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Revista Canavieiros - Maio de 2007
Revista Canavieiros - Maio de 2007
Editorial

Mecanização: O futuro
da agricultura

A

décima primeira edição da Revista
Canavieiros fala sobre a nova tendência do setor: a mecanização – no
caso, a do plantio. A reportagem de capa
traz o desenvolvimento desta
tecnologia, usada há mais de 10 anos,
mas que só agora tem tomado grandes
proporções. Especialistas falam sobre
as vantagens desse método e da busca
por soluções para os problemas que ainda existem.
O entrevistado deste mês foi o ex-ministro da agricultura, Roberto
Rodrigues. Ele falou sobre o futuro do
pequeno produtor e da importância do
cooperativismo. Segundo ele, sem as
cooperativas as pequenas propriedades de cana já teriam desaparecido.
Rodrigues falou ainda sobre o
biodiesel e as previsões para os preços da próxima safra. Em seu artigo
“Turbulências à vista”, o presidente da
Canaoeste, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan faz previsões não muito otimistas para o setor. Apesar da euforia
mundial ao redor do setor
sucroalcooleiro, Manoel Ortolan acredita que o produtor deve estar preparado para uma safra com preços baixos.
As editorias do sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred abordam os principais destaques do mês, como a palestra sobre Reserva Florestal Legal organizada pela Canaoeste no dia 10 de
maio. Apresentada pelo advogado e
professor de Direito Ambiental, Antônio Fernando Pinheiro Pedro, o seminário reuniu mais de 200 pessoas, entre elas, políticos e autoridades da região. Ainda nas páginas da Canaoeste,
a participação do seu presidente no
evento “O álcool é nosso” que aconteceu me Ribeirão Preto e contou com

a participação de autoridades e lideranças ligadas a cadeia produtiva de
cana, açúcar e álcool. O gerente da
UNAME - Unidade de grãos da
Copercana, Augusto César Strini Paixão, fala sobre os investimentos feitos
pela Copercana na comercialização de
calcário para seus cooperados e sobre
o fechamento da safra 2005/2006 de
amendoim. Nas páginas da Cocred o
leitor conhece o novo cartão de crédito SICOOB MASTERCARD, uma forma fácil, segura e prática de pagar as
contas.
O destaque deste mês fica para a
Agrishow Ribeirão Preto – 2007. A matéria mostra o balanço e a repercussão
do maior evento de Agronegócios do
Brasil na cidade e região, além dos principais assuntos tratados e os encontros
políticas que aconteceram durante a feira. No Antes da Porteira, conhecemos a
Vista Alegre Fazenda Hotel, uma propriedade da região que resolveu abrir suas
portas para o turismo rural. Uma atividade que, além de complementar a renda da família, ajuda a conscientizar os
visitantes sobre a importância de preservar a natureza.
Na página sobre Culturas de Rotação, o
pesquisador do IAC, Amadeu Regitano
apresenta uma variedade de girassol
indicada na reforma de canaviais. O artigo jurídico desta edição fala sobre as
alterações nas regras para o corte de
árvores isoladas. Como de costume, a
Canavieiros ainda traz dicas de português, indicações de livros, classificados e a agenda completa de eventos do
setor. Além de prognósticos climáticos;
informações de combate às Lagartas
Desfolhadoras e muito mais.
Boa Leitura!
Conselho Editorial

Revista Canavieiros -- Maio de 2007
Revista Canavieiros Maio de 2007

03
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo

O avanço do plantio
mecanizado

Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri

A expansão da cana para
novas fronteiras e a falta de
mão-de-obra deram impulso à
mecanização do plantio.

Oscar Bisson
Pag.
Pag.

20

OUTRAS

DESTA
DESTA QUES

Entrevista

Pag.

Roberto Rodrigues

INFORMAÇÕES
28
SETORIAIS

EQUIPE DE JORNALISMO:
Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814
PROJETO GRÁFICO E
DIAGRAMAÇÃO:
Rafael Mermejo
FOTOS:

Presidente do Conselho
Superior do Agronegócio
da Fiesp.
Pag.

05

Ponto de Vista
Presidente da Canaoeste,
fala sobre preços menores
aos produtores de cana
nesta safra.

Notícias

08

Pag.

10

Copercana
Maio: Início de mais uma safra de
calcário

CULTURAS DE
Pag.
ROTAÇÃO
31
INFORMAÇÕES
Pag.
32
TÉCNICAS
PRAGAS E DOENÇAS
Pag.

34

Marcelo Massensini
Carla Rodrigues

Daniella Felício
revistacanavieiros@copercana.com.br

E COMUNICAÇÃO:
Carla Rodrigues, Carla Rossini, Daniella
Felicio, Daniel Pelanda, Letícia Pignata,

AGENDE-SE
Pag.

35

Marcelo Massensini, Maria Fernanda Pinotti,
Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva.
IMPRESSÃO:

CULTURA

São Francisco Gráfica e Editora

REPERCUTIU

6.700 exemplares

gratuitamente aos cooperados, associados

36
TIRAGEM:

12

16
Cocred
Cocred oferece nova opção de Cartão
de Crédito para o cooperado
Pag.

Pag.

Pag.

37

A Revista Canavieiros é distribuída

38

Simplicidade e naturalidade é atração no
turismo rural
Cooperados produzem cana-de-açúcar e agregam
valor as suas propriedades através do turismo rural
Revista Canavieiros - Maio de 2007

e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.
A reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.

Antes da Porteira

04

COLABORAÇÃO:

CLASSIFICADOS

Pag.

Canaoeste
Canaoeste promove palestra sobre
reserva legal

Notícias

Marcelo Massensini

DEPARTAMENTO DE MARKETING

Pag.

Notícias

30

COMERCIAL E PUBLICIDADE:

Manoel Ortolan

Pag.

LEGISLAÇÃO
Pag.

Carla Rossini

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:

26

Pag.
Pag.

Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
Entrevista

Roberto Rodrigues
Presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp

Um novo modelo de produção
Cristiane Barão

E

ssa é a proposta do ex-ministro Roberto Rodrigues:
aproveitar o momento de expansão
do setor para implantar um novo
modelo, que, entre outras coisas,
assegure a participação do produtor independente de cana. "O modelo hoje existente é concentrador", diz. Esse modelo também prevê a utilização das áreas impróprias para mecanização para outras

culturas que agreguem valor ao produtor e ao trabalhador, favorecendo também a utilização da mão-deobra dispensada na cana. "Com isso
você mata três coelhos com uma
cajadada só: tende a eliminar o corte manual, cria uma atividade que
agrega renda ao agricultor e ao trabalhador e ainda reduz a concentração da cana na monocultura",
afirma.

Presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e Coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas,
Rodrigues concedeu entrevista à
Canavieiros antes de sua palestra
aos professores do programa
"Agronegócio na Escola', desenvolvido pela ABAG-RP, no último
dia 17, em Ribeirão Preto. Leia os
principais trechos a seguir.
Revista Canavieiros - Maio de 2007

05
Entrevista
Canavieiros: O senhor acha que voura Canavieira), quando fez o mo- lo institucional chamado Consecana,
o pequeno produtor de cana vai ter delo de produção lá nos anos quaren- que discute os valores do açúcar, que
espaço no processo de expansão do ta, seja preservado: que uma boa par- acabam remunerando a cana de maneisetor?
cela da cana seja produzida por produ- ra indireta. A minha proposta é que
Roberto Rodrigues: Esse é um tema tores independentes. Então, essa é a esse modelo Consecana seja aperfeiimportante. O governador Serra criou expectativa que nós temos em relação çoado e que o produtor venda não a
uma comissão estadual para discutir ao futuro quanto ao modelo a ser de- cana, mas venda o açúcar ou o etanol
toda a temática da agroenergia no Es- senhado. E eu estou propondo a mes- que está dentro da cana numa parceria
tado de São Paulo. Lógico que há uma ma coisa no nível federal, para que não com o produtor industrial. Então, vaprevalência de assuntos de interesse seja uma decisão, digamos, apenas re- mos usar um exemplo hipotético: sumais coletivo, do tipo queimar cana, gional. É um modelo nacional.
ponhamos que a cana represente 70%
não queimar cana, cortar com máquido preço do açúcar, do custo do açúna, não cortar com máquina, concenCanavieiros: Seria uma interven- car. Desconta-se a remuneração do protração da monocultura, essas coisas ção do governo?
dutor de açúcar e, do preço pelo qual
que todo mundo fala sem entender diRodrigues: Não. Seria uma propos- ele vendeu aquele açúcar, 70% vêm da
reito, mas que são os temas mais re- ta de financiamento sobre determina- cana. É uma coisa direta, mais objeticorrentes. Mas eu fiz questão de colo- das condições. Olha, para ter um pro- va, uma relação mais clara. O produtor
car a temática do modelo de produção. jeto dessa natureza, você tem de ter de cana seria sócio não do empreendiEu tenho dito o seguinte: o modelo hoje tantos por cento de cana de terceiros, mento, mas do resultado do empreenexistente é concentrador. Se não
dimento. Isso permite que haja uma
“Se não fossem as
fossem as cooperativas e as asrepartição de riscos de tal forma
sociações de produtores de cana,
cooperativas e as associações, que, se o preço subir muito, o dono
o pequeno produtor de cana já
da usina deixa de ganhar, mas se
o pequeno produtor de cana já os preços caírem muito, ele deixa
teria desaparecido. Mas a idéia é
aproveitar o
de perder, porque tem um
teria desaparecido”
momento
compartilhamento dos resultados.
de expanEsse é o modelo que eu estou tensão do setor você tem que ter produção de alimen- tando conversar com as pessoas.
para desenhar tos, algumas pré-condições para quem
um modelo quiser financiamento. Quem quiser faCanavieiros: Qual é a receptidiferente, em zer com recurso próprio, faça com re- vidade dessa proposta?
que o sonho curso próprio. O governo não vai fazer
Rodrigues: Ainda é muito cedo.
do Barbosa nenhuma intervenção no setor, já pas- Outra coisa que eu penso ser imporLima Sobrinho sou essa fase. Mas é criar uma expec- tante - e que é uma discussão também
(idealizador tativa positiva nesse modelo novo.
recorrente - é o corte de cana, queido Estatuto
mado ou cru, manual ou mecanizado.
da LaCanavieiros: O senhor poderia Esse tema tem duas correntes: uma,
detalhar esse novo modelo?
que considera o corte manual um traRodrigues: É um mo- balho muito bruto, muito pesado, e
delo que tenha um que tem de ser abolido e outra, que
percentual da produção considera que a mecanização radical
de cana atribuída ao vai produzir um desemprego muito
dono da indústria e o violento. As duas correntes têm raoutro distribuído entre zão. Qual é o caminho? É montar um
os produtores indepen- programa para a redução do corte madentes. O que emperra nual. O Estado de São Paulo tem hoje
esse processo é o pre- 4 milhões de hectares cultivados com
ço da cana. No passa- cana. Na reunião da comissão (Espedo, quando havia o Ins- cial de Bioenergia), alguém disse que
tituto de Açúcar e Ál- está perto de 10% a área com inclinacool, era o governo que ção superior a 12% e que inibe a meimpunha o preço de canização. Isso representa 400 mil heccima para baixo. Hoje, tares de terra nas regiões mais desennão. Felizmente, com a volvidas do Estado, dotadas de infraextinção do IAA, estrutura, energia, benefícios sociais.
usineiros e fornecedo- O Estado poderia montar um prograres se articularam na ma de substituição de cultura nessas
montagem de um mode- áreas com seringueiras, frutas ou ma06

Revista Canavieiros - Maio de 2007
Entrevista
deira, que permitem a agregação de
valor, treinando a mão-de-obra para
sair do corte da cana e ir cuidar da
fruticultura, sangrar seringueira, trabalhar na indústria de madeira. E como
as cooperativas de fornecedores de
cana já estão instaladas em todas as
regiões produtoras, já há um mecanismo de agregação de valor. Não é o
produtor sozinho que vai fazer compota, geléia, suco ou doce. A idéia é
um programa que seja pró-ativo para
estimular a mudança de atividade rural nas áreas impróprias para a mecanização do corte. Com isso você mata
três coelhos com uma cajadada só:
tende a eliminar o corte manual, cria
uma atividade que agrega renda ao
agricultor e ao trabalhador e ainda reduz a concentração da cana na
monocultura. São coisas dessa natureza que eu espero que essa comissão de São Paulo produza.

pode fazer energia elétrica com o bagaço. E se
nós usarmos essa idéia
da árvore em áreas impróprias para a mecanização do corte, vamos
ter na frente, quando a
tecnologia avançar, a
produção de etanol de
celulose também. E
tudo isso ainda pode
ser financiado com
CDM (Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo, da sigla em inglês).
Essa cadeia produtiva
de agroenergia nessa
região cria um cluster
invejável, como uma
condição ambiental extraordinária.
Canavieiros: No
ano passado o preço
da cana foi razoável e
nesse ano tende a ser
menor. Dá para imaginar qual será
o cenário daqui para frente?
Rodrigues: Eu não gosto de fazer
previsão. Em geral, a gente erra. O que
existe neste momento, circunstancialmente, é uma redução nos preços
internacionais do açúcar. Eu acho que
é circunstancial porque os preços estavam muito altos nos anos anteriores, mas acho que vamos começar um
processo de redução desses preços.
Então, é uma questão transitória negativa.

Canavieiros: O senhor acha que
a produção de biodiesel na região é
viável?
Rodrigues: Aqui na região,
Jaboticabal e Sertãozinho são os maiores produtores de amendoim do país
e são municípios canavieiros. Eu tenho discutido muito a idéia do cluster
de agroenergia, que é o seguinte: você
produz o etanol para vender, na área
de renovação de cana você pode produzir soja ou ameondoim, que são oleaginosas, e você faz biodiesel na
estressafra na própria unidade industrial para a “máquina” da região. Você
pode trabalhar com biodiesel nos
“A minha proposta é que
caminhões, colhedoras, nos tratores da “máquina” produtora de esse modelo Consecana seja
etanol da região. E ainda sobra o
aperfeiçoado”
farelo de soja, que você pode enriquecer com resíduos da fermentação, o que dá um componente protéico
Canavieiros: A certificação seria
muito mais elevado do que o farelo uma forma de aumentar a remunenormal, descomoditizando, portanto, ração da cana?
o farelo e agregando valor a ele. Você
Rodrigues: A certificação de protem uma soma de fatores muito posi- priedades pode levar a um upgrade
tivo neste cluster e, ainda por cima, também na remuneração, mas tem que

ter mercado para isso. Hoje você tem
um mercado para açúcar - orgânico,
certificado - mas não tem um mercado para a cana, do produtor de cana.
Ele (produtor) também teria de ter
uma forma de participação na remuneração adicional. Se encontrarmos
esse mecanismo, sem dúvida, essa
certificação de propriedades é um
passo positivo. O que pode haver,
num modelo, é que as vendas certificadas sob critérios de normatização
internacional, possam obter um diferencial de natureza fiscal ou
creditícia. Então, você dá uma renda ao produtor que, se não for possível no preço do produto, que o
seja por meio da redução de tributos. Mas esse é um assunto que
tem uma negociação ampla com o tesouro estadual, nacional. Não é uma
coisa fácil, mas é um tema relevante
porque o mundo inteiro olha a
certificação dos produtos agrícola
em geral com bastante interesse.

Revista Canavieiros - Maio de 2007

07
Ponto de Vista

Turbulências à vista

A

pesar da euforia criada pelas oportunidades vislumbradas ao setor sucroalcooleiro brasileiro, os produtores de cana devem
se preparar para uma safra com preços menores para a matéria-prima.
As razões são simples. Uma delas é
que a expansão do setor está em
curso e, dessa forma, pode criar
desajustes temporários para os elos
da cadeia. A produção de cana segue em crescimento e em ritmo próprio, diferente do da área industrial.
Assim, com maior oferta, o preço tende a ficar mais baixo. É a lei do mercado.
Por outro lado, a alta na demanda forçou para cima os preços de
máquinas, implementos e os custos
de mão-de-obra. Esses itens, somados à elevação dos insumos, especialmente de fertilizantes, e à valorização da moeda brasileira frente ao
dólar, provocarão aumento nos custos de produção da cana. Além disso, por conta de fatores climáticos,
poderá haver redução nos índices de
produtividade, que podem não ter
tanto impacto na produção total do
país, mas têm um peso importante no acerto da safra e na
renda para os pequenos e médios fornecedores.
Por esses motivos, a remuneração da cana terá um cenário diferenciado neste ano.
Em maio do ano passado o valor do
quilo de ATR
por tonelada
de cana foi
fixado em
R$ 0,3830.
Ao longo
do
ano,
esse preço
sofreu leve
queda, fe-

chando a safra em R$ 0,3430. Assim,
a tonelada da cana, considerando
145 kg de ATR, foi comercializada a
R$ 49,73. Ou seja, no ano passado,
na abertura da safra o preço da cana
estava em patamares mais elevados
e a média do período foi satisfatória.
Foi um bom ano, o que permitiu que
os fornecedores investissem em
tecnologia e também na expansão de
suas lavouras com a compra ou arrendamento de terras.
Já esta safra começa com preços
em níveis mais baixos para o produtor independente. O quilo da ATR
do mês de março fechou em R$
0,3089 e é possível que encerre o
próximo mês na faixa dos R$ 0,30. A
tendência é que o preço siga em leve
declínio e reaja nos meses finais da
safra. A não ser que ocorram fatos
relevantes, como o aumento em
quantidades elevadas nas exportações de álcool ou então de açúcar, a
cana deve fechar a safra com um preço entre 20 e 25% mais baixo do que
na passada. É uma previsão bem
realista.
Essa disfunção na oferta e nos
preços já eram esperados, segundo
especialistas, pelas condições em
que a expansão do setor ocorre: em
grandes proporções e em um curto
espaço de tempo. No entanto, não
se esperava que eles ocorressem já
nesta safra. Para atravessar esse
período de turbulência é necessário
que o produtor fique atento ao comportamento dos preços da cana antes de planejar investimentos, contrair despesas ou financiamentos.
Esses desequilíbrios são os efeitos do processo de expansão e devem ser administrados e superados.
Apesar deles, os horizontes nunca
foram tão positivos. Crescer não é
tão fácil como se pensa.

Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo)

08

Revista Canavieiros - Maio de 2007
Artigo

Eliminação da queima da palha
de cana-de-açúcar desejos,
compromissos e obrigações

É

muito comum ouvirmos e falarmos na Cadeia da Cana-deaçúcar ou Cadeia do Setor Sucroalcooleiro. Quando usamos este termo
estamos nos referindo a todos aqueles
que participam dela, isto é:
· Produtores de insumos, máquinas e caminhões e seus funcionários;
· Produtores de cana, arrendatários, parceiros agrícolas e seus funcionários;
· Prestadores de Serviços Agrícolas;
· Proprietários de Usinas e Destilarias, todos seus funcionários, produtores de insumos e serviços industriais;
· Todos os consumidores;
· E não poderia deixar de ser, os
Governos Municipais, Estaduais e o
Federal.
Quando algum componente da cadeia pede mudanças, todos os componentes da cadeia são afetados. Apenas
para abstrairmos, se o consumidor exigir
um produto de qualidade muito superior
a atual, fará com que as indústrias exijam
mais qualidade na cana-de-açúcar e faça
investimentos no parque industrial. Os
fornecedores de cana, por sua vez, exigirão mais qualidade de seus fornecedores
de insumos e equipamentos. Tudo isto

implicará em custos maiores e lá no final
o custo do produto deve aumentar. Mas
se o consumidor exige, ele demonstrará
isso pagando mais por um produto de
melhor qualidade.
O Governo do Estado de São Paulo tem dado sinais de que deseja acelerar o processo de eliminação das
queimadas no Estado de São Paulo. A
princípio, quem não conhece a
estruturação do setor, imagina que os
principais afetados no processo serão
os industriais do setor, mas não serão
os usineiros que pagarão a conta e
explico: ao longo dos últimos 15 anos,
para aumentar a eficiência dos sistemas de colheita de cana e baixar os
custos, a colheita da cana própria e de
fornecedores independentes na maioria das unidades industriais do Estado de São Paulo é realizada pelas próprias usinas, colhendo inclusive a
cana de fornecedores. Boa parte desta cana é colhida sem queima e com
máquina e as máquinas são das usinas e destilarias. Muitas delas conseguiriam colher toda ou boa parte de
sua cana própria com máquinas, mas
restaria toda a cana de fornecedores.
Assim o Governo mira os usineiros e
acerta 12.927 produtores de cana-deaçúcar que, em sua grande maioria, são

pequenos produtores. Para
agravar a situação, não há
produção de colhedoras suficientes para colher a cana
que hoje é colhida manualmente e com queima no Estado de São Paulo.
Olhando sob essa
ótica parece difícil à
solução do problema,
mas há saídas. E é aí
*Cléber Moraes
que vamos usar o
conceito de cadeia produtiva discutido acima. A aceleração da eliminação
das queimadas provocará um aumento
na procura por máquina, deixará na lavoura toneladas de matéria verde que
secará e ficará extremamente suscetível a incêndios, aumentará os custos
para os produtores de cana, exigirá mais
crédito para financiar as colhedoras, exigirá mais fábricas de máquinas
colhedoras, enfim provocará uma série
de modificações na cadeia e tudo isso
exigirá do Governo do Estado de São
Paulo mais compromisso e ações, de
que forma?
· Aumento do Volume de Crédito
para Aumento da Produção de
Colhedoras;
· Aumento do Volume de Crédito
para Financiamento de Colhedoras;
· Melhoria dos Preços Pagos para
a Energia de Biomassa;
· Aumento do Volume de Crédito
para Co-geração de Energia de
Biomassa da Palha de Cana-de-açúcar;
· Fomento na modificação do Sistema de Pagamento de Cana, o
CONSECANA, para pagamento pela
palha e bagaço produzido.
Quem exige tem que fazer sua parte. Mãos à obra Governador José Serra, contamos com seu trabalho.
*Cleber Moraes
Consultor CANAOESTE
M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda
Revista Canavieiros - Maio de 2007

