SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 4
Downloaden Sie, um offline zu lesen
1

Seleção de indicadores químicos de qualidade para solos da região do
entorno do lago de sobradinho – BA, utilizando análise multivariada(1)
Alessandra Monteiro Salviano Mendes(2), Stefeson Bezerra de Melo(3), Nelci
(4)
(2)
(5)
Olszevski , Vanderlise Giongo , Sálvio Napoleão Soares Arcoverde
(1)

(2)

Trabalho executado com recursos da CHESF, Embrapa e do CNPq. Pesquisadora; Embrapa Semiárido; Petrolina
(3)
(4)
Professor, Universidade Federal do Rural do Semiárido; Angicos – RN;
– PE; alessandra.mendes@embrapa.br;
(5)
Professora, Universidade Federal do Vale do São Francisco; Juazeiro – BA;.
Discente do Curso Mestrado em
Engenharia Agrícola e Ambiental- Universidade Federal do Vale do São Francisco; Juazeiro – BA.

RESUMO: A conversão da condição natural do
solo para a agricultura impõe mudanças drásticas
nos atributos químicos do solo, podendo trazer
sérias consequências ambientais para a região de
entorno das áreas alteradas. Com o objetivo de
identificar a origem dos fatores que determinam a
qualidade dos solos sob caatinga e uso agrícola, nos
municípios de Sobradinho, Casa Nova, Remanso e
Sento Sé, região de entorno do Lago de Sobradinho,
aplicou-se o modelo de estatística multivariada por
meio da Análise Fatorial. Foram analisadas 12
variáveis químicas e identificou-se que o modelo de
melhor ajuste para expressar a qualidade dos solos
agrícolas na região foi aquele composto por três
fatores, explicando cerca de 80% da variância total.
Tanto para área de caatinga como para solos sob
uso agrícola as componentes dos fatores foram as
mesmas, mas a ordem de importância foi alterada,
sendo a disponibilidade de nutrientes, considerada
como componente de antropização mais importante
para explicar a qualidade dos solos sob uso
agrícola.
Termos de indexação: análise fatorial, índice de
qualidade do solo, solos agrícolas
INTRODUÇÃO
Para Silva (2008) a ação do homem no sistema
solo-água-planta-atmosfera, para a produção de
alimentos, tende a ocasionar alterações, muitas
vezes positivas, como a melhoria das condições
para o desenvolvimento e proteção das plantas,
outras vezes negativas, como Todavia, segundo
(Doran et al., 1994) a avaliação dos possíveis
indicadores de qualidade do solo e sua efetiva
identificação são complicadas pela multiplicidade
dos fatores físicos, químicos e biológicos que
controlam os processos biogeoquímicos e suas
variações no tempo, espaço e intensidade.
A estatística multivariada é uma técnica cada vez
mais popular usada para analisar conjuntos
complexos de dados (Tabachnick & Fidell, 2007),

sendo que métodos de análise exploratória de
dados multivariados são largamente utilizados
quando se deseja promover a redução do número
de variáveis com o mínimo de perda de informação
(Helena et al., 2000). Para Fávero et al. (2009), a
análise fatorial (AF) é uma técnica multivariada que
busca identificar um número relativamente pequeno
de fatores comuns que podem ser utilizados para
representar relações entre um grande número de
variáveis inter-relacionadas. Assim, com o objetivo
de identificar a origem dos fatores que determinam a
qualidade dos solos, sob caatinga e uso agrícola,
nos municípios baianos de Sobradinho, Casa Nova,
Remanso e Sento Sé, região de entorno do Lago de
Sobradinho, aplicou-se o modelo de estatística
multivariada por meio da Análise Fatorial.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram selecionadas 24 propriedades rurais em
função da intensidade e do tempo de uso com
atividades agrícolas, da proximidade do Lago de
Sobradinho e da presença de área adjacente sob
caatinga com a mesma classe de solo da área sob
uso agrícola. Em cada propriedade, foram coletadas
amostras de solos na profundidade de 0–10 cm
tanto na área agrícola como na área de caatinga.
Determinaram-se as seguintes características
químicas: pH, teores de matéria orgânica (M.O.),
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg)
e sódio (Na); calcularam-se saturação por bases
(V), capacidade de troca de cátions (CTC),
saturação por alumínio (m), percentagem de sódio
trocável (PST) (Embrapa, 2011).
Para análise estatística dos dados, utilizaram-se
análises de correlação de Pearson para observar se
a matriz de correlação apresenta valores
significativos e análise fatorial (AF) utilizando-se a
ACP como método de extração e rotacionando os
eixos pelo método Varimax. Estabeleceu-se o valor
de 0,70 para cargas fatoriais significativas. As
análises estatísticas dos dados foram realizadas
com o auxílio do software STATISTICA 5.0.
2

