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NEGRA
A negra para tudo
a negra para todos
a negra para capinar plantar
regar
colher carregar empilhar no paiol
ensacar
lavar passar remendar costurar cozinhar
rachar lenha
limpar a bunda dos nhozinhos
trepar.
A negra para tudo
nada que não seja tudo tudo tudo
até o minuto de
(único trabalho para seu proveito exclusivo)
morrer.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
NEGRA
“Mulher de cor negra”
(Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras)
A mulher não tem nome. Tratada apenas como “negra”,
pode referir-se, genericamente, a todas as mulheres
negras escravas ou trabalhadoras domésticas ou
“funcionárias” das fazendas.
Este poema está organizado em DUAS ESTROFES.
A primeira estrofe tem 10 versos, e a segunda tem 5 versos.
O poema apresenta versos irregulares, já que não têm a
mesma quantidade de sílabas métricas, exceto os versos 1 e
2 da primeira estrofe, que têm a mesma quantidade de
sílabas. Mesmo assim os versos do poema são considerados
VERSOS LIVRES.
Os versos do poema não apresentam rima externa, a
exceção do 1º e 2º versos da primeira estrofe, que parecem
evocar uma rima em “tuDO” e “toDOs”.
Apesar do estilo modernista, a poesia drummondiana vez
por outra recorre a elementos da poesia clássica e da
estética de outras escolas literárias como a musicalidade do
Simbolismo, por exemplo.
Podemos destacar as assonâncias e aliterações nos versos:
a negra para capinar plantar
regar
colher carregar empilhar no paiol
ensacar
lavar passar remendar costurar cozinhar
rachar lenha
limpar a bunda dos nhozinhos
trepar.
No entanto, mesmo em meio a esta composição poética
“musical” de influência simbolista, há, como é característico
da poesia modernista das fases iniciais, a inclusão do
prosaico e de termos considerados antipoéticos no poema,
como:
“bunda” e “trepar”
Outro recurso modernista, advindo do FUTURISMO, estética
vanguardista explorada na primeira fase do modernismo por
Mário de Andrade e Oswald de Andrade, é a ausência de
sinais de pontuação como a vírgula (,). Essa omissão do sinal
de pontuação confere maior velocidade à leitura do poema.
colher carregar empilhar no paiol
ensacar
lavar passar remendar costurar cozinhar
Notadamente, o poema foge do “confessionalismo” e
adota uma proposta mais voltada à problemática social.
Este texto, no entanto, apesar de figurar no livro
“Boitempo” (1968), pode ser fruto de alguma
reminiscência do menino Carlos, quando de sua infância
nas fazendas do avô em Itabira-MG, nas primeiras
décadas do século XX, já que, em muitas obras,
Drummond cultivara a memória.
Há ainda neste poema, a exploração da ideia de que a
liberdade do negro (neste caso, da negra) só era
conseguida definitivamente com a morte; o que
retoma um aspecto da poesia condoreira no
Romantismo brasileiro, presente principalmente nos
versos de Castro Alves.
A negra para tudo
nada que não seja tudo tudo tudo
até o minuto de
(único trabalho para seu proveito exclusivo)
morrer.
A morte livra a Negra de trabalhar para os outros.
Ela, enfim, descansa.
A negra para tudo a negra para todos
trepar.
a negra para capinar plantar
regar
colher carregar empilhar no paiol
ensacar
lavar passar remendar costurar
cozinhar
rachar lenha
limpar a bunda dos nhozinhos
A mulher negra, escrava ou “assalariada”,
trabalhadora doméstica, não raro, sofria
abuso sexual de seu patrão.
Era função das empregadas domésticas
negras, escravas ou não, fazer todo o
trabalho duro da casa dos senhores,
enquanto aos homens negros
geralmente cabia o serviço nas fazendas.
A escolha do verbo “trepar”, termo
chulo, indicativo de ato sexual, mostra a
rudeza e a vulgaridade a que o sexo era
reduzido, quase animal.
A negra para tudo
a negra para todos
a negra para capinar plantar
Anáfora – Repetição de palavras no início de versos
ou, nos textos em prosa, no início de orações.
Gradação – Sequência de palavras ou expressões,
criando uma progressão (ascendente ou descendente).
a negra para capinar plantar
regar
colher carregar empilhar no paiol
ensacar
lavar passar remendar costurar cozinhar
rachar lenha
limpar a bunda dos nhozinhos
trepar.