09
Notícias
Copercana

Maio: Início de mais uma
safra de calcário
Augusto César Strini Paixão (Gerente da UNAME - Unidade de Grãos da Copercana)

E

m 1978, a Copercana iniciou
uma nova prestação de serviços aos seus cooperados: a distribuição de calcário e outros corretivos de solo nas regiões de sua
abrangência. Na época, a cooperativa contava com apenas dois caminhões aplicadores e uma pá
carregadeira e, comercializou 10 mil
toneladas no ano.
O crescimento deu-se ano a ano,
e em 2006 a cooperativa já contava
com uma estrutura de dez caminhões

Investimento em novos caminhões
para atender aos cooperados

aplicadores, três caminhões basculantes, duas carretas basculantes e
quatro pás carregadeiras. Com isso
atingiu a comercialização de 160 mil
toneladas de calcário e gesso.
Este crescimento significativo
não se deu apenas pelo aumento de
áreas de cana nas regiões, mas pela
facilidade, segurança e qualidade
que a Copercana oferece aos usuários. Durante 29 anos, foram feitos investimentos na renovação da frota e
de novas tecnologias para atender as necessidades dos produtores de um serviço
de grande importância que é a correção do solo.
Para o ano de
2007, a Copercana
já investiu R$ 1
milhão em novos
caminhões, tudo
para aumentar a
frota e atender aos
cooperados cada
vez melhor. Também foram adquiridos dois equipamentos aplicadores
com capacidade para trabalhar na
agricultura de
precisão,
ou
seja, através de
satélite e um
mapa de fertilidade e exigências
nutricionais, isso
possibilitará a
aplicação de diferentes dosagens
em uma mesma
área.
Com isso a
Copercana está
preparada para o

10

Revista Canavieiros - Maio de 2007

crescimento de 20% na prestação de
serviços de aplicação de corretivos
e chegando a comercialização de 200
mil toneladas até o final deste ano.
A Copercana tem orgulho de ser
a única cooperativa do Brasil que
presta esse serviço com muita eficiência e qualidade aos seus cooperados. Para aqueles que ainda não conhecem esse serviço, a Copercana
está a disposição para atender através do telefone (16) 3946-4200
(Mauro ou Marcos), ou ainda com o
Agrônomo mais próximo de você.
Calcário: Copercana vai comercializar
200 mil toneladas em 2007
Notícias
Copercana

Amendoim – fechamento
da safra 2005/2006

N

a safra de amendoim 2005/2006,
a Copercana recebeu 900 mil
sacas de 25 quilos do grão. Desde a
safra 2004/2005, a cooperativa deixou
de comercializar o amendoim em casca
e, iniciou o processo de debulha e venda com o intuito de agregar valor ao
produto. Como as quantidades recebidas aumentavam muito de um ano para
o outro, a cooperativa não tinha mais
condições de fazer a compra do produto em casca como antigamente. O
produtor vendia sem uma determinação de período o que ocasionava risco
de variação de preços ora ao próprio
produtor ora a Copercana.
Na safra 2004/2005, a cooperativa
passou a comercializar o amendoim de
uma maneira muito parecida com o Sistema Consecana (sistema que remunera

o produtor de cana-de-açúcar). A
Copercana recebeu todos os grãos produzidos pelos cooperados e, no final da
safra (colheita), foi efetuado um adiantamento igual a 70/80% do preço de mercado, e os 20/30% restantes ficaram sujeitos ao preço de mercado. Assim, a
cada quatro meses é feito um levantamento e efetuado o reajuste ao produtor.
Como exemplo, cito a safra 2005/
2006, onde finalizamos em 30/05/2006 e
em 10/06/2006 efetuamos o adiantamento de R$ 12,00/saca. Em novembro, efetuamos outro adiantamento de R$ 3,00,
e o fechamento em 30/04/2007 com mais
R$ 3,00/saca, perfazendo o total de R$
19,00/saca da variedade IAC 886 e R$
22,00/saca o Super Tatu. Estes preços
poderiam ser melhores, porém nos meses de maio, junho e julho de 2006, ain-

da vendíamos amendoim com preços menores
pelos reflexos da safra
2004/2005
que foi muito
Big Bags de 500 Kg no galpão da Uname
ruim.
De agosto para cá os preços melhoraram e permanecem até hoje. Na média
ficou no fechamento acima citado.
No mês de maio, a safra de amendoim 2006/2007 está sendo encerrada
e a perspectiva de recebimento deve
ser de 1,4 milhões de sacas (dentro do
esperado), e os preços provavelmente
bem melhores que em 2006.
Augusto César Strini Paixão

Revista Canavieiros - Maio de 2007

11
Notícias
Canaoeste

Canaoeste promove
palestra sobre reserva legal
Cristiane Barão

Evento reuniu mais de 200 pessoas de 49 municípios

A

Canaoeste (Associação dos
Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) promoveu
no último dia 10 em seu auditório, uma
palestra com o tema "Reserva Florestal
Legal: seus aspectos legais, políticos e
econômicos", proferida pelo advogado Antonio Fernando Pinheiro Pedro,
professor de Direito Ambiental, consultor do Banco Mundial e integrante de
comissões técnicas e conselhos.
O evento reuniu cerca de 200 pessoas, entre cooperados, advogados de
associações e representantes de usinas de 49 municípios. Compuseram a
mesa diretora, o presidente da
Canaoeste, Manoel Ortolan, o vice-prefeito de Sertãozinho, Nério Costa, o
presidente da Orplana, Ismael Perina, e
o advogado da Canaoeste, Juliano
Bortoloti.
De acordo com o presidente da
Canaoeste, a questão da reserva legal
desperta o interesse do setor agrícola
e traz também muitas preocupações. "A
Canaoeste foi pioneira na realização de

Dr. Juliano Bortoloti, advogado da Canaoeste; Nério Costa, vice-prefeito de Sertãozinho; Manoel Ortolan, presidente
da Canaoeste; Dr. Antonio Fernando Pinheiro Pedro, palestrante e Ismael Perina, presidente da Orplana.

ciclos de palestras sobre a questão
ambiental e oferece todo o suporte ao
produtor para o cumprimento das normas legais. Assim, temos o dever de
orientar o fornecedor de cana sobre
como proceder nessas questões. Essa
palestra teve esse intuito."
A reserva legal foi instituída pelo
Código Florestal, em 1965, e refere-se
ao percentual de cada propriedade rural que deve ser recoberto por floresta
natural, além das
áreas de preservação permanente
(APPs), que margeiam rios e lagos.
O código estabeleceu que cada propriedade terá de ter
20% de sua área
como reserva legal.
Para as áreas de floresta da Amazônia
Legal, foi fixado o limite mínimo de 50%.

O evento reuniu mais de 200 pessoas da região de abrangência da Canaoeste

12

Revista Canavieiros - Maio de 2007

No entanto, esses percentuais foram alterados pela
Medida Provisória
2166/65, de 2001:

80% para as áreas de floresta, 35% para
as áreas de cerrado, e 20% para todas
as propriedades rurais mesmo sem floresta nativa onde, pelo código, não havia imposição de reserva legal. Baseada nessa MP, o governo de São Paulo
editou decreto, em junho do ano passado, estabelecendo os 20% de reserva nas propriedades, além das áreas de
APPs. Tanto a MP como o decreto
paulista são objetos de ações de
inconstitucionalidade na justiça.
De acordo com o palestrante, essas medidas são autoritárias, o produtor precisa se articular com as associações para uma ação conjunta contra a
legislação, conforme entrevista que ele
concedeu após a palestra e cujos pontos principais seguem:
INCONGRUÊNCIAS DA
LEGISLAÇÃO
“O conceito de reserva legal que
está sendo discutido hoje não tem absolutamente nada a ver com a reserva
legal estabelecida pelo código florestal, que vigorou até 2001. Então, nós
temos hoje uma sociedade agrícola baseada no plantation, ou seja, baseada
na monocultura de extensão que já conta com pelo menos três séculos nessa
Notícias
Canaoeste
derrubar essa Medida Provisória.
Essa MP é artificial, ela não se aplica à realidade. Na
verdade, o que
está se pretendendo é alterar a realidade por meio de
papel. Os produtores precisam se organizar politicamente e se articular com as associações para oferecerem uma defesa
judicial eficaz, ou
seja, é necessário
uma ação conjunta para fazer ver a inconstitucionalidade
do Código Florestal hoje.

Dr. Antonio
Fernando Pinheiro
Pedro, advogado,
professor de Direito
Ambiental,
consultor do Banco
Mundial e integrante de comissões
técnicas e conselhos

região e que foi surpreendida pela modificação de um instituto ocorrido há
seis anos.”
AÇÕES CONTRAA MP
“A saída é a vontade política do
setor produtivo de se articular com os
municípios e contar com o Estado para

A IMPORTÂNCIA DA
MECANIZAÇÃO
“Já há um estudo da Secretaria de
Estado do Meio Ambiente demonstrando que hoje há recuperação de matas

ciliares e de remanescentes florestais
pelo simples fato da mecanização da
agricultura. A mecanização leva a uma
racionalização do uso do solo. O aumento da produtividade leva a uma racionalização da mecanização e isso por
si só já faz com que existam mais áreas
preservadas. Na verdade, o segredo
está na tecnologia, que, aliás, é o grande segredo do mundo inteiro.”
SAÍDAS PARA A DISCUSSÃO
“A grande saída seria estabelecer
reservas legais em condomínios, na
medida de cada propriedade privada.
Esse condomínio deveria se desenvolver como uma unidade de conservação única, numa bacia especifica de
preservação, destinando-se as demais
bacias para a produção. Ao contrário
do que se estabelece na lei, o interesse
é não transformar o território paulista
num tabuleiro de xadrez, com quadrados escuros e claros. Pelo contrário, é
criar uma grande unidade escura de
preservação, permitindo o aumento da
produção nas demais áreas.”

Consecana

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº. 03/07
DATA: 30 de abril de 2007

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de ABRIL de 2007. O preço médio do kg de ATR para o mês de ABRIL é de R$ 0,3217.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, no mês de ABRIL, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI),
incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado,
carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos no mês de ABRIL, calculados com base nas
informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes:

Média do mês de abril = 0,3217
Revista Canavieiros - Maio de 2007
Notícias
Canaoeste

"O Álcool é nosso"
Carla Rossini // Cristiane Barão

Evento reuniu em Ribeirão Preto, autoridades e lideranças ligadas à cadeia produtiva do etanol

O

presidente da Canaoeste,
Manoel Ortolan, foi um dos
expositores do debate "O álcool é nosso", realizado no último dia 18, em Ribeirão Preto, e promovido pelo jornal A
Cidade, EPTV e pela FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da USP de Ribeirão Preto. O
evento reuniu mais de 300 pessoas.
Ortolan participou da mesa
"Potencialidades do Setor Alcooleiro",
ao lado do presidente da UNICA - União
da Indústria de Cana-de-açúcar, Eduardo Pereira de Carvalho, do secretário
adjunto da Secretaria Estadual de Desenvolvimento, Carlos Pacheco e do
gerente de Álcool e Oxigenados da
Petrobrás, Luthero Winter Moreira. A
mesa foi mediada pelo professor da
FEA-RP, Rudinei Toneto.
Em sua participação, o presidente da
Canaoeste falou da confiança dos produtores no cenário de biocombustíveis,
em especial ao etanol, mas reivindicou
uma melhor remuneração para os produtores canavieiros. "O preço da cana
estava num bom patamar em 2006, mas
os valores despencaram e talvez este ano
chegaremos ao ponto de não remunerar
os custos de produção", disse Ortolan.

Eduardo Pereira de Carvalho (Presidente da Unica); Carlos Pacheco (Secretário Adjunto da Secretaria Estadual de Desenvolvimento); Rudinei Toneto (professor da FEA-RP); Luthero Winter Moreira
(Gerencia de Álcool e Oxigenados da Petrobrás) e Manoel Ortolan (Presidente da Canaoeste).

Manoel Ortolan também lembrou
que o avanço tecnológico sinaliza a
possibilidade de produção de etanol a
partir do bagaço o que agrega mais
valor à cana. "Hoje a remuneração é
baseada no teor de açúcar, mas os
subprodutos como o bagaço já tem um
significativo valor comercial", finalizou.
O presidente da Unica ressaltou
que o fim da era do petróleo voltou os
holofotes para o etanol brasileiro. Ele
aproveitou também para alfinetar a imprensa pelas críticas às condições de
trabalho oferecidas aos trabalhadores
rurais canavieiros. "Estamos sendo atacados por problemas isolados no cam14

po. Mas acho que as pessoas se esquecem da importância social que essa
indústria movimenta, já que ela é responsável por milhares de empregos diretos e representa 3% da riqueza nacional." O presidente da Unica terminou
seu discurso chamando a atenção das
lideranças envolvidas com o setor
sucroalcooleiro: "vamos viver os próximos dois anos com muita dificuldade
porque nem sempre conseguimos conciliar a demanda com a oferta, mas temos que estar conscientes que o investimento agora é garantia de um bom
futuro amanhã", garantiu Eduardo.
Luthero Winter Moreira falou sobre as pesquisas da Petrobrás para
produção de biocombustíveis e de um
audacioso projeto de exportação, que
envolve a construção do alcoolduto a
partir de Goiás, até o Porto de São Sebastião, em São Paulo. "O alcoolduto
vai diminuir o custo do frete e permitir

Revista Canavieiros - Maio de 2007

que tenhamos maior competitividade",
afirmou.
Carlos Pacheco falou principalmente sobre os cenários para investimentos
no setor de biocombustíveis. "Acredito
em cenários excelentes para esse setor
a curto, médio e longo prazos", afirmou.
Ele falou sobre os aspectos ambientais
que envolvem o setor e pediu soluções
a médio prazo para que elas não venham
causar problemas num futuro que ele
acredita ser muito promissor. "Temos
que encontrar soluções para as questões ambientais que envolvem as queimadas, APPs e Reserva Florestal Legal
para que isso não retarde o crescimento", disse Carlos Pacheco.
No período da tarde, o debate foi
reiniciado com o vice-governador, que
expôs os objetivos da Comissão Especial de Bioenergia, instalada em abril, e
que terá como objetivo de orientar o
Notícias
Canaoeste
crescimento do setor em São Paulo. Segundo ele, um dos pontos a serem estudados é a antecipação das datas previstas na legislação que definiu o
cronograma para a eliminação das queimadas. Ele citou o protocolo que o governo pretende elaborar com o setor
produtivo para o fim das queimadas.
"Você não pode fazer (fim da queima)
nem com uma atitude radical demais, mas
também não pode manter o que a lei diz.
Hoje a demanda (de etanol) é maior e
quem compra, quer saber como é produzido", disse em entrevista coletiva.
O ambientalista Paulo Nogueira
Neto afirmou que o mundo está entrando numa era de mudanças climáticas e
que isso para a agricultura é muito grave. No entanto, ele acredita que ainda
é possível evitar catástrofes. "Temos
de retirar carbono da atmosfera", disse. Segundo ele, as lavouras de cana
são positivas para o meio ambiente
porque não lançam carbono novo no
planeta. "O carbono lançado nas quei-

madas é absorvido no próximo ciclo da
cana", disse. Ele também assegurou que
o avanço da cana não terá nenhum impacto sobre a Floresta Amazônica, já
que os períodos de seca, necessários
para o corte da cana, são curtos.
Nogueira Neto também afirmou que
hoje há mais área de floresta do que há
décadas. "Hoje não se faz mais agricultura na enxada. Há a mecanização", disse. Segundo ele, a cana vai ocupar áreas onde a mecanização é possível e, assim, não haverá redução nas áreas verdes. "Aqui na região de Ribeirão Preto,
é comum, quando estamos na estrada,
vermos matas recentes", disse.
O pesquisador da Unicamp, Isaías
de Carvalho Pacheco, ressaltou que o
Consecana, que serve de parâmetro
para o pagamento da cana, é o melhor
programa desenvolvido em São Paulo
para o setor. Segundo ele, apesar do
avanço da mecanização, o número de
empregos no setor se mantém, graças

ao aumento da produção. Em 2002, por
exemplo, eram 765 mil empregos diretos no setor. Em 2005, esse número passou para 982 mil.
O debate foi encerrado com a participação do senador Aloisio Mercadante
(PT-SP) e dos deputados federais da
região, Duarte Nogueira (PSDB-SP) e
Antonio Palocci (PT-SP). Mercadante
defendeu a uniformização nas alíquotas
de ICMS, que hoje variam de 12 a 31%,
a melhoria dos marcos regulatórios e o
fim das queimadas. Palocci ressaltou
que o processo de expansão do etanol
é a maior oportunidade na história da
região, mas que o Brasil precisa se preparar, regular o seu mercado. Já Nogueira apontou a necessidade de um
planejamento estratégico, com estoques reguladores, certificação, estabilidade nos contratos e investimento em
infra-estrutura. Segundo ele, é preciso
garantir a permanência dos pequenos
e médios produtores, que hoje produzem 25% da matéria-prima.

Revista Canavieiros - Maio de 2007

15
Notícias
Cocred

Cocred oferece nova
opção de Cartão de
Crédito para o cooperado
Marcelo Massensini

Vantagens, segurança e praticidade com o cartão SICOOB

A

Cocred oferece ao cooperado o novo cartão de crédito
SICOOB - MASTERCARD. Um cartão com uma série de vantagens que
dão mais segurança, praticidade e a
exclusividade que só os clientes da
Cocred têm. Além de ser aceito em
todos os estabelecimentos que possuem a bandeira MASTERCARD,
mais de 1 milhão de lojas em todo o
mundo, o cartão SICOOB não tem
anuidade e conta uma das menores
taxas de juros do mercado.
Enquanto as outras operadoras
cobram taxas de juros que variam entre 10 e 12%, o cartão SICOOB MASTERCARD, da Cocred, tem uma
taxa de apenas 5% ao mês. Assim, se
o usuário precisar, ele pode parcelar
ou pagar o valor mínimo das faturas
por uma das menores taxas do mercado. O cooperado também não paga
nada pelo cartão e ainda pode solicitar cartões adicionais para seus dependentes, que também serão isentos
de anuidades.
Para facilitar ainda mais a vida do
cliente, o cartão SICOOB é um cartão
múltiplo, ou seja, pode ser usado
como cartão de débito ou de crédito.
O cartão de débito é aquele em que o
valor é debitado automaticamente da
conta-corrente do usuário, na hora da
compra. Já com o cartão de crédito, o
cliente só paga a despesa no dia do
vencimento da fatura, podendo ter um
prazo de até 40 dias, a partir do dia da
compra, para pagar. Ele ainda tem a
opção de parcelar às compras direto
na loja, dependendo das normas de
cada estabelecimento.
Para completar, o cooperado que
possuir o cartão terá à sua disposição um site exclusivo que oferece
16

Revista Canavieiros - Maio de 2007

consulta de limites, registro de
compras realizadas e transações de débito, emissão de segunda via de
faturas, entre vários
outros serviços. O
cartão ainda pode ser
utilizado para saques
em toda a rede
conveniada Banco 24
horas.
Uma outra conveniência de se ter um
cartão de crédito, além
de permitir ao usuário adiar o pagamento de suas compras, é que ele diminui a necessidade de andar com dinheiro na carteira. Uma segurança a
mais para quem vive constantemente
sob o perigo de assaltos, uma realidade que a cada dia está mais perto de
todo brasileiro, não só os que vivem
em grandes centros, mas também os
que moram em lugares que até pouco
tempo atrás eram considerados seguros.

do cartão. "Uma vez fiz uma compra alta e me ligaram do banco perguntando se fui eu mesmo que comprei, para ter certeza que não era ninguém usando o meu cartão. Gostei
muito dessa atitude", termina.
Pesquisas revelam que a troca feita por Novaes é uma tendência mundial. Existem hoje aproximadamente
380 milhões de cartões em todo o
mundo e esse número não pára de
crescer. A Credicard divulgou uma
pesquisa que mostra o cartão de crédito como o segundo meio mais usado pelo brasileiro para pagar contas.
O dinheiro ainda ocupa o primeiro lu-

Depois de relutar por muito tempo, há dois anos, o agricultor Marco
Aurélio de Castro Novaes resolveu fazer um cartão de crédito
da Cocred e abandonar Marco Aurélio de
de vez o talão de che- Castro Novaes
ques. Segundo ele, foi
um negócio vantajoso.
"Fiz várias viagens
usando só o cartão. É
mais fácil e seguro, não
preciso levar dinheiro e
não corro risco de ter
constrangimentos com
cheques", explica o agricultor que também se diz
satisfeito com o atendimento diferenciado que
recebeu pela operadora
Notícias
Cocred
Antenor Pinton

PARA QUEM AINDA TEM DÚVIDAS
SOBRE O ASSUNTO, AÍ VAI UM MINIDICIONÁRIO SOBRE CARTÕES:
FATURA
É o demonstrativo das transações ocorridas no
período. Informa o valor a ser pago, limite de crédito, o vencimento, etc. Pode ser paga na rede bancária, mesmo após o vencimento (os encargos vêm
cobrados no mês seguinte).
LIMITE DE CRÉDITO
O portador tem um limite de crédito, que determina o valor máximo que ele pode comprar no cartão. O limite é atribuído com base na renda comprovada pelo cliente no momento da contratação do
cartão, mas pode ser revisto e atualizado a qualquer
momento.

gar, sendo usado em 39% das transações, seguido de perto pelo cartão de crédito, com 29%, deixando para trás o
cheque, com 18%. "É bem melhor. Concentro todos os
meus gastos só no cartão, facilita muito. É uma comodidade que eu nunca tive com o cheque", conta o agricultor. A
pesquisa também revela que nos estados da região Centro-Oeste, o cartão de crédito é mais utilizado que o dinheiro, representando 32% e 29% respectivamente.
Por outro lado, há quem não troque o velho talão por
nada. O comerciante e produtor rural, Antenor Pinton
usa cheques há mais de dez anos e diz que não pretende
aderir à mudança. "Não é por medo, é por hábito. Eu
nunca usei, então não gosto de usar. Quando preciso
uso cheque ou dinheiro mesmo", explica. Mas Antenor
reconhece o perigo de andar com dinheiro no bolso.
"Quando tenho que viajar eu levo só dinheiro mesmo.
Apesar de nunca ter sido assaltado, eu sei que é perigoso", conclui Pinton.