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Um total de 26 e 28 coeficientes (33 e 36% do
total) foi superior a 0,5, o que é indicativo de boa
correlação entre as variáveis empregadas (Tabela
1). Para a área sob caatinga, observa-se correlação
muito forte e positiva entre as variáveis Al e m (r =
0,87), Na e PST (r =0,97), Ca e CTC (r = 0,86) e
negativa entre Al e pH (r = -0,80). Sob uso agrícola,
observa-se correlação muito forte e positiva entre as
variáveis Al e m (r =0,88), Na e PST (r=0,90), K e Ca
com a CTC (r=0,97 e r=0,95), Ca e Mg (r=0,97) e
negativa entre m e V (r=-0,80). As correlações
positivas entre Na e PST e Al e m são esperadas já
que a saturação (PST e m) é tanto maior quanto
maior é o teor desses elementos no solo, enquanto
a correlação negativa entre Al e pH se deve a
disponibilidade do Al ser regulada pelo pH do solo. A
correlação observada entre CTC e Ca e K, bem
como entre Ca e Mg, na área agrícola, relaciona-se
com a introdução desses nutrientes no sistema por
meio do manejo da fertilidade utilizando-se
fertilizações e calagem.
A etapa seguinte das análises constou da
decomposição da matriz de correlação para reduzir
a dimensão de variáveis interrelacionadas em
dimensão menor, formada por fatores comuns e
independentes. A análise fatorial (AF) não promoveu
grande redução no número de variáveis, uma vez
que o melhor ajuste do modelo ocorreu com a
inclusão de 10 e 11 das 12 variáveis analisadas nas
áreas sob caatinga e sob uso agrícola,
respectivamente. Em ambas as áreas, o modelo
que melhor se ajustou aos dados foi aquele
composto por três fatores, sendo consideradas
significativas as cargas fatoriais superiores à 0,70, e
explicando cerca de 80% da variância total das
variáveis originais (Tabela 2). A solução fatorial
extrai os fatores na ordem de sua importância. Para
a área sob caatinga, o primeiro fator explica 46,46%
da variabilidade dos dados e está associado com
variáveis indicativas da acidez do solo (pH, Al, V e
m), sendo, por isso considerado o índice de
qualidade do solo (IQS). O fator 2 explica 19,32% da
variância total dos dados e está relacionada a
salinidade do solo (Na e PST), ocasionada por meio
de processos naturais. O terceiro fator, que explica
14,88% da variância total dos dados originais,
relaciona-se com a disponibilidade de nutrientes no
solo. Quando foram analisadas o grupo de amostras
relacionadas as área sob uso agrícola, observa-se
que a primeira componente passa a explicar 54,08%
da variância dos dados e relaciona-se com a
disponibilidade de nutrientes, sendo indicativo da
ação antrópica na região. O fator 2 que refere-se a
acidez do solo, explica 14,07 % da variância dos
dados enquanto o terceiro fator explica 12,24 % e

relaciona-se com os processos de salinização
secundária, sendo portanto menos importantes
nesse ambiente. A última coluna da Tabela 2
fornece o valor das comunalidades, indicando o
quanto da variância de cada atributo é explicada
pelos fatores juntos, observe que todos os atributos
químicos possuem forte relação com os fatores
retidos, pois têm elevadas comunalidades. Os
autovalores indicam a importância relativa de cada
fator na explicação da variância associada ao
conjunto de atributos analisados.
CONCLUSÕES
Tanto para área de caatinga como para solos sob
uso agrícola as componentes dos fatores foram as
mesmas, mas a ordem de importância foi alterada,
sendo a disponibilidade de nutrientes, considerada
como componente de antropização mais importante
para explicar a qualidade dos solos sob uso
agrícola.
AGRADECIMENTOS
AO CNPQ, EMBRAPA E CHESF PELO APOIO FINANCEIRO.
REFERÊNCIAS

DORAN, J.W; SARRANTONIO,M.; JANKE, R. Strategies
to promote soil quality and health. In: PANKHURST, C.E.;
DOUBE, B.M.; GUPTA, V.V.S.R.; GRACE, P.R. (eds.).
Soil Biota Management in sustainable farming systems.
Commonwealth
Scientific
Industrial
Research
Organization, p.230-237, 1994.Karlen et al., (1997)
EMPRESA
BRASILEIRA
DE
PESQUISA
AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Manual de métodos de
análise de solo. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2011.
230p.
FÁVERO, L.P. et al. Análise de Dados: Modelagem
Multivariada para Tomada de Decisões. 1.ed. Rio de
Janeiro: Campos Elsevier, 2009.
HELENA, B. et al. Temporal evolution of groundwater
composition in alluvial aquifer (Pisuerga River, Spain) by
principal component analysis. Water Research, v.34,
p.807-816, 2000.
SILVA, R.L., Dinâmica da Matéria Orgânica e Relações
com Propriedades Químicas em um Latossolo dob
Diferentes Usos da Terra na Amazônia Oriental. Belém,
2008. 75 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia).
Universidade Federal Rural da Amazônia.
TABACHNICK, B.G.; FIDELL, L.S. Using multivariate
statistics . 5.ed. Boston: Pearson Allyn & Bacon. 2007.
980p.
3

