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A COMUNICAÇÃO GOVERNAMENTAL E POLÍTICA



       Profa. Dra. Ana Lucia Romero Novelli




                 Junho de 2009
O Público caracteriza-se como nova
        forma de sociabilidade, originária
              do mundo moderno.

1.   A dispersão física possibilita a ampliação da rede de
     relacionamento;
2.   Seu caráter simbólico, que converge às atenções
     para temas ou assuntos de interesse mútuo,
     podendo estabelecer uma convergência de juízos
     entre os membros.
                 Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
“A importância dos públicos deve-se a sua força
     pragmática, a possibilidade de gerar atores
    sociais (coletivos) no pleno sentido do termo,
     com capacidade de intervenção sustentada
  numa sólida base simbólica e racional (idéias e
       convicções) criteriosamente orientada e
    observando exigências de responsabilidade.”
                                                   João Esteves

                Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Predomínio da esfera Privada sobre a Pública

•       Consolidação da atividade mercantil – Eco. Industrial e capitalista;
•       Emergência de nova classe social empreendedora e
        intervencionista (Burguesia);
•       Nova estrutura familiar – limitada aos membros e centralizada na
        autoridade;
    –      Família rural alargada e família genealógica-aristocrática.
•       O MERCADO torna-se o núcleo institucional da sociedade;
    –      O Estado assume posição secundária.

                            Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
“O domínio do PÚBLICO nas sociedades modernas,
                PÚBLICO,
   pela sua articulação com o Privado, define uma
  originalidade própria: o discurso e a comunicação
     com claras funções políticas, orientados por
  objetivos de emancipação, e não como uma mera
 estética da figuração (construção retórica em torno
  da apresentação de si, como meio de superação,
       notoriedade e glorificação do indivíduo)”
                                                Jean-Marc Ferry
             Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Ambigüidade na gênese do Espaço Público


1.   O Espaço Público tornou-se instância exterior ao Poder.
     Emanado da sociedade civil e autônomo ao Estado ao qual
     exige legitimidade e controle da dominação;


2.   O Espaço Público assume tendência institucionalizante
                                          institucionalizante.
     Assume o estatuto de órgão político, exercendo funções de
     poder e participando diretamente na própria dominação.


                    Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Princípios do Espaço Público
•   Republicanismo
•   Anti-Absolutismo                         VONTADE
                                             COLETIVA
•   Pacifismo
                                     Resultado do aperfeiçoamento
                                     contínuo das práticas sociais e
                                      institucionais da sociedade.
                                            Reflexão Racional.

          Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Publicidade e Crítica –
práticas sociais e simbólicas do espaço público


Publicidade – Ato de tornar público. Vinculada à subjetividade, pois é um
     ato individual, que representa um mundo próprio de um dado
     indivíduo. Por isso ela pode concretizar a mediação MORAL da
     Política, na medida em que a Política se projeta de acordo com as
     exigências,
     exigências necessidades, expectativas e aspirações do conjunto
     dos participantes do Espaço Público (os cidadãos).

                         Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Crítica – confere credibilidade ao ideal iluminista de um progresso
      ilimitado da razão. Realiza certo controle pragmático da verdade
      dos enunciados, significando uma garantia ÉTICA de justiça dos
      consensos e compromissos obtidos nas discussões públicas.


Debate – Ele articula a Publicidade e a Crítica. Impõe-se como um
    critério para o funcionamento da Política.
   –    No interior das novas formas de associação
   –    Ao nível da imprensa
   –    Ao nível da própria vida institucional da Política, com o fim da censura,
        da prática do segredo de Estado e com a parlamentarização da
        política.
                         Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Deformações do Espaço Público

• Narrativa fechada sobre si mesma que não favorece a
  discussão de idéias.
• Inviabiliza o acesso à comunicação pública para amplos
  setores da sociedade.
• Restringe o rol de temas.
• Não observa a paridade argumentativa.

                   Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Assimetria na Comunicação

“Uma comunicação sistematicamente distorcida decorre da
   situação de desigualdade (em termos de poder) que
      está criada e é mantida entre interlocutores: uns
    determinam sobre o que se fala e como se fala, os
   outros conformam-se ao silêncio ou, quando muito, a
            falar por uma pauta que não é sua.”
                                                    João Esteves

                 Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Mudanças econômicos-sociais
                         na instância do Público

• Desenvolvimento do capitalismo – falência da base
  concorrencial e ideologia liberal;
• Crises econômicas cíclicas e sistemáticas;
• Acentuação das desigualdades;
• Agudização dos conflitos sociais.

                   Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Mudanças políticas na instância do Público

• Democracia de massa e Estado Social (Welfare
  State);
   – Reordenamento das fronteiras entre Estado e Sociedade.

   – Estado com novas competências: proteção, prestação de
     serviços,regulação e controle econômico, planejamento das
     mudanças sociais.


                   Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Público                        Massa
• A associação e             • Domina a elitização e o
                               centralismo (em relação
  funcionamento
  igualitário é a fonte de     aos processos de direção
                               e decisão), um grau de
  sua força autônoma
                               consciência frágil e uma
                               ‘força própria’ capaz de
                               gerir relações de poder.

  “A principal característica do homem de massa não é
  a brutalidade nem a rudeza, mas seu isolamento e a
         sua falta de relações sociais normais.”
                     Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Influência do MERCADO na Esfera Pública

• Privatismo, concentração e centralização, transnacionalização
  e desregulação.
• Imperatividade do lucro com aparência de diversidade.
• Limitação de circulação de informações políticas relevantes.
• Segmentação obsessiva das audiências.
• Refeudalização do Espaço Público (apropriação por interesses
  particulares organizados).


                    Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
O Agenda Setting é um mecanismo de regulação das
                discussões públicas.




Atua no nível da comunicação política com caráter mais explícito
  e sob a forma do discurso jornalístico, intervindo nos mídias
noticiosos e ao nível dos discursos públicos. Promove juízo sobre
                       os assuntos públicos.