CARTÃO ADICIONAL
É o cartão vinculado a uma conta de um titular,
responsável por um cartão principal. O crédito aprovado é do titular, enquanto o adicional é apenas um
usuário do cartão. A responsabilidade contratual e
jurídica pela utilização do cartão é sempre do titular.
AFILIADA/CREDENCIADA
É o termo que identifica a empresa, ou estabelecimento, que aceita determinado cartão de crédito.
ANUIDADE (O CARTÃO SICOOB MASTERCARD NÃO COBRA ANUIDADE)
É o valor cobrado anualmente do portador do
cartão pela administradora para a manutenção dos
serviços.
Para saber mais, procure a sua agência Cocred e
peça o seu Cartão SICOOB – MASTERCARD.

Revista Canavieiros - Maio de 2007

17
18

Revista Canavieiros - Maio de 2007
Notícias
Cocred
Balancete
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho
BALANCETE MENSAL MARÇO/2007 valores em Reais

Revista Canavieiros - Maio de 2007
Reportagem de Capa

O avanço do pla
Cristiane Barão

A

expansão da cana para novas fronteiras e a falta de
mão-de-obra deram impulso à mecanização do plantio. Utilizado há pelo
menos dez anos por algumas usinas, o
plantio mecanizado veio para ficar, na
opinião de Luís Antonio Ferreira
Bellini, coordenador do Grupo de
Motomecanização, que reúne gerentes
de mecanização agrícola das principais
unidades sucroalcooleiras do país.
“Costumo dizer que o plantio mecanizado é a coqueluche do momento. É um processo sem volta, a não
ser que ocorram mudanças na legislação trabalhista, ambiental e na oferta de mão-de-obra, o que é pouco
provável”, afirma. Segundo ele, o
avanço da mecanização do plantio
será mais rápido do que ocorreu na
colheita.
O Grupo São Martinho, por exemplo, que irá atingir 80% de colheita
mecanizada nesta safra, começou a experimentar o plantio mecanizado ainda na primeira metade da década de
90. A partir de 1997, essa prática ganhou um novo impulso e passou a
crescer a cada safra. Hoje, o
percentual chega a 40% e a meta é
chegar a 100% nas áreas passíveis de
mecanização, ou seja, perto de 85%
da área total de plantio do grupo.
De acordo com o grupo, o plantio
mecanizado tem duas vantagens significativas em relação ao plantio manual: a principal delas é o custo inferior e a segunda, é que permite as
operações de plantio em áreas com
deficiência ou ausência de mão-deobra.
De acordo com o coordenador do
Grupo de Motomecanização, numa
comparação entre os dois processos
de plantio, o mecanizado apresenta
rendimento maior, além de demandar
apenas em torno de 30% da mão-deobra necessária no sistema convencional. No entanto, ele diz que o de20

Revista Canavieiros - Maio de 2007

safio é reduzir o índice de perda, hoje
entre 10% e 15%, e que ainda encarece o processo.
“O plantio mecanizado passa a
se tornar inviável (economicamente)
no momento em que se considera a
maior necessidade de aplicação de
mudas de cana nos sulcos para compensar as perdas provocadas ao longo da colheita, enchimento dos transbordos,
basculamento
nas
plantadoras e aplicação no sulco”,
afirma. As colhedoras, segundo ele,

ainda são responsáveis por mais de
70% das perdas.
O professor da Esalq, Tomaz Caetano Ripoli, um dos autores do livro
Plantio de cana-de-açúcar: Estado
da Arte também acredita que a substituição do plantio manual pelo mecanizado se dará de forma acelerada e
aponta outros fatores, além da falta
de mão-de-obra e da rápida expansão
do setor: busca pelo aumento do desempenho operacional do plantio e
pela competitividade, já que o custo
Reportagem de Capa

lantio mecanizado

Foto: Assessoria Santal

de perdas’”, disse.

Plantio Mecanizado: “coqueluche do momento”

máquinas é pura maluquice!”, disse.

Ripoli destaca que a
colhedora é apenas parte de
um conjunto de variáveis
que leva a maior ou menor
perda de matéria-prima durante a colheita. “Falta de
sistematização do terreno,
inadequada formatação de
talhões, espaçamento de
plantio não compatível com
a bitola das colhedoras,
plantio tecnicamente não
atendendo o mínimo exigido
pelas máquinas no que diz
respeito à profundidade de
plantio, a falta de paralelismo entre fileiras; operadores despreparados ou mal
treinados entre outros aspectos são os maiores responsáveis pelo atual índice
de perdas encontradas na
colheita mecani-zada”, alerta.

O livro, que teve a primeira edição
esgotada e logo ganhará uma segunda, traz os resultados de um ensaio padronizado e comparativo entre cinco
diferentes plantadoras. “Os fabricantes têm demonstrado profundo interesse em efetuar as modificações e evoluções tecnológicas necessárias para
torná-las mais eficientes”, aponta
Ripoli. De acordo com ele, as máquinas têm mais virtudes do que problemas.

Segundo Ripoli, é um erro
aumentar em demasia a tonelagem de mudas por hectare
a fim de minimizar a questão
das perdas. “Partir de 10-12
t/ha aplicados no sistema
semi-mecanizado para 18-20
t/ha quando se adota o mecanizado a fim de tentar sanar a deficiências das

BUSCA DE SOLUÇÕES
Para reduzir os índices de danos
às gemas durante o processo de colheita, a Santal, que lançou sua
plantadora de cana picada em 2004,
desenvolveu um kit de Colheita de
Mudas. “Com o Kit, a colhedora está
apta para o corte de mudas com excelente aproveitamento de gemas para
plantio, com menor impacto nas gemas e colmos da planta”, explica o
presidente da Santal, Arnaldo Adams
Ribeiro Pinto.
Segundo a Santal, para o plantio
de 20 hectares/dia, o sistema convencional requer 161 trabalhadores, enquanto que o mecanizado, 36. Além
da questão da mão-de-obra, há também a frente de equipamentos necessários, conforme o quadro a seguir.

por hectare no plantio mecanizado é
menor do que no semi-mecanizado.
Segundo o professor, para a análise das perdas deve haver uma distinção entre perdas de colheita e aumento de falhas de plantio. “São situações
distintas. As máquinas existentes no
mercado, se ainda não são as ideais
sobre o ponto de vista de ‘índice de
perdas’, em verdade estão dando melhor contribuição do que os seus próprios usuários que, a meu juízo, são os
maiores responsáveis por tais ‘índices

Fonte: Santal
Revista Canavieiros - Maio de 2007

21
Reportagem de Capa

22

Revista Canavieiros - Maio de 2007
Reportagem de Capa

Revista Canavieiros - Maio de 2007

23
Destaque

Balanço Agrishow 2007
Marcelo Massensini

Recordes de vendas e de público, encontros políticos e discussões sobre o futuro da agricultura

E

ntre os dias 30 de abril e 05 de
maio, Ribeirão Preto recebeu
a 14ª edição da Agrishow - Ribeirão
Preto. Considerada a maior feira de
agronegócios da América Latina e uma
das maiores do mundo, a Agrishow
2007 superou as expectativas dos
organizadores e bateu recordes de
vendas e de público, atraindo mais de
140 mil visitantes com faturamento de
R$ 710 milhões.
Para o presidente do sistema
Agrishow, Sérgio Magalhães, a feira é
considerada o início do período de
recuperação do agronegócio brasileiro. "O campo ainda enfrenta graves
problemas, especialmente a questão da
dívida rural, mas é vigoroso e dinâmico. É só ter melhores condições que o
ânimo dos agricultores se fortalece",
explica. Segundo ele, esse ânimo já se
fez presente no evento deste ano, mas
ainda pode e deve aumentar. "Crescer
mais de 40% de um ano para o outro
mostra extrema vitalidade do
agribusiness brasileiro. Por outro lado,
o resultado da Agrishow Ribeirão Preto poderia ter sido melhor, considerando os preços positivos dos grãos,
como soja e milho, além das culturas
perenes - laranja e café", completa.
Demonstração de campo
na Agrishow 2007

De acordo com o balanço oficial da
feira, as negociações com empresas do
exterior contabilizaram US$ 4,2 milhões.
"São negócios que começam na
Agrishow e vão se repetir nos próxi24

Revista Canavieiros - Maio de 2007

mos anos", afirma Magalhães. Segundo ele, esse
número representa a recuperação da atividade
agrícola e pressupõe
perspectivas positivas
para as próximas edições
da Agrishow. "Estamos
vendo o retorno do otimismo na atividade, que
no ano passado foi
marcada por baixos investimentos, por parte
do agricultor", termina.

Recorde de público:
140 mil visitantes

O otimismo dos
organizadores também é
compartilhado pelos expositores. Segundo o Diretor da DMB - Máquinas
e Implementos Agrícolas, Alberto
Borges, a Agrishow se tornou um ponto de encontro para todas as empresas do setor agrícola e a melhor hora
para fazer negócios. "Em uma semana
de Agrishow nós costumamos vender
o equivalente a um mês e meio de vendas normais", explica e completa.

"Muitos esperam a Agrishow para fazerem suas compras".
A Agrishow é uma realização da
Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos),
Abag (Associação Brasileira de
Agribusiness), Anda (Associação
Nacional para Difusão de Adubos) e
SRB (Sociedade Rural Brasileira).

O Futuro dos Biocombustíveis
Na quarta-feira, dia 02 de maio, o
coordenador do projeto Biodiesel Brasil da USP Ribeirão Preto, apresentou,
no stand do Banco do Brasil a palestra: “O mercado mundial de etanol –
Tendências, perspectivas, inovações,
tecnologias e instalação de usinas”.
No seminário ele discutiu a história
recente do setor sucroalcooleiro, explicando os motivos do fracasso do próalcool vinte anos atrás e as razões do
sucesso do setor nos dias de hoje. Para
ele, entre outros motivos, o etanol só
ganhou a proporção atual graças ao
avanço da tecnologia, tanto em relação às usinas, quanto no que diz respeito à evolução dos motores movidos
a álcool, os flex-fuel.
Ele mostrou, ainda, gráficos com as

estatísticas do setor, bem como as expectativas de venda para os próximos
anos. “Para atender a demanda interna,
o país precisa construir 100 novas usinas”, explica o pesquisador. A palestra
ainda tratou sobre as tendências mundiais, as novas maneiras de produzir
combustíveis limpos e das perspectivas
para os mercados interno e externo.
Miguel Dabdoub
Destaque
Canaoeste na Agrishow
Também no dia 02 de maio, o engenheiro agrônomo da Canaoeste, Marcelo de Felício, participou de um painel
sobre o tema: Plantio direto e rotação
de culturas na reforma de cana crua –
10 anos de prática (Tema apresentado
pelo agrônomo, em um artigo na 9ª edição da Revista Canavieiros). Também
participaram da discussão, Denizart
Bolonhazei da APTA Ribeirão Preto e o
Gerente Agrícola da CFM Cana, Emílio
Bettoni.
No debate, o agrônomo da
Canaoeste expôs suas experiências
sobre o plantio da soja direto na
palhada, após a colheita da cana. De

acordo com Felício “a palha, resíduo
da cultura anterior, que antes deveria
ser retirada rapidamente para o preparo do solo, hoje está com as honras da
casa e recebendo homenagens”.
Ainda segundo o agrônomo, os benefícios desse tipo de plantio são muitos e vão desde a redução no risco de
erosão até a diminuição de plantas daninhas. Dois fatores que contribuem
muito para a produtividade da lavoura.
“Essa técnica é uma fórmula eficiente
para conseguir altas produtividades,
conciliando os interesses econômicos
com o trabalho da natureza”, finaliza.

Marcelo de Felício

Encontros políticos marcaram a feira
Todos os anos, a Agrishow reúne vários políticos ligados ao setor
sucroalcooleiro. E em 2007 não poderia ter sido diferente. No dia 02
maio, o secretário da Agricultura e
Abastecimento do Estado de São
Paulo, João Sampaio, se reuniu com
secretários de agricultura de outros
11 estados para discutir o futuro do
agronegócio no país. Estavam presentes os secretários de Alagoas,
Amapá, Ceará, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio
de Janeiro, Rondônia, Sergipe e
Tocantis.

Reinold Stephanes
(Ministro da
Agricultura)

O encontro deu continuidade
aos trabalhos iniciados no mês de março, na reunião que aconteceu em Belo
Horizonte – MG. Após o encontro, os
secretários visitaram o Museu da Cana,
onde conheceram o histórico da cana-

de-açucar no país, e puderam ver variedades de cana desenvolvidas por pesquisas do IAC.
Já na quinta-feira dia 03 de maio, a
feira recebeu a
visita do ministro da

Agricultura e Abastecimento,
Reinhold Stephanes. Na coletiva de
imprensa, o ministro prometeu um Plano de Aceleração do Crescimento
(PAC) específico para o setor agrícola. “Vai sair uma espécie de PAC com
questões estruturantes para a agricultura. Só não posso afirmar se nós vamos apresentá-lo em conjunto com o
Plano de Safra, em junho, ou se vamos demorar um pouco mais”, disse.
Stephanes comentou ainda sobre o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC), da Organização das Nações
Unidas (ONU), que apontou o
etanol como a melhor opção entre os
combustíveis renováveis. “A conseqüência do relatório a ONU é boa, mas
Japão e União Européia ainda não decidiram se vão usar o etanol. Na hora
que a decisão for tomada por esses países, as coisas vão efetivamente andar”,
completou o ministro.

Revista Canavieiros - Maio de 2007
Antes da Porteira

Simplicidade e naturalidade
é atração no turismo rural
Carla Rossini

Cooperados produzem cana-de-açúcar e agregam valor as suas propriedades através do turismo rural

A

cordar com o cantar dos passarinhos, tirar leite das vacas, entrar no galinheiro e dar de comer às galinhas, subir em árvores,
praticar atividades esportivas...ou
ainda conhecer o processo produtivo de uma fazenda: essas são apenas
algumas das atrações que o turismo
rural proporciona.

Há 20 anos, o turismo rural surgiu
no Brasil como uma atividade complementar aos moradores do campo. Atualmente, cerca de cinco mil fazendas
em 16 estados brasileiros já abriram
suas porteiras para hospedar ou simplesmente receber visitantes da cidade. Na região de Ribeirão Preto, a ativi-

dade vem crescendo
consideravelmente.
Na ATURP – Associação de Turismo Rural de Ribeirão Preto
e Região são cadastradas 15 propriedades. Uma delas é o
Vista Alegre Fazenda
Hotel, localizado no
Vale do Rio da Onça,
na bacia do Rio Mogi
Guaçu, próximo a
Sertãozinho. O Hotel
surgiu como conseqüência da crise vivi- Maria Tereza, Samuel e Eva: proprietários do Vista Alegre Fazenda Hotel
da pelo álcool e pela cana-de-açúcar aula. A fazenda possui 18 alqueires
no final da década de 90. A crise incen- de reserva florestal e biológica o que
tivou a proprietária da fazenda, Eva possibilita fazermos um trabalho bem
Maria Guidi Pinotti a investir numa fon- interessante”, disse Eva.
te de renda alternativa.
A professora de geografia Luzia
Professora de Educação Física, Gomides da Silva Ferreira, levou um
Eva conta que sempre quis abordar grupo de alunos de 3ª e 4ª séries do
matemática, português, geografia e ensino fundamental para visitação à
biologia nas aulas de educação físi- fazenda e ficou muito satisfeita com o
ca. Foi assim que surgiu a idéia de resultado do trabalho. “Achei fantástrabalhar com escolas, levando as cri- tico a maneira como a monitora aboranças para a fazenda. “A proposta dou biologia e geografia na mata. Os
inicial era essa. Os alunos viam na prá- alunos se interessaram e isso é muito
tica aquilo que aprendiam na sala de importante, é um complemento do trabalho que realizamos nas escolas”,
afirmou.
Atividades recreativas atraem as
crianças e os pais

O trabalho com as crianças incentivou a visitação dos pais e a movimentação na fazenda começou a ganhar importância lucrativa. “Hoje recebemos grupos religiosos, empresariais, fazemos eventos como aniversários e até casamentos”, orgulha-se
Eva.

A ESTRUTURA PARA O
TURISMO RURAL
A fazenda da família Guidi possui
132 alqueires que são diversificados
26

Revista Canavieiros - Maio de 2007
Antes da Porteira

entre várias atividades. A renda principal vem da cana que ocupa 50
alqueires. Eles também conservam as
reservas florestal e biológica, possuem áreas de pastagem e três alqueires
são reservados para o turismo rural.
Eva conta que para agradar o turista
fez poucas modificações na estrutura
da fazenda, procurou conservar as antiguidades e aproveitar a beleza natural do local. Além das atividades de
recreação como gincanas, cavalgadas,
piscina, lago, tirolesa, arvorismo, trilhas e escalada, os visitantes também
conhecem o dia-a-dia do homem do
campo. “Eles querem ver como se tira
o leite da vaca, ajudam na horta, entram no galinheiro e pedem aos funcionários que contem histórias vividas no local”, afirma Eva.
As casas da antiga colônia foram
adaptadas e viraram alojamentos. A
caixa d’água de 12 metros virou uma

parede de escalada e dela sai uma
tirolesa de cem
metros de comprimento. A mão-deobra é quase que totalmente feminina
e praticada pelas moradoras da fazenda. “Convidei o pessoal que mora
aqui para trabalhar no hotel e vem
dando muito certo. Os homens trabalham na roça e as esposas trabalham
no hotel, cuidam da alimentação e da
horta”, explica.
Na hora do almoço comidas típicas resgatam os costumes rurais.
“Polenta com frango caipira, todo
mundo gosta. Penso que cada um de
nós tem um pezinho na roça e procuro resgatar isso nos visitantes”, completa Eva.

da porque é um trabalho desgastante
e novo ainda, mas apaixonante e compensatório”, disse.
Eva que é presidente da ATURP,
acredita no setor e na atividade na região. “A procura pelo turismo rural na
nossa região cresce muito. Todos os
dias recebo ligações de pessoas que
querem visitar a fazenda. É o resultado de muita dedicação e amor ao nosso negócio”, finaliza Eva.
Mega tirolesa

Quando questionada se a atividade é rentável, Eva responde sem dúvidas: “é rentável
sim e vem crescendo a cada
ano”. Ela compara a rentabilidade
da cana e do turismo e afirma que
a segunda opção
rende mais, porém
o trabalho é dobrado. “Isso aqui
é para quem gosta e não tem preguiça de trabalhar. Temos dificuldade para encontrar mão-deobra especializa-

Arvorismo

As crianças se surpreendem com o aprendizado na mata
Revista Canavieiros - Maio de 2007

27
Informações setoriais

CHUVAS DE ABRIL
e Prognósticos Climáticos

N

o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTE
durante o mês de abril de 2007.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

Com exceção de Barretos, Franca e Usina da Pedra, em todos os outros locais e média das observações de chuvas que
ocorreram em abril “ficaram” aquém das respectivas normais históricas.
Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 16 a 18 de abril de 2007

O mapa (1) acima mostra que, em
meados de abril deste ano e em quase
toda área canavieira do Estado de São
Paulo (exceção do extremo Nordeste e
estreita faixa Leste do Estado), o índice
de Água Disponível no Solo encontravase próximo do nível crítico.

28

Revista Canavieiros - Maio de 2007
Informações setoriais
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de abril de 2006.

Como subsídios aos planejamentos de atividades futuras, a
CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre
INMET-Instituto Nacional de
Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para
os meses de maio a julho.
- Para todo os Estados da Região Centro Sul, estes prognósticos
apontam que:
- A temperatura deverá “ficar”
próxima a acima das normais climáticas:

Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de abril de 2007.

- As chuvas previstas para os
meses de maio a julho poderão se
situar entre próximas a abaixo das
respectivas médias históricas.
Exemplificando, pelas médias históricas pelo Centro Apta - IAC - Ribeirão Preto, são de 55mm em maio,
30mm em junho e 20mm em julho.
- Entretanto, pela SOMAR
Meteorologia, com a qual a
CANAOESTE mantém convênio, as
somas das chuvas em junho e julho
poderão ser cerca de 10 a 20mm acima das médias históricas da Grande Região Ribeirão Preto.
Com a moagem no início, a
CANAOESTE recomenda cuidados
em colheita e no tráfego de máquinas e caminhões. Como o solo já se
encontra seco, a CANAOESTE lembra que cultivos mecânicos enérgicos ou profundos são desnecessários, desde que não tenha havido
pisoteios em entre-linhas.

Os mapas 1 e 3 mostram que não houve variação do Índice de Água Disponível no Solo entre meados e final de abril
de 2007. Comparando-se os mapas 2 (final de abril de 2006) e 3 (final de abril de 2007), observa-se que, ao final deste
mês, o nível de Água Disponível no Solo em toda região canavieira do Estado de São Paulo, encontrava-se igualmente
restritivo que no mês de abril do ano passado, apenas com mudanças nas regiões com melhor disponibilidade hídrica,
localizados próximos a Ourinhos (em abril de 2006) e extremo Nordeste e faixa Leste do Estado (em abril de 2007).

