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GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 3
Brasil Característica Gerais
O quinto país em extensão territorial
Apenas seis países possuem extensão territorial superior a 7
milhões de quilômetros qua-drados. O Brasil é o quinto com 8.547.404km2
.
Como os quatro países mais extensos do que o Brasil estão integralmente
no hemisfério norte, nós pode-mos dizer que ele é o mais extenso do
hemisfério sul. É, ainda, um país eqüidistante, pois a distância entre os
pontos extremos norte-sul (4.395km) e les-te-oeste (4.320km) se equivalem,
embora seja um pouco mais longo nos sentidos norte-sul.
A formação do território brasileiro
"O traço marcante da colonização de todo o continente americano -
e, por extensão, o Brasil -, com exceção apenas de partes da América do
Norte, foi o de servir para o enriqueci-mento das metrópoles (as nações
européias)."
A primeira delimitação do
território português na América foi
determinada pelo Tratado de
Tordesilhas (1494), que definia uma
área de aproximadamente
2.800.000km2
, ou seja, menos de
1/3 da superfície atual do Brasil.
O meridiano do Tratado de
Tordesilhas passava onde hoje é a
cidade de Belém (PA) e a cidade de
Laguna (Se). As terras situadas à
leste dessa linha pertenceriam a
Portugal e a oeste, a Espanha.
GEOGRAFIA
TURMA: INVERNO
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 4
Os dois terços acrescentados ao território brasileiro foram conquistados
posteriormente e confirmados pelos tratados: Madri (1750); Santo Idelfonso
(1777) e outros.
A expansão do território e os ciclos
econômicos
Ciclos do pau-brasil e da cana-de-açúcar
A exploração do pau-brasil era feita pelos ín-dios, e os portugueses
se limitaram à instalação de feito rias ao longo do litoral, sem qualquer
penetração para o interior. A cana-de-açúcar, por ser produto de
exportação, também não se afastou muito do litoral.
Ciclo do gado
Quando o gado chegou ao Brasil, as terras próximas ao litoral
estavam ocupadas pela cana-de-açúcar. Como não existiam cercas
protegendo as plantações de cana, o gado acabou sendo expul-so das
terras nobres da fachada litorânea e foi ocupar os sertões e o vale do rio
São Francisco, o qual acabou recebendo o apelido de "Rio dos Currais". Até
este ciclo, as áreas ocupadas estavam dentro dos limites do Tratado de
Tordesilhas.
Ciclo das drogas do sertão (Norte), ciclo do
ouro e as bandeiras (Sul)
Houve penetração pelo rio Amazonas e por alguns afluentes além
dos limites de Tordesilhas, nos séculos XVII e XVIII. Eram as missões
religiosas catequizadoras dos missionários católicos que foram
acompanhadas de tropas de resgate portuguesas para aprisionarem índios.
Estes serviriam em trabalhos escravos nas lavouras ao redor de cidades
como: Belém, Santarém, Bragança e outras.
As bandeiras, durante o século XVIII, partiram de São Paulo,
penetraram o território na direção oeste e ultrapassaram os limites de
Tordesilhas. Essas expedições tinham duplo objetivo: encontrar ouro e
pedras preciosas e, também, aprisionar índios para vendê-los como
escravos.
Ciclo da borracha
No período de 1870 a 1910, muitos nordestinos se deslocaram
para a Amazônia com a finalidade de explorar a borracha. Esses
seringueiros ocuparam terras que pertenciam à Bolívia e que foram
anexadas ao Brasil, em 1903, formando o Território do Acre.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 5
OS FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL
O Brasil possui dois fusos continentais e um oceânico. Os
meridianos que servem de limites entre os fusos horários fazem
acomodações para evitar que um estado fique com suas terras em dois
fusos.
Os Fusos Horários do Brasil
Fuso Meridiano
Central
Hora em
relação a
Londres (GMT)
Abrange
1° 30°W - 2 horas Arquipélago de Fernando de Noronha,
Atol das Rocas, ilhas de Trindade e
Martim Vaz, penedos de São Pedro e
São Paulo.
2° 45°W - 3 horas Amapá, Tocantins, Pará - na região
Norte; Goiás e Brasília (hora oficial do
Brasil) - na região Centro-Oeste; todos
os estados das regiões Nordeste,
Sudeste e Sul.
3° 60°W - 4 horas Roraima, Rondônia, Pará, Amazonas e
Acre - na região Norte; Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul, na região Centro-
Oeste.
AS GRANDES REGIÕES BRASILEIRAS
A primeira regionalização do Brasil teve como base a natureza. As
paisagens naturais foram utilizadas para definir as cinco macrorregiões
brasileiras.
A regionalização do espaço geográfico
A divisão regional de um espaço geográfico deve apresentar em
cada região aspectos que as individualizem e as identifiquem.
A divisão extra-oficial
Ultimamente, uma divisão regional extra oficial vem sendo
analisada por geógrafos como sendo mais adaptada à formação histórica e
econômica do nosso território, que a divisão oficial do IBGE. Ela foi
elaborada pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger em 1967. Nessa proposta
de regionalização, o Brasil está dividido em três grandes complexos
regionais, definidos com base em conceitos geo-econômico.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 6
Nos três grandes complexos: a Amazônia, o Nordeste e o Centro-
Sul, os limites não coincidem com os limites políticos e alguns estados têm
suas terras distribuídas em duas regiões.
A Amazônia - 5 milhões de km2
(58% da área
do Brasil)
Corresponde a todo o espaço geográfico da Amazônia legal,
portanto, ultrapassa os limites da região Norte. Sua área é composta por
quase toda a região Norte e mais, aproximadamente, dois terços do
território do Mato Grosso, quase a metade oeste do Maranhão e a parte
norte do Tocantins.
Quando foi elaborada essa proposta regional, a Amazônia ainda
estava em processo de ocupação e povoamento, apresentando baixa
densidade demográfica e com o predomínio do extrativismo vegetal em sua
economia. Atualmente o extrativismo vegetal/mineral divide sua participação
com a agropecuária e até com a indústria de transformação que se
implantou na Zona Franca de Manaus e no Projeto Grande Carajás.
O Nordeste – 1,5 milhão de km2
(18% da área
do Brasil)
Sua área é quase a mesma da região Nordeste, segundo o IBGE,
apresentando apenas duas diferenças: o oeste do estado do Maranhão está
na Amazônia e o norte do estado de Minas Gerais faz parte do Nordeste.
Concentra quase um terço da população brasileira, mas foi considerada por
Pedro Geiger como uma "região-problema". Embora tenha mais da metade
de suas terras no "Polígono das Secas", os graves problemas que afligem o
Nordeste são de ordem sócio-econômicas, como: elevadas taxas de
mortalidade infantil e de analfabetismo, pobreza, fome, subnutrição, eleva-
das concentrações da renda e das terras, baixos salários e elevados índices
de desemprego e subemprego.
O Centro-Sul - 2 milhões de km2
(24% da área
do Brasil)
Essa é a área mais desenvolvida do país, correspondendo a todo o
espaço geográfico da região Sul, quase todo o Sudeste (menos o norte de
Minas Gerais), mais da metade do Centro-Oeste (fora o norte do Mato
Grosso) e ainda o sul do estado do Tocantins.
Esse espaço regional apresenta as maiores concentrações:
industrial, urbana e populacional. O triângulo São Paulo - Rio de Janeiro -
Belo Horizonte constitui o maior parque industrial da América Latina. As
maiores cidades brasileiras, os melhores portos e aeroportos, a melhor
infra-estrutura viária, além de uma agropecuária moderna, estão no Centro-
Sul. Mas essa grande riqueza convive com graves problemas urbanos: as
favelas, a alta criminalidade, os altos índices de desemprego e subemprego,
além de outros.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 7
As grandes regiões Geográficas
As grandes regiões brasileiras apresentam processos de
colonização e povoamento diferentes. Cada uma com características
próprias que acabaram por definir a situação atual de organização do
espaço e desenvolvimento econômico.
OS CLIMAS DO BRASIL
O Brasil é um país tropical e, por isso, tem o predomínio dos climas
quentes, com pequena variação de temperatura, duas estações e com as
chuvas concentradas no semestre de verão.
O clima
Várias definições são dadas ao clima, dentre elas está a de Max
Sorre: "Clima é a sucessão habitual dos tipos de tempo num determinado
local da superfície terrestre". Para se chegar com maior segurança às
características climáticas de uma região, é necessário analisar o
comportamento atmosférico por longo tempo (30 anos aproximadamente).
O tempo
É o comportamento dos elementos do clima: temperatura,
umidade, pressão atmosférica, precipitações atmosféricas (chuva, granizo,
neve) e ventos, em um determinado momento.
A latitude e sua influência nos climas do
Brasil
A latitude é o principal fator na distribuição das temperaturas e na
sua variação durante o ano. A curvatura d.a superfície terrestre fa2 com que
os raios solares toquem as terras próximas da linha do equador
perpendicularmente e, à proporção que vão afastando-se em direção ao
pólo os raios solares estarão inclinando-se, até chegarem paralelos à
superfície no pólo,
Essa é a razão do maior aquecimento das terras próximas ao
equador, com esse aquecimento diminuindo ao se afastar da linha
equatorial.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 8
Observação:
As temperaturas mais altas estão próximas da linha do equador - baixas
latitudes; enquanto as temperaturas mais baixas estão próximas dos pólos - altas
latitudes.
Conclusão: a temperatura apresenta-se inversamente proporcional à latitude, na
seguinte proporção - a cada 2°
(dois graus) de latitude que aumenta, diminui 1°C
(um grau) de temperatura.
As latitudes no Brasil
O Brasil é um país tropical, pois 92% das suas terras estão entre
os dois trópicos, faixa de baixas latitudes. Com isso predominam os climas
quentes. Praticamente, só a região Sul está na Zona Temperada, estando
essa parcela do território brasileiro fora da zona de climas quentes.
Face à sua posição geográfica, nas terras brasileiras dominam
apenas três climas: equatorial, tropical e subtropical, assim distribuídos:
• clima equatorial, quente e úmido da Amazônia;
• clima tropical, quente, do restante da zona tropical brasileira;
• clima subtropical do sul do país, sendo o único que não é quente.
A temperatura vai diminuindo do norte para o sul, com o aumento
da latitude. Como a extensão norte/sul é de 4.330km (39° de latitude), existe
uma grande variação de temperatura, conforme pode-se comprovar pela
tabela e mapa a seguir.
Temperaturas normais
Cidades Latitude
Sul
Média
anual
Média do
mês mais
quente
Média do
mês mais
frio
Amplitude
térmica
1. Belém 1°28' 25,6 26,2 (nov) 24,9 (fev) 1,3
2.
Salvador
13°
24,9 26,3 (mar)
23,2
(jul/ago)
3,1
3. Rio de
Janeiro
22°54'
22,7 25,4 (fev) 20,1 (jul) 5,3
4. Porto
Alegre
30°02'
19,1 24,6 (fev) 13,5 (jun) 11,1
A altitude e sua influência nos climas do
Brasil
A altitude tem influência na distribuição da temperatura e na
distribuição das chuvas.
Temperatura do ar - O processo de aquecimento atmosférico é
realizado pelo Sol de forma indireta. Os raios solares atravessam os gases
da atmosfera sem alterar a sua temperatura. Quando chegam à superfície
terrestre aquecem suas partes sólidas e líquidas. A Terra irradia para o
espaço parte desse calor e com isso aquece os gases da atmosfera, ou
seja, o aquecimento se dá de baixo para cima.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 9
Observação:
Nas terras de baixa altitude a temperatura é mais alta, mas à proporção que
a altitude vai aumentando a temperatura vai diminuindo.
Conclusão: A temperatura apresenta-se inversamente proporcional à altitude, na
seguinte proporção - a cada 180m que aumenta de altitude, diminui 1°C de
temperatura.
No Brasil predominam as terras baixas e, por esse motivo, a
influência da altitude é pequena, mas, mesmo assim, as terras de planalto
do Sudeste e do Centro-Oeste dão origem ao clima Tropical de Altitude. E
na região Sul, os planaltos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul
colaboram para a queda de neve em cidades como: São Joaquim (SC) e
Garibaldi (RS).
No mapa e na tabela ao lado você observa a influência da altitude
no clima do Brasil e na temperatura de algumas cidades brasileiras.
Cidades Altitudes Latitude Sul Média Térmica Anual
Vitória Nível do mar 900m 20°19' 23.2°C
B. Horizonte 19°49' 20.7°C
Santos (SP) Nível do mar 800m 23°56' 22.0°C
São Paulo 23°32' 17.6°C
Florianópolis Nível do mar 1.100m 27°35' 20.5°C
As massas de ar e suas Influências nos
climas do Brasil
As massas de ar definem o regime de chuvas dos climas.
Quando a região climática recebe massas úmidas, ocorrem as
chuvas.
No Brasil, atuam cinco grandes massas de ar, as quais estão
representadas no mapa a seguir.
A - Massa Polar Atlântica (MPA): é fria porque
procede da Zona Glacial e úmida por passar
sobre o oceano Atlântico antes de entrar no
Brasil.
B - Massa Tropical Continental (MTC): é
quente por se originar na Zona Tropical e a única
seca devido à sua formação sobre o continente.
C - Massa Tropical Atlântica (MTA): é quente,
pois se origina na Zona Tropical; é úmida por ter
sua formação no Oceano Atlântico. É formadora
dos ventos alísios do sudeste.
D - Massa Equatorial Atlântica (MEA): é quente
por ter a sua origem próxima da linha do Equador
e úmida devido à sua formação sobre o Oceano
Atlântico. Ela entra no Brasil com o nome de
ventos alísios de nordeste.
E - Massa Equatorial Continental (MEC): é
quente, pois se forma próximo à linha do equador
e úmida devido à grande floresta Amazônica e à
maior bacia hidrográfica do mundo "Amazônica".
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 10
Os climas e suas características
No território brasileiro, predominam os climas quentes, com
temperaturas médias anuais superiores a 20°C e regimes de chuvas
concentradas no verão. Os domínios climáticos brasileiros são: o equatorial,
o tropical e o subtropical; sendo que o tropical, por influência dos diversos
fatores climáticos subdivide-se em cinco climas diferentes. O mapa a seguir
apresenta a distribuição dos climas no território brasileiro.
As principais características dos climas
Clima Equatorial
A Amazônia é o domínio do clima equatorial. É quente com
temperatura média anual de 25°C, apresentando pequena amplitude
térmica anual, entre 2° a 4°C. As chuvas são abundantes e distribuídas ao
longo do ano, sem estação seca definida. Tem o maior índice pluviométrico
do Brasil, de 2.000 a 3.000mm de chuvas por ano e apresentando com
maior freqüência a chuva de convecção.
O ar aquecido dilata-se e sobe. Por este motivo as regiões quentes
apresentam baixa pressão atmosférica (zona ciclonal). Quando o ar se
eleva, as nuvens elevam-se com ele, saindo da camada de ar quente e
entrando em camada de ar frio. O contato com o ar frio transforma a nuvem
em água, caindo em forma de chuva. Essas chuvas ocorrem com
freqüência à tarde, são grossas e de curta duração.
Clima Subtropical
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 11
O domínio do clima subtropical é a região Sul. Esse é o nosso
clima de zona temperada, sendo, portanto, o único fora da zona de climas
quentes. Apresenta as mais baixas médias térmicas anuais (16 a 19°C) e as
maiores variações de temperatura ao longo do ano e, ainda, com a variação
das quatro estações.
É classificado como clima úmido, registrando índices
pluviométricos de 1.200 a 1.500mm e uma regular distribuição das chuvas
ao longo do ano. Ocorrem geadas e até nevadas nas partes mais altas do
relevo. No inverno, o tipo de chuva mais comum é a frontal.
No domínio do clima subtropical, uma massa fria (MPA) avança
para o norte no inverno. O ar frio é mais pesado e se introduz por baixo do
ar quente empurrando-o para cima. A frente dessa massa fria transforma as
nuvens em chuva. Esse tipo de chuva ocorre em quase todo o território
brasileiro, sendo mais comum no inverno do clima subtropical.
Clima Tropical de Altitude
Clima Tropical Semi-árido
O clima tropical semi-árido ocupa o sertão do Nordeste, com uma
área de aproximadamente, 900.000 quilômetros quadrados. Nesse domínio,
registram-se as mais elevadas médias térmicas do país, entre 26 a 28°C. As
chuvas são escassas e concentradas nos primeiros meses do ano. Uma
das suas principais características é a irregular distribuição das chuvas, no
tempo e no espaço.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 12
Polígono das Secas
É nesse domínio climático onde se registram as secas. A
probabilidade de um período de chuvas excessivas, com inundações é igual
ao de ausência de chuvas, com ocorrência de seca. Nos anos normais o
índice pluviométrico é de 750 a 1200mm.
Clima Tropical com chuvas de verão
O clima tropical com chuvas de verão tem duas estações bem
definidas, com as chuvas concentradas na semestre da verão, .ou seja, de
outubro a março. Durante a verão, três massas úmidas: MEC (Equatorial
Continental), proveniente da Amazônia, e MEA e MTA (Equatorial Atlântica
e Tropical Atlântica), ambas originadas no Oceano Atlântico, provocam
chuvas abundantes, registrando um índice pluviométrico de 1.200 a
1.600mm. É um clima quente com temperaturas de 22 a 24°C e pequena
amplitude térmica anual.
Clima Tropical com chuvas de Inverno
A área de domínio do clima tropical com chuvas de inverno é a
faixa litorânea oriental do Nordeste, estendendo-se do Estado do Rio
Grande do Norte até o Recôncavo Baiano.
É um clima quente, com médias térmicas anuais elevadas e
pequena amplitude térmica anual. Suas chuvas estão concentradas nos
meses de março até agosto, período de influência das massas de ar: Polar
Atlântica e Tropical Atlântica, esta última chega nessa área com o nome de
ventos alísios de sudeste.
O clima aliado ao solo de massapê favoreceu ao desenvolvimento
da cultura canavieira, sendo o palco do ciclo do açúcar e até hoje é o
domínio de grandes propriedades com culturas de cana-de-açúcar e as
usinas de açúcar e álcool.
Clima Tropical Sempre-úmido
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 13
O clima tropical sempre úmido ocupa a faixa litorânea sul do
Estado da Bahia e o norte do Estado do Espírito Santo. Apresenta médias
térmicas anuais elevadas e pequenas amplitudes térmicas ao longo do ano.
O regime pluviométrico caracteriza-se por registrar chuvas
abundantes, distribuídas ao longo do ano, sem estação seca definida. A
semelhança com o clima equatorial favoreceu à transferência do cacau,
planta nativa da Amazônia. Atualmente a cultura do cacau para exportação
concentra-se nessa região climática, com mais de 90% da produção
nacional.
AS PAISAGENS VEGETAIS DO BRASIL
A vegetação é a mais forte expressão da vida. É o principal
elemento dos diversos ecossistemas, sendo fundamental para a
sobrevivência de inúmeros outros seres vivos.
Infelizmente é o primeiro componente da paisagem natural que o
homem altera e destrói, provocando a quebrado equilíbrio ecológico, com
graves conseqüências para o meio ambiente.e para a própria humanidade.
Existe um estreito relacionamento entre o clima e a vegetação, ao
ponto de se dizer que a vegetação é o espelho do clima. Ela reflete, como
se fosse um espelho, as características climáticas regionais.
A desertificação consiste na diminuição da capacidade produtiva
do solo. É um processo que se concretiza transformando ambientes
naturais frágeis - semi-áridos - em desertos com a ajuda do homem. O
desmatamento é a principal ação humana no processo de desertificação.
As principais paisagens vegetais
No mapa, a seguir, apresentamos as principais paisagens vegetais
do Brasil, nas suas condições e localizações originais. Lembramos que to-
dos esses quadros botânicos apresentam-se bastante alterados, na
atualidade.
Vegetação
O Brasil apresenta uma grande variedade de paisagens vegetais, por
sua grande xtensão territorial e pela influência de vários fatores: clima, solo,
relevo, fauna e ação humana.
Formações florestais
Originalmente eram as predominantes em nosso território, tendo sofrido
ao longo dos tempos intensa devastação, o que levou largas áreas,
principalmente próximas ao litoral, a perder quase totalmente sua cobertura
original. É o caso do estado de São Paulo, que hoje não chega a ter 3% do
seu território ocupado por vegetação florestal nativa. As principais
formações vegetais do território brasileiro são:
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 14
Floresta Latifoliada Equatorial (pluvial)
Trata-se da Floresta Amazônica, batizada de Hiléia por Humboldt.
É a maior floresta úmida do mundo em variedade e quantidade de
espécies vegetais. Cobre uma área superior a 6 milhões de km2, dos quais
cerca de 4 milhões em território brasileiro. Sua vegetação predominante é
do tipo higrófita, heterogênea, densa e latifoliada (vegetais com folhas
largas).
Floresta Latifoliada Tropical
Originalmente ocupava toda área do litoral brasileiro. Era estreita no
Nordeste, alargava-se no Sudeste, e no Sul voltava a se estreitar.
Composta por inúmeras espécies, de vegetação bastante densa (menos
que a Floresta Latifoliada Equatorial), foi intensamente devastada pela
lógica de ocupação do espaço adotada ao longo da história econômica do
país.
Floresta Subtropical (araucária)
Também conhecida como Mata dos Pinhais, é mais aberta e
homogênea que as duas formações mencionadas anteriormente. É formada
principalmente pela Araucária Angustifolia, espécie de pinheiro, e por
algumas espécies associadas, incluindo as do tipo latifoliada, como a
Imbuia, Canela, Cedro etc. Originalmente ocupava os planaltos de clima
tropical de altitude em São Paulo e Paraná, até as áreas de clima
subtropical do Rio Grande do Sul.
Formações herbáceas
Como principais exemplos deste tipo de formação vegetal temos:
Campos ou Pradarias
Predominam espécies rasteiras do tipo gramínea, caracterizada por
pequenos arbustos espalhados pelo terreno. Quando grandes áreas do
terreno são cobertas pelo tipo de vegetação predominantemente de
espécies gramíneas, tem-se a formação de campos limpos; quando
aparecem arbustos, trata-se de campos sujos. Cobrem os Pampas no
estado do Rio Grande do Sul (Campanha Gaúcha), o sul do estado do Mato
Grosso do Sul áreas elevadas da Serra da Mantiqueira no sul do estado de
Minas Gerais, principalmente.
Cerrado
Trata-se de vegetação predominantemente arbustiva, encontrada em
quase todo Brasil Central, cobrindo particularmente o Planalto Central. Seus
arbustos de galhos retorcidos podem aparecer espalhados ou em
formações campactas.
Caatinga
Vegetação típica do semi-árido nordestino, formada por espécies
xerófitas, representada pelas espécies de cactáceas e bromeliáceas
(mandacaru, xique-xique, facheiro, por exemplo). Há ainda no território
brasileiro duas outras importantes
Formações Complexas
Complexo do Pantanal
Vegetação que cobre toda a planície do Pantanal Matogrossense,
caracterizada por uma vegetal heterogênea, contendo extensas áreas de
florestas tropicais entremeadas por formações herbáceas e arbustivas.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 15
Mata de Cocais
È formada por duas palmeiras de grande valor econômico, O Babaçu e
a Carnaúba, sendo uma vegetação de transição entre a floresta amazônica,
os cerrados e a caatinga
Formação Litorânea
Representada pelo mangue, é uma paisagem vegetal típica de litorais tropicais como
o nosso. Ocorre em terrenos baixos que sofrem a ação das marés ou da água
salobra. Suas espécies vegetais são geralmente arbustivas, adaptadas a ambientes
de grande umidade (higrófitos) e grande acidez (halófilo).
A ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA
Placas tectônicas e áreas de grandes terremotos
Estabilidade tectônica
A situação geológica atual do território brasileiro apresenta uma
grande e tranqüila estabilidade tectônica. Os terremotos e as erupções
vulcânicas, que são manifestações bruscas e violentas da crosta terrestre,
acontecem nas bordas das placas tectônicas e nas suas proximidades.
Essas placas deslocam-se entrando em choque ou afastando-se de outras
e, em ambos os casos, ocorrem terremotos e erupções vulcânicas.
O Brasil se encontra no meio da placa sul-americana, portanto
afastado das zonas de perturbações tectônicas. No nosso território não
existem vulcões registrando-se, apenas, pequenos tremores, resultados de
acomodações de rochas ou quando é atingido pelo final das ondas de
vibrações dos terremotos do meio do Atlântico Sul.
Geologia do Brasil
O território brasileiro apresenta uma estrutura geológica muito
antiga com escudos cristalinos datados da Era Pré-Cambriana, bacias
sedimentares formadas em várias eras geológicas e alguns capeamentos
vulcânicos, resultantes de manifestações na Era Mesozóica. Aqui não se re-
gistraram os dobramentos modernos que deram origem às cadeias de
montanhas na Era Cenozóica Terciária.
No mapa, a seguir, apresentamos as diversas estruturas geológicas do Brasil.
Formação da estrutura geológica brasileira através das Eras
Complexo cristalino brasileiro
A estrutura cristalina é a mais antiga da crosta terrestre.
Constituída por rochas magmáticas e metamórficas, solidificou-se nas eras
arqueozóica e proterozóica:
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 16
• Os terrenos arqueozóicos ocupam, aproximadamente, 32% da superfície
brasileira. Apresentam-se bastante desgastados pela erosão, formando
planaltos de baixas altitudes.
• Os terrenos proterozóicos, ou algonquianos, correspondem a,
aproximadamente, 4% da área do Brasil. Os minerais que se formaram no
interior da Terra vieram para a superfície e se solidificaram juntos com as
formações proterozóicas. Portanto, são as áreas do país mais ricas em
minerais. É o caso das reservas de ferro e manganês do Quadrilátero
Ferrífero (MG); Serra dos Carajás (PA); Maciço de Urucum (MS), também do
ouro na Serra Pelada (PA), além da bauxita do Vale das trombetas (PA);
Serra dos Carajás (PA) e ainda da casiterita no Vale do Candeias (RO) e ou-
tros mais como cobre, chumbo, níquel, prata, zinco etc .
As bacias sedimenlares
As bacias sedimentares se formaram com a deposição de sedimentos
nas áreas deprimidas, ou nos antigos mares, constituídas de rochas
sedimentares formando camadas ou estratos a partir da era paleozóica e
prolongando-se pelas eras mesozóica e cenozóica. Cobrem, atualmente,
64% do território brasileiro.
Esse processo de sedimentação cobriu imensas áreas com os
seres vivos nelas existentes. Quando os seres vivos são aterrados e
perdem contato com a atmosfera, podem se transformar em fósseis e estes,
se transformar nos minerais fósseis: carvão mineral, petróleo, xisto
betuminoso.
Nessa estrutura geológica, podem ser encontradas reservas de
petróleo como nas bacias: Litorânea e do Recôncavo Baiano, ou ainda o
carvão mineral da região Sul, como a do Vale do Tubarão (SC), ou mesmo
do xisto betuminoso da Formação de Irati (de SP até RS).
Antigas classificação do relevo
A nova classificação do relevo brasileiro (De: Jurandir L. S. Ross)
A atual classificação e distribuição do relevo brasileiro foi elaborada
pelo Prof. Jurandir L. S. Ross e uma equipe de professores da USP Com a
utilização de tecnologia moderna: a aerofotogrametria, que consiste em
fotografia aérea, com um radar instalado no avião, essa equipe elaborou um
rninuncioso levantamento topográfico do território brasileiro .
O relevo brasileiro caracterizava-se pela formação geológica muito
antiga, pois os agentes internos apresentaram ação intensa nas primeiras
eras geológicas. A partir da era paleozóica ocorreu intenso processo de
erosão e intemperismo, rebaixando as áreas mais altas e aterrando as mais
baixas, aplainando o relevo. Isso é o responsável pelas baixas altitudes e as
formas suaves e arredondadas que caracterizam as terras brasileiras.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 17
A classificação de Jurandir Ross distingue três unidades de relevo:
os planaltos, as depressões e as planícies. Na distribuição, foram
identificadas 28 unidades que estão apresentadas no mapa a seguir.
OBSERVAÇÃO
Para definir a nova classificação do relevo brasileiro dois fatores foram
utilizados pelo prof. Jurandir Ross e geógrafos da USP: o fator estrutural e o
fator escultural.
• O fator estrutural- o tipo e a origem das rochas constituem
predominantemente cada unidade, ou seja, a estrutura geológica .
• O fator escultural - a forma ou tipo do relevo, serras, chapadas, cuestas etc.,
que é o resultado da ação dos agentes internos e externos.
DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BRASILEIROS
Os diversos elementos que compõem a natureza apresentam-se
interligados formando um conjunto chamado domínio morfoclimático ou
domínio natural. Embora as mudanças no quadro natural ocorram
lentamente, a natureza tem caráter dinâmico.
Os limites dos elementos naturais (clima, solo, vegetação, relevo e
hidrografia) não coincidem e, por isso, a delimitação dos domínios
morfoclimáticos não é muito clara. Nas áreas de contato entre dois domí-
nios, as características naturais se misturam, constituindo as faixas ou
zonas de transição.
No mapa, a seguir, está a distribuição territorial dos grandes
domínios morfoclimáticos brasileiros.
As principais características
Amazônico - O clima equatorial, quente e úmido, com chuvas
abundantes ao longo do ano, condiciona o predomínio do intemperismo
químico, com solos profundos e lixiviados. A floresta Amazônica (hetero-
gênea e latifoliada) é um dos mais ricos ecossistemas do planeta. O
processo de desmatamento empreendido nas últimas décadas é
preocupante e pode trazer danos irreversíveis à região. A bacia Amazônica
é a mais extensa do mundo com, inclusive, o mais volumoso e extenso rio
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 18
do planeta (o Amazonas). O relevo é constituído de terras baixas, com
planícies e depressões no centro e ao norte e ao sul planaltos de baixas
altitudes.
Cerrado - Clima tropical quente e úmido, com duas estações definidas
e as chuvas concentradas nos seis meses do verão. Os planaltos e as
depressões sedimentares, com chapadas e chapadões caracterizam o
relevo. A vegetação dominante é o cerrado (arbustiva e herbácea), mas nos
vales dos rios encontram-se as matas galerias ou ciliares. Os solos sofrem
o processo de laterização, apresentando elevada acidez que é corrigida
pela calagem.
Mares de morros O clima tropical e úmido promoveu intensa erosão
nas elevações dos planaltos e serras cristalinas do Atlântico Leste-Sudeste,
transformando-as numa sucessão de morros de cumes arredondados. A
floresta Atlântica que revestia essa região foi quase totalmente destruída
pelo homem.
Caatinga - O clima tropical semi-árido e a vegetação caatinga ocupam
o mesmo espaço geográfico (Sertão nordestino). Predomina a depressão
delimitada por planaltos e chapadas. A vegetação xerófila é adaptada à
semi-aridez do clima. A baixa pluviosidade condiciona solos rasos e os rios
são intermitentes. Essa área é sujeita a processos de desertificação.
Araucária - Ocupa os planaltos sedimentares-basálticos da bacia do
Paraná, com elevações do tipo cuesta. O clima subtropical tem as quatro
estações do ano e apresenta um inverno frio. A Floresta Araucária ou Mata
dos Pinhais (aciculifoliada) que revestia essa região foi quase toda
devastada pela ação humana.
Pradaria - Constituída de terras baixas com elevações onduladas
chamadas de coxilhas. Esse domínio é conhecido, também, como Campa-
nha Gaúcha. A vegetação herbácea campestre recobre essa área. A
principal atividade econômica é a pecuária extensiva. Mas a pecuária e a
monocultura excessivas podem aumentar a erosão e até dar início a um
processo de desertificação.
OBSERVAÇÃO
Lixiviação – Ocorre em região de muita chuva. Consiste na lavagem
do solo pela água da chuva, retirando elementos importantes e
prejudicando-o para o uso na agricultura.
Laterização – É comum em região de clima com duas estações bem
definidas. No período das chuvas, o solo fica encharcado e, no período da
estiagem, a evaporação traz para a superfície elementos ricos em ferro e
alumínio, formando-se uma crosta ferruginosa.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 19
HIDROGRAFIA BRASILEIRA
Bacias hidrográficas
O território brasileiro é dividido em seis grandes bacias
hidrográficas e uma grande quantidade de bacias menores denominadas de
secundárias.
As grandes bacias hidrográficas são: Amazônica; Tocantins-
Araguaia; do São Francisco; do Paraguai; do Paraná e do Uruguai,
Brasil: bacias hidrográficas
Bacias Área em: mil km2
Potencial hidrelétrico(MW)
Primárias
Amazônica
Paraná e Paraguai
Tocantins-Araguaia
São Francisco
Uruguai
3904
1220
814
645
178
105,5
59,6
28,3
19,7
17,1
Secundárias
Do Norte e Nordeste*
Do Leste
Do Sul-Sudeste
Totais
990
572
224
8547
3,1
15,2
6,5
255,00
Aproveitamento econômico dos rios brasileiros
Navegação
O rio de planície corre em terras planas e baixas, não
apresentando cachoeira ou corredeira e, assim, suas águas são calmas e
lentas. Por esse motivo apresenta as melhores condições naturais para o
aproveitamento pela navegação.
Bacia Amazônica - o grande destaque
A bacia hidrográfica Amazônica, com seus rios de planície e
de grande caudal, desempenha um notável papel como meio de transporte,
de comunicação e de organização do espaço regional. Em território
brasileiro o rio Amazonas percorre cerca de 3.200km, sofrendo um desnível
mínimo de 82 metros, sem apresentar cachoeiras ou mesmo corredeiras.
Isso significa que as suas condições naturais são excelentes, permitindo
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 20
ampla navegação, podendo receber navios de grande porte que chegam ao
Porto de Manaus, distante do litoral (foz) 1700km.
Nessa bacia estão vários rios de grande extensão e bastante
volumosos, predominando os de planície, com aproximadamente 20.000km
de vias navegáveis só em território brasileiro .
Bacia do Paraguai
O rio Paraguai é típico de planície em toda sua extensão,
apresentando excelentes condições para a navegação. Ele atravessa o
Pantanal Mato-grossense e com seus afluentes provoca a inundação dessa
área no verão. Serve como via de transporte para os minérios (ferro e
manganês) extraídos do Maciço de Urucum. O embarque é feito no seu
principal porto: Corumbá (MS).
Bacia do Paraná
A bacia do Paraná possui elevado potencial hidráulico e, por
isso, tem grande destaque na produção de energia elétrica. Mas com a
construção de eclusas, como as de Jupiá e Três Irmãos, formou-se uma
importante hidrovia de 2.400km de extensão, que integra a região Centro-
Sul do Brasil aos países Paraguai, Argentina e Uruguai. Devido à grande
importância que representa no transporte e comercialização de produtos
desses quatro países, ela foi denominada de hidrovia do Mercosul.
Bacia do São Francisco
O rio São Francisco é planáltico, com várias quedas d'água
aproveitadas na produção de energia elétrica. Mas apresenta-se navegável
no trecho entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) / Petrolina (PE), com
1.370km de extensão. Nesse trecho encontra-se a barragem de
Sobradinho, que não interrompeu a navegação graças à construção de uma
eclusa.
Irrigação
O rio que atravessa uma região árida, ou semi-árida, pode ter suas
águas aproveitadas para complementar ou substituir as chuvas, através da
irrigação.
O rio São Francisco é o único que atravessa grande extensão do
Sertão semi-árido (Minas Gerais e Bahia) sem secar. Suas águas são
utilizadas pela população ribeirinha para pequenas culturas e para a criação
de gado. Com o lago formado pela represa de Sobradinho (BA), foram
instalados grandes projetos de cultura irrigada.
No Brasil, a área que mais necessita de irrigação é o Sertão semi-
árido do Nordeste, mas sua área irrigada representa, apenas, 20% dos 2
milhões de hectares irrigados em todo o país.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 21
POPULAÇÃO BRASILEIRA E MUNDIAL
TEORIAS DEMOGRÁFICAS
1- Lei de Malthus ou Malthusianismo
No final do século XVIII, o pastor anglicano Thomas Robert Malthus,
laçou sua famosa teoria, segundo a qual a razão para a existência da
miséria e das enfermidades sociais, seria o descompasso entre: a
capacidade de produção de alimentos, que se daria numa progressão
aritmética (1,2,3,4,5), em relação ao crescimento populacional que se daria
numa progressão geométrica (1,2,4,8,16).
Malthus chegou a propor que só deveriam Ter filhos aqueles que
pudessem criar, e que os pobres em decorrência disso deveriam se abster
do sexo. Além disso, defendia a tese de que o estado não deveria dar
assistência a saúde das populações pobres. Para ele, se não acontecessem
"obstáculos positivos", como guerras, epidemias, que causassem grande
mortandade, o desequilíbrio entre a produção de alimentos e o crescimento
populacional, geraria o caos total.
Malthus errou, pois a tecnologia possibilitou um aumento exponencial
na produção de alimentos que hoje são produzidos a taxas superiores as do
crescimento populacional, além disso, temos verificado uma tendência a
estabilização do crescimento populacional nos países desenvolvidos, além
de uma desaceleração do crescimento em grande parte dos países
subdesenvolvidos, especialmente nas últimas décadas.
Com isso podemos concluir que, se há fome no mundo e no Brasil hoje,
isso não se deve a falta de alimentos ou ao excesso de pessoas, mas a má
distribuição e destinação dos mesmos.
2- Neomalthusianismo
No pós 2ª Guerra Mundial, o crescimento populacional acelerado nos
países subdesenvolvidos, fez despertarem os adeptos de Malthus
chamados de neomalthusianos.
Segundo eles, a pobreza e o subdesenvolvimento seriam gerados pelo
grande crescimento populacional, e em virtude disso seriam necessárias
drásticas políticas de controle de natalidade, que se dariam através do
famoso e bastante difundido, "planejamento familiar". Muitos países
subdesenvolvidos adotaram essas políticas anti-natalistas, mas com
exceção da China onde a natalidade caiu pela metade em quarenta anos
nos outros praticamente não surtiu efeito.
Hoje em dia existem também os chamados ecomalthusianos, que
defendem a tese de que o rápido crescimento populacional geraria enorme
pressão sobre os recursos naturais, e por conseqüência sérios riscos para o
futuro.
No Brasil nunca chegou a acontecer um controle de natalidade rígido
por parte do estado nacional, mas a partir da década de 70 o governo
brasileiro passou a apoiar programas desenvolvidos por entidades nacionais
e estrangeiras como a Fundação Ford, que visavam o controle de
natalidade no país.
3- Reformistas ou marxistas
Diferentemente do que defendem os neomalthusianos, os demógrafos
marxistas, consideram que é a própria miséria a responsável pelo acelerado
crescimento populacional. E por conta disso, defendem reformas de caráter
sócio-econômico que possibilitem a melhoria do padrão de vida das
populações dos países subdesenvolvidos, segundo eles isso traria por
conseqüência o planejamento familiar espontâneo, e com isso a redução
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 22
das taxas de natalidade e crescimento vegetativo, como ocorreu em vários
países hoje desenvolvidos.
4- Crescimento Populacional
O primeiro recenseamento oficial da população brasileira foi realizado
somente em 1872. Antes desta data, só existiam estimativas, não muito
precisas, a respeito da população.
A partir de 1872, foi possível ter-se um melhor controle e conhecimento
a respeito da evolução do crescimento populacional.
O crescimento vegetativo ou crescimento natural da população é a
diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade, ou seja:
Observa-se uma redução da natalidade, a partir de 1872. Essa
redução, embora lenta, foi provocada por diversos fatores, como
urbanização, elevação do padrão socioeconômico da população,
casamentos mais tardios e maior adoção de métodos anticoncepcionais.
A taxa de mortalidade, embora tenha sido bastante elevada até a
década de 30, sofreu forte redução a partir de 1940 (2o Guerra Mundial). A
redução acentuada da mortalidade, após 1940,deve-se a fatores como o
progresso da Medicina e da Bioquímica (antibióticos, vacinas), melhoria da
assistência médico-hospitalar, das condições higiênico-sanitárias e
urbanização da população
A mortalidade infantil continua sendo bastante elevada no Brasil.
situando-se em torno de 50 por mil em 1990.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 23
Estrutura etária e formação da população
1. Estrutura etária da população
O Brasil sempre foi considerado um país jovem. No entanto, de acordo
com o último censo, realizado em 1991, o perfil etário da população tem
apresentado mudanças. A taxa de natalidade está se reduzindo de maneira
significativa nos últimos anos e isto apresenta reflexo imediato na
construção da pirâmide etária.
O Brasil é considerado um país subdesenvolvido e, como tal, sempre
apresentou a pirâmide com base larga e ápice estreito. Mas, de acordo com
o censo de 91, houve uma mudança deste quadro, pois a população adulta
passou a predominar em relação à jovem. Caracteriza, assim, uma
transição demográfica.
Este fenômeno ocorreu porque o Brasil passou a ser um país urbano-
industrial e nestas condições as taxas de natalidade são naturalmente mais
baixas.
2. Estrutura por sexos
O Brasil, bem como a maioria dos países ocidentais, apresenta um
ligeiro predomínio de mulheres. Nos estados nordestinos, onde a saída da
população masculina é bem mais acentuada, encontramos predomínio
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 24
feminino, enquanto nos estados de migrações recentes da região centro-
oeste e norte há o predomínio de homens. A maior participação da
população feminina ocorre em atividades sociais e de prestação de
serviços. Nestas áreas, a participação feminina chega a superar a
masculina.
A região de maior participação da população feminina na população
economicamente ativa é a Sudeste.
População economicamente ativa - PEA
Dentre os aspectos relevantes que caracterizam a estrutura de uma
população, ressaltam-se, pela sua influência no desenvolvimento do País,
as atividades principais exercidas pela população.
Segundo um critério hoje universalmente aceito, agrupamos as
atividades humanas em três classes principais, assim denominadas:
- Setor Primário: agricultura, pecuária, silvicultura e pesca;
- Setor Secundário: indústria de transformação; construção civil e extrativa minerais
- Setor Terciário: comércio, serviços e profissões liberais.
A população ativa no Brasil, em 2008, era de 53%, o que, conjugado ao
baixo nível tecnológico dos diversos setores de atividades, acarreta um
baixo nível de produção econômica.
IDH
Desde 1990, os relatórios divulgados pela Organização das Nações
Unidas (ONU) nos permitem realizar algumas comparações entre a
qualidade de vida da população dos diversos países do planeta utilizando o
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Este índice reflete as condições
de três variáveis básicas para uma boa qualidade de vida: a expectativa de
vida ao nascer, a escolaridade e o Produto Interno Bruto per capita. Veja o
que significam essas variáveis:
* Expectativa de vida ao nascer – se a população apresenta uma
expectativa de vida elevada, isto indica que as condições de saneamento
básico, alimentação, assistência médico-hospitalar e moradia são boas,
além de haver o acesso a um meio ambiente saudável.
* Escolaridade – quanto maior o índice de escolarização da população,
melhor o nível de desenvolvimento, exercício da cidadania, produtividade do
trabalho etc.
* Produto Interno Bruto per capita – o Produto Interno Bruto (PIB) é a
soma de tudo o que foi produzido pela economia de um país no período de
um ano. O PIB de um país dividido por sua população corresponde à renda
per capita, que é o valor que caberia, em média, a cada pessoa.
No cálculo do IDH, o PIB é ajustado ao poder de compra da moeda
nacional, porque os gastos com alimentação, saúde e moradia variam muito
de um país para outro.
Essas três variáveis são expressas em uma escala que varia de 0,0 a
1,0: quanto mais baixo o índice, piores são as condições de vida; quanto
mais próximo de 1,0, mais elevada é a qualidade de vida da população em
geral.
Brasil: distribuição da população ativa por setores de atividade (%)
Setor 1940 1950 1960 1970 1980 2006
Primário 70,2 60,7 54,0 44,2 29,0 22,5
Secundário 10,0 13,1 12,7 17,8 25,0 23,0
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 25
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS
1. Os principais movimentos migratórios ocorridos no Brasil foram:
a) Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI
e XVII (gado);
b) Migrações de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVIII
(ouro);
c) Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café);
d) Migração de nordestinos para a Amazônia, século XIX (borracha);
e) Migração de nordestinos para Goiás, década de 50 (construção de
Brasília); e
f) Migrações de sulistas para Rondônia e Mato Grosso (década de 70).
2. Migração de campo-cidade ou êxodo rural
3. Migrações diárias
Podemos citar outros fluxos migratórios internos pela sua
temporariedade, apresentando ritmos, dimensões e objetivos variados e que
são chamados migrações pendulares.
Os principais são:
> Deslocamentos dos Bóias-Frias Morando na cidade dirigem-se
diariamente às fazendas para trabalhos agrícolas, conforme as
necessidades dos fazendeiros. Trata-se de um movimento urbano-
rural.
> Deslocamentos dos Habitantes de Cidades-Dormitórios
> Movimentos pendulares diários inconstantes dos núcleos
residenciais periféricos em direção aos centros industriais empurra o
trabalhador para longe do seu trabalho, obrigando-o a se utilizar de,
transporte coletivo, na maior parte precário ou insuficiente para
atender ao enorme fluxo populacional.
3. Imigração no Brasil
Fatores favoráveis à imigração
Entre os vários fatores favoráveis à imigração, podemos citar os seguintes:
• Grande extensão do território e escassez de população;
• Desenvolvimento da cultura cafeeira no Planalto Paulista, que passou a
exigir numerosa mão-de-obra;
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 26
• Dificuldades em se obter escravos africanos após a extinção do tráfico
(1850);
Abolição da escravatura (13/5/1888);
• Custeio dos gastos de transporte do imigrante pelo governo;
• Crise econômica na Itália, Alemanha e Espanha, caracterizada pelo
desemprego, estimulando o fluxo imigratório para o Brasil.
Fatores desfavoráveis à imigração
Entre os fatores desfavoráveis, podemos citar os seguintes:
• Tropicalidade do país, em contraste com os países de emigração, que são,
em geral, de clima temperado;
• Falta de uma firme política de colonização e imigração;
• Falta de garantias para os que aqui chegavam como imigrantes;
• Obrigatoriedade, por parte do imigrante, de pagar o financiamento da
viagem.
Fatores que motivaram a imigração para o sudeste e sul
• Natureza climática dessas regiões, por terem favorecido a instalação dos
europeus; desenvolvimento da cultura cafeeira, principalmente em São
Paulo;
• Colonização de povoamento, desenvolvida no Sul do país principalmente;
• Desenvolvimento econômico ocorrido anós 1850.
Grupos de imigrantes
1. Japoneses 2. Italianos
3. Espanhóis 4. Portugueses
5. Alemães 6. Eslavos
7. Turcos e árabes
Classificação das Cidades Quanto à Origem
Cidades espontâneas ou naturais
Aquelas que surgiram naturalmente, a partir da expansão de antigos
hábitats rurais aglomerados nas diversas fases do desenvolvimento da
economia brasileira:
Cidades planejadas ou artificiais
Criadas a partir de um plano previamente estabelecido. No Brasil,
temos:
Teresina (PI) 1851, Aracaju (SE) 1858, Belo Horizonte (MG) 1898,
Goiânia (GO) 1937, Brasília (DF) 1960 Palmas (TO) 1990
Classificação das Cidades quanto à Hierarquia Urbana
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 27
QUESTÃO AGRÁRIA BRASILEIRA
A origem da péssima distribuição de terras no País está em seu passado colonial
de exploração, articulado inicialmente por Portugal. Os primeiros latifúndios foram às
capitanias hereditárias, que inseriram o Brasil no sistema colonial mercantilista.