                    Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
O problema prático da atualidade em relação a
    agenda pública é o seu FECHAMENTO.



  Acesso diferenciado ao Espaço Público.



     Desigualdade de recursos entre os
               participantes.

             Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Mídia e redes de resistência social
       PALAVRA PÚBLICA                        • Mesmo poderosos os meios
(funções sociais de mediação simbólica)           de comunicação precisam
                                                  manter certo nível de diálogo
                                                  com os públicos o que
                                                         públicos,
       Circulação ilimitada
                                                  significa certo grau de abertura
                                                  – quando algum discurso foge
                                                  dos limites normatizados, os
Potencialidade para resistência
                                                  mídias não podem ignorá-lo.
  por meio da Opinião Pública
          (ambivalência)                          Questão de legitimidade.
                            Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
O papel ambivalente dos mídias – INSTUMENTOS DE
 MANIPULAÇÃO e FORMAS DE RESISTÊNCIA é uma
                 dos dilemas atuais do Espaço Público.

Hoje a Comunicação Pública é resultante de processos globais de
    diferenciação e complexidades sociais – internos e externos
 – Pluralidade de espaços - internacionais, nacionais, regionais, locais e
   sub-culturais de diferentes tipos;
 – Diferentes níveis de comunicação - presenciais, regulares ou
   episódicos e abstratos.


                        Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Desde o final do século XIX e XX observa-se também uma
  forma emancipatória do Espaço Público (plebeu/classes
    trabalhadoras; Movimento Feminista; Ambientalista).
 Estes movimentos recusam-se a se submeter ao Espaço
       Público normativo (OCIDENTAL – BURGUÊS –
      MASCULINO – BRANCO – HETEROSSEXUAL).


                  Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
• Um dos principais problemas dos mídias é como
  trabalha com o princípio da IGUALDADE.
• Poucos têm acesso aos mídias e muitos são
  espectadores.
• Entre os primeiros também há uma separação: os
  profissionais dos mídias, os atores sociais organizados,
  os indivíduos que conseguem expressão.

                    Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Este modelo impõe a Comunicação Pública
             a secundarização das mensagens políticas


•   O imperativo da rentabilidade do capital numa economia de bens
    escassos (disponibilidade de recepção, capacidade cognitiva e
    atenção das audiências) estabelece uma tirania do entretenimento.


•   A comunicação política se adapta a esta realidade (programas
    eleitorais). Profissionalização da política – RP, MKT Político,
    jornalistas, publicitários.

                        Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
“A expressão de uma crítica social ao atual
       funcionamento dos mídias, redutor das
potencialidades democráticas do Espaço Público, é
uma forma de reafirmação conclusiva de uma certa
   vitalidade deste mesmo Espaço Público – um
            Espaço Público que resiste.”



              Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Funções da Mídia na Sociedade
1.   Exercício da vigilância sobre o meio sócio-político (informações sobre o
     bem-estar do cidadão);
2.   configuração da ordem do dia (agenda dos temas relevantes)
3.   Esclarecimentos dos diversos problemas (acesso aos diversos atores
     sociais)
4.   Promoção de diálogo entre diferentes pontos de vista
5.   Exigência na prestação de contas por parte dos detentores do poder
6.   Promoção da cidadania (mobilização, participação política)
7.   Resistência às ameaças que atingem os próprios mídias


                         Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
O Papel da Sociedade Civil

•   É da dinâmica e da vitalidade da sociedade civil, mais do que dos recursos
    intrínsecos dos mídias, a possibilidade de garantir um regime de funcionamento
    da mídia que seja favorável ao aprofundamento da comunicação política e ao
    reforço democrático da vida pública em geral.


•   As associações mais ou menos estruturadas, mas independentes do Estado e
    do Mercado são uma nova configuração para a Sociedade Civil – impacta na
    formação da opinião pública.
                        pública



                          Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Comunicação Pública




     Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Comunicação Pública

“A comunicação pública é a comunicação formal que
realiza o compartilhamento de informações de utilidade
   pública e cuja responsabilidade é das instituições
                       públicas”.
                          Pierre Zémor – La Communication Publique



                Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Natureza da Mensagem Pública

Devem servir ao interesse público;
São naturalmente complexas, já que se referem a
regulamentação, proteção ou antecipação das incumbências dos
poderes públicos;
Em uma democracia, veiculam os direitos e deveres dos cidadãos
e das instituições públicas;
São muito abstratas, já que remetem a esquemas gerais, planos,
previsões orçamentárias, estudos sócio-econômicos e jurídicos.

                  Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
“A comunicação de uma instituição pública supõe uma
     troca entre um receptor que, também, é em parte
      emissor. É a característica ativa do receptor que
                estabelece a comunicação”.


Órgão Público               Mensagem                 Receptor e
                                                      Emissor


                  Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Finalidade e mediação da comunicação

O excesso de virtude ou indignidade atribuída às
       formas publicitárias ou midiáticas da
    comunicação faz perder de vista as funções
      da comunicação pública que, em uma
    democracia, são informativas, didáticas e
   devem respeitar o debate contraditório no
                âmbito do coletivo.
                 Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Tipos de comunicação

1. De Informação e de
   Explicação: ligada a
   legitimidade da                      Alistamento Militar 2007 O filme de 2007
                                        adota uma linguagem de jogos eletrônicos para
   mensagem pública que                 buscar uma maior identificação com o público-
                                        alvo - anualmente, cerca de 1,8 milhão de
   passa informações                    jovens do sexo masculino completam 18 anos
   sobre o funcionamento                devem se alistar. Mais do que apenas
                                        convocar, o filme busca sensibilizar a
   institucional prático, ou            sociedade para a importância do serviço militar
                                        obrigatório como componente essencial à
   “regras do jogo” cívico.             preservação da soberania do País.

