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CONSUMO




                 Evolução dos hábitos
                 alimentares no Brasil
                                         Maria Djiliah C. A. Souza e Priscilla Primi Hardt



H    ábitos alimentares são as formas como
     os indivíduos ou grupos selecionam,
consomem e utilizam os alimentos dispo-
                                              dispensáveis à saúde e ao bem-estar do
                                              indivíduo (proteínas, lipídeos, carboidra-
                                              tos, vitaminas, minerais e fibras), nas ca-
                                                                                              do tipo de consumo alimentar da população.
                                                                                                 No entanto, Arruda1 conclui que, apesar
                                                                                              da diversidade dos hábitos alimentares en-
níveis, incluindo os sistemas de produção,    rências e nas relações entre dieta e doen-      tre diferentes povos, culturas e camadas
armazenamento, elaboração, distribuição       ça; a perspectiva social, voltada para as-      sociais, em distintos períodos históricos, o
e consumo de alimentos1.                      sociações entre alimentação e a organiza-       valor nutricional da dieta depende funda-
   De acordo com Oliveira & Thebaud-          ção social do trabalho, a diferenciação so-     mentalmente das possibilidades econômi-
Mony12, os perfis da alimentação devem ser    cial do consumo, os ritmos e estilos de vida;   cas da família para acesso aos alimentos,
analisados sob várias perspectivas, ao mes-   e a perspectiva cultural, interessada nos       sendo o seu principal condicionante, mais
mo tempo independentes e complementa-         gostos, hábitos, tradições culinárias, re-      do que o perfil qualitativo da alimentação
res: a perspectiva econômica, na qual a       presentações, práticas, preferências, repul-    selecionada pela cultura da população.
relação entre a oferta e a demanda, o abas-   sas, ritos e tabus, isto é, nos aspectos sim-      Oliveira & Thebaud-Mony 12 considera
tecimento, o preço dos alimentos e a ren-     bólicos da alimentação.                         que a maioria dos trabalhos no Brasil pri-
da das famílias são os principais compo-          Essas perspectivas reunidas revelam a       vilegia a produção ou o abastecimento e
nentes; a perspectiva nutricional, com en-    importância dos fatores econômicos, soci-       poucos são os dados disponíveis sobre o
foque nos constituintes dos alimentos, in-    ais, nutricionais e culturais na determinação   consumo alimentar.

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CONSUMO

   Historicamente, a cultu-                                                                         mã ou socam no pilão até
ra alimentar no Brasil teve                                                                         transformar a raiz em pa-
seu nascimento na coloni-                                                                           çoca de carne seca, cas-
zação portuguesa, sofrendo                                                                          tanha-do-pará, amendoim
a influência de três raças:                                                                         ou rapadura. Naquelas re-
a branca, com a chegada                                                                             giões, e em outros luga-
dos portugueses nas terras                                                                          res, esmaga-se a raiz para
brasileiras, a indígena, o                                                                          obter a goma e o polvi-
encontro com o povo local                                                                           lho, ingredientes de bo-
e a negra, vinda com os es-                                                                         los, doces, biscoitos, ros-
cravos que eram trazidos                                                                            cas, broas, sequilho s,
como mão-de-obra para a                                                                             mingaus e pães, entre os
            3
exploração .                                                                                        quais o tradicional pão de
   Durante os primeiros                                                                             queijo mineiro. Os gaú-
séculos coloniais, foram                                                                            c hos não concebem o
cultivadas, de norte a sul,                                                                         c hurrasco sem farinha
praticamente, plantas in-                                                                           que, enriquecida com sal
dígenas ou importadas, para atender às        consumir farinha se estende por todas e outros ingredientes e dourada no fogo,
necessidades da alimentação. A mandi- as regiões do Brasil, sob várias formas vira farofa. O pirão, elaborado com fari-
oca foi a base de sustento da popula- de preparo, como os nordestinos e nor- nha e caldo de carne, que vem acompa-
ção colonial e ainda hoje tem suma im- tistas, que fazem purê de mandioca, fer- nhado de aves e peixes, é outra forma
portância na dieta nacional, especial- mentam em água para elaborar o cari- de se consumir este produto 5.
mente para os povo in-                                                                                    A influência mais sa-
dígenas, que derramam                                                                                  lutar na alimentação do
                                                            RESUMO
o caldo liberado pela                                                                                  brasileiro foi a negra, por
raiz, durante a fabrica-    Objetivou-se, neste artigo, abordar os diferentes hábitos alimentares      meio de seus valiosos ali-
                            nas regiões brasileiras, desde suas construções e evoluções ao longo
ção da farinha, e o de-                                                                                mentos, principalmente
                            do tempo até as conseqüências para a saúde pública. Tal abordagem foi
sidratam no fogo, para      realizada por meio de buscas feitas nos bancos de dados Scielo, Lilac,     vegetais, trazidos da Áfri-
obter o beiju, nossa        Probe e Dedalus, que forneceram a literatura nacional e estrangeira na     ca. A sua alimentação era
primitiva panqueca.         forma de artigos de estudos realizados nas últimas décadas.                abundante em milho, tou-
Também cozinham sua         Pode-se concluir que está ocorrendo uma mudança no padrão alimen-          cinho e feijão 3.
                            tar brasileiro, expondo-se assim a necessidade de estudos sobre certos
raiz inteira, comendo-                                                                                    A influência portu-
                            fatores, como: o consumo, as mudanças, as percepções, as representa-
a pura ou coberta com       ções, os gostos e as práticas alimentares da população brasileira. Tais    guesa, pela colonização,
mel silvestre; ou então     fatores são necessários para elaboração de estratégias e mecanismos        deu-se com a vinda de
a e s ma g a m , p a ra     de ação para a introdução de novos hábitos alimentares, visando à          D. João VI para o Brasil.
acompanhar outros ali-      melhoria da saúde pública.                                                 Sua dieta era caracteri-
mentos. O hábito de         Palavras-chave: hábitos alimentares, regiões brasileiras.                  zada pela difusão de re-




BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002                                                                                      33
CONSUMO

