2. O Público caracteriza-se como nova
forma de sociabilidade, originária
do mundo moderno.
1. A dispersão física possibilita a ampliação da rede de
relacionamento;
2. Seu caráter simbólico, que converge às atenções
para temas ou assuntos de interesse mútuo,
podendo estabelecer uma convergência de juízos
entre os membros.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
3. “A importância dos públicos deve-se a sua força
pragmática, a possibilidade de gerar atores
sociais (coletivos) no pleno sentido do termo,
com capacidade de intervenção sustentada
numa sólida base simbólica e racional (idéias e
convicções) criteriosamente orientada e
observando exigências de responsabilidade.”
João Esteves
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
4. Predomínio da esfera Privada sobre a Pública
• Consolidação da atividade mercantil – Eco. Industrial e capitalista;
• Emergência de nova classe social empreendedora e
intervencionista (Burguesia);
• Nova estrutura familiar – limitada aos membros e centralizada na
autoridade;
– Família rural alargada e família genealógica-aristocrática.
• O MERCADO torna-se o núcleo institucional da sociedade;
– O Estado assume posição secundária.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
5. “O domínio do PÚBLICO nas sociedades modernas,
PÚBLICO,
pela sua articulação com o Privado, define uma
originalidade própria: o discurso e a comunicação
com claras funções políticas, orientados por
objetivos de emancipação, e não como uma mera
estética da figuração (construção retórica em torno
da apresentação de si, como meio de superação,
notoriedade e glorificação do indivíduo)”
Jean-Marc Ferry
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
6. Ambigüidade na gênese do Espaço Público
1. O Espaço Público tornou-se instância exterior ao Poder.
Emanado da sociedade civil e autônomo ao Estado ao qual
exige legitimidade e controle da dominação;
2. O Espaço Público assume tendência institucionalizante
institucionalizante.
Assume o estatuto de órgão político, exercendo funções de
poder e participando diretamente na própria dominação.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
7. Princípios do Espaço Público
• Republicanismo
• Anti-Absolutismo VONTADE
COLETIVA
• Pacifismo
Resultado do aperfeiçoamento
contínuo das práticas sociais e
institucionais da sociedade.
Reflexão Racional.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
8. Publicidade e Crítica –
práticas sociais e simbólicas do espaço público
Publicidade – Ato de tornar público. Vinculada à subjetividade, pois é um
ato individual, que representa um mundo próprio de um dado
indivíduo. Por isso ela pode concretizar a mediação MORAL da
Política, na medida em que a Política se projeta de acordo com as
exigências,
exigências necessidades, expectativas e aspirações do conjunto
dos participantes do Espaço Público (os cidadãos).
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
9. Crítica – confere credibilidade ao ideal iluminista de um progresso
ilimitado da razão. Realiza certo controle pragmático da verdade
dos enunciados, significando uma garantia ÉTICA de justiça dos
consensos e compromissos obtidos nas discussões públicas.
Debate – Ele articula a Publicidade e a Crítica. Impõe-se como um
critério para o funcionamento da Política.
– No interior das novas formas de associação
– Ao nível da imprensa
– Ao nível da própria vida institucional da Política, com o fim da censura,
da prática do segredo de Estado e com a parlamentarização da
política.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
10. Deformações do Espaço Público
• Narrativa fechada sobre si mesma que não favorece a
discussão de idéias.
• Inviabiliza o acesso à comunicação pública para amplos
setores da sociedade.
• Restringe o rol de temas.
• Não observa a paridade argumentativa.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
11. Assimetria na Comunicação
“Uma comunicação sistematicamente distorcida decorre da
situação de desigualdade (em termos de poder) que
está criada e é mantida entre interlocutores: uns
determinam sobre o que se fala e como se fala, os
outros conformam-se ao silêncio ou, quando muito, a
falar por uma pauta que não é sua.”
João Esteves
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
12. Mudanças econômicos-sociais
na instância do Público
• Desenvolvimento do capitalismo – falência da base
concorrencial e ideologia liberal;
• Crises econômicas cíclicas e sistemáticas;
• Acentuação das desigualdades;
• Agudização dos conflitos sociais.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
13. Mudanças políticas na instância do Público
• Democracia de massa e Estado Social (Welfare
State);
– Reordenamento das fronteiras entre Estado e Sociedade.
– Estado com novas competências: proteção, prestação de
serviços,regulação e controle econômico, planejamento das
mudanças sociais.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
14. Público Massa
• A associação e • Domina a elitização e o
centralismo (em relação
funcionamento
igualitário é a fonte de aos processos de direção
e decisão), um grau de
sua força autônoma
consciência frágil e uma
‘força própria’ capaz de
gerir relações de poder.