Revista Canavieiros - Maio de 2007

29
Legislação

Corte de árvores isoladas
Mais uma vez é autorizado pela Secretaria Estadual
do Meio Ambiente, mas com novas regras

F

oi publicada no dia 13.04.2007,
no Diário Oficial do Estado, Seção I, a Resolução nº 18, de 11.4.2007,
que disciplina sobre os procedimentos para obtenção da autorização de
supressão de exemplares arbóreos nativos isolados, situados nas propriedades rurais paulistas, bem como na
zona urbana.
Este é um atendimento por parte
da Secretaria do Meio Ambiente a uma
solicitação dos proprietários rurais
que ficaram impossibilitados de suprimirem árvores isoladas de sua propriedade, impedindo, inclusive, a mecanização de tais áreas, ante a falta de norma que autorizasse tal prática, desde a
revogação da Portaria DEPRN nº 44/
95, em 19 de agosto de 2006, pela Portaria DEPRN nº 30, de 18.08.2006.
A nova resolução estipula a forma e
o procedimento a ser adotado para a
obtenção da "autorização de supressão
de exemplares arbóreos nativos isolados, vivos ou mortos, situados fora de
Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, assim definidas pelos artigos 2º e 16 do Código Florestal ou fora
de Parques, Reservas e Estações Ecológicas assim definidas por ato do Poder Público, quando indispensável para
o desenvolvimento de atividades, obras
ou empreendimentos, será emitida pelo
Departamento Estadual de Proteção dos
Recursos Naturais -DEPRN, por intermédio de suas Equipes Técnicas, após
a realização de análise técnica e mediante assinatura de Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental que
contemple plantio compensatório".
De acordo com a referida resolução,
são "exemplares arbóreos nativos isolados: aqueles situados fora de fisionomias
vegetais nativas, sejam florestais ou
savânicas, cujas copas ou partes aéreas
não estejam em contato entre si, destacando-se da paisagem como indivíduos
isolados" (art. 2º, inciso I).
30

Revista Canavieiros - Maio de 2007

Para obtenção da autorização, deverá o interessado observar um procedimento de licenciamento instruído conforme Portaria DEPRN nº 51/2005, com
o levantamento detalhado de todas as
árvores isoladas existentes na propriedade e, ainda, com as seguintes informações: identificação da espécie contemplando o nome científico e popular;
Se se trata de espécie arbórea ameaçada
de extinção ou objeto de especial proteção; Altura do fuste (tronco); Diâmetro na altura do peito - DAP; Quantidade; Volume; Fotos das árvores solicitadas para corte, aerofotos ou imagens
de satélite com indicação das árvores
propostas para supressão; Indicação
das coordenadas geográficas de cada
árvore, determinadas por aparelho GPS.;
Planta com a localização dos exemplares arbóreos; e, Projeto de plantio com
indicação na planta das áreas que serão recompostas e coordenadas geográficas. A Resolução nº. 18/2007, estipula, em seu corpo, o "prazo máximo de
90 dias para apreciação final da solicitação, a partir do recebimento do pedido,
prazo esse que poderá ser prorrogável
somente pela Coordenadoria da CPRN,
após decisão motivada da Diretoria Geral
do DEPRN".
Disciplina, também, que para cada
árvore isolada deverá ser efetuada a
reposição de acordo com o número
de exemplares cujo corte for autorizado, na proporção de: 25 mudas por
exemplar a ser suprimido, quando o
total de árvores for inferior ou igual a
500; 30 mudas por exemplar a ser suprimido, quando o total de árvores for
superior a 500 e inferior ou igual a
1000; e, 40 mudas por
exemplar a ser suprimido,
quando o total de árvores
for superior a 1000, determinando, ainda, que a reposição deverá ser realizada nas "Áreas de Preservação Permanente da
propriedade, priori-zando-

se o plantio ao redor de nascentes
e nas margens dos
cursos d´água ou,
se arborizadas
aquelas, em outras áreas a serem
indicadas pelo
DEPRN".
A resolução,
porém, cria um
limitador para
emissão das autoJuliano Bortoloti - Advogado
rizações, ao deterDepartamento Jurídico Canaoeste
minar em seu artigo 4º que: "A autorização para supressão de exemplares arbóreos nativos isolados em áreas rurais será concedida
para o máximo de 15 exemplares por hectare, considerada a área média do imóvel a ser ocupado por atividade, obra
ou empreendimento, calculada pela a
soma dos pedidos de supressão realizados no período de três anos, apenas
excedendo este limite em caso de se efetuar a "compensação na proporção de
50:1 (cinqüenta por um), quando a supressão for comprovadamente essencial para o desenvolvimento da atividade agropecuária, desde que aprovado
o projeto de plantio pelo DEPRN".
Estas são, em suma, as exigências
atuais para obtenção da autorização
para corte de árvores isoladas, motivo
pelo qual, para obter mais informações
a respeito, o Departamento Jurídico da
CANAOESTE encontra-se à inteira
disposição dos seus associados, inclusive na prestação gratuita destes
serviços.
Culturas de Rotação

Girassóis que apontam
para o lucro
Marcelo Massensini

P

ara muitos, o girassol é apenas uma bela flor, ideal para
complementar a decoração da casa.
Mas, para quem é do ramo agrícola, a
planta é muito mais do que isso: é
uma maneira, muito rentável, de complementar a renda. As possibilidades
são muitas, do uso do óleo e da semente para alimentação humana e
animal até a produção de biodiesel.
Uma aplicação muito indicada
para o girassol é o uso como cultura
de rotação para a cana-de-açucar,
neste caso a variedade recomendada é a IAC-Iarama. Pesquisada desde 1990, esta variedade tem porte
baixo e ciclo curto, possui semente
escura com cerca de 42% de óleo e
rendimento médio de grãos de 2.000
kg/ha, rentabilidade maior do que a
maioria das outras plantas do tipo.
A utilização do IAC-Iarama é exclusiva para a produção de óleo.
Apesar da quantidade média de óleo
em outras variedades de girassol ser
praticamente a mesma, segundo o
pesquisador Amadeu Regitano Neto,
essa variedade se destaca por produzir a mesma quantia, em um espaço de
tempo mais curto.
"A produção do
IAC-Iarama demora
de 85 a 95 dias, entre a plantação e a
colheita", explica.
Esse curto período viabiliza a colheita sem atrapalhar a
preparação do solo
para o plantio da
cana, transformando-se num complemento à renda da
propriedade. Ganho
que o agricultor não
teria com outras cul-

Amadeu Regitano
Pesquisador Científico - IAC

turas usadas para a renovação de canaviais.
"O produtor colhe a
cana e ainda tem a
vantagem de ganhar
dinheiro com o óleo
de girassol. Mais até
do que ganharia com
a soja", esclarece
Regitano. "Por terem
ciclos mais longos,
estas culturas podem
apresentar problemas,
já que precisam ser
plantadas em outubro
para liberar o solo no
final de fevereiro", completa.
Um outro ponto a se destacar são
os benefícios gerados na propriedade, que vão desde controle de ervas
daninhas e reciclagem dos nutrientes, até um enriquecimento significativo no solo. Melhorias que, conseqüentemente, aumentam a produção
da cultura seguinte. Isso porque as
raízes do girassol soltam substâncias que são tóxicas para as ervas daninhas, mas que não prejudicam outras culturas, como a cana. Mas, se-

gundo o pesquisador, é preciso ter
cuidado com o herbicida usado na
cultura anterior ao girassol, pois o
tempo pode não ser suficiente para
causar a degradação, permanecendo
resíduos tóxicos. Além disso, de acordo com Amadeu Regitano, o produtor deve "controlar o pH do solo,
porque o girassol não é tolerante a
solos ácidos".
O girassol é uma das quatro maiores culturas oleaginosas comestíveis do mundo e os produtos derivados desta planta
são muitos: biodiesel, óleo para consumo humano e medicinal, mel, silagem
e forragem para alimentação animal,
grãos para pássaros, tortas para
compor rações em
geral e adubo verde. Mas, entre essas opções, o
biodiesel de girassol é a mais viável,
pois atende às normas européias de
qualidade, o que
abre caminho para
as exportações.
Revista Canavieiros - Maio de 2007

31
Informações Técnicas

Práticas corretivas
(Calagem, Gessagem e Fosfatagem)

O

planejamento das atividades
de implantação e manutenção
do canavial é de fundamental importância para se obter altas produtividades e retorno econômico. Através de
uma análise criteriosa dos fatores de
produção e aplicação destes como: variedades, insumos, máquinas e
implementos, tipos e preparo do solo,
época de plantio e colheita (cana crua
e queimada) e controle de pragas são
tecnologias aplicadas ao ambiente de
produção procurando atingir o máximo
potencial de produção.
Considerando a correção física, química (nutrição e adubação) e biológica
do solo dentro deste contexto, pode se
dizer que a cultura terá um incremento
de produtividade proporcional ao ajuste de todos esses fatores. A implantação da cultura inicia-se fazendo uma
analise química do solo, para correção e
adubação, baseada em análise de solo e
da compactação, para se definir quais
operações mecânicas a serem adotadas
no preparo da área a ser explorada.
ÉPOCAS E LOCAIS PARA SE
RETIRAR AMOSTRAS DE SOLO
Em cana planta, deve-se coletar as
amostras de solo três meses antes do
plantio ou da reforma e em cana-soqua
(soqueira) deve-se coletar as amostras
logo após a colheita, a um palmo da
soqueira (20 a 25cm).
As amostras devem ser compostas
por cerca de 15 sub-amostras e retiradas de 0 a 20 e 20 a 40cm ou de 0 a 25 a
25 a 50cm de profundidade, realizadas
por pessoas habilitadas e treinadas,
pois, amostragens mal conduzidas refletirão em todo o resultado.
Método de amostragem:

32

Revista Canavieiros - Maio de 2007

COLETA DE AMOSTRAA 20 CM
DA SOQUEIRA
Em função do resultado da análise
e do potencial produtivo serão adotadas
as práticas de correção e adubação com
macro e micro nutrientes.
MANEJO FÍSICO
Faz-se necessário uma
avaliação da compactação do
terreno, verificando a existência de camadas adensadas,
que, se presentes, prejudicarão o desenvolvimento do sistema radicular. O uso de grades para destruição de
soqueiras e aração com
aivécas, tem se mostrado mais
eficiente, promovendo uma inversão do solo e eliminação
da camada compactada. Nas
soqueiras, a correção deve ser
feita com incorporação no
cultivo e adubação.

Antonio Leandro Pagotto
Agrônomo Canaoeste - Viradouro

Área com aplicação de Calcário

MANEJO QUÍMICO
De acordo com o resultado da análise da área, determina-se a quantidade
e tipo de corretivos a serem usados.
BENEFÍCIOS:
- Fornece cálcio e magnésio
- Aumenta a eficiência da adubação.
- Aumenta o desenvolvimento do
sistema radicular.
- Diminui a necessidade de nitrogênio na cana planta.
- Maior resistência a seca e maior
absorção de água e nutrientes.
- Maior longevidade das soqueiras.

CALAGEM
Correção do cálcio e magnésio na
camada superficial do solo, aumentando o Ph e diminuindo o Alumínio.
Calcário e Gesso no depósito
da Uname - Sertãozinho
Informações Técnicas
GESSAGEM
O gesso é recomendado de acordo com o resultado
da análise de solo
realizada na profundidade de 20 a
40cm, como condicionador de subsuperfície do solo,
melhorando a distribuição e o desenvolvimento das
raízes no subsolo
(como mostra a tabela ao lado), diminuindo a saturação
BENEFÍCIOS DO GESSO
por alumínio e aumentando os teores
Fornecimento de cálcio em profunde cálcio e enxofre. Para fornecimento didade diminuindo o alumínio.
de enxofre usa-se 1000 kg de gesso/
Maior formação de raízes profundas.
hectare.
Fornecimento de enxofre.
FOSFATAGEM
É uma prática corretiva com o
objetivo de elevar o teor de fósforo,
potencializando a adubação fosfatada de plantio para promover a maior exploração do solo pelo sistema

radicular e devido à relação nitrogênio-fósforo, a prática da fosfatagem proporciona maior desempenho da adubação nitrogenada em
soqueiras. Deve ser adotada quando o fósforo da análise for menor
que 10mg/dm³.

DOSAGENS
100 a 150 kg/ P2O5/hectare.
BENEFÍCIOS DA FOSFATAGEM
Maiores volumes de fósforo em
contato com o solo.
Maior área de solo explorada pelas
raízes.
Melhor absorção de água e nutrientes.
Melhor convívio com pragas do
solo.
CONCLUSÃO:
Como parte dos produtores não
usam todas as práticas corretivas e
estão com produção baixa na cana
planta e soqueira, um dos fatores que
podem melhorar o resultado é a correção de fósforo (P), cálcio (Ca),
magnésio (Mg) e enxofre (S), simultaneamente.
Os associados podem procurar o
Departamento Técnico da Canaoeste
para esclarecerem dúvidas.

Revista Canavieiros - Maio de 2007

33
Pragas e Doenças

Pragas da cana-de-açúcar
Gustavo de Almeida Nogueira - Gerente do Departamento Técnico da Canaoeste

A

s pragas que ocorrem nas áreas cultivadas com cana-deaçúcar, apresentam importância em função dos danos que podem causar aos
colmos, perfilhos, folhas e sistema
radicular, desde a implantação do canavial até a reforma.
Várias pragas podem afetar a cultura da cana-de-açúcar, algumas de
maior importância atualmente, consideradas pragas chaves, outras consideradas como pragas importantes, pois
sua ocorrência está restrita a algumas
regiões, mas sempre provocando prejuízos a cultura. Outras pragas potenciais ou secundárias (sem importância
econômica), como: pães-de-galinha ou
corós, lagarta-elasmo e lagartas
desfolhadoras de várias espécies, podem ocorrer, mas não há ainda estudos específicos que quantifiquem os
danos que podem provocar à cultura.
Em alguma situações, caso sejam en-

34

Revista Canavieiros - Maio de 2007

contradas altas populações destas
pragas, nos levam a crer que provocam danos a cultura.
LAGARTAS DESFOLHADORAS:
Estas lagartas são encontradas em
todas as regiões produtoras de cana-deaçúcar do Brasil, provocando a destruição das folhas, onde os prejuízos são
variáveis, pois dependem da idade do
canavial e da intensidade de infestação .
Existem cinco espécies de lagartas
que podem causar a desfolha em canade-açúcar e, normalmente, não é recomendado o controle de nenhuma delas,
pois quando o agricultor detecta a
infestação, as lagartas já se apresentam
em último estádio larval, e estão prestes
a se transformar em pupas ou crisálidas,
quando param de se alimentar, tendo,
portanto, já realizado o seu maior dano.
Qualquer medida de controle nesta fase,
não é recomendado, pois pode provo-

car até um desequilíbrio biológico e representa um desperdício, visto que os
adultos originados destas crisálidas migrarão para outras áreas, não infestando
os canaviais próximos. O controle realizado pelos parasitóides e predadores naturais é muito elevado; e, como anteriormente citado, o maior dano já foi realizado. Diante destes acontecimentos, devese considerar o fato da cana não sofrer
perdas significativas quando submetida
a uma única desfolha, no decorrer do seu
ciclo, em condições normais de desenvolvimento. De qualquer maneira é possível adotar o controle químico em situações específicas como: altas infestações
em canaviais recém brotados onde é percebido o ataque logo no início (lagartas
pequenas), viveiros de mudas de cana,
variedades novas, onde é de extrema importância o rápido desenvolvimento do
material; situações de seca que comprometam ainda mais o desenvolvimento do
canavial também deverão ser avaliadas.
Agende-se
Junho

de 2007

AGRONEGÓCIOS COPERCANA
Data: 20 a 22 de junho de 2007
Local: Clube de Campo Vale do Sol - Sertãozinho - SP
Temática: O Agronegócios Copercana é um evento
voltado, exclusivamente, aos cooperados do sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred que visa facilitar seus
negócios com bons preços, prazos e juros acessíveis na
aquisição de insumos e equipamentos.
Mais Informações: (16) 3946 3311 - Roberta/Letícia
Site: www.agronegocioscopercana.com
Agronegócios Copercana 2006

Serão apresentados no evento, projetos de pesquisa e
tecnologias que vem incrementando o mercado de energias
renováveis.
Mais Informações: (86) 3223-9444

III SEMINÁRIO SOBRE ROTAS
TECNOLÓGICAS DA BIOTECNOLOGIA
Data: 20 a 22 de junho de 2007
Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto - Ribeirão Preto - SP
Temática: Realizado pela FIPASE - Fundação Instituto Pólo Avançado de Saúde de Ribeirão Preto com apoio
do CNPq, está alinhado com a Estratégia Nacional da
Biotecnologia e irá proporcionar discussões e interações
entre diferentes atores, como empresários, empreendedores, pesquisadores, e investidores, a fim de impulsionar o surgimento de novos projetos e a identificação de
rotas tecnológicas com potencial de sucesso no Brasil.
Mais Informações: (16) 2101-9307

CURSO DE ANÁLISE DE MERCADO FÍSICO E FUTURO DE MILHO
ETHANOL SUMMIT 2007
Data: 04 a 05 de junho de 2007
Local: World Trade Center - São Paulo - SP
Temática: O São Paulo Ethanol Summit é uma iniciativa da ÚNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar)
que visa criar uma oportunidade de reunir pessoas que
representam diferentes proposições como forma de enfrentar a crise de energia no nosso planeta. O evento
está sendo organizado em torno de um tema central: "Novas Fronteiras do Etanol - Os Desafios da Energia no
Século 21".
Mais Informações: (11) 5087-310

1° CONGRESSO INTERNACIONAL DE
AGROENERGIA E BIOCOMBUSTÍVEIS
Data: 11 a 15 de junho de 2007
Local: Rio Poty Hotel – Teresina – PI
Temática: A programação do evento consta de palestras, conferências, mesas-redondas, painéis, apresentações
de trabalhos científicos, rodadas de negócios e feira, sendo
divulgadas as políticas existentes na área de agroenergia e
biocombustíveis e as novas tecnologias e inovações no setor.

Data: 20 de junho de 2007
Local: Auditório CMA - São Paulo - SP
Temática: O encontro tem como objetivo reavaliar os
novos parâmetros de formação de preço e tendências na
comercialização brasileira e mundial, combinando as ações
junto com operações de mercado futuro. Destina-se a
produtores, operadores, traders, corretores e qualquer
profissional que esteja envolvido na administração rural
e na comercialização das principais commodities
agropecuárias . O curso será ministrado por dois profissionais com larga experiência no setor e formadores de
opinião tanto no mercado físico quando nos futuros.
Mais Informações: (51) 3224-7039

6º CONGRESSO BRASILEIRO DE
AGRIBUSINESS
Data: 28 a 29 de junho de 2007
Local: Hotel Transamérica - São Paulo - SP
Temática: O congresso é realizado pela Associação
Brasileira de Agribusiness (ABAG), com patrocínio da
Abimaq, Anfavea, Banco do Brasil e apoio do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Abag de Ribeirão Preto.
Mais Informações: (11) 5181-2905
Revista Canavieiros - Maio de 2007

35
Biblioteca
“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
Controle biológico de pragas - Na prática

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira
didática, esclarecer algumas dúvidas a
respeito do português

O

controle biológico de pragas é cada vez
mais estudado e utilizado no mundo e no
nosso país. Várias culturas de importância econômica utilizam essa tática na regulação
populacional de pragas. Pensando nessa prática, foram idealizados o livro e o curso com o
mesmo título, realizado durante a 5ª Semana de
Ciências Agrárias e Veterinárias do Centro Universitário Moura Lacerda, em Ribeirão Preto, SP.
Escrito de forma clara e objetiva, este livro reúne o conhecimento de 57 autores renomados
de diferentes instituições, que contribuíram
para a elaboração de 23 capítulos relacionados à utilização de parasitóides, predadores e
entomopatógenos. Os quatro primeiros capítulos abordam os conhecimentos básicos sobre o controle biológico de pragas e dão uma
visão geral dos programas existentes no país.
Os 11 capítulos seguintes avaliam os programas em prática no Brasil e o programa de controle do ácaro verde da mandioca na África que pode ser utilizado em nosso país , discorrendo sobre o modo de utilização dos agentes
de controle biológico, as vantagens e desvantagens da táticas, os cuidados a serem tomados, etc. E os 8 capítulos finais abordam outras práticas de controle e suas relações com o
controle biológico de pragas, a experiência de
empresas na comercialização e utilização de
Trichogramma e Metarhizium anisopliae, a criação de agentes de controle biológico "in vitro"
e as perspectivas do controle biológico no
Brasil, incluindo uma relação extensa de inimigos naturais de lepidóperos-praga que não
ocorrem em território nacional.
Essa obra tem por objetivo facilitar o entendimento e a aplicação de controle biológico de
pragas na prática, não deixando de abordar as
informações básicas e aplicadas de cada programa desenvolvido e eu uso no país.

Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar
a Biblioteca da Canaoeste, na - Maio de 2007
36 Revista Canavieiros Rua Augusto Zanini,
nº 1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)
3946-3300 - Ramal 2016.

1) É preciso que ele “HAJA” com atenção, a fim de que não “AJA” outro
descuido.
Escrito dessa forma haverá vários descuidos, principalmente, com o nosso
Português...
Vamos evitá-los???
Prezados amigos leitores precisamos de muita atenção para AGIRMOS e não
confundirmos a diferença entre os 2 verbos.
HAJA - do verbo HAVER - (significa existir)
AJA - do verbo Agir
O correto : É preciso que ele AJA (verbo agir) com atenção, a fim de que não
HAJA (verbo Haver; significa “exista”) outro descuido.
Dica: A terminação “AJE”, no Português, é sempre com J.
Ex.: ultraje, traje, laje...
2) Sabe aquela velha história: “...foi a azeitona da empada que experimentou e
“pegou” o estômago...”
Pedro está com muita “ÂNCIA” ...passa mal no escritório com fortes dores na
barriga...
O Português é solidário... “passa mal” também!!!
Famosa “azeitona da empada”, famoso o erro da palavra acima “ÂNCIA”.
Dica Preciosa: a terminação de palavras escritas com “ÂNCIA”, normalmente, é com C.
Ex.: constância, discordância, mendicância, vigilância, estância...
MAS a palavra ÂNSIA (anseio, aflição, náusea..) é com S, por favor!!!
3) O “DESTINTO” cidadão foi eleito para o cargo de chefia.
Está muito feliz!!!!
Felicidade efêmera... “sem luminosidade”... assim não tomará posse...
A dica é:
DESTINTO: significa sem tinta, sem cor...
DISTINTO (com os 2 i na palavra): significa diferente, inconfundível,ilustre...
É da mesma família de “DISTINÇÃO” e “DISTINGUIR”.
O correto é: O DISTINTO cidadão foi eleito para
o cargo de chefia.
Agora, parabéns!!!