Tabela 1. Matriz de correlação das características químicas do solo determinados em área de caatinga e sob
uso agrícola na camada de 0– 10 cm.
Parâmetros M.O.
pH
P
K
Ca
Mg
Na Al CTC
V
PST m
Área sob Caatinga
M.O.
1,00
pH
0,32
1,00
P
0,24
0,20 1,00
K
0,23
0,52 0,67 1,00
Ca
0,36
0,64 0,73 0,71 1,00
Mg
0,11
0,53 0,02 0,23 0,53 1,00
Na
-0,17
0,09 0,02 0,16 0,35 0,58 1,00
Al
0,04
-0,80 -0,16 -0,33 -0,46 -0,40 -0,06 1,00
CTC
0,31
0,44 0,58 0,60 0,86 0,67 0,60 -0,23 1,00
V
0,20
0,76 0,37 0,50 0,73 0,52 0,14 -0,71 0,41 1,00
PST
-0,20
0,00 -0,03 0,17 0,24 0,46 0,97 0,00 0,47 0,10 1,00
M
-0,09 -0,75 -0,21 -0,38 -0,55 -0,61 -0,18 0,87 -0,41 -0,79 -0,13 1,00
Área sob uso agrícola
M.O.
1,00
pH
0,23 1,00
P
0,35 0,07 1,00
K
0,41 0,33 0,68 1,00
Ca
0,55 0,54 0,41 0,71 1,00
Mg
0,54 0,49 0,41 0,70 0,97 1,00
Na
0,41 0,24 0,13 0,42 0,59 0,65 1,00
Al
-0,30 -0,66 -0,23 -0,33 -0,43 -0,42 -0,30 1,00
CTC
0,59 0,37 0,40 0,73 0,97 0,95 0,58 -0,28 1,00
1,00
V
0,35 0,78 0,44 0,60 0,76 0,74 0,49 -0,67 0,61
PST
0,29 0,18 0,07 0,24 0,28 0,34 0,90 -0,27 0,27
0,36 1,00
M
-0,34 -0,68 -0,38 -0,41 -0,53 -0,52 -0,35 0,88 -0,40 -0,80 -0,32 1,00
*Significativo ao nível de 5 % de probabilidade.
Tabela 2. Fatores das componentes rotacionadas (VF) das variáveis químicas
determinadas na camada de 0-10 cm em solos sob caatinga e uso agrícola.
Variáveis
Fator 1
Fator 2
Fator 3
comunalidade
Área sob caatinga
M.O.

0,06

-0,26

0,55

0,38

pH

0,87
0,04

0,00

0,30

0,85

-0,07

0,88

0,78

P
K

0,29

0,09

0,77

0,68

Ca

0,47

0,26

0,94

Mg

0,56

0,62

0,81
0,15

0,72

Na

0,04

0,09

0,97

Al

-0,93
0,24

0,98
0,01

CTC
V
PST

0,82
-0,02

m

-0,92

0,56
0,07
0,95
-0,14

-0,03

0,87

0,73
0,36

0,90
0,80

0,04

0,91

-0,14

0,88
4

Autovalor

5,58

2,32

1,79

% Variância acumulada

46,46

65,78

80,66

Área sob uso agrícola
M.O.

0,59

0,12

0,28

0,44

pH

0,17

0,76

0,71

0,85
0,14

0,08

P

-0,21

0,56

K

0,84

0,22

0,07

0,76

Ca

0,82

0,37

0,28

0,89

Mg

0,81
0,35

0,33

0,35

0,89

Na

0,15

0,97

Al

-0,12

CTC

-0,89
0,17

0,91
-0,13
0,29

0,89

0,83

V

0,88
0,50

0,87

0,07

0,76
0,15

0,21

PST

0,92

0,88

m

-0,26

-0,89

-0,14

0,87

Autovalor

6,49

1,69

1,46

% Variância acumulada

54,08

68,15

80,29

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Estimativa do Fator Topografico da EUPS como Subsídio a Modelagem Erosiva da ...
Estimativa do Fator Topografico da EUPS como Subsídio a Modelagem Erosiva da ...Estimativa do Fator Topografico da EUPS como Subsídio a Modelagem Erosiva da ...
Estimativa do Fator Topografico da EUPS como Subsídio a Modelagem Erosiva da ...Alexia Regine
 
Correlação entre características morfológicas e fisiológicas em progênies de ...
Correlação entre características morfológicas e fisiológicas em progênies de ...Correlação entre características morfológicas e fisiológicas em progênies de ...
Correlação entre características morfológicas e fisiológicas em progênies de ...AcessoMacauba
 
Água Subterrânea e Petróleo,uma avaliação no município de Mossoró-RN
Água Subterrânea e Petróleo,uma avaliação no município de Mossoró-RNÁgua Subterrânea e Petróleo,uma avaliação no município de Mossoró-RN
Água Subterrânea e Petróleo,uma avaliação no município de Mossoró-RNGabriella Ribeiro
 
Influência da adubação nitrogenada e potássica sobre as propriedades químicas...
Influência da adubação nitrogenada e potássica sobre as propriedades químicas...Influência da adubação nitrogenada e potássica sobre as propriedades químicas...
Influência da adubação nitrogenada e potássica sobre as propriedades químicas...AcessoMacauba
 
CARACTERIZAÇÃO DE UNIDADES AQUÍFERAS APARTIR DE DADOS DO CADASTRO DE POÇOS DE...
CARACTERIZAÇÃO DE UNIDADES AQUÍFERAS APARTIR DE DADOS DO CADASTRO DE POÇOS DE...CARACTERIZAÇÃO DE UNIDADES AQUÍFERAS APARTIR DE DADOS DO CADASTRO DE POÇOS DE...
CARACTERIZAÇÃO DE UNIDADES AQUÍFERAS APARTIR DE DADOS DO CADASTRO DE POÇOS DE...Gabriella Ribeiro
 