“A principal característica do homem de massa não é
a brutalidade nem a rudeza, mas seu isolamento e a
sua falta de relações sociais normais.”
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
15. Influência do MERCADO na Esfera Pública
• Privatismo, concentração e centralização, transnacionalização
e desregulação.
• Imperatividade do lucro com aparência de diversidade.
• Limitação de circulação de informações políticas relevantes.
• Segmentação obsessiva das audiências.
• Refeudalização do Espaço Público (apropriação por interesses
particulares organizados).
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
16. O Agenda Setting é um mecanismo de regulação das
discussões públicas.
Atua no nível da comunicação política com caráter mais explícito
e sob a forma do discurso jornalístico, intervindo nos mídias
noticiosos e ao nível dos discursos públicos. Promove juízo sobre
os assuntos públicos.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
17. O problema prático da atualidade em relação a
agenda pública é o seu FECHAMENTO.
Acesso diferenciado ao Espaço Público.
Desigualdade de recursos entre os
participantes.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
18. Mídia e redes de resistência social
PALAVRA PÚBLICA • Mesmo poderosos os meios
(funções sociais de mediação simbólica) de comunicação precisam
manter certo nível de diálogo
com os públicos o que
públicos,
Circulação ilimitada
significa certo grau de abertura
– quando algum discurso foge
dos limites normatizados, os
Potencialidade para resistência
mídias não podem ignorá-lo.
por meio da Opinião Pública
(ambivalência) Questão de legitimidade.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
19. O papel ambivalente dos mídias – INSTUMENTOS DE
MANIPULAÇÃO e FORMAS DE RESISTÊNCIA é uma
dos dilemas atuais do Espaço Público.
Hoje a Comunicação Pública é resultante de processos globais de
diferenciação e complexidades sociais – internos e externos
– Pluralidade de espaços - internacionais, nacionais, regionais, locais e
sub-culturais de diferentes tipos;
– Diferentes níveis de comunicação - presenciais, regulares ou
episódicos e abstratos.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
20. Desde o final do século XIX e XX observa-se também uma
forma emancipatória do Espaço Público (plebeu/classes
trabalhadoras; Movimento Feminista; Ambientalista).
Estes movimentos recusam-se a se submeter ao Espaço
Público normativo (OCIDENTAL – BURGUÊS –
MASCULINO – BRANCO – HETEROSSEXUAL).
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
21. • Um dos principais problemas dos mídias é como
trabalha com o princípio da IGUALDADE.
• Poucos têm acesso aos mídias e muitos são
espectadores.
• Entre os primeiros também há uma separação: os
profissionais dos mídias, os atores sociais organizados,
os indivíduos que conseguem expressão.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
22. Este modelo impõe a Comunicação Pública
a secundarização das mensagens políticas
• O imperativo da rentabilidade do capital numa economia de bens
escassos (disponibilidade de recepção, capacidade cognitiva e
atenção das audiências) estabelece uma tirania do entretenimento.
• A comunicação política se adapta a esta realidade (programas
eleitorais). Profissionalização da política – RP, MKT Político,
jornalistas, publicitários.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
23. “A expressão de uma crítica social ao atual
funcionamento dos mídias, redutor das
potencialidades democráticas do Espaço Público, é
uma forma de reafirmação conclusiva de uma certa
vitalidade deste mesmo Espaço Público – um
Espaço Público que resiste.”
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
24. Funções da Mídia na Sociedade
1. Exercício da vigilância sobre o meio sócio-político (informações sobre o
bem-estar do cidadão);
2. configuração da ordem do dia (agenda dos temas relevantes)
3. Esclarecimentos dos diversos problemas (acesso aos diversos atores
sociais)
4. Promoção de diálogo entre diferentes pontos de vista
5. Exigência na prestação de contas por parte dos detentores do poder
6. Promoção da cidadania (mobilização, participação política)
7. Resistência às ameaças que atingem os próprios mídias
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
25. O Papel da Sociedade Civil
• É da dinâmica e da vitalidade da sociedade civil, mais do que dos recursos
intrínsecos dos mídias, a possibilidade de garantir um regime de funcionamento
da mídia que seja favorável ao aprofundamento da comunicação política e ao
reforço democrático da vida pública em geral.
• As associações mais ou menos estruturadas, mas independentes do Estado e
do Mercado são uma nova configuração para a Sociedade Civil – impacta na
formação da opinião pública.
pública
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
27. Comunicação Pública
“A comunicação pública é a comunicação formal que
realiza o compartilhamento de informações de utilidade
pública e cuja responsabilidade é das instituições
públicas”.