PARA VOCÊ PENSAR:
"Os grandes navegadores devem sua reputação aos
temporais e tempestades"
Epiceno
"A fé, mesmo quando é profunda, nunca é completa"
Jean Paul Sartre
"Não devemos que alguém saia da nossa presença sem
se sentir melhor e mais feliz"
Madre Teresa de Calcutá

RENATA CARONE SBORGIA
Advogada
e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP,
Especialista em Língua
Portuguesa, Consultora de
Português, MBA em Direito e
Gestão Educacional,
Escreveu a Gramática
Português Sem Segredos
(Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia
Repercutiu
“O PAC atual já avança em
uma série de questões importantes, como obras para o escoamento da produção agrícola na região
centro-oeste, um dos principais
fatores limitantes para o desenvolvimento agrícola da região”.
Reinold Stephanes, ministro da agricultura, em visita a Agrishow Ribeirão
Preto no dia 3 de maio. Ele prometeu
que a região vai receber uma parte do
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) destinado à agricultura.
Foto: WWF/Brian Thomson.

“Algumas pesquisas têm indicado que em termos de emissões de carbono, na média, o
etanol americano produzido do
milho pode ser até pior que o petróleo”.
Stephan Singer, chefe da unidade
de políticas energéticas da ONG WWF
(Fundo Mundial para a Natureza). Segundo ele, o etanol proveniente do milho (produzido nos EUA) é claramente
mais nocivo ao meio ambiente do que
o feito da cana (produzido no Brasil).

“Os Estados Unidos, por sua vez, deveriam
suspender as barreiras tarifárias e os subsídios que afetam a exportação do etanol”.

Foto: Ag. Brasil

O presidente cubano Fidel Castro, em artigo divulgado no dia 1º de maio, onde defendeu uma “revolução
energética” nas Américas.

Foto: Ag. Brasil

“Querem diminuir aquecimento, querem melhorar
qualidade do ar? Usem combustível renovável, o Brasil
pode ser parceiro. Querem
diminuir aquecimento? Tá
aqui, mamona... Não vai faltar motivação para adotar outra política energética.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 15 de maio, durante a
primeira coletiva de imprensa do segundo mandato.
Revista Canavieiros - Maio de 2007

37
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Revista Canavieiros - Maio de 2007