Trabalho 2013 parte 2 e parte 3
Trabalho 2013 parte 2 e parte 3Trabalho 2013 parte 2 e parte 3
Trabalho 2013 parte 2 e parte 3Giovanna Ortiz
 
Barbosa e Espíndola 2006.
Barbosa e Espíndola 2006.Barbosa e Espíndola 2006.
Barbosa e Espíndola 2006.Najla Postaue
 
ÍNDICE GUS E GSI NA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS POR INSET...
ÍNDICE GUS E GSI NA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS POR INSET...ÍNDICE GUS E GSI NA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS POR INSET...
ÍNDICE GUS E GSI NA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS POR INSET...Gabriella Ribeiro
 
Notas práticas para condução da fertilização em horticultura protegida e ao a...
Notas práticas para condução da fertilização em horticultura protegida e ao a...Notas práticas para condução da fertilização em horticultura protegida e ao a...
Notas práticas para condução da fertilização em horticultura protegida e ao a...Armindo Rosa
 
Apresentacao_EduardoMarquesGersonSilva
Apresentacao_EduardoMarquesGersonSilvaApresentacao_EduardoMarquesGersonSilva
Apresentacao_EduardoMarquesGersonSilvaequipeagroplus
 
ANÁLISE PRELIMINAR DAS CARACTERÍSTICAS HIDROGEOQUÍMICAS DO SISTEMA AQUÍFERO G...
ANÁLISE PRELIMINAR DAS CARACTERÍSTICAS HIDROGEOQUÍMICAS DO SISTEMA AQUÍFERO G...ANÁLISE PRELIMINAR DAS CARACTERÍSTICAS HIDROGEOQUÍMICAS DO SISTEMA AQUÍFERO G...
ANÁLISE PRELIMINAR DAS CARACTERÍSTICAS HIDROGEOQUÍMICAS DO SISTEMA AQUÍFERO G...Gabriella Ribeiro
 
ProjetoUrucuia_W2_EduardoMarques
ProjetoUrucuia_W2_EduardoMarquesProjetoUrucuia_W2_EduardoMarques
ProjetoUrucuia_W2_EduardoMarquesequipeagroplus
 
Como fazer reservatório de água municipal
Como fazer reservatório de água municipal Como fazer reservatório de água municipal
Como fazer reservatório de água municipal Carlos Elson Cunha
 

Was ist angesagt? (20)

V57 n001p10208
V57 n001p10208V57 n001p10208
V57 n001p10208
 
Estimativa do Fator Topografico da EUPS como Subsídio a Modelagem Erosiva da ...
Estimativa do Fator Topografico da EUPS como Subsídio a Modelagem Erosiva da ...Estimativa do Fator Topografico da EUPS como Subsídio a Modelagem Erosiva da ...
Estimativa do Fator Topografico da EUPS como Subsídio a Modelagem Erosiva da ...
 
V24n01a11
V24n01a11V24n01a11
V24n01a11
 
Correlação entre características morfológicas e fisiológicas em progênies de ...
Correlação entre características morfológicas e fisiológicas em progênies de ...Correlação entre características morfológicas e fisiológicas em progênies de ...
Correlação entre características morfológicas e fisiológicas em progênies de ...
 
Água Subterrânea e Petróleo,uma avaliação no município de Mossoró-RN
Água Subterrânea e Petróleo,uma avaliação no município de Mossoró-RNÁgua Subterrânea e Petróleo,uma avaliação no município de Mossoró-RN
Água Subterrânea e Petróleo,uma avaliação no município de Mossoró-RN
 
10
1010
10
 
Influência da adubação nitrogenada e potássica sobre as propriedades químicas...
Influência da adubação nitrogenada e potássica sobre as propriedades químicas...Influência da adubação nitrogenada e potássica sobre as propriedades químicas...
Influência da adubação nitrogenada e potássica sobre as propriedades químicas...
 
CARACTERIZAÇÃO DE UNIDADES AQUÍFERAS APARTIR DE DADOS DO CADASTRO DE POÇOS DE...
CARACTERIZAÇÃO DE UNIDADES AQUÍFERAS APARTIR DE DADOS DO CADASTRO DE POÇOS DE...CARACTERIZAÇÃO DE UNIDADES AQUÍFERAS APARTIR DE DADOS DO CADASTRO DE POÇOS DE...
CARACTERIZAÇÃO DE UNIDADES AQUÍFERAS APARTIR DE DADOS DO CADASTRO DE POÇOS DE...
 
Trabalho 2013 parte 2 e parte 3
Trabalho 2013 parte 2 e parte 3Trabalho 2013 parte 2 e parte 3
Trabalho 2013 parte 2 e parte 3
 
Barbosa e Espíndola 2006.
Barbosa e Espíndola 2006.Barbosa e Espíndola 2006.
Barbosa e Espíndola 2006.
 
ÍNDICE GUS E GSI NA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS POR INSET...
ÍNDICE GUS E GSI NA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS POR INSET...ÍNDICE GUS E GSI NA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS POR INSET...
ÍNDICE GUS E GSI NA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS POR INSET...
 
