2. Observe as imagens.
O cartaz é uma
propaganda do
governo federal
divulgada nos
primeiros anos da
década de 1970.
3. Adilson Moralez
Processo artesanal de confecção de couro ecológico
desenvolvido pela comunidade do Maguary, na Floresta
Nacional do Tapajós, em Alter do Chão, PA.
4. Conversa
Qual é a região destacada no cartaz. O que
você sabe sobre ela?
Como podemos interpretar a expressão
“Chega de lendas” na frase em destaque
no cartaz?
5. Qual mensagem sobre a Amazônia os
criadores do cartaz quiseram transmitir? Quais
os objetivos do governo federal em relação a
essa região?
Se você fosse elaborar um cartaz para atrair
pessoas que desejassem investir na
Amazônia, quais aspectos destacaria?
Explique.
6. Amazônia Legal e o domínio
amazônico
Onde vivem cerca de 18 milhões de habitantes.
Complexo regional amazônico
Abrange uma área de aproximadamente
41,8 milhões de km².
Atualmente a Amazônia Legal
É área de atuação da Agência de
Desenvolvimento da Amazônia.
7. Complexo Regional da Amazônia
Mário Yoshida
Fonte: Pedro Pinchas Geiger. Organização regional do Brasil. Revista Geográfica. Rio de
Janeiro, n. 61. jul./dez. 1964. p.51. In: Angélica Alves Magnano. Revista Brasileira de Geografia.
Rio de Janeiro, v. 57, n.4, out./dez. 1995. p. 77 (adaptado).
8. Domínio Amazônico Trecho da América do Sul com
cerca de 7,8 milhões de km².
ABRANGE
Territórios da Bolívia,
do Peru, do Equador,
Foi delimitado
da Colômbia, da
com base nos
Venezuela, da Guiana,
do Suriname, da aspectos naturais.
Guiana Francesa e do
Brasil.
Essa área é também chamada de
Amazônia Internacional.
9. Brasil – Amazônia Legal
Mário Yoshida
Fonte: ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia), 2002.
10. Mário Yoshida
Amazônia Internacional
Fonte: ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia), 2002.
11. O Domínio Amazônico:
• compreende cerca de um terço das florestas tropicais;
• um quinto da água doce disponível no globo;
• apresenta grande variedade e diversidade de espécies
vegetais e animais.
Por isso, afirma-se que a Amazônia
apresenta uma grande biodiversidade.
Como mais da metade da Amazônia faz parte do Brasil
Boa parte dessa biodiversidade
encontra-se no país.
12. Muitas de suas plantas e animais
São utilizadas pela indústria farmacêutica de
perfumaria e cosméticos, de alimentos etc.
Outras tantas são analisadas pelos institutos
de pesquisa dos países desenvolvidos.
A partir de Podem ser fabricados
substâncias medicamentos e outros
encontradas nessas produtos. Bases de
plantas e animais: novas matérias-primas
podem ser descobertas.
14. A organização espacial da Amazônia
A porção norte do território brasileiro não despertou grande
interesse da metrópole portuguesa na época da colonização.
Pois nela não foram encontradas riquezas minerais,
ou solos favoráveis para a prática agrícola.
Também foram instalados
Durante o período fortes, com o objetivo de
colonial, a sua defender o território de
ocupação limitou-se invasões. Muitos desses
à instalação de fortes acabaram se
missões religiosas. tornando vilas.
15. Final do século XIX - início do século XX
Provocando
Ocorreu um surto de povoamento uma sensível
Proporcionado diminuição no
fluxo
Pela extração do látex populacional
para a região.
da seringueira.
Nesse período, a Década de 1920
região atraiu A atividade
milhares de econômica de
pessoas, que se extração do látex
estabeleceram para entrou em
trabalhar como decadência
seringueiros.
17. Um desafio amazônico: desenvolver
sem destruir
Geógrafa Bertha Becker
A natureza da Amazônia é “reavaliada e revalorizada
a partir de duas lógicas muito diferentes”.
A preocupação em E a visão da região como
conservar os estoque de recursos
ecossistemas e naturais a serem
possibilitar a explorados sem
sobrevivência e o preocupação com a
desenvolvimento sustentabilidade e como
dos povos que área de expansão para a
vivem na região. pecuária e para a
agricultura.
