O artigo descreve a situação precária de Ilhéus em comparação com outras cidades da Bahia, como Guanambi, que se desenvolveu muito nos últimos anos. O autor alerta que o sinal está amarelo para Ilhéus, que corre o risco de ficar para trás, e pede que o prefeito tome medidas urgentes para melhorar a infraestrutura e qualidade de vida na cidade.
Baile da Saudade / Loja Maçônica Segredo, Força e União de Juazeiro Ba
Ilhéus começa a descer a ladeira
1. ILHÉUS COMEÇA A DESCER A LADEIRA
O sinal já passou do VERDE para o AMARELO.
Para passar para o VERMELHO é rapidinho.
Sabemos muito bem o caos que nossa cidade atravessa e isto fica mais
evidente quando nos deparamos em outras cidades, aqui mesmo no estado da
Bahia.
Sabemos também, que os dois últimos governos não tiveram nenhum
comprometimento com esta cidade tão desprezada, desde os tempos das
Capitanias Hereditárias, quando aqui Jorge Figueiredo Correia não veio tomar
conta do seu quinhão e mandou no seu lugar o português Francisco Romero.
São Jorge como padroeiro, também não foi suficiente para protegê-la, foi
preciso pedir socorro a Nossa Senhora da Vitória, tornando assim a única
cidade que conheço com dois padroeiros oficiais, e por pouco São Sebastião
também não entrou na briga.
2. Sabemos de tudo isso e muito mais, mas como cidadão fanático por esta terra,
tudo parece que irei passar por aqui, e deixá-la talvez pior, do que quando aqui
nasci no meu amado bairro do Pontal.
Talvez eu tenha sido incompetente, talvez não tenha sabido gritar, talvez não
tenha sabido votar, talvez não me ensinaram a votar correto, ou talvez fiz tudo
certo e eles, os governantes, que sempre souberam estar no poder, me
iludiram o tempo todo, e eu não tenha do que reclamar.
“Em nome da democracia me ensinaram a votar no “menos pior”, no “rouba
mais faz”, no mais “novo na política”, no “jovem”, e fiz tudo isso, e de nada
adiantou, então me parece que só existe uma saída, ANULAR O VOTO para
dizer: “Não fui eu quem o colocou lá”, “o povo tem o governo que merece”,
“vocês que votaram nele que se explodam”, pois é assim que sempre ouvir dos
descrentes. Então parece-me, que não tem saída.
Mas, deixemos pra lá e vamos ao que interessa neste momento. No mês
passado estivemos no sertão baiano, mais precisamente na cidade de
Guanambi. Cidade, que nos últimos trinta anos, a população quase que
dobrou, com a mesma proporção em que a economia se desenvolveu, tendo o
município, em 2010, alcançado a marca de 79,36% de taxa de urbanização,
segundo o IBGE. Guanambi se destaca com sua infraestutura em todo
município, como rodovias, usinas de beneficiamento de algodão e o aeroporto.
Em poucos anos, a cidade recebeu inúmeros investimentos em infraestrutura
urbana, com a instalação de agências bancárias, hospitais de média e alta
3. complexidade, centros educacionais de alta capacidade e construção de vias
de escoamento para a crescente frota de veículos, além de
um boom imobiliário, principalmente no que diz respeito à construção civil em
regiões próximas ao Centro. Que foi uma surpresa para mim, de como uma
cidade naquele sertão tão “brabo”, vivam pessoas tão comprometidas com a
dignidade humana.
Pensei até que estivesse sonhando, com tanta diferença entre ela e a nossa
Ilhéus. Uma cidade daquele porte tem: Todos ou quase todos os órgãos
federais, estaduais, uma prefeitura e suas secretarias, além da Câmara
Municipal, numa quadra bem arborizada, bem cuidada, e assim por toda
cidade.
Sua infraestrutura no que diz respeito às avenidas, pavimentações asfalticas,
saneamentos e luminosidade chegam primeiros, onde suas avenidas na
maioria são de quatro pistas, iluminação de 1° mundo, arborizadas, mesmo
para os loteamentos onde se tem pouquíssimas residências ou quase
nenhuma. Isto vem ao inverso de quase todas as cidades que conheço aonde
estas infraestruturas, só chegam bem depois de várias residências concluídas,
e mesmo assim, quando chegam. O exemplo disto são os vários bairros de
nossa cidade, que vindos à contramão, estão abandonados sem as devidas
infraestruturas. Sua sinalização de trânsito é impecável, inclusive em todos os
bairros, e vale ressaltar, com placas e semáforos novos e modernos (contagem
4. do tempo de espera), tudo sob o comando da Secretaria de Trânsito há seis
anos apenas.
Uma cidade com três universidades (uma estadual e duas particulares), três
hospitais (Hospital Regional com Neonatal e dois particulares), muito bem
equipados e funcionando humanamente. Várias concessionárias de veículos e
5. motos, inclusive de caminhões, postos médicos, escolas, etc., tudo
funcionando e bem cuidados.
Não vi lixão ou o tal “ponto de apoio”, para não dizer imundice e falta de
vergonha, que foi criado em Ilhéus para os carroceiros, caçambeiros e o povo
mal educado.
Escreveríamos aqui “enes” páginas, só de elogios aquela cidade, que na
verdade, não foi só ela, e sim diversas outras que conhecemos neste sertão
baiano.
E é por isso que fico a me perguntar, o que foi que fizeram com Ilhéus, para ela
parasse no tempo, vendo a banda passar? Seria por que a administração atual
está exprimida entre os quatro cantos feito escorpião, e talvez tenha que se
matar usando o seu próprio veneno? Por que tão acuada, que nem é possível
executar o “feijão com arroz”?
Bom, dos desgovernos dos últimos oito anos todos nós sabemos, e eles muito
mais que nós, que disseram que Ilhéus tinha jeito. E agora por que
parou?...Ilhéus tem pressa, Ilhéus precisa “pegar no tombo”, não podemos
esperar mais, e a receita mais barata para esta infame doença, seria uma dose
de remédio homeopático, até sair da UTI. Mas, o que não podemos é lamentar
e dizer que a coisa está pior do que imaginávamos. Esta desculpa não cabe
mais, então ou se faz das “tripas corações”, ou vem pra ruas dar cara à tapa,
6. para não passar pelo vexame último, que seria lamentável pelo seu grau de
maturidade e poder de barganha nas esferas estaduais e federal.
Também não podemos exagerar ou sermos radicais nas nossas reivindicações
para não atropelarmos os direitos dos outros cidadãos, pois o que estamos
assistindo nestes últimos dias em Ilhéus é cada um fazendo justiça com suas
próprias mãos, e só estamos querendo direitos, e para o outro só dever. Sem
inclusive dando aos mesmos o direito de ir e vir, como aconteceu na última
passeata, ou sei lá o quê, pelos descendentes de índios e alguns galegos e por
aí vai.
Por fim, meu amigo prefeito Jabes Ribeiro, já está na hora de encontrar uma
saída, pois o sinal já passou do verde para o amarelo e para passar para o
vermelho é rapidinho, é questão de segundos. Ainda dá tempo, os que votaram
pelo seu retorno ainda acreditam nisso. Agora, se por acaso Ilhéus está
ingovernável e não está tendo o apoio que esperava, principalmente do
governo estadual, é melhor ser humilde e deixar o cargo junto com todo o seu
secretariado. Assim penso eu.
José Rezende Mendonça.