Artigo tecnico-012_08
 Artigo tecnico-012_08 Artigo tecnico-012_08
Artigo tecnico-012_08
 
Trabalho+2013
Trabalho+2013Trabalho+2013
Trabalho+2013
 
Iii 049 02.05.05
Iii 049 02.05.05Iii 049 02.05.05
Iii 049 02.05.05
 
Notas práticas para condução da fertilização em horticultura protegida e ao a...
Notas práticas para condução da fertilização em horticultura protegida e ao a...Notas práticas para condução da fertilização em horticultura protegida e ao a...
Notas práticas para condução da fertilização em horticultura protegida e ao a...
 
Apresentacao_EduardoMarquesGersonSilva
Apresentacao_EduardoMarquesGersonSilvaApresentacao_EduardoMarquesGersonSilva
Apresentacao_EduardoMarquesGersonSilva
 
ANÁLISE PRELIMINAR DAS CARACTERÍSTICAS HIDROGEOQUÍMICAS DO SISTEMA AQUÍFERO G...
ANÁLISE PRELIMINAR DAS CARACTERÍSTICAS HIDROGEOQUÍMICAS DO SISTEMA AQUÍFERO G...ANÁLISE PRELIMINAR DAS CARACTERÍSTICAS HIDROGEOQUÍMICAS DO SISTEMA AQUÍFERO G...
ANÁLISE PRELIMINAR DAS CARACTERÍSTICAS HIDROGEOQUÍMICAS DO SISTEMA AQUÍFERO G...
 
ProjetoUrucuia_W2_EduardoMarques
ProjetoUrucuia_W2_EduardoMarquesProjetoUrucuia_W2_EduardoMarques
ProjetoUrucuia_W2_EduardoMarques
 
08
0808
08
 
Como fazer reservatório de água municipal
Como fazer reservatório de água municipal Como fazer reservatório de água municipal
Como fazer reservatório de água municipal
 

Ähnlich wie Seleção de indicadores químicos de qualidade para solos da região do entorno do lago de sobradinho

Indicadores ambientais
Indicadores ambientaisIndicadores ambientais
Indicadores ambientaisgustavohfs
 
Revista de engenharia agrícola artigo hans
Revista de engenharia agrícola   artigo hansRevista de engenharia agrícola   artigo hans
Revista de engenharia agrícola artigo hansEmlur
 
Apresentação de solos I
Apresentação de solos IApresentação de solos I
Apresentação de solos ICarolineCosta82
 
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffbAdalberto Alves Dasilva
 
2011_Caracterização do regime pluviometrico no arco das nascentes do rio para...
2011_Caracterização do regime pluviometrico no arco das nascentes do rio para...2011_Caracterização do regime pluviometrico no arco das nascentes do rio para...
2011_Caracterização do regime pluviometrico no arco das nascentes do rio para...ANTONIOCARDOSOFERREI
 
Aguas claras contaminação_fertilizantes_vargas
Aguas claras contaminação_fertilizantes_vargasAguas claras contaminação_fertilizantes_vargas
Aguas claras contaminação_fertilizantes_vargasavisaassociacao
 
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTURAS SOB PLANTIO DI...
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE  CULTURAS SOB PLANTIO DI...PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE  CULTURAS SOB PLANTIO DI...
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTURAS SOB PLANTIO DI...Francihele Müller
 
Estoque de Carbono orgânico total e fracionamento granulométrico
Estoque de Carbono orgânico total e fracionamento granulométricoEstoque de Carbono orgânico total e fracionamento granulométrico
Estoque de Carbono orgânico total e fracionamento granulométricoWellingthon Júnnyor
 
INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO SOLO NA SUCESSÃO ECOLÓGICA EM FLOR...
INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO SOLO NA SUCESSÃO ECOLÓGICA EM FLOR...INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO SOLO NA SUCESSÃO ECOLÓGICA EM FLOR...
INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO SOLO NA SUCESSÃO ECOLÓGICA EM FLOR...Sabrina Thamago
 
Capacidade de produção de água.pdf
Capacidade de produção de água.pdfCapacidade de produção de água.pdf
Capacidade de produção de água.pdfDanusa Campos
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
Variabilidade espacial das frações da matéria orgânica do solo em área degrad...
Variabilidade espacial das frações da matéria orgânica do solo em área degrad...Variabilidade espacial das frações da matéria orgânica do solo em área degrad...
Variabilidade espacial das frações da matéria orgânica do solo em área degrad...Juscélia Ferreira
 
Resumo UC UFSCar Caetana
Resumo UC UFSCar CaetanaResumo UC UFSCar Caetana
Resumo UC UFSCar CaetanaCaetana Coevas
 

Ähnlich wie Seleção de indicadores químicos de qualidade para solos da região do entorno do lago de sobradinho (20)

Matos 2006
Matos 2006Matos 2006
Matos 2006
 
download.pdf
download.pdfdownload.pdf
download.pdf
 
Indicadores ambientais
Indicadores ambientaisIndicadores ambientais
Indicadores ambientais
 
Revista de engenharia agrícola artigo hans
Revista de engenharia agrícola   artigo hansRevista de engenharia agrícola   artigo hans
Revista de engenharia agrícola artigo hans
 
Torta de filtro 1.pdf
Torta de filtro 1.pdfTorta de filtro 1.pdf
Torta de filtro 1.pdf
 
Apresentação de solos I
Apresentação de solos IApresentação de solos I
Apresentação de solos I
 
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb
67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffb
 
2011_Caracterização do regime pluviometrico no arco das nascentes do rio para...
2011_Caracterização do regime pluviometrico no arco das nascentes do rio para...2011_Caracterização do regime pluviometrico no arco das nascentes do rio para...
2011_Caracterização do regime pluviometrico no arco das nascentes do rio para...
 
