4. Com o desenvolvimento da “mão”, desenvolveu-se o cérebro
humano.
Com o aperfeiçoamento das ferramentas, os homens passaram a
caçar mais e consumir mais carne (proteína).
O desenvolvimento das ferramentas (tecnologias) e das estruturas
sociais possibilitam o sedentarismo e a produção de excedentes.
Através do trabalho o homem produz mercadorias e bens necessários
a sua sobrevivência.
5.
6. O termo trabalho possui diversos significados.
Latim: TRIPALIUM, que remetia a um instrumento de
tortura.
Isso se associarmos o trabalho a esforço ou sacrifício.
Para Marx/Engels o trabalho seria:
Um processo entre o homem e a natureza, durante o
qual o homem, mediante sua própria atividade
medeia, regula e controla o intercâmbio de
substâncias entre ele e a natureza.
7. Atividade Racional.
Processo contínuo que transforma o meio natural
em que vivem os homens.
Diferente dos demais animais, que trabalham
programados geneticamente.
Todo trabalho é um ato de criação, não ocorre ao
acaso.
O trabalho deve ser aprendido, uma vez que não
nascemos com esses conhecimentos.
8. Todo trabalho é uma atividade, mental ou física, que produz bens
ou serviços. Podemos, assim, afirmar que o trabalho é uma atividade
produtiva.
9. Os bens, para serem criados, necessitam dos meios
de produção, conjunto formado pelos meios de
trabalho e pelo objeto de trabalho, que incluem as
ferramentas, as instalações, os combustíveis, os meios
de transporte e outros recursos tirados da natureza
(matéria-prima).
10. O conceito de trabalho e o valor que se dá a ele
dependem da época, do local e de quem o controla.
11. Veja algumas definições:
Trabalho é a aplicação da força física ou intelectual, feita
pelos seres humanos, que transforma a natureza para
satisfazer as necessidades dos homens.
Ou ainda:
Trabalho é a ação material ou intelectual transformadora do
homem, realizada na natureza e na sociedade em que ele
vive.
12. Segundo Karl Marx, um dos grande teóricos do
trabalho, esse pode ser entendido como:
“ ... a força de trabalho posta em ação (criando
valor) na elaboração de determinada mercadoria.”
13. Ou seja, todo trabalho tem um valor em si, pois produz alguma mercadoria.
14. TRABALHO E SOCIEDADE
Pensar sociologicamente o trabalho é pensar como essa atividade humana
se desenvolveu e se organizou nas diferentes sociedades
O trabalho existe para satisfazer as necessidades humanas, desde as mais
simples, como as de alimento e abrigo, até as mais complexas, como as de
lazer e crença, ou seja, necessidades físicas e espirituais. Há vários modos
de satisfazer essas necessidades, dependendo de como os homens se
organizam em sociedade e de seus valores em relação ao trabalho.
16. Não se deve associar evolução à progresso.
Nem tudo que evolui “melhora”.
Todo o processo evolutivo humano foi marcado
pelo trabalho.
Sempre o esforço na busca de alimentos e sua
sobrevivência.
17. PALEOLÍTICO: (idade da pedra lascada). 2,5
milhões anos a.C. até 10.000 a.C.
Os grupos eram nômades, buscando alimentos e
não se fixando em nenhum território.
Falta de conhecimento/técnica para a realização
do trabalho.
18. NEOLÍTICO: (pedra polida), considerada a primeira
grande revolução no processo de hominização.
Hominização: aquisição de características que
diferem os homens de seus ancestrais.
Na fase neolítica, utilizando as ferramentas e o
domínio de técnicas necessárias para a prática da
agricultura, assim como a domesticação de
animais, possibilitaram a fixação dos homens à
terra, ou seja, o sedentarismo.
19. O sedentarismo permitiu a divisão sexual do
trabalho ou a divisão de gêneros.
Os homens ficaram responsáveis pela caça.
As mulheres ficaram responsáveis pela “casa”,
cuidado com as crianças/velhos.
Essa transformação do trabalho, assim como a
fixação do homem à terra, possibilitou a formação
das sociedades, a chegada à civilização.
20. O domínio da técnica, possibilitou o aumento da produção, o que
permitiu a geração dos excedentes.
Esses excedentes foram logo apropriados por um grupo.
Essa prática gerou as relações de poder e dominação.