Pierre Zémor – La Communication Publique
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
28. Natureza da Mensagem Pública
Devem servir ao interesse público;
São naturalmente complexas, já que se referem a
regulamentação, proteção ou antecipação das incumbências dos
poderes públicos;
Em uma democracia, veiculam os direitos e deveres dos cidadãos
e das instituições públicas;
São muito abstratas, já que remetem a esquemas gerais, planos,
previsões orçamentárias, estudos sócio-econômicos e jurídicos.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
29. “A comunicação de uma instituição pública supõe uma
troca entre um receptor que, também, é em parte
emissor. É a característica ativa do receptor que
estabelece a comunicação”.
Órgão Público Mensagem Receptor e
Emissor
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
30. Finalidade e mediação da comunicação
O excesso de virtude ou indignidade atribuída às
formas publicitárias ou midiáticas da
comunicação faz perder de vista as funções
da comunicação pública que, em uma
democracia, são informativas, didáticas e
devem respeitar o debate contraditório no
âmbito do coletivo.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
31. Tipos de comunicação
1. De Informação e de
Explicação: ligada a
legitimidade da Alistamento Militar 2007 O filme de 2007
adota uma linguagem de jogos eletrônicos para
mensagem pública que buscar uma maior identificação com o público-
alvo - anualmente, cerca de 1,8 milhão de
passa informações jovens do sexo masculino completam 18 anos
sobre o funcionamento devem se alistar. Mais do que apenas
convocar, o filme busca sensibilizar a
institucional prático, ou sociedade para a importância do serviço militar
obrigatório como componente essencial à
“regras do jogo” cívico. preservação da soberania do País.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
32. Tipos de comunicação
2. De Promoção ou
Valorização das
instituições ou do serviço Roubo de bens culturais O filme
intitulado “Lágrimas” visa mobilizar a
público: abordam temas população na busca pelos bens
ou recomendações culturais. A peça será veiculada em
chamadas de ‘grandes cadeia nacional de televisão,
convocando o público a consultar, no
causas sociais’. site www.iphan.gov.br, o banco de
dados de peças subtraídas do
patrimônio brasileiro.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
33. Tipos de comunicação
3. De Discussão ou
proposição de debate
dos projetos de mudança
institucional, das escolhas
sociais e das ofertas
políticas.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
34. 1 – OBRIGAÇÃO DE INFORMAR
É responsabilidade do Estado fornecer
informações públicas, fornecer
permanentemente as regras do jogo coletivo
(quadro legal e de procedimentos) e de prestar
contas dos atos públicos.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
35. 2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO
A Recepção
É preciso superar a ironia que existe na situação em que
um funcionário público escondido atrás de um vidro
nega-se a responder ao cidadão questões sobre as
regras sociais.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
36. 2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO
A Escuta
Com a escuta individual é possível ajustar as respostas às
necessidades do usuário.
A pesquisa de opinião é um instrumento de escuta.
A linguagem do funcionário público deve entrar em contato com as
preocupações, a cultura, a situação e o vocabulários do usuário.
É preciso um esforço para sair da cultura e dos jargões
administrativos.
Têm a missão de informar as instituições sobre a opinião dos usuários
sobre seus serviços.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
37. 2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO
O Diálogo
O diálogo permite a co-produção de um serviço personalizado que
atende o usuário do serviço público.
Quando se escuta um ‘caso particular’ confere-se ao cidadão a
qualidade do ‘contrato social’ com o poder público, a priori
esmagador a seus olhos.
A troca de informações também pode chamar atenção para
questões que podem ter escapado às preocupações mais
globais.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
38. 2 – RELAÇÃO DE DIÁLOGO
O Relacionamento
A igualdade pretendida ao se transmitir uma informação
não é sinônimo da unicidade da mensagem.
“As mídias podem por um lado proceder a difusão de
dados públicos e, no máximo, encorajar a
interatividade dos diálogos com as instituições
públicas, mas, raramente, contribui para a análise
direta de questões complexas”.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
39. 3 – PROMOÇÃO DOS SERVIÇOS
A publicidade sobre os serviços prestados
Informar a existência dos serviços e informações públicas.
Cuidar para a escolha da linguagem, expressões publicitárias e suporte
de mídia.
Indicação: novos serviços ou melhoras significativas na qualidade dos
serviços.
Relações Públicas: momentos singulares da instituição (eventos
importantes).
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
40. 3 – PROMOÇÃO DOS SERVIÇOS
Safra 2007/2008 Campanha de divulgação dos
recursos disponibilizados pelo Governo Federal para
a Safra 2007/2008.