Portanto, desde o início, o País mostrava sua tendência latifundiária, notadamente
exemplificada pelo sistema de plantation, com a cana-de-açúcar no litoral nordestino.
O grande marco histórico foi a Lei das Terras, de 1850, que praticamente
instituiu a propriedade privada da terra no Brasil, determinando que as terras
públicas ou devolutas só podiam ser adquiridas por meio de compra favorecendo os
abastados proprietários rurais.
2. Classificação dos Imóveis Rurais
• Módulo rural: área explorável que, em determinada posição do País, é
direta e pessoalmente explorada por um conjunto familiar equivalente a
quatro pessoas, correspondendo a mil jornadas anuais. O módulo rural varia
conforme o desenvolvimento da região, sendo menor quanto maior o
desenvolvimento.
• Empresa Rural: Propriedade com área de 600 módulos rurais regionais,
mas que possua 50% de sua área efetivamente explorada
• Minifúndio: será todo o imóvel com área explorável inferior ao módulo
rural fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes.
• Latifúndio por dimensão: será todo o imóvel com área superior a 600
vezes o módulo rural médio fixado para a respectiva região e tipos de
exploração nelas ocorrente.
• Latifúndio por exploração: será todo o imóvel cuja dimensão não
exceda aquela admitida como máxima para empresa rural, tendo área igual
ou superior à dimensão do módulo da região, mas que seja mantida
inexplorada em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do
meio, com fins expeculativos, ou que seja deficiente, ou inadequadamente
explorada de modo a vedar-Ihe a classificação como empresa rural.
3. Subutilização do Espaço Rural
Conflitos no Campo
Os conflitos sociais no campo brasileiro decorrem de um histórico processo de
espoliação e expropriação do campesinato. A extrema concentração fundiária
demonstra o desprezo do grande capital para com o camponês e é representada pelo
número reduzido de proprietários, concentrando imensa área e, por outro lado, um
grande número de pequenos proprietários com terras insuficientes para o sustento
de suas famílias.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 28
1. Personagens
• Bóia-fria: essa denominação decorre do fato de tais trabalhadores comerem
fria a refeição que levam de casa, pois no local de trabalho não existem instalações
para esquentar a comida. O nome correto do trabalhador diarista é volante ou
assalariado temporário; ele reside normalmente nas cidades e trabalha no campo,
em geral nas colheitas. Esse tipo de trabalhador teve crescimento numérico, devido à
mecanização no cultivo de certos produtos, o que diminuiu a necessidade de mão-
de-obra no cultivo, mas aumentou na época da colheita.
• Posseiro: indivíduo que se apossa de uma terra que não lhe
pertence, geralmente plantando para o sustento familiar.
• Grileiro: indivíduo que falsifica títulos de propriedade, para vendê-los
como se fossem autênticos, ou para explorar a terra alheia.
• Parceiros: pessoas que trabalham numa parte das terras de um
proprietário, pagando a este com uma parcela da produção que obtêm ,
ficando com metade (meeiros) ou com a terça parte (terceiros).
• Arrendatários: pessoas que arrendam ou alugam a terra e pagam ao
proprietário em dinheiro.
• Peões: surgiram na década de 1970, com as fronteiras agrícolas em
direção ao norte. São contratados fora da Amazônia, em geral no Nordeste,
pelos intermediários (“gatos”), que iludem esses trabalhadores e, por causa
de dívida por alimentação nos armazéns dos latifúndios, são escravizados,
sendo impedidos de deixar o serviço.
Problemas Ambientais
A poluição atmosférica
A queima de combustíveis fósseis, notadamente do carvão mineral
e dos derivados de petróleo, produz grandes quantidades de dióxido de
carbono (C02), o principal fator da poluição do ar.
Só em 1996, por exemplo, foram lançados na atmosfera terrestre
quase 24 bilhões de toneladas desse gás. Desse total, 5,3 bilhões (mais de
22%) foram produzidos pelos Estados Unidos.
Esse problema da qualidade do ar é antigo: já nas primeiras fases
da Revolução Industrial, na Inglaterra, muitos trabalhadores denunciavam
as péssimas condições do ar que respiravam. Hoje a fiscalização das
indústrias é mais rígida, mas mesmo assim muitas fábricas ainda não
instalaram filtros que controlem a poluição.
A chuva ácida
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 29
O buraco na camada de ozônio
O agravamento do efeito estufa
Graves problemas atmosféricos urbanos
A inversão térmica
As ilhas de calor
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 30
A questão da água
Em grande quantidade, o lançamento de lixo orgânico nas águas
também gera a proliferação de microrganismos e de algas.
A maré vermelha, por exemplo, forma-se por meio do crescimento
exagerado de algas marinhas, superalimentadas pelo material orgânico que
compõe o lixo doméstico e por nutrientes, como o nitrato e o fósforo,
presentes em fertilizantes. Trata-se de um fenômeno perigoso, já que
impede a passagem da luz e libera substâncias tóxicas, pondo em risco a
sobrevivência de quase todas as espécies aquáticas.
Os recursos hídricos também são contaminados pelas atividades
agrícolas praticadas sem programas de sustentabilidade ambienta!. Nesses
casos lançam-se pesticidas nos plantios de forma descontrolada, e estes
são levados aos rios pelas enxurradas: a agricultura é responsável por 90%
dos resíduos tóxicos encontrados na água.
A questão do lixo
A produção de resíduos representa um problema desde que o
homem abandonou a vida nômade e tornou-se sedentário. Diariamente,
milhões de toneladas de lixo são lançadas no ambiente, colocando em risco
o equilíbrio da natureza e a qualidade de vida do homem.
A prática de depositar resíduos ao ar livre, isto é, lançá-los em
cursos d'água, descartá-los em terrenos baldios, bem como usar o fogo
para eliminar restos inaproveitáveis, teve início nas civilizações antigas, em
que o método de lidar com os resíduos consistia em depositar bem longe os
restos da atividade humana. Essa solução vigorou por longo tempo, até ficar
evidente que o crescimento da população e do consumo levaram a
humanidade a uma enorme produção de resíduos, que causam poluição
quando são depositados de forma inadequada no ambiente.
O que é desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável pretende criar um modelo
econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar e, ao mesmo tempo,
promover a coesão social e impedir a destruição da natureza.
Por isso coloca na berlinda o modelo de produção e consumo
ocidentais, que ameaça o equilíbrio do planeta.
O desenvolvimento sustentável abrange os aspectos econômico
(crescimento do Terceiro Mundo), social (integração e solidariedade entre
os hemisférios Norte e Sul) e de ambiente (preservação dos bens mundiais
de todos e regeneração dos recursos naturais). Além disso, se preocupa
com os problemas a longo prazo, enquanto o atual modelo de
desenvolvimento, fundado em uma lógica puramente econômica, se centra
no "aqui e agora".
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1980 por um organismo
privado de pesquisa, a Aliança Mundial para a Natureza (UICN). Em 1987, o
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 31
conceito apareceu em um informe realizado pela ex-ministra norueguesa
Gro Harlem Brundtland para a ONU, no qual se dizia que um
desenvolvimento é duradouro quando "responde às necessidades do
presente sem colocar em perigo as capacidades das gerações futuras para
fazer o mesmo".
"A formulação do conceito de desenvolvimento sustentável
implicava o reconhecimento de que as forças de mercado, abandonadas à
sua livre dinâmica, não garantiam a não-destruição dos recursos naturais e
do ambiente".
Questões Étnico-Separatistas
Os Estados Unidos e o “eixo do mal"
Desde a tragédia de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos
aplicam o que é conhecido como doutrina! Bush. Trata-se de um conjunto
de procedimentos estratégicos visando aniquilar os regimes que, segundo
os norte-americanos, representam ameaça bélica à supremacia dos
Estados Unidos. Nesse contexto o presidente George W. Bush anunciou a
célebre frase: "Quem não estiver conosco estará contra nós".
Para preparar o terreno para ações internacionais, o governo norte-
americano lançou um alerta aos países considerados perigosos e os
classificou como "eixo do mal". Iraque, Irã e Coréia do Norte estariam,
juntamente com outros países, financiando grupos anti-americanos que
colocavam em perigo a integridade do território dos Estados Unidos.
Em março de 2003, as tropas norte-americanas iniciaram a invasão
do Iraque juntamente com tropas britânicas. EUA e Grã-Bretanha alegavam
que o país, governado de forma ditatorial por Saddam Hussein, dispunha de
"armas de destruição em massa" - armas químicas, biológicas e nucleares.
As alegações mostraram-se falsas e logo descobriu-se que os governantes
das nações agressoras haviam mentido para as populações de seus países
e para a comunidade internacional.
O ditador iraquiano foi derrubado em abril de 2003, e um vácuo de
poder deixou o Iraque no caos total. Saques, rivalidades étnicas e religiosas
e conflitos tribais completaram a tarefa que as tropas americanas tinham
iniciado: a destruição do país. Previa-se que a reconstrução ficaria a cargo
de empresas norte-americanas e que os Estados Unidos gerenciariam
inclusive as ricas reservas de petróleo do país, mas uma persistente resis-
tência de grupos armados iraquianos impediu que esses planos fossem
levados a cabo segundo o cronograma original.
O unilateralismo dos Estados Unidos
Desde o fim da União Soviética, os Estados Unidos têm imposto ao
mundo uma ordem baseada em seus interesses, decidindo sem considerar
resoluções de organismos internacionais. Por exemplo:
• não ratificaram o Protocolo de Kyoto, que prevê a redução da
emissão de gases causadores do efeito estufa;
• mantiveram o bloqueio a Cuba;
• invadiram o Afeganistão (2001-2002) e o Iraque (2003);
• desrespeitaram várias resoluções da ONU.
Áreas de tensões Internacionais:
Oriente Médio:
IRÃ, IRAQUE, SÍRIA, LÍBANO, FAIXA DE GAZA, CISJORDÂNIA, ISRAEL, AF-PAK
ÍNDIA X PAQUISTÃO (Região da caxemira), KORÉIA DO NORTE
PAÍS BASCO, IRLANDA, BÉLGICA, CÁUCASO
HAITI, CANADÁ, COLÔMBIA
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 32
CARTOGRAFIA
Projeções cilíndricas
Projeções cônicas
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 33
Projeções planas ou Azimutais
Anamorfoses
O problema do tamanho: a importância da escala
A representação de qualquer terreno ou área esbarra em um
problema inicial. Para retratar uma parcela do espaço é necessário fazer
uma redução, de modo que a área escolhida seja reproduzida com
fidelidade, em uma folha que possa ser manuseada e compreendida.
A escala se define como a relação entre as dimensões de um
objeto ou lugar representado e sua medida real. Para compreendê-la
melhor, vamos usar como exemplo a representação desenhada de um
automóvel. Considerando a escala 1:45, tem-se que cada 1 cm obtido na
representação desenhada equivale a 45 cm do carro real. Um mapa na
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 34
escala 1:5.000.000 significa que 1 cm no mapa equivale a 5.000.000 de cm
(ou 50 km) da distância real.
As principais formas de apresentação das escalas são duas:
• Gráfica
• Numérica 1: 30.000.000
Dimensionando uma escala - Para dimensionar uma escala
podemos afirmar que, quanto menor o denominador, mais próxima da
realidade é a representação e, portanto, maior é a riqueza de detalhes do
mapa; ou seja, quanto menor o denominador, maior a escala, e uma escala
grande permite melhor visualização dos locais ou eventos cartografados.
Por exemplo, 1/100.000 é uma escala maior que 1/500.000, uma
vez que, em 1/100.000, 1 cm representa os eventos ou locais na distância
de 1 km, enquanto na outra escala o mesmo centímetro representa os
eventos ou locais na distância de 5 km.
Dessa forma, o globo terrestre somente pode ser representado
com uma escala muito pequena, proporcionando um detalhamento sempre
pequeno.
Quando se trata da representação de uma área urbana, temos a
possibilidade de colocar no mapa maior riqueza de detalhes, que
proporciona maior fidelidade do desenho em relação à realidade
cartografada. Nesse caso, a escala é classificada como grande.
De maneira geral, podemos afirmar que a escala será tanto maior
quanto menor for a área representada. Inversamente, quanto maior a área a
ser retratada, menor deve ser a escala.
Industrialização e Padrões de Localização Industrial
Resumo Teórico
Artesanato, manufatura e maquinofatura
O artesanato, primeira forma de produção industrial, surgiu no fim da
Idade Média com o renascimento comercial e urbano e definia-se pela
produção independente; o produtor possuía os meios de produção:
instalações, ferramentas e matéria-prima. Em casa, sozinho ou com a
família, o artesão realizava todas as etapas da produção.
A manufatura resultou da ampliação do consumo, que levou o artesão a
aumentar a produção e o comerciante a dedicar-se à produção industrial. O
manufatureiro distribuía a matéria-prima e o artesão trabalhava em casa,
recebendo pagamento combinado. Esse comerciante passou a produzir.
Primeiro, contratou artesãos para dar acabamento aos tecidos; depois,
tingir; e tecer; e finalmente fiar. Surgiram fábricas, com assalariados, sem
controle sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou por
causa da divisão social, isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da
produção.
Na maquinofatura, o trabalhador estava submetido ao regime de
funcionamento da máquina e à gerência direta do empresário. Foi nesta
etapa que se consolidou a Revolução Industrial.
Em geral, os geógrafos associam os países a três processos distintos
de industrialização:
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 35
MODELOS PRODUTIVOS ou
DOUTRINAS INDÚSTRIAIS
( Da Segunda revolução industrial à revolução Técnico-científica).
TAYLORISMO
- Separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquicos.
- Racionalização da produção.
- Controle do tempo.
- Estabelecimento de níveis mínimos de produtividade.
FORDISMO
- Produção e consumo em massa.
- Extrema especialização do trabalho.
- Rígida padronização da produção.
- Linha de montagem.
PÓS-FORDISMO ou TOYOTISMO
- Estratégias de produção e consumo em escala planetária.
- Valorização da pesquisa científica.
- Desenvolvimento de novas tecnologias.
- Flexibilização dos contratos de trabalho.
Industrialização Clássica
É aquela que se vincula à Revolução Industrial (ou 1.a Revolução
Industrial, pelo critério tecnológico), cujo país pioneiro foi a Inglaterra, no
período 1750 . 1850, estendendo-se posteriormente aos demais países da
Europa Ocidental (França, Bélgica, Alemanha, etc), aos EUA e ao Japão.
Nesse processo de industrialização, a máquina a vapor teve um papel
essencial; o carvão mineral constituiu-se na principal fonte de energia e as
zonas industriais já nasciam junto às reservas minerais, particularmente nas
proximidades das bacias carboníferas. Dessa forma, até os dias de hoje,
extensas concentrações industriais localizam-se próximo de matérias
primas, ou fortemente dependentes de sistemas de transportes que
permitem acessá-las. Vamos enumerar algumas delas:
> Vale dos rios Reno e Ruhr, na Alemanha, em cidades como Colônia,
Düsseldorf, etc;
> A Bacia do Tâmisa, as Midlands, o Eixo Manchester . Liverpool, na
Inglaterra;
> A região de Calais, a Bacia de Paris e região da Alsácia e Lorena na
França;
> O Nordeste dos EUA .
No caso do Japão, o padrão de localização industrial obedeceu a
diferentes imperativos: a carência de recursos naturais favoreceu a
implantação de gigantescos pólos industriais nas zonas portuárias,
articulados com esquemas de importação maciça de ferro, carvão mineral,
petróleo e toda sorte de recursos minerais.
Da segunda metade do século XIX ao início do século XX, uma 2.a Revolução
Industrial dominou o processo produtivo. O desenvolvimento da eletricidade e dos
motores a combustão interna foram suas marcas principais; paralelamente, teve
curso um extraordinário aperfeiçoamento da metalurgia e da siderurgia, o
desenvolvimento do setor petroquímico e a afirmação do automóvel como o carro-
chefe do setor de bens de consumo. Esta segunda etapa intensificou ainda mais a
concentração espacial das indústrias.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 36
Industrialização Planificada
Nos países que implantaram economias socialistas, durante parte do
século XX, o processo industrial estruturou-se de modo diferente. A
dependência dos recursos naturais evidentemente não era superada e a
planificação econômica criou sistemas combinados de extrativismo de
recursos naturais e produção industrial. O Estado, porém, optava muitas
vezes por uma maior dispersão espacial das indústrias.
No caso da ex-URSS, por exemplo, muitas zonas industriais foram
implantadas em áreas distantes de Moscou, objetivando uma melhor
ocupação dos vastos vazios demográficos, dentro das preocupações de
defesa do território, na ótica geopolítica da Guerra Fria.
Eis algumas concentrações industriais do antigo bloco soviético:
• Moscou, São Petersburgo, Donbass e região dos Urais, na URSS;
• Região da Silésia, na Polônia;
• Região da Boêmia, na atual República Tcheca
Industrialização Tardia
Os países subdesenvolvidos, outrora agrupados dentro do .Terceiro
Mundo., tiveram uma industrialização bem posterior ao nascimento das
grandes potências industriais. Esse processo consolidou-se
fundamentalmente logo após a 2a.
Guerra Mundial e apoiou-se nos
seguintes fatores:
• atuação do Estado na infra-estrutura e na indústria de base;
• estratégia de substituição de importações., através de políticas
protecionistas (restringindo as importações de bens industriais)
e fomento à nascente indústria nacional;
• estímulo à implantação de filiais das empresas transnacionais
ou multinacionais, principalmente no setor de bens de consumo
duráveis (automobilísticas e eletro-eletrônicas, por exemplo);
• produção voltada essencialmente para o mercado interno.
A industrialização dos países subdesenvolvidos também gerou
significativas concentrações industriais, algumas das quais estão
relacionadas a seguir:
• Sudeste do Brasil;
• Grande Buenos Aires, na Argentina;
• Eixo cidade de México . Guadalajara . Monterrey;
• Cidade do Cabo e Johanesburgo, na África do Sul
A industrialização dos .Tigres Asiáticos.
Os países do Extremo Oriente e Sudeste Asiático passaram por um
processo de industrialização com características diferentes dos países
latino-americanos. Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong (hoje
incorporado à China) industrializaram-se sob as seguintes condições:
• direcionamento da economia para o mercado externo,
constituindo verdadeiras plataformas de exportação.;
• parceria entre o Estado e os conglomerados empresariais
capazes de ocupar posições vantajosas no mercado
internacional;
• emprego de mão-de-obra barata, embora beneficiada por
grande investimento em educação;
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 37
• ética voltada para a disciplina, o trabalho e sentimento de
coesão nacional.
O fenômeno da desconcentração geográfica da indústria
A 1ª Revolução Industrial, situada historicamente entre 1750 e 1850, foi
baseada na máquina a vapor e no carvão mineral. A 2.a Revolução
Industrial fundamentou-se na eletricidade, na siderurgia, no motor a
combustão interna e, portanto, na dependência do petróleo.
Atualmente, vivemos uma 3ª etapa tecnológica: a era da
microeletrônica, das tecnologias de informação, da robótica e da
biotecnologia. As novas conformações do trabalho e da produção
capitalistas, aliadas a esses novos padrões técnicos e científicos,
impuseram intensas transformações às indústrias. São várias as estratégias
indispensáveis à atual economia, altamente competitiva, integrada e
globalizada. Entre elas, podemos citar:
• a automação do processo produtivo, com a substituição da
mão-de-obra por equipamentos automatizados;
• exigência de trabalho cada vez mais qualificado;
• reestruturação da linha de montagem, com maior integração
entre as tarefas ou etapas do processo produtivo (superando o
antigo e rígido sistema taylorista);
• flexibilização das normas do trabalho, que possam restringir a
atividade das empresas;
• o sistema .just-in-time., que consiste na redução ao mínimo dos
estoques das empresas (a expansão dos transportes e das
comunicações permite atualmente que se atenda aos clientes
com maior rapidez, evitando-se os gastos com manutenção
desses estoques).
Já não estamos no tempo em que as indústrias procuravam a
proximidade das antigas concentrações, na antiga ótica de localização
espacial, cujo lema era .indústria atrai indústria.. A modernização dos
transportes, o uso de novos materiais, a dependência da pesquisa científica
e a velocidade das inovações tecnológicas libertaram as indústrias das
áreas tradicionais.
No passado, a tendência era a de concentração espacial das indústrias,
uma vez que era muito vantajoso, de fato, aproveitar-se a infra-estrutura já
instalada nessas regiões. Obedecia-se também à lógica de
complementaridade produtiva entre as indústrias.
Entretanto, as grandes concentrações industriais tornaram-se muito
onerosas para as empresas, devido ao alto preço dos terrenos, aos
problemas ambientais, aos custos elevados que o trânsito intenso e caótico
representa e, até mesmo, ao fortalecimento dos movimentos sindicais que
tendem a elevar os padrões salariais. Esse fenômeno ocorre tanto nos
países centrais da economia capitalista, como naqueles considerados
.emergentes..
Os Estados Unidos, por exemplo, passam atualmente por um processo
de descentralização industrial; o enorme cinturão industrial localizado no
nordeste do país – denominado manufacturing belt - parece ter atingido um
ponto de esgotamento.Dentro do novo padrão espacial as indústrias estão
se deslocando para o sul e para o leste, buscando áreas onde os custos de
produção são menores ou a proximidade de universidades e centros de
pesquisa, geradores de novas tecnologias. Entre as cidades que mais
crescem pode-se citar Dallas, Houston, Phoenix, Atlanta, São Francisco,
Los Angeles, Seattle, entre outras.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 38
Forma-se, assim, um novo cinturão industrial - denominado Sun Belt .
que se estende entre o sul e a costa oeste do país, incluindo áreas de
acelerado desenvolvimento, nos setores de ponta. A Califórnia, por
exemplo, tem se destacado nas áreas de informática e microeletrônica; na
cidade de Houston, no Texas, os setores mais desenvolvidas são o
petroquímico e o aeroespacial; Seattle é sede da mais importante indústria
aeronáutica, a Boeing.
A nova divisão do trabalho e da produção no mundo
Desde a década de 1970, a concentração de capitais, o domínio das
tecnologias de ponta e a grande desigualdade de desenvolvimento entre os
países convergiam para a formação de novos padrões espaciais da
produção industrial. Na década seguinte, o aperfeiçoamento dos transportes
edas tecnologias de informação permitiram grande dispersão da produção
de peças e componentes industriais. Atualmente, os três principais pólos
industriais . EUA, União Européia e Japão . concentram-se em
determinadas funções da atividade econômica e dispersam suas empresas
pelo mundo, aproveitando incentivos, facilidades e custos vantajosos de
países menos desenvolvidos:
As empresas transnacionais preferem concentrar em suas sedes, nos
Países Desenvolvidos, atividades como pesquisa, desenvolvimento
tecnológico, gerência e marketing. A montagem dos produtos cada vez
mais é transferida para os Países Emergentes, onde os custos de
produção são mais baixos (terrenos mais baratos, salários menores, leis
ambientais menos severas, etc).
