2. A avaliação, dentro da estrutura atual apresenta um caráter classificatório, aprovativo. [...] quem não consegue acompanhar é responsabilizado. Passa de vítima a culpado. A idéia de que nem todos podem aprender, e de que alguns são mais capazes e de que outros são incapazes, foi sendo naturalizada dentro da estrutura escolar e muito aceita entre os profissionais da educação, os pais e os filhos dos trabalhadores (DOLZAN, 1998).
3. As discussões em torno da avaliação não podem ser descoladas das discussões sobre currículo, sobre projeto político pedagógico e sobre formação continuada. Precisamos rever nossa concepção de criança, de adolescente, dos processos de ensinar e aprender para rever as formas da avaliação escolar.
4. Uma primeira questão é repensar a função da avaliação escolar, frente ao atual contexto educacional brasileiro. Outra questão tão importante quanto, é a função deste tempo social e biológico vivido pelo aluno dentro da escola, e o quanto os processos de avaliação determinam em qualidade de vida escolar para estes sujeitos.
5. O tempo da infância e adolescência não podem ser vividos como uma corrida para ver quem chega primeiro e com mais pontos... Cada pessoa precisa de um tempo para viver seu tempo escolar, para se construir como ser humano. No entanto o tempo de escola não deve ser vivido como um tempo de frustrações e fracasso. O peso da escola na vida de muitas crianças é quase insuportável.
6. Escada acima escada abaixo (1960) Mauritus Cornelis Escher , Nasceu em 1898, faleceu em 1970 As políticas educacionais no Brasil, especialmente aquelas voltadas para o ensino fundamental demonstram não ter muito claro de onde partem e nem mesmo sabem muito bem para onde vão, onde querem chegar.
7. A transição entre o ensino fundamental de oito para nove anos colocou novas questões para pensar a avaliação: Que parâmetros vamos construir para avaliar as crianças do 1º. para o segundo ano ? Como vamos trabalhar com a avaliação das crianças da 2ª. Série no final deste ano ? Temos um currículo pensado para oito anos, com a perspectiva de aprovação e reprovação em qualquer ano, e agora com nove anos ? Como traduzir para as crianças e suas famílias as mudanças no processo avaliativo com o ensino fundamental de nove anos ?
8. Um desafio a ser superado na avaliação e a coerência entre o processo de avaliar, os registros dos resultados e as formas de comunicar estes resultados aos alunos e seus pais. Mauritus Cornelis Escher , Holanda nasceu em 1898, faleceu em 1970
9. A valorização de um certo tipo de saber e a marginalização de outros fortalece os mecanismos de inclusão/exclusão escolar e social. Busca homogeneizar o que é na sua essência heterogêneo. Esteban,(2003,p.8) afirma que: O processo de avaliação do resultado escolar dos alunos e alunas está profundamente marcado pela necessidade de criação de uma nova cultura sobre avaliação, que ultrapasse os limites da técnica e incorpore em sua dinâmica a dimensão ética.
10. A avaliação como um mecanismo de quantificar. A avaliação como mecanismo de controle de qualidade. A avaliação como um mecanismo democrático, dentro de uma pedagogia da inclusão.
11. A avaliação fundamentada na fragmentação do processo de ensino/aprendizagem, nas respostas das crianças sobre um recorte do que foi ensinado. Relacionada ao erro como o diferente e o acerto pela semelhança entre as respostas dos alunos e o conteúdo trazido pelo professor.
12. Muitas vezes o processo avaliativo na escola silencia as pessoas, suas culturas e seus processos de produção de conhecimento. Embora esta forma de avaliação ainda seja dominante dentro do sistema educacional brasileiro, o fato estarmos aqui discutindo e de acontecerem tantos outros espaços de reflexão sobre avaliação, nos aponta, ainda que timidamente a busca de outras saídas para a compreensão da avaliação como um mecanismo democrático, dentro de uma pedagogia da inclusão.