ceitas de víveres                                                                                                b) Região Nor-
(galinha, frango,                                                                                             destina
peru, codorna, per-                                                                                              Açucareira: O
diz, pombo e gan-                                                                                             alimento mais uti-
so) de vaca, vitela,                                                                                          lizado é a farinha
porco, carneiro, ca-                                                                                          de ma nd io c a —
brito e coelho, e                                                                                             que acompanha o
eram preparados                                                                                               feijão e a carne
com os temperos lu-                                                                                           seca — café e ra-
sitanos: alho, cebo-                                                                                          padura. Apesar de
la e cominho. Os                                                                                              possuir um solo
portugueses trouxe-                                                                                           bastante fértil, só
ram iguarias desco-                                                                                           se planta cana-de-
nhecidas como tâ-                                                                                             açúcar, cacau e al-
maras, avelãs, nozes                                                                                          godão, resultando
e amêndoas. Vieram                                                                                            na prática de mo-
também o hábito de                                                                                            noculturas, e assim
fazer compotas de                                                                                             não havendo de-
frutas 6.                                                                                                     senvolvimento da
    Relatos de histo-                                                                                         pecuária, indústria
riadores classificam                                                                                          de laticínios e di-
a dieta da sociedade colonial como um re-    mentadas. É comum se comer a mandio- versidade no plantio de alimentos. Daí a
gime alimentar inadequado, decorrente: da ca com frutos, sementes, milho, arroz, alimentação ser deficiente, em qualida-
monocultura; do regime de trabalho escra- feijão e peixe de água doce (sendo o de e quantidade, pelo excesso de carboi-
vo; da pobreza química dos alimentos tra- mais apreciado o Pirarucu). Outros ali- dratos e pela deficiência de proteínas
dicionais consumidos por quase todos os mentos consumidos são a manteiga e a (falta de leite, carne e ovos), de mine-
brasileiros, com uma ou outra exceção re- carne de tartaruga. Apesar da castanha rais e de vitaminas (pela falta de legu-
gional; da irregularidade no suprimento; da do Pará ser o produto de maior exporta- mes e verduras).
falta de higiene na conservação dos alimen- ção e a maior fonte de proteína, por ser      Sertão: A alimentação básica consiste
tos e da má distribuição de grande parte rica em lipídeos, torna-se inadequada em: milho (fonte energética); leite e deri-
desses gêneros alimentícios 3.               para o consumo neste clima. Há uma au- vados em pequena quantidade; feijão; tu-
    “...Senhores de engenho nutriam-se sência quase total de carne, de leite, de bérculos e carne em quantidade bastante
deficientemente, carne de boi má e só queijos e de ovos, comprometendo o reduzida. Utiliza-se muito mel e rapadura
uma vez ou outra, os frutos poucos e bi- crescimento normal do amazonense. em substituição ao açúcar. Um alimento
chados, os legumes raros.” “Por mais Tem-se, ainda, uma deficiência em mi- típico do sertanejo é o cuscuz, de origem
esquisito que se pareça, faltava à mesa nerais e vitaminas causadas pela falta árabe (hous-krous), que utiliza farinha de
da nossa aristocracia colonial legumes de leite, de ovos e de certos vegetais, milho no lugar da farinha de trigo. A área
frescos, carne verde e leite.”               devido às condições desfavoráveis às é chamada de “polígono das secas” devido
    Para uma melhor compreensão, conside- práticas da agricultura e da pecuária.       ao clima semi-árido tropical seco. Na épo-
ramos o país dividi-                                                                                         ca da seca o serta-
do em regiões ou zo-                                                                                         nejo se alimenta do
nas alimentares,            Tabela 1. Participação relativa (%) de diferentes grupos de alimentos na         “pão sinistro”, que
                         disponibilidade total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1962 e 1975.
mostrando as dife-                                                                                           é preparado à base
renças na alimenta-                                       Sudeste          Nordeste             Brasil       de folhas de palmei-
                         Alimentos
ção, suas causas e                                    1962     1975     1962     1975      1962     1975     ra aricuri, raladas e
conseqüências7.                                                                                              cozidas, que incha o
                         Cereais e derivados          37,2     37,9     34,1     34,8       36,7     37,8
                                                                                                             ventre, saciando ilu-
                         Feijão                        7,2      8,8      9,1      9,9        7,6      8,9
    a) Região Amazô-                                                                                         soriamente a sua
                         Raízes e tubérculos           4,0      3,0     12,8     14,0        5,6      4,8
nica                                                                                                         fome. Nota-se, en-
                         Carnes                        8,6      8,6     11,5     10,4        9,1      8,8
    A fa r i n h a de                                                                                        tão, um déficit vita-
                         Ovos                          1,1      1,4      0,5      1,0        1,0      1,4
mandioca, popu-                                                                                              mínico e de mine-
                         Leites e derivados            5,5      6,6      3,1      4,8        5,1      6,3
larmente chamada                                                                                             rais na alimentação
                         Frutas                        3,8      2,2      3,8      2,1        3,8      2,1
de farinha d’água,                                                                                           desta população.
                         Banha/ Toucinho/manteiga       7,9      3,5     4,6       2,3       7,2      3,3
é o alimento bási-                                                                                               S e g u n d o
                         Margarina e óleos             8,9     13,6      4,7      6,1        8,1     12,3
co, sendo usada                                                                                              Burkhard2, no nor-
                         Açúcar                        15,8     14,3    15,6      14,3      15,8     14,3
sob a forma de bei-                                                                                          deste o desjejum é
                         Total                        100,0    100,0   100,0     100,0     100,0 100,0
jus, mingaus, faro-                                                                                          composto de mandi-
fas e bebidas fer-       Fonte: Monteiro & Mondini (1994).                                                   oca (macaxeira),

34                                                                                        BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002
CONSUMO

abóbora, batata-doce, cará e, às                                                                       cias alimentares e carências de-
vezes, frutas regionais, alguma                                                                        vido ao desconhecimento de no-
verdura, café e rapadura. Quan-                                                                        ções básicas de nutrição, como
do o feijão desaparece da mesa                                                                         é o caso do Vale do Ribeira, onde
do nordestino, ele lança mão de                                                                        a alimentação é baseada exclu-
recursos precaríssimos, que não                                                                        sivamente em carboidratos, com
servem nem para alimentar o                                                                            ausência quase absoluta de pro-
gado, tais como a palma, a raiz                                                                        teínas. Mesmo o leite que é pro-
do umbuzeiro, xique-xique, bei-                                                                        duzido na região é consumido
ju de gravatá, semente de mu-                                                                          em pequena quantidade, e so-
cunã, farinha de raiz de macam-                                                                        mente pelas crianças.
bira, e de maniçoba. Na Bahia,                                                                            Segundo Burkhard2, em Mi-
os pratos são: vatapá, angu, aca-                                                                      nas Gerais, Goiás, Mato Grosso,
rajé, caruru, xinxim de galinha,                                                                       predominam arroz, milho no lu-
cuscuz de peixe, arroz, milho,                                                                         gar de mandioca, feijão, trigo,
farinha de mandioca e feijão.                                                                          carnes, hortaliças e frutas, es-
Como doces, consomem: coca-                                                                            pecialmente, banana, laranja e
da, pé de moleque, queijadinha,                                                                        abacaxi. Segundo Lopes4, o há-
munguzá e rolete de cana. Como                                                                         bito de se consumir feijão com
recursos especiais, usam: amen-                                                                        farinha, o popular “tutu de fei-
doim, feijão-frade, farinha de                                                                         jão”, especialmente em Minas
mandioca, farinha de milho, dendê, coco,       tarina, por ser quase totalmente povoada Gerais, descende dos tropeiros na época
pimenta vermelha, peixe e camarão.             por alemães, consome-se grande quanti- do Brasil Colônia e Imperial, pois, como a
                                               dade de aveia, centeio, lentilha, carne, ba- tropa levava dias para chegar ao seu des-
   c) Região Sul                               tata e queijo. No Rio de Janeiro e São Pau- tino, o feijão era, então, fervido com bas-
     A alimentação é composta de leite e lo há uma mistura de raças e costumes, tante sal e com banha de porco, que ao
derivados, ovos, carnes, frutas, hortaliças, portanto todas as cozinhas dão a sua con- esfriar tornava-se uma massa sólida, con-
açúcares, cereais, óleos e gorduras. Esta é tribuição na formação do regime alimen- servando o alimento. Na hora do preparo,
a área mais favorecida do Brasil, por pos- tar desta área. Assim, seu regime alimen- essa massa ia para a frigideira, derretendo
suir um clima com estações bem definidas tar é superior em qualidade e quantidade e a banha e refogando os grãos com cebola,
e solos mais ricos. As grandes indústrias, dispõe abundantemente de quase todos os alho, cheiro-verde, salsa e pimenta. Adici-
rebanhos e lavouras do País estão concen- alimentos necessários, como carnes, leite, onava-se a farinha de mandioca até que
tradas principalmente nessa região; a in- ovos, aves, peixes, queijos, verduras, fru- ficasse untada, dando origem ao legítimo
fluência das tradições alimentares dos imi- tas, cereais, açúcares, óleos e gorduras. Mas feijão tropeiro. No Paraná e Santa Catari-
grantes de várias procedências, além da isto não impede de se encontrar deficiên- na predominam feijão, arroz, hortaliças,
sua contribuição                                                                                                 frutas, leite, queijos,
no desenvolvi-                  Tabela 2. Participação relativa (%) de grupos de alimentos na                    manteiga e carnes,
mento da lavoura       disponibilidade total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1988 e 1996.          embora a alimentação
e pecuária, pro-                                                                                                 dos pescadores limite-
porcionam uma                                            Norte-Nordeste         Centro-Sul         Brasil        se ao mingau de fari-
alimentação mais       Grupos de alimentos              1988       1996       1988      1996   1988      1996    nha de mandioca e ao
equilibrada e di-      Cereais e derivados               30,6       32,9      35,0       35,3  34,4      34,8    peixe. No interior o
versificada. Entre-    Leguminosas e derivados            7,4        7,3       5,6        5,3   5,8       5,7    peixe é substituído
tanto, existe uma      Verduras e legumes                 0,5        0,5       0,6        0,5   0,6       0,5    pelo charque.
preferência acen-      Raízes, tubérculos e derivados 12,1           8,9       3,2        2,7   4,6       4,0       O presente artigo
tuada por deter-       Carnes e embutidos                12,5       14,1      10,5       13,0  10,8      13,2    tem como objetivo
minado tipo de         Leites e derivados                 5,7        6,0       8,4        8,9   8,0       8,2    abordar os diferentes
alimentação, con-      Açúcar e refrigerantes            13,5       13,9      13,2       13,5  13,2      13,7    hábitos alimentares
forme a naciona-       Óleos e gorduras vegetais         10,0       10,0      15,2       12,9  14,4      12,4    nas regiões brasilei-
lidade e o lugar.      Frutas e sucos naturais            3,3        2,4       3,2        3,2   3,2       3,0    ras, desde de suas
Por exemplo: a         Oleaginosas                        0,3        0,2       0,1        0,1   0,2       0,1    construções, evolu-
alimentação no         Ovos                               1,5        1,3       1,5        1,0   1,5       1,0    ções ao longo do tem-
Rio Grande do Sul      Banha/ Toucinho/manteiga           0,7        0,6       0,9        0,7   0,9       0,7    po e conseqüências à
é rica em chimar-      Bebidas alcoólicas                 0,4        0,5       0,5        0,6   0,5       0,6    saúde pública.
rão e carne, por-      Condimentos                        0,2        0,3       0,4        0,4   0,4       0,4
que a região pos-      Outras preparações                 1,2        1,0       1,7        1,8   1,6       1,6
                       Total                            100,0      100,0     100,0      100,0 100,0 100,0 A última parte deste
sui imensos pas-                                                                                                 artigo será publicada
tos. Em Santa Ca-      Fonte: MONTEIRO et al. (2000).                                                            na próxima edição.

BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002                                                                                            35
CONSUMO




            Tabela 3. Participação relativa (%) de macronutrientes na disponibilidade
                  total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1962 e 1975.
                                   Nordeste           Sudeste                  Brasil
            Macronutriente      1962      1975     1962     1975        1962            1975
            Carboidratos         67,4       66,9    60,9       60,0     62,1            61,2
            Proteínas            12,2       13,4    11,9       12,7     11,9            12,8
            Lipídeos             20,4       19,7    27,2       27,3     26,0            26,0

            Fonte: Monteiro & Mondini (1994).

            Tabela 4. Participação relativa (%) de macronutrientes na disponibilidade
                  total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1988 e 1996.

                                 Norte-Nordeste          Centro-Sul            Brasil
           Macronutriente        1988     1996         1988    1996        1988    1996
           Carboidratos           62,6      60,7       57,2      57,0      58,1       57,8
           Proteínas              14,4      15,5       13,3      14,6      13,5       14,7
36         Lipídeos               23,0      23,8          BRASIL 28,4
                                                       29,5      ALIMENTOS 28,4 15 - Agosto de 2002
                                                                           - Nº       27,5
CONSUMO

          Materiais e métodos
                            Tabela 5. Consumo de macronutrientes (%) segundo a origem.
                                         Áreas metropolitanas brasileiras: 1962 e 1975.
    A busca nos bancos de dados Scielo, Li-
lac, Probe , Dedalus e Estadão forneceu a                    Sudeste          Nordeste              Brasil
                        Macronutriente
literatura nacional e estrangeira na forma                1962     1975 1962         1975     1962      1975
de artigos de estudos realizados nas últi-
                        Carboidratos
mas décadas sobre hábitos alimentares re- (complexos) 74,0
                        Demais carboidratos                        76,1     76,8     78,6     74,5       76,6
gionais no Brasil.      Açúcar (sacarose)                 26,0     23,9     23,2     21,4     25,5       23,4
    Os resultados obtidos neste trabalho
provêm da comparaçãoProteínas obtidos
                         dos dados
nos seguintes estudos:Animal                              47,8     49,4     45,6     46,6     47,8       48,7
                        Vegetal
    Fontes de dados sobre consumo alimen-                 52,2     50,6     54,4     53,4     52,2       51,3
tar, (POFs) de 1961/63 (Getulio Vargas
                        Lipídeos
Foundation, 1970) e inquéritos nutricio-
                        Animal                            60,0     43,3     64,3     54,4     60,7       45,4
nais realizados pela Fundação IBGE, reali-
                        Vegetal                           40,0     56,8     35,7     45,6     39,3       54,6
zadas entre agosto de 1974 e agosto de
1975 (mais de 55.000 domicílios) 8. & Mondini (1994).
                        Fonte: Monteiro
    Pesquisas sobre orçamentos familiares
(POF) da Fundação IBGE, realizadas entre Consumo de macronutrientes (%) segundo a origem.
                                 Tabela 6.
março de 1987 e fevereiro de 1988 (13.611 Áreas metropolitanas brasileiras: 1988 e 1996.
domicílios) e entre outubro de 1995 e se-
                                                           Norte-Nordeste       Centro-Sul          Brasil
tembro de 1996 (16.014 domicílios), ten-
                        Macronutriente                      1988 1996         1988 1996          1988 1996
do ambas como universo de estudo, áreas
metropolitanas do Brasil10.
                        Carboidratos
    Todas as pesquisas Demais carboidratos (complexos)
                        tiveram como uni-                    78,1 76,6         76,6 75,9         76,8 75,8
                        Açúcar (sacarose)
verso de estudo, áreas metropolitanas                        21,9 23,4         23,4 24,1         23,2 24,2
do Brasil.
                        Proteínas
    Em todos os levantamentos chegou-se
                        Animal                               60,1 62,6         59,2 63,1         59,4 63,1
à disponibilidade domiciliar diária per ca-
                        Vegetal                              39,9 37,4         40,8 36,9         40,6 36,9
pita de alimentos, dividindo-se o total de
alimentos adquiridos no mês pelo número
                        Lipídeos
de pessoas residentes no domicílio e pelo
                         Animal                              43,4 44,9         39,0 44,4         39,6 44,4
número de dias do mês.Vegetal                                56,6 55,1         61,0 55,6         60,4 55,6
    As Tabelas 1 e 2 mostram a importân-
cia relativa de diferentes grupos de et al. (2000).
                        Fonte: Monteiro ali-
mentos na disponibilidade total de ener-
gia nas pesquisas realizadas em 1962 e
1975; 1988 e 1996.
    As mudanças no          Tabela 7. Participação relativa de ácidos graxos (%) e de colesterol (mg/dia)
padrão alimentar,        na disponibilidade total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1962 e 1975.
detectadas ao lon-                                   Sudeste               Nordeste                 Brasil
go dos dois inqué-         Macronutriente        1962       1975       1962        1975       1962        1975
ritos, mostraram-se
semelhantes para           Saturados               7,7       6,9        5,3         4,9         7,3         6,6
                           Poliinsaturados         6,5       8,4        3,8         4,2        6,0         7,7
as populações ur-
                           Colesterol            205,9     166,0      154,9       128,2       195,7       160,8
banas do Sudeste e
Nordeste do país,          Fonte: Monteiro & Mondini (1994).
concluindo que: 1)
houve aume nto
                            Tabela 8. Participação relativa de ácidos graxos (%) e de colesterol (mg/dia)
contínuo no consu-        na disponibilidade total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1988 e 1996.
mo de ovos, leite e
derivados; 2) hou-                               Norte-Nordeste           Centro-Sul               Brasil
ve substituição da       Macronutriente         1988       1996        1988       1996       1988        1996
banha, toucinho e        Saturados               7,6        8,0         8,7        9,2         8,5         8,9
manteiga por mar-        Poliinsaturados         6,7        7,1        10,3        9,2         9,7         8,8
garina e óleos ve-       Colesterol            114,5       118,9      108,8       107,6      109,5       109,8
getais; 3) houve
aumento no consu-        Fonte: MONTEIRO et al. (2000).

BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002                                                                           37
CONSUMO

mo de carnes.                                participação de carboidratos na dieta e          A transição nutricional pode ser defini-
   Nas áreas metropolitanas das Regiões      a substituição de lipídeos por proteínas.     da como as mudanças nos padrões nutrici-
Norte e Nordeste, o que mais chamou a        Embora ascendente, a participação de          onais resultantes de modificações na es-
atenção foi o aumento na importância         lipídios no Norte e Nordeste (23% para        trutura da dieta dos indivíduos e que se
relativa das carnes (de 12,5% para 14,1%     23,8% do total calórico) ainda é bem          correlacionam com mudanças econômicas,
do total calórico) e a expansão do grupo     inferior à observada no Centro-Sul (de        sociais, demográficas e relacionadas à saú-
de cereais e derivados (de 30,6% para        29,5% para 28,4%).                            de. A transição nutricional ocorrida neste
de 32,9%) em detrimento do grupo de             As Tabelas 5 e 6 fornecem elementos        século resultou na chamada “dieta ociden-
raízes e tubérculos (de 12,1% para 8,9%).    adicionais sobre a tendência do consumo       tal” caracterizada pelos altos teores de gor-
Embora de menores dimensões, merece-         alimentar da população urbana do País.        duras, principalmente de origem animal,
ram registro o declínio no consumo rela-        Na Tabela 5, observou-se que o açúcar      de açúcar e alimentos refinados e baixos
tivo de frutas e sucos naturais (de 3,3%     compõe cerca de um quarto do total de         teores de carboidratos complexos e fibras9.
para 2,4%) e o aumento na contribuição       carboidratos da dieta dos dois inquéritos,       A dieta ocidental e o aumento da obe-
calórica proveniente do açúcar refinado      havendo muito pouca variação entre as         sidade estão amplamente associados com
e dos refrigerantes (de 13,5% para           Regiões Nordeste e Sudeste. A tendência       a alta prevalência de doenças crônico-de-
13,9%). Nas duas pesquisas, a contribui-     ao consumo de proteínas de origem ani-        generativas e a diminuição de vida livre
ção calórica do açúcar refinado excedeu      mal foi crescente nas duas regiões, su-       de doenças. As modificações nas dietas
largamente o limite máximo recomenda-        bindo 1 a 2% do primeiro (1962) para o        descritas anteriormente ocorreram de for-
do de 10%, enquanto o consumo relati-        segundo inquérito (1975). As maiores          ma lenta e gradual nos Estados Unidos e
vo de legumes, verduras e frutas ficou       mudanças foram observadas quanto ao           Europa, mas o ritmo de mudanças nos paí-
bem abaixo do limite mínimo de 7%.           consumo de gorduras. Evidenciou-se, neste     ses em desenvolvimento tem sido signifi-
   Nas áreas metropolitanas das Regi-        caso, substancial progressão do consumo       cativamente mais rápido, observando a pro-
ões Centro-Sul, as alterações que mais       de gorduras vegetais em detrimento de         gressão notável da obesidade11.
se destacaram foram o aumento na im-         gorduras de origem animal. A relação gor-        Os prejuízos advindos da obesidade
portância relativa das carnes (de 10,5%      dura vegetal/animal que era, para o con-      são muitos e variados, incluindo desde
para 13,0% do total calórico) e a redu-      junto das cidades estudadas, de 4:6 no        dificuldades respiratórias, problemas
ção da participação de óleos e gorduras      primeiro inquérito, passou para 5,5: 4,5      dermatológicos e distúrbios do aparelho
vegetais (de 15,2% para 12,9%), de           no segundo inquérito. Observou-se, ain-       locomotor, até o favorecimento de en-
ovos (de 1,5% para 1% do total calóri-       da, que na Região Sudeste a redução no        fermidades potencialmente letais, como,
co) e, em menor grau, de raízes e tu-        consumo relativo de gorduras de origem        dislipidemias, doenças cardiovasculares,
bérculos (de 3,2% para 2,7%). Notou-         animal foi mais intensa do primeiro para      diabetes não-insulino dependentes e al-
se, também, uma estagnação no consu-         o segundo inquérito; na Região Nordeste       guns tipos de câncer 9.
mo de cereais, frutas, legumes, e sucos      a redução foi igualmente intensa ao lon-         Segundo Oliveira 11, as mudanças ob-
naturais, um excessivo consumo de açú-       go dos dois inquéritos.                       servadas nas pesquisas e estudos reali-
car e insuficiente consumo de legumes,          Na Tabela 6 notou-se um aumento            zados refletem, de um lado, as variações
frutas e verduras.                           expressivo de lipídeos no Centro-Sul (de      no preço relativo de gêneros alimenta-
   As Tabelas 3 e 4 descrevem as modifi-     39% para 44,4%), carnes e leite e uma         res levando a substituições, como car-
cações na composição da disponibilidade      redução no consumo de óleos e gordu-          nes, feijão e outros gêneros industriali-
alimentar em relação a macronutrientes.      ras vegetais. Cresceu o consumo de açú-       zados e, por outro lado, o aumento do
   As modificações observadas na Tabela      car refinado tanto no Norte-Nordeste          interesse em relação à nutrição e à saú-
3 determinaram tendência generalizada de     quanto no Centro-Sul.                         de pelo fenômeno da transição epide-
menor contribuição dos carboidratos no          As Tabelas 7 e 8 focalizam as mudanças     miológica que vem tomando lugar no
consumo calórico total e sua substituição    observadas quanto à participação de lipí-     Brasil. Outras características observadas
por proteínas, principalmente da década      deos na oferta alimentar.                     no comportamento do consumidor brasi-
de 70 para a década de 80, o mesmo ob-          No Norte-Nordeste, observou-se um au-      leiro, especialmente nos grandes centros
servado também por Oliveira 11. Porém este   mento do consumo de ácidos graxos satura-     urbanos, foram o aumento da alimenta-
observou neste mesmo período a redução       dos e poliinsaturados. No Centro-Sul e Su-    ção fora de casa e a preferência pela com-
da participação de arroz, feijão e pão no    deste notou-se um aumento do consumo de       pra de gêneros alimentícios em super-
consumo calórico total e o aumento da        ácidos graxos saturados e poliinsaturados.    mercados, fatores que favorecem a di-
participação de óleo e macarrão.             Houve uma diminuição no consumo de co-        versificação de gêneros e o consumo de
   Na Tabela 4 observou-se que a parti-      lesterol na dieta do Centro-Sul e Sudeste e   alimentos industrializados. Essas tendên-
cipação de carboidratos nas dietas ten-      também no Norte-Nordeste.                     cias devem ser relacionadas à mudança
de a declinar entre as pesquisas nas áre-                                                  no estilo de vida da população, que bus-
as metropolitanas do Norte/Nordeste,                         Discussão                     ca diminuir o tempo gasto em compras e
sendo este declínio compensado, em par-                                                    no preparo e/ou consumo de alimentos
tes semelhantes, pelo aumento na ofer-           Os dados presentes neste trabalho su-     e também relacionado ao papel do abas-
ta de lipídeos e proteínas. No Centro-Sul    gerem a ocorrência de uma transição nu-       tecimento de certos produtos em detri-
chamaram atenção a manutenção da             tricional no Brasil.                          mento de gêneros alimentícios. A dife-

38                                                                                          BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002
CONSUMO

rença que existe entre diferentes classes       1988). Revista da Saúde Pública, v.28,
sociais da população em relação ao aces-        n.6, p.433-39, 1994.
so a gêneros alimentícios, tanto em ter-           9. MONTEIRO, C. A.; CONDE, W. L. Evo-
mo qualitativos como quantitativos, são         lução da obesidade nos anos 90: a trajetó-
enfatizadas, assim como o aparecimento          ria da enfermidade segundo estratos soci-
de um novo desequilíbrio nutricional ao         ais no nordeste e sudeste do Brasil. IN:
lado da continua prevalência das formas         MONTEIRO, C. A. Velhos e novos males da
tradicionais de desnutrição.                    saúde no Brasil. A evolução do país e de
                                                suas doenças. 2ª edição. São Paulo: Huci-
                Conclusões                      tec Nupens/USP, 2000, p.421-31.
                                                   10. MONTEIRO, C. A.; MONDINI, L.;
   A partir dos resultados obtidos no           COSTA, R. B. L. Mudanças na composição e
trabalho, conclui-se estar havendo uma          adequação nutricional da dieta alimentar
mudança no padrão alimentar brasilei-           nas áreas metropolitanas do Brasil (1988-
ro, expondo-se a necessidade de estu-           1996). Revista da Saúde Pública, v.34, n.3,
dos sobre certos fatores, como: o con-          p.251-58, 2000.
sumo, as mudanças, as percepções, as               11. OLIVEIRA, S.P. Changes in food con-
representações, os gostos e as práticas         sumption in Brazil. Archivos Latino-
alimentares. Tais fatores são necessári-        americanos de Nutricion, v.47, n. 2
os para elaboração de estratégias e me-         (supl.1), p.22-24, 1997.
canismos de ação para a introdução de              12. OLIVEIRA, S. P.; & THEBAUD-MONY,
novos hábitos alimentares, visando à            A. Consumo alimentar: abordagem multi-
melhoria da saúde pública.                      disciplinar. Revista da Saúde Pública, v.31,
                                                n.2, p. 201-208, 1997.
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    6. LOPES, J.D. O arredio monarca que
adorava frangos. Jornal O Estado de São
Paulo, edição de 31/08/01, p.12.
    7. MEZOMO, I.F.B. História da nutrição.
IN: MEZOMO, I.F.B. O Serviço de nutrição:
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São Paulo: CEDAS, 1983, p. 28-33.
     8. MONTEIRO, C. A.; MONDINI, L.
Mudanças na composição e adequação
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as metropolitanas do Brasil (1966-

BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002                                                            39

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Evolução dos hábitos alimentares no Brasil: influências regionais e impactos na saúde

  • 1. CONSUMO Evolução dos hábitos alimentares no Brasil Maria Djiliah C. A. Souza e Priscilla Primi Hardt H ábitos alimentares são as formas como os indivíduos ou grupos selecionam, consomem e utilizam os alimentos dispo- dispensáveis à saúde e ao bem-estar do indivíduo (proteínas, lipídeos, carboidra- tos, vitaminas, minerais e fibras), nas ca- do tipo de consumo alimentar da população. No entanto, Arruda1 conclui que, apesar da diversidade dos hábitos alimentares en- níveis, incluindo os sistemas de produção, rências e nas relações entre dieta e doen- tre diferentes povos, culturas e camadas armazenamento, elaboração, distribuição ça; a perspectiva social, voltada para as- sociais, em distintos períodos históricos, o e consumo de alimentos1. sociações entre alimentação e a organiza- valor nutricional da dieta depende funda- De acordo com Oliveira & Thebaud- ção social do trabalho, a diferenciação so- mentalmente das possibilidades econômi- Mony12, os perfis da alimentação devem ser cial do consumo, os ritmos e estilos de vida; cas da família para acesso aos alimentos, analisados sob várias perspectivas, ao mes- e a perspectiva cultural, interessada nos sendo o seu principal condicionante, mais mo tempo independentes e complementa- gostos, hábitos, tradições culinárias, re- do que o perfil qualitativo da alimentação res: a perspectiva econômica, na qual a presentações, práticas, preferências, repul- selecionada pela cultura da população. relação entre a oferta e a demanda, o abas- sas, ritos e tabus, isto é, nos aspectos sim- Oliveira & Thebaud-Mony 12 considera tecimento, o preço dos alimentos e a ren- bólicos da alimentação. que a maioria dos trabalhos no Brasil pri- da das famílias são os principais compo- Essas perspectivas reunidas revelam a vilegia a produção ou o abastecimento e nentes; a perspectiva nutricional, com en- importância dos fatores econômicos, soci- poucos são os dados disponíveis sobre o foque nos constituintes dos alimentos, in- ais, nutricionais e culturais na determinação consumo alimentar. 32 BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002
  • 2. CONSUMO Historicamente, a cultu- mã ou socam no pilão até ra alimentar no Brasil teve transformar a raiz em pa- seu nascimento na coloni- çoca de carne seca, cas- zação portuguesa, sofrendo tanha-do-pará, amendoim a influência de três raças: ou rapadura. Naquelas re- a branca, com a chegada giões, e em outros luga- dos portugueses nas terras res, esmaga-se a raiz para brasileiras, a indígena, o obter a goma e o polvi- encontro com o povo local lho, ingredientes de bo- e a negra, vinda com os es- los, doces, biscoitos, ros- cravos que eram trazidos cas, broas, sequilho s, como mão-de-obra para a mingaus e pães, entre os 3 exploração . quais o tradicional pão de Durante os primeiros queijo mineiro. Os gaú- séculos coloniais, foram c hos não concebem o cultivadas, de norte a sul, c hurrasco sem farinha praticamente, plantas in- que, enriquecida com sal dígenas ou importadas, para atender às consumir farinha se estende por todas e outros ingredientes e dourada no fogo, necessidades da alimentação. A mandi- as regiões do Brasil, sob várias formas vira farofa. O pirão, elaborado com fari- oca foi a base de sustento da popula- de preparo, como os nordestinos e nor- nha e caldo de carne, que vem acompa- ção colonial e ainda hoje tem suma im- tistas, que fazem purê de mandioca, fer- nhado de aves e peixes, é outra forma portância na dieta nacional, especial- mentam em água para elaborar o cari- de se consumir este produto 5. mente para os povo in- A influência mais sa- dígenas, que derramam lutar na alimentação do RESUMO o caldo liberado pela brasileiro foi a negra, por raiz, durante a fabrica- Objetivou-se, neste artigo, abordar os diferentes hábitos alimentares meio de seus valiosos ali- nas regiões brasileiras, desde suas construções e evoluções ao longo ção da farinha, e o de- mentos, principalmente do tempo até as conseqüências para a saúde pública. Tal abordagem foi sidratam no fogo, para realizada por meio de buscas feitas nos bancos de dados Scielo, Lilac, vegetais, trazidos da Áfri- obter o beiju, nossa Probe e Dedalus, que forneceram a literatura nacional e estrangeira na ca. A sua alimentação era primitiva panqueca. forma de artigos de estudos realizados nas últimas décadas. abundante em milho, tou- Também cozinham sua Pode-se concluir que está ocorrendo uma mudança no padrão alimen- cinho e feijão 3. tar brasileiro, expondo-se assim a necessidade de estudos sobre certos raiz inteira, comendo- A influência portu- fatores, como: o consumo, as mudanças, as percepções, as representa- a pura ou coberta com ções, os gostos e as práticas alimentares da população brasileira. Tais guesa, pela colonização, mel silvestre; ou então fatores são necessários para elaboração de estratégias e mecanismos deu-se com a vinda de a e s ma g a m , p a ra de ação para a introdução de novos hábitos alimentares, visando à D. João VI para o Brasil. acompanhar outros ali- melhoria da saúde pública. Sua dieta era caracteri- mentos. O hábito de Palavras-chave: hábitos alimentares, regiões brasileiras. zada pela difusão de re- BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002 33
  • 3. CONSUMO ceitas de víveres b) Região Nor- (galinha, frango, destina peru, codorna, per- Açucareira: O diz, pombo e gan- alimento mais uti- so) de vaca, vitela, lizado é a farinha porco, carneiro, ca- de ma nd io c a — brito e coelho, e que acompanha o eram preparados feijão e a carne com os temperos lu- seca — café e ra- sitanos: alho, cebo- padura. Apesar de la e cominho. Os possuir um solo portugueses trouxe- bastante fértil, só ram iguarias desco- se planta cana-de- nhecidas como tâ- açúcar, cacau e al- maras, avelãs, nozes godão, resultando e amêndoas. Vieram na prática de mo- também o hábito de noculturas, e assim fazer compotas de não havendo de- frutas 6. senvolvimento da Relatos de histo- pecuária, indústria riadores classificam de laticínios e di- a dieta da sociedade colonial como um re- mentadas. É comum se comer a mandio- versidade no plantio de alimentos. Daí a gime alimentar inadequado, decorrente: da ca com frutos, sementes, milho, arroz, alimentação ser deficiente, em qualida- monocultura; do regime de trabalho escra- feijão e peixe de água doce (sendo o de e quantidade, pelo excesso de carboi- vo; da pobreza química dos alimentos tra- mais apreciado o Pirarucu). Outros ali- dratos e pela deficiência de proteínas dicionais consumidos por quase todos os mentos consumidos são a manteiga e a (falta de leite, carne e ovos), de mine- brasileiros, com uma ou outra exceção re- carne de tartaruga. Apesar da castanha rais e de vitaminas (pela falta de legu- gional; da irregularidade no suprimento; da do Pará ser o produto de maior exporta- mes e verduras). falta de higiene na conservação dos alimen- ção e a maior fonte de