O caso brasileiro
O que ocorre atualmente com a concentração industrial da Grande São
Paulo, particularmente o ABCD, é um exemplo muito ilustrativo. Essa área
encontra-se praticamente saturada e acarreta custos muito elevados para
as empresas. Atualmente, muitas indústrias estão preferindo localizações
alternativas como o interior de São Paulo, o Vale do Paraíba fluminense e o
sul de Minas.
Observa-se também que muitas indústrias têxteis estão se transferindo
para o Nordeste, onde o custo da mão-de-obra é menor; por outro lado,
empresas que lidam com tecnologias mais avançadas preferem a
proximidade de universidades e centros de pesquisa, como é o caso das
cidades de Campinas, São Carlos e São José dos Campos, caracterizadas
como tecnopólos do estado de São Paulo.
A montadora Mercedes Benz, por exemplo, optou por uma localização
alternativa às grandes concentrações industriais como o ABCD, em São
Paulo, a área metropolitana do Rio de Janeiro ou a Grande Belo Horizonte.
A escolha recaiu sobre a cidade de Juiz de Fora, no sul de Minas Gerais,
que apresenta vantagens e baixos custos de produção, proximidade com o
Quadrilátero Ferrífero, no centro do estado, além do fato de ser bem servida
por rede de transportes e não estar situada muito longe dos principais
centros urbanos.
Industrialização brasileira
Processo de expansão industrial ocorrido no Brasil nas décadas de 40
e 50. A partir da segunda metade dos anos 50, o setor passa a ser o carro-
chefe da economia do país.
Os primeiros esforços para a industrialização do Brasil vêm do Império.
Durante o Segundo Reinado (1840-1889), empresários brasileiros como
Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, e grupos estrangeiros,
principalmente ingleses, investem em estradas de ferro, estaleiros,
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 39
empresas de transportes urbanos e gás, bancos e seguradoras. A política
econômica, porém, privilegia a agricultura exportadora. Beneficiadas pelo
investimento de parte das rendas do café e da borracha, as atividades
industriais limitam-se a marcenarias, tecelagens, chapelarias, serrarias,
moinhos de trigo, fiações e fábricas de bebidas e conservas. Metalúrgicas e
fundições são raras. O país importa os bens de produção e parte dos bens
de consumo.
Indústria de base – Os efeitos da crise de 1929 sobre a agricultura
cafeeira e as mudanças geradas pela Revolução de 1930 modificam o eixo
da política econômica, que assume um caráter mais nacionalista. Já em
1931, Getúlio Vargas anuncia a determinação de implantar uma “indústria
de base”. Com ela, o país poderia produzir insumos e equipamentos
industriais e reduzir sua importação, estimulando a produção nacional de
bens de consumo. As medidas concretas para a industrialização, contudo,
são tomadas durante o Estado Novo, em 1937.
As dificuldades causadas pela 2ª Guerra Mundial (1939-1945) ao
comércio mundial favorecem essa estratégia de substituição de
importações. Em 1943, é fundada no Rio de Janeiro a Fábrica Nacional de
Motores. Em 1946, começa a operar o primeiro alto-forno da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, no estado do Rio. A
Petrobras, que detém o monopólio da pequisa, extração e refino de
petróleo, é criada em outubro de 1953. Todas elas são empresas estatais.
Anos JK – O nacionalismo da era Vargas é substituído pelo
desenvolvimentismo dos anos JK (governo Juscelino Kubitschek , de 1956 a
1961). O governo implanta uma política tarifária protecionista. Amplia os
serviços de infra-estrutura, como transportes e fornecimento de energia
elétrica, atraindo grandes investimentos de capital estrangeiro. Com os
investimentos externos estimula a diversificação da economia nacional,
aumentando a produção nacional de insumos, máquinas e equipamentos
pesados para mecanização agrícola, fabricação de fertilizantes, frigoríficos,
transporte ferroviário e construção naval. A industrialização consolida-se
com a implantação da indústria de bens de consumo duráveis, sobretudo
eletrodomésticos e veículos, com o efeito de multiplicar o número de
fábricas de peças e componentes. No início dos anos 60, o setor industrial
supera a média dos demais setores da economia brasileira.
“Milagre econômico” – O desenvolvimento acelera-se e diversifica-se no
período do chamado “milagre econômico” (1968-1974). A disponibilidade
externa de capital e a determinação dos governos militares de fazer do
Brasil uma “potência emergente” viabilizam pesados investimentos em infra-
estrutura (rodovias, ferrovias, telecomunicações, portos, usinas
hidrelétricas, usinas nucleares), nas indústrias de base (mineração e
siderurgia), de transformação (papel, cimento, alumínio, produtos químicos,
fertilizantes), equipamentos (geradores, sistemas de telefonia, máquinas,
motores, turbinas), bens duráveis (veículos e eletrodomésticos) e na
agroindústria de alimentos (grãos, carnes, laticínios). Em 1973, a economia
apresenta resultados excepcionais: o Produto Interno Bruto (PIB) cresce
14%, e o setor industrial, 15,8%.
Já em meados dos anos 70, a crise do petróleo e a alta internacional
nos juros desaceleram a expansão industrial. Inicia-se uma crise que leva o
país, na década de 80, ao desequilíbrio do balanço de pagamentos e ao
descontrole da inflação. O Brasil mergulha numa longa recessão que
praticamente bloqueia a industrialização. No início dos anos 90, a produção
industrial é praticamente a mesma de dez anos atrás.
Indicadores sociais – Sustentada na urbanização e em um modelo
industrial, a modernização da economia brasileira é conservadora. Apesar
de deixar de ser apenas um país agrário, exportador de alimentos e
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 40
matérias-primas, e de desenvolver uma apreciável base industrial e
tecnológica, há uma grande distorção na distribuição de renda.
A política industrial favorece alguns setores, como os de bens de capital
e bens de consumo durável. Ao mesmo tempo, concentra os investimentos
nas regiões Sul e Sudeste, principalmente em setores geradores de
empregos e com efeito multiplicador da economia. No Nordeste os
investimentos limitam-se a setores de consumo não-durável, como a
indústria têxtil, que não tem um efeito dinâmico sobre a economia.O
resultado é um alargamento das diferenças econômicas entre as regiões
geográficas brasileiras e, dentro de cada região, entre as classes sociais. A
situação torna-se crítica sobretudo nas áreas de saúde pública, habitação,
alimentação e educação.
Exercícios
01. (UMM) A indústria de alta tecnologia . eletrônica, informática, biotecnologia e química
fina, aeroespacial e bélica . reflete, nas suas opções de localização, uma reação às
aglomerações industriais. Esses setores industriais procuram novas localizações nos
subúrbios afastados dos núcleos metropolitanos ou em pequenas cidades interioranas.
Por outro lado, mão-de-obra científica e técnica altamente qualificada e intensos
investimentos de capital constituem as principais exigências para o sucesso desses
empreendimentos. A região abaixo, que apresenta as características do texto é a ( o ):
a) Região dos Grandes Lagos ( EUA ).
b) Vale do Silício, na Califórnia ( EUA ).
c) Bacia de Londres ( Inglaterra ).
d) Vale do Ruhr ( Alemanha ).
e) Vale do Damodar ( Índia ).
02. (UMM) Considere os seguintes itens:
I. Indústria têxtil
II. Países do Primeiro Mundo
III. Países industrializados
IV. Indústria petroquímica
V. Trabalho qualificado em jornadas menores
VI. Trabalho intensivo sem regulamentação
VII. Uso intensivo de matéria-prima
VIII.Setor terciário moderno
Assinale a alternativa que contém itens que melhor caracterizam a Terceira Revolução
Industrial:
a) I, III e VI
b) II, IV e VII
c) III, IV e VIII
d) II, V e VIII
02. (UMM) A questão a seguir, aborda as relações entre os Estados modernos e o processo
de globalização.
Leia com bastante atenção o texto abaixo:
.Se os capitalistas se tornam mais sensíveis às qualidades espacialmente diferenciadas
de que se compõe a geografia do mundo, é possível que as pessoas e forças que
dominam esses espaços os alterem de um modo que os torne mais atraentes para o
capital altamente móvel. As elites dirigenteslocais podem, por exemplo, implementar
estratégias de controle da mão-de-obra local, de melhoria de habilidades, de
fornecimento de infra-estrutura de política fiscal, de regulamentação estatal etc,
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 41
a fim de atrair o desenvolvimento para seu espaço particular (...) A produção
ativa de lugares dotados de qualidades especiais se torna um importante trunfo
na competição espacial entre lugares, cidades, regiões e nações..
David Harvey, A condição pós-moderna, Ed. Loyola, São Paulo, 1992.
Assinale a alternativa que não corresponde à lógica sobre a competição espacial entre
os lugares presente no texto.
a) Os locais especialmente preparados para atrair investimentos
articulam-se aos interesses das empresas transnacionais, cuja ação
geográfica tem alcance mundial.
b) Os conglomerados transnacionais, ao aproveitarem a geografia do
mundo para sua localização, criam uma estrutura espacial com
pontos articulados entre si, a qual pode ser chamada de rede
espacial.
c) Os países querem receber novos investimentos mundiais, mas, para
isso, é preciso que as transnacionais submetam-se às condições
técnicas, à ordem jurídica e aos traços culturais locais.
d) O enxugamento dos Estados, a redução das leis trabalhistas e a
remoção de normas e obstáculos de parcelas dos territórios estão
dentro da lógica descrita no texto.
e) Para que a organização em rede espacial seja eficiente para uma
empresa transnacional, é preciso que o espaço que ela vai ocupar
seja composto por tecnologia adequada de comunicações.
GLOBALIZAÇÃO
Globalização é como um prisma que reflete várias realidades
complexas.
Intensifica múltiplas conexões entre governos e sociedades, entre
público e privado, entre mercado e cultura, conformando o sistema mundial.
Aumenta o grau de interdependência da produção, das finanças e dos
serviços, na veloz propagação das redes de comunicação, dos ricos e das
ameaças ambientais, constituindo a dimensão planetária da vida. Parece
ser a inauguração do mundo maravilhoso, mas não seria também a receita
para o desastre?
É bom lembrar que, se no império da globalização tudo parece
representar a união de todos num só mundo, isso não significa que vivemos
todos harmonicamente integrados, com respeito e entendimento humano,
como se a felicidade tivesse batido a nossa porta.
SURGE UM NOVO MUNDO
Com as idéias de um só mundo, a globalização vem com tremendo
impacto em nosso dia-a-dia, a palavra globalização produz, como mágica,
uma sensação estranha de que, estamos vivendo todo conectado. Estados,
sociedades, pessoas, culturas, mercados, meios de transportes, de
comunicação e de informação. E assim a globalização vem tornando seus
rumos e trazendo mudanças na tecnologia, na economia, na política, na
cultura e também na área logística.
Com isso a globalização significa a remoção das fronteiras e, portanto
representa uma ameaça para aquele Estado-Nação que vigia quase sempre
suas fronteiras.
Mais que tudo a globalização expressa formas de vida, valores,
opiniões, pensamentos, idéias, teorias, ideologias sobre o que chamaría-
mos, simplesmente de política Global da Globalização.
Mediante a isso os dados e fatos de um fenômeno de amplitude
inigualável, como faces de um prisma que reflete várias realidades
complexas. Também alimenta dilemas inacreditáveis.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 42
O atual processo da globalização é o núcleo central de nosso tempo, a
força de aglutinar, difunde e integra todas as demais características.
A globalização também estimula a autonomia dos antes estatais locais,
as cidades, municípios, estados ou províncias – em relação ao governo
central. Com novas possibilidades comunicacionais, os governos locais
estão atuando cada vez, mas no cenário internacional, por conta própria, e
isso vem dar menos poder central para um país e mais poder para o estado.
CONCLUSÃO
Fato novo, mas que veio por ondas no longo processo histórico e
social, a globalização, defendida e enaltecida por uns criticada e
vilipendiada por outros, cumpre sua trajetória no novo milênio.
Globalização confunde-se com mundialização, internacionalização,
universalização, constituindo-se no somatório de comandos, aparentemente
descentralizados, muitas vezes imperceptíveis ao cidadão comum, entrando
em sua vida cotidiana, criando emoções vivas e dilacerantes.
A globalização pode acrescentar perspectivas de governabilidade
global, integrando forças, mas também pode caminhar para o desgoverno,
despedaçando mais identidades e cultivando choques de civilização e de
culturas. Integra o grande mercado de seus bens e serviços, regionais e de
blocos sim, mas desintegra formas que pretendem a autonomia nacional, a
autonomia dos negócios e a proteção de corporativismos.
E assim devemos destacar dois aspectos:
O primeiro de natureza geral é útil para nos guiar na avaliação sobre
tudo o processo da globalização. O outro aspecto é saber como se dará a
inserção de nações, povos e culturas no processo da globalização,
mantendo suas individualidades próprias.
1- FONTES DE ENERGIA
A energia se apresenta sob diferentes formas:
Mecânica, calorífica, elétrica, luminosa, química, nuclear, etc.Todas as
formas de energia podem se transformar em outras, e o homem aproveita
essa propriedade. São fontes de energia todos aqueles componentes da
natureza dos quais se pode extrair energia utilizável pelo homem. Dessas
fontes de energia pode-se fazer a seguinte classificação:
Fontes de energia renováveis e fontes de energia não-renováveis.
1a. As Fontes de Energia Renováveis
São aquelas cuja quantidade é quase inesgotável, como a energia
solar, a energia eólica, a energia hidráulica, as marés e a biomassa. A
energia solar é a que chega à Terra na forma de radiação, procedente do
Sol, onde é gerada por um processo de fusão nuclear. É utilizada
diretamente ou por conversão, nos chamados coletores solares, em energia
calorífica ou elétrica. A energia eólica é a contida no vento como
conseqüência de sua velocidade, utilizada desde a Antigüidade, como nos
moinhos, e atualmente para produzir eletricidade.
A energia hidráulica utiliza a água representada a uma determinada
altura para transformá-la, por meio de sua queda, em energia elétrica. O
mar também pode proporcionar energia aproveitando-se a diferença de
altura da água produzida nas marés. Chama-se biomassa o conjunto de
vegetais utilizados na produção de energia, seja através da combustão
(energia calorífica ), seja por meio da obtenção de metano e álcool metílico.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 43
1b. Fontes de Energia Não-Renováveis
Há quantidades limitadas. Portanto esgotam-se progressivamente ao
serem consumidas. As fontes não renováveis conhecidas atualmente são: o
carvão mineral, o petróleo, o gás natural, a energia nuclear de fissão
(urânio),a energia nuclear de fusão ( deutério) e a energia geotérmica. Os
recursos não-renováveis provêm, em parte,da energia solar acumulada por
meio de processos que envolvem decomposição e fossilização de matéria
orgânica (carvão, petróleo).
O carvão mineral é uma fonte não-renovável formada ao longo de
milhões de anos a partir de florestas sepultadas debaixo da terra. Para se
formar carvão naturalmente a partir das florestas atuais, serão precisos
outros milhões de anos.
Outros recursos não-renováveis são as energias contidas em minerais
que podem ser utilizados na obtenção de combustíveis nucleares. Quanto
ao seu uso, uma fonte de energia pode ser eventualmente substituída por
outra: é possível produzir energia elétrica utilizando carvão ou energia
nuclear. A energia nuclear de fusão está em fase experimental e ainda não
é empregada em explorações comerciais. Já a energia geotérmica, está
contida no interior da Terra. A técnica para obtê-la consiste em injetar um
líquido, geralmente água, que extraia calor do centro do planeta.
Transformando-se em vapor, essa água pode mover um gerador de
corrente elétrica.
FONTES TRADICIONAIS DE ENERGIA
CARVÃO MINERAL
Popularizado a partir da Revolução Industrial, o carvão mineral é
responsável por 40% da produção total de energia no mundo. No atual ritmo
de consumo, as reservas conhecidas são suficientes para mais dois
séculos.
PRÓ: é abundante, encontrado com facilidade na maioria dos países.
CONTRA: o carvão mineral é o mais poluidor entre os combustíveis
fósseis.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 44
PETRÓLEO
Responde por 40% de toda a energia produzida no planeta. Ainda não
se encontrou substituto mais eficiente e barato para a gasolina usada nos
automóveis.
PRÓ: funciona bem na maioria dos motores, apesar das oscilações de
preço, mantém boa relação custo-benefício.
CONTRA: as reservas concentram-se em poucos países, que podem
manipular o preço. É um dos maiores poluidores do ar.
GÁS NATURAL
Ao contrário de que se pensava há duas décadas, as reservas de
combustível fóssil são abundantes, a produção deve dobrar até 2010. É
cada vez mais usado para gerar a eletricidade.
PRÓ: é versátil, de alta eficiência na produção de eletricidade e não vai
faltar. Polui menos que o carvão e o petróleo.
CONTRA: os preços instáveis em algumas regiões; exige grandes
investimentos em infra-estrutura de transporte (gasodutos ou terminais
marítimos).
HIDRELÉTRICAS
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 45
As usinas respondem por 18% da energia elétrica global. São
responsáveis pelo fornecimento de 50% da eletricidade em 63 países e por
90% em outras 23, entre eles o Brasil.
PRÓ: são uma fonte de energia renovável, que produz eletricidade de
forma limpa, não poluente e barata.
CONTRA: exigem grande investimento inicial na construção de
barragens. Podem ter a operação prejudicada pela falta de chuvas.
ENERGIA NUCLEAR
Apesar da chiadeira dos ambientalistas, é a 3ª maior fonte de geração
de eletricidade. Há 438 usinas nucleares em operação, 6 delas recém-
inauguras(uma na República Tcheca, uma no Brasil, 3 na Índia e uma no
Paquistão.
PRÓ: as reservas de combustível nuclear são abundantes,não emite
poluentes, o avanço tecnológico tornou as usinas mais seguras.
CONTRA: a usina exige grande investimento, demora para entrar em
operação e produz lixo radioativo.
FONTES DE ENERGIA ALTERNATIVAS:
EÓLICA
É a fone e energia alternativa com
maior taxa de crescimento. Ainda
assim, só entra com 0,1% da produção
total de eletricidade.
CONTRA: só é viável em algumas
regiões, que não incluem o Brasil. É
mais usada como auxiliar nos sistemas
de calefação.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 46
SOLAR
Ainda não se mostrou capaz de produzir eletricidade em grande escala.
A tecnologia deixa a desejar e o custo da instalação é alto. Para produzir a
mesma energia elétrica de uma hidrelétrica, os painéis solares custariam
dez vezes mais.
PRÓ: útil como fonte complementar em residências e áreas rurais
distantes da rede elétrica central. Índice zero de poluição.
CONTRA: o preço proibitivo da produção em média em larga escala.
Só funciona bem em áreas muito ensolaradas.
BIOMASSA
Agrupa várias opções como queima de madeira, carvão vegetal e
processamento industrial de celulose e bagaço da cana de açúcar. Inclui o
uso de álcool como combustível. Responde 1% da energia elétrica mundial.
PRÓ: aproveita restos, reduzindo o desperdício. O álcool tem eficiência
equivalente ao da gasolina. Como combustível para automóveis.
CONTRA: o uso em larga escala na geração de energia esbarra nos
limites da sazonalidade. A produção de energia cai no período da entre-
safra. Dependendo de que como se queima, pode ser muito poluente.
ENERGIA GEOTÉRMICA
A energia geotérmica é um tipo de energia que funciona graças à
capacidade natural da Terra e/ou da sua água subterrânea em reter calor, e
consiste em transferir esse calor, num sistema composto de canos
subterrâneos e de uma "bomba de sucção de calor", para aquecer ou
arrefecer um edifício.
central geotérmica
Uma bomba de sucção de calor é a componente do sistema que
necessita de energia elétrica para poder funcionar. O seu papel consiste em
extrair energia térmica da Terra para um edifício durante o inverno e o
contrário acontece durante o verão onde transfere o calor do edifico até uma
zona mais fria da Terra, assim mantendo-o fresco.
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 47
Para isto ser realizável, a energia térmica tem de viajar através de um
meio líquido (água subterrânea) contendo uma solução que previne a
gelificação da água nos locais onde ela atinge temperaturas baixas.
Este sistema de funcionamento é exemplificado pelo seguinte
esquema:
A mudança
aquecimento/arrefecimento
pode ser feita através de
uma simples alteração
num termostato de interior.
Esta simplicidade é devida
ao fato de que, uma vez
que é no mesmo sistema
de canos, que ocorrem
estes dois processos,
basta um carregar de
botão para inverter o
sentido de transferência do
calor.
As vantagens dos sistemas geotérmicos são tais que:
permitem poupar energia (75% de eletricidade numa casa) uma vez que substituem
ar condicionado e aquecedores elétricos.
são muito flexíveis, uma vez que podem ser facilmente subdivididos ou expandidos
para um melhor enquadramento, (e aproveitamento de energia) num edifício, e isto,
ficando relativamente barato.
libertam relativamente menos gases poluentes para a atmosfera que outras fontes de
energia não renováveis,
Porém, este sistema contém algumas desvantagens a ter em consideração:
Se não for usado em pequenas zonas onde o calor do interior da Terra vem á
superfície através de gêiseres e vulcões, então a perfuração dos solos para a
introdução de canos é dispendiosa.
Os anti-gelificantes usados nas zonas mais frias são poluentes: apesar de terem uma
baixa toxicidade, alguns produzem CFCs e HCFCs.
Este sistema tem um custo inicial elevado, e a barata manutenção da bomba de
sucção de calor (que por estar situada no interior da Terra ou dentro de um edifício
não está exposta ao mau tempo e a vandalismo), é contrabalançada pelo elevado
custo de manutenção dos canos (onde a água causa corrosão e depósitos minerais).
A energia geotérmica é utilizada em muitas partes do planeta, com
destaque para:
Tuscani, na Itália, onde em 1904 se passou, pela primeira vez, a
utilizar a energia geotérmica para a produção de electricidade.
Budapeste (Hungria), alguns subúrbios de Paris, Reykjavík
(Islândia), e muitas outras cidades, que usam em grande escala a
energia geotérmica para aquecimento doméstico.
a California, por ter a maior central geotérmica do mundo.
Em Portugal, a energia geotérmica é utilizada principalmente no
Arquipélago dos Açores
GEOGRAFIA
TURMA INVERNO | MÓDULO 1 48
Revisão CDF- Objetivas:- Bosco
1. A revolução técnico-científica e informacional produzida no século XX, a qual se estende
aos nossos dias, trouxe profundas mudanças aos sistemas de produção e às relações de
trabalho que incidem diretamente sobre a organização do espaço geográfico. Acerca das
novas formas de relações de trabalho, é possível afirmar, corretamente, que:
a) nos países desenvolvidos, com o grande avanço tecnológico, o desemprego foi
reduzido e os sindicatos foram fortalecidos, respondendo aos interesses trabalhistas.
b) o sistema de flexibilização da produção (modelo toyotista), que acarretou
mudanças nas relações de trabalho, aplica-se apenas à indústria japonesa.
c) o regime de trabalho permanente nas empresas industriais e de serviços ampliou-
se, e foram fortalecidos os direitos sociais dos trabalhadores.
d) a terceirização tem sido utilizada pelas empresas como uma das formas de
flexibilização das relações de trabalho.
2. O BRAZIL quem USA sou EEUU
Essa frase, retirada de um grafite de parede de uma cidade brasileira, é uma crítica:
a) à crise nas escolas públicas brasileiras.
b) ao alto índice de analfabetismo da sociedade.
c) à obrigatoriedade do ensino do Inglês nas escolas.
d) à influência da cultura norte-americana no Brasil.
3. Analise as seguintes afirmações sobre a urbanização brasileira:
I – O espaço urbano é fragmentado, pois a segregação social revela-se através dos
condomínios residenciais, por um lado, e dos cortiços, favelas e loteamentos
clandestinos, por outro.