Aguas claras contaminação_fertilizantes_vargas
Aguas claras contaminação_fertilizantes_vargasAguas claras contaminação_fertilizantes_vargas
Aguas claras contaminação_fertilizantes_vargas
 
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTURAS SOB PLANTIO DI...
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE  CULTURAS SOB PLANTIO DI...PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE  CULTURAS SOB PLANTIO DI...
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTURAS SOB PLANTIO DI...
 
Estoque de Carbono orgânico total e fracionamento granulométrico
Estoque de Carbono orgânico total e fracionamento granulométricoEstoque de Carbono orgânico total e fracionamento granulométrico
Estoque de Carbono orgânico total e fracionamento granulométrico
 
INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO SOLO NA SUCESSÃO ECOLÓGICA EM FLOR...
INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO SOLO NA SUCESSÃO ECOLÓGICA EM FLOR...INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO SOLO NA SUCESSÃO ECOLÓGICA EM FLOR...
INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO SOLO NA SUCESSÃO ECOLÓGICA EM FLOR...
 
Artigo bioterra v17_n1_06
Artigo bioterra v17_n1_06Artigo bioterra v17_n1_06
Artigo bioterra v17_n1_06
 
Capacidade de produção de água.pdf
Capacidade de produção de água.pdfCapacidade de produção de água.pdf
Capacidade de produção de água.pdf
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
Variabilidade espacial das frações da matéria orgânica do solo em área degrad...
Variabilidade espacial das frações da matéria orgânica do solo em área degrad...Variabilidade espacial das frações da matéria orgânica do solo em área degrad...
Variabilidade espacial das frações da matéria orgânica do solo em área degrad...
 
Resumo UC UFSCar Caetana
Resumo UC UFSCar CaetanaResumo UC UFSCar Caetana
Resumo UC UFSCar Caetana
 
Artigo_Bioterra_V23_N2_07
Artigo_Bioterra_V23_N2_07Artigo_Bioterra_V23_N2_07
Artigo_Bioterra_V23_N2_07
 
387-2622-1-PB.pdf
387-2622-1-PB.pdf387-2622-1-PB.pdf
387-2622-1-PB.pdf
 
Materiaorganica
MateriaorganicaMateriaorganica
Materiaorganica
 

Seleção de indicadores químicos de qualidade para solos da região do entorno do lago de sobradinho