proteína, por ser Sertão: A alimentação básica consiste tos e da má distribuição de grande parte rica em lipídeos, torna-se inadequada em: milho (fonte energética); leite e deri- desses gêneros alimentícios 3. para o consumo neste clima. Há uma au- vados em pequena quantidade; feijão; tu- “...Senhores de engenho nutriam-se sência quase total de carne, de leite, de bérculos e carne em quantidade bastante deficientemente, carne de boi má e só queijos e de ovos, comprometendo o reduzida. Utiliza-se muito mel e rapadura uma vez ou outra, os frutos poucos e bi- crescimento normal do amazonense. em substituição ao açúcar. Um alimento chados, os legumes raros.” “Por mais Tem-se, ainda, uma deficiência em mi- típico do sertanejo é o cuscuz, de origem esquisito que se pareça, faltava à mesa nerais e vitaminas causadas pela falta árabe (hous-krous), que utiliza farinha de da nossa aristocracia colonial legumes de leite, de ovos e de certos vegetais, milho no lugar da farinha de trigo. A área frescos, carne verde e leite.” devido às condições desfavoráveis às é chamada de “polígono das secas” devido Para uma melhor compreensão, conside- práticas da agricultura e da pecuária. ao clima semi-árido tropical seco. Na épo- ramos o país dividi- ca da seca o serta- do em regiões ou zo- nejo se alimenta do nas alimentares, Tabela 1. Participação relativa (%) de diferentes grupos de alimentos na “pão sinistro”, que disponibilidade total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1962 e 1975. mostrando as dife- é preparado à base renças na alimenta- Sudeste Nordeste Brasil de folhas de palmei- Alimentos ção, suas causas e 1962 1975 1962 1975 1962 1975 ra aricuri, raladas e conseqüências7. cozidas, que incha o Cereais e derivados 37,2 37,9 34,1 34,8 36,7 37,8 ventre, saciando ilu- Feijão 7,2 8,8 9,1 9,9 7,6 8,9 a) Região Amazô- soriamente a sua Raízes e tubérculos 4,0 3,0 12,8 14,0 5,6 4,8 nica fome. Nota-se, en- Carnes 8,6 8,6 11,5 10,4 9,1 8,8 A fa r i n h a de tão, um déficit vita- Ovos 1,1 1,4 0,5 1,0 1,0 1,4 mandioca, popu- mínico e de mine- Leites e derivados 5,5 6,6 3,1 4,8 5,1 6,3 larmente chamada rais na alimentação Frutas 3,8 2,2 3,8 2,1 3,8 2,1 de farinha d’água, desta população. Banha/ Toucinho/manteiga 7,9 3,5 4,6 2,3 7,2 3,3 é o alimento bási- S e g u n d o Margarina e óleos 8,9 13,6 4,7 6,1 8,1 12,3 co, sendo usada Burkhard2, no nor- Açúcar 15,8 14,3 15,6 14,3 15,8 14,3 sob a forma de bei- deste o desjejum é Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 jus, mingaus, faro- composto de mandi- fas e bebidas fer- Fonte: Monteiro & Mondini (1994). oca (macaxeira), 34 BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002
  • 4. CONSUMO abóbora, batata-doce, cará e, às cias alimentares e carências de- vezes, frutas regionais, alguma vido ao desconhecimento de no- verdura, café e rapadura. Quan- ções básicas de nutrição, como do o feijão desaparece da mesa é o caso do Vale do Ribeira, onde do nordestino, ele lança mão de a alimentação é baseada exclu- recursos precaríssimos, que não sivamente em carboidratos, com servem nem para alimentar o ausência quase absoluta de pro- gado, tais como a palma, a raiz teínas. Mesmo o leite que é pro- do umbuzeiro, xique-xique, bei- duzido na região é consumido ju de gravatá, semente de mu- em pequena quantidade, e so- cunã, farinha de raiz de macam- mente pelas crianças. bira, e de maniçoba. Na Bahia, Segundo Burkhard2, em Mi- os pratos são: vatapá, angu, aca- nas Gerais, Goiás, Mato Grosso, rajé, caruru, xinxim de galinha, predominam arroz, milho no lu- cuscuz de peixe, arroz, milho, gar de mandioca, feijão, trigo, farinha de mandioca e feijão. carnes, hortaliças e frutas, es- Como doces, consomem: coca- pecialmente, banana, laranja e da, pé de moleque, queijadinha, abacaxi. Segundo Lopes4, o há- munguzá e rolete de cana. Como bito de se consumir feijão com recursos especiais, usam: amen- farinha, o popular “tutu de fei- doim, feijão-frade, farinha de jão”, especialmente em Minas mandioca, farinha de milho, dendê, coco, tarina, por ser quase totalmente povoada Gerais, descende dos tropeiros na época pimenta vermelha, peixe e camarão. por alemães, consome-se grande quanti- do Brasil Colônia e Imperial, pois, como a dade de aveia, centeio, lentilha, carne, ba- tropa levava dias para chegar ao seu des- c) Região Sul tata e queijo. No Rio de Janeiro e São Pau- tino, o feijão era, então, fervido com bas- A alimentação é composta de leite e lo há uma mistura de raças e costumes, tante sal e com banha de porco, que ao derivados, ovos, carnes, frutas, hortaliças, portanto todas as cozinhas dão a sua con- esfriar tornava-se uma massa sólida, con- açúcares, cereais, óleos e gorduras. Esta é tribuição na formação do regime alimen- servando o alimento. Na hora do preparo, a área mais favorecida do Brasil, por pos- tar desta área. Assim, seu regime alimen- essa massa ia para a frigideira, derretendo suir um clima com estações bem definidas tar é superior em qualidade e quantidade e a banha e refogando os grãos com cebola, e solos mais ricos. As grandes indústrias, dispõe abundantemente de quase todos os alho, cheiro-verde, salsa e pimenta. Adici- rebanhos e lavouras do País estão concen- alimentos necessários, como carnes, leite, onava-se a farinha de mandioca até que tradas principalmente nessa região; a in- ovos, aves, peixes, queijos, verduras, fru- ficasse untada, dando origem ao legítimo fluência das tradições alimentares dos imi- tas, cereais, açúcares, óleos e gorduras. Mas feijão tropeiro. No Paraná e Santa Catari- grantes de várias procedências, além da isto não impede de se encontrar deficiên- na predominam feijão, arroz, hortaliças, sua contribuição frutas, leite, queijos, no desenvolvi- Tabela 2. Participação relativa (%) de grupos de alimentos na manteiga e carnes, mento da lavoura disponibilidade total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1988 e 1996. embora a alimentação e pecuária, pro- dos pescadores limite- porcionam uma Norte-Nordeste Centro-Sul Brasil se ao mingau de fari- alimentação mais Grupos de alimentos 1988 1996 1988 1996 1988 1996 nha de mandioca e ao equilibrada e di- Cereais e derivados 30,6 32,9 35,0 35,3 34,4 34,8 peixe. No interior o versificada. Entre- Leguminosas e derivados 7,4 7,3 5,6 5,3 5,8 5,7 peixe é substituído tanto, existe uma Verduras e legumes 0,5 0,5 0,6 0,5 0,6 0,5 pelo charque. preferência acen- Raízes, tubérculos e derivados 12,1 8,9 3,2 2,7 4,6 4,0 O presente artigo tuada por deter- Carnes e embutidos 12,5 14,1 10,5 13,0 10,8 13,2 tem como objetivo minado tipo de Leites e derivados 5,7 6,0 8,4 8,9 8,0 8,2 abordar os diferentes alimentação, con- Açúcar e refrigerantes 13,5 13,9 13,2 13,5 13,2 13,7 hábitos alimentares forme a naciona- Óleos e gorduras vegetais 10,0 10,0 15,2 12,9 14,4 12,4 nas regiões brasilei- lidade e o lugar. Frutas e sucos naturais 3,3 2,4 3,2 3,2 3,2 3,0 ras, desde de suas Por exemplo: a Oleaginosas 0,3 0,2 0,1 0,1 0,2 0,1 construções, evolu- alimentação no Ovos 1,5 1,3 1,5 1,0 1,5 1,0 ções ao longo do tem- Rio Grande do Sul Banha/ Toucinho/manteiga 0,7 0,6 0,9 0,7 0,9 0,7 po e conseqüências à é rica em chimar- Bebidas alcoólicas 0,4 0,5 0,5 0,6 0,5 0,6 saúde pública. rão e carne, por- Condimentos 0,2 0,3 0,4 0,4 0,4 0,4 que a região pos- Outras preparações 1,2 1,0 1,7 1,8 1,6 1,6 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 A última parte deste sui imensos pas- artigo será publicada tos. Em Santa Ca- Fonte: MONTEIRO et al. (2000). na próxima edição. BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002 35