* Progressão do trabalho da Negra, cada vez mais intenso e degradante.

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A Negra - Poema de Carlos Drummond de Andrade

  • 1. NEGRA A negra para tudo a negra para todos a negra para capinar plantar regar colher carregar empilhar no paiol ensacar lavar passar remendar costurar cozinhar rachar lenha limpar a bunda dos nhozinhos trepar. A negra para tudo nada que não seja tudo tudo tudo até o minuto de (único trabalho para seu proveito exclusivo) morrer. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
  • 2. NEGRA “Mulher de cor negra” (Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras) A mulher não tem nome. Tratada apenas como “negra”, pode referir-se, genericamente, a todas as mulheres negras escravas ou trabalhadoras domésticas ou “funcionárias” das fazendas.
  • 3. Este poema está organizado em DUAS ESTROFES. A primeira estrofe tem 10 versos, e a segunda tem 5 versos. O poema apresenta versos irregulares, já que não têm a mesma quantidade de sílabas métricas, exceto os versos 1 e 2 da primeira estrofe, que têm a mesma quantidade de sílabas. Mesmo assim os versos do poema são considerados VERSOS LIVRES. Os versos do poema não apresentam rima externa, a exceção do 1º e 2º versos da primeira estrofe, que parecem evocar uma rima em “tuDO” e “toDOs”.
  • 4. Apesar do estilo modernista, a poesia drummondiana vez por outra recorre a elementos da poesia clássica e da estética de outras escolas literárias como a musicalidade do Simbolismo, por exemplo. Podemos destacar as assonâncias e aliterações nos versos: a negra para capinar plantar regar colher carregar empilhar no paiol ensacar lavar passar remendar costurar cozinhar rachar lenha limpar a bunda dos nhozinhos trepar.
  • 5. No entanto, mesmo em meio a esta composição poética “musical” de influência simbolista, há, como é característico da poesia modernista das fases iniciais, a inclusão do prosaico e de termos considerados antipoéticos no poema, como: “bunda” e “trepar” Outro recurso modernista, advindo do FUTURISMO, estética vanguardista explorada na primeira fase do modernismo por Mário de Andrade e Oswald de Andrade, é a ausência de sinais de pontuação como a vírgula (,). Essa omissão do sinal de pontuação confere maior velocidade à leitura do poema. colher carregar empilhar no paiol ensacar lavar passar remendar costurar cozinhar
  • 6. Notadamente, o poema foge do “confessionalismo” e adota uma proposta mais voltada à problemática social. Este texto, no entanto, apesar de figurar no livro “Boitempo” (1968), pode ser fruto de alguma reminiscência do menino Carlos, quando de sua infância nas fazendas do avô em Itabira-MG, nas primeiras décadas do século XX, já que, em muitas obras, Drummond cultivara a memória.
  • 7. Há ainda neste poema, a exploração da ideia de que a liberdade do negro (neste caso, da negra) só era conseguida definitivamente com a morte; o que retoma um aspecto da poesia condoreira no Romantismo brasileiro, presente principalmente nos versos de Castro Alves. A negra para tudo nada que não seja tudo tudo tudo até o minuto de (único trabalho para seu proveito exclusivo) morrer. A morte livra a Negra de trabalhar para os outros. Ela, enfim, descansa.
  • 8. A negra para tudo a negra para todos trepar. a negra para capinar plantar regar colher carregar empilhar no paiol ensacar lavar passar remendar costurar cozinhar rachar lenha limpar a bunda dos nhozinhos A mulher negra, escrava ou “assalariada”, trabalhadora doméstica, não raro, sofria abuso sexual de seu patrão. Era função das empregadas domésticas negras, escravas ou não, fazer todo o trabalho duro da casa dos senhores, enquanto aos homens negros geralmente cabia o serviço nas fazendas. A escolha do verbo “trepar”, termo chulo, indicativo de ato sexual, mostra a rudeza e a vulgaridade a que o sexo era reduzido, quase animal.
  • 9. A negra para tudo a negra para todos a negra para capinar plantar Anáfora – Repetição de palavras no início de versos ou, nos textos em prosa, no início de orações. Gradação – Sequência de palavras ou expressões, criando uma progressão (ascendente ou descendente). a negra para capinar plantar regar colher carregar empilhar no paiol ensacar lavar passar remendar costurar cozinhar rachar lenha limpar a bunda dos nhozinhos trepar. * Progressão do trabalho da Negra, cada vez mais intenso e degradante.