II - Apesar da integração econômica das regiões do país, as principais cidades
brasileiras estão localizadas no centro-sul e na faixa litorânea, onde são mais intensas
as conexões e as trocas entre elas.
III - A dominação do espaço urbano pelo poder público impõe investimentos
direcionados aos serviços sociais e de infra-estrutura, como saneamento básico,
saúde, educação, transporte coletivo, oportunizando à população urbana o acesso à
modernização.
IV - Em virtude das transformações produtivas e das novas tecnologias urbanas, a
urbanização brasileira vem promovendo um aumento na qualificação, remuneração e
estabilidade do emprego, conseqüentemente, há melhoria nas condições de vida
urbana.
Estão corretas
a) apenas I e II. b) apenas II e III.
c) apenas I e III. d) apenas III e IV.
4. Com base no texto abaixo, analise as proposições apresentadas e, em seguida, assinale a
alternativa cujos números correspondem a afirmações verdadeiras:
"A metrópole (palavra que em grego significa “mãe das cidades") é aquela que, tendo
exercido o papel de pólo de atração, provocou o surgimento ou crescimento de outras e
passou a comandar, de certa forma, a vida econômica, social, cultural e política dos
municípios estabelecidos ao seu redor, funcionando como elemento integrador e
articulador desse conjunto gerando movimento constantes de seus habitantes em sua
direção à procura de trabalho, instituições de saúde, ensino, rede bancária, bens de
consumo, lazer, etc."
1 – Rio de Janeiro e São Paulo, por oferecerem mais oportunidades de emprego e
melhores equipamentos sociais, funcionam como áreas de atração, desenvolvendo-se
e, ao mesmo tempo, fazendo crescer outros municípios próximos.
2 - A formação das aglomerações metropolitanas fez emergir um conjunto de
problemas, que ultrapassam a, competência política das esferas de poder municipais.
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  • 1. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 3 Brasil Característica Gerais O quinto país em extensão territorial Apenas seis países possuem extensão territorial superior a 7 milhões de quilômetros qua-drados. O Brasil é o quinto com 8.547.404km2 . Como os quatro países mais extensos do que o Brasil estão integralmente no hemisfério norte, nós pode-mos dizer que ele é o mais extenso do hemisfério sul. É, ainda, um país eqüidistante, pois a distância entre os pontos extremos norte-sul (4.395km) e les-te-oeste (4.320km) se equivalem, embora seja um pouco mais longo nos sentidos norte-sul. A formação do território brasileiro "O traço marcante da colonização de todo o continente americano - e, por extensão, o Brasil -, com exceção apenas de partes da América do Norte, foi o de servir para o enriqueci-mento das metrópoles (as nações européias)." A primeira delimitação do território português na América foi determinada pelo Tratado de Tordesilhas (1494), que definia uma área de aproximadamente 2.800.000km2 , ou seja, menos de 1/3 da superfície atual do Brasil. O meridiano do Tratado de Tordesilhas passava onde hoje é a cidade de Belém (PA) e a cidade de Laguna (Se). As terras situadas à leste dessa linha pertenceriam a Portugal e a oeste, a Espanha. GEOGRAFIA TURMA: INVERNO
  • 2. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 4 Os dois terços acrescentados ao território brasileiro foram conquistados posteriormente e confirmados pelos tratados: Madri (1750); Santo Idelfonso (1777) e outros. A expansão do território e os ciclos econômicos Ciclos do pau-brasil e da cana-de-açúcar A exploração do pau-brasil era feita pelos ín-dios, e os portugueses se limitaram à instalação de feito rias ao longo do litoral, sem qualquer penetração para o interior. A cana-de-açúcar, por ser produto de exportação, também não se afastou muito do litoral. Ciclo do gado Quando o gado chegou ao Brasil, as terras próximas ao litoral estavam ocupadas pela cana-de-açúcar. Como não existiam cercas protegendo as plantações de cana, o gado acabou sendo expul-so das terras nobres da fachada litorânea e foi ocupar os sertões e o vale do rio São Francisco, o qual acabou recebendo o apelido de "Rio dos Currais". Até este ciclo, as áreas ocupadas estavam dentro dos limites do Tratado de Tordesilhas. Ciclo das drogas do sertão (Norte), ciclo do ouro e as bandeiras (Sul) Houve penetração pelo rio Amazonas e por alguns afluentes além dos limites de Tordesilhas, nos séculos XVII e XVIII. Eram as missões religiosas catequizadoras dos missionários católicos que foram acompanhadas de tropas de resgate portuguesas para aprisionarem índios. Estes serviriam em trabalhos escravos nas lavouras ao redor de cidades como: Belém, Santarém, Bragança e outras. As bandeiras, durante o século XVIII, partiram de São Paulo, penetraram o território na direção oeste e ultrapassaram os limites de Tordesilhas. Essas expedições tinham duplo objetivo: encontrar ouro e pedras preciosas e, também, aprisionar índios para vendê-los como escravos. Ciclo da borracha No período de 1870 a 1910, muitos nordestinos se deslocaram para a Amazônia com a finalidade de explorar a borracha. Esses seringueiros ocuparam terras que pertenciam à Bolívia e que foram anexadas ao Brasil, em 1903, formando o Território do Acre.
  • 3. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 5 OS FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL O Brasil possui dois fusos continentais e um oceânico. Os meridianos que servem de limites entre os fusos horários fazem acomodações para evitar que um estado fique com suas terras em dois fusos. Os Fusos Horários do Brasil Fuso Meridiano Central Hora em relação a Londres (GMT) Abrange 1° 30°W - 2 horas Arquipélago de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, ilhas de Trindade e Martim Vaz, penedos de São Pedro e São Paulo. 2° 45°W - 3 horas Amapá, Tocantins, Pará - na região Norte; Goiás e Brasília (hora oficial do Brasil) - na região Centro-Oeste; todos os estados das regiões Nordeste, Sudeste e Sul. 3° 60°W - 4 horas Roraima, Rondônia, Pará, Amazonas e Acre - na região Norte; Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, na região Centro- Oeste. AS GRANDES REGIÕES BRASILEIRAS A primeira regionalização do Brasil teve como base a natureza. As paisagens naturais foram utilizadas para definir as cinco macrorregiões brasileiras. A regionalização do espaço geográfico A divisão regional de um espaço geográfico deve apresentar em cada região aspectos que as individualizem e as identifiquem. A divisão extra-oficial Ultimamente, uma divisão regional extra oficial vem sendo analisada por geógrafos como sendo mais adaptada à formação histórica e econômica do nosso território, que a divisão oficial do IBGE. Ela foi elaborada pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger em 1967. Nessa proposta de regionalização, o Brasil está dividido em três grandes complexos regionais, definidos com base em conceitos geo-econômico.
  • 4. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 6 Nos três grandes complexos: a Amazônia, o Nordeste e o Centro- Sul, os limites não coincidem com os limites políticos e alguns estados têm suas terras distribuídas em duas regiões. A Amazônia - 5 milhões de km2 (58% da área do Brasil) Corresponde a todo o espaço geográfico da Amazônia legal, portanto, ultrapassa os limites da região Norte. Sua área é composta por quase toda a região Norte e mais, aproximadamente, dois terços do território do Mato Grosso, quase a metade oeste do Maranhão e a parte norte do Tocantins. Quando foi elaborada essa proposta regional, a Amazônia ainda estava em processo de ocupação e povoamento, apresentando baixa densidade demográfica e com o predomínio do extrativismo vegetal em sua economia. Atualmente o extrativismo vegetal/mineral divide sua participação com a agropecuária e até com a indústria de transformação que se implantou na Zona Franca de Manaus e no Projeto Grande Carajás. O Nordeste – 1,5 milhão de km2 (18% da área do Brasil) Sua área é quase a mesma da região Nordeste, segundo o IBGE, apresentando apenas duas diferenças: o oeste do estado do Maranhão está na Amazônia e o norte do estado de Minas Gerais faz parte do Nordeste. Concentra quase um terço da população brasileira, mas foi considerada por Pedro Geiger como uma "região-problema". Embora tenha mais da metade de suas terras no "Polígono das Secas", os graves problemas que afligem o Nordeste são de ordem sócio-econômicas, como: elevadas taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo, pobreza, fome, subnutrição, eleva- das concentrações da renda e das terras, baixos salários e elevados índices de desemprego e subemprego. O Centro-Sul - 2 milhões de km2 (24% da área do Brasil) Essa é a área mais desenvolvida do país, correspondendo a todo o espaço geográfico da região Sul, quase todo o Sudeste (menos o norte de Minas Gerais), mais da metade do Centro-Oeste (fora o norte do Mato Grosso) e ainda o sul do estado do Tocantins. Esse espaço regional apresenta as maiores concentrações: industrial, urbana e populacional. O triângulo São Paulo - Rio de Janeiro - Belo Horizonte constitui o maior parque industrial da América Latina. As maiores cidades brasileiras, os melhores portos e aeroportos, a melhor infra-estrutura viária, além de uma agropecuária moderna, estão no Centro- Sul. Mas essa grande riqueza convive com graves problemas urbanos: as favelas, a alta criminalidade, os altos índices de desemprego e subemprego, além de outros.
  • 5. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 7 As grandes regiões Geográficas As grandes regiões brasileiras apresentam processos de colonização e povoamento diferentes. Cada uma com características próprias que acabaram por definir a situação atual de organização do espaço e desenvolvimento econômico. OS CLIMAS DO BRASIL O Brasil é um país tropical e, por isso, tem o predomínio dos climas quentes, com pequena variação de temperatura, duas estações e com as chuvas concentradas no semestre de verão. O clima Várias definições são dadas ao clima, dentre elas está a de Max Sorre: "Clima é a sucessão habitual dos tipos de tempo num determinado local da superfície terrestre". Para se chegar com maior segurança às características climáticas de uma região, é necessário analisar o comportamento atmosférico por longo tempo (30 anos aproximadamente). O tempo É o comportamento dos elementos do clima: temperatura, umidade, pressão atmosférica, precipitações atmosféricas (chuva, granizo, neve) e ventos, em um determinado momento. A latitude e sua influência nos climas do Brasil A latitude é o principal fator na distribuição das temperaturas e na sua variação durante o ano. A curvatura d.a superfície terrestre fa2 com que os raios solares toquem as terras próximas da linha do equador perpendicularmente e, à proporção que vão afastando-se em direção ao pólo os raios solares estarão inclinando-se, até chegarem paralelos à superfície no pólo, Essa é a razão do maior aquecimento das terras próximas ao equador, com esse aquecimento diminuindo ao se afastar da linha equatorial.
  • 6. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 8 Observação: As temperaturas mais altas estão próximas da linha do equador - baixas latitudes; enquanto as temperaturas mais baixas estão próximas dos pólos - altas latitudes. Conclusão: a temperatura apresenta-se inversamente proporcional à latitude, na seguinte proporção - a cada 2° (dois graus) de latitude que aumenta, diminui 1°C (um grau) de temperatura. As latitudes no Brasil O Brasil é um país tropical, pois 92% das suas terras estão entre os dois trópicos, faixa de baixas latitudes. Com isso predominam os climas quentes. Praticamente, só a região Sul está na Zona Temperada, estando essa parcela do território brasileiro fora da zona de climas quentes. Face à sua posição geográfica, nas terras brasileiras dominam apenas três climas: equatorial, tropical e subtropical, assim distribuídos: • clima equatorial, quente e úmido da Amazônia; • clima tropical, quente, do restante da zona tropical brasileira; • clima subtropical do sul do país, sendo o único que não é quente. A temperatura vai diminuindo do norte para o sul, com o aumento da latitude. Como a extensão norte/sul é de 4.330km (39° de latitude), existe uma grande variação de temperatura, conforme pode-se comprovar pela tabela e mapa a seguir. Temperaturas normais Cidades Latitude Sul Média anual Média do mês mais quente Média do mês mais frio Amplitude térmica 1. Belém 1°28' 25,6 26,2 (nov) 24,9 (fev) 1,3 2. Salvador 13° 24,9 26,3 (mar) 23,2 (jul/ago) 3,1 3. Rio de Janeiro 22°54' 22,7 25,4 (fev) 20,1 (jul) 5,3 4. Porto Alegre 30°02' 19,1 24,6 (fev) 13,5 (jun) 11,1 A altitude e sua influência nos climas do Brasil A altitude tem influência na distribuição da temperatura e na distribuição das chuvas. Temperatura do ar - O processo de aquecimento atmosférico é realizado pelo Sol de forma indireta. Os raios solares atravessam os gases da atmosfera sem alterar a sua temperatura. Quando chegam à superfície terrestre aquecem suas partes sólidas e líquidas. A Terra irradia para o espaço parte desse calor e com isso aquece os gases da atmosfera, ou seja, o aquecimento se dá de baixo para cima.
  • 7. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 9 Observação: Nas terras de baixa altitude a temperatura é mais alta, mas à proporção que a altitude vai aumentando a temperatura vai diminuindo. Conclusão: A temperatura apresenta-se inversamente proporcional à altitude, na seguinte proporção - a cada 180m que aumenta de altitude, diminui 1°C de temperatura. No Brasil predominam as terras baixas e, por esse motivo, a influência da altitude é pequena, mas, mesmo assim, as terras de planalto do Sudeste e do Centro-Oeste dão origem ao clima Tropical de Altitude. E na região Sul, os planaltos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul colaboram para a queda de neve em cidades como: São Joaquim (SC) e Garibaldi (RS). No mapa e na tabela ao lado você observa a influência da altitude no clima do Brasil e na temperatura de algumas cidades brasileiras. Cidades Altitudes Latitude Sul Média Térmica Anual Vitória Nível do mar 900m 20°19' 23.2°C B. Horizonte 19°49' 20.7°C Santos (SP) Nível do mar 800m 23°56' 22.0°C São Paulo 23°32' 17.6°C Florianópolis Nível do mar 1.100m 27°35' 20.5°C As massas de ar e suas Influências nos climas do Brasil As massas de ar definem o regime de chuvas dos climas. Quando a região climática recebe massas úmidas, ocorrem as chuvas. No Brasil, atuam cinco grandes massas de ar, as quais estão representadas no mapa a seguir. A - Massa Polar Atlântica (MPA): é fria porque procede da Zona Glacial e úmida por passar sobre o oceano Atlântico antes de entrar no Brasil. B - Massa Tropical Continental (MTC): é quente por se originar na Zona Tropical e a única seca devido à sua formação sobre o continente. C - Massa Tropical Atlântica (MTA): é quente, pois se origina na Zona Tropical; é úmida por ter sua formação no Oceano Atlântico. É formadora dos ventos alísios do sudeste. D - Massa Equatorial Atlântica (MEA): é quente por ter a sua origem próxima da linha do Equador e úmida devido à sua formação sobre o Oceano Atlântico. Ela entra no Brasil com o nome de ventos alísios de nordeste. E - Massa Equatorial Continental (MEC): é quente, pois se forma próximo à linha do equador e úmida devido à grande floresta Amazônica e à maior bacia hidrográfica do mundo "Amazônica".
  • 8. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 10 Os climas e suas características No território brasileiro, predominam os climas quentes, com temperaturas médias anuais superiores a 20°C e regimes de chuvas concentradas no verão. Os domínios climáticos brasileiros são: o equatorial, o tropical e o subtropical; sendo que o tropical, por influência dos diversos fatores climáticos subdivide-se em cinco climas diferentes. O mapa a seguir apresenta a distribuição dos climas no território brasileiro. As principais características dos climas Clima Equatorial A Amazônia é o domínio do clima equatorial. É quente com temperatura média anual de 25°C, apresentando pequena amplitude térmica anual, entre 2° a 4°C. As chuvas são abundantes e distribuídas ao longo do ano, sem estação seca definida. Tem o maior índice pluviométrico do Brasil, de 2.000 a 3.000mm de chuvas por ano e apresentando com maior freqüência a chuva de convecção. O ar aquecido dilata-se e sobe. Por este motivo as regiões quentes apresentam baixa pressão atmosférica (zona ciclonal). Quando o ar se eleva, as nuvens elevam-se com ele, saindo da camada de ar quente e entrando em camada de ar frio. O contato com o ar frio transforma a nuvem em água, caindo em forma de chuva. Essas chuvas ocorrem com freqüência à tarde, são grossas e de curta duração. Clima Subtropical
  • 9. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 11 O domínio do clima subtropical é a região Sul. Esse é o nosso clima de zona temperada, sendo, portanto, o único fora da zona de climas quentes. Apresenta as mais baixas médias térmicas anuais (16 a 19°C) e as maiores variações de temperatura ao longo do ano e, ainda, com a variação das quatro estações. É classificado como clima úmido, registrando índices pluviométricos de 1.200 a 1.500mm e uma regular distribuição das chuvas ao longo do ano. Ocorrem geadas e até nevadas nas partes mais altas do relevo. No inverno, o tipo de chuva mais comum é a frontal. No domínio do clima subtropical, uma massa fria (MPA) avança para o norte no inverno. O ar frio é mais pesado e se introduz por baixo do ar quente empurrando-o para cima. A frente dessa massa fria transforma as nuvens em chuva. Esse tipo de chuva ocorre em quase todo o território brasileiro, sendo mais comum no inverno do clima subtropical. Clima Tropical de Altitude Clima Tropical Semi-árido O clima tropical semi-árido ocupa o sertão do Nordeste, com uma área de aproximadamente, 900.000 quilômetros quadrados. Nesse domínio, registram-se as mais elevadas médias térmicas do país, entre 26 a 28°C. As chuvas são escassas e concentradas nos primeiros meses do ano. Uma das suas principais características é a irregular distribuição das chuvas, no tempo e no espaço.
  • 10. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 12 Polígono das Secas É nesse domínio climático onde se registram as secas. A probabilidade de um período de chuvas excessivas, com inundações é igual ao de ausência de chuvas, com ocorrência de seca. Nos anos normais o índice pluviométrico é de 750 a 1200mm. Clima Tropical com chuvas de verão O clima tropical com chuvas de verão tem duas estações bem definidas, com as chuvas concentradas na semestre da verão, .ou seja, de outubro a março. Durante a verão, três massas úmidas: MEC (Equatorial Continental), proveniente da Amazônia, e MEA e MTA (Equatorial Atlântica e Tropical Atlântica), ambas originadas no Oceano Atlântico, provocam chuvas abundantes, registrando um índice pluviométrico de 1.200 a 1.600mm. É um clima quente com temperaturas de 22 a 24°C e pequena amplitude térmica anual. Clima Tropical com chuvas de Inverno A área de domínio do clima tropical com chuvas de inverno é a faixa litorânea oriental do Nordeste, estendendo-se do Estado do Rio Grande do Norte até o Recôncavo Baiano. É um clima quente, com médias térmicas anuais elevadas e pequena amplitude térmica anual. Suas chuvas estão concentradas nos meses de março até agosto, período de influência das massas de ar: Polar Atlântica e Tropical Atlântica, esta última chega nessa área com o nome de ventos alísios de sudeste. O clima aliado ao solo de massapê favoreceu ao desenvolvimento da cultura canavieira, sendo o palco do ciclo do açúcar e até hoje é o domínio de grandes propriedades com culturas de cana-de-açúcar e as usinas de açúcar e álcool. Clima Tropical Sempre-úmido
  • 11. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 13 O clima tropical sempre úmido ocupa a faixa litorânea sul do Estado da Bahia e o norte do Estado do Espírito Santo. Apresenta médias térmicas anuais elevadas e pequenas amplitudes térmicas ao longo do ano. O regime pluviométrico caracteriza-se por registrar chuvas abundantes, distribuídas ao longo do ano, sem estação seca definida. A semelhança com o clima equatorial favoreceu à transferência do cacau, planta nativa da Amazônia. Atualmente a cultura do cacau para exportação concentra-se nessa região climática, com mais de 90% da produção nacional. AS PAISAGENS VEGETAIS DO BRASIL A vegetação é a mais forte expressão da vida. É o principal elemento dos diversos ecossistemas, sendo fundamental para a sobrevivência de inúmeros outros seres vivos. Infelizmente é o primeiro componente da paisagem natural que o homem altera e destrói, provocando a quebrado equilíbrio ecológico, com graves conseqüências para o meio ambiente.e para a própria humanidade. Existe um estreito relacionamento entre o clima e a vegetação, ao ponto de se dizer que a vegetação é o espelho do clima. Ela reflete, como se fosse um espelho, as características climáticas regionais. A desertificação consiste na diminuição da capacidade produtiva do solo. É um processo que se concretiza transformando ambientes naturais frágeis - semi-áridos - em desertos com a ajuda do homem. O desmatamento é a principal ação humana no processo de desertificação. As principais paisagens vegetais No mapa, a seguir, apresentamos as principais paisagens vegetais do Brasil, nas suas condições e localizações originais. Lembramos que to- dos esses quadros botânicos apresentam-se bastante alterados, na atualidade. Vegetação O Brasil apresenta uma grande variedade de paisagens vegetais, por sua grande xtensão territorial e pela influência de vários fatores: clima, solo, relevo, fauna e ação humana. Formações florestais Originalmente eram as predominantes em nosso território, tendo sofrido ao longo dos tempos intensa devastação, o que levou largas áreas, principalmente próximas ao litoral, a perder quase totalmente sua cobertura original. É o caso do estado de São Paulo, que hoje não chega a ter 3% do seu território ocupado por vegetação florestal nativa. As principais formações vegetais do território brasileiro são:
  • 12. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 14 Floresta Latifoliada Equatorial (pluvial) Trata-se da Floresta Amazônica, batizada de Hiléia por Humboldt. É a maior floresta úmida do mundo em variedade e quantidade de espécies vegetais. Cobre uma área superior a 6 milhões de km2, dos quais cerca de 4 milhões em território brasileiro. Sua vegetação predominante é do tipo higrófita, heterogênea, densa e latifoliada (vegetais com folhas largas). Floresta Latifoliada Tropical Originalmente ocupava toda área do litoral brasileiro. Era estreita no Nordeste, alargava-se no Sudeste, e no Sul voltava a se estreitar. Composta por inúmeras espécies, de vegetação bastante densa (menos que a Floresta Latifoliada Equatorial), foi intensamente devastada pela lógica de ocupação do espaço adotada ao longo da história econômica do país. Floresta Subtropical (araucária) Também conhecida como Mata dos Pinhais, é mais aberta e homogênea que as duas formações mencionadas anteriormente. É formada principalmente pela Araucária Angustifolia, espécie de pinheiro, e por algumas espécies associadas, incluindo as do tipo latifoliada, como a Imbuia, Canela, Cedro etc. Originalmente ocupava os planaltos de clima tropical de altitude em São Paulo e Paraná, até as áreas de clima subtropical do Rio Grande do Sul. Formações herbáceas Como principais exemplos deste tipo de formação vegetal temos: Campos ou Pradarias Predominam espécies rasteiras do tipo gramínea, caracterizada por pequenos arbustos espalhados pelo terreno. Quando grandes áreas do terreno são cobertas pelo tipo de vegetação predominantemente de espécies gramíneas, tem-se a formação de campos limpos; quando aparecem arbustos, trata-se de campos sujos. Cobrem os Pampas no estado do Rio Grande do Sul (Campanha Gaúcha), o sul do estado do Mato Grosso do Sul áreas elevadas da Serra da Mantiqueira no sul do estado de Minas Gerais, principalmente. Cerrado Trata-se de vegetação predominantemente arbustiva, encontrada em quase todo Brasil Central, cobrindo particularmente o Planalto Central. Seus arbustos de galhos retorcidos podem aparecer espalhados ou em formações campactas. Caatinga Vegetação típica do semi-árido nordestino, formada por espécies xerófitas, representada pelas espécies de cactáceas e bromeliáceas (mandacaru, xique-xique, facheiro, por exemplo). Há ainda no território brasileiro duas outras importantes Formações Complexas Complexo do Pantanal Vegetação que cobre toda a planície do Pantanal Matogrossense, caracterizada por uma vegetal heterogênea, contendo extensas áreas de florestas tropicais entremeadas por formações herbáceas e arbustivas.