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  • 1. Revista Canavieiros - Maio de 2007
  • 2. Revista Canavieiros - Maio de 2007
  • 3. Editorial Mecanização: O futuro da agricultura A décima primeira edição da Revista Canavieiros fala sobre a nova tendência do setor: a mecanização – no caso, a do plantio. A reportagem de capa traz o desenvolvimento desta tecnologia, usada há mais de 10 anos, mas que só agora tem tomado grandes proporções. Especialistas falam sobre as vantagens desse método e da busca por soluções para os problemas que ainda existem. O entrevistado deste mês foi o ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues. Ele falou sobre o futuro do pequeno produtor e da importância do cooperativismo. Segundo ele, sem as cooperativas as pequenas propriedades de cana já teriam desaparecido. Rodrigues falou ainda sobre o biodiesel e as previsões para os preços da próxima safra. Em seu artigo “Turbulências à vista”, o presidente da Canaoeste, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan faz previsões não muito otimistas para o setor. Apesar da euforia mundial ao redor do setor sucroalcooleiro, Manoel Ortolan acredita que o produtor deve estar preparado para uma safra com preços baixos. As editorias do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred abordam os principais destaques do mês, como a palestra sobre Reserva Florestal Legal organizada pela Canaoeste no dia 10 de maio. Apresentada pelo advogado e professor de Direito Ambiental, Antônio Fernando Pinheiro Pedro, o seminário reuniu mais de 200 pessoas, entre elas, políticos e autoridades da região. Ainda nas páginas da Canaoeste, a participação do seu presidente no evento “O álcool é nosso” que aconteceu me Ribeirão Preto e contou com a participação de autoridades e lideranças ligadas a cadeia produtiva de cana, açúcar e álcool. O gerente da UNAME - Unidade de grãos da Copercana, Augusto César Strini Paixão, fala sobre os investimentos feitos pela Copercana na comercialização de calcário para seus cooperados e sobre o fechamento da safra 2005/2006 de amendoim. Nas páginas da Cocred o leitor conhece o novo cartão de crédito SICOOB MASTERCARD, uma forma fácil, segura e prática de pagar as contas. O destaque deste mês fica para a Agrishow Ribeirão Preto – 2007. A matéria mostra o balanço e a repercussão do maior evento de Agronegócios do Brasil na cidade e região, além dos principais assuntos tratados e os encontros políticas que aconteceram durante a feira. No Antes da Porteira, conhecemos a Vista Alegre Fazenda Hotel, uma propriedade da região que resolveu abrir suas portas para o turismo rural. Uma atividade que, além de complementar a renda da família, ajuda a conscientizar os visitantes sobre a importância de preservar a natureza. Na página sobre Culturas de Rotação, o pesquisador do IAC, Amadeu Regitano apresenta uma variedade de girassol indicada na reforma de canaviais. O artigo jurídico desta edição fala sobre as alterações nas regras para o corte de árvores isoladas. Como de costume, a Canavieiros ainda traz dicas de português, indicações de livros, classificados e a agenda completa de eventos do setor. Além de prognósticos climáticos; informações de combate às Lagartas Desfolhadoras e muito mais. Boa Leitura! Conselho Editorial Revista Canavieiros -- Maio de 2007 Revista Canavieiros Maio de 2007 03
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo O avanço do plantio mecanizado Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri A expansão da cana para novas fronteiras e a falta de mão-de-obra deram impulso à mecanização do plantio. Oscar Bisson Pag. Pag. 20 OUTRAS DESTA DESTA QUES Entrevista Pag. Roberto Rodrigues INFORMAÇÕES 28 SETORIAIS EQUIPE DE JORNALISMO: Carla Rossini – MTb 39.788 Cristiane Barão – MTb 31.814 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Rafael Mermejo FOTOS: Presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp. Pag. 05 Ponto de Vista Presidente da Canaoeste, fala sobre preços menores aos produtores de cana nesta safra. Notícias 08 Pag. 10 Copercana Maio: Início de mais uma safra de calcário CULTURAS DE Pag. ROTAÇÃO 31 INFORMAÇÕES Pag. 32 TÉCNICAS PRAGAS E DOENÇAS Pag. 34 Marcelo Massensini Carla Rodrigues Daniella Felício revistacanavieiros@copercana.com.br E COMUNICAÇÃO: Carla Rodrigues, Carla Rossini, Daniella Felicio, Daniel Pelanda, Letícia Pignata, AGENDE-SE Pag. 35 Marcelo Massensini, Maria Fernanda Pinotti, Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva. IMPRESSÃO: CULTURA São Francisco Gráfica e Editora REPERCUTIU 6.700 exemplares gratuitamente aos cooperados, associados 36 TIRAGEM: 12 16 Cocred Cocred oferece nova opção de Cartão de Crédito para o cooperado Pag. Pag. Pag. 37 A Revista Canavieiros é distribuída 38 Simplicidade e naturalidade é atração no turismo rural Cooperados produzem cana-de-açúcar e agregam valor as suas propriedades através do turismo rural Revista Canavieiros - Maio de 2007 e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Antes da Porteira 04 COLABORAÇÃO: CLASSIFICADOS Pag. Canaoeste Canaoeste promove palestra sobre reserva legal Notícias Marcelo Massensini DEPARTAMENTO DE MARKETING Pag. Notícias 30 COMERCIAL E PUBLICIDADE: Manoel Ortolan Pag. LEGISLAÇÃO Pag. Carla Rossini ENDEREÇO DA REDAÇÃO: 26 Pag. Pag. Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311
  • 5. Entrevista Roberto Rodrigues Presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp Um novo modelo de produção Cristiane Barão E ssa é a proposta do ex-ministro Roberto Rodrigues: aproveitar o momento de expansão do setor para implantar um novo modelo, que, entre outras coisas, assegure a participação do produtor independente de cana. "O modelo hoje existente é concentrador", diz. Esse modelo também prevê a utilização das áreas impróprias para mecanização para outras culturas que agreguem valor ao produtor e ao trabalhador, favorecendo também a utilização da mão-deobra dispensada na cana. "Com isso você mata três coelhos com uma cajadada só: tende a eliminar o corte manual, cria uma atividade que agrega renda ao agricultor e ao trabalhador e ainda reduz a concentração da cana na monocultura", afirma. Presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e Coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Rodrigues concedeu entrevista à Canavieiros antes de sua palestra aos professores do programa "Agronegócio na Escola', desenvolvido pela ABAG-RP, no último dia 17, em Ribeirão Preto. Leia os principais trechos a seguir. Revista Canavieiros - Maio de 2007 05
  • 6. Entrevista Canavieiros: O senhor acha que voura Canavieira), quando fez o mo- lo institucional chamado Consecana, o pequeno produtor de cana vai ter delo de produção lá nos anos quaren- que discute os valores do açúcar, que espaço no processo de expansão do ta, seja preservado: que uma boa par- acabam remunerando a cana de maneisetor? cela da cana seja produzida por produ- ra indireta. A minha proposta é que Roberto Rodrigues: Esse é um tema tores independentes. Então, essa é a esse modelo Consecana seja aperfeiimportante. O governador Serra criou expectativa que nós temos em relação çoado e que o produtor venda não a uma comissão estadual para discutir ao futuro quanto ao modelo a ser de- cana, mas venda o açúcar ou o etanol toda a temática da agroenergia no Es- senhado. E eu estou propondo a mes- que está dentro da cana numa parceria tado de São Paulo. Lógico que há uma ma coisa no nível federal, para que não com o produtor industrial. Então, vaprevalência de assuntos de interesse seja uma decisão, digamos, apenas re- mos usar um exemplo hipotético: sumais coletivo, do tipo queimar cana, gional. É um modelo nacional. ponhamos que a cana represente 70% não queimar cana, cortar com máquido preço do açúcar, do custo do açúna, não cortar com máquina, concenCanavieiros: Seria uma interven- car. Desconta-se a remuneração do protração da monocultura, essas coisas ção do governo? dutor de açúcar e, do preço pelo qual que todo mundo fala sem entender diRodrigues: Não. Seria uma propos- ele vendeu aquele açúcar, 70% vêm da reito, mas que são os temas mais re- ta de financiamento sobre determina- cana. É uma coisa direta, mais objeticorrentes. Mas eu fiz questão de colo- das condições. Olha, para ter um pro- va, uma relação mais clara. O produtor car a temática do modelo de produção. jeto dessa natureza, você tem de ter de cana seria sócio não do empreendiEu tenho dito o seguinte: o modelo hoje tantos por cento de cana de terceiros, mento, mas do resultado do empreenexistente é concentrador. Se não dimento. Isso permite que haja uma “Se não fossem as fossem as cooperativas e as asrepartição de riscos de tal forma sociações de produtores de cana, cooperativas e as associações, que, se o preço subir muito, o dono o pequeno produtor de cana já da usina deixa de ganhar, mas se o pequeno produtor de cana já os preços caírem muito, ele deixa teria desaparecido. Mas a idéia é aproveitar o de perder, porque tem um teria desaparecido” momento compartilhamento dos resultados. de expanEsse é o modelo que eu estou tensão do setor você tem que ter produção de alimen- tando conversar com as pessoas. para desenhar tos, algumas pré-condições para quem um modelo quiser financiamento. Quem quiser faCanavieiros: Qual é a receptidiferente, em zer com recurso próprio, faça com re- vidade dessa proposta? que o sonho curso próprio. O governo não vai fazer Rodrigues: Ainda é muito cedo. do Barbosa nenhuma intervenção no setor, já pas- Outra coisa que eu penso ser imporLima Sobrinho sou essa fase. Mas é criar uma expec- tante - e que é uma discussão também (idealizador tativa positiva nesse modelo novo. recorrente - é o corte de cana, queido Estatuto mado ou cru, manual ou mecanizado. da LaCanavieiros: O senhor poderia Esse tema tem duas correntes: uma, detalhar esse novo modelo? que considera o corte manual um traRodrigues: É um mo- balho muito bruto, muito pesado, e delo que tenha um que tem de ser abolido e outra, que percentual da produção considera que a mecanização radical de cana atribuída ao vai produzir um desemprego muito dono da indústria e o violento. As duas correntes têm raoutro distribuído entre zão. Qual é o caminho? É montar um os produtores indepen- programa para a redução do corte madentes. O que emperra nual. O Estado de São Paulo tem hoje esse processo é o pre- 4 milhões de hectares cultivados com ço da cana. No passa- cana. Na reunião da comissão (Espedo, quando havia o Ins- cial de Bioenergia), alguém disse que tituto de Açúcar e Ál- está perto de 10% a área com inclinacool, era o governo que ção superior a 12% e que inibe a meimpunha o preço de canização. Isso representa 400 mil heccima para baixo. Hoje, tares de terra nas regiões mais desennão. Felizmente, com a volvidas do Estado, dotadas de infraextinção do IAA, estrutura, energia, benefícios sociais. usineiros e fornecedo- O Estado poderia montar um prograres se articularam na ma de substituição de cultura nessas montagem de um mode- áreas com seringueiras, frutas ou ma06 Revista Canavieiros - Maio de 2007
  • 7. Entrevista deira, que permitem a agregação de valor, treinando a mão-de-obra para sair do corte da cana e ir cuidar da fruticultura, sangrar seringueira, trabalhar na indústria de madeira. E como as cooperativas de fornecedores de cana já estão instaladas em todas as regiões produtoras, já há um mecanismo de agregação de valor. Não é o produtor sozinho que vai fazer compota, geléia, suco ou doce. A idéia é um programa que seja pró-ativo para estimular a mudança de atividade rural nas áreas impróprias para a mecanização do corte. Com isso você mata três coelhos com uma cajadada só: tende a eliminar o corte manual, cria uma atividade que agrega renda ao agricultor e ao trabalhador e ainda reduz a concentração da cana na monocultura. São coisas dessa natureza que eu espero que essa comissão de São Paulo produza. pode fazer energia elétrica com o bagaço. E se nós usarmos essa idéia da árvore em áreas impróprias para a mecanização do corte, vamos ter na frente, quando a tecnologia avançar, a produção de etanol de celulose também. E tudo isso ainda pode ser financiado com CDM (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, da sigla em inglês). Essa cadeia produtiva de agroenergia nessa região cria um cluster invejável, como uma condição ambiental extraordinária. Canavieiros: No ano passado o preço da cana foi razoável e nesse ano tende a ser menor. Dá para imaginar qual será o cenário daqui para frente? Rodrigues: Eu não gosto de fazer previsão. Em geral, a gente erra. O que existe neste momento, circunstancialmente, é uma redução nos preços internacionais do açúcar. Eu acho que é circunstancial porque os preços estavam muito altos nos anos anteriores, mas acho que vamos começar um processo de redução desses preços. Então, é uma questão transitória negativa. Canavieiros: O senhor acha que a produção de biodiesel na região é viável? Rodrigues: Aqui na região, Jaboticabal e Sertãozinho são os maiores produtores de amendoim do país e são municípios canavieiros. Eu tenho discutido muito a idéia do cluster de agroenergia, que é o seguinte: você produz o etanol para vender, na área de renovação de cana você pode produzir soja ou ameondoim, que são oleaginosas, e você faz biodiesel na estressafra na própria unidade industrial para a “máquina” da região. Você pode trabalhar com biodiesel nos “A minha proposta é que caminhões, colhedoras, nos tratores da “máquina” produtora de esse modelo Consecana seja etanol da região. E ainda sobra o aperfeiçoado” farelo de soja, que você pode enriquecer com resíduos da fermentação, o que dá um componente protéico Canavieiros: A certificação seria muito mais elevado do que o farelo uma forma de aumentar a remunenormal, descomoditizando, portanto, ração da cana? o farelo e agregando valor a ele. Você Rodrigues: A certificação de protem uma soma de fatores muito posi- priedades pode levar a um upgrade tivo neste cluster e, ainda por cima, também na remuneração, mas tem que ter mercado para isso. Hoje você tem um mercado para açúcar - orgânico, certificado - mas não tem um mercado para a cana, do produtor de cana. Ele (produtor) também teria de ter uma forma de participação na remuneração adicional. Se encontrarmos esse mecanismo, sem dúvida, essa certificação de propriedades é um passo positivo. O que pode haver, num modelo, é que as vendas certificadas sob critérios de normatização internacional, possam obter um diferencial de natureza fiscal ou creditícia. Então, você dá uma renda ao produtor que, se não for possível no preço do produto, que o seja por meio da redução de tributos. Mas esse é um assunto que tem uma negociação ampla com o tesouro estadual, nacional. Não é uma coisa fácil, mas é um tema relevante porque o mundo inteiro olha a certificação dos produtos agrícola em geral com bastante interesse. Revista Canavieiros - Maio de 2007 07
  • 8. Ponto de Vista Turbulências à vista A pesar da euforia criada pelas oportunidades vislumbradas ao setor sucroalcooleiro brasileiro, os produtores de cana devem se preparar para uma safra com preços menores para a matéria-prima. As razões são simples. Uma delas é que a expansão do setor está em curso e, dessa forma, pode criar desajustes temporários para os elos da cadeia. A produção de cana segue em crescimento e em ritmo próprio, diferente do da área industrial. Assim, com maior oferta, o preço tende a ficar mais baixo. É a lei do mercado. Por outro lado, a alta na demanda forçou para cima os preços de máquinas, implementos e os custos de mão-de-obra. Esses itens, somados à elevação dos insumos, especialmente de fertilizantes, e à valorização da moeda brasileira frente ao dólar, provocarão aumento nos custos de produção da cana. Além disso, por conta de fatores climáticos, poderá haver redução nos índices de produtividade, que podem não ter tanto impacto na produção total do país, mas têm um peso importante no acerto da safra e na renda para os pequenos e médios fornecedores. Por esses motivos, a remuneração da cana terá um cenário diferenciado neste ano. Em maio do ano passado o valor do quilo de ATR por tonelada de cana foi fixado em R$ 0,3830. Ao longo do ano, esse preço sofreu leve queda, fe- chando a safra em R$ 0,3430. Assim, a tonelada da cana, considerando 145 kg de ATR, foi comercializada a R$ 49,73. Ou seja, no ano passado, na abertura da safra o preço da cana estava em patamares mais elevados e a média do período foi satisfatória. Foi um bom ano, o que permitiu que os fornecedores investissem em tecnologia e também na expansão de suas lavouras com a compra ou arrendamento de terras. Já esta safra começa com preços em níveis mais baixos para o produtor independente. O quilo da ATR do mês de março fechou em R$ 0,3089 e é possível que encerre o próximo mês na faixa dos R$ 0,30. A tendência é que o preço siga em leve declínio e reaja nos meses finais da safra. A não ser que ocorram fatos relevantes, como o aumento em quantidades elevadas nas exportações de álcool ou então de açúcar, a cana deve fechar a safra com um preço entre 20 e 25% mais baixo do que na passada. É uma previsão bem realista. Essa disfunção na oferta e nos preços já eram esperados, segundo especialistas, pelas condições em que a expansão do setor ocorre: em grandes proporções e em um curto espaço de tempo. No entanto, não se esperava que eles ocorressem já nesta safra. Para atravessar esse período de turbulência é necessário que o produtor fique atento ao comportamento dos preços da cana antes de planejar investimentos, contrair despesas ou financiamentos. Esses desequilíbrios são os efeitos do processo de expansão e devem ser administrados e superados. Apesar deles, os horizontes nunca foram tão positivos. Crescer não é tão fácil como se pensa. Manoel Carlos de Azevedo Ortolan presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) 08 Revista Canavieiros - Maio de 2007
  • 9. Artigo Eliminação da queima da palha de cana-de-açúcar desejos, compromissos e obrigações É muito comum ouvirmos e falarmos na Cadeia da Cana-deaçúcar ou Cadeia do Setor Sucroalcooleiro. Quando usamos este termo estamos nos referindo a todos aqueles que participam dela, isto é: · Produtores de insumos, máquinas e caminhões e seus funcionários; · Produtores de cana, arrendatários, parceiros agrícolas e seus funcionários; · Prestadores de Serviços Agrícolas; · Proprietários de Usinas e Destilarias, todos seus funcionários, produtores de insumos e serviços industriais; · Todos os consumidores; · E não poderia deixar de ser, os Governos Municipais, Estaduais e o Federal. Quando algum componente da cadeia pede mudanças, todos os componentes da cadeia são afetados. Apenas para abstrairmos, se o consumidor exigir um produto de qualidade muito superior a atual, fará com que as indústrias exijam mais qualidade na cana-de-açúcar e faça investimentos no parque industrial. Os fornecedores de cana, por sua vez, exigirão mais qualidade de seus fornecedores de insumos e equipamentos. Tudo isto implicará em custos maiores e lá no final o custo do produto deve aumentar. Mas se o consumidor exige, ele demonstrará isso pagando mais por um produto de melhor qualidade. O Governo do Estado de São Paulo tem dado sinais de que deseja acelerar o processo de eliminação das queimadas no Estado de São Paulo. A princípio, quem não conhece a estruturação do setor, imagina que os principais afetados no processo serão os industriais do setor, mas não serão os usineiros que pagarão a conta e explico: ao longo dos últimos 15 anos, para aumentar a eficiência dos sistemas de colheita de cana e baixar os custos, a colheita da cana própria e de fornecedores independentes na maioria das unidades industriais do Estado de São Paulo é realizada pelas próprias usinas, colhendo inclusive a cana de fornecedores. Boa parte desta cana é colhida sem queima e com máquina e as máquinas são das usinas e destilarias. Muitas delas conseguiriam colher toda ou boa parte de sua cana própria com máquinas, mas restaria toda a cana de fornecedores. Assim o Governo mira os usineiros e acerta 12.927 produtores de cana-deaçúcar que, em sua grande maioria, são pequenos produtores. Para agravar a situação, não há produção de colhedoras suficientes para colher a cana que hoje é colhida manualmente e com queima no Estado de São Paulo. Olhando sob essa ótica parece difícil à solução do problema, mas há saídas. E é aí *Cléber Moraes que vamos usar o conceito de cadeia produtiva discutido acima. A aceleração da eliminação das queimadas provocará um aumento na procura por máquina, deixará na lavoura toneladas de matéria verde que secará e ficará extremamente suscetível a incêndios, aumentará os custos para os produtores de cana, exigirá mais crédito para financiar as colhedoras, exigirá mais fábricas de máquinas colhedoras, enfim provocará uma série de modificações na cadeia e tudo isso exigirá do Governo do Estado de São Paulo mais compromisso e ações, de que forma? · Aumento do Volume de Crédito para Aumento da Produção de Colhedoras; · Aumento do Volume de Crédito para Financiamento de Colhedoras; · Melhoria dos Preços Pagos para a Energia de Biomassa; · Aumento do Volume de Crédito para Co-geração de Energia de Biomassa da Palha de Cana-de-açúcar; · Fomento na modificação do Sistema de Pagamento de Cana, o CONSECANA, para pagamento pela palha e bagaço produzido. Quem exige tem que fazer sua parte. Mãos à obra Governador José Serra, contamos com seu trabalho. *Cleber Moraes Consultor CANAOESTE M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda Revista Canavieiros - Maio de 2007 09
  • 10. Notícias Copercana Maio: Início de mais uma safra de calcário Augusto César Strini Paixão (Gerente da UNAME - Unidade de Grãos da Copercana) E m 1978, a Copercana iniciou uma nova prestação de serviços aos seus cooperados: a distribuição de calcário e outros corretivos de solo nas regiões de sua abrangência. Na época, a cooperativa contava com apenas dois caminhões aplicadores e uma pá carregadeira e, comercializou 10 mil toneladas no ano. O crescimento deu-se ano a ano, e em 2006 a cooperativa já contava com uma estrutura de dez caminhões Investimento em novos caminhões para atender aos cooperados aplicadores, três caminhões basculantes, duas carretas basculantes e quatro pás carregadeiras. Com isso atingiu a comercialização de 160 mil toneladas de calcário e gesso. Este crescimento significativo não se deu apenas pelo aumento de áreas de cana nas regiões, mas pela facilidade, segurança e qualidade que a Copercana oferece aos usuários. Durante 29 anos, foram feitos investimentos na renovação da frota e de novas tecnologias para atender as necessidades dos produtores de um serviço de grande importância que é a correção do solo. Para o ano de 2007, a Copercana já investiu R$ 1 milhão em novos caminhões, tudo para aumentar a frota e atender aos cooperados cada vez melhor. Também foram adquiridos dois equipamentos aplicadores com capacidade para trabalhar na agricultura de precisão, ou seja, através de satélite e um mapa de fertilidade e exigências nutricionais, isso possibilitará a aplicação de diferentes dosagens em uma mesma área. Com isso a Copercana está preparada para o 10 Revista Canavieiros - Maio de 2007 crescimento de 20% na prestação de serviços de aplicação de corretivos e chegando a comercialização de 200 mil toneladas até o final deste ano. A Copercana tem orgulho de ser a única cooperativa do Brasil que presta esse serviço com muita eficiência e qualidade aos seus cooperados. Para aqueles que ainda não conhecem esse serviço, a Copercana está a disposição para atender através do telefone (16) 3946-4200 (Mauro ou Marcos), ou ainda com o Agrônomo mais próximo de você. Calcário: Copercana vai comercializar 200 mil toneladas em 2007
  • 11. Notícias Copercana Amendoim – fechamento da safra 2005/2006 N a safra de amendoim 2005/2006, a Copercana recebeu 900 mil sacas de 25 quilos do grão. Desde a safra 2004/2005, a cooperativa deixou de comercializar o amendoim em casca e, iniciou o processo de debulha e venda com o intuito de agregar valor ao produto. Como as quantidades recebidas aumentavam muito de um ano para o outro, a cooperativa não tinha mais condições de fazer a compra do produto em casca como antigamente. O produtor vendia sem uma determinação de período o que ocasionava risco de variação de preços ora ao próprio produtor ora a Copercana. Na safra 2004/2005, a cooperativa passou a comercializar o amendoim de uma maneira muito parecida com o Sistema Consecana (sistema que remunera o produtor de cana-de-açúcar). A Copercana recebeu todos os grãos produzidos pelos cooperados e, no final da safra (colheita), foi efetuado um adiantamento igual a 70/80% do preço de mercado, e os 20/30% restantes ficaram sujeitos ao preço de mercado. Assim, a cada quatro meses é feito um levantamento e efetuado o reajuste ao produtor. Como exemplo, cito a safra 2005/ 2006, onde finalizamos em 30/05/2006 e em 10/06/2006 efetuamos o adiantamento de R$ 12,00/saca. Em novembro, efetuamos outro adiantamento de R$ 3,00, e o fechamento em 30/04/2007 com mais R$ 3,00/saca, perfazendo o total de R$ 19,00/saca da variedade IAC 886 e R$ 22,00/saca o Super Tatu. Estes preços poderiam ser melhores, porém nos meses de maio, junho e julho de 2006, ain- da vendíamos amendoim com preços menores pelos reflexos da safra 2004/2005 que foi muito Big Bags de 500 Kg no galpão da Uname ruim. De agosto para cá os preços melhoraram e permanecem até hoje. Na média ficou no fechamento acima citado. No mês de maio, a safra de amendoim 2006/2007 está sendo encerrada e a perspectiva de recebimento deve ser de 1,4 milhões de sacas (dentro do esperado), e os preços provavelmente bem melhores que em 2006. Augusto César Strini Paixão Revista Canavieiros - Maio de 2007 11
  • 12. Notícias Canaoeste Canaoeste promove palestra sobre reserva legal Cristiane Barão Evento reuniu mais de 200 pessoas de 49 municípios A Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) promoveu no último dia 10 em seu auditório, uma palestra com o tema "Reserva Florestal Legal: seus aspectos legais, políticos e econômicos", proferida pelo advogado Antonio Fernando Pinheiro Pedro, professor de Direito Ambiental, consultor do Banco Mundial e integrante de comissões técnicas e conselhos. O evento reuniu cerca de 200 pessoas, entre cooperados, advogados de associações e representantes de usinas de 49 municípios. Compuseram a mesa diretora, o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, o vice-prefeito de Sertãozinho, Nério Costa, o presidente da Orplana, Ismael Perina, e o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti. De acordo com o presidente da Canaoeste, a questão da reserva legal desperta o interesse do setor agrícola e traz também muitas preocupações. "A Canaoeste foi pioneira na realização de Dr. Juliano Bortoloti, advogado da Canaoeste; Nério Costa, vice-prefeito de Sertãozinho; Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste; Dr. Antonio Fernando Pinheiro Pedro, palestrante e Ismael Perina, presidente da Orplana. ciclos de palestras sobre a questão ambiental e oferece todo o suporte ao produtor para o cumprimento das normas legais. Assim, temos o dever de orientar o fornecedor de cana sobre como proceder nessas questões. Essa palestra teve esse intuito." A reserva legal foi instituída pelo Código Florestal, em 1965, e refere-se ao percentual de cada propriedade rural que deve ser recoberto por floresta natural, além das áreas de preservação permanente (APPs), que margeiam rios e lagos. O código estabeleceu que cada propriedade terá de ter 20% de sua área como reserva legal. Para as áreas de floresta da Amazônia Legal, foi fixado o limite mínimo de 50%. O evento reuniu mais de 200 pessoas da região de abrangência da Canaoeste 12 Revista Canavieiros - Maio de 2007 No entanto, esses percentuais foram alterados pela Medida Provisória 2166/65, de 2001: 80% para as áreas de floresta, 35% para as áreas de cerrado, e 20% para todas as propriedades rurais mesmo sem floresta nativa onde, pelo código, não havia imposição de reserva legal. Baseada nessa MP, o governo de São Paulo editou decreto, em junho do ano passado, estabelecendo os 20% de reserva nas propriedades, além das áreas de APPs. Tanto a MP como o decreto paulista são objetos de ações de inconstitucionalidade na justiça. De acordo com o palestrante, essas medidas são autoritárias, o produtor precisa se articular com as associações para uma ação conjunta contra a legislação, conforme entrevista que ele concedeu após a palestra e cujos pontos principais seguem: INCONGRUÊNCIAS DA LEGISLAÇÃO “O conceito de reserva legal que está sendo discutido hoje não tem absolutamente nada a ver com a reserva legal estabelecida pelo código florestal, que vigorou até 2001. Então, nós temos hoje uma sociedade agrícola baseada no plantation, ou seja, baseada na monocultura de extensão que já conta com pelo menos três séculos nessa