  • 1. 1 Seleção de indicadores químicos de qualidade para solos da região do entorno do lago de sobradinho – BA, utilizando análise multivariada(1) Alessandra Monteiro Salviano Mendes(2), Stefeson Bezerra de Melo(3), Nelci (4) (2) (5) Olszevski , Vanderlise Giongo , Sálvio Napoleão Soares Arcoverde (1) (2) Trabalho executado com recursos da CHESF, Embrapa e do CNPq. Pesquisadora; Embrapa Semiárido; Petrolina (3) (4) Professor, Universidade Federal do Rural do Semiárido; Angicos – RN; – PE; alessandra.mendes@embrapa.br; (5) Professora, Universidade Federal do Vale do São Francisco; Juazeiro – BA;. Discente do Curso Mestrado em Engenharia Agrícola e Ambiental- Universidade Federal do Vale do São Francisco; Juazeiro – BA. RESUMO: A conversão da condição natural do solo para a agricultura impõe mudanças drásticas nos atributos químicos do solo, podendo trazer sérias consequências ambientais para a região de entorno das áreas alteradas. Com o objetivo de identificar a origem dos fatores que determinam a qualidade dos solos sob caatinga e uso agrícola, nos municípios de Sobradinho, Casa Nova, Remanso e Sento Sé, região de entorno do Lago de Sobradinho, aplicou-se o modelo de estatística multivariada por meio da Análise Fatorial. Foram analisadas 12 variáveis químicas e identificou-se que o modelo de melhor ajuste para expressar a qualidade dos solos agrícolas na região foi aquele composto por três fatores, explicando cerca de 80% da variância total. Tanto para área de caatinga como para solos sob uso agrícola as componentes dos fatores foram as mesmas, mas a ordem de importância foi alterada, sendo a disponibilidade de nutrientes, considerada como componente de antropização mais importante para explicar a qualidade dos solos sob uso agrícola. Termos de indexação: análise fatorial, índice de qualidade do solo, solos agrícolas INTRODUÇÃO Para Silva (2008) a ação do homem no sistema solo-água-planta-atmosfera, para a produção de alimentos, tende a ocasionar alterações, muitas vezes positivas, como a melhoria das condições para o desenvolvimento e proteção das plantas, outras vezes negativas, como Todavia, segundo (Doran et al., 1994) a avaliação dos possíveis indicadores de qualidade do solo e sua efetiva identificação são complicadas pela multiplicidade dos fatores físicos, químicos e biológicos que controlam os processos biogeoquímicos e suas variações no tempo, espaço e intensidade. A estatística multivariada é uma técnica cada vez mais popular usada para analisar conjuntos complexos de dados (Tabachnick & Fidell, 2007), sendo que métodos de análise exploratória de dados multivariados são largamente utilizados quando se deseja promover a redução do número de variáveis com o mínimo de perda de informação (Helena et al., 2000). Para Fávero et al. (2009), a análise fatorial (AF) é uma técnica multivariada que busca identificar um número relativamente pequeno de fatores comuns que podem ser utilizados para representar relações entre um grande número de variáveis inter-relacionadas. Assim, com o objetivo de identificar a origem dos fatores que determinam a qualidade dos solos, sob caatinga e uso agrícola, nos municípios baianos de Sobradinho, Casa Nova, Remanso e Sento Sé, região de entorno do Lago de Sobradinho, aplicou-se o modelo de estatística multivariada por meio da Análise Fatorial. MATERIAL E MÉTODOS Foram selecionadas 24 propriedades rurais em função da intensidade e do tempo de uso com atividades agrícolas, da proximidade do Lago de Sobradinho e da presença de área adjacente sob caatinga com a mesma classe de solo da área sob uso agrícola. Em cada propriedade, foram coletadas amostras de solos na profundidade de 0–10 cm tanto na área agrícola como na área de caatinga. Determinaram-se as seguintes características químicas: pH, teores de matéria orgânica (M.O.), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e sódio (Na); calcularam-se saturação por bases (V), capacidade de troca de cátions (CTC), saturação por alumínio (m), percentagem de sódio trocável (PST) (Embrapa, 2011). Para análise estatística dos dados, utilizaram-se análises de correlação de Pearson para observar se a matriz de correlação apresenta valores significativos e análise fatorial (AF) utilizando-se a ACP como método de extração e rotacionando os eixos pelo método Varimax. Estabeleceu-se o valor de 0,70 para cargas fatoriais significativas. As análises estatísticas dos dados foram realizadas com o auxílio do software STATISTICA 5.0.
  • 2. 2 RESULTADOS E DISCUSSÃO Um total de 26 e 28 coeficientes (33 e 36% do total) foi superior a 0,5, o que é indicativo de boa correlação entre as variáveis empregadas (Tabela 1). Para a área sob caatinga, observa-se correlação muito forte e positiva entre as variáveis Al e m (r = 0,87), Na e PST (r =0,97), Ca e CTC (r = 0,86) e negativa entre Al e pH (r = -0,80). Sob uso agrícola, observa-se correlação muito forte e positiva entre as variáveis Al e m (r =0,88), Na e PST (r=0,90), K e Ca com a CTC (r=0,97 e r=0,95), Ca e Mg (r=0,97) e negativa entre m e V (r=-0,80). As correlações positivas entre Na e PST e Al e m são esperadas já que a saturação (PST e m) é tanto maior quanto maior é o teor desses elementos no solo, enquanto a correlação negativa entre Al e pH se deve a disponibilidade do Al ser regulada pelo pH do solo. A correlação observada entre CTC e Ca e K, bem como entre Ca e Mg, na área agrícola, relaciona-se com a introdução desses nutrientes no sistema por meio do manejo da fertilidade utilizando-se fertilizações e calagem. A etapa seguinte das análises constou da decomposição da matriz de correlação para