  • 13. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 15 Mata de Cocais È formada por duas palmeiras de grande valor econômico, O Babaçu e a Carnaúba, sendo uma vegetação de transição entre a floresta amazônica, os cerrados e a caatinga Formação Litorânea Representada pelo mangue, é uma paisagem vegetal típica de litorais tropicais como o nosso. Ocorre em terrenos baixos que sofrem a ação das marés ou da água salobra. Suas espécies vegetais são geralmente arbustivas, adaptadas a ambientes de grande umidade (higrófitos) e grande acidez (halófilo). A ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA Placas tectônicas e áreas de grandes terremotos Estabilidade tectônica A situação geológica atual do território brasileiro apresenta uma grande e tranqüila estabilidade tectônica. Os terremotos e as erupções vulcânicas, que são manifestações bruscas e violentas da crosta terrestre, acontecem nas bordas das placas tectônicas e nas suas proximidades. Essas placas deslocam-se entrando em choque ou afastando-se de outras e, em ambos os casos, ocorrem terremotos e erupções vulcânicas. O Brasil se encontra no meio da placa sul-americana, portanto afastado das zonas de perturbações tectônicas. No nosso território não existem vulcões registrando-se, apenas, pequenos tremores, resultados de acomodações de rochas ou quando é atingido pelo final das ondas de vibrações dos terremotos do meio do Atlântico Sul. Geologia do Brasil O território brasileiro apresenta uma estrutura geológica muito antiga com escudos cristalinos datados da Era Pré-Cambriana, bacias sedimentares formadas em várias eras geológicas e alguns capeamentos vulcânicos, resultantes de manifestações na Era Mesozóica. Aqui não se re- gistraram os dobramentos modernos que deram origem às cadeias de montanhas na Era Cenozóica Terciária. No mapa, a seguir, apresentamos as diversas estruturas geológicas do Brasil. Formação da estrutura geológica brasileira através das Eras Complexo cristalino brasileiro A estrutura cristalina é a mais antiga da crosta terrestre. Constituída por rochas magmáticas e metamórficas, solidificou-se nas eras arqueozóica e proterozóica:
  • 14. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 16 • Os terrenos arqueozóicos ocupam, aproximadamente, 32% da superfície brasileira. Apresentam-se bastante desgastados pela erosão, formando planaltos de baixas altitudes. • Os terrenos proterozóicos, ou algonquianos, correspondem a, aproximadamente, 4% da área do Brasil. Os minerais que se formaram no interior da Terra vieram para a superfície e se solidificaram juntos com as formações proterozóicas. Portanto, são as áreas do país mais ricas em minerais. É o caso das reservas de ferro e manganês do Quadrilátero Ferrífero (MG); Serra dos Carajás (PA); Maciço de Urucum (MS), também do ouro na Serra Pelada (PA), além da bauxita do Vale das trombetas (PA); Serra dos Carajás (PA) e ainda da casiterita no Vale do Candeias (RO) e ou- tros mais como cobre, chumbo, níquel, prata, zinco etc . As bacias sedimenlares As bacias sedimentares se formaram com a deposição de sedimentos nas áreas deprimidas, ou nos antigos mares, constituídas de rochas sedimentares formando camadas ou estratos a partir da era paleozóica e prolongando-se pelas eras mesozóica e cenozóica. Cobrem, atualmente, 64% do território brasileiro. Esse processo de sedimentação cobriu imensas áreas com os seres vivos nelas existentes. Quando os seres vivos são aterrados e perdem contato com a atmosfera, podem se transformar em fósseis e estes, se transformar nos minerais fósseis: carvão mineral, petróleo, xisto betuminoso. Nessa estrutura geológica, podem ser encontradas reservas de petróleo como nas bacias: Litorânea e do Recôncavo Baiano, ou ainda o carvão mineral da região Sul, como a do Vale do Tubarão (SC), ou mesmo do xisto betuminoso da Formação de Irati (de SP até RS). Antigas classificação do relevo A nova classificação do relevo brasileiro (De: Jurandir L. S. Ross) A atual classificação e distribuição do relevo brasileiro foi elaborada pelo Prof. Jurandir L. S. Ross e uma equipe de professores da USP Com a utilização de tecnologia moderna: a aerofotogrametria, que consiste em fotografia aérea, com um radar instalado no avião, essa equipe elaborou um rninuncioso levantamento topográfico do território brasileiro . O relevo brasileiro caracterizava-se pela formação geológica muito antiga, pois os agentes internos apresentaram ação intensa nas primeiras eras geológicas. A partir da era paleozóica ocorreu intenso processo de erosão e intemperismo, rebaixando as áreas mais altas e aterrando as mais baixas, aplainando o relevo. Isso é o responsável pelas baixas altitudes e as formas suaves e arredondadas que caracterizam as terras brasileiras.
  • 15. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 17 A classificação de Jurandir Ross distingue três unidades de relevo: os planaltos, as depressões e as planícies. Na distribuição, foram identificadas 28 unidades que estão apresentadas no mapa a seguir. OBSERVAÇÃO Para definir a nova classificação do relevo brasileiro dois fatores foram utilizados pelo prof. Jurandir Ross e geógrafos da USP: o fator estrutural e o fator escultural. • O fator estrutural- o tipo e a origem das rochas constituem predominantemente cada unidade, ou seja, a estrutura geológica . • O fator escultural - a forma ou tipo do relevo, serras, chapadas, cuestas etc., que é o resultado da ação dos agentes internos e externos. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BRASILEIROS Os diversos elementos que compõem a natureza apresentam-se interligados formando um conjunto chamado domínio morfoclimático ou domínio natural. Embora as mudanças no quadro natural ocorram lentamente, a natureza tem caráter dinâmico. Os limites dos elementos naturais (clima, solo, vegetação, relevo e hidrografia) não coincidem e, por isso, a delimitação dos domínios morfoclimáticos não é muito clara. Nas áreas de contato entre dois domí- nios, as características naturais se misturam, constituindo as faixas ou zonas de transição. No mapa, a seguir, está a distribuição territorial dos grandes domínios morfoclimáticos brasileiros. As principais características Amazônico - O clima equatorial, quente e úmido, com chuvas abundantes ao longo do ano, condiciona o predomínio do intemperismo químico, com solos profundos e lixiviados. A floresta Amazônica (hetero- gênea e latifoliada) é um dos mais ricos ecossistemas do planeta. O processo de desmatamento empreendido nas últimas décadas é preocupante e pode trazer danos irreversíveis à região. A bacia Amazônica é a mais extensa do mundo com, inclusive, o mais volumoso e extenso rio
  • 16. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 18 do planeta (o Amazonas). O relevo é constituído de terras baixas, com planícies e depressões no centro e ao norte e ao sul planaltos de baixas altitudes. Cerrado - Clima tropical quente e úmido, com duas estações definidas e as chuvas concentradas nos seis meses do verão. Os planaltos e as depressões sedimentares, com chapadas e chapadões caracterizam o relevo. A vegetação dominante é o cerrado (arbustiva e herbácea), mas nos vales dos rios encontram-se as matas galerias ou ciliares. Os solos sofrem o processo de laterização, apresentando elevada acidez que é corrigida pela calagem. Mares de morros O clima tropical e úmido promoveu intensa erosão nas elevações dos planaltos e serras cristalinas do Atlântico Leste-Sudeste, transformando-as numa sucessão de morros de cumes arredondados. A floresta Atlântica que revestia essa região foi quase totalmente destruída pelo homem. Caatinga - O clima tropical semi-árido e a vegetação caatinga ocupam o mesmo espaço geográfico (Sertão nordestino). Predomina a depressão delimitada por planaltos e chapadas. A vegetação xerófila é adaptada à semi-aridez do clima. A baixa pluviosidade condiciona solos rasos e os rios são intermitentes. Essa área é sujeita a processos de desertificação. Araucária - Ocupa os planaltos sedimentares-basálticos da bacia do Paraná, com elevações do tipo cuesta. O clima subtropical tem as quatro estações do ano e apresenta um inverno frio. A Floresta Araucária ou Mata dos Pinhais (aciculifoliada) que revestia essa região foi quase toda devastada pela ação humana. Pradaria - Constituída de terras baixas com elevações onduladas chamadas de coxilhas. Esse domínio é conhecido, também, como Campa- nha Gaúcha. A vegetação herbácea campestre recobre essa área. A principal atividade econômica é a pecuária extensiva. Mas a pecuária e a monocultura excessivas podem aumentar a erosão e até dar início a um processo de desertificação. OBSERVAÇÃO Lixiviação – Ocorre em região de muita chuva. Consiste na lavagem do solo pela água da chuva, retirando elementos importantes e prejudicando-o para o uso na agricultura. Laterização – É comum em região de clima com duas estações bem definidas. No período das chuvas, o solo fica encharcado e, no período da estiagem, a evaporação traz para a superfície elementos ricos em ferro e alumínio, formando-se uma crosta ferruginosa.
  • 17. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 19 HIDROGRAFIA BRASILEIRA Bacias hidrográficas O território brasileiro é dividido em seis grandes bacias hidrográficas e uma grande quantidade de bacias menores denominadas de secundárias. As grandes bacias hidrográficas são: Amazônica; Tocantins- Araguaia; do São Francisco; do Paraguai; do Paraná e do Uruguai, Brasil: bacias hidrográficas Bacias Área em: mil km2 Potencial hidrelétrico(MW) Primárias Amazônica Paraná e Paraguai Tocantins-Araguaia São Francisco Uruguai 3904 1220 814 645 178 105,5 59,6 28,3 19,7 17,1 Secundárias Do Norte e Nordeste* Do Leste Do Sul-Sudeste Totais 990 572 224 8547 3,1 15,2 6,5 255,00 Aproveitamento econômico dos rios brasileiros Navegação O rio de planície corre em terras planas e baixas, não apresentando cachoeira ou corredeira e, assim, suas águas são calmas e lentas. Por esse motivo apresenta as melhores condições naturais para o aproveitamento pela navegação. Bacia Amazônica - o grande destaque A bacia hidrográfica Amazônica, com seus rios de planície e de grande caudal, desempenha um notável papel como meio de transporte, de comunicação e de organização do espaço regional. Em território brasileiro o rio Amazonas percorre cerca de 3.200km, sofrendo um desnível mínimo de 82 metros, sem apresentar cachoeiras ou mesmo corredeiras. Isso significa que as suas condições naturais são excelentes, permitindo
  • 18. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 20 ampla navegação, podendo receber navios de grande porte que chegam ao Porto de Manaus, distante do litoral (foz) 1700km. Nessa bacia estão vários rios de grande extensão e bastante volumosos, predominando os de planície, com aproximadamente 20.000km de vias navegáveis só em território brasileiro . Bacia do Paraguai O rio Paraguai é típico de planície em toda sua extensão, apresentando excelentes condições para a navegação. Ele atravessa o Pantanal Mato-grossense e com seus afluentes provoca a inundação dessa área no verão. Serve como via de transporte para os minérios (ferro e manganês) extraídos do Maciço de Urucum. O embarque é feito no seu principal porto: Corumbá (MS). Bacia do Paraná A bacia do Paraná possui elevado potencial hidráulico e, por isso, tem grande destaque na produção de energia elétrica. Mas com a construção de eclusas, como as de Jupiá e Três Irmãos, formou-se uma importante hidrovia de 2.400km de extensão, que integra a região Centro- Sul do Brasil aos países Paraguai, Argentina e Uruguai. Devido à grande importância que representa no transporte e comercialização de produtos desses quatro países, ela foi denominada de hidrovia do Mercosul. Bacia do São Francisco O rio São Francisco é planáltico, com várias quedas d'água aproveitadas na produção de energia elétrica. Mas apresenta-se navegável no trecho entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) / Petrolina (PE), com 1.370km de extensão. Nesse trecho encontra-se a barragem de Sobradinho, que não interrompeu a navegação graças à construção de uma eclusa. Irrigação O rio que atravessa uma região árida, ou semi-árida, pode ter suas águas aproveitadas para complementar ou substituir as chuvas, através da irrigação. O rio São Francisco é o único que atravessa grande extensão do Sertão semi-árido (Minas Gerais e Bahia) sem secar. Suas águas são utilizadas pela população ribeirinha para pequenas culturas e para a criação de gado. Com o lago formado pela represa de Sobradinho (BA), foram instalados grandes projetos de cultura irrigada. No Brasil, a área que mais necessita de irrigação é o Sertão semi- árido do Nordeste, mas sua área irrigada representa, apenas, 20% dos 2 milhões de hectares irrigados em todo o país.
  • 19. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 21 POPULAÇÃO BRASILEIRA E MUNDIAL TEORIAS DEMOGRÁFICAS 1- Lei de Malthus ou Malthusianismo No final do século XVIII, o pastor anglicano Thomas Robert Malthus, laçou sua famosa teoria, segundo a qual a razão para a existência da miséria e das enfermidades sociais, seria o descompasso entre: a capacidade de produção de alimentos, que se daria numa progressão aritmética (1,2,3,4,5), em relação ao crescimento populacional que se daria numa progressão geométrica (1,2,4,8,16). Malthus chegou a propor que só deveriam Ter filhos aqueles que pudessem criar, e que os pobres em decorrência disso deveriam se abster do sexo. Além disso, defendia a tese de que o estado não deveria dar assistência a saúde das populações pobres. Para ele, se não acontecessem "obstáculos positivos", como guerras, epidemias, que causassem grande mortandade, o desequilíbrio entre a produção de alimentos e o crescimento populacional, geraria o caos total. Malthus errou, pois a tecnologia possibilitou um aumento exponencial na produção de alimentos que hoje são produzidos a taxas superiores as do crescimento populacional, além disso, temos verificado uma tendência a estabilização do crescimento populacional nos países desenvolvidos, além de uma desaceleração do crescimento em grande parte dos países subdesenvolvidos, especialmente nas últimas décadas. Com isso podemos concluir que, se há fome no mundo e no Brasil hoje, isso não se deve a falta de alimentos ou ao excesso de pessoas, mas a má distribuição e destinação dos mesmos. 2- Neomalthusianismo No pós 2ª Guerra Mundial, o crescimento populacional acelerado nos países subdesenvolvidos, fez despertarem os adeptos de Malthus chamados de neomalthusianos. Segundo eles, a pobreza e o subdesenvolvimento seriam gerados pelo grande crescimento populacional, e em virtude disso seriam necessárias drásticas políticas de controle de natalidade, que se dariam através do famoso e bastante difundido, "planejamento familiar". Muitos países subdesenvolvidos adotaram essas políticas anti-natalistas, mas com exceção da China onde a natalidade caiu pela metade em quarenta anos nos outros praticamente não surtiu efeito. Hoje em dia existem também os chamados ecomalthusianos, que defendem a tese de que o rápido crescimento populacional geraria enorme pressão sobre os recursos naturais, e por conseqüência sérios riscos para o futuro. No Brasil nunca chegou a acontecer um controle de natalidade rígido por parte do estado nacional, mas a partir da década de 70 o governo brasileiro passou a apoiar programas desenvolvidos por entidades nacionais e estrangeiras como a Fundação Ford, que visavam o controle de natalidade no país. 3- Reformistas ou marxistas Diferentemente do que defendem os neomalthusianos, os demógrafos marxistas, consideram que é a própria miséria a responsável pelo acelerado crescimento populacional. E por conta disso, defendem reformas de caráter sócio-econômico que possibilitem a melhoria do padrão de vida das populações dos países subdesenvolvidos, segundo eles isso traria por conseqüência o planejamento familiar espontâneo, e com isso a redução
  • 20. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 22 das taxas de natalidade e crescimento vegetativo, como ocorreu em vários países hoje desenvolvidos. 4- Crescimento Populacional O primeiro recenseamento oficial da população brasileira foi realizado somente em 1872. Antes desta data, só existiam estimativas, não muito precisas, a respeito da população. A partir de 1872, foi possível ter-se um melhor controle e conhecimento a respeito da evolução do crescimento populacional. O crescimento vegetativo ou crescimento natural da população é a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade, ou seja: Observa-se uma redução da natalidade, a partir de 1872. Essa redução, embora lenta, foi provocada por diversos fatores, como urbanização, elevação do padrão socioeconômico da população, casamentos mais tardios e maior adoção de métodos anticoncepcionais. A taxa de mortalidade, embora tenha sido bastante elevada até a década de 30, sofreu forte redução a partir de 1940 (2o Guerra Mundial). A redução acentuada da mortalidade, após 1940,deve-se a fatores como o progresso da Medicina e da Bioquímica (antibióticos, vacinas), melhoria da assistência médico-hospitalar, das condições higiênico-sanitárias e urbanização da população A mortalidade infantil continua sendo bastante elevada no Brasil. situando-se em torno de 50 por mil em 1990.
  • 21. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 23 Estrutura etária e formação da população 1. Estrutura etária da população O Brasil sempre foi considerado um país jovem. No entanto, de acordo com o último censo, realizado em 1991, o perfil etário da população tem apresentado mudanças. A taxa de natalidade está se reduzindo de maneira significativa nos últimos anos e isto apresenta reflexo imediato na construção da pirâmide etária. O Brasil é considerado um país subdesenvolvido e, como tal, sempre apresentou a pirâmide com base larga e ápice estreito. Mas, de acordo com o censo de 91, houve uma mudança deste quadro, pois a população adulta passou a predominar em relação à jovem. Caracteriza, assim, uma transição demográfica. Este fenômeno ocorreu porque o Brasil passou a ser um país urbano- industrial e nestas condições as taxas de natalidade são naturalmente mais baixas. 2. Estrutura por sexos O Brasil, bem como a maioria dos países ocidentais, apresenta um ligeiro predomínio de mulheres. Nos estados nordestinos, onde a saída da população masculina é bem mais acentuada, encontramos predomínio
  • 22. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 24 feminino, enquanto nos estados de migrações recentes da região centro- oeste e norte há o predomínio de homens. A maior participação da população feminina ocorre em atividades sociais e de prestação de serviços. Nestas áreas, a participação feminina chega a superar a masculina. A região de maior participação da população feminina na população economicamente ativa é a Sudeste. População economicamente ativa - PEA Dentre os aspectos relevantes que caracterizam a estrutura de uma população, ressaltam-se, pela sua influência no desenvolvimento do País, as atividades principais exercidas pela população. Segundo um critério hoje universalmente aceito, agrupamos as atividades humanas em três classes principais, assim denominadas: - Setor Primário: agricultura, pecuária, silvicultura e pesca; - Setor Secundário: indústria de transformação; construção civil e extrativa minerais - Setor Terciário: comércio, serviços e profissões liberais. A população ativa no Brasil, em 2008, era de 53%, o que, conjugado ao baixo nível tecnológico dos diversos setores de atividades, acarreta um baixo nível de produção econômica. IDH Desde 1990, os relatórios divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) nos permitem realizar algumas comparações entre a qualidade de vida da população dos diversos países do planeta utilizando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Este índice reflete as condições de três variáveis básicas para uma boa qualidade de vida: a expectativa de vida ao nascer, a escolaridade e o Produto Interno Bruto per capita. Veja o que significam essas variáveis: * Expectativa de vida ao nascer – se a população apresenta uma expectativa de vida elevada, isto indica que as condições de saneamento básico, alimentação, assistência médico-hospitalar e moradia são boas, além de haver o acesso a um meio ambiente saudável. * Escolaridade – quanto maior o índice de escolarização da população, melhor o nível de desenvolvimento, exercício da cidadania, produtividade do trabalho etc. * Produto Interno Bruto per capita – o Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de tudo o que foi produzido pela economia de um país no período de um ano. O PIB de um país dividido por sua população corresponde à renda per capita, que é o valor que caberia, em média, a cada pessoa. No cálculo do IDH, o PIB é ajustado ao poder de compra da moeda nacional, porque os gastos com alimentação, saúde e moradia variam muito de um país para outro. Essas três variáveis são expressas em uma escala que varia de 0,0 a 1,0: quanto mais baixo o índice, piores são as condições de vida; quanto mais próximo de 1,0, mais elevada é a qualidade de vida da população em geral. Brasil: distribuição da população ativa por setores de atividade (%) Setor 1940 1950 1960 1970 1980 2006 Primário 70,2 60,7 54,0 44,2 29,0 22,5 Secundário 10,0 13,1 12,7 17,8 25,0 23,0
  • 23. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 25 MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS 1. Os principais movimentos migratórios ocorridos no Brasil foram: a) Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI e XVII (gado); b) Migrações de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVIII (ouro); c) Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café); d) Migração de nordestinos para a Amazônia, século XIX (borracha); e) Migração de nordestinos para Goiás, década de 50 (construção de Brasília); e f) Migrações de sulistas para Rondônia e Mato Grosso (década de 70). 2. Migração de campo-cidade ou êxodo rural 3. Migrações diárias Podemos citar outros fluxos migratórios internos pela sua temporariedade, apresentando ritmos, dimensões e objetivos variados e que são chamados migrações pendulares. Os principais são: > Deslocamentos dos Bóias-Frias Morando na cidade dirigem-se diariamente às fazendas para trabalhos agrícolas, conforme as necessidades dos fazendeiros. Trata-se de um movimento urbano- rural. > Deslocamentos dos Habitantes de Cidades-Dormitórios > Movimentos pendulares diários inconstantes dos núcleos residenciais periféricos em direção aos centros industriais empurra o trabalhador para longe do seu trabalho, obrigando-o a se utilizar de, transporte coletivo, na maior parte precário ou insuficiente para atender ao enorme fluxo populacional. 3. Imigração no Brasil Fatores favoráveis à imigração Entre os vários fatores favoráveis à imigração, podemos citar os seguintes: • Grande extensão do território e escassez de população; • Desenvolvimento da cultura cafeeira no Planalto Paulista, que passou a exigir numerosa mão-de-obra;
  • 24. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 26 • Dificuldades em se obter escravos africanos após a extinção do tráfico (1850); Abolição da escravatura (13/5/1888); • Custeio dos gastos de transporte do imigrante pelo governo; • Crise econômica na Itália, Alemanha e Espanha, caracterizada pelo desemprego, estimulando o fluxo imigratório para o Brasil. Fatores desfavoráveis à imigração Entre os fatores desfavoráveis, podemos citar os seguintes: • Tropicalidade do país, em contraste com os países de emigração, que são, em geral, de clima temperado; • Falta de uma firme política de colonização e imigração; • Falta de garantias para os que aqui chegavam como imigrantes; • Obrigatoriedade, por parte do imigrante, de pagar o financiamento da viagem. Fatores que motivaram a imigração para o sudeste e sul • Natureza climática dessas regiões, por terem favorecido a instalação dos europeus; desenvolvimento da cultura cafeeira, principalmente em São Paulo; • Colonização de povoamento, desenvolvida no Sul do país principalmente; • Desenvolvimento econômico ocorrido anós 1850. Grupos de imigrantes 1. Japoneses 2. Italianos 3. Espanhóis 4. Portugueses 5. Alemães 6. Eslavos 7. Turcos e árabes Classificação das Cidades Quanto à Origem Cidades espontâneas ou naturais Aquelas que surgiram naturalmente, a partir da expansão de antigos hábitats rurais aglomerados nas diversas fases do desenvolvimento da economia brasileira: Cidades planejadas ou artificiais Criadas a partir de um plano previamente estabelecido. No Brasil, temos: Teresina (PI) 1851, Aracaju (SE) 1858, Belo Horizonte (MG) 1898, Goiânia (GO) 1937, Brasília (DF) 1960 Palmas (TO) 1990 Classificação das Cidades quanto à Hierarquia Urbana
  • 25. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 27 QUESTÃO AGRÁRIA BRASILEIRA A origem da péssima distribuição de terras no País está em seu passado colonial de exploração, articulado inicialmente por Portugal. Os primeiros latifúndios foram às capitanias hereditárias, que inseriram o Brasil no sistema colonial mercantilista. Portanto, desde o início, o País mostrava sua tendência latifundiária, notadamente exemplificada pelo sistema de plantation, com a cana-de-açúcar no litoral nordestino. O grande marco histórico foi a Lei das Terras, de 1850, que praticamente instituiu a propriedade privada da terra no Brasil, determinando que as terras públicas ou devolutas só podiam ser adquiridas por meio de compra favorecendo os abastados proprietários rurais. 2. Classificação dos Imóveis Rurais • Módulo rural: área explorável que, em determinada posição do País, é direta e pessoalmente explorada por um conjunto familiar equivalente a quatro pessoas, correspondendo a mil jornadas anuais. O módulo rural varia conforme o desenvolvimento da região, sendo menor quanto maior o desenvolvimento. • Empresa Rural: Propriedade com área de 600 módulos rurais regionais, mas que possua 50% de sua área efetivamente explorada • Minifúndio: será todo o imóvel com área explorável inferior ao módulo rural fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes. • Latifúndio por dimensão: será todo o imóvel com área superior a 600 vezes o módulo rural médio fixado para a respectiva região e tipos de exploração nelas ocorrente. • Latifúndio por exploração: será todo o imóvel cuja dimensão não exceda aquela admitida como máxima para empresa rural, tendo área igual ou superior à dimensão do módulo da região, mas que seja mantida inexplorada em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins expeculativos, ou que seja deficiente, ou inadequadamente explorada de modo a vedar-Ihe a classificação como empresa rural. 3. Subutilização do Espaço Rural Conflitos no Campo Os conflitos sociais no campo brasileiro decorrem de um histórico processo de espoliação e expropriação do campesinato. A extrema concentração fundiária demonstra o desprezo do grande capital para com o camponês e é representada pelo número reduzido de proprietários, concentrando imensa área e, por outro lado, um grande número de pequenos proprietários com terras insuficientes para o sustento de suas famílias.