  • 13. Notícias Canaoeste derrubar essa Medida Provisória. Essa MP é artificial, ela não se aplica à realidade. Na verdade, o que está se pretendendo é alterar a realidade por meio de papel. Os produtores precisam se organizar politicamente e se articular com as associações para oferecerem uma defesa judicial eficaz, ou seja, é necessário uma ação conjunta para fazer ver a inconstitucionalidade do Código Florestal hoje. Dr. Antonio Fernando Pinheiro Pedro, advogado, professor de Direito Ambiental, consultor do Banco Mundial e integrante de comissões técnicas e conselhos região e que foi surpreendida pela modificação de um instituto ocorrido há seis anos.” AÇÕES CONTRAA MP “A saída é a vontade política do setor produtivo de se articular com os municípios e contar com o Estado para A IMPORTÂNCIA DA MECANIZAÇÃO “Já há um estudo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente demonstrando que hoje há recuperação de matas ciliares e de remanescentes florestais pelo simples fato da mecanização da agricultura. A mecanização leva a uma racionalização do uso do solo. O aumento da produtividade leva a uma racionalização da mecanização e isso por si só já faz com que existam mais áreas preservadas. Na verdade, o segredo está na tecnologia, que, aliás, é o grande segredo do mundo inteiro.” SAÍDAS PARA A DISCUSSÃO “A grande saída seria estabelecer reservas legais em condomínios, na medida de cada propriedade privada. Esse condomínio deveria se desenvolver como uma unidade de conservação única, numa bacia especifica de preservação, destinando-se as demais bacias para a produção. Ao contrário do que se estabelece na lei, o interesse é não transformar o território paulista num tabuleiro de xadrez, com quadrados escuros e claros. Pelo contrário, é criar uma grande unidade escura de preservação, permitindo o aumento da produção nas demais áreas.” Consecana Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo CIRCULAR Nº. 03/07 DATA: 30 de abril de 2007 A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de ABRIL de 2007. O preço médio do kg de ATR para o mês de ABRIL é de R$ 0,3217. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, no mês de ABRIL, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos no mês de ABRIL, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes: Média do mês de abril = 0,3217 Revista Canavieiros - Maio de 2007
  • 14. Notícias Canaoeste "O Álcool é nosso" Carla Rossini // Cristiane Barão Evento reuniu em Ribeirão Preto, autoridades e lideranças ligadas à cadeia produtiva do etanol O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, foi um dos expositores do debate "O álcool é nosso", realizado no último dia 18, em Ribeirão Preto, e promovido pelo jornal A Cidade, EPTV e pela FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da USP de Ribeirão Preto. O evento reuniu mais de 300 pessoas. Ortolan participou da mesa "Potencialidades do Setor Alcooleiro", ao lado do presidente da UNICA - União da Indústria de Cana-de-açúcar, Eduardo Pereira de Carvalho, do secretário adjunto da Secretaria Estadual de Desenvolvimento, Carlos Pacheco e do gerente de Álcool e Oxigenados da Petrobrás, Luthero Winter Moreira. A mesa foi mediada pelo professor da FEA-RP, Rudinei Toneto. Em sua participação, o presidente da Canaoeste falou da confiança dos produtores no cenário de biocombustíveis, em especial ao etanol, mas reivindicou uma melhor remuneração para os produtores canavieiros. "O preço da cana estava num bom patamar em 2006, mas os valores despencaram e talvez este ano chegaremos ao ponto de não remunerar os custos de produção", disse Ortolan. Eduardo Pereira de Carvalho (Presidente da Unica); Carlos Pacheco (Secretário Adjunto da Secretaria Estadual de Desenvolvimento); Rudinei Toneto (professor da FEA-RP); Luthero Winter Moreira (Gerencia de Álcool e Oxigenados da Petrobrás) e Manoel Ortolan (Presidente da Canaoeste). Manoel Ortolan também lembrou que o avanço tecnológico sinaliza a possibilidade de produção de etanol a partir do bagaço o que agrega mais valor à cana. "Hoje a remuneração é baseada no teor de açúcar, mas os subprodutos como o bagaço já tem um significativo valor comercial", finalizou. O presidente da Unica ressaltou que o fim da era do petróleo voltou os holofotes para o etanol brasileiro. Ele aproveitou também para alfinetar a imprensa pelas críticas às condições de trabalho oferecidas aos trabalhadores rurais canavieiros. "Estamos sendo atacados por problemas isolados no cam14 po. Mas acho que as pessoas se esquecem da importância social que essa indústria movimenta, já que ela é responsável por milhares de empregos diretos e representa 3% da riqueza nacional." O presidente da Unica terminou seu discurso chamando a atenção das lideranças envolvidas com o setor sucroalcooleiro: "vamos viver os próximos dois anos com muita dificuldade porque nem sempre conseguimos conciliar a demanda com a oferta, mas temos que estar conscientes que o investimento agora é garantia de um bom futuro amanhã", garantiu Eduardo. Luthero Winter Moreira falou sobre as pesquisas da Petrobrás para produção de biocombustíveis e de um audacioso projeto de exportação, que envolve a construção do alcoolduto a partir de Goiás, até o Porto de São Sebastião, em São Paulo. "O alcoolduto vai diminuir o custo do frete e permitir Revista Canavieiros - Maio de 2007 que tenhamos maior competitividade", afirmou. Carlos Pacheco falou principalmente sobre os cenários para investimentos no setor de biocombustíveis. "Acredito em cenários excelentes para esse setor a curto, médio e longo prazos", afirmou. Ele falou sobre os aspectos ambientais que envolvem o setor e pediu soluções a médio prazo para que elas não venham causar problemas num futuro que ele acredita ser muito promissor. "Temos que encontrar soluções para as questões ambientais que envolvem as queimadas, APPs e Reserva Florestal Legal para que isso não retarde o crescimento", disse Carlos Pacheco. No período da tarde, o debate foi reiniciado com o vice-governador, que expôs os objetivos da Comissão Especial de Bioenergia, instalada em abril, e que terá como objetivo de orientar o
  • 15. Notícias Canaoeste crescimento do setor em São Paulo. Segundo ele, um dos pontos a serem estudados é a antecipação das datas previstas na legislação que definiu o cronograma para a eliminação das queimadas. Ele citou o protocolo que o governo pretende elaborar com o setor produtivo para o fim das queimadas. "Você não pode fazer (fim da queima) nem com uma atitude radical demais, mas também não pode manter o que a lei diz. Hoje a demanda (de etanol) é maior e quem compra, quer saber como é produzido", disse em entrevista coletiva. O ambientalista Paulo Nogueira Neto afirmou que o mundo está entrando numa era de mudanças climáticas e que isso para a agricultura é muito grave. No entanto, ele acredita que ainda é possível evitar catástrofes. "Temos de retirar carbono da atmosfera", disse. Segundo ele, as lavouras de cana são positivas para o meio ambiente porque não lançam carbono novo no planeta. "O carbono lançado nas quei- madas é absorvido no próximo ciclo da cana", disse. Ele também assegurou que o avanço da cana não terá nenhum impacto sobre a Floresta Amazônica, já que os períodos de seca, necessários para o corte da cana, são curtos. Nogueira Neto também afirmou que hoje há mais área de floresta do que há décadas. "Hoje não se faz mais agricultura na enxada. Há a mecanização", disse. Segundo ele, a cana vai ocupar áreas onde a mecanização é possível e, assim, não haverá redução nas áreas verdes. "Aqui na região de Ribeirão Preto, é comum, quando estamos na estrada, vermos matas recentes", disse. O pesquisador da Unicamp, Isaías de Carvalho Pacheco, ressaltou que o Consecana, que serve de parâmetro para o pagamento da cana, é o melhor programa desenvolvido em São Paulo para o setor. Segundo ele, apesar do avanço da mecanização, o número de empregos no setor se mantém, graças ao aumento da produção. Em 2002, por exemplo, eram 765 mil empregos diretos no setor. Em 2005, esse número passou para 982 mil. O debate foi encerrado com a participação do senador Aloisio Mercadante (PT-SP) e dos deputados federais da região, Duarte Nogueira (PSDB-SP) e Antonio Palocci (PT-SP). Mercadante defendeu a uniformização nas alíquotas de ICMS, que hoje variam de 12 a 31%, a melhoria dos marcos regulatórios e o fim das queimadas. Palocci ressaltou que o processo de expansão do etanol é a maior oportunidade na história da região, mas que o Brasil precisa se preparar, regular o seu mercado. Já Nogueira apontou a necessidade de um planejamento estratégico, com estoques reguladores, certificação, estabilidade nos contratos e investimento em infra-estrutura. Segundo ele, é preciso garantir a permanência dos pequenos e médios produtores, que hoje produzem 25% da matéria-prima. Revista Canavieiros - Maio de 2007 15
  • 16. Notícias Cocred Cocred oferece nova opção de Cartão de Crédito para o cooperado Marcelo Massensini Vantagens, segurança e praticidade com o cartão SICOOB A Cocred oferece ao cooperado o novo cartão de crédito SICOOB - MASTERCARD. Um cartão com uma série de vantagens que dão mais segurança, praticidade e a exclusividade que só os clientes da Cocred têm. Além de ser aceito em todos os estabelecimentos que possuem a bandeira MASTERCARD, mais de 1 milhão de lojas em todo o mundo, o cartão SICOOB não tem anuidade e conta uma das menores taxas de juros do mercado. Enquanto as outras operadoras cobram taxas de juros que variam entre 10 e 12%, o cartão SICOOB MASTERCARD, da Cocred, tem uma taxa de apenas 5% ao mês. Assim, se o usuário precisar, ele pode parcelar ou pagar o valor mínimo das faturas por uma das menores taxas do mercado. O cooperado também não paga nada pelo cartão e ainda pode solicitar cartões adicionais para seus dependentes, que também serão isentos de anuidades. Para facilitar ainda mais a vida do cliente, o cartão SICOOB é um cartão múltiplo, ou seja, pode ser usado como cartão de débito ou de crédito. O cartão de débito é aquele em que o valor é debitado automaticamente da conta-corrente do usuário, na hora da compra. Já com o cartão de crédito, o cliente só paga a despesa no dia do vencimento da fatura, podendo ter um prazo de até 40 dias, a partir do dia da compra, para pagar. Ele ainda tem a opção de parcelar às compras direto na loja, dependendo das normas de cada estabelecimento. Para completar, o cooperado que possuir o cartão terá à sua disposição um site exclusivo que oferece 16 Revista Canavieiros - Maio de 2007 consulta de limites, registro de compras realizadas e transações de débito, emissão de segunda via de faturas, entre vários outros serviços. O cartão ainda pode ser utilizado para saques em toda a rede conveniada Banco 24 horas. Uma outra conveniência de se ter um cartão de crédito, além de permitir ao usuário adiar o pagamento de suas compras, é que ele diminui a necessidade de andar com dinheiro na carteira. Uma segurança a mais para quem vive constantemente sob o perigo de assaltos, uma realidade que a cada dia está mais perto de todo brasileiro, não só os que vivem em grandes centros, mas também os que moram em lugares que até pouco tempo atrás eram considerados seguros. do cartão. "Uma vez fiz uma compra alta e me ligaram do banco perguntando se fui eu mesmo que comprei, para ter certeza que não era ninguém usando o meu cartão. Gostei muito dessa atitude", termina. Pesquisas revelam que a troca feita por Novaes é uma tendência mundial. Existem hoje aproximadamente 380 milhões de cartões em todo o mundo e esse número não pára de crescer. A Credicard divulgou uma pesquisa que mostra o cartão de crédito como o segundo meio mais usado pelo brasileiro para pagar contas. O dinheiro ainda ocupa o primeiro lu- Depois de relutar por muito tempo, há dois anos, o agricultor Marco Aurélio de Castro Novaes resolveu fazer um cartão de crédito da Cocred e abandonar Marco Aurélio de de vez o talão de che- Castro Novaes ques. Segundo ele, foi um negócio vantajoso. "Fiz várias viagens usando só o cartão. É mais fácil e seguro, não preciso levar dinheiro e não corro risco de ter constrangimentos com cheques", explica o agricultor que também se diz satisfeito com o atendimento diferenciado que recebeu pela operadora
  • 17. Notícias Cocred Antenor Pinton PARA QUEM AINDA TEM DÚVIDAS SOBRE O ASSUNTO, AÍ VAI UM MINIDICIONÁRIO SOBRE CARTÕES: FATURA É o demonstrativo das transações ocorridas no período. Informa o valor a ser pago, limite de crédito, o vencimento, etc. Pode ser paga na rede bancária, mesmo após o vencimento (os encargos vêm cobrados no mês seguinte). LIMITE DE CRÉDITO O portador tem um limite de crédito, que determina o valor máximo que ele pode comprar no cartão. O limite é atribuído com base na renda comprovada pelo cliente no momento da contratação do cartão, mas pode ser revisto e atualizado a qualquer momento. gar, sendo usado em 39% das transações, seguido de perto pelo cartão de crédito, com 29%, deixando para trás o cheque, com 18%. "É bem melhor. Concentro todos os meus gastos só no cartão, facilita muito. É uma comodidade que eu nunca tive com o cheque", conta o agricultor. A pesquisa também revela que nos estados da região Centro-Oeste, o cartão de crédito é mais utilizado que o dinheiro, representando 32% e 29% respectivamente. Por outro lado, há quem não troque o velho talão por nada. O comerciante e produtor rural, Antenor Pinton usa cheques há mais de dez anos e diz que não pretende aderir à mudança. "Não é por medo, é por hábito. Eu nunca usei, então não gosto de usar. Quando preciso uso cheque ou dinheiro mesmo", explica. Mas Antenor reconhece o perigo de andar com dinheiro no bolso. "Quando tenho que viajar eu levo só dinheiro mesmo. Apesar de nunca ter sido assaltado, eu sei que é perigoso", conclui Pinton. CARTÃO ADICIONAL É o cartão vinculado a uma conta de um titular, responsável por um cartão principal. O crédito aprovado é do titular, enquanto o adicional é apenas um usuário do cartão. A responsabilidade contratual e jurídica pela utilização do cartão é sempre do titular. AFILIADA/CREDENCIADA É o termo que identifica a empresa, ou estabelecimento, que aceita determinado cartão de crédito. ANUIDADE (O CARTÃO SICOOB MASTERCARD NÃO COBRA ANUIDADE) É o valor cobrado anualmente do portador do cartão pela administradora para a manutenção dos serviços. Para saber mais, procure a sua agência Cocred e peça o seu Cartão SICOOB – MASTERCARD. Revista Canavieiros - Maio de 2007 17
  • 18. 18 Revista Canavieiros - Maio de 2007
  • 19. Notícias Cocred Balancete Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE MENSAL MARÇO/2007 valores em Reais Revista Canavieiros - Maio de 2007
  • 20. Reportagem de Capa O avanço do pla Cristiane Barão A expansão da cana para novas fronteiras e a falta de mão-de-obra deram impulso à mecanização do plantio. Utilizado há pelo menos dez anos por algumas usinas, o plantio mecanizado veio para ficar, na opinião de Luís Antonio Ferreira Bellini, coordenador do Grupo de Motomecanização, que reúne gerentes de mecanização agrícola das principais unidades sucroalcooleiras do país. “Costumo dizer que o plantio mecanizado é a coqueluche do momento. É um processo sem volta, a não ser que ocorram mudanças na legislação trabalhista, ambiental e na oferta de mão-de-obra, o que é pouco provável”, afirma. Segundo ele, o avanço da mecanização do plantio será mais rápido do que ocorreu na colheita. O Grupo São Martinho, por exemplo, que irá atingir 80% de colheita mecanizada nesta safra, começou a experimentar o plantio mecanizado ainda na primeira metade da década de 90. A partir de 1997, essa prática ganhou um novo impulso e passou a crescer a cada safra. Hoje, o percentual chega a 40% e a meta é chegar a 100% nas áreas passíveis de mecanização, ou seja, perto de 85% da área total de plantio do grupo. De acordo com o grupo, o plantio mecanizado tem duas vantagens significativas em relação ao plantio manual: a principal delas é o custo inferior e a segunda, é que permite as operações de plantio em áreas com deficiência ou ausência de mão-deobra. De acordo com o coordenador do Grupo de Motomecanização, numa comparação entre os dois processos de plantio, o mecanizado apresenta rendimento maior, além de demandar apenas em torno de 30% da mão-deobra necessária no sistema convencional. No entanto, ele diz que o de20 Revista Canavieiros - Maio de 2007 safio é reduzir o índice de perda, hoje entre 10% e 15%, e que ainda encarece o processo. “O plantio mecanizado passa a se tornar inviável (economicamente) no momento em que se considera a maior necessidade de aplicação de mudas de cana nos sulcos para compensar as perdas provocadas ao longo da colheita, enchimento dos transbordos, basculamento nas plantadoras e aplicação no sulco”, afirma. As colhedoras, segundo ele, ainda são responsáveis por mais de 70% das perdas. O professor da Esalq, Tomaz Caetano Ripoli, um dos autores do livro Plantio de cana-de-açúcar: Estado da Arte também acredita que a substituição do plantio manual pelo mecanizado se dará de forma acelerada e aponta outros fatores, além da falta de mão-de-obra e da rápida expansão do setor: busca pelo aumento do desempenho operacional do plantio e pela competitividade, já que o custo
  • 21. Reportagem de Capa lantio mecanizado Foto: Assessoria Santal de perdas’”, disse. Plantio Mecanizado: “coqueluche do momento” máquinas é pura maluquice!”, disse. Ripoli destaca que a colhedora é apenas parte de um conjunto de variáveis que leva a maior ou menor perda de matéria-prima durante a colheita. “Falta de sistematização do terreno, inadequada formatação de talhões, espaçamento de plantio não compatível com a bitola das colhedoras, plantio tecnicamente não atendendo o mínimo exigido pelas máquinas no que diz respeito à profundidade de plantio, a falta de paralelismo entre fileiras; operadores despreparados ou mal treinados entre outros aspectos são os maiores responsáveis pelo atual índice de perdas encontradas na colheita mecani-zada”, alerta. O livro, que teve a primeira edição esgotada e logo ganhará uma segunda, traz os resultados de um ensaio padronizado e comparativo entre cinco diferentes plantadoras. “Os fabricantes têm demonstrado profundo interesse em efetuar as modificações e evoluções tecnológicas necessárias para torná-las mais eficientes”, aponta Ripoli. De acordo com ele, as máquinas têm mais virtudes do que problemas. Segundo Ripoli, é um erro aumentar em demasia a tonelagem de mudas por hectare a fim de minimizar a questão das perdas. “Partir de 10-12 t/ha aplicados no sistema semi-mecanizado para 18-20 t/ha quando se adota o mecanizado a fim de tentar sanar a deficiências das BUSCA DE SOLUÇÕES Para reduzir os índices de danos às gemas durante o processo de colheita, a Santal, que lançou sua plantadora de cana picada em 2004, desenvolveu um kit de Colheita de Mudas. “Com o Kit, a colhedora está apta para o corte de mudas com excelente aproveitamento de gemas para plantio, com menor impacto nas gemas e colmos da planta”, explica o presidente da Santal, Arnaldo Adams Ribeiro Pinto. Segundo a Santal, para o plantio de 20 hectares/dia, o sistema convencional requer 161 trabalhadores, enquanto que o mecanizado, 36. Além da questão da mão-de-obra, há também a frente de equipamentos necessários, conforme o quadro a seguir. por hectare no plantio mecanizado é menor do que no semi-mecanizado. Segundo o professor, para a análise das perdas deve haver uma distinção entre perdas de colheita e aumento de falhas de plantio. “São situações distintas. As máquinas existentes no mercado, se ainda não são as ideais sobre o ponto de vista de ‘índice de perdas’, em verdade estão dando melhor contribuição do que os seus próprios usuários que, a meu juízo, são os maiores responsáveis por tais ‘índices Fonte: Santal Revista Canavieiros - Maio de 2007 21
  • 22. Reportagem de Capa 22 Revista Canavieiros - Maio de 2007
  • 23. Reportagem de Capa Revista Canavieiros - Maio de 2007 23
  • 24. Destaque Balanço Agrishow 2007 Marcelo Massensini Recordes de vendas e de público, encontros políticos e discussões sobre o futuro da agricultura E ntre os dias 30 de abril e 05 de maio, Ribeirão Preto recebeu a 14ª edição da Agrishow - Ribeirão Preto. Considerada a maior feira de agronegócios da América Latina e uma das maiores do mundo, a Agrishow 2007 superou as expectativas dos organizadores e bateu recordes de vendas e de público, atraindo mais de 140 mil visitantes com faturamento de R$ 710 milhões. Para o presidente do sistema Agrishow, Sérgio Magalhães, a feira é considerada o início do período de recuperação do agronegócio brasileiro. "O campo ainda enfrenta graves problemas, especialmente a questão da dívida rural, mas é vigoroso e dinâmico. É só ter melhores condições que o ânimo dos agricultores se fortalece", explica. Segundo ele, esse ânimo já se fez presente no evento deste ano, mas ainda pode e deve aumentar. "Crescer mais de 40% de um ano para o outro mostra extrema vitalidade do agribusiness brasileiro. Por outro lado, o resultado da Agrishow Ribeirão Preto poderia ter sido melhor, considerando os preços positivos dos grãos, como soja e milho, além das culturas perenes - laranja e café", completa. Demonstração de campo na Agrishow 2007 De acordo com o balanço oficial da feira, as negociações com empresas do exterior contabilizaram US$ 4,2 milhões. "São negócios que começam na Agrishow e vão se repetir nos próxi24 Revista Canavieiros - Maio de 2007 mos anos", afirma Magalhães. Segundo ele, esse número representa a recuperação da atividade agrícola e pressupõe perspectivas positivas para as próximas edições da Agrishow. "Estamos vendo o retorno do otimismo na atividade, que no ano passado foi marcada por baixos investimentos, por parte do agricultor", termina. Recorde de público: 140 mil visitantes O otimismo dos organizadores também é compartilhado pelos expositores. Segundo o Diretor da DMB - Máquinas e Implementos Agrícolas, Alberto Borges, a Agrishow se tornou um ponto de encontro para todas as empresas do setor agrícola e a melhor hora para fazer negócios. "Em uma semana de Agrishow nós costumamos vender o equivalente a um mês e meio de vendas normais", explica e completa. "Muitos esperam a Agrishow para fazerem suas compras". A Agrishow é uma realização da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Abag (Associação Brasileira de Agribusiness), Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e SRB (Sociedade Rural Brasileira). O Futuro dos Biocombustíveis Na quarta-feira, dia 02 de maio, o coordenador do projeto Biodiesel Brasil da USP Ribeirão Preto, apresentou, no stand do Banco do Brasil a palestra: “O mercado mundial de etanol – Tendências, perspectivas, inovações, tecnologias e instalação de usinas”. No seminário ele discutiu a história recente do setor sucroalcooleiro, explicando os motivos do fracasso do próalcool vinte anos atrás e as razões do sucesso do setor nos dias de hoje. Para ele, entre outros motivos, o etanol só ganhou a proporção atual graças ao avanço da tecnologia, tanto em relação às usinas, quanto no que diz respeito à evolução dos motores movidos a álcool, os flex-fuel. Ele mostrou, ainda, gráficos com as estatísticas do setor, bem como as expectativas de venda para os próximos anos. “Para atender a demanda interna, o país precisa construir 100 novas usinas”, explica o pesquisador. A palestra ainda tratou sobre as tendências mundiais, as novas maneiras de produzir combustíveis limpos e das perspectivas para os mercados interno e externo. Miguel Dabdoub
  • 25. Destaque Canaoeste na Agrishow Também no dia 02 de maio, o engenheiro agrônomo da Canaoeste, Marcelo de Felício, participou de um painel sobre o tema: Plantio direto e rotação de culturas na reforma de cana crua – 10 anos de prática (Tema apresentado pelo agrônomo, em um artigo na 9ª edição da Revista Canavieiros). Também participaram da discussão, Denizart Bolonhazei da APTA Ribeirão Preto e o Gerente Agrícola da CFM Cana, Emílio Bettoni. No debate, o agrônomo da Canaoeste expôs suas experiências sobre o plantio da soja direto na palhada, após a colheita da cana. De acordo com Felício “a palha, resíduo da cultura anterior, que antes deveria ser retirada rapidamente para o preparo do solo, hoje está com as honras da casa e recebendo homenagens”. Ainda segundo o agrônomo, os benefícios desse tipo de plantio são muitos e vão desde a redução no risco de erosão até a diminuição de plantas daninhas. Dois fatores que contribuem muito para a produtividade da lavoura. “Essa técnica é uma fórmula eficiente para conseguir altas produtividades, conciliando os interesses econômicos com o trabalho da natureza”, finaliza. Marcelo de Felício Encontros políticos marcaram a feira Todos os anos, a Agrishow reúne vários políticos ligados ao setor sucroalcooleiro. E em 2007 não poderia ter sido diferente. No dia 02 maio, o secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Sampaio, se reuniu com secretários de agricultura de outros 11 estados para discutir o futuro do agronegócio no país. Estavam presentes os secretários de Alagoas, Amapá, Ceará, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rondônia, Sergipe e Tocantis. Reinold Stephanes (Ministro da Agricultura) O encontro deu continuidade aos trabalhos iniciados no mês de março, na reunião que aconteceu em Belo Horizonte – MG. Após o encontro, os secretários visitaram o Museu da Cana, onde conheceram o histórico da cana- de-açucar no país, e puderam ver variedades de cana desenvolvidas por pesquisas do IAC. Já na quinta-feira dia 03 de maio, a feira recebeu a visita do ministro da Agricultura e Abastecimento, Reinhold Stephanes. Na coletiva de imprensa, o ministro prometeu um Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) específico para o setor agrícola. “Vai sair uma espécie de PAC com questões estruturantes para a agricultura. Só não posso afirmar se nós vamos apresentá-lo em conjunto com o Plano de Safra, em junho, ou se vamos demorar um pouco mais”, disse. Stephanes comentou ainda sobre o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), que apontou o etanol como a melhor opção entre os combustíveis renováveis. “A conseqüência do relatório a ONU é boa, mas Japão e União Européia ainda não decidiram se vão usar o etanol. Na hora que a decisão for tomada por esses países, as coisas vão efetivamente andar”, completou o ministro. Revista Canavieiros - Maio de 2007
  • 26. Antes da Porteira Simplicidade e naturalidade é atração no turismo rural Carla Rossini Cooperados produzem cana-de-açúcar e agregam valor as suas propriedades através do turismo rural A cordar com o cantar dos passarinhos, tirar leite das vacas, entrar no galinheiro e dar de comer às galinhas, subir em árvores, praticar atividades esportivas...ou ainda conhecer o processo produtivo de uma fazenda: essas são apenas algumas das atrações que o turismo rural proporciona. Há 20 anos, o turismo rural surgiu no Brasil como uma atividade complementar aos moradores do campo. Atualmente, cerca de cinco mil fazendas em 16 estados brasileiros já abriram suas porteiras para hospedar ou simplesmente receber visitantes da cidade. Na região de Ribeirão Preto, a ativi- dade vem crescendo consideravelmente. Na ATURP – Associação de Turismo Rural de Ribeirão Preto e Região são cadastradas 15 propriedades. Uma delas é o Vista Alegre Fazenda Hotel, localizado no Vale do Rio da Onça, na bacia do Rio Mogi Guaçu, próximo a Sertãozinho. O Hotel surgiu como conseqüência da crise vivi- Maria Tereza, Samuel e Eva: proprietários do Vista Alegre Fazenda Hotel da pelo álcool e pela cana-de-açúcar aula. A fazenda possui 18 alqueires no final da década de 90. A crise incen- de reserva florestal e biológica o que tivou a proprietária da fazenda, Eva possibilita fazermos um trabalho bem Maria Guidi Pinotti a investir numa fon- interessante”, disse Eva. te de renda alternativa. A professora de geografia Luzia Professora de Educação Física, Gomides da Silva Ferreira, levou um Eva conta que sempre quis abordar grupo de alunos de 3ª e 4ª séries do matemática, português, geografia e ensino fundamental para visitação à biologia nas aulas de educação físi- fazenda e ficou muito satisfeita com o ca. Foi assim que surgiu a idéia de resultado do trabalho. “Achei fantástrabalhar com escolas, levando as cri- tico a maneira como a monitora aboranças para a fazenda. “A proposta dou biologia e geografia na mata. Os inicial era essa. Os alunos viam na prá- alunos se interessaram e isso é muito tica aquilo que aprendiam na sala de importante, é um complemento do trabalho que realizamos nas escolas”, afirmou. Atividades recreativas atraem as crianças e os pais O trabalho com as crianças incentivou a visitação dos pais e a movimentação na fazenda começou a ganhar importância lucrativa. “Hoje recebemos grupos religiosos, empresariais, fazemos eventos como aniversários e até casamentos”, orgulha-se Eva. A ESTRUTURA PARA O TURISMO RURAL A fazenda da família Guidi possui 132 alqueires que são diversificados 26 Revista Canavieiros - Maio de 2007