Foi a origem de conflitos mas também da formação de impérios.
Outros exemplos de transformações resultantes da organização do
trabalho:
Revolução comercial: Séc. XV até XVII
mercantilismo/navegações
fortalecimento da burguesia
Acumulação primitiva do capital
21. ANTES DO CAPITALISMO
Cria-se uma rede de vínculos pessoais de
direitos e deveres e de honra entre os
senhores e entre estes e os servos. Eram os
servos que realmente trabalhavam. Os
senhores feudais e o clero viviam do
trabalho dos outros.
O trabalho na sociedade feudal
22. Havia também o trabalho dos artesãos, atividades nas
cidades e mesmo dentro dos feudos. Os artesãos se reuniam
em associações chamadas corporações de oficio, constituída
de um mestre, que controlava todo o trabalho na
corporação, os oficiais e os aprendizes.
Para se compreender o trabalho na Idade Media, é
necessário que se entenda que a sociedade feudal se
caracterizava pela solidariedade, pelo cumprimento irrestrito
dos compromissos, juramentos e pela presença da Igreja.
ANTES DO CAPITALISMO
O trabalho na sociedade feudal
23. A Igreja considerava o trabalho como
resultado do pecado original, o trabalho era
visto como uma tortura (tripalium:
instrumento de tortura).
Trabalho= tripalium=instrumento de tortura
ANTES DO CAPITALISMO
O trabalho era considerado uma verdadeira
maldição e deveria existir somente na
quantidade necessária à sobrevivência ,não
tendo nem um valor em si.
O trabalho na sociedade feudal
24. Idade
Moderna
Esta concepção vai servir muito bem à burguesia comercial e
depois à industrial
O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
A Reforma Protestante alterou o pensamento cristão
sobre o trabalho, considerando-o como um meio de
salvação..
A riqueza em si não é condenável, mas sim o não-
trabalho e a preguiça que ele pode causar.
A burguesia precisava de trabalhadores dedicados,
sóbrios e dóceis em relação às condições de trabalho e
baixos salários.
Mudança na concepção de trabalho
25. O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
Idade
Moderna
Est Esta concepção vai servir muito bem à
burguesia comercial e depois à industrial
O Iluminismo : a ideia de transformação
da natureza pela ação dos homens,
através da ciência, da técnica e das artes mecânicas se
pode transformar a natureza
O homem domina a natureza através de seu trabalho.
27. Desagregação da sociedade feudal,
consolidação da sociedade capitalista,
com mudanças na ordem tecnológica,
econômica e social, com um novo
modo de produção e novas relações
de produção
28. Consequências:
a produção agrícola destinada ao
abastecimento de matérias primas
fluxo migratório para as cidades industriais
expulsão dos camponeses
Inchaço urbano,miséria,mendicância,prostituição,
alcoolismo, promiscuidade, epidemias.
29. Revolução Industrial
o aparecimento de uma nova camada
social, o operariado
a consciência de classe
a formação de associações e sindicatos
o enriquecimento da burguesia.
Consequências:
30. O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
Revolução
Industrial
alterou profundamente as condições de vida do trabalhador
braçal
provocou inicialmente um intenso deslocamento da população
rural para as cidades.
Homens, mulheres e crianças eram confinados em fábricas, minas e
oficinas durante jornadas de trabalho de até 12 e 14 horas, em
deploráveis condições sanitárias e de trabalho
A produção em larga escala e dividida em etapas iria distanciar
cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo
de trabalhadores passava a dominar apenas uma etapa da
produção, mas sua produtividade ficava maior
31. Características do
Capitalismo
propriedade privada
propriedade privada
Propriedade privada
Trabalho assalariado
Sistema de troca
Determinada divisão do trabalho
O capitalismo se constituiu na Europa Ocidental. A Inglaterra é tomada
como exemplo de sociedade capitalista onde se deu a transição do
feudalismo para um novo modo de produção
O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
32. Resultado desses fatores: acumulação primitiva de capital
PROCESSOS DE
PRODUÇÃO
Cooperação simples
Manufatura
Maquinofatura
O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
33. Processo no qual os
trabalhadores ainda mantem a
hierarquia da produção
artesanal.Cooperação
simples
O artesão ainda desenvolve
todo o processo produtivo,
mas está a serviço da
burguesia.