  • 5. CONSUMO Tabela 3. Participação relativa (%) de macronutrientes na disponibilidade total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1962 e 1975. Nordeste Sudeste Brasil Macronutriente 1962 1975 1962 1975 1962 1975 Carboidratos 67,4 66,9 60,9 60,0 62,1 61,2 Proteínas 12,2 13,4 11,9 12,7 11,9 12,8 Lipídeos 20,4 19,7 27,2 27,3 26,0 26,0 Fonte: Monteiro & Mondini (1994). Tabela 4. Participação relativa (%) de macronutrientes na disponibilidade total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1988 e 1996. Norte-Nordeste Centro-Sul Brasil Macronutriente 1988 1996 1988 1996 1988 1996 Carboidratos 62,6 60,7 57,2 57,0 58,1 57,8 Proteínas 14,4 15,5 13,3 14,6 13,5 14,7 36 Lipídeos 23,0 23,8 BRASIL 28,4 29,5 ALIMENTOS 28,4 15 - Agosto de 2002 - Nº 27,5
  • 6. CONSUMO Materiais e métodos Tabela 5. Consumo de macronutrientes (%) segundo a origem. Áreas metropolitanas brasileiras: 1962 e 1975. A busca nos bancos de dados Scielo, Li- lac, Probe , Dedalus e Estadão forneceu a Sudeste Nordeste Brasil Macronutriente literatura nacional e estrangeira na forma 1962 1975 1962 1975 1962 1975 de artigos de estudos realizados nas últi- Carboidratos mas décadas sobre hábitos alimentares re- (complexos) 74,0 Demais carboidratos 76,1 76,8 78,6 74,5 76,6 gionais no Brasil. Açúcar (sacarose) 26,0 23,9 23,2 21,4 25,5 23,4 Os resultados obtidos neste trabalho provêm da comparaçãoProteínas obtidos dos dados nos seguintes estudos:Animal 47,8 49,4 45,6 46,6 47,8 48,7 Vegetal Fontes de dados sobre consumo alimen- 52,2 50,6 54,4 53,4 52,2 51,3 tar, (POFs) de 1961/63 (Getulio Vargas Lipídeos Foundation, 1970) e inquéritos nutricio- Animal 60,0 43,3 64,3 54,4 60,7 45,4 nais realizados pela Fundação IBGE, reali- Vegetal 40,0 56,8 35,7 45,6 39,3 54,6 zadas entre agosto de 1974 e agosto de 1975 (mais de 55.000 domicílios) 8. & Mondini (1994). Fonte: Monteiro Pesquisas sobre orçamentos familiares (POF) da Fundação IBGE, realizadas entre Consumo de macronutrientes (%) segundo a origem. Tabela 6. março de 1987 e fevereiro de 1988 (13.611 Áreas metropolitanas brasileiras: 1988 e 1996. domicílios) e entre outubro de 1995 e se- Norte-Nordeste Centro-Sul Brasil tembro de 1996 (16.014 domicílios), ten- Macronutriente 1988 1996 1988 1996 1988 1996 do ambas como universo de estudo, áreas metropolitanas do Brasil10. Carboidratos Todas as pesquisas Demais carboidratos (complexos) tiveram como uni- 78,1 76,6 76,6 75,9 76,8 75,8 Açúcar (sacarose) verso de estudo, áreas metropolitanas 21,9 23,4 23,4 24,1 23,2 24,2 do Brasil. Proteínas Em todos os levantamentos chegou-se Animal 60,1 62,6 59,2 63,1 59,4 63,1 à disponibilidade domiciliar diária per ca- Vegetal 39,9 37,4 40,8 36,9 40,6 36,9 pita de alimentos, dividindo-se o total de alimentos adquiridos no mês pelo número Lipídeos de pessoas residentes no domicílio e pelo Animal 43,4 44,9 39,0 44,4 39,6 44,4 número de dias do mês.Vegetal 56,6 55,1 61,0 55,6 60,4 55,6 As Tabelas 1 e 2 mostram a importân- cia relativa de diferentes grupos de et al. (2000). Fonte: Monteiro ali- mentos na disponibilidade total de ener- gia nas pesquisas realizadas em 1962 e 1975; 1988 e 1996. As mudanças no Tabela 7. Participação relativa de ácidos graxos (%) e de colesterol (mg/dia) padrão alimentar, na disponibilidade total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1962 e 1975. detectadas ao lon- Sudeste Nordeste Brasil go dos dois inqué- Macronutriente 1962 1975 1962 1975 1962 1975 ritos, mostraram-se semelhantes para Saturados 7,7 6,9 5,3 4,9 7,3 6,6 Poliinsaturados 6,5 8,4 3,8 4,2 6,0 7,7 as populações ur- Colesterol 205,9 166,0 154,9 128,2 195,7 160,8 banas do Sudeste e Nordeste do país, Fonte: Monteiro & Mondini (1994). concluindo que: 1) houve aume nto Tabela 8. Participação relativa de ácidos graxos (%) e de colesterol (mg/dia) contínuo no consu- na disponibilidade total de energia. Áreas metropolitanas brasileiras: 1988 e 1996. mo de ovos, leite e derivados; 2) hou- Norte-Nordeste Centro-Sul Brasil ve substituição da Macronutriente 1988 1996 1988 1996 1988 1996 banha, toucinho e Saturados 7,6 8,0 8,7 9,2 8,5 8,9 manteiga por mar- Poliinsaturados 6,7 7,1 10,3 9,2 9,7 8,8 garina e óleos ve- Colesterol 114,5 118,9 108,8 107,6 109,5 109,8 getais; 3) houve aumento no consu- Fonte: MONTEIRO et al. (2000). BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002 37
  • 7. CONSUMO mo de carnes. participação de carboidratos na dieta e A transição nutricional pode ser defini- Nas áreas metropolitanas das Regiões a substituição de lipídeos por proteínas. da como as mudanças nos padrões nutrici- Norte e Nordeste, o que mais chamou a Embora ascendente, a participação de onais resultantes de modificações na es- atenção foi o aumento na importância lipídios no Norte e Nordeste (23% para trutura da dieta dos indivíduos e que se relativa das carnes (de 12,5% para 14,1% 23,8% do total calórico) ainda é bem correlacionam com mudanças econômicas, do total calórico) e a expansão do grupo inferior à observada no Centro-Sul (de sociais, demográficas e relacionadas à saú- de cereais e derivados (de 30,6% para 29,5% para 28,4%). de. A transição nutricional ocorrida neste de 32,9%) em detrimento do grupo de As Tabelas 5 e 6 fornecem elementos século resultou na chamada “dieta ociden- raízes e tubérculos (de 12,1% para 8,9%). adicionais sobre a tendência do consumo tal” caracterizada pelos altos teores de gor- Embora de menores dimensões, merece- alimentar da população urbana do País. duras, principalmente de origem animal, ram registro o declínio no consumo rela- Na Tabela 5, observou-se que o açúcar de açúcar e alimentos refinados e baixos tivo de frutas e sucos naturais (de 3,3% compõe cerca de um quarto do total de teores de carboidratos complexos e fibras9. para 2,4%) e o aumento na contribuição carboidratos da dieta dos dois inquéritos, A dieta ocidental e o aumento da obe- calórica proveniente do açúcar refinado havendo muito pouca variação entre as sidade estão amplamente associados com e dos refrigerantes (de 13,5% para Regiões Nordeste e Sudeste. A tendência a alta prevalência de doenças crônico-de- 13,9%). Nas duas pesquisas, a contribui- ao consumo de proteínas de origem ani- generativas e a diminuição de vida livre ção calórica do açúcar refinado excedeu mal foi crescente nas duas regiões, su- de doenças. As modificações nas dietas largamente o limite máximo recomenda- bindo 1 a 2% do primeiro (1962) para o descritas anteriormente ocorreram de for- do de 10%, enquanto o consumo relati- segundo inquérito (1975). As maiores ma lenta e gradual nos Estados Unidos e vo de legumes, verduras e frutas ficou mudanças foram observadas quanto ao Europa, mas o ritmo de mudanças nos paí- bem abaixo do limite mínimo de 7%. consumo de