18. Pensar nessas duas lógicas significa pensar
no futuro da Amazônia.
O próprio debate sobre a necessidade de encontrarmos
modelos de desenvolvimento que priorizem:
• a redução das desigualdades sociais;
• a eliminação da pobreza;
• a conservação dos ecossistemas naturais;
Deve servir de exemplo para a elaboração de
propostas de desenvolvimento
socioeconômico na Amazônia.
20. A Amazônia é uma reserva
fundamental de: Tem um papel
expressivo no volume
• biodiversidade;
de gases que podem
• água; ou não intensificar o
efeito estufa.
• carbono fixado.
Brasil:
• considerado o 5º maior emissor mundial de gases do
efeito estufa;
• 75% das emissões são resultado dos desmatamentos e
das queimadas;
• apenas 25% das emissões do Brasil são fruto da
queima de combustíveis fósseis.
21. Considerando:
• a grande diversidade sociocultural da região amazônica;
• a importância que tem para a estabilidade climática
regional e continental;
• a influência que tem na intensificação do efeito estufa;
• o estoque de água;
• a biodiversidade;
Não há como realizar projetos que não tenham
como ponto de partida estudos aprofundados sobre
as peculiaridades sociais, ambientais e econômicas
da Amazônia.
22. O governo precisa atuar mais diretamente na região
Inclusive
Criando condições para que a pesquisa seja intensificada
e a fiscalização, mais atuante.
É fundamental estabelecer projetos que não
colaborem para a expansão das áreas desmatadas.
Há também a preocupação com a expansão da
agricultura voltada para a produção de biocombustíveis.
É provável que venha a ocorrer uma expansão
significativa da produção de cana no Brasil.
23. Kim-Ir-Sem
Cultivo de cana-de-açúcar nas proximidades de
Sinop, MT (2005).
24. A ocupação da Amazônia
Governos anteriores à década de 1970 já davam sinais de
preocupação com o povoamento da Amazônia.
Porque a consideravam um espaço com um vazio
demográfico que deveria ser ocupado.
Em 1953, no governo
Getulio Vargas, foi Em 1958, no governo
criada a Juscelino Kubitschek,
Superintendência do iniciava-se a
Plano de Valorização construção da rodovia
Econômica da Belém-Brasília.
Amazônia.
25. As estratégias do Estado brasileiro
Período da ditadura militar
Os governantes do Estado brasileiro pretendiam
levar adiante planos, programas e projetos
diversos com o objetivo de ocupar e explorar
economicamente a região amazônica.
O governo entendia que a região desocupada
poderia ser facilmente invadida e ter suas riquezas
exploradas por estrangeiros.
Além disso, nessa imensa área poderiam ser
organizadas forças contrárias ao governo militar.
26. Foram criados órgãos como:
• a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia,
que substituiu a SPVEA, para planejar, coordenar e
controlar o desenvolvimento.
Também foram criados:
• projetos de pesquisa;
• outras rodovias;
• o polo industrial — a Zona Franca de Manaus;
• diversos projetos agropecuários e minerais.
27. As rodovias e as agrovilas
O governo brasileiro aplicou
Início de 1970 recursos para a abertura de 15 mil
km de estradas.
Rodovia Transamazônica Grande símbolo da
integração nacional.
Revelou-se, em pouco
tempo, um exemplo de Apenas um trecho ainda
má administração de funciona como estrada.
recursos e de projetos
na região.
29. Ao implantar os projetos de colonização, por meio do Incra
O governo estabeleceu uma rede de agrovilas
ao longo dessas diversas rodovias.
Elas eram formadas por lotes de terra doados às
famílias de agricultores.
Em função de uma série de
fatores, como:
• a distância de centros urbanos
maiores;
O projeto das
• terras de baixíssima fertilidade; agrovilas fracassou.
• falta de assistência escolar e de
assistência médica;
• uma grande incidência de
doenças.
30. Observe o mapa a seguir.
Estradas - Amazônia
Carlos Tadeu de Carvalho Gamba
Fonte: Disponível em: http://www.imazon.org.br/upload/m_estradas2003.jpg. Acesso em: 7 mai 2008.
31. Polamazônia e os grandes projetos
A partir de 1974
O governo redirecionou a ocupação e a exploração
econômica.
