Este documento discute os diferentes níveis de hipóteses que as crianças passam no processo de alfabetização. Resume os 5 níveis principais: 1) pré-silábico, 2) intermediário I, 3) silábico, 4) silábico-alfabético, 5) alfabético. Conclui que uma criança é considerada alfabetizada quando domina a base alfabética e pode ler com compreensão e escrever textos com sentido.
2. Certezas Provisórias
• Todas as crianças passam por hipóteses até
atingirem a alfabetização:
• Uns alunos são mais rápidos que outros para se
alfabetizarem;
• Precisamos distinguir as hipóteses que cada criança
se encontra para proporcionar atividades adequadas
com seu grau de dificuldade.
3. Dúvidas Temporárias
• Quais as atividades que podemos usar
para cada hipótese em que o aluno se
encontra?
• Quando a criança pode ser considerada
alfabetizada?
• Como diferenciar as hipóteses que os
alunos se encontram?
4. Aprendizagem é um processo de
apropriação do conhecimento que só é
possível com o pensar e o agir do sujeito
sobre o objeto que ele quer conhecer.
A criança busca a aprendizagem na medida
em que constrói o raciocino lógico.
5. A alfabetização é um processo no qual o
indivíduo assimila o aprendizado e a sua
utilização como código de comunicação.
Esse processo não se deve resumir
apenas na aquisição dessas habilidades
mecânicas do ato de ler, mas na
capacidade de interpretar, compreender,
criticar e produzir conhecimento. A
alfabetização envolve também o
desenvolvimento de novas formas de
compreensão e uso da linguagem de uma
maneira geral.
6. O processo evolutivo de aprender a ler e
escrever passa por níveis de
conceitualização que revelam as hipóteses
a que chegou a criança.
7. Nível 1- Hipótese Pré- Silábica
não estabelece vínculo entre a fala e a
escrita;
representa coisas e usa desenhos, garatujas
para escrever;
supõe que a escrita representa o nome dos
objetos e não os objetos;coisas grandes
(nomes grandes), coisa pequenas(nomes
pequenos);
8. usa letras do próprio nome ou
letras e números na mesma
palavra;
pode conhecer ou não os sons de
algumas letras;
caracteriza uma palavra com uma
letra inicial;
só ela sabe o que quis escrever;
9. Desafio:
Qual é o
significado dos
sinais escritos?
10. Nível 2 – Intermediário I
Começa a ter consciência de que existe alguma
relação entre a pronúncia e a escrita;
Começa a desvincular a escrita das imagens e
números das letras;
Só demonstra estabilidade ao escrever seu
nome ou palavras que teve oportunidade e
interesse de gravar. Esta estabilidade
independe da estruturação do sistema de
escrita;
Conserva as hipóteses da quantidade mínima e
da variedade de caracteres.
11. Desafio:
Como resolver a
hipótese de que a escrita
se vincula com a
pronúncia das partes da
palavra?
12. Nível 3- Hipótese Silábica
Já supõe que a escrita representa a fala;
Tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às
letras;
Pode ter adquirido, ou não, a compreensão do valor
sonoro convencional das letras;
Já supõe que a menor unidade da língua seja a
sílaba;
Supõe que para cada sílaba oral corresponde uma
letra ou um sinal;
Em frases, pode escrever uma letra para cada
palavra.
13. Desafio:
Como compatibilizar, na escrita ou na leitura
das palavras monossílabas e dissílabas, a idéia
de quantidade mínima e de variedade de
caracteres, se ela supõe que as palavras podem
ser escritas com uma ou com duas letras?
Ao ler as palavras que escreveu, o que fazer
com as letras que sobraram no meio das
palavras (almofada) ou no final (sobrantes)?
Se coisas diferentes devem ser escritas de
maneira diferente, como organizar as letras na
palavra?
14. Nível 4- Hipótese Silábico- Alfabética
Inicia a superação da hipótese silábica;
Compreende que a escrita representa o som da fala;
Combina só vogais ou só consoantes. Por exemplo,
AO para gato ou ML para mola e mula;
Pode combinar vogais e consoantes numa mesma
palavra, numa tentativa de combinar sons, sem
tornar, ainda, sua escrita socializável. Por exemplo,
CAL para cavalo;
Passa a fazer uma leitura termo a termo (não global).
15. Desafio:
Como conciliar a hipótese silábica com a
hipótese da quantidade mínima de
caracteres?
Como adequar as formas gráficas que o
meio lhe propõe à leitura dessas formas?
Como separar palavras ao escrever,
quando elas não são separadas na fala?
Como tornar a escrita socializável,
possível de ser lida por outras pessoas?
16. Nível 5- Hipótese Alfabética
Compreende que a escrita tem uma função social: a
comunicação;
Compreende o modo de construção do código da escrita
Compreende que cada um dos caracteres da escrita
corresponde a valores menores que a sílaba;
Conhece o valor sonoro de todas as letras ou de quase
todas;
Pode ainda não separar todas as palavras nas frases;
Omite letras quando mistura as hipóteses alfabética e
silábica;
Não tem problemas de escrita no que se refere a conceito;
Não é ortográfica nem léxica.
17. Desafio:
Como entender que falamos de um
jeito e escrevemos de outro?
Como aprender as convenções da
língua?
Como distinguir letras, sílabas e
frases?
18. CONCLUSÃO
Se entende por alfabetizada a criança
que dominou a base alfabética do
sistema de escrita, que lê com
compreensão e escreve textos com
sentido possíveis de serem lidos,
mesmo que apresentem erros de
ortografia.
20. o Um grupo de cientistas e pesquisadores colocou cinco
macacos numa jaula. No meio, uma escada e no alto da
escada um cacho de bananas.
o Quando um macaco subia a escada para pegar as
bananas, um jato de água fria era jogado nos que estavam
no chão.
o Depois de um certo tempo, quando um macaco subia a
escada para pegar as bananas, os outros que estavam no
chão o pegavam e enchiam de pancada.
o Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a
escada, apesar da tentação das bananas. O jato de água
fria tornou-se desnecessário.
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21. o Então substituíram um dos macacos por um novo. A
primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo
retirado pelos outros que o surraram.
o Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo
não subia mais a escada.
o Um segundo substituto foi colocado na jaula e o mesmo
ocorreu com este, tendo o primeiro substituto participado
com entusiasmo na surra ao novato.
o Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu.
o Um quarto e afinal o último dos cinco integrantes iniciais
foi substituído.
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22. •Os pesquisadores tinham, então, cinco macacos na jaula
que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio,
continuavam batendo naquele que tentasse pegar as
bananas.
•Se fosse possível perguntar a algum deles porque eles
batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza,
dentre as respostas, a mais freqüente seria:
•"NÃO SEI, MAS AS COISAS SEMPRE FORAM ASSIM
POR AQUI."
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23. Ensinar não é transferir
conhecimentos,
mas criar as possibilidades
para sua
produção ou sua construção
Paulo Freire