste.
novo endereço: Rua Frederico Osanan, nº842 - Sertãozinho-SP
Revista Canavieiros - Março de 2012
“Gosto das belas coisas claras e simples,
das grandes ternuras perfeitas, das doces compreensões silenciosas,
gosto de tudo, enfim, onde encontro um pouco de
beleza e de verdade.”
(Florbela Espanca)
* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de
vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
Revista Canavieiros - Março 2012
36. 36
COMPRA-SE
- Tubos de irrigação de todos os diâmetros, motobombas, rolão autopropelido, pivot, etc. Pagamento a vista.
Tratar com Carlos pelos telefones: (19)
9166.1710/ (19) 8128.0290 ou pelo e-mail: cyutakam@hotmail.com
VENDEM-SE
- Mudas de seringueira da variedade
RIM600 com borbulheira registrada;
- Porta enxertos para mudas cítricas
de todas as variedades;
- Mudas de limão e laranja de todas
as variedades;
- Mudas de manga e abacates.
Tratar pelos telefones: (17)
9133.5717 / 9629.5456 / 8101.8767 ou
e-mail: branco.estufas@yahoo.com.br
- Cleiton Bulgo Verdeiro (BRANCO) 23 anos de experiência.
VENDE-SE
- Sítio localizado na cidade de Cravinhos
com capacidade para produção de 300 matrizes suínas e 550 leitões por mês (fase de
cria), contendo um trator, cinco barracões,
três casas e um laboratório para preparação
de sêmen. Área total de 5,5 alqueires.
Tratar com Flávia pelo telefone:
(16) 9196.4014.
VENDEM-SE
- D-20, ano 1996 e na cor branca;
- D-20, ano 1995, cabine dupla,
completa e na cor vinho;
- Caminhão MB 709 com baú térmico, ano 1994 e na cor branca;
- F-250 xlt, ano 2005, compl., cor azul;
- S10 colina, turbo, diesel, 4x4, ano
2008, cabine simples e na cor branca;
- Fiat Strada, cabine estendida, ano 2007,
1.4 com direção hidráulica e na cor prata;
- Pampa, ano 1994, 1.6, álcool e na
cor azul.
Tratar com Diogo ou Pedro pelos telefones: 9213.6928 (Diogo) ou
9280.9392 (Pedro).
VENDEM-SE
- MATA-BURRO medindo 3,00m
de largura x 2.10m, construído com
10 barras de trilhos TR-22 de 3,00m e
4 barras transversais de 2,50m. Preço
para pagamento à vista R$ 2.700,00;
- MATA-BURRO medindo 3,30m
de largura x 2,00m, construído com
9 barras de trilhos TR-25 de 3,30m e
4 barras transversais de 2,60m. Preço
para pagamento à vista R$ 3.000,00;
- MATA-BURRO medindo 3,00m
de largura x 2,20m, construído com 10
barras de trilhos TR-25 de 3,00m e 4
barras transversais TR-22 de 2,20m.
Preço para pagamento à vista R$
3.000,00.
Tratar pelos telefones (16) 3628.
1010 ou (16) 9220.4444 com Pedro
Bom - Ribeirão Preto.
VENDEM-SE
- 01 transformador de 45 KVA;
- 01 transformador de 112 KVA;
- mourões de aroeira;
- bag vazio usado;
- arame farpado usado.