                     Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Tipos de comunicação

2. De Promoção ou
   Valorização das
   instituições ou do serviço            Roubo de bens culturais O filme
                                         intitulado “Lágrimas” visa mobilizar a
   público: abordam temas                população na busca pelos bens
   ou recomendações                      culturais. A peça será veiculada em
   chamadas de ‘grandes                  cadeia nacional de televisão,
                                         convocando o público a consultar, no
   causas sociais’.                      site www.iphan.gov.br, o banco de
                                         dados de peças subtraídas do
                                         patrimônio brasileiro.

                  Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Tipos de comunicação

3. De Discussão ou
   proposição de debate
   dos projetos de mudança
   institucional, das escolhas
   sociais e das ofertas
   políticas.


                    Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
1 – OBRIGAÇÃO DE INFORMAR


   É responsabilidade do Estado fornecer
        informações públicas, fornecer
 permanentemente as regras do jogo coletivo
(quadro legal e de procedimentos) e de prestar
           contas dos atos públicos.


              Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO


A Recepção
É preciso superar a ironia que existe na situação em que
    um funcionário público escondido atrás de um vidro
    nega-se a responder ao cidadão questões sobre as
                       regras sociais.



                   Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO

A Escuta
Com a escuta individual é possível ajustar as respostas às
   necessidades do usuário.
A pesquisa de opinião é um instrumento de escuta.
A linguagem do funcionário público deve entrar em contato com as
   preocupações, a cultura, a situação e o vocabulários do usuário.
É preciso um esforço para sair da cultura e dos jargões
   administrativos.
Têm a missão de informar as instituições sobre a opinião dos usuários
   sobre seus serviços.
                         Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO
O Diálogo
O diálogo permite a co-produção de um serviço personalizado que
   atende o usuário do serviço público.

Quando se escuta um ‘caso particular’ confere-se ao cidadão a
  qualidade do ‘contrato social’ com o poder público, a priori
  esmagador a seus olhos.

A troca de informações também pode chamar atenção para
   questões que podem ter escapado às preocupações mais
   globais.


                     Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO

O Relacionamento
A igualdade pretendida ao se transmitir uma informação
   não é sinônimo da unicidade da mensagem.

“As mídias podem por um lado proceder a difusão de
  dados públicos e, no máximo, encorajar a
  interatividade dos diálogos com as instituições
  públicas, mas, raramente, contribui para a análise
  direta de questões complexas”.

                   Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
3 – PROMOÇÃO DOS SERVIÇOS
   A publicidade sobre os serviços prestados

Informar a existência dos serviços e informações públicas.

Cuidar para a escolha da linguagem, expressões publicitárias e suporte
de mídia.

Indicação: novos serviços ou melhoras significativas na qualidade dos
serviços.

Relações Públicas: momentos singulares da instituição (eventos
importantes).

                      Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
3 – PROMOÇÃO DOS SERVIÇOS


                                    Safra 2007/2008 Campanha de divulgação dos
                                    recursos disponibilizados pelo Governo Federal para
                                    a Safra 2007/2008.




Campanha Projovem A campanha tem como objetivo divulgar
as inscrições para o ProJovem. Para serem beneficiados os jovens
precisam fazer a inscrição por meio da central de atendimento
0800 642 77 77. O ProJovem é destinado a pessoas de 18 a 24
anos de idade que terminaram a quarta série, mas não concluíram
a oitava série do Ensino Fundamental e não têm emprego com
carteira profissional assinada.
                                Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
4 – PROMOVER AS INSTITUIÇÕES



A comunicação tem por objetivo apresentar o
      papel do órgão público, afirmar sua
    identidade e imagem, levar em conta o
 conjunto de suas atividades e acompanhar a
             política da instituição.


             Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
4 – PROMOVER AS INSTITUIÇÕES




Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO

“A comunicação cívica opera no movimento do conjunto da comunicação
   pública. Ela favorece a comunicação em rede (associações, sindicatos,
  coletividades territoriais etc), a proximidade dos emissores, o cotidiano e
                     o caráter concreto das mensagens”.

            7 de setembro 2007 O filme divulga o tema da
            campanha do 7 de setembro deste ano:
            Educação. o caminho do Brasil.




                       Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO


         As Grandes Causas Sociais

As campanhas pelas grandes causas sociais encontram
    menos resistência entre a sociedade e os meios de
 comunicação. Muitas pessoas e organizações privadas
   desenvolvem estas campanhas para ‘emprestar’ sua
                      credibilidade.

                  Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO




Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO




Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
A Questão da Governança



       Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Paradoxo do liberalismo
O Estado é um mal, no entanto, é necessário:
            portanto é um bem.

              Os Estados nacionais precisam de uma
              governança eficiente para fazer frente
                  à crise fiscal e adaptar as formas
            de intervenção econômica e social à nova
                 fase do capitalismo, marcada pela
                      competitividade sistêmica.
              Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Novas práticas para um novo Estado


     Burocracia + Política = Eficiência

    O sucesso das políticas públicas requer a
    mobilização de instrumentos institucionais
técnicos, organizacionais e de gestão e, também,
     estratégias políticas de articulação e de
  coalizões que garantam sua sustentabilidade e
                   legitimidade.
              Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
“Conjunto de mecanismos e procedimentos
  para lidar com a dimensão participativa e
plural da sociedade, implicando na expansão
       e aperfeiçoamento dos meios de
                 interlocução”.



             Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
O Estado se abre para a governança
• As políticas públicas visam a promoção:
   – Do desenvolvimento econômico
   – Da competitividade
   – Da eficiência dos mercados nacionais

• Ampliam-se seus objetivos para:
   – Promoção do bem-estar
   – Participação popular e desenvolvimento da cidadania
   – Descentralização e responsabilização (accountability)

                       Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Governança: eficiência na gestão


        Governança                                      Democracia
•   Os governos que asseguram a                 •    As estratégias governamentais
    participação dos cidadãos na                     para uma governança eficiente
    formulação e implantação de                      tornam o Estado mais
    políticas públicas tornam-se mais                permeável à influência da
    eficientes na medida em que estas                sociedade, seja pela
    políticas alcançam maior                         participação direta, seja pela
    sustentabilidade política e                      representação.
    legitimidade.