reduzir a dimensão de variáveis interrelacionadas em dimensão menor, formada por fatores comuns e independentes. A análise fatorial (AF) não promoveu grande redução no número de variáveis, uma vez que o melhor ajuste do modelo ocorreu com a inclusão de 10 e 11 das 12 variáveis analisadas nas áreas sob caatinga e sob uso agrícola, respectivamente. Em ambas as áreas, o modelo que melhor se ajustou aos dados foi aquele composto por três fatores, sendo consideradas significativas as cargas fatoriais superiores à 0,70, e explicando cerca de 80% da variância total das variáveis originais (Tabela 2). A solução fatorial extrai os fatores na ordem de sua importância. Para a área sob caatinga, o primeiro fator explica 46,46% da variabilidade dos dados e está associado com variáveis indicativas da acidez do solo (pH, Al, V e m), sendo, por isso considerado o índice de qualidade do solo (IQS). O fator 2 explica 19,32% da variância total dos dados e está relacionada a salinidade do solo (Na e PST), ocasionada por meio de processos naturais. O terceiro fator, que explica 14,88% da variância total dos dados originais, relaciona-se com a disponibilidade de nutrientes no solo. Quando foram analisadas o grupo de amostras relacionadas as área sob uso agrícola, observa-se que a primeira componente passa a explicar 54,08% da variância dos dados e relaciona-se com a disponibilidade de nutrientes, sendo indicativo da ação antrópica na região. O fator 2 que refere-se a acidez do solo, explica 14,07 % da variância dos dados enquanto o terceiro fator explica 12,24 % e relaciona-se com os processos de salinização secundária, sendo portanto menos importantes nesse ambiente. A última coluna da Tabela 2 fornece o valor das comunalidades, indicando o quanto da variância de cada atributo é explicada pelos fatores juntos, observe que todos os atributos químicos possuem forte relação com os fatores retidos, pois têm elevadas comunalidades. Os autovalores indicam a importância relativa de cada fator na explicação da variância associada ao conjunto de atributos analisados. CONCLUSÕES Tanto para área de caatinga como para solos sob uso agrícola as componentes dos fatores foram as mesmas, mas a ordem de importância foi alterada, sendo a disponibilidade de nutrientes, considerada como componente de antropização mais importante para explicar a qualidade dos solos sob uso agrícola. AGRADECIMENTOS AO CNPQ, EMBRAPA E CHESF PELO APOIO FINANCEIRO. REFERÊNCIAS DORAN, J.W; SARRANTONIO,M.; JANKE, R. Strategies to promote soil quality and health. In: PANKHURST, C.E.; DOUBE, B.M.; GUPTA, V.V.S.R.; GRACE, P.R. (eds.). Soil Biota Management in sustainable farming systems. Commonwealth Scientific Industrial Research Organization, p.230-237, 1994.Karlen et al., (1997) EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2011. 230p. FÁVERO, L.P. et al. Análise de Dados: Modelagem Multivariada para Tomada de Decisões. 1.ed. Rio de Janeiro: Campos Elsevier, 2009. HELENA, B. et al. Temporal evolution of groundwater composition in alluvial aquifer (Pisuerga River, Spain) by principal component analysis. Water Research, v.34, p.807-816, 2000. SILVA, R.L., Dinâmica da Matéria Orgânica e Relações com Propriedades Químicas em um Latossolo dob Diferentes Usos da Terra na Amazônia Oriental. Belém, 2008. 75 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Universidade Federal Rural da Amazônia. TABACHNICK, B.G.; FIDELL, L.S. Using multivariate statistics . 5.ed. Boston: Pearson Allyn & Bacon. 2007. 980p.
  • 3. 3 Tabela 1. Matriz de correlação das características químicas do solo determinados em área de caatinga e sob uso agrícola na camada de 0– 10 cm. Parâmetros M.O. pH P K Ca Mg Na Al CTC V PST m Área sob Caatinga M.O. 1,00 pH 0,32 1,00 P 0,24 0,20 1,00 K 0,23 0,52 0,67 1,00 Ca 0,36 0,64 0,73 0,71 1,00 Mg 0,11 0,53 0,02 0,23 0,53 1,00 Na -0,17 0,09 0,02 0,16 0,35 0,58 1,00 Al 0,04 -0,80 -0,16 -0,33 -0,46 -0,40 -0,06 1,00 CTC 0,31 0,44 0,58 0,60 0,86 0,67 0,60 -0,23 1,00 V 0,20 0,76 0,37 0,50 0,73 0,52 0,14 -0,71 0,41 1,00 PST -0,20 0,00 -0,03 0,17 0,24 0,46 0,97 0,00 0,47 0,10 1,00 M -0,09 -0,75 -0,21 -0,38 -0,55 -0,61 -0,18 0,87 -0,41 -0,79 -0,13 1,00 Área sob uso agrícola M.O. 1,00 pH 0,23 1,00 P 0,35 0,07 1,00 K 0,41 0,33 0,68 1,00 Ca 0,55 0,54 0,41 0,71 1,00 Mg 0,54 0,49 0,41 0,70 0,97 1,00 Na 0,41 0,24 0,13 0,42 0,59 0,65 1,00 Al -0,30 -0,66 -0,23 -0,33 -0,43 -0,42 -0,30 1,00 CTC 0,59 0,37 0,40 0,73 0,97 0,95 0,58 -0,28 1,00 1,00 V 0,35 0,78 0,44 0,60 0,76 0,74 0,49 -0,67 0,61 PST 0,29 0,18 0,07 0,24 0,28 0,34 0,90 -0,27 0,27 0,36 1,00 M -0,34 -0,68 -0,38 -0,41 -0,53 -0,52 -0,35 0,88 -0,40 -0,80 -0,32 1,00 *Significativo ao nível de 5 % de probabilidade. Tabela 2. Fatores das componentes rotacionadas (VF) das variáveis químicas determinadas na camada de 0-10 cm em solos sob caatinga e uso agrícola. Variáveis Fator 1 Fator 2 Fator 3 comunalidade Área sob caatinga M.O. 0,06 -0,26 0,55 0,38 pH 0,87 0,04 0,00 0,30 0,85 -0,07 0,88 0,78 P K 0,29 0,09 0,77 0,68 Ca 0,47 0,26 0,94 Mg 0,56 0,62 0,81 0,15 0,72 Na 0,04 0,09 0,97 Al -0,93 0,24 0,98 0,01 CTC V PST 0,82 -0,02 m -0,92 0,56 0,07 0,95 -0,14 -0,03 0,87 0,73 0,36 0,90 0,80 0,04 0,91 -0,14 0,88
  • 4. 4 Autovalor 5,58 2,32 1,79 % Variância acumulada 46,46 65,78 80,66 Área sob uso agrícola M.O. 0,59 0,12 0,28 0,44 pH 0,17 0,76 0,71 0,85 0,14 0,08 P -0,21 0,56 K 0,84 0,22 0,07 0,76 Ca 0,82 0,37 0,28 0,89 Mg 0,81 0,35 0,33 0,35 0,89 Na 0,15 0,97 Al -0,12 CTC -0,89 0,17 0,91 -0,13 0,29 0,89 0,83 V 0,88 0,50 0,87 0,07 0,76 0,15 0,21 PST 0,92 0,88 m -0,26 -0,89 -0,14 0,87 Autovalor 6,49 1,69 1,46 % Variância acumulada 54,08 68,15 80,29