Tratar com Wilson pelo telefone:
(17) 9739.2000 – Viradouro/SP
VENDEM-SE
- 01 moto bomba acoplada em motor
Volkswagen 1300 – entrada de 3” e saída de 4” (em ótimo estado) ;
- 01 bomba FMC completa, para
Jumbim, Atomizador ou outros fins
(em ótimo estado);
- 01 carroceria Fachini – cana inteira – reforçada – 8m de comprimento X
2.6m de largura. (em ótimo estado);
- 01 carroceria Galego – cana inteira
e de planta de cana – reforçada – 8m de
comprimento X 2,6m de largura. (em
ótimo estado);
- 01 cultivador DMB com 2 caixas
para adubo, acoplado de grade – 8 discos cada linha – acionamento lateral com
corrente podendo trabalhar com trator
Revista Canavieiros - Março de 2012
abaixo de 100cv (em ótimo estado);
- 01 colheitadeira de cana CASE
A7700 (esteira), motor Cummins M11,
despontador, disco de corte lateral, auto
tracks (copiador de solo), elevador estendido. Ano de fabricação 2009 (em
ótimo estado);
- 04 reboques agrícola (Transbordo)
SMR ano 2009 (Sermag) chassis duplo
(em ótimo estado);
- 01 caminhão FORD 5032, ano
2006, 4x4 traçado, (pneus semi-novos)
com carroceria canavieira (GOYDO)
ano 2009, com 8m de comprimento,
com cabos de aço e cambão. Valor: R$
150.000,00 (em ótimo estado);
- 01 reboque 2 eixos (GOYDO), ano
2009, 8,20m de comprimento X 2,60m
de largura e 4,40m de Altura, com cabos de aço e cambão (pneus em bom
estado) - medida dos pneus: 1000/20
(em ótimo estado);
Tratar pelos telefones: (17) 3281.5120
(Luciana – escritório) / (17) 8158.1010
(Marcus) / (17) 8158.0999 (Nelson).
VENDEM-SE
- Ford Cargo 2626 / 05, 6x4 e tanque
GASCOM 16.000 l Agribomba novo;
- Ford Cargo 2425 / 02, 6x4 e tanque
GASCOM 16.000 l Multiflex novo;
- Ford Cargo 2425 / 98, 6x4, tanque
novo 16.000 l, bombeiro e pipa;
- Ford F13000 / 86, toco, tanque de
água 9.000 l, bombeiro e pipa;
- Ford F12000 / 9,3 toco, tanque de
água 9.000 l, bombeiro e pipa;
- Ford F11000 / 82, toco, tanque de
água 9.000 l, bombeiro e pipa;
- VW 13-180 / 06 e 08, toco, equipado com tanque de água novo de 10.000
l, bombeiro, pipa;
- VW 26-260 / 06 traçado, equipado
com betoneira 8m³ nova;
- VW 26-260 / 06, 6x4, no chassi
com 109.000km – original;
- VW 31-260 / 06, 6x4, novo chassi
com 38.000km – original;
37. 37
- VW 26-260 / 08, 6x4, basculante
12m³ com 79.000km – original;
- VW 14-220 / 97, truck com munk
IMAP - mod. 20.000;
- MB 2423K / 07, no chassi com
58.000km – original;
- MB 1318 / 89, truck com munk
ARGOS - mod. 20.500;
- MB 1516 / 86, truck com munk
IMAP - mod. 20.000;
- MB 1313 / 82, toco com munk
MOTOCANA - mod. 10.000;
- MB 1113 / 85, toco com munk
MUNCK - mod. 640-18;
- MB 1318 / 88, truck, com baú 11
metros;
- MB 1513 / 81, toco, tanque de água
10.000 l, bombeiro e pipa;
- MB 1113 / 73, toco, tanque de água
9.000 l, bombeiro e pipa;
- MB 1620 / 03, truck no chassi, único dono, motor novo e pneus excelentes;
- Semi Reboque Prancha NOMA /
07, 3 eixos, rampa hidráulica. 3m largura, 19,80 comprimento;
- Munk ARGOS / 2010, mod.
20.500, 3 lanças hidráulicas, 2 manuais, e 4 patolas;
- Munk MUNCK mod. 640-18.
- Tanque de Fibra com capacidade
de 16.000 l;
- Carreta com Tanque de Fibra,
22.000l e 2 eixos;
- Caçamba Basculante para caminhão toco com 5m³ na caixa;
- Baú para caminhão 3/4, toco e truck;
- Tanque de água para caminhão de
9.000 l, usado e revisado;
- Tanque de água para caminhão
novo de 16.000 l;
- Tanque de água para caminhão
usado de 6.000 l e 8.000 l.