gorduras. Evidenciou-se, neste ses em desenvolvimento tem sido signifi- Nas áreas metropolitanas das Regi- caso, substancial progressão do consumo cativamente mais rápido, observando a pro- ões Centro-Sul, as alterações que mais de gorduras vegetais em detrimento de gressão notável da obesidade11. se destacaram foram o aumento na im- gorduras de origem animal. A relação gor- Os prejuízos advindos da obesidade portância relativa das carnes (de 10,5% dura vegetal/animal que era, para o con- são muitos e variados, incluindo desde para 13,0% do total calórico) e a redu- junto das cidades estudadas, de 4:6 no dificuldades respiratórias, problemas ção da participação de óleos e gorduras primeiro inquérito, passou para 5,5: 4,5 dermatológicos e distúrbios do aparelho vegetais (de 15,2% para 12,9%), de no segundo inquérito. Observou-se, ain- locomotor, até o favorecimento de en- ovos (de 1,5% para 1% do total calóri- da, que na Região Sudeste a redução no fermidades potencialmente letais, como, co) e, em menor grau, de raízes e tu- consumo relativo de gorduras de origem dislipidemias, doenças cardiovasculares, bérculos (de 3,2% para 2,7%). Notou- animal foi mais intensa do primeiro para diabetes não-insulino dependentes e al- se, também, uma estagnação no consu- o segundo inquérito; na Região Nordeste guns tipos de câncer 9. mo de cereais, frutas, legumes, e sucos a redução foi igualmente intensa ao lon- Segundo Oliveira 11, as mudanças ob- naturais, um excessivo consumo de açú- go dos dois inquéritos. servadas nas pesquisas e estudos reali- car e insuficiente consumo de legumes, Na Tabela 6 notou-se um aumento zados refletem, de um lado, as variações frutas e verduras. expressivo de lipídeos no Centro-Sul (de no preço relativo de gêneros alimenta- As Tabelas 3 e 4 descrevem as modifi- 39% para 44,4%), carnes e leite e uma res levando a substituições, como car- cações na composição da disponibilidade redução no consumo de óleos e gordu- nes, feijão e outros gêneros industriali- alimentar em relação a macronutrientes. ras vegetais. Cresceu o consumo de açú- zados e, por outro lado, o aumento do As modificações observadas na Tabela car refinado tanto no Norte-Nordeste interesse em relação à nutrição e à saú- 3 determinaram tendência generalizada de quanto no Centro-Sul. de pelo fenômeno da transição epide- menor contribuição dos carboidratos no As Tabelas 7 e 8 focalizam as mudanças miológica que vem tomando lugar no consumo calórico total e sua substituição observadas quanto à participação de lipí- Brasil. Outras características observadas por proteínas, principalmente da década deos na oferta alimentar. no comportamento do consumidor brasi- de 70 para a década de 80, o mesmo ob- No Norte-Nordeste, observou-se um au- leiro, especialmente nos grandes centros servado também por Oliveira 11. Porém este mento do consumo de ácidos graxos satura- urbanos, foram o aumento da alimenta- observou neste mesmo período a redução dos e poliinsaturados. No Centro-Sul e Su- ção fora de casa e a preferência pela com- da participação de arroz, feijão e pão no deste notou-se um aumento do consumo de pra de gêneros alimentícios em super- consumo calórico total e o aumento da ácidos graxos saturados e poliinsaturados. mercados, fatores que favorecem a di- participação de óleo e macarrão. Houve uma diminuição no consumo de co- versificação de gêneros e o consumo de Na Tabela 4 observou-se que a parti- lesterol na dieta do Centro-Sul e Sudeste e alimentos industrializados. Essas tendên- cipação de carboidratos nas dietas ten- também no Norte-Nordeste. cias devem ser relacionadas à mudança de a declinar entre as pesquisas nas áre- no estilo de vida da população, que bus- as metropolitanas do Norte/Nordeste, Discussão ca diminuir o tempo gasto em compras e sendo este declínio compensado, em par- no preparo e/ou consumo de alimentos tes semelhantes, pelo aumento na ofer- Os dados presentes neste trabalho su- e também relacionado ao papel do abas- ta de lipídeos e proteínas. No Centro-Sul gerem a ocorrência de uma transição nu- tecimento de certos produtos em detri- chamaram atenção a manutenção da tricional no Brasil. mento de gêneros alimentícios. A dife- 38 BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002
  • 8. CONSUMO rença que existe entre diferentes classes 1988). Revista da Saúde Pública, v.28, sociais da população em relação ao aces- n.6, p.433-39, 1994. so a gêneros alimentícios, tanto em ter- 9. MONTEIRO, C. A.; CONDE, W. L. Evo- mo qualitativos como quantitativos, são lução da obesidade nos anos 90: a trajetó- enfatizadas, assim como o aparecimento ria da enfermidade segundo estratos soci- de um novo desequilíbrio nutricional ao ais no nordeste e sudeste do Brasil. IN: lado da continua prevalência das formas MONTEIRO, C. A. Velhos e novos males da tradicionais de desnutrição. saúde no Brasil. A evolução do país e de suas doenças. 2ª edição. São Paulo: Huci- Conclusões tec Nupens/USP, 2000, p.421-31. 10. MONTEIRO, C. A.; MONDINI, L.; A partir dos resultados obtidos no COSTA, R. B. L. Mudanças na composição e trabalho, conclui-se estar havendo uma adequação nutricional da dieta alimentar mudança no padrão alimentar brasilei- nas áreas metropolitanas do Brasil (1988- ro, expondo-se a necessidade de estu- 1996). Revista da Saúde Pública, v.34, n.3, dos sobre certos fatores, como: o con- p.251-58, 2000. sumo, as mudanças, as percepções, as 11. OLIVEIRA, S.P. Changes in food con- representações, os gostos e as práticas sumption in Brazil. Archivos Latino- alimentares. Tais fatores são necessári- americanos de Nutricion, v.47, n. 2 os para elaboração de estratégias e me- (supl.1), p.22-24, 1997. canismos de ação para a introdução de 12. OLIVEIRA, S. P.; & THEBAUD-MONY, novos hábitos alimentares, visando à A. Consumo alimentar: abordagem multi- melhoria da saúde pública. disciplinar. Revista da Saúde Pública, v.31, n.2, p. 201-208, 1997. Referências Bibliográficas 1. ARRUDA, B. K. G. Padrões alimenta- res da população brasileira. INSTITUTO NACIONAL DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO- INAN, 1981, 64p. 2. BURKHARD, G. K. Novos caminhos da alimentação. Alimentos em diferen- tes situações da vida e idades. Cardápios e dietas. 3ª edição. São Paulo: CLR Ba- lieiro, 1991, p164. 3. FREYRE, G. Características gerais da colonização portuguesa no Brasil: formação de uma sociedade agrária, aristocrata e hí- brida. IN: FREYRE, G. Casa-grande & Senza- la. 43º edição. Rio de Janeiro: Record, 2001, p.105-115. 4. LOPES, A D. Assim comiam os des- bravadores. Jornal Gazeta Mercantil, edi- ção de 24/08/2001, p.14. 5. LOPES, J.D. As raízes do Brasil. Jor- nal O Estado de São Paulo, edição de 17/ 08/01, p. 8. 6. LOPES, J.D. O arredio monarca que adorava frangos. Jornal O Estado de São Paulo, edição de 31/08/01, p.12. 7. MEZOMO, I.F.B. História da nutrição. IN: MEZOMO, I.F.B. O Serviço de nutrição: Administração e Organização. 1ª edição. São Paulo: CEDAS, 1983, p. 28-33. 8. MONTEIRO, C. A.; MONDINI, L. Mudanças na composição e adequação nutricional da dieta alimentar nas áre- as metropolitanas do Brasil (1966- BRASIL ALIMENTOS - Nº 15 - Agosto de 2002 39