Implantou a Polamazônia, por meio do qual
estabeleceu 15 “polos de desenvolvimento”.
Esse novo programa
caracterizou-se:
• pela implantação de
Essas atividades foram
extensas áreas agrícolas, de
grandes responsáveis
criação de gado e de
pela maior parte das áreas
exploração da madeira.
devastadas na Amazônia.
32. Além de contribuir para o desmatamento, esse programa:
• levou à formação de grandes propriedades rurais;
• estimulou os conflitos pela posse de terras;
• colaborou para a invasão de terras indígenas.
O governo acabou
contribuindo para o
aumento dos problemas Os maiores latifúndios
sociais e para a criação improdutivos do Brasil
de permanentes focos estão na região
de conflitos envolvendo
amazônica.
latifundiários, empresas
madeireiras, índios e
posseiros.
33. O projeto grande Carajás
Foi o de maior destaque, pela sua área de
atuação e pelas atividades e obras envolvidas.
• Extração de riquezas minerais;
• Construção da hidrelétrica de Tucuruí;
• Construção da Estrada de Ferro Carajás,
ligando a região de extração mineral aos portos
de Itaqui e Ponta da Madeira, em São Luís, no
Maranhão.
34. Projeto Grande Carajás
Mário Yoshida
Fonte: Bertha Becker. Amazônia. São Paulo: Ática, 1990. p. 66 (Série Princípios).
35. Fazem parte também do projeto Grande Carajás os
projetos:
• Trombetas, de onde se extrai a bauxita;
• Alumar e Alunorte, que transformam a bauxita em
alumina;
• Albrás, onde a alumina é então transformada em
alumínio.
37. Um modelo de desenvolvimento sem futuro
O governo brasileiro esperava que esses projetos
atraíssem as empresas transformadoras de alumínio e,
com isso, houvesse geração de muitos empregos.
Entretanto, não foi o que ocorreu.
Acabou favorecendo
os grandes grupos Para poder investir, o
empresariais governo brasileiro fez
estrangeiros e mais empréstimos no
nacionais e exigiu exterior, tornando a dívida
grandes gastos do externa ainda maior.
governo brasileiro.
39. Em termos sociais e ambientais, o saldo do modelo de
ocupação e desenvolvimento colocado em prática é
bastante negativo:
• parte considerável da floresta foi devastada;
• muitas riquezas foram retiradas da região, com pouco
benefício à população local;
• os conflitos pela posse de terras se agravaram com a
concentração da propriedade rural;
• terras indígenas foram invadidas e muitos confrontos
entre não-índios e grupos indígenas continuam a ocorrer.
40. Celso Junior/AE
Representante de etnias indígenas manifestando-se
pelos seus direitos em Brasília (2004).
41. O extrativismo sustentável e o ecoturismo
Um novo modelo de desenvolvimento precisa ser
posto em prática na Amazônia
Que combine a conservação e a
preservação ambiental e a melhoria
nas condições de vida.
Na década de 1970,
uma enorme quantia Essa quantia, além de
foi oferecida pelo favorecer quem já
governo, por meio de dispunha de muitos
subsídios, a grandes recursos, contribuiu para
e médios empresários a devastação da floresta.
e produtores rurais.
42. Uma quantidade menor
de recursos, que fosse
investida na região
para desenvolver Dentre essas
outras atividades atividades, destaca-se
geradoras de o extrativismo
empregos e renda, sustentável, que não
teria bons resultados causa prejuízos à
na melhoria das floresta.
condições de vida da
população.
43. Para subsidiar as empresas interessadas e os
planejamentos dos governos municipais e estaduais,
a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária está
realizando o Zoneamento Agroecológico da região.
O estudo compreende:
• o mapeamento dos recursos naturais;
• a indicação de áreas aptas para o uso sustentável;
• potencialidades e limitações quanto ao uso do solo;
• conservação e preservação ambiental;
• potencialidades sociais.
44. Outra atividade que poderia ser uma grande fonte
de renda para a região:
O ecoturismo
Pode-se dizer que o potencial da Amazônia para o
desenvolvimento dessa atividade é o maior do mundo
Em razão da riqueza do ecossistema amazônico.
45. O turismo verde na Amazônia está apenas engatinhando.
Barcos de turismo no encontro do rio Solimões (de águas
claras) e do rio Negro (de águas escuras).