Tratar com Alexandre pelos telefones: (16) 3945.1250 / 9766.9243
/ 7813.3866 id 96*81149 ou com
Luiz Monteiro pelos telefones: (16)
3945.4760 / 9766.9244 / 7813.3865
id 96*81149. Email: trecaminhoes@
yahoo.com.br
VENDE-SE
- 01 Caminhão Ford Cargo 1622,
ano 2000 e modelo 2001. Valor R$
90.000,00. Tratar com Márcio Sarni
pelos telefones: (16) 3946.4200 / (16)
9101.5687.
VENDEM-SE
- Volks 7.90, ano 1991, na cor branca, em perfeito estado e pronto para
trabalhar;
- Volks 14.210, na cor branca, truck com munck masal 30mil, com 02
lança hidráulica e 02 lança mecânica.
Tratar com Adriano pelos telefones:
(16) 3945.8980 / (16) 8128.6006 / ID
89*3009.
VENDE-SE
- Linda propriedade. Possui 13 alqueirões, localizados a 20km de Frutal
–MG, formada em pasto com terra boa
para plantio de soja e cana-de-açúcar.
Possui barracão fechado de 250m² coberto com estrutura metálica, tanque
combustível e bomba. A casa sede tem
03 dormitórios, 02 banheiros, lajeada
mais duas casas para funcionários,
mina de água com roda d’água, poço
artesiano, curral com embarcardor,
chiqueiro, represa, paiol, campo de
futebol, pomar e área verde (APP).
Fica situada entre duas usinas, Frutal
e Cururipe (asfalto vai parar na porta).
Tratar com Francisco pelos telefones: (16) 8843.1179 ou (16) 3023.
5166.
VENDE-SE
- 01 tanque de inox rodoviário de
4000 l, para leite com duas repartições
e bomba. Tratar pelo telefone: (19)
3672. 2818 - Santa Cruz das Palmeiras/SP.
VENDEM-SE
- Casa de lazer à margem da represa
de Volta Grande com quatro suítes, sala,
cozinha, varanda com fogão à lenha /
forno / churrasqueira, 1 WC externo,
spa com oito bicos de hidromassagem e
bela jardinagem com piscina ornamental. Tudo isso em um condomínio murado, próximo a Ubatã. Toda sua infraestrutura (piscina, quiosque, campo de
futebol iluminado e rampa para barcos)
é para apenas 20 lotes, portanto muita
privacidade e pouca despesa;
- Lotes para construção de casas, localizados a 40 km de Uberaba/MG e 35
Km de Conceição das Alagoas /MG.
Tratar pelos telefones: (34) 3338.
3946 ou (34) 9972.3946.
VENDEM-SE
- Fazenda Sud Menuci com 165
alqueires, formada em pasto às margens do rio Tietê, localizada a 9 km
do asfalto e a 15 km da indústria Santa Adélia (cana-de-açúcar). Valor: R$
39.000,00 o alqueire ou área total por
R$ 6.435.000,00. 40% a vista, 30%
com um ano de prazo e 30% com
mais seis meses de prazo. Correção
0.8 a.m (combinar);
- 150 alqueires, formada em pasto
com nove divisões. Possui cerca paraguaia, energia elétrica, 100% plana,
boa para plantio ou criação de gado,
casa sede, duas casas de colonos, curral
com brete e balança e lagoas. Localizada as margens do rio Paracatu. Valor
pedido: R$ 2.000.000,00;
- 36 alqueires, planta 32 de cana, localizado na região de Auriflama. Preço
por alqueire: R$ 40.000,00;
- 120 alqueires, planta 110 de cana,
localizado na região de Santo Antônio
do Araguangá/SP. Preço por alqueire:
R$ 45.000,00;
Tratar com Amaral pelos telefones:
9174.8183 (claro) / 8217.1255 (tim) /
9739 9340 (vivo).