Campanha Projovem A campanha tem como objetivo divulgar
as inscrições para o ProJovem. Para serem beneficiados os jovens
precisam fazer a inscrição por meio da central de atendimento
0800 642 77 77. O ProJovem é destinado a pessoas de 18 a 24
anos de idade que terminaram a quarta série, mas não concluíram
a oitava série do Ensino Fundamental e não têm emprego com
carteira profissional assinada.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
41. 4 – PROMOVER AS INSTITUIÇÕES
A comunicação tem por objetivo apresentar o
papel do órgão público, afirmar sua
identidade e imagem, levar em conta o
conjunto de suas atividades e acompanhar a
política da instituição.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
42. 4 – PROMOVER AS INSTITUIÇÕES
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
43. 5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO
“A comunicação cívica opera no movimento do conjunto da comunicação
pública. Ela favorece a comunicação em rede (associações, sindicatos,
coletividades territoriais etc), a proximidade dos emissores, o cotidiano e
o caráter concreto das mensagens”.
7 de setembro 2007 O filme divulga o tema da
campanha do 7 de setembro deste ano:
Educação. o caminho do Brasil.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
44. 5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO
As Grandes Causas Sociais
As campanhas pelas grandes causas sociais encontram
menos resistência entre a sociedade e os meios de
comunicação. Muitas pessoas e organizações privadas
desenvolvem estas campanhas para ‘emprestar’ sua
credibilidade.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
45. 5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
46. 5 – CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
47. A Questão da Governança
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
48. Paradoxo do liberalismo
O Estado é um mal, no entanto, é necessário:
portanto é um bem.
Os Estados nacionais precisam de uma
governança eficiente para fazer frente
à crise fiscal e adaptar as formas
de intervenção econômica e social à nova
fase do capitalismo, marcada pela
competitividade sistêmica.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
49. Novas práticas para um novo Estado
Burocracia + Política = Eficiência
O sucesso das políticas públicas requer a
mobilização de instrumentos institucionais
técnicos, organizacionais e de gestão e, também,
estratégias políticas de articulação e de
coalizões que garantam sua sustentabilidade e
legitimidade.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
50. “Conjunto de mecanismos e procedimentos
para lidar com a dimensão participativa e
plural da sociedade, implicando na expansão
e aperfeiçoamento dos meios de
interlocução”.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
51. O Estado se abre para a governança
• As políticas públicas visam a promoção:
– Do desenvolvimento econômico
– Da competitividade
– Da eficiência dos mercados nacionais
• Ampliam-se seus objetivos para:
– Promoção do bem-estar
– Participação popular e desenvolvimento da cidadania
– Descentralização e responsabilização (accountability)
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
52. Governança: eficiência na gestão
Governança Democracia
• Os governos que asseguram a • As estratégias governamentais
participação dos cidadãos na para uma governança eficiente
formulação e implantação de tornam o Estado mais
políticas públicas tornam-se mais permeável à influência da
eficientes na medida em que estas sociedade, seja pela
políticas alcançam maior participação direta, seja pela
sustentabilidade política e representação.
legitimidade.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
53. Principais mecanismos de governança
Referendo, plebiscito e iniciativa popular
• São mecanismos de uso extraordinário
– Não cumprem totalmente a necessidade da discussão e
deliberação racional.
• Convivência pacifica entre a democracia direta e a
representativa
• Demanda a ampliação dos espaços de representação para
além dos partidos e parlamentos
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
54. Controle comunitário na administração
Descentralização da formulação e
implantação das políticas públicas
Participação Resolutiva Participação Consultiva
• Criação de conselhos que • Criação de conselhos
auxiliam na gestão consultivos
• Experiência e proximidade do • Audiências públicas
cidadão que utiliza dos serviços
públicos oferecidos • Pesquisas de opinião
• Ombudsman
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
55. Participação social pelo terceiro setor
Consiste na transferência da responsabilidade pela
prestação de serviços públicos para instituições sem fins
lucrativos que não participam nem do Estado, nem do
mercado.
• Contrato de gestão
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
56. Estágios de desenvolvimento da governança
Governo Governo Governo
autoritário democrático democrático
Á Á Á
Ausência de Governança Governança
Governança Consultiva Participativa
?????