  • 26. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 28 1. Personagens • Bóia-fria: essa denominação decorre do fato de tais trabalhadores comerem fria a refeição que levam de casa, pois no local de trabalho não existem instalações para esquentar a comida. O nome correto do trabalhador diarista é volante ou assalariado temporário; ele reside normalmente nas cidades e trabalha no campo, em geral nas colheitas. Esse tipo de trabalhador teve crescimento numérico, devido à mecanização no cultivo de certos produtos, o que diminuiu a necessidade de mão- de-obra no cultivo, mas aumentou na época da colheita. • Posseiro: indivíduo que se apossa de uma terra que não lhe pertence, geralmente plantando para o sustento familiar. • Grileiro: indivíduo que falsifica títulos de propriedade, para vendê-los como se fossem autênticos, ou para explorar a terra alheia. • Parceiros: pessoas que trabalham numa parte das terras de um proprietário, pagando a este com uma parcela da produção que obtêm , ficando com metade (meeiros) ou com a terça parte (terceiros). • Arrendatários: pessoas que arrendam ou alugam a terra e pagam ao proprietário em dinheiro. • Peões: surgiram na década de 1970, com as fronteiras agrícolas em direção ao norte. São contratados fora da Amazônia, em geral no Nordeste, pelos intermediários (“gatos”), que iludem esses trabalhadores e, por causa de dívida por alimentação nos armazéns dos latifúndios, são escravizados, sendo impedidos de deixar o serviço. Problemas Ambientais A poluição atmosférica A queima de combustíveis fósseis, notadamente do carvão mineral e dos derivados de petróleo, produz grandes quantidades de dióxido de carbono (C02), o principal fator da poluição do ar. Só em 1996, por exemplo, foram lançados na atmosfera terrestre quase 24 bilhões de toneladas desse gás. Desse total, 5,3 bilhões (mais de 22%) foram produzidos pelos Estados Unidos. Esse problema da qualidade do ar é antigo: já nas primeiras fases da Revolução Industrial, na Inglaterra, muitos trabalhadores denunciavam as péssimas condições do ar que respiravam. Hoje a fiscalização das indústrias é mais rígida, mas mesmo assim muitas fábricas ainda não instalaram filtros que controlem a poluição. A chuva ácida
  • 27. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 29 O buraco na camada de ozônio O agravamento do efeito estufa Graves problemas atmosféricos urbanos A inversão térmica As ilhas de calor
  • 28. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 30 A questão da água Em grande quantidade, o lançamento de lixo orgânico nas águas também gera a proliferação de microrganismos e de algas. A maré vermelha, por exemplo, forma-se por meio do crescimento exagerado de algas marinhas, superalimentadas pelo material orgânico que compõe o lixo doméstico e por nutrientes, como o nitrato e o fósforo, presentes em fertilizantes. Trata-se de um fenômeno perigoso, já que impede a passagem da luz e libera substâncias tóxicas, pondo em risco a sobrevivência de quase todas as espécies aquáticas. Os recursos hídricos também são contaminados pelas atividades agrícolas praticadas sem programas de sustentabilidade ambienta!. Nesses casos lançam-se pesticidas nos plantios de forma descontrolada, e estes são levados aos rios pelas enxurradas: a agricultura é responsável por 90% dos resíduos tóxicos encontrados na água. A questão do lixo A produção de resíduos representa um problema desde que o homem abandonou a vida nômade e tornou-se sedentário. Diariamente, milhões de toneladas de lixo são lançadas no ambiente, colocando em risco o equilíbrio da natureza e a qualidade de vida do homem. A prática de depositar resíduos ao ar livre, isto é, lançá-los em cursos d'água, descartá-los em terrenos baldios, bem como usar o fogo para eliminar restos inaproveitáveis, teve início nas civilizações antigas, em que o método de lidar com os resíduos consistia em depositar bem longe os restos da atividade humana. Essa solução vigorou por longo tempo, até ficar evidente que o crescimento da população e do consumo levaram a humanidade a uma enorme produção de resíduos, que causam poluição quando são depositados de forma inadequada no ambiente. O que é desenvolvimento sustentável O desenvolvimento sustentável pretende criar um modelo econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar e, ao mesmo tempo, promover a coesão social e impedir a destruição da natureza. Por isso coloca na berlinda o modelo de produção e consumo ocidentais, que ameaça o equilíbrio do planeta. O desenvolvimento sustentável abrange os aspectos econômico (crescimento do Terceiro Mundo), social (integração e solidariedade entre os hemisférios Norte e Sul) e de ambiente (preservação dos bens mundiais de todos e regeneração dos recursos naturais). Além disso, se preocupa com os problemas a longo prazo, enquanto o atual modelo de desenvolvimento, fundado em uma lógica puramente econômica, se centra no "aqui e agora". O termo foi utilizado pela primeira vez em 1980 por um organismo privado de pesquisa, a Aliança Mundial para a Natureza (UICN). Em 1987, o
  • 29. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 31 conceito apareceu em um informe realizado pela ex-ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland para a ONU, no qual se dizia que um desenvolvimento é duradouro quando "responde às necessidades do presente sem colocar em perigo as capacidades das gerações futuras para fazer o mesmo". "A formulação do conceito de desenvolvimento sustentável implicava o reconhecimento de que as forças de mercado, abandonadas à sua livre dinâmica, não garantiam a não-destruição dos recursos naturais e do ambiente". Questões Étnico-Separatistas Os Estados Unidos e o “eixo do mal" Desde a tragédia de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos aplicam o que é conhecido como doutrina! Bush. Trata-se de um conjunto de procedimentos estratégicos visando aniquilar os regimes que, segundo os norte-americanos, representam ameaça bélica à supremacia dos Estados Unidos. Nesse contexto o presidente George W. Bush anunciou a célebre frase: "Quem não estiver conosco estará contra nós". Para preparar o terreno para ações internacionais, o governo norte- americano lançou um alerta aos países considerados perigosos e os classificou como "eixo do mal". Iraque, Irã e Coréia do Norte estariam, juntamente com outros países, financiando grupos anti-americanos que colocavam em perigo a integridade do território dos Estados Unidos. Em março de 2003, as tropas norte-americanas iniciaram a invasão do Iraque juntamente com tropas britânicas. EUA e Grã-Bretanha alegavam que o país, governado de forma ditatorial por Saddam Hussein, dispunha de "armas de destruição em massa" - armas químicas, biológicas e nucleares. As alegações mostraram-se falsas e logo descobriu-se que os governantes das nações agressoras haviam mentido para as populações de seus países e para a comunidade internacional. O ditador iraquiano foi derrubado em abril de 2003, e um vácuo de poder deixou o Iraque no caos total. Saques, rivalidades étnicas e religiosas e conflitos tribais completaram a tarefa que as tropas americanas tinham iniciado: a destruição do país. Previa-se que a reconstrução ficaria a cargo de empresas norte-americanas e que os Estados Unidos gerenciariam inclusive as ricas reservas de petróleo do país, mas uma persistente resis- tência de grupos armados iraquianos impediu que esses planos fossem levados a cabo segundo o cronograma original. O unilateralismo dos Estados Unidos Desde o fim da União Soviética, os Estados Unidos têm imposto ao mundo uma ordem baseada em seus interesses, decidindo sem considerar resoluções de organismos internacionais. Por exemplo: • não ratificaram o Protocolo de Kyoto, que prevê a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa; • mantiveram o bloqueio a Cuba; • invadiram o Afeganistão (2001-2002) e o Iraque (2003); • desrespeitaram várias resoluções da ONU. Áreas de tensões Internacionais: Oriente Médio: IRÃ, IRAQUE, SÍRIA, LÍBANO, FAIXA DE GAZA, CISJORDÂNIA, ISRAEL, AF-PAK ÍNDIA X PAQUISTÃO (Região da caxemira), KORÉIA DO NORTE PAÍS BASCO, IRLANDA, BÉLGICA, CÁUCASO HAITI, CANADÁ, COLÔMBIA
  • 30. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 32 CARTOGRAFIA Projeções cilíndricas Projeções cônicas
  • 31. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 33 Projeções planas ou Azimutais Anamorfoses O problema do tamanho: a importância da escala A representação de qualquer terreno ou área esbarra em um problema inicial. Para retratar uma parcela do espaço é necessário fazer uma redução, de modo que a área escolhida seja reproduzida com fidelidade, em uma folha que possa ser manuseada e compreendida. A escala se define como a relação entre as dimensões de um objeto ou lugar representado e sua medida real. Para compreendê-la melhor, vamos usar como exemplo a representação desenhada de um automóvel. Considerando a escala 1:45, tem-se que cada 1 cm obtido na representação desenhada equivale a 45 cm do carro real. Um mapa na
  • 32. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 34 escala 1:5.000.000 significa que 1 cm no mapa equivale a 5.000.000 de cm (ou 50 km) da distância real. As principais formas de apresentação das escalas são duas: • Gráfica • Numérica 1: 30.000.000 Dimensionando uma escala - Para dimensionar uma escala podemos afirmar que, quanto menor o denominador, mais próxima da realidade é a representação e, portanto, maior é a riqueza de detalhes do mapa; ou seja, quanto menor o denominador, maior a escala, e uma escala grande permite melhor visualização dos locais ou eventos cartografados. Por exemplo, 1/100.000 é uma escala maior que 1/500.000, uma vez que, em 1/100.000, 1 cm representa os eventos ou locais na distância de 1 km, enquanto na outra escala o mesmo centímetro representa os eventos ou locais na distância de 5 km. Dessa forma, o globo terrestre somente pode ser representado com uma escala muito pequena, proporcionando um detalhamento sempre pequeno. Quando se trata da representação de uma área urbana, temos a possibilidade de colocar no mapa maior riqueza de detalhes, que proporciona maior fidelidade do desenho em relação à realidade cartografada. Nesse caso, a escala é classificada como grande. De maneira geral, podemos afirmar que a escala será tanto maior quanto menor for a área representada. Inversamente, quanto maior a área a ser retratada, menor deve ser a escala. Industrialização e Padrões de Localização Industrial Resumo Teórico Artesanato, manufatura e maquinofatura O artesanato, primeira forma de produção industrial, surgiu no fim da Idade Média com o renascimento comercial e urbano e definia-se pela produção independente; o produtor possuía os meios de produção: instalações, ferramentas e matéria-prima. Em casa, sozinho ou com a família, o artesão realizava todas as etapas da produção. A manufatura resultou da ampliação do consumo, que levou o artesão a aumentar a produção e o comerciante a dedicar-se à produção industrial. O manufatureiro distribuía a matéria-prima e o artesão trabalhava em casa, recebendo pagamento combinado. Esse comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou artesãos para dar acabamento aos tecidos; depois, tingir; e tecer; e finalmente fiar. Surgiram fábricas, com assalariados, sem controle sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou por causa da divisão social, isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da produção. Na maquinofatura, o trabalhador estava submetido ao regime de funcionamento da máquina e à gerência direta do empresário. Foi nesta etapa que se consolidou a Revolução Industrial. Em geral, os geógrafos associam os países a três processos distintos de industrialização:
  • 33. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 35 MODELOS PRODUTIVOS ou DOUTRINAS INDÚSTRIAIS ( Da Segunda revolução industrial à revolução Técnico-científica). TAYLORISMO - Separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquicos. - Racionalização da produção. - Controle do tempo. - Estabelecimento de níveis mínimos de produtividade. FORDISMO - Produção e consumo em massa. - Extrema especialização do trabalho. - Rígida padronização da produção. - Linha de montagem. PÓS-FORDISMO ou TOYOTISMO - Estratégias de produção e consumo em escala planetária. - Valorização da pesquisa científica. - Desenvolvimento de novas tecnologias. - Flexibilização dos contratos de trabalho. Industrialização Clássica É aquela que se vincula à Revolução Industrial (ou 1.a Revolução Industrial, pelo critério tecnológico), cujo país pioneiro foi a Inglaterra, no período 1750 . 1850, estendendo-se posteriormente aos demais países da Europa Ocidental (França, Bélgica, Alemanha, etc), aos EUA e ao Japão. Nesse processo de industrialização, a máquina a vapor teve um papel essencial; o carvão mineral constituiu-se na principal fonte de energia e as zonas industriais já nasciam junto às reservas minerais, particularmente nas proximidades das bacias carboníferas. Dessa forma, até os dias de hoje, extensas concentrações industriais localizam-se próximo de matérias primas, ou fortemente dependentes de sistemas de transportes que permitem acessá-las. Vamos enumerar algumas delas: > Vale dos rios Reno e Ruhr, na Alemanha, em cidades como Colônia, Düsseldorf, etc; > A Bacia do Tâmisa, as Midlands, o Eixo Manchester . Liverpool, na Inglaterra; > A região de Calais, a Bacia de Paris e região da Alsácia e Lorena na França; > O Nordeste dos EUA . No caso do Japão, o padrão de localização industrial obedeceu a diferentes imperativos: a carência de recursos naturais favoreceu a implantação de gigantescos pólos industriais nas zonas portuárias, articulados com esquemas de importação maciça de ferro, carvão mineral, petróleo e toda sorte de recursos minerais. Da segunda metade do século XIX ao início do século XX, uma 2.a Revolução Industrial dominou o processo produtivo. O desenvolvimento da eletricidade e dos motores a combustão interna foram suas marcas principais; paralelamente, teve curso um extraordinário aperfeiçoamento da metalurgia e da siderurgia, o desenvolvimento do setor petroquímico e a afirmação do automóvel como o carro- chefe do setor de bens de consumo. Esta segunda etapa intensificou ainda mais a concentração espacial das indústrias.
  • 34. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 36 Industrialização Planificada Nos países que implantaram economias socialistas, durante parte do século XX, o processo industrial estruturou-se de modo diferente. A dependência dos recursos naturais evidentemente não era superada e a planificação econômica criou sistemas combinados de extrativismo de recursos naturais e produção industrial. O Estado, porém, optava muitas vezes por uma maior dispersão espacial das indústrias. No caso da ex-URSS, por exemplo, muitas zonas industriais foram implantadas em áreas distantes de Moscou, objetivando uma melhor ocupação dos vastos vazios demográficos, dentro das preocupações de defesa do território, na ótica geopolítica da Guerra Fria. Eis algumas concentrações industriais do antigo bloco soviético: • Moscou, São Petersburgo, Donbass e região dos Urais, na URSS; • Região da Silésia, na Polônia; • Região da Boêmia, na atual República Tcheca Industrialização Tardia Os países subdesenvolvidos, outrora agrupados dentro do .Terceiro Mundo., tiveram uma industrialização bem posterior ao nascimento das grandes potências industriais. Esse processo consolidou-se fundamentalmente logo após a 2a. Guerra Mundial e apoiou-se nos seguintes fatores: • atuação do Estado na infra-estrutura e na indústria de base; • estratégia de substituição de importações., através de políticas protecionistas (restringindo as importações de bens industriais) e fomento à nascente indústria nacional; • estímulo à implantação de filiais das empresas transnacionais ou multinacionais, principalmente no setor de bens de consumo duráveis (automobilísticas e eletro-eletrônicas, por exemplo); • produção voltada essencialmente para o mercado interno. A industrialização dos países subdesenvolvidos também gerou significativas concentrações industriais, algumas das quais estão relacionadas a seguir: • Sudeste do Brasil; • Grande Buenos Aires, na Argentina; • Eixo cidade de México . Guadalajara . Monterrey; • Cidade do Cabo e Johanesburgo, na África do Sul A industrialização dos .Tigres Asiáticos. Os países do Extremo Oriente e Sudeste Asiático passaram por um processo de industrialização com características diferentes dos países latino-americanos. Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong (hoje incorporado à China) industrializaram-se sob as seguintes condições: • direcionamento da economia para o mercado externo, constituindo verdadeiras plataformas de exportação.; • parceria entre o Estado e os conglomerados empresariais capazes de ocupar posições vantajosas no mercado internacional; • emprego de mão-de-obra barata, embora beneficiada por grande investimento em educação;
  • 35. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 37 • ética voltada para a disciplina, o trabalho e sentimento de coesão nacional. O fenômeno da desconcentração geográfica da indústria A 1ª Revolução Industrial, situada historicamente entre 1750 e 1850, foi baseada na máquina a vapor e no carvão mineral. A 2.a Revolução Industrial fundamentou-se na eletricidade, na siderurgia, no motor a combustão interna e, portanto, na dependência do petróleo. Atualmente, vivemos uma 3ª etapa tecnológica: a era da microeletrônica, das tecnologias de informação, da robótica e da biotecnologia. As novas conformações do trabalho e da produção capitalistas, aliadas a esses novos padrões técnicos e científicos, impuseram intensas transformações às indústrias. São várias as estratégias indispensáveis à atual economia, altamente competitiva, integrada e globalizada. Entre elas, podemos citar: • a automação do processo produtivo, com a substituição da mão-de-obra por equipamentos automatizados; • exigência de trabalho cada vez mais qualificado; • reestruturação da linha de montagem, com maior integração entre as tarefas ou etapas do processo produtivo (superando o antigo e rígido sistema taylorista); • flexibilização das normas do trabalho, que possam restringir a atividade das empresas; • o sistema .just-in-time., que consiste na redução ao mínimo dos estoques das empresas (a expansão dos transportes e das comunicações permite atualmente que se atenda aos clientes com maior rapidez, evitando-se os gastos com manutenção desses estoques). Já não estamos no tempo em que as indústrias procuravam a proximidade das antigas concentrações, na antiga ótica de localização espacial, cujo lema era .indústria atrai indústria.. A modernização dos transportes, o uso de novos materiais, a dependência da pesquisa científica e a velocidade das inovações tecnológicas libertaram as indústrias das áreas tradicionais. No passado, a tendência era a de concentração espacial das indústrias, uma vez que era muito vantajoso, de fato, aproveitar-se a infra-estrutura já instalada nessas regiões. Obedecia-se também à lógica de complementaridade produtiva entre as indústrias. Entretanto, as grandes concentrações industriais tornaram-se muito onerosas para as empresas, devido ao alto preço dos terrenos, aos problemas ambientais, aos custos elevados que o trânsito intenso e caótico representa e, até mesmo, ao fortalecimento dos movimentos sindicais que tendem a elevar os padrões salariais. Esse fenômeno ocorre tanto nos países centrais da economia capitalista, como naqueles considerados .emergentes.. Os Estados Unidos, por exemplo, passam atualmente por um processo de descentralização industrial; o enorme cinturão industrial localizado no nordeste do país – denominado manufacturing belt - parece ter atingido um ponto de esgotamento.Dentro do novo padrão espacial as indústrias estão se deslocando para o sul e para o leste, buscando áreas onde os custos de produção são menores ou a proximidade de universidades e centros de pesquisa, geradores de novas tecnologias. Entre as cidades que mais crescem pode-se citar Dallas, Houston, Phoenix, Atlanta, São Francisco, Los Angeles, Seattle, entre outras.