  • 27. Antes da Porteira entre várias atividades. A renda principal vem da cana que ocupa 50 alqueires. Eles também conservam as reservas florestal e biológica, possuem áreas de pastagem e três alqueires são reservados para o turismo rural. Eva conta que para agradar o turista fez poucas modificações na estrutura da fazenda, procurou conservar as antiguidades e aproveitar a beleza natural do local. Além das atividades de recreação como gincanas, cavalgadas, piscina, lago, tirolesa, arvorismo, trilhas e escalada, os visitantes também conhecem o dia-a-dia do homem do campo. “Eles querem ver como se tira o leite da vaca, ajudam na horta, entram no galinheiro e pedem aos funcionários que contem histórias vividas no local”, afirma Eva. As casas da antiga colônia foram adaptadas e viraram alojamentos. A caixa d’água de 12 metros virou uma parede de escalada e dela sai uma tirolesa de cem metros de comprimento. A mão-deobra é quase que totalmente feminina e praticada pelas moradoras da fazenda. “Convidei o pessoal que mora aqui para trabalhar no hotel e vem dando muito certo. Os homens trabalham na roça e as esposas trabalham no hotel, cuidam da alimentação e da horta”, explica. Na hora do almoço comidas típicas resgatam os costumes rurais. “Polenta com frango caipira, todo mundo gosta. Penso que cada um de nós tem um pezinho na roça e procuro resgatar isso nos visitantes”, completa Eva. da porque é um trabalho desgastante e novo ainda, mas apaixonante e compensatório”, disse. Eva que é presidente da ATURP, acredita no setor e na atividade na região. “A procura pelo turismo rural na nossa região cresce muito. Todos os dias recebo ligações de pessoas que querem visitar a fazenda. É o resultado de muita dedicação e amor ao nosso negócio”, finaliza Eva. Mega tirolesa Quando questionada se a atividade é rentável, Eva responde sem dúvidas: “é rentável sim e vem crescendo a cada ano”. Ela compara a rentabilidade da cana e do turismo e afirma que a segunda opção rende mais, porém o trabalho é dobrado. “Isso aqui é para quem gosta e não tem preguiça de trabalhar. Temos dificuldade para encontrar mão-deobra especializa- Arvorismo As crianças se surpreendem com o aprendizado na mata Revista Canavieiros - Maio de 2007 27
  • 28. Informações setoriais CHUVAS DE ABRIL e Prognósticos Climáticos N o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTE durante o mês de abril de 2007. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste Com exceção de Barretos, Franca e Usina da Pedra, em todos os outros locais e média das observações de chuvas que ocorreram em abril “ficaram” aquém das respectivas normais históricas. Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 16 a 18 de abril de 2007 O mapa (1) acima mostra que, em meados de abril deste ano e em quase toda área canavieira do Estado de São Paulo (exceção do extremo Nordeste e estreita faixa Leste do Estado), o índice de Água Disponível no Solo encontravase próximo do nível crítico. 28 Revista Canavieiros - Maio de 2007
  • 29. Informações setoriais Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de abril de 2006. Como subsídios aos planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de maio a julho. - Para todo os Estados da Região Centro Sul, estes prognósticos apontam que: - A temperatura deverá “ficar” próxima a acima das normais climáticas: Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de abril de 2007. - As chuvas previstas para os meses de maio a julho poderão se situar entre próximas a abaixo das respectivas médias históricas. Exemplificando, pelas médias históricas pelo Centro Apta - IAC - Ribeirão Preto, são de 55mm em maio, 30mm em junho e 20mm em julho. - Entretanto, pela SOMAR Meteorologia, com a qual a CANAOESTE mantém convênio, as somas das chuvas em junho e julho poderão ser cerca de 10 a 20mm acima das médias históricas da Grande Região Ribeirão Preto. Com a moagem no início, a CANAOESTE recomenda cuidados em colheita e no tráfego de máquinas e caminhões. Como o solo já se encontra seco, a CANAOESTE lembra que cultivos mecânicos enérgicos ou profundos são desnecessários, desde que não tenha havido pisoteios em entre-linhas. Os mapas 1 e 3 mostram que não houve variação do Índice de Água Disponível no Solo entre meados e final de abril de 2007. Comparando-se os mapas 2 (final de abril de 2006) e 3 (final de abril de 2007), observa-se que, ao final deste mês, o nível de Água Disponível no Solo em toda região canavieira do Estado de São Paulo, encontrava-se igualmente restritivo que no mês de abril do ano passado, apenas com mudanças nas regiões com melhor disponibilidade hídrica, localizados próximos a Ourinhos (em abril de 2006) e extremo Nordeste e faixa Leste do Estado (em abril de 2007). Revista Canavieiros - Maio de 2007 29
  • 30. Legislação Corte de árvores isoladas Mais uma vez é autorizado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, mas com novas regras F oi publicada no dia 13.04.2007, no Diário Oficial do Estado, Seção I, a Resolução nº 18, de 11.4.2007, que disciplina sobre os procedimentos para obtenção da autorização de supressão de exemplares arbóreos nativos isolados, situados nas propriedades rurais paulistas, bem como na zona urbana. Este é um atendimento por parte da Secretaria do Meio Ambiente a uma solicitação dos proprietários rurais que ficaram impossibilitados de suprimirem árvores isoladas de sua propriedade, impedindo, inclusive, a mecanização de tais áreas, ante a falta de norma que autorizasse tal prática, desde a revogação da Portaria DEPRN nº 44/ 95, em 19 de agosto de 2006, pela Portaria DEPRN nº 30, de 18.08.2006. A nova resolução estipula a forma e o procedimento a ser adotado para a obtenção da "autorização de supressão de exemplares arbóreos nativos isolados, vivos ou mortos, situados fora de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, assim definidas pelos artigos 2º e 16 do Código Florestal ou fora de Parques, Reservas e Estações Ecológicas assim definidas por ato do Poder Público, quando indispensável para o desenvolvimento de atividades, obras ou empreendimentos, será emitida pelo Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais -DEPRN, por intermédio de suas Equipes Técnicas, após a realização de análise técnica e mediante assinatura de Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental que contemple plantio compensatório". De acordo com a referida resolução, são "exemplares arbóreos nativos isolados: aqueles situados fora de fisionomias vegetais nativas, sejam florestais ou savânicas, cujas copas ou partes aéreas não estejam em contato entre si, destacando-se da paisagem como indivíduos isolados" (art. 2º, inciso I). 30 Revista Canavieiros - Maio de 2007 Para obtenção da autorização, deverá o interessado observar um procedimento de licenciamento instruído conforme Portaria DEPRN nº 51/2005, com o levantamento detalhado de todas as árvores isoladas existentes na propriedade e, ainda, com as seguintes informações: identificação da espécie contemplando o nome científico e popular; Se se trata de espécie arbórea ameaçada de extinção ou objeto de especial proteção; Altura do fuste (tronco); Diâmetro na altura do peito - DAP; Quantidade; Volume; Fotos das árvores solicitadas para corte, aerofotos ou imagens de satélite com indicação das árvores propostas para supressão; Indicação das coordenadas geográficas de cada árvore, determinadas por aparelho GPS.; Planta com a localização dos exemplares arbóreos; e, Projeto de plantio com indicação na planta das áreas que serão recompostas e coordenadas geográficas. A Resolução nº. 18/2007, estipula, em seu corpo, o "prazo máximo de 90 dias para apreciação final da solicitação, a partir do recebimento do pedido, prazo esse que poderá ser prorrogável somente pela Coordenadoria da CPRN, após decisão motivada da Diretoria Geral do DEPRN". Disciplina, também, que para cada árvore isolada deverá ser efetuada a reposição de acordo com o número de exemplares cujo corte for autorizado, na proporção de: 25 mudas por exemplar a ser suprimido, quando o total de árvores for inferior ou igual a 500; 30 mudas por exemplar a ser suprimido, quando o total de árvores for superior a 500 e inferior ou igual a 1000; e, 40 mudas por exemplar a ser suprimido, quando o total de árvores for superior a 1000, determinando, ainda, que a reposição deverá ser realizada nas "Áreas de Preservação Permanente da propriedade, priori-zando- se o plantio ao redor de nascentes e nas margens dos cursos d´água ou, se arborizadas aquelas, em outras áreas a serem indicadas pelo DEPRN". A resolução, porém, cria um limitador para emissão das autoJuliano Bortoloti - Advogado rizações, ao deterDepartamento Jurídico Canaoeste minar em seu artigo 4º que: "A autorização para supressão de exemplares arbóreos nativos isolados em áreas rurais será concedida para o máximo de 15 exemplares por hectare, considerada a área média do imóvel a ser ocupado por atividade, obra ou empreendimento, calculada pela a soma dos pedidos de supressão realizados no período de três anos, apenas excedendo este limite em caso de se efetuar a "compensação na proporção de 50:1 (cinqüenta por um), quando a supressão for comprovadamente essencial para o desenvolvimento da atividade agropecuária, desde que aprovado o projeto de plantio pelo DEPRN". Estas são, em suma, as exigências atuais para obtenção da autorização para corte de árvores isoladas, motivo pelo qual, para obter mais informações a respeito, o Departamento Jurídico da CANAOESTE encontra-se à inteira disposição dos seus associados, inclusive na prestação gratuita destes serviços.
  • 31. Culturas de Rotação Girassóis que apontam para o lucro Marcelo Massensini P ara muitos, o girassol é apenas uma bela flor, ideal para complementar a decoração da casa. Mas, para quem é do ramo agrícola, a planta é muito mais do que isso: é uma maneira, muito rentável, de complementar a renda. As possibilidades são muitas, do uso do óleo e da semente para alimentação humana e animal até a produção de biodiesel. Uma aplicação muito indicada para o girassol é o uso como cultura de rotação para a cana-de-açucar, neste caso a variedade recomendada é a IAC-Iarama. Pesquisada desde 1990, esta variedade tem porte baixo e ciclo curto, possui semente escura com cerca de 42% de óleo e rendimento médio de grãos de 2.000 kg/ha, rentabilidade maior do que a maioria das outras plantas do tipo. A utilização do IAC-Iarama é exclusiva para a produção de óleo. Apesar da quantidade média de óleo em outras variedades de girassol ser praticamente a mesma, segundo o pesquisador Amadeu Regitano Neto, essa variedade se destaca por produzir a mesma quantia, em um espaço de tempo mais curto. "A produção do IAC-Iarama demora de 85 a 95 dias, entre a plantação e a colheita", explica. Esse curto período viabiliza a colheita sem atrapalhar a preparação do solo para o plantio da cana, transformando-se num complemento à renda da propriedade. Ganho que o agricultor não teria com outras cul- Amadeu Regitano Pesquisador Científico - IAC turas usadas para a renovação de canaviais. "O produtor colhe a cana e ainda tem a vantagem de ganhar dinheiro com o óleo de girassol. Mais até do que ganharia com a soja", esclarece Regitano. "Por terem ciclos mais longos, estas culturas podem apresentar problemas, já que precisam ser plantadas em outubro para liberar o solo no final de fevereiro", completa. Um outro ponto a se destacar são os benefícios gerados na propriedade, que vão desde controle de ervas daninhas e reciclagem dos nutrientes, até um enriquecimento significativo no solo. Melhorias que, conseqüentemente, aumentam a produção da cultura seguinte. Isso porque as raízes do girassol soltam substâncias que são tóxicas para as ervas daninhas, mas que não prejudicam outras culturas, como a cana. Mas, se- gundo o pesquisador, é preciso ter cuidado com o herbicida usado na cultura anterior ao girassol, pois o tempo pode não ser suficiente para causar a degradação, permanecendo resíduos tóxicos. Além disso, de acordo com Amadeu Regitano, o produtor deve "controlar o pH do solo, porque o girassol não é tolerante a solos ácidos". O girassol é uma das quatro maiores culturas oleaginosas comestíveis do mundo e os produtos derivados desta planta são muitos: biodiesel, óleo para consumo humano e medicinal, mel, silagem e forragem para alimentação animal, grãos para pássaros, tortas para compor rações em geral e adubo verde. Mas, entre essas opções, o biodiesel de girassol é a mais viável, pois atende às normas européias de qualidade, o que abre caminho para as exportações. Revista Canavieiros - Maio de 2007 31
  • 32. Informações Técnicas Práticas corretivas (Calagem, Gessagem e Fosfatagem) O planejamento das atividades de implantação e manutenção do canavial é de fundamental importância para se obter altas produtividades e retorno econômico. Através de uma análise criteriosa dos fatores de produção e aplicação destes como: variedades, insumos, máquinas e implementos, tipos e preparo do solo, época de plantio e colheita (cana crua e queimada) e controle de pragas são tecnologias aplicadas ao ambiente de produção procurando atingir o máximo potencial de produção. Considerando a correção física, química (nutrição e adubação) e biológica do solo dentro deste contexto, pode se dizer que a cultura terá um incremento de produtividade proporcional ao ajuste de todos esses fatores. A implantação da cultura inicia-se fazendo uma analise química do solo, para correção e adubação, baseada em análise de solo e da compactação, para se definir quais operações mecânicas a serem adotadas no preparo da área a ser explorada. ÉPOCAS E LOCAIS PARA SE RETIRAR AMOSTRAS DE SOLO Em cana planta, deve-se coletar as amostras de solo três meses antes do plantio ou da reforma e em cana-soqua (soqueira) deve-se coletar as amostras logo após a colheita, a um palmo da soqueira (20 a 25cm). As amostras devem ser compostas por cerca de 15 sub-amostras e retiradas de 0 a 20 e 20 a 40cm ou de 0 a 25 a 25 a 50cm de profundidade, realizadas por pessoas habilitadas e treinadas, pois, amostragens mal conduzidas refletirão em todo o resultado. Método de amostragem: 32 Revista Canavieiros - Maio de 2007 COLETA DE AMOSTRAA 20 CM DA SOQUEIRA Em função do resultado da análise e do potencial produtivo serão adotadas as práticas de correção e adubação com macro e micro nutrientes. MANEJO FÍSICO Faz-se necessário uma avaliação da compactação do terreno, verificando a existência de camadas adensadas, que, se presentes, prejudicarão o desenvolvimento do sistema radicular. O uso de grades para destruição de soqueiras e aração com aivécas, tem se mostrado mais eficiente, promovendo uma inversão do solo e eliminação da camada compactada. Nas soqueiras, a correção deve ser feita com incorporação no cultivo e adubação. Antonio Leandro Pagotto Agrônomo Canaoeste - Viradouro Área com aplicação de Calcário MANEJO QUÍMICO De acordo com o resultado da análise da área, determina-se a quantidade e tipo de corretivos a serem usados. BENEFÍCIOS: - Fornece cálcio e magnésio - Aumenta a eficiência da adubação. - Aumenta o desenvolvimento do sistema radicular. - Diminui a necessidade de nitrogênio na cana planta. - Maior resistência a seca e maior absorção de água e nutrientes. - Maior longevidade das soqueiras. CALAGEM Correção do cálcio e magnésio na camada superficial do solo, aumentando o Ph e diminuindo o Alumínio. Calcário e Gesso no depósito da Uname - Sertãozinho
  • 33. Informações Técnicas GESSAGEM O gesso é recomendado de acordo com o resultado da análise de solo realizada na profundidade de 20 a 40cm, como condicionador de subsuperfície do solo, melhorando a distribuição e o desenvolvimento das raízes no subsolo (como mostra a tabela ao lado), diminuindo a saturação BENEFÍCIOS DO GESSO por alumínio e aumentando os teores Fornecimento de cálcio em profunde cálcio e enxofre. Para fornecimento didade diminuindo o alumínio. de enxofre usa-se 1000 kg de gesso/ Maior formação de raízes profundas. hectare. Fornecimento de enxofre. FOSFATAGEM É uma prática corretiva com o objetivo de elevar o teor de fósforo, potencializando a adubação fosfatada de plantio para promover a maior exploração do solo pelo sistema radicular e devido à relação nitrogênio-fósforo, a prática da fosfatagem proporciona maior desempenho da adubação nitrogenada em soqueiras. Deve ser adotada quando o fósforo da análise for menor que 10mg/dm³. DOSAGENS 100 a 150 kg/ P2O5/hectare. BENEFÍCIOS DA FOSFATAGEM Maiores volumes de fósforo em contato com o solo. Maior área de solo explorada pelas raízes. Melhor absorção de água e nutrientes. Melhor convívio com pragas do solo. CONCLUSÃO: Como parte dos produtores não usam todas as práticas corretivas e estão com produção baixa na cana planta e soqueira, um dos fatores que podem melhorar o resultado é a correção de fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), simultaneamente. Os associados podem procurar o Departamento Técnico da Canaoeste para esclarecerem dúvidas. Revista Canavieiros - Maio de 2007 33
  • 34. Pragas e Doenças Pragas da cana-de-açúcar Gustavo de Almeida Nogueira - Gerente do Departamento Técnico da Canaoeste A s pragas que ocorrem nas áreas cultivadas com cana-deaçúcar, apresentam importância em função dos danos que podem causar aos colmos, perfilhos, folhas e sistema radicular, desde a implantação do canavial até a reforma. Várias pragas podem afetar a cultura da cana-de-açúcar, algumas de maior importância atualmente, consideradas pragas chaves, outras consideradas como pragas importantes, pois sua ocorrência está restrita a algumas regiões, mas sempre provocando prejuízos a cultura. Outras pragas potenciais ou secundárias (sem importância econômica), como: pães-de-galinha ou corós, lagarta-elasmo e lagartas desfolhadoras de várias espécies, podem ocorrer, mas não há ainda estudos específicos que quantifiquem os danos que podem provocar à cultura. Em alguma situações, caso sejam en- 34 Revista Canavieiros - Maio de 2007 contradas altas populações destas pragas, nos levam a crer que provocam danos a cultura. LAGARTAS DESFOLHADORAS: Estas lagartas são encontradas em todas as regiões produtoras de cana-deaçúcar do Brasil, provocando a destruição das folhas, onde os prejuízos são variáveis, pois dependem da idade do canavial e da intensidade de infestação . Existem cinco espécies de lagartas que podem causar a desfolha em canade-açúcar e, normalmente, não é recomendado o controle de nenhuma delas, pois quando o agricultor detecta a infestação, as lagartas já se apresentam em último estádio larval, e estão prestes a se transformar em pupas ou crisálidas, quando param de se alimentar, tendo, portanto, já realizado o seu maior dano. Qualquer medida de controle nesta fase, não é recomendado, pois pode provo- car até um desequilíbrio biológico e representa um desperdício, visto que os adultos originados destas crisálidas migrarão para outras áreas, não infestando os canaviais próximos. O controle realizado pelos parasitóides e predadores naturais é muito elevado; e, como anteriormente citado, o maior dano já foi realizado. Diante destes acontecimentos, devese considerar o fato da cana não sofrer perdas significativas quando submetida a uma única desfolha, no decorrer do seu ciclo, em condições normais de desenvolvimento. De qualquer maneira é possível adotar o controle químico em situações específicas como: altas infestações em canaviais recém brotados onde é percebido o ataque logo no início (lagartas pequenas), viveiros de mudas de cana, variedades novas, onde é de extrema importância o rápido desenvolvimento do material; situações de seca que comprometam ainda mais o desenvolvimento do canavial também deverão ser avaliadas.
  • 35. Agende-se Junho de 2007 AGRONEGÓCIOS COPERCANA Data: 20 a 22 de junho de 2007 Local: Clube de Campo Vale do Sol - Sertãozinho - SP Temática: O Agronegócios Copercana é um evento voltado, exclusivamente, aos cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred que visa facilitar seus negócios com bons preços, prazos e juros acessíveis na aquisição de insumos e equipamentos. Mais Informações: (16) 3946 3311 - Roberta/Letícia Site: www.agronegocioscopercana.com Agronegócios Copercana 2006 Serão apresentados no evento, projetos de pesquisa e tecnologias que vem incrementando o mercado de energias renováveis. Mais Informações: (86) 3223-9444 III SEMINÁRIO SOBRE ROTAS TECNOLÓGICAS DA BIOTECNOLOGIA Data: 20 a 22 de junho de 2007 Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto - Ribeirão Preto - SP Temática: Realizado pela FIPASE - Fundação Instituto Pólo Avançado de Saúde de Ribeirão Preto com apoio do CNPq, está alinhado com a Estratégia Nacional da Biotecnologia e irá proporcionar discussões e interações entre diferentes atores, como empresários, empreendedores, pesquisadores, e investidores, a fim de impulsionar o surgimento de novos projetos e a identificação de rotas tecnológicas com potencial de sucesso no Brasil. Mais Informações: (16) 2101-9307 CURSO DE ANÁLISE DE MERCADO FÍSICO E FUTURO DE MILHO ETHANOL SUMMIT 2007 Data: 04 a 05 de junho de 2007 Local: World Trade Center - São Paulo - SP Temática: O São Paulo Ethanol Summit é uma iniciativa da ÚNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) que visa criar uma oportunidade de reunir pessoas que representam diferentes proposições como forma de enfrentar a crise de energia no nosso planeta. O evento está sendo organizado em torno de um tema central: "Novas Fronteiras do Etanol - Os Desafios da Energia no Século 21". Mais Informações: (11) 5087-310 1° CONGRESSO INTERNACIONAL DE AGROENERGIA E BIOCOMBUSTÍVEIS Data: 11 a 15 de junho de 2007 Local: Rio Poty Hotel – Teresina – PI Temática: A programação do evento consta de palestras, conferências, mesas-redondas, painéis, apresentações de trabalhos científicos, rodadas de negócios e feira, sendo divulgadas as políticas existentes na área de agroenergia e biocombustíveis e as novas tecnologias e inovações no setor. Data: 20 de junho de 2007 Local: Auditório CMA - São Paulo - SP Temática: O encontro tem como objetivo reavaliar os novos parâmetros de formação de preço e tendências na comercialização brasileira e mundial, combinando as ações junto com operações de mercado futuro. Destina-se a produtores, operadores, traders, corretores e qualquer profissional que esteja envolvido na administração rural e na comercialização das principais commodities agropecuárias . O curso será ministrado por dois profissionais com larga experiência no setor e formadores de opinião tanto no mercado físico quando nos futuros. Mais Informações: (51) 3224-7039 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE AGRIBUSINESS Data: 28 a 29 de junho de 2007 Local: Hotel Transamérica - São Paulo - SP Temática: O congresso é realizado pela Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG), com patrocínio da Abimaq, Anfavea, Banco do Brasil e apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Abag de Ribeirão Preto. Mais Informações: (11) 5181-2905 Revista Canavieiros - Maio de 2007 35
  • 36. Biblioteca “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” Controle biológico de pragas - Na prática Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português O controle biológico de pragas é cada vez mais estudado e utilizado no mundo e no nosso país. Várias culturas de importância econômica utilizam essa tática na regulação populacional de pragas. Pensando nessa prática, foram idealizados o livro e o curso com o mesmo título, realizado durante a 5ª Semana de Ciências Agrárias e Veterinárias do Centro Universitário Moura Lacerda, em Ribeirão Preto, SP. Escrito de forma clara e objetiva, este livro reúne o conhecimento de 57 autores renomados de diferentes instituições, que contribuíram para a elaboração de 23 capítulos relacionados à utilização de parasitóides, predadores e entomopatógenos. Os quatro primeiros capítulos abordam os conhecimentos básicos sobre o controle biológico de pragas e dão uma visão geral dos programas existentes no país. Os 11 capítulos seguintes avaliam os programas em prática no Brasil e o programa de controle do ácaro verde da mandioca na África que pode ser utilizado em nosso país , discorrendo sobre o modo de utilização dos agentes de controle biológico, as vantagens e desvantagens da táticas, os cuidados a serem tomados, etc. E os 8 capítulos finais abordam outras práticas de controle e suas relações com o controle biológico de pragas, a experiência de empresas na comercialização e utilização de Trichogramma e Metarhizium anisopliae, a criação de agentes de controle biológico "in vitro" e as perspectivas do controle biológico no Brasil, incluindo uma relação extensa de inimigos naturais de lepidóperos-praga que não ocorrem em território nacional. Essa obra tem por objetivo facilitar o entendimento e a aplicação de controle biológico de pragas na prática, não deixando de abordar as informações básicas e aplicadas de cada programa desenvolvido e eu uso no país. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na - Maio de 2007 36 Revista Canavieiros Rua Augusto Zanini, nº 1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16) 3946-3300 - Ramal 2016. 1) É preciso que ele “HAJA” com atenção, a fim de que não “AJA” outro descuido. Escrito dessa forma haverá vários descuidos, principalmente, com o nosso Português... Vamos evitá-los??? Prezados amigos leitores precisamos de muita atenção para AGIRMOS e não confundirmos a diferença entre os 2 verbos. HAJA - do verbo HAVER - (significa existir) AJA - do verbo Agir O correto : É preciso que ele AJA (verbo agir) com atenção, a fim de que não HAJA (verbo Haver; significa “exista”) outro descuido. Dica: A terminação “AJE”, no Português, é sempre com J. Ex.: ultraje, traje, laje... 2) Sabe aquela velha história: “...foi a azeitona da empada que experimentou e “pegou” o estômago...” Pedro está com muita “ÂNCIA” ...passa mal no escritório com fortes dores na barriga... O Português é solidário... “passa mal” também!!! Famosa “azeitona da empada”, famoso o erro da palavra acima “ÂNCIA”. Dica Preciosa: a terminação de palavras escritas com “ÂNCIA”, normalmente, é com C. Ex.: constância, discordância, mendicância, vigilância, estância... MAS a palavra ÂNSIA (anseio, aflição, náusea..) é com S, por favor!!! 3) O “DESTINTO” cidadão foi eleito para o cargo de chefia. Está muito feliz!!!! Felicidade efêmera... “sem luminosidade”... assim não tomará posse... A dica é: DESTINTO: significa sem tinta, sem cor... DISTINTO (com os 2 i na palavra): significa diferente, inconfundível,ilustre... É da mesma família de “DISTINÇÃO” e “DISTINGUIR”. O correto é: O DISTINTO cidadão foi eleito para o cargo de chefia. Agora, parabéns!!! PARA VOCÊ PENSAR: "Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades" Epiceno "A fé, mesmo quando é profunda, nunca é completa" Jean Paul Sartre "Não devemos que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz" Madre Teresa de Calcutá RENATA CARONE SBORGIA Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, Escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia
  • 37. Repercutiu “O PAC atual já avança em uma série de questões importantes, como obras para o escoamento da produção agrícola na região centro-oeste, um dos principais fatores limitantes para o desenvolvimento agrícola da região”. Reinold Stephanes, ministro da agricultura, em visita a Agrishow Ribeirão Preto no dia 3 de maio. Ele prometeu que a região vai receber uma parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) destinado à agricultura. Foto: WWF/Brian Thomson. “Algumas pesquisas têm indicado que em termos de emissões de carbono, na média, o etanol americano produzido do milho pode ser até pior que o petróleo”. Stephan Singer, chefe da unidade de políticas energéticas da ONG WWF (Fundo Mundial para a Natureza). Segundo ele, o etanol proveniente do milho (produzido nos EUA) é claramente mais nocivo ao meio ambiente do que o feito da cana (produzido no Brasil). “Os Estados Unidos, por sua vez, deveriam suspender as barreiras tarifárias e os subsídios que afetam a exportação do etanol”. Foto: Ag. Brasil O presidente cubano Fidel Castro, em artigo divulgado no dia 1º de maio, onde defendeu uma “revolução energética” nas Américas. Foto: Ag. Brasil “Querem diminuir aquecimento, querem melhorar qualidade do ar? Usem combustível renovável, o Brasil pode ser parceiro. Querem diminuir aquecimento? Tá aqui, mamona... Não vai faltar motivação para adotar outra política energética.” O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 15 de maio, durante a primeira coletiva de imprensa do segundo mandato. Revista Canavieiros - Maio de 2007 37
  • 38. Caminhão Cargo - 1992 Vende-se caminhão traçado Ford cargo 2422. Ótimo estado de conservação de pneus e mecânica. Em caso de interesse entre em contato com o Sr Patito ou Assis. 9187-1901 ou 9187-1897. paulistacomercial@uol.com.br. Vende-se Usinas ou fazendas Usinas de açúcar e álcool, destilarias e fazendas, ativas ou desativadas, com capacidade de moagem de 350mil a 14 mi (ton/ano). Interessados devem entrar em contato com Dagoberto Corrarello pelo telefone: (19) 34211459 ou pelo e-mail: brazilsugarmills@itelefonica.com.br. Hyundai Elantra Vendo Hyundai Elantra wagon 97, cor azul, completa, automática, sem detalhes. Aceito troca ou financio. Entrar em contato com Cleber (16) 3951-6982 ou 9796-4197. cleberravel@yahoo.com.br Vende-se MB2638 ano 1999 ótimo estado. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr(a). Elias pelo telefone:(11) 6950-7685 / 78460069. elias.1963@hotmail.com. Vende-se Caminhão 2213 com um cardan, redução de ar na caixinha, todo revisado. 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