E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
Artigo sobre a CIPA
1. CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é vista por muitos como um meio de
sobrevivência em tempos de crise. No famoso “facão”, felizes são àqueles que gozam da
estabilidade de emprego. Em contra partida, ruim para a imagem deste grupo, criado para
contribuir na prevenção de acidentes do trabalho. CIPA não é “cabide de emprego”, muito
menos um “mal necessário”. É a representação do trabalhador na busca de um ambiente de
trabalho mais seguro.
Tarefa difícil ao SESMT é fazer com que a CIPA seja vista com bons olhos pelo empregador e
até mesmo pelos empregados. Necessário se faz buscar meios para promover a CIPA, com
ações que contribuam positivamente para a imagem deste grupo de trabalho tão importante
dentro da empresa.
Infelizmente, quando pensamos em CIPA, visualizamos um processo eleitoral burocrático e
desmotivador, tanto para a Comissão Eleitoral, quanto para os eleitores. Somente os
candidatos, de certo modo, se satisfazem durante o evento. Porém, uma vez empossados,
geralmente não atuam como deveriam, quando muito comparecem a umas poucas reuniões
ordinárias.
O que podemos fazer para quebrar este paradigma? Quais ferramentas podem ser aplicadas
para melhorar a imagem deste grupo? Como podemos motivar o cipeiro a atuar e fazer uma
boa gestão? Isto só será possível quando dermos o devido valor a CIPA, e contribuirmos com
sua promoção, de forma inovadora e participativa.
Algumas dificuldades para uma CIPA atuante e participativa:
1. Realização do processo eleitoral apenas para o cumprimento da norma.
2. Insatisfação por parte dos organizadores; Divulgação básica, limitada aos editais
obrigatórios; Falta de inovação.
3. Descumprimento dos itens da NR5, que gera descrédito por parte dos empregados;
Dimensionamento/enquadramento inadequado da CIPA; Falha no atendimento aos prazos
estabelecidos; Reinício do processo eleitoral; Falha na divulgação dos editais; Atitudes não
fundamentadas na norma.
4. Curso superficial e/ou com carga horária reduzida, ou até mesmo a falta deste.
5. Falta de liberdade para participação nas reuniões ordinárias e demais atribuições.
6. Ambiente inadequado para as reuniões, e falta de recursos para atuação satisfatória.
7. Falta de fiscalização por parte do MTE e/ou Sindicato.
Dicas para uma CIPA motivada e atuante:
2. Tudo começa com um processo eleitoral sério e ético que vá além do estabelecido pela norma,
visando à participação tanto dos candidatos quanto dos eleitores. Um processo eleitoral
dinâmico e inovador, com uma comissão eleitoral autêntica e motivada. Muita informação e
ampla divulgação, antes, durante e depois dos trabalhos.
1. Buscar a automotivação e a excelência.
2. Na medida do possível aderir ao meio eletrônico de votação. Existem várias opções para
isso (votação online, urna do governo, programa próprio de votação). Na inviabilidade do
uso de urna eletrônica, promover melhorias no processo eleitoral por cédulas e urna: Um
local adequado para instalação da comissão eleitoral e demais recursos necessários. Uma
urna nova ou a antiga revitalizada/decorada, cédulas de votação bem elaboradas, cartazes
coloridos, exposição dos candidatos, auxílio na criação de slogan, liberdade à candidatura e
a ampla divulgação e autopromoção (santinhos, brindes, etc.).
3. Divulgação dos editais por todos os meios possíveis (intranet, e-mail, quadro de aviso nas
diversas áreas).
4. Realizar todo o processo eleitoral com excelência, com transparência, dentro do
estabelecido pela norma. Evitar atitudes que promovam a desconfiança dos trabalhadores.
Procurar envolver os candidatos em todas as fases do processo eleitoral, assim como
divulgar o andamento deste.
5. Oferecer um curso de prevenção de acidentes dentro da realidade e perfil da empresa (o
uso de slides de outros profissionais ou empresas baixados da internet, até mesmo por
prestação de serviços pode comprometer a qualidade do evento, e a satisfação do
cursando). Procure desenvolver seu próprio curso, visando aproximar ao máximo os
assuntos à realidade dos trabalhadores. Quando contratar alguém para ministrar o curso,
garantir que o conteúdo atenda o currículo e a carga horária estabelecida pela norma.
Realizar verificação do aprendizado e satisfação do treinando. Vale lembrar que a norma
estabelece o mínimo, podendo ser ampliado conforme sua necessidade. Assim como, os
membros que já cursaram em outras gestões devem assistir o curso novamente, pois além
de necessário, conhecimento nunca é demais.
6. Viabilizar a participação de todos os membros da CIPA, efetivos e suplentes, em todas as
reuniões e demais atividades como, a inspeção de segurança e investigação de causas de
acidentes. É fato que alguns cipeiros apresentam justificativas pela ausência, mas a maioria
delas incabíveis. Na verdade a ausência ocorre por simples esquecimento, descaso, e até
mesmo produção.
7. Uma sala limpa, mobiliada e um cafezinho faz toda diferença, afinal todas as outras
reuniões realizadas na empresa tem isso, não é?
Essas e outras ações como um e-mail exclusivo da CIPA, página na internet, SIPAT organizada e
com efetiva participação da comissão, mapa de risco elaborado pelos cipeiros e com a
participação dos trabalhadores, envolvimento dos membros da CIPA em alguns trabalhos
realizados pelo SESMT, podem promover a CIPA e garantir uma gestão que ficará na memória
de todos.
Por Sergio Roberto – Téc. Segurança do Trabalho