O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
34. Dissolução dos processos de trabalho baseados nos
ofícios.
Começa a surgir o trabalho coletivo.
Manufatura
O trabalho artesanal continua sendo a base só que
reorganizado e decomposto através da fragmentação de
suas tarefas, definido assim uma nova divisão de trabalho.
O artesão torna-se um trabalhador que não possui mais o
entendimento da totalidade do processo de trabalho e
perde também o seu controle
O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
35. a produção de mercadorias por meio de máquinas
reunidas num mesmo local: a fabrica.
Agora a mecanização independe da destreza manual dos
trabalhadores.
Há uma separação entre a maquina e homem. Este agora
serve à maquina, ela o domina, dá-lhe o ritmo de trabalho.
Ele não precisa um conhecimento especifico sobre algum
oficio, não precisa ter qualificação determinada.
Maquinofatura
A mecanização revoluciona o modo de produzir mercadorias:
incorpora as habilidades dos trabalhadores e os subordina às
maquinas
O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
36. Trabalho e Capital : uma relação de conflito
A mecanização revoluciona o modo de produzir mercadorias, não só
pelo fato de incorporar as habilidades dos trabalhadores, mas também
porque os subordina à maquina.
O trabalhador deve apenas ligar a maquina, manuseá-la e regulá-la. Há
uma separação entre a força motriz mecânica e a do homem.
A maquina o domina, dá-lhe o ritmo de trabalho
O trabalhador não necessita ter um conhecimento especifico sobre algum oficio.,
não precisa ter uma qualificação
O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
38. ::: Os Modos de Produção :::
Modo de Produção: forma de produção + relações de produção
(infraestrutura) e sociedade civil + tipo de Estado. Conceito marxista.
Escravista: o trabalho é propriedade do senhor de escravos; sem
direitos; foram utilizados principalmente nas plantation (grande
propriedade agroexportadora).
Feudal: sistema de servidão; servo dependente do senhor feudal e
preso à terra; sistema de obrigações (o servo trabalho, o clero reza, o
nobre protege).
39. ::: Os Modos de Produção :::
Capitalista:
- propriedade privada dos meios de produção (terras, indústrias,
equipamentos, etc);
- divisão social do trabalho;
- surgimento das classes sociais;
- trabalhadores são donos da força de trabalho (proletariado);
- alienação no trabalho (a mercadoria se torna “independente” em relação
ao seu produtor (proletário);
- trabalhadores assalariados;
Socialista:
- propriedade estatal dos meios de produção.
41. Para MARX, a Práxis seria:
Todo trabalho coletivo, transformador da natureza, exterior ao homem e
também da natureza humana.
Ser humano: “ser de necessidades”, individuais ou coletivas.
A satisfação dessas necessidades, somente ocorre de forma consciente
e racional.
Três formas de práxis:
Práxis Repetitiva: apenas uma reprodução de atividades, não gerando
inovações.
Práxis Mimética: tipo de práxis relacionada à reprodução de modelos já
existentes, sem a necessidade de compreendê-los. Pode gerar criações.
Práxis Inovadora: é a atividade revolucionária, responsável pelos saltos
“evolutivos” dado pelos homens.
43. PRODUÇÃO: resultado concreto do trabalho.
PRODUTIVIDADE: relação entre produção e o tempo,
ou seja, existe um aumento da produtividade toda vez
que se produz mais em um mesmo período.
Como aumentar a produtividade?
A divisão do trabalho: permite a especialização e a
otimização de todo o processo produtivo,
desenvolvidos nas teorias administrativas de TAYLOR e
FORD.
44. Aliadas às novas tecnologias, o aumento da
produtividade foi alcançado, aumentando os lucros e
iniciando o processo de desemprego.
A questão do desemprego foi discutida por Marx.
Segundo o autor, existiria o chamado exército de
reserva.
Esse fato seria uma prática consciente do sistema
capitalismo.
Elevando-se o nível de desemprego seria possível a
manipulação do nível salarial, determinado em função
da lei da oferta e da procura.
45. Tá vendo aquele colégio
moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o
norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...
Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
“Cidadão”
(letra de Lúcio Barbosa)
Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
46. O trabalho na atualidade estaria conduzindo os
homens em direção à sua humanidade?
Ainda estaria o trabalho associado aos sacrifícios?