VENDE-SE
- Tanque de água com duas rodas
e capacidade para 4.000 litros. Valor:
R$ 3.500,00. Tratar com Luiz Augusto
pelo telefone: (16) 8158.7008.
VENDE-SE
- 01 aviário completo com estrutura
metálica para criação de frango de engorda. Capacidade de até 25000 aves.
Tratar com Mauro pelo telefone: (16)
9961.4583.
VENDE-SE
- 66 alqueires margeando (±400m)
do Rio Grande, na Barragem Água
Vermelha, em Paulo de Faria - SP, toda
de terra roxa e em pastagem, possui
sede, curral e rancho (para pescaria).
Valor: R$ 50.000,00/alqueire. Tratar
com o proprietário pelo telefone: (16)
9706.8589.
Anuncie aqui, envie um e-mail para
classificados@revistacanavieiros.com.br
ou ligue para (16) 3946.3300 R:2008
Revista Canavieiros - Março 2012
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Eventos em Abril 2012
Tecnoshow Comigo 2012
Empresa Promotora: COMIGO
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 09/04/2012
Fim do Evento: 13/04/2012
Estado: GO
Cidade: Rio Verde
Localização do Evento: Centro Tecnológico COMIGO (CTC)
Informações com: Secretaria Geral
Site: www.tecnoshowcomigo.com.br
Telefone: 64 3611-1525
E-mail: secretariageral@tecnoshowcomigo.com.br
XVI Dia de Campo Cap jr – soja, milho
e amendoim * safra 2011/12
Dia: 14/04
Local: Unesp / Centro de Convenções “Ivaldo Melito”
Cidade: Jaboticabal/SP
Inscrições: de 13/03 a 14/04 através do site www.capjr.
com.br
Investimento: R$ 20,00 - até dia 11/04 / R$ 25,00 após 11/04
Informações: (16) 3209-2600 – ramal: 2847
AGRISHOW 2012 19ª Feira Internacional de Tecnologia em Ação
Empresa Promotora: ABIMAQ, ABAG, SRB e ANDA
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 30/04/2012
Fim do Evento: 04/05/2012
Estado: SP
Cidade: Ribeirão Preto
Localização do Evento: Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro - Leste Anel Viário
Km 321
Informações com: Reed Exhibitions Alcantara Machado
Site: www.agrishow.com.br
Telefone: 011 3060-5000
E-mail: comunicacao@reedalcantara.com.br
Expo Londrina
Tipo de Evento: Exposição / Feira Agropecuária
Início do Evento: 05/04/2012
Fim do Evento: 15/04/2012
Cidade: Londrina
Estado: PR
Aberta venda de ingressos
para a Agrishow 2012
Visitantes e compradores já podem adquirir seus ingressos para a Agrishow 2012 (Feira Internacional da Tecnologia
Agrícola em Ação). A venda antecipada já está disponível no
site do evento (http://www.agrishow.com.br/2012/Visitar/Ingressos/). Os ingressos custam de R$ 13 a R$ 26
Promovido pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, o
evento deve receber nos cinco dias de realização cerca 150
mil visitantes. Em 2011, a Agrishow contou com um público
de 146.836 mil pessoas de 50 países e mais 765 expositores
de 45 países, movimentando R$ 1,755 bi em negócios.
Realizado de 30 de abril a 4 de maio, em Ribeirão Preto/
SP, a Agrishow 2012 é uma iniciativa da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) em
conjunto com a ABAG (Associação Brasileira do Agribusiness), ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos)
e SRB (Sociedade Rural Brasileira).
Mais informações através do site oficial do evento: http://
www.agrishow.com.br
Evento exclusivo para profissionais do setor. É proibida a
entrada de menores de 16 anos.
Revista Canavieiros - Março de 2012