  • 36. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 38 Forma-se, assim, um novo cinturão industrial - denominado Sun Belt . que se estende entre o sul e a costa oeste do país, incluindo áreas de acelerado desenvolvimento, nos setores de ponta. A Califórnia, por exemplo, tem se destacado nas áreas de informática e microeletrônica; na cidade de Houston, no Texas, os setores mais desenvolvidas são o petroquímico e o aeroespacial; Seattle é sede da mais importante indústria aeronáutica, a Boeing. A nova divisão do trabalho e da produção no mundo Desde a década de 1970, a concentração de capitais, o domínio das tecnologias de ponta e a grande desigualdade de desenvolvimento entre os países convergiam para a formação de novos padrões espaciais da produção industrial. Na década seguinte, o aperfeiçoamento dos transportes edas tecnologias de informação permitiram grande dispersão da produção de peças e componentes industriais. Atualmente, os três principais pólos industriais . EUA, União Européia e Japão . concentram-se em determinadas funções da atividade econômica e dispersam suas empresas pelo mundo, aproveitando incentivos, facilidades e custos vantajosos de países menos desenvolvidos: As empresas transnacionais preferem concentrar em suas sedes, nos Países Desenvolvidos, atividades como pesquisa, desenvolvimento tecnológico, gerência e marketing. A montagem dos produtos cada vez mais é transferida para os Países Emergentes, onde os custos de produção são mais baixos (terrenos mais baratos, salários menores, leis ambientais menos severas, etc). O caso brasileiro O que ocorre atualmente com a concentração industrial da Grande São Paulo, particularmente o ABCD, é um exemplo muito ilustrativo. Essa área encontra-se praticamente saturada e acarreta custos muito elevados para as empresas. Atualmente, muitas indústrias estão preferindo localizações alternativas como o interior de São Paulo, o Vale do Paraíba fluminense e o sul de Minas. Observa-se também que muitas indústrias têxteis estão se transferindo para o Nordeste, onde o custo da mão-de-obra é menor; por outro lado, empresas que lidam com tecnologias mais avançadas preferem a proximidade de universidades e centros de pesquisa, como é o caso das cidades de Campinas, São Carlos e São José dos Campos, caracterizadas como tecnopólos do estado de São Paulo. A montadora Mercedes Benz, por exemplo, optou por uma localização alternativa às grandes concentrações industriais como o ABCD, em São Paulo, a área metropolitana do Rio de Janeiro ou a Grande Belo Horizonte. A escolha recaiu sobre a cidade de Juiz de Fora, no sul de Minas Gerais, que apresenta vantagens e baixos custos de produção, proximidade com o Quadrilátero Ferrífero, no centro do estado, além do fato de ser bem servida por rede de transportes e não estar situada muito longe dos principais centros urbanos. Industrialização brasileira Processo de expansão industrial ocorrido no Brasil nas décadas de 40 e 50. A partir da segunda metade dos anos 50, o setor passa a ser o carro- chefe da economia do país. Os primeiros esforços para a industrialização do Brasil vêm do Império. Durante o Segundo Reinado (1840-1889), empresários brasileiros como Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, e grupos estrangeiros, principalmente ingleses, investem em estradas de ferro, estaleiros,
  • 37. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 39 empresas de transportes urbanos e gás, bancos e seguradoras. A política econômica, porém, privilegia a agricultura exportadora. Beneficiadas pelo investimento de parte das rendas do café e da borracha, as atividades industriais limitam-se a marcenarias, tecelagens, chapelarias, serrarias, moinhos de trigo, fiações e fábricas de bebidas e conservas. Metalúrgicas e fundições são raras. O país importa os bens de produção e parte dos bens de consumo. Indústria de base – Os efeitos da crise de 1929 sobre a agricultura cafeeira e as mudanças geradas pela Revolução de 1930 modificam o eixo da política econômica, que assume um caráter mais nacionalista. Já em 1931, Getúlio Vargas anuncia a determinação de implantar uma “indústria de base”. Com ela, o país poderia produzir insumos e equipamentos industriais e reduzir sua importação, estimulando a produção nacional de bens de consumo. As medidas concretas para a industrialização, contudo, são tomadas durante o Estado Novo, em 1937. As dificuldades causadas pela 2ª Guerra Mundial (1939-1945) ao comércio mundial favorecem essa estratégia de substituição de importações. Em 1943, é fundada no Rio de Janeiro a Fábrica Nacional de Motores. Em 1946, começa a operar o primeiro alto-forno da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, no estado do Rio. A Petrobras, que detém o monopólio da pequisa, extração e refino de petróleo, é criada em outubro de 1953. Todas elas são empresas estatais. Anos JK – O nacionalismo da era Vargas é substituído pelo desenvolvimentismo dos anos JK (governo Juscelino Kubitschek , de 1956 a 1961). O governo implanta uma política tarifária protecionista. Amplia os serviços de infra-estrutura, como transportes e fornecimento de energia elétrica, atraindo grandes investimentos de capital estrangeiro. Com os investimentos externos estimula a diversificação da economia nacional, aumentando a produção nacional de insumos, máquinas e equipamentos pesados para mecanização agrícola, fabricação de fertilizantes, frigoríficos, transporte ferroviário e construção naval. A industrialização consolida-se com a implantação da indústria de bens de consumo duráveis, sobretudo eletrodomésticos e veículos, com o efeito de multiplicar o número de fábricas de peças e componentes. No início dos anos 60, o setor industrial supera a média dos demais setores da economia brasileira. “Milagre econômico” – O desenvolvimento acelera-se e diversifica-se no período do chamado “milagre econômico” (1968-1974). A disponibilidade externa de capital e a determinação dos governos militares de fazer do Brasil uma “potência emergente” viabilizam pesados investimentos em infra- estrutura (rodovias, ferrovias, telecomunicações, portos, usinas hidrelétricas, usinas nucleares), nas indústrias de base (mineração e siderurgia), de transformação (papel, cimento, alumínio, produtos químicos, fertilizantes), equipamentos (geradores, sistemas de telefonia, máquinas, motores, turbinas), bens duráveis (veículos e eletrodomésticos) e na agroindústria de alimentos (grãos, carnes, laticínios). Em 1973, a economia apresenta resultados excepcionais: o Produto Interno Bruto (PIB) cresce 14%, e o setor industrial, 15,8%. Já em meados dos anos 70, a crise do petróleo e a alta internacional nos juros desaceleram a expansão industrial. Inicia-se uma crise que leva o país, na década de 80, ao desequilíbrio do balanço de pagamentos e ao descontrole da inflação. O Brasil mergulha numa longa recessão que praticamente bloqueia a industrialização. No início dos anos 90, a produção industrial é praticamente a mesma de dez anos atrás. Indicadores sociais – Sustentada na urbanização e em um modelo industrial, a modernização da economia brasileira é conservadora. Apesar de deixar de ser apenas um país agrário, exportador de alimentos e
  • 38. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 40 matérias-primas, e de desenvolver uma apreciável base industrial e tecnológica, há uma grande distorção na distribuição de renda. A política industrial favorece alguns setores, como os de bens de capital e bens de consumo durável. Ao mesmo tempo, concentra os investimentos nas regiões Sul e Sudeste, principalmente em setores geradores de empregos e com efeito multiplicador da economia. No Nordeste os investimentos limitam-se a setores de consumo não-durável, como a indústria têxtil, que não tem um efeito dinâmico sobre a economia.O resultado é um alargamento das diferenças econômicas entre as regiões geográficas brasileiras e, dentro de cada região, entre as classes sociais. A situação torna-se crítica sobretudo nas áreas de saúde pública, habitação, alimentação e educação. Exercícios 01. (UMM) A indústria de alta tecnologia . eletrônica, informática, biotecnologia e química fina, aeroespacial e bélica . reflete, nas suas opções de localização, uma reação às aglomerações industriais. Esses setores industriais procuram novas localizações nos subúrbios afastados dos núcleos metropolitanos ou em pequenas cidades interioranas. Por outro lado, mão-de-obra científica e técnica altamente qualificada e intensos investimentos de capital constituem as principais exigências para o sucesso desses empreendimentos. A região abaixo, que apresenta as características do texto é a ( o ): a) Região dos Grandes Lagos ( EUA ). b) Vale do Silício, na Califórnia ( EUA ). c) Bacia de Londres ( Inglaterra ). d) Vale do Ruhr ( Alemanha ). e) Vale do Damodar ( Índia ). 02. (UMM) Considere os seguintes itens: I. Indústria têxtil II. Países do Primeiro Mundo III. Países industrializados IV. Indústria petroquímica V. Trabalho qualificado em jornadas menores VI. Trabalho intensivo sem regulamentação VII. Uso intensivo de matéria-prima VIII.Setor terciário moderno Assinale a alternativa que contém itens que melhor caracterizam a Terceira Revolução Industrial: a) I, III e VI b) II, IV e VII c) III, IV e VIII d) II, V e VIII 02. (UMM) A questão a seguir, aborda as relações entre os Estados modernos e o processo de globalização. Leia com bastante atenção o texto abaixo: .Se os capitalistas se tornam mais sensíveis às qualidades espacialmente diferenciadas de que se compõe a geografia do mundo, é possível que as pessoas e forças que dominam esses espaços os alterem de um modo que os torne mais atraentes para o capital altamente móvel. As elites dirigenteslocais podem, por exemplo, implementar estratégias de controle da mão-de-obra local, de melhoria de habilidades, de fornecimento de infra-estrutura de política fiscal, de regulamentação estatal etc,
  • 39. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 41 a fim de atrair o desenvolvimento para seu espaço particular (...) A produção ativa de lugares dotados de qualidades especiais se torna um importante trunfo na competição espacial entre lugares, cidades, regiões e nações.. David Harvey, A condição pós-moderna, Ed. Loyola, São Paulo, 1992. Assinale a alternativa que não corresponde à lógica sobre a competição espacial entre os lugares presente no texto. a) Os locais especialmente preparados para atrair investimentos articulam-se aos interesses das empresas transnacionais, cuja ação geográfica tem alcance mundial. b) Os conglomerados transnacionais, ao aproveitarem a geografia do mundo para sua localização, criam uma estrutura espacial com pontos articulados entre si, a qual pode ser chamada de rede espacial. c) Os países querem receber novos investimentos mundiais, mas, para isso, é preciso que as transnacionais submetam-se às condições técnicas, à ordem jurídica e aos traços culturais locais. d) O enxugamento dos Estados, a redução das leis trabalhistas e a remoção de normas e obstáculos de parcelas dos territórios estão dentro da lógica descrita no texto. e) Para que a organização em rede espacial seja eficiente para uma empresa transnacional, é preciso que o espaço que ela vai ocupar seja composto por tecnologia adequada de comunicações. GLOBALIZAÇÃO Globalização é como um prisma que reflete várias realidades complexas. Intensifica múltiplas conexões entre governos e sociedades, entre público e privado, entre mercado e cultura, conformando o sistema mundial. Aumenta o grau de interdependência da produção, das finanças e dos serviços, na veloz propagação das redes de comunicação, dos ricos e das ameaças ambientais, constituindo a dimensão planetária da vida. Parece ser a inauguração do mundo maravilhoso, mas não seria também a receita para o desastre? É bom lembrar que, se no império da globalização tudo parece representar a união de todos num só mundo, isso não significa que vivemos todos harmonicamente integrados, com respeito e entendimento humano, como se a felicidade tivesse batido a nossa porta. SURGE UM NOVO MUNDO Com as idéias de um só mundo, a globalização vem com tremendo impacto em nosso dia-a-dia, a palavra globalização produz, como mágica, uma sensação estranha de que, estamos vivendo todo conectado. Estados, sociedades, pessoas, culturas, mercados, meios de transportes, de comunicação e de informação. E assim a globalização vem tornando seus rumos e trazendo mudanças na tecnologia, na economia, na política, na cultura e também na área logística. Com isso a globalização significa a remoção das fronteiras e, portanto representa uma ameaça para aquele Estado-Nação que vigia quase sempre suas fronteiras. Mais que tudo a globalização expressa formas de vida, valores, opiniões, pensamentos, idéias, teorias, ideologias sobre o que chamaría- mos, simplesmente de política Global da Globalização. Mediante a isso os dados e fatos de um fenômeno de amplitude inigualável, como faces de um prisma que reflete várias realidades complexas. Também alimenta dilemas inacreditáveis.
  • 40. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 42 O atual processo da globalização é o núcleo central de nosso tempo, a força de aglutinar, difunde e integra todas as demais características. A globalização também estimula a autonomia dos antes estatais locais, as cidades, municípios, estados ou províncias – em relação ao governo central. Com novas possibilidades comunicacionais, os governos locais estão atuando cada vez, mas no cenário internacional, por conta própria, e isso vem dar menos poder central para um país e mais poder para o estado. CONCLUSÃO Fato novo, mas que veio por ondas no longo processo histórico e social, a globalização, defendida e enaltecida por uns criticada e vilipendiada por outros, cumpre sua trajetória no novo milênio. Globalização confunde-se com mundialização, internacionalização, universalização, constituindo-se no somatório de comandos, aparentemente descentralizados, muitas vezes imperceptíveis ao cidadão comum, entrando em sua vida cotidiana, criando emoções vivas e dilacerantes. A globalização pode acrescentar perspectivas de governabilidade global, integrando forças, mas também pode caminhar para o desgoverno, despedaçando mais identidades e cultivando choques de civilização e de culturas. Integra o grande mercado de seus bens e serviços, regionais e de blocos sim, mas desintegra formas que pretendem a autonomia nacional, a autonomia dos negócios e a proteção de corporativismos. E assim devemos destacar dois aspectos: O primeiro de natureza geral é útil para nos guiar na avaliação sobre tudo o processo da globalização. O outro aspecto é saber como se dará a inserção de nações, povos e culturas no processo da globalização, mantendo suas individualidades próprias. 1- FONTES DE ENERGIA A energia se apresenta sob diferentes formas: Mecânica, calorífica, elétrica, luminosa, química, nuclear, etc.Todas as formas de energia podem se transformar em outras, e o homem aproveita essa propriedade. São fontes de energia todos aqueles componentes da natureza dos quais se pode extrair energia utilizável pelo homem. Dessas fontes de energia pode-se fazer a seguinte classificação: Fontes de energia renováveis e fontes de energia não-renováveis. 1a. As Fontes de Energia Renováveis São aquelas cuja quantidade é quase inesgotável, como a energia solar, a energia eólica, a energia hidráulica, as marés e a biomassa. A energia solar é a que chega à Terra na forma de radiação, procedente do Sol, onde é gerada por um processo de fusão nuclear. É utilizada diretamente ou por conversão, nos chamados coletores solares, em energia calorífica ou elétrica. A energia eólica é a contida no vento como conseqüência de sua velocidade, utilizada desde a Antigüidade, como nos moinhos, e atualmente para produzir eletricidade. A energia hidráulica utiliza a água representada a uma determinada altura para transformá-la, por meio de sua queda, em energia elétrica. O mar também pode proporcionar energia aproveitando-se a diferença de altura da água produzida nas marés. Chama-se biomassa o conjunto de vegetais utilizados na produção de energia, seja através da combustão (energia calorífica ), seja por meio da obtenção de metano e álcool metílico.
  • 41. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 43 1b. Fontes de Energia Não-Renováveis Há quantidades limitadas. Portanto esgotam-se progressivamente ao serem consumidas. As fontes não renováveis conhecidas atualmente são: o carvão mineral, o petróleo, o gás natural, a energia nuclear de fissão (urânio),a energia nuclear de fusão ( deutério) e a energia geotérmica. Os recursos não-renováveis provêm, em parte,da energia solar acumulada por meio de processos que envolvem decomposição e fossilização de matéria orgânica (carvão, petróleo). O carvão mineral é uma fonte não-renovável formada ao longo de milhões de anos a partir de florestas sepultadas debaixo da terra. Para se formar carvão naturalmente a partir das florestas atuais, serão precisos outros milhões de anos. Outros recursos não-renováveis são as energias contidas em minerais que podem ser utilizados na obtenção de combustíveis nucleares. Quanto ao seu uso, uma fonte de energia pode ser eventualmente substituída por outra: é possível produzir energia elétrica utilizando carvão ou energia nuclear. A energia nuclear de fusão está em fase experimental e ainda não é empregada em explorações comerciais. Já a energia geotérmica, está contida no interior da Terra. A técnica para obtê-la consiste em injetar um líquido, geralmente água, que extraia calor do centro do planeta. Transformando-se em vapor, essa água pode mover um gerador de corrente elétrica. FONTES TRADICIONAIS DE ENERGIA CARVÃO MINERAL Popularizado a partir da Revolução Industrial, o carvão mineral é responsável por 40% da produção total de energia no mundo. No atual ritmo de consumo, as reservas conhecidas são suficientes para mais dois séculos. PRÓ: é abundante, encontrado com facilidade na maioria dos países. CONTRA: o carvão mineral é o mais poluidor entre os combustíveis fósseis.
  • 42. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 44 PETRÓLEO Responde por 40% de toda a energia produzida no planeta. Ainda não se encontrou substituto mais eficiente e barato para a gasolina usada nos automóveis. PRÓ: funciona bem na maioria dos motores, apesar das oscilações de preço, mantém boa relação custo-benefício. CONTRA: as reservas concentram-se em poucos países, que podem manipular o preço. É um dos maiores poluidores do ar. GÁS NATURAL Ao contrário de que se pensava há duas décadas, as reservas de combustível fóssil são abundantes, a produção deve dobrar até 2010. É cada vez mais usado para gerar a eletricidade. PRÓ: é versátil, de alta eficiência na produção de eletricidade e não vai faltar. Polui menos que o carvão e o petróleo. CONTRA: os preços instáveis em algumas regiões; exige grandes investimentos em infra-estrutura de transporte (gasodutos ou terminais marítimos). HIDRELÉTRICAS
  • 43. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 45 As usinas respondem por 18% da energia elétrica global. São responsáveis pelo fornecimento de 50% da eletricidade em 63 países e por 90% em outras 23, entre eles o Brasil. PRÓ: são uma fonte de energia renovável, que produz eletricidade de forma limpa, não poluente e barata. CONTRA: exigem grande investimento inicial na construção de barragens. Podem ter a operação prejudicada pela falta de chuvas. ENERGIA NUCLEAR Apesar da chiadeira dos ambientalistas, é a 3ª maior fonte de geração de eletricidade. Há 438 usinas nucleares em operação, 6 delas recém- inauguras(uma na República Tcheca, uma no Brasil, 3 na Índia e uma no Paquistão. PRÓ: as reservas de combustível nuclear são abundantes,não emite poluentes, o avanço tecnológico tornou as usinas mais seguras. CONTRA: a usina exige grande investimento, demora para entrar em operação e produz lixo radioativo. FONTES DE ENERGIA ALTERNATIVAS: EÓLICA É a fone e energia alternativa com maior taxa de crescimento. Ainda assim, só entra com 0,1% da produção total de eletricidade. CONTRA: só é viável em algumas regiões, que não incluem o Brasil. É mais usada como auxiliar nos sistemas de calefação.
  • 44. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 46 SOLAR Ainda não se mostrou capaz de produzir eletricidade em grande escala. A tecnologia deixa a desejar e o custo da instalação é alto. Para produzir a mesma energia elétrica de uma hidrelétrica, os painéis solares custariam dez vezes mais. PRÓ: útil como fonte complementar em residências e áreas rurais distantes da rede elétrica central. Índice zero de poluição. CONTRA: o preço proibitivo da produção em média em larga escala. Só funciona bem em áreas muito ensolaradas. BIOMASSA Agrupa várias opções como queima de madeira, carvão vegetal e processamento industrial de celulose e bagaço da cana de açúcar. Inclui o uso de álcool como combustível. Responde 1% da energia elétrica mundial. PRÓ: aproveita restos, reduzindo o desperdício. O álcool tem eficiência equivalente ao da gasolina. Como combustível para automóveis. CONTRA: o uso em larga escala na geração de energia esbarra nos limites da sazonalidade. A produção de energia cai no período da entre- safra. Dependendo de que como se queima, pode ser muito poluente. ENERGIA GEOTÉRMICA A energia geotérmica é um tipo de energia que funciona graças à capacidade natural da Terra e/ou da sua água subterrânea em reter calor, e consiste em transferir esse calor, num sistema composto de canos subterrâneos e de uma "bomba de sucção de calor", para aquecer ou arrefecer um edifício. central geotérmica Uma bomba de sucção de calor é a componente do sistema que necessita de energia elétrica para poder funcionar. O seu papel consiste em extrair energia térmica da Terra para um edifício durante o inverno e o contrário acontece durante o verão onde transfere o calor do edifico até uma zona mais fria da Terra, assim mantendo-o fresco.
  • 45. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 47 Para isto ser realizável, a energia térmica tem de viajar através de um meio líquido (água subterrânea) contendo uma solução que previne a gelificação da água nos locais onde ela atinge temperaturas baixas. Este sistema de funcionamento é exemplificado pelo seguinte esquema: A mudança aquecimento/arrefecimento pode ser feita através de uma simples alteração num termostato de interior. Esta simplicidade é devida ao fato de que, uma vez que é no mesmo sistema de canos, que ocorrem estes dois processos, basta um carregar de botão para inverter o sentido de transferência do calor. As vantagens dos sistemas geotérmicos são tais que: permitem poupar energia (75% de eletricidade numa casa) uma vez que substituem ar condicionado e aquecedores elétricos. são muito flexíveis, uma vez que podem ser facilmente subdivididos ou expandidos para um melhor enquadramento, (e aproveitamento de energia) num edifício, e isto, ficando relativamente barato. libertam relativamente menos gases poluentes para a atmosfera que outras fontes de energia não renováveis, Porém, este sistema contém algumas desvantagens a ter em consideração: Se não for usado em pequenas zonas onde o calor do interior da Terra vem á superfície através de gêiseres e vulcões, então a perfuração dos solos para a introdução de canos é dispendiosa. Os anti-gelificantes usados nas zonas mais frias são poluentes: apesar de terem uma baixa toxicidade, alguns produzem CFCs e HCFCs. Este sistema tem um custo inicial elevado, e a barata manutenção da bomba de sucção de calor (que por estar situada no interior da Terra ou dentro de um edifício não está exposta ao mau tempo e a vandalismo), é contrabalançada pelo elevado custo de manutenção dos canos (onde a água causa corrosão e depósitos minerais). A energia geotérmica é utilizada em muitas partes do planeta, com destaque para: Tuscani, na Itália, onde em 1904 se passou, pela primeira vez, a utilizar a energia geotérmica para a produção de electricidade. Budapeste (Hungria), alguns subúrbios de Paris, Reykjavík (Islândia), e muitas outras cidades, que usam em grande escala a energia geotérmica para aquecimento doméstico. a California, por ter a maior central geotérmica do mundo. Em Portugal, a energia geotérmica é utilizada principalmente no Arquipélago dos Açores
  • 46. GEOGRAFIA TURMA INVERNO | MÓDULO 1 48 Revisão CDF- Objetivas:- Bosco 1. A revolução técnico-científica e informacional produzida no século XX, a qual se estende aos nossos dias, trouxe profundas mudanças aos sistemas de produção e às relações de trabalho que incidem diretamente sobre a organização do espaço geográfico. Acerca das novas formas de relações de trabalho, é possível afirmar, corretamente, que: a) nos países desenvolvidos, com o grande avanço tecnológico, o desemprego foi reduzido e os sindicatos foram fortalecidos, respondendo aos interesses trabalhistas. b) o sistema de flexibilização da produção (modelo toyotista), que acarretou mudanças nas relações de trabalho, aplica-se apenas à indústria japonesa. c) o regime de trabalho permanente nas empresas industriais e de serviços ampliou- se, e foram fortalecidos os direitos sociais dos trabalhadores. d) a terceirização tem sido utilizada pelas empresas como uma das formas de flexibilização das relações de trabalho. 2. O BRAZIL quem USA sou EEUU Essa frase, retirada de um grafite de parede de uma cidade brasileira, é uma crítica: a) à crise nas escolas públicas brasileiras. b) ao alto índice de analfabetismo da sociedade. c) à obrigatoriedade do ensino do Inglês nas escolas. d) à influência da cultura norte-americana no Brasil. 3. Analise as seguintes afirmações sobre a urbanização brasileira: I – O espaço urbano é fragmentado, pois a segregação social revela-se através dos condomínios residenciais, por um lado, e dos cortiços, favelas e loteamentos clandestinos, por outro. II - Apesar da integração econômica das regiões do país, as principais cidades brasileiras estão localizadas no centro-sul e na faixa litorânea, onde são mais intensas as conexões e as trocas entre elas. III - A dominação do espaço urbano pelo poder público impõe investimentos direcionados aos serviços sociais e de infra-estrutura, como saneamento básico, saúde, educação, transporte coletivo, oportunizando à população urbana o acesso à modernização. IV - Em virtude das transformações produtivas e das novas tecnologias urbanas, a urbanização brasileira vem promovendo um aumento na qualificação, remuneração e estabilidade do emprego, conseqüentemente, há melhoria nas condições de vida urbana. Estão corretas a) apenas I e II. b) apenas II e III. c) apenas I e III. d) apenas III e IV. 4. Com base no texto abaixo, analise as proposições apresentadas e, em seguida, assinale a alternativa cujos números correspondem a afirmações verdadeiras: "A metrópole (palavra que em grego significa “mãe das cidades") é aquela que, tendo exercido o papel de pólo de atração, provocou o surgimento ou crescimento de outras e passou a comandar, de certa forma, a vida econômica, social, cultural e política dos municípios estabelecidos ao seu redor, funcionando como elemento integrador e articulador desse conjunto gerando movimento constantes de seus habitantes em sua direção à procura de trabalho, instituições de saúde, ensino, rede bancária, bens de consumo, lazer, etc." 1 – Rio de Janeiro e São Paulo, por oferecerem mais oportunidades de emprego e melhores equipamentos sociais, funcionam como áreas de atração, desenvolvendo-se e, ao mesmo tempo, fazendo crescer outros municípios próximos. 2 - A formação das aglomerações metropolitanas fez emergir um conjunto de problemas, que ultrapassam a, competência política das esferas de poder municipais.