                            Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Principais mecanismos de governança

     Referendo, plebiscito e iniciativa popular
• São mecanismos de uso extraordinário
   – Não cumprem totalmente a necessidade da discussão e
     deliberação racional.
• Convivência pacifica entre a democracia direta e a
  representativa
• Demanda a ampliação dos espaços de representação para
  além dos partidos e parlamentos

                    Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Controle comunitário na administração
                Descentralização da formulação e
                implantação das políticas públicas
  Participação Resolutiva                        Participação Consultiva
• Criação de conselhos que                    • Criação de conselhos
  auxiliam na gestão                            consultivos
• Experiência e proximidade do                • Audiências públicas
  cidadão que utiliza dos serviços
  públicos oferecidos                         • Pesquisas de opinião
                                              • Ombudsman
                          Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Participação social pelo terceiro setor

 Consiste na transferência da responsabilidade pela
prestação de serviços públicos para instituições sem fins
 lucrativos que não participam nem do Estado, nem do
                       mercado.
                • Contrato de gestão



                 Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Estágios de desenvolvimento da governança


  Governo             Governo                       Governo
 autoritário        democrático                   democrático

    Á                       Á                          Á
 Ausência de         Governança                   Governança
 Governança           Consultiva                  Participativa
                                                     ?????
               Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Fluxos de comunicação governo-cidadão
                   Informação
     Relação de mão única em que o governo fornece
  informações aos cidadãos. Refere-se tanto ao acesso
“passivo” do cidadão frente às informações demandadas,
 quanto às medidas “ativas” do governo para divulgação
               da informação aos cidadãos.




                Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Fluxos de comunicação governo-cidadão
                     Consulta
 Relação de mão dupla, onde os cidadãos
oferecem feedback ao governo. Baseia-se
na definição prévia do governo sobre quais
   temas o cidadão serão solicitados a
         fornecerem suas opiniões.




Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Fluxos de comunicação governo-cidadão

                 Participação ativa
 Relação que se baseia na parceria com o governo, em que os
 cidadãos se engajam diretamente na formulação das políticas
públicas e têm reconhecido o seu papel na proposta de opções.




                  Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Comunicação para a Governança



-   Divulgação de ações
      políticas públicas                        Fortalecimento
                                                 das relações

                               =             comunicativas entre o


+     Participação nos                       Estado e a sociedade
    programas e gestão                       Participação e cidadania


                   Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na
                                        formulação de políticas


1. Compromisso
   •   É preciso haver compromisso de todas os níveis com o propósito de buscar
       maior participação do cidadão

2. Direitos
   •   Os direitos à informação, serem consultados e participarem ativamente
       devem ser assegurados por leis.


                         Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na
                                        formulação de políticas

3. Clareza
   •   Os objetivos e limites de cada ação devem ser claras para todos os
       envolvidos. O cidadão e o governo.

4. Prazo
   •   Os prazos para as etapas da participação devem ser compatíveis com a
       formulação das políticas. É possível haver grande variedade de
       colaborações.


                         Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na
                                        formulação de políticas



5. Objetividade
   •   A informação deve ser completa, objetiva e acessível. Todo cidadão deve ser
       respeitado em seus direitos de acesso á informação e à participação.

6. Recursos
   •   É preciso que estejam disponíveis recursos humanos, financeiros e técnicos.


                        Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na
                                        formulação de políticas

7. Coordenação
   •   As ações devem ser coordenadas nas diversas esferas. Deve haver
       coerência das políticas, sem duplicações. Deve-se evitar a “fadiga por
       excesso de consultas”.

8. Responsabilidade
   •   Os governos têm obrigação de prestar contas. Devem assegurar que o
       processo de elaboração de políticas seja aberto, transparente e de fácil
       supervisão pelos cidadãos.

                          Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na
                                         formulação de políticas


9. Avaliação
   •   É preciso haver instrumentos de avaliação do desempenho dos governos no
       fornecimento de informações, adaptando-se a novas exigências.

10. Cidadania ativa
   •   Benefício dos governos com o fortalecimento da educação e capacidade
       cívica dos cidadãos.



                         Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Considerações Finais
Mecanismos de governança, desenvolvidos pelo Estado, apoiados
 por estratégias inovadoras de comunicação, têm por objetivo o
      fortalecimento da democracia e das práticas cidadãs.

                               Cidadania




                                Estado
    Governança                                          Comunicação
                     Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Referências Bibliográficas

•     COSTA, Sérgio. As Cores de Ercília: esfera pública, democracia, configurações pós-nacionais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.
•     ESTEVES. João Pissarra. Espaço Público e Democracia. São Leopoldo (RS): Editora Unisinos, 2003. pp. 27-70.
•     HABERMAS, Jürgen . Mudança estrutural da esfera pública. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984
•     HABERMAS, Jürgen.“L’espace public, 30 ans après”. Quaderne nº 18 – Automne, 1992.
•     LARA, Maurício. As sete portas da comunicação pública. Belo Horizonte: Gutenberg, 2003.
•     LIMA, Venício Artur. “Os mídia e a política”. In: RUA, Maria das Graças et. al. (orgs.). O estudo da política – tópicos selecionados. Brasília:
      Paralelo 15, 1998. pp. 209-230.
•     MARCELINO, Gileno Fernandes. Governo, Imagem e Sociedade. Brasília: Fundação Centro de Formação do Servidor Público – FUNCEP,
      1988. pp. 61-88.
•     MATOS, Heloiza (org). Mídia, eleições e democracia. São Paulo: Scritta, 1994.
•     OLIVEIRA, Maria José (org.) Comunicação pública. Campinas: Editora Alínea, 2004.
•     RUBIM, Antonio Albino Canelas. Comunicação & Política. São Paulo: Hacker Editores, 2000. pp. 11-46.
•     RUBIM, Antônio Albino.“Sociabilidade, comunicação e política contemporâneas”. Textos de Cultura e Comunicação. Salvador, nº 27, 1992. pp.
      3-23.
•     THOMPSON, John B. A Mídia e a Modernidade. Petrópolis: Vozes, 1998. pp.47-76.
•     DUARTE, Jorge (org.). Comunicação Pública – estado, mercado, sociedade e interesse público. São Paulo: Atlas, 2007.
•     MATOS, Heloiza. “Comunicação pública, democracia e cidadania: o caso do Legislativo”. Trabalho apresentado no XXII Congresso Brasileiro
      de Ciências da Comunicação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares – INTERCOM, 1999.
•     NOVELLI, Ana Lucia Romero. O papel institucional da Comunicação Pública para o sucesso da Governança. Organicom. Revista Brasileira de
      Comunicação Organizacional e Relações Públicas, v. Ano 3, p. 74-89, 2006.
•     OLIVEIRA, Maria José (org.) Comunicação pública. Campinas: Editora Alínea, 2004.
•     ZÉMOR, Pierre. La Communication Publique. Paris: Presss Universitaires de France, 1995