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
57. Fluxos de comunicação governo-cidadão
Informação
Relação de mão única em que o governo fornece
informações aos cidadãos. Refere-se tanto ao acesso
“passivo” do cidadão frente às informações demandadas,
quanto às medidas “ativas” do governo para divulgação
da informação aos cidadãos.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
58. Fluxos de comunicação governo-cidadão
Consulta
Relação de mão dupla, onde os cidadãos
oferecem feedback ao governo. Baseia-se
na definição prévia do governo sobre quais
temas o cidadão serão solicitados a
fornecerem suas opiniões.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
59. Fluxos de comunicação governo-cidadão
Participação ativa
Relação que se baseia na parceria com o governo, em que os
cidadãos se engajam diretamente na formulação das políticas
públicas e têm reconhecido o seu papel na proposta de opções.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
60. Comunicação para a Governança
- Divulgação de ações
políticas públicas Fortalecimento
das relações
= comunicativas entre o
+ Participação nos Estado e a sociedade
programas e gestão Participação e cidadania
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
61. Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na
formulação de políticas
1. Compromisso
• É preciso haver compromisso de todas os níveis com o propósito de buscar
maior participação do cidadão
2. Direitos
• Os direitos à informação, serem consultados e participarem ativamente
devem ser assegurados por leis.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
62. Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na
formulação de políticas
3. Clareza
• Os objetivos e limites de cada ação devem ser claras para todos os
envolvidos. O cidadão e o governo.
4. Prazo
• Os prazos para as etapas da participação devem ser compatíveis com a
formulação das políticas. É possível haver grande variedade de
colaborações.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
63. Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na
formulação de políticas
5. Objetividade
• A informação deve ser completa, objetiva e acessível. Todo cidadão deve ser
respeitado em seus direitos de acesso á informação e à participação.
6. Recursos
• É preciso que estejam disponíveis recursos humanos, financeiros e técnicos.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
64. Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na
formulação de políticas
7. Coordenação
• As ações devem ser coordenadas nas diversas esferas. Deve haver
coerência das políticas, sem duplicações. Deve-se evitar a “fadiga por
excesso de consultas”.
8. Responsabilidade
• Os governos têm obrigação de prestar contas. Devem assegurar que o
processo de elaboração de políticas seja aberto, transparente e de fácil
supervisão pelos cidadãos.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
65. Princípios básicos para o envolvimento dos cidadãos na
formulação de políticas
9. Avaliação
• É preciso haver instrumentos de avaliação do desempenho dos governos no
fornecimento de informações, adaptando-se a novas exigências.
10. Cidadania ativa
• Benefício dos governos com o fortalecimento da educação e capacidade
cívica dos cidadãos.
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
66. Considerações Finais
Mecanismos de governança, desenvolvidos pelo Estado, apoiados
por estratégias inovadoras de comunicação, têm por objetivo o
fortalecimento da democracia e das práticas cidadãs.
Cidadania
Estado
Governança Comunicação
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli
67. Referências Bibliográficas
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• ESTEVES. João Pissarra. Espaço Público e Democracia. São Leopoldo (RS): Editora Unisinos, 2003. pp. 27-70.
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• HABERMAS, Jürgen.“L’espace public, 30 ans après”. Quaderne nº 18 – Automne, 1992.
• LARA, Maurício. As sete portas da comunicação pública. Belo Horizonte: Gutenberg, 2003.
• LIMA, Venício Artur. “Os mídia e a política”. In: RUA, Maria das Graças et. al. (orgs.). O estudo da política – tópicos selecionados. Brasília:
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• OLIVEIRA, Maria José (org.) Comunicação pública. Campinas: Editora Alínea, 2004.
• RUBIM, Antonio Albino Canelas. Comunicação & Política. São Paulo: Hacker Editores, 2000. pp. 11-46.
• RUBIM, Antônio Albino.“Sociabilidade, comunicação e política contemporâneas”. Textos de Cultura e Comunicação. Salvador, nº 27, 1992. pp.
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• THOMPSON, John B. A Mídia e a Modernidade. Petrópolis: Vozes, 1998. pp.47-76.
• DUARTE, Jorge (org.). Comunicação Pública – estado, mercado, sociedade e interesse público. São Paulo: Atlas, 2007.
• MATOS, Heloiza. “Comunicação pública, democracia e cidadania: o caso do Legislativo”. Trabalho apresentado no XXII Congresso Brasileiro
de Ciências da Comunicação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares – INTERCOM, 1999.
• NOVELLI, Ana Lucia Romero. O papel institucional da Comunicação Pública para o sucesso da Governança. Organicom. Revista Brasileira de
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• OLIVEIRA, Maria José (org.) Comunicação pública. Campinas: Editora Alínea, 2004.
• ZÉMOR, Pierre. La Communication Publique. Paris: Presss Universitaires de France, 1995
Profa. Dra. Ana Lucia R. Novelli