                                               Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
Obrigada!
alnovelli@uol.com.br




  Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli

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A comunicação governamental e política no espaço público

  • 1. A COMUNICAÇÃO GOVERNAMENTAL E POLÍTICA Profa. Dra. Ana Lucia Romero Novelli Junho de 2009
  • 2. O Público caracteriza-se como nova forma de sociabilidade, originária do mundo moderno. 1. A dispersão física possibilita a ampliação da rede de relacionamento; 2. Seu caráter simbólico, que converge às atenções para temas ou assuntos de interesse mútuo, podendo estabelecer uma convergência de juízos entre os membros. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 3. “A importância dos públicos deve-se a sua força pragmática, a possibilidade de gerar atores sociais (coletivos) no pleno sentido do termo, com capacidade de intervenção sustentada numa sólida base simbólica e racional (idéias e convicções) criteriosamente orientada e observando exigências de responsabilidade.” João Esteves Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 4. Predomínio da esfera Privada sobre a Pública • Consolidação da atividade mercantil – Eco. Industrial e capitalista; • Emergência de nova classe social empreendedora e intervencionista (Burguesia); • Nova estrutura familiar – limitada aos membros e centralizada na autoridade; – Família rural alargada e família genealógica-aristocrática. • O MERCADO torna-se o núcleo institucional da sociedade; – O Estado assume posição secundária. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 5. “O domínio do PÚBLICO nas sociedades modernas, PÚBLICO, pela sua articulação com o Privado, define uma originalidade própria: o discurso e a comunicação com claras funções políticas, orientados por objetivos de emancipação, e não como uma mera estética da figuração (construção retórica em torno da apresentação de si, como meio de superação, notoriedade e glorificação do indivíduo)” Jean-Marc Ferry Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 6. Ambigüidade na gênese do Espaço Público 1. O Espaço Público tornou-se instância exterior ao Poder. Emanado da sociedade civil e autônomo ao Estado ao qual exige legitimidade e controle da dominação; 2. O Espaço Público assume tendência institucionalizante institucionalizante. Assume o estatuto de órgão político, exercendo funções de poder e participando diretamente na própria dominação. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 7. Princípios do Espaço Público • Republicanismo • Anti-Absolutismo VONTADE COLETIVA • Pacifismo Resultado do aperfeiçoamento contínuo das práticas sociais e institucionais da sociedade. Reflexão Racional. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 8. Publicidade e Crítica – práticas sociais e simbólicas do espaço público Publicidade – Ato de tornar público. Vinculada à subjetividade, pois é um ato individual, que representa um mundo próprio de um dado indivíduo. Por isso ela pode concretizar a mediação MORAL da Política, na medida em que a Política se projeta de acordo com as exigências, exigências necessidades, expectativas e aspirações do conjunto dos participantes do Espaço Público (os cidadãos). Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 9. Crítica – confere credibilidade ao ideal iluminista de um progresso ilimitado da razão. Realiza certo controle pragmático da verdade dos enunciados, significando uma garantia ÉTICA de justiça dos consensos e compromissos obtidos nas discussões públicas. Debate – Ele articula a Publicidade e a Crítica. Impõe-se como um critério para o funcionamento da Política. – No interior das novas formas de associação – Ao nível da imprensa – Ao nível da própria vida institucional da Política, com o fim da censura, da prática do segredo de Estado e com a parlamentarização da política. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 10. Deformações do Espaço Público • Narrativa fechada sobre si mesma que não favorece a discussão de idéias. • Inviabiliza o acesso à comunicação pública para amplos setores da sociedade. • Restringe o rol de temas. • Não observa a paridade argumentativa. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 11. Assimetria na Comunicação “Uma comunicação sistematicamente distorcida decorre da situação de desigualdade (em termos de poder) que está criada e é mantida entre interlocutores: uns determinam sobre o que se fala e como se fala, os outros conformam-se ao silêncio ou, quando muito, a falar por uma pauta que não é sua.” João Esteves Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 12. Mudanças econômicos-sociais na instância do Público • Desenvolvimento do capitalismo – falência da base concorrencial e ideologia liberal; • Crises econômicas cíclicas e sistemáticas; • Acentuação das desigualdades; • Agudização dos conflitos sociais. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 13. Mudanças políticas na instância do Público • Democracia de massa e Estado Social (Welfare State); – Reordenamento das fronteiras entre Estado e Sociedade. – Estado com novas competências: proteção, prestação de serviços,regulação e controle econômico, planejamento das mudanças sociais. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 14. Público Massa • A associação e • Domina a elitização e o centralismo (em relação funcionamento igualitário é a fonte de aos processos de direção e decisão), um grau de sua força autônoma consciência frágil e uma ‘força própria’ capaz de gerir relações de poder. “A principal característica do homem de massa não é a brutalidade nem a rudeza, mas seu isolamento e a sua falta de relações sociais normais.” Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 15. Influência do MERCADO na Esfera Pública • Privatismo, concentração e centralização, transnacionalização e desregulação. • Imperatividade do lucro com aparência de diversidade. • Limitação de circulação de informações políticas relevantes. • Segmentação obsessiva das audiências. • Refeudalização do Espaço Público (apropriação por interesses particulares organizados). Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 16. O Agenda Setting é um mecanismo de regulação das discussões públicas. Atua no nível da comunicação política com caráter mais explícito e sob a forma do discurso jornalístico, intervindo nos mídias noticiosos e ao nível dos discursos públicos. Promove juízo sobre os assuntos públicos. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 17. O problema prático da atualidade em relação a agenda pública é o seu FECHAMENTO. Acesso diferenciado ao Espaço Público. Desigualdade de recursos entre os participantes. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 18. Mídia e redes de resistência social PALAVRA PÚBLICA • Mesmo poderosos os meios (funções sociais de mediação simbólica) de comunicação precisam manter certo nível de diálogo com os públicos o que públicos, Circulação ilimitada significa certo grau de abertura – quando algum discurso foge dos limites normatizados, os Potencialidade para resistência mídias não podem ignorá-lo. por meio da Opinião Pública (ambivalência) Questão de legitimidade. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 19. O papel ambivalente dos mídias – INSTUMENTOS DE MANIPULAÇÃO e FORMAS DE RESISTÊNCIA é uma dos dilemas atuais do Espaço Público. Hoje a Comunicação Pública é resultante de processos globais de diferenciação e complexidades sociais – internos e externos – Pluralidade de espaços - internacionais, nacionais, regionais, locais e sub-culturais de diferentes tipos; – Diferentes níveis de comunicação - presenciais, regulares ou episódicos e abstratos. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 20. Desde o final do século XIX e XX observa-se também uma forma emancipatória do Espaço Público (plebeu/classes trabalhadoras; Movimento Feminista; Ambientalista). Estes movimentos recusam-se a se submeter ao Espaço Público normativo (OCIDENTAL – BURGUÊS – MASCULINO – BRANCO – HETEROSSEXUAL). Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 21. • Um dos principais problemas dos mídias é como trabalha com o princípio da IGUALDADE. • Poucos têm acesso aos mídias e muitos são espectadores. • Entre os primeiros também há uma separação: os profissionais dos mídias, os atores sociais organizados, os indivíduos que conseguem expressão. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 22. Este modelo impõe a Comunicação Pública a secundarização das mensagens políticas • O imperativo da rentabilidade do capital numa economia de bens escassos (disponibilidade de recepção, capacidade cognitiva e atenção das audiências) estabelece uma tirania do entretenimento. • A comunicação política se adapta a esta realidade (programas eleitorais). Profissionalização da política – RP, MKT Político, jornalistas, publicitários. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 23. “A expressão de uma crítica social ao atual funcionamento dos mídias, redutor das potencialidades democráticas do Espaço Público, é uma forma de reafirmação conclusiva de uma certa vitalidade deste mesmo Espaço Público – um Espaço Público que resiste.” Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 24. Funções da Mídia na Sociedade 1. Exercício da vigilância sobre o meio sócio-político (informações sobre o bem-estar do cidadão); 2. configuração da ordem do dia (agenda dos temas relevantes) 3. Esclarecimentos dos diversos problemas (acesso aos diversos atores sociais) 4. Promoção de diálogo entre diferentes pontos de vista 5. Exigência na prestação de contas por parte dos detentores do poder 6. Promoção da cidadania (mobilização, participação política) 7. Resistência às ameaças que atingem os próprios mídias Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 25. O Papel da Sociedade Civil • É da dinâmica e da vitalidade da sociedade civil, mais do que dos recursos intrínsecos dos mídias, a possibilidade de garantir um regime de funcionamento da mídia que seja favorável ao aprofundamento da comunicação política e ao reforço democrático da vida pública em geral. • As associações mais ou menos estruturadas, mas independentes do Estado e do Mercado são uma nova configuração para a Sociedade Civil – impacta na formação da opinião pública. pública Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 26. Comunicação Pública Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 27. Comunicação Pública “A comunicação pública é a comunicação formal que realiza o compartilhamento de informações de utilidade pública e cuja responsabilidade é das instituições públicas”. Pierre Zémor – La Communication Publique Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 28. Natureza da Mensagem Pública Devem servir ao interesse público; São naturalmente complexas, já que se referem a regulamentação, proteção ou antecipação das incumbências dos poderes públicos; Em uma democracia, veiculam os direitos e deveres dos cidadãos e das instituições públicas; São muito abstratas, já que remetem a esquemas gerais, planos, previsões orçamentárias, estudos sócio-econômicos e jurídicos. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 29. “A comunicação de uma instituição pública supõe uma troca entre um receptor que, também, é em parte emissor. É a característica ativa do receptor que estabelece a comunicação”. Órgão Público Mensagem Receptor e Emissor Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 30. Finalidade e mediação da comunicação O excesso de virtude ou indignidade atribuída às formas publicitárias ou midiáticas da comunicação faz perder de vista as funções da comunicação pública que, em uma democracia, são informativas, didáticas e devem respeitar o debate contraditório no âmbito do coletivo. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 31. Tipos de comunicação 1. De Informação e de Explicação: ligada a legitimidade da Alistamento Militar 2007 O filme de 2007 adota uma linguagem de jogos eletrônicos para mensagem pública que buscar uma maior identificação com o público- alvo - anualmente, cerca de 1,8 milhão de passa informações jovens do sexo masculino completam 18 anos sobre o funcionamento devem se alistar. Mais do que apenas convocar, o filme busca sensibilizar a institucional prático, ou sociedade para a importância do serviço militar obrigatório como componente essencial à “regras do jogo” cívico. preservação da soberania do País. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 32. Tipos de comunicação 2. De Promoção ou Valorização das instituições ou do serviço Roubo de bens culturais O filme intitulado “Lágrimas” visa mobilizar a público: abordam temas população na busca pelos bens ou recomendações culturais. A peça será veiculada em chamadas de ‘grandes cadeia nacional de televisão, convocando o público a consultar, no causas sociais’. site www.iphan.gov.br, o banco de dados de peças subtraídas do patrimônio brasileiro. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 33. Tipos de comunicação 3. De Discussão ou proposição de debate dos projetos de mudança institucional, das escolhas sociais e das ofertas políticas. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 34. 1 – OBRIGAÇÃO DE INFORMAR É responsabilidade do Estado fornecer informações públicas, fornecer permanentemente as regras do jogo coletivo (quadro legal e de procedimentos) e de prestar contas dos atos públicos. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 35. 2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO A Recepção É preciso superar a ironia que existe na situação em que um funcionário público escondido atrás de um vidro nega-se a responder ao cidadão questões sobre as regras sociais. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 36. 2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO A Escuta Com a escuta individual é possível ajustar as respostas às necessidades do usuário. A pesquisa de opinião é um instrumento de escuta. A linguagem do funcionário público deve entrar em contato com as preocupações, a cultura, a situação e o vocabulários do usuário. É preciso um esforço para sair da cultura e dos jargões administrativos. Têm a missão de informar as instituições sobre a opinião dos usuários sobre seus serviços. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 37. 2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO O Diálogo O diálogo permite a co-produção de um serviço personalizado que atende o usuário do serviço público. Quando se escuta um ‘caso particular’ confere-se ao cidadão a qualidade do ‘contrato social’ com o poder público, a priori esmagador a seus olhos. A troca de informações também pode chamar atenção para questões que podem ter escapado às preocupações mais globais. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 38. 2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO O Relacionamento A igualdade pretendida ao se transmitir uma informação não é sinônimo da unicidade da mensagem. “As mídias podem por um lado proceder a difusão de dados públicos e, no máximo, encorajar a interatividade dos diálogos com as instituições públicas, mas, raramente, contribui para a análise direta de questões complexas”. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 39. 3 – PROMOÇÃO DOS SERVIÇOS A publicidade sobre os serviços prestados Informar a existência dos serviços e informações públicas. Cuidar para a escolha da linguagem, expressões publicitárias e suporte de mídia. Indicação: novos serviços ou melhoras significativas na qualidade dos serviços. Relações Públicas: momentos singulares da instituição (eventos importantes). Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 40. 3 – PROMOÇÃO DOS SERVIÇOS Safra 2007/2008 Campanha de divulgação dos recursos disponibilizados pelo Governo Federal para a Safra 2007/2008. Campanha Projovem A campanha tem como objetivo divulgar as inscrições para o ProJovem. Para serem beneficiados os jovens precisam fazer a inscrição por meio da central de atendimento 0800 642 77 77. O ProJovem é destinado a pessoas de 18 a 24 anos de idade que terminaram a quarta série, mas não concluíram a oitava série do Ensino Fundamental e não têm emprego com carteira profissional assinada. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 41. 4 – PROMOVER AS INSTITUIÇÕES A comunicação tem por objetivo apresentar o papel do órgão público, afirmar sua identidade e imagem, levar em conta o conjunto de suas atividades e acompanhar a política da instituição. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 42. 4 – PROMOVER AS INSTITUIÇÕES Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 43. 5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO “A comunicação cívica opera no movimento do conjunto da comunicação pública. Ela favorece a comunicação em rede (associações, sindicatos, coletividades territoriais etc), a proximidade dos emissores, o cotidiano e o caráter concreto das mensagens”. 7 de setembro 2007 O filme divulga o tema da campanha do 7 de setembro deste ano: Educação. o caminho do Brasil. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 44. 5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO As Grandes Causas Sociais As campanhas pelas grandes causas sociais encontram menos resistência entre a sociedade e os meios de comunicação. Muitas pessoas e organizações privadas desenvolvem estas campanhas para ‘emprestar’ sua credibilidade. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 45. 5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 46. 5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 47. A Questão da Governança Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 48. Paradoxo do liberalismo O Estado é um mal, no entanto, é necessário: portanto é um bem. Os Estados nacionais precisam de uma governança eficiente para fazer frente à crise fiscal e adaptar as formas de intervenção econômica e social à nova fase do capitalismo, marcada pela competitividade sistêmica. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 49. Novas práticas para um novo Estado Burocracia + Política = Eficiência O sucesso das políticas públicas requer a mobilização de instrumentos institucionais técnicos, organizacionais e de gestão e, também, estratégias políticas de articulação e de coalizões que garantam sua sustentabilidade e legitimidade. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 50. “Conjunto de mecanismos e procedimentos para lidar com a dimensão participativa e plural da sociedade, implicando na expansão e aperfeiçoamento dos meios de interlocução”. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 51. O Estado se abre para a governança • As políticas públicas visam a promoção: – Do desenvolvimento econômico – Da competitividade – Da eficiência dos mercados nacionais • Ampliam-se seus objetivos para: – Promoção do bem-estar – Participação popular e desenvolvimento da cidadania – Descentralização e responsabilização (accountability) Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 52. Governança: eficiência na gestão Governança Democracia • Os governos que asseguram a • As estratégias governamentais participação dos cidadãos na para uma governança eficiente formulação e implantação de tornam o Estado mais políticas públicas tornam-se mais permeável à influência da eficientes na medida em que estas sociedade, seja pela políticas alcançam maior participação direta, seja pela sustentabilidade política e representação. legitimidade. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 53. Principais mecanismos de governança Referendo, plebiscito e iniciativa popular • São mecanismos de uso extraordinário – Não cumprem totalmente a necessidade da discussão e deliberação racional. • Convivência pacifica entre a democracia direta e a representativa • Demanda a ampliação dos espaços de representação para além dos partidos e parlamentos Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 54. Controle comunitário na administração Descentralização da formulação e implantação das políticas públicas Participação Resolutiva Participação Consultiva • Criação de conselhos que • Criação de conselhos auxiliam na gestão consultivos • Experiência e proximidade do • Audiências públicas cidadão que utiliza dos serviços públicos oferecidos • Pesquisas de opinião • Ombudsman Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 55. Participação social pelo terceiro setor Consiste na transferência da responsabilidade pela prestação de serviços públicos para instituições sem fins lucrativos que não participam nem do Estado, nem do mercado. • Contrato de gestão Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 56. Estágios de desenvolvimento da governança Governo Governo Governo autoritário democrático democrático Á Á Á Ausência de Governança Governança Governança Consultiva Participativa ????? Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 57. Fluxos de comunicação governo-cidadão Informação Relação de mão única em que o governo fornece informações aos cidadãos. Refere-se tanto ao acesso “passivo” do cidadão frente às informações demandadas, quanto às medidas “ativas” do governo para divulgação da informação aos cidadãos. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 58. Fluxos de comunicação governo-cidadão Consulta Relação de mão dupla, onde os cidadãos oferecem feedback ao governo. Baseia-se na definição prévia do governo sobre quais temas o cidadão serão solicitados a fornecerem suas opiniões. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 59. Fluxos de comunicação governo-cidadão Participação ativa Relação que se baseia na parceria com o governo, em que os cidadãos se engajam diretamente na formulação das políticas públicas e têm reconhecido o seu papel na proposta de opções. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 60. Comunicação para a Governança - Divulgação de ações políticas públicas Fortalecimento das relações = comunicativas entre o + Participação nos Estado e a sociedade programas e gestão Participação e cidadania Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 61. Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na formulação de políticas 1. Compromisso • É preciso haver compromisso de todas os níveis com o propósito de buscar maior participação do cidadão 2. Direitos • Os direitos à informação, serem consultados e participarem ativamente devem ser assegurados por leis. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 62. Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na formulação de políticas 3. Clareza • Os objetivos e limites de cada ação devem ser claras para todos os envolvidos. O cidadão e o governo. 4. Prazo • Os prazos para as etapas da participação devem ser compatíveis com a formulação das políticas. É possível haver grande variedade de colaborações. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 63. Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na formulação de políticas 5. Objetividade • A informação deve ser completa, objetiva e acessível. Todo cidadão deve ser respeitado em seus direitos de acesso á informação e à participação. 6. Recursos • É preciso que estejam disponíveis recursos humanos, financeiros e técnicos. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 64. Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na formulação de políticas 7. Coordenação • As ações devem ser coordenadas nas diversas esferas. Deve haver coerência das políticas, sem duplicações. Deve-se evitar a “fadiga por excesso de consultas”. 8. Responsabilidade • Os governos têm obrigação de prestar contas. Devem assegurar que o processo de elaboração de políticas seja aberto, transparente e de fácil supervisão pelos cidadãos. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 65. Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na formulação de políticas 9. Avaliação • É preciso haver instrumentos de avaliação do desempenho dos governos no fornecimento de informações, adaptando-se a novas exigências. 10. Cidadania ativa • Benefício dos governos com o fortalecimento da educação e capacidade cívica dos cidadãos. Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 66. Considerações Finais Mecanismos de governança, desenvolvidos pelo Estado, apoiados por estratégias inovadoras de comunicação, têm por objetivo o fortalecimento da democracia e das práticas cidadãs. Cidadania Estado Governança Comunicação Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 67. Referências Bibliográficas • COSTA, Sérgio. As Cores de Ercília: esfera pública, democracia, configurações pós-nacionais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. • ESTEVES. João Pissarra. Espaço Público e Democracia. São Leopoldo (RS): Editora Unisinos, 2003. pp. 27-70. • HABERMAS, Jürgen . Mudança estrutural da esfera pública. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984 • HABERMAS, Jürgen.“L’espace public, 30 ans après”. Quaderne nº 18 – Automne, 1992. • LARA, Maurício. As sete portas da comunicação pública. Belo Horizonte: Gutenberg, 2003. • LIMA, Venício Artur. “Os mídia e a política”. In: RUA, Maria das Graças et. al. (orgs.). O estudo da política – tópicos selecionados. Brasília: Paralelo 15, 1998. pp. 209-230. • MARCELINO, Gileno Fernandes. Governo, Imagem e Sociedade. Brasília: Fundação Centro de Formação do Servidor Público – FUNCEP, 1988. pp. 61-88. • MATOS, Heloiza (org). Mídia, eleições e democracia. São Paulo: Scritta, 1994. • OLIVEIRA, Maria José (org.) Comunicação pública. Campinas: Editora Alínea, 2004. • RUBIM, Antonio Albino Canelas. Comunicação & Política. São Paulo: Hacker Editores, 2000. pp. 11-46. • RUBIM, Antônio Albino.“Sociabilidade, comunicação e política contemporâneas”. Textos de Cultura e Comunicação. Salvador, nº 27, 1992. pp. 3-23. • THOMPSON, John B. A Mídia e a Modernidade. Petrópolis: Vozes, 1998. pp.47-76. • DUARTE, Jorge (org.). Comunicação Pública – estado, mercado, sociedade e interesse público. São Paulo: Atlas, 2007. • MATOS, Heloiza. “Comunicação pública, democracia e cidadania: o caso do Legislativo”. Trabalho apresentado no XXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares – INTERCOM, 1999. • NOVELLI, Ana Lucia Romero. O papel institucional da Comunicação Pública para o sucesso da Governança. Organicom. Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e Relações Públicas, v. Ano 3, p. 74-89, 2006. • OLIVEIRA, Maria José (org.) Comunicação pública. Campinas: Editora Alínea, 2004. • ZÉMOR, Pierre. La Communication Publique. Paris: Presss Universitaires de France, 1995 Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
  • 68. Obrigada! alnovelli@uol.com.br Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli