Antropologia da religião 5 - antropologia no brasil
Curso de Produção de Texto e de Leituras Brasileiras para o CACD 2013 - Aula 7
1. CURSO DE PRODUÇÃO DE TEXTO E DE LEITURAS BRASILEIRAS
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CURSO DE PRODUÇÃO DE TEXTO
E DE LEITURAS BRASILEIRAS
TURMA JOAQUIM NABUCO
E
TURMA GUIMARÃES ROSA
2. CURSO DE PRODUÇÃO DE TEXTO E DE LEITURAS BRASILEIRAS
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AULA 07 | LB/03 | Slide 2
AULA 07/40 LEITURAS BRASILEIRAS 03/15
TÓPICOS ABORDADOS:
O Romantismo e a ideia de nação brasileira – José de Alencar
OBJETIVOS:
Identificar a importância da nação para o Romantismo;
Identificar como a busca pelo conceito de nação brasileira se relaciona com a
busca pela literatura nacional;
Identificar a importância de José de Alencar para o Romantismo brasileiro.
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OBSERVAÇÕES INICIAIS
1) Base teórica
RICUPERO, Bernardo. O Romantismo e a idéia de nação no Brasil (1830 -1870). São Paulo:
Martins Fontes, 2004. (Capítulos selecionados)
2) A nação para o Romantismo
Nosso estudo não abordará todas as frentes (temáticas e estéticas) da Escola Romântica.
Trataremos apenas da frente que desenvolveu o tema da identificação/formação da nação,
que é, para nós, a frente abordada no concurso. Bernardo Ricupero (p. 86) chama a atenção
para a importância de tal frente dizendo que
“apenas devido à presença da nação como referência que se pode, no período posterior
à independência, desejar criar literatura e historiografia brasileiras.”
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A INTRODUÇÃO AO MOVIMENTO ROMÂNTICO
Ricupero (p. 86) afirma que “antes dos românticos havia literatura produzida por escritores
nascidos no Brasil, mas não propriamente literatura brasileira como algo consciente”. (como
sistema)
Após a independência política, os intelectuais brasileiros ainda buscavam legitimação cultural
fora do país, em constantes consultas a Ferdinand Denis. Ele era um forte
incentivador/fomentador da fortificação da literatura brasileira. Ricupero (p. 87) assevera que
“realizada a independência política, resta adequar a cultura brasileira à nova condição (...):
deveríamos ter vida autônoma, superando as formas mentais da época da colônia”. Ricupero
(p. 87), referindo-se à constatação de Denis, continua dizendo que
“A literatura teria de procurar ser original, rejeitando os mitos gregos, que não estariam
‘de acordo com nem com o clima, nem com a natureza, nem com as tradições’ locais.
Além do mais, os povos exterminados pelos europeus poderiam fornecer inspiração,
sob a forma de fábulas misteriosas e poéticas. Isto é, Denis sugere, pouco depois da
independência, o programa indianista que tanto marcara o romantismo brasileiro.”
*Poemas épicos de José Basílio da Gama (O Uruguai) e José de Santa Rita Durão (Caramuru).
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O SURGIMENTO DO ROMANTISMO
Espírito do romantismo: apreensão das especificidades de cada povo. Peculiaridade
brasileira segundo Denis: “o gênio peculiar de tantas raças diversas nele se patenteia:
sucessivamente arrebatado, como o africano; cavalheiro, como o guerreiro das margens
do Tejo; sonhador, como o americano” [Ricupero, p. 88].
Somente 10 anos após as prescrições de Denis, a intelectualidade brasileira se movimenta.
Em 1836, em Paris, é lançada a Revista Niterói, por Gonçalves de Magalhães (considerado o
pai do romantismo brasileiro) e seus colegas Araujo Porto Alegre e Torres Homem. Tal
lançamento marca o início do movimento romântico no Brasil.
Niterói publicava estudos de economia política, ciências, literatura nacional e artes. Segundo
Ricupero (p. 92),
“Na verdade, a Niterói insere-se num quadro maior de publicações, que, antes e depois
dela, procurarão usar a cultura com objetivos práticos, de promoção do progresso
material. Ou seja, nesse tipo de revista a motivação mais puramente literária está
subordinada a outras considerações, de natureza principalmente política.”
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GONÇALVES DE MAGALHÃES
Antonio Candido diz, em Formação da Literatura Brasileira, que durante, pelo menos dez
anos, Magalhães foi a literatura brasileira.
No primeiro número da Niterói, ele publica “Ensaio sobre a História da Literatura no
Brasil”, no qual desenvolve sua argumentação sobre a base do mote romântico: “cada povo
tem sua literatura, como cada homem tem o seu caráter, cada árvore o seu fruto”(Magalhães
Apud Ricupero, p. 94-95), ou seja, “cada época e povo possuem um espírito que sintetiza os
diferentes elementos presentes nos variados contextos históricos e sociais”, completa
Ricupero (p. 95). Ricupero ainda assevera que
“Logo a seguir, porém, reconhecerá que ‘esta verdade, que para os primitivos povos é
incontestável e absoluta, todavia alguma modificação experimenta entre aqueles cuja
civilização é reflexo da civilização de outro povo’. [...] Pode-se, portanto, considerar que a
discussão sobre culturas reflexas, que tanto marcará o pensamento brasileiro, inicia-se
no mesmo momento que começa a crítica literária brasileira”.
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O CONTRAPONTO A GOLÇALVES DE MAGALHÃES
Ao contrário de Magalhães, Santiago Nunes Ribeiro, no Revista Minerva Brasiliense, que
substituiu a Niterói, em 1943, defende que “ ‘em vez de considerar a poesia do Brasil como
uma bela estrangeira, uma virgem da terra helênica transportada às regiões do mundo, nós
diremos que ela é filha da floresta, educada na velha Europa, onde a sua inspiração nativa se
desenvolveu com o estudo e a contemplação de ciência e natureza estranha’ ”. (Nunes Ribeiro,
em “Da nacionalidade da literatura brasileira”, Apud Ricupero, p. 99.) Sobre isso Ricupero (p.
99) afirma também que:
“Nem todos, porém, acolheram de maneira positiva as considerações do jovem crítico. Em
O Archivista sai artigo que acusa Nunes Ribeiro de anacronismo e de não ter percebido
que muitas das condições sociais da colônia eram as mesmas da metrópole, até porque ‘o
Brasil era colônia portuguesa, formada de portugueses, que para aqui transportaram seus
penates, com a mesma religião, debaixo das mesmas leis’. [Nunes Ribeiro] Santiago
rebate à crítica, perguntando ‘que importa que existissem todas essas causas que tendiam
a identificar as literaturas dos dois países, se o clima, as inspirações e os novos hábitos
que ele trazia deviam necessariamente influir nos brasileiros? Isto é, mesmo que
implicitamente reconheça que as instituições e muitos costumes portugueses e brasileiros
eram similares durante a colônia, insiste na diversidade do meio físico, que deveria
influenciar a inspiração dos poetas brasileiros.”
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TORRES HOMEM E A QUESTÃO DO NEGRO ESCRAVO
O mulato Torres Homem chega a escrever um dos primeiros trabalhos brasileiros contra a
escravidão na Revista Niterói: “Considerações econômicas sobre a escravatura”. Ricupero (p.
93) diz que
“A idéia principal de ‘Considerações econômicas sobre a escravatura’ é que a escravidão
teria um efeito deletério, favorecendo atitude contrária ao espírito de iniciativa, de
desdém pelo trabalho industrial e a inovação, ao mesmo tempo que estimularia a busca
de empregos públicos. Além do mais, não haveria maiores estímulos para que
imigrantes se interessassem em vir para países onde prevalece a escravidão.
Economicamente, como capital fixo, o trabalho servil seria pouco produtivo”.
Ricupero (p. 93) continua dizendo que
“Quanto ao Brasil, nota [Torres Homem] acuradamente um divórcio entre ‘o Brasil
político e o Brasil industrial’. No primeiro Brasil, que outros depois chamarão de país
legal, os progressos, beneficiados pelo exemplo europeu, teriam, em poucos anos, sido
consideráveis. O ‘desenvolvimento industrial porém foi retardado pelo monstruoso corpo
estranho implantado no coração de sua organização social. A posse de escravos nos tem
evidentemente impedido de trilhar a carreira da indústria’ [Citação de Torres Homem]”.
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GONÇALVES DIAS E O NEGRO ESCRAVO
Começam a aparecer entre os intelectuais, ainda na primeira metade do século XIX, a
temática da escravidão. Gonçalves Dias publica, em 1949, na Revista Guanabara, ‘Meditação’,
que é considerado “provavelmente o trabalho mais profundo sobre a escravidão” na época.
Segundo Ricupero (p. 101), “num tom bíblico, (...) o poema em prosa desenvolve-se entre um
velho e um jovem. Como num sonho, o jovem fala de um grande império, onde vê
‘milhares de homens – de fisionomias discordes, de cor vária, e de caracteres diferentes.
Esses homens formam círculos concêntricos, como os que a pedra produz caindo nas águas
plácidas de um lago. (...)
E os que formam os círculos externos têm maneiras submissas e respeitosas, são de cor preta: -
e os outros, que são como um punhado de homens, formando o centro de todos os círculos, têm
maneiras senhoris e arrogantes: - são de cor branca.
E os homens de cor preta têm as mãos presas em longas correntes de ferro, cujos anéis vão de
uns aos outros – eternos como a maldição que passa de pais a filhos.’ ”
Ricupero chama a atenção para o fato de que a vacilação, em relação à escravidão,
é o traço mais marcante da primeira geração romântica. Segundo o autor (p. 102), “Essa
atitude toma forma no poema épico ‘Os Palmares’, de Joaquim Norberto. Nele, ao mesmo
tempo que o escravo se revolta contra a ‘infernal senzala’, chora, saudoso, o antigo cativeiro.”
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A IDEIA DE ‘PARTICULAR, PORÉM UNIVERSAL’
Em 1962, Dom Pedro II encomenda de Ferdinand Wolf, iberista austríaco, uma obra
sistemática sobre a história da literatura no Brasil. Tal obra nada tem de original. O
argumento da obra segue um duplo caminho, segundo Ricupero (p. 108):
“a literatura brasileira e o Brasil podem atrair as demais literaturas e nações civilizadas
pelo que têm de diferentes; por outro lado e de maneira complementar, a literatura
brasileira e o Brasil, por esses mesmos motivos, aceitos entre as literaturas e nações
civilizadas”.
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O IHGB E A HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA
Em 1938, é fundado o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Resumidamente, sua
atuação ocorre, em grande parte, como aparato ideológico do império, no sentido de
“elaborar uma imagem da nação brasileira formada pela relação harmônica entre brancos,
índios e negros” (Ricupero, p. 113). No panorama do IHGB, dois autores nos interessam: Karl
von Martius e Adolpho de Varnhagen.
Em 1840, o IHGB decide promover um concurso com vistas a estabelecer os parâmetros para
a história do Brasil. Tal concurso selecionaria “o melhor ‘plano de se escrever a história antiga
e moderna do Brasil, organizada com tal sistema que nela se compreendam as suas partes
política, civil, eclesiástica e literária’” (Ricupero, p. 124).
Entre os dois trabalhos apresentados, o de Martius é selecionado, sendo considerado
extenso e profundamente pensado, segundo Ricupero (p. 124).
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VON MARTIUS E A MESCLA DAS TRÊS RAÇAS
Sobre a tese desenvolvida por Von Martius, Ricupero (p. 125) informa que
“Martius acredita que, para escrever a história do Brasil, deve-se, antes de tudo, ter
em conta ‘os elementos que aí concorrerão para o desenvolvimento do homem’. Mas se
isso é comum à história de qualquer povo, o ilustre naturalista logo nota que no Brasil
‘estes elementos (são) de natureza muito diversa’. Nossa singularidade residia sobretudo
no fato de que aqui, ‘para a formação do homem convergiam de um modo particular três
raças, a saber: a de cor de cobre ou americana, a branca ou caucasiana, e enfim a preta
ou etíopica’.
Estaria aí, no reconhecimento da ‘importância das três raças como fator histórico na
formação da nacionalidade brasileira’, a grande originalidade de Martius. O bávaro seria
o primeiro a assinalar que o Brasil é o resultado ‘do encontro, da mescla das relações
mútuas e mudanças dessas três raças’. Assim, Martius pode ser visto como o iniciador de
toda uma linha de interpretação do Brasil, provavelmente a de maior êxito, tendo mesmo,
de filosofia, se convertido em senso comum. Do romantismo a Gilberto Freyre, passando,
aos trancos e barrancos, pelo evolucionismo e o positivismo, acreditou-se que o Brasil era
essencialmente um país mestiço; o que foi visto por alguns como vantagem e por outros
como defeito. Martius merece, portanto, o duvidoso título de avô da ideologia da
democracia racial no Brasil.”
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Seguindo o raciocínio, Martius defende “o mito da convivência harmoniosa entre as três
raças e a necessidade da unidade territorial”, que será seguido por Vernhagen.
Nesse sentido, Ricupero (p. 126-127) esclarece que
“O próprio autor [Martius] tem plena consciência da razão pela qual esses
elementos devem ter boa acolhida no Império escravocrata. Sugere que são eles que
justificam a ‘necessidade de uma monarquia em um país onde há um tão grande
número de escravos’.
O mito embrionário do país mestiço foi, porém, ainda mais poderoso na defesa dos
interesses da classe dominante, já que o fenômeno da pior situação do negro e índio
deixa de ser histórico para se converter num dado da natureza, o que se expressa, por
exemplo, na imagem popular do ‘preto que sabe seu lugar’.
Mesmo que haja em Martius momentos progressistas, não se pode duvidar de suas
intenções conservadoras.”
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VERNHAGEN: A UNIDADE POLÍTICA DA NAÇÃO E O ENCONTRO DAS RAÇAS
Segundo Ricupero (p. 137),
“A importância de Vernhagen é enorme. Estabelece os marcos da hostoria
brasileira, numa perspectiva que privilegia a ação do Estado, principalmente em prol da
unidade territorial. Como corolário social da unidade política apareceria o
congraçamento entre brancos, índios e negros.”
Unidade política da nação
“A unidade brasileira é, para Vernhagen, uma realização tão grandiosa, que, ao analisá-
la, oscila entre a explicação histórica e a fatalista. A primeira aparece ao discutir o papel
das invasões estrangeiras [...] na conformação de uma consciência brasileira, e no
conflito entre D. Pedro, príncipe regente do Brasil, com as Cortes portuguesas no
processo que levou a uma independência sem fissuras provinciais. Já a explicação
providencial surge, volta e meia, como no trecho da ‘História geral do Brasil’ em que
afirma: ‘Deus preza que para todo o sempre, a fim de que esta nação possa continuar a
ser a primeira deste grande continente antártico, e algum dia se chegue a contar entre
as mais consideradas do universo, o que sem muita união não poderá suceder’”.
(Ricupero, p. 137-138)
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O encontro das raças
Vernhagen se distancia da maior parte dos intelectuais do Segundo Reinado em relação,
principalmente, à caracterização negativa do índio. Sobre tal posicionamento, Ricupero (p.
142) esclarece, citando trechos de História geral do Brasil,
“ ‘Humanidade bestial, seriam os índios falsos e infiéis; inconstantes e ingratos, e bastante
desconfiados’. Ainda no estado de natureza, não conheceriam moral, nem tampouco
estabeleceriam nação ou pequenas nações, sendo de estranhar que ‘haja ainda poetas, e
até filósofos, que vejam no estado selvagem a maior felicidade do homem’. Em oposição
ao bom selvagem rousseuniano, Vernhagen caracteriza a vida dos índios como próxima do
homem lobo do homem hobbesiano: ‘desgraçadamente o estado profundo da barbárie
humana, em todos os países, prova que sem os vínculos das leis e da religião, o triste
mortal propende tanto à ferocidade que quase se metamorfoseia em fera’.
Já em seu texto mais político, ‘Memorial Orgânico’, Vernhagem deixara claros seus
sentimentos a respeito dos índios. Em primeiro lugar, já que seriam mais propensos a
dissolver-se na população branca, representariam uma alternativa menos problemática
de força de trabalho do que os escravos africanos”.
Contra essa caracterização, levantam-se, principalmente, Gonçalves de Magalhães e Gonçalves
Dias.
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A conclusão de Vernhagen
“Se para Vernhagen as três raças contribuíram para consituir o Brasil, o papel de cada
uma delas teria sido muito diferenciado. Mais inclusive do que Martius, o visconde de
Porto Seguro está persuadido de que índios e negros teriam função subalterna em
relação ap branco português. Seria, na verdade, o contato com o branco que os retiraria
do estado de barbárie, até mesmo a escravidão apresentando, nesse sentido, aspectos
positivos. Além do mais, através da mestiçagem, o brasileiro deveria tornar-se mais
branco, aproximando-se dos padrões prevalecentes nas nações civilizadas”. (Ricupero, p.
148)
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CONCLUSÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO IHGB PARA A INTERPRETAÇÃO DO BRASIL
Bernardo Ricupero (p. 150-151) conclui dizendo que
“Percebe-se, dessa forma, pelo exemplo daqueles mais distantes em relação à
historiografia que brotou do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, como essa linha de
interpretação do passado brasileiro teve sucesso, convertendo-se em ‘senso comum’. Ou
seja, numa operação ideológica, a historiografia saquarema naturalizou a história,
tornando inevitáveis fenômenos que poderiam ter tido desenvolvimento diverso. Dessa
forma, o Brasil aparece, aos olhos desses historiadores, como grande Império, unido por
força da Providência, da ação do imperador e da elite política saquarema e destinado a
dar sua contribuição específica à civilização com a mestiçagem das três raças que o
formaram.
(...)
Assim, a maior prova do sucesso do IHGB é que hoje, mais do que 150 anos depois de
sua fundação, idéias como o papel benévolo da unidade e da relação das três raças no
que somos são para nós tão óbvias que praticamente não conseguimos imaginar como
podem ser questionadas.”
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O INDIANISMO COMO MITO NACIONAL
“Se o problema principal para os brasileiros depois da independência é se pensarem como
brasileiros (...), o índio ou, ao menos, a idéia que se decide fazer dele, lhes oferece para isso
múltiplas possibilidades”. (Ricupero, p. 153)
“É próprio da imaginação histórica edificar mitos que, muitas vezes, ajudam a
compreender antes o tempo que os forjou do que o universo remoto para o qual foram
inventados”. (BOSI, 1992, p. 176)
“a representação acerca dos ‘primeiros brasileiros’ variou durante o Império e continuou a
mudar depois da proclamação da República. No período que nos interessa, veremos, de
certa forma, o bravo guerreiro da Regência se mestiçar, durante a Conciliação, com os
descendentes dos conquistadores europeus até porque, em cada um desses momentos, sua
imagem desempenhará diferentes funções ideológicas”. (Ricupero, p. 154)
* Respectivamente, em Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias e em José de
Alencar.
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O INDIANISMO EM GOLÇALVES DIAS
Preocupação: Questionar o lugar dos homens livres pobres (mestiços) na sociedade
escravista.
Segundo Ricupero (p. 156), “o Brasil de então (...) é (...) uma espécie de limbo para homens
situados entre a opulência da casa-grande e o inferno da senzala. Assim, onde ‘onde os
brancos governa’ e ‘os negros servem’, só resta ser livre (...), sem que isso signifique que
possua um lugar definido na ordem social.”
O problema da marginalidade dos homens livres pobres, instrui Ricupero (nota 7, p. 156),
teve “que esperar até o modernismo para que o comportamento do homem livre, que não
trabalha e vive de expedientes, ou seja, age como malandro, fosse elevado à condição de
símbolo nacional com Macunaíma, ‘o herói sem caráter’”.
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Sobre o índio em Dias, Ricupero (p. 157) afirma que
“a maior parte da poesia indianista de Gonçalves Dias transcorre antes da chegada do
português na América. Dessa forma, seus heróis não encontram adversários pela frente,
sendo capazes de desenvolver qualidades guerreiras análogas às da nobreza do Velho
Mundo, tão admiradas pelo romantismo europeu e que o autor, que escreveu poesias
em estilo medieval, estava longe de desconhecer”. “Além de servir para dar ao índio uma
aura guerreira, próxima do cavalheiro medieval europeu, [a poesia de Dias] encontra
terreno bastante propício na situação contemporânea do Brasil, onde ainda estavam
bastante frescas as lembranças das lutas da Regência” [Ricupero, p. 159].
Ideias em relação ao índio apresentadas por Gonçalves Dias:
- sacrifício / auto-sacrifício [em I-Juca-Pirama, em relação aos prisioneiros tupi]
(que é retomada em Alencar, em Iracema);
- escravidão voluntária [em Tabira e em O canto do índio]
(que é retomada em Alencar, em O Guarani);
- simbologia antropofágica [em I-Juca-Pirama, em relação aos captores timbiras]
(que é retomada e amplificada no Modernismo).
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O INDIANISMO EM GOLÇALVES DE MAGALHÃES
Preocupação: legitimação do projeto político do Segundo Reinado por meio do “elogio do
americano em oposição aos ‘ferozes portugueses’” (Ricupero, p. 160), principalmente, em A
confederação dos tamoios.
Magalhães apresenta o embate do índio com os colonizadores, oferecendo duas opções para
aqueles: resistir ou aculturar-se ao colonizador. Não posicionou efetivamente. Resolução do
impasse: “os índios devem acolher os padres que trazem a religião cristã e são odiados pelos
outros portugueses”. Ricupero (p. 161) sinaliza que
“ainda que fossem comuns na colônia os conflitos entre os padres jesuítas e os colonos
portugueses, motivados principalmente pela atitude diante dos índios, a solução
proposta [por Magalhães] (...) não é das mais realistas. Até porque a colonização foi
empresa comercial, justificada ideologicamente pela conversão dos povos infiéis.
Portanto, motivos econômicos e religiosos formavam um complexo, mesmo que
contraditório, que não pode ser separado.”
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A (VIOLENTA) POLÊMICA MAGALHÃES-ALENCAR (1856)
POSIÇÃO DE ALENCAR (sob o pseudônimo Ig, de Iguaçu, personagem principal de A
confederação dos tamoios): “as realizações de Magalhães não estão à altura de suas
pretensões de escrever o grande poema nacional brasileiro”, pois “o retrato do Brasil
fornecido por Magalhães é artificial, não se diferenciado praticamente daquele feito por um
estrangeiro” (Ricupero, p. 162). Segundo Ricupero (p. 162),
“Na verdade, a maior parte daqueles que pensam em fazer literatura brasileira se
limitaria a utilizar duas ou três palavras indígenas sem aprofunda-se na compreensão do
país, o que contribuiria para que a descrição e linguagem dos poemas fossem
medíocres, não avançando muito em relação aos relatos dos cronistas coloniais. (...)
Ou melhor, apesar de ser o introdutor do romantismo no Brasil, Magalhães
adotaria ainda, em boa parte atitude neoclássica. Na verdade, a postura básica dos
primeiros românticos brasileiros é de indecisão.”
A CONCLUSÃO: “O mais importante da polêmica, contudo, é que ela marca um novo
momento no desenvolvimento do romantismo no Brasil.” (...) “a partir da polêmica, o
escritor cearense retira os temas em torno dos quais constrói seus romances mais
importantes.”. (Ricupero, p. 163)
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DIFERENÇAS ENTRE MAGALHÃES E ALENCAR: Ricupero (p. 164) destaca:
(1) “São evidentes as diferenças que aparecem entre a representação do indígena em
Magalhães e em Alencar. Ou melhor, se para os primeiros românticos, que escreviam
pouco depois da independência, ainda se tratava de glorificar o índio em oposição ao
português, tal problema passa a ser pouco atual, tal problema passa a ser pouco atual
com a consolidação do Estado no Brasil. A questão não é mais tanto de afirmar a
autonomia brasileira, que já não se discute, mas de como construir uma nação que não
pode prescindir da influência do conquistador. Assim, ganha premência o tema da
mestiçagem entre índio e português, com a significativa ausência do negro”.
(2) “A diferença fundamental entre Alencar e Magalhães é, porém, outra. O escritor cearense
defende a tese de que, para existir literatura nacional, não basta tratar de temas
brasileiros, como teria ocorrido na Confederação dos tamoios, sendo preciso também
encontrar a forma literária que melhor expresse a experiência da sociedade da qual
provem o autor. Para tanto, elege o romance como gênero mais adequado à sua época
[pois “procura descobrir e edificar a totalidade secreta da vida”, enquanto “a epopéia
imagina uma totalidade de vida atingida por ela mesma (Alencar Apud Ricupero, nota 33,
p. 164)].”
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(2.1.) RESSALVA CONTEXTUAL
“Mas não é por ter encontrado a forma literária mais adequada às suas
circunstâncias que Alencar resolva automaticamente o problema de como apresentá-
las. (...) O problema principal deles, como mostra Roberto Schwarz, é que ‘a nossa
imaginação fixara-se numa forma cujos pressupostos, em razoável parte, não se
encontram no país, ou encontravam-se alterados.
Isso ocorre principalmente porque o Brasil Império, ao mesmo tempo que estava
integrado ao capitalismo internacional, internamente não era propriamente capitalista,
já que, no interior de sua formação social, a escravidão era a forma de trabalho
predominante. A partir daí, desenvolveram-se relações paternalistas, em que o espaço
para o indivíduo-problemático, é bastante limitado. O problema de Alencar encontra-se,
portanto, além do gênero literário que elege; reflete a situação de um país ligado ao
capitalismo, desde o início de sua história, mas de maneira peculiar, colonial ou
dependente. Em sociedades desse tipo, quando as formas do centro são reproduzidas,
mas sem realizar-se mediação adequada delas com a realidade, estimula-se um
sentimento de mal-estar e desconforto.” (Ricupero, p. 164-165)
25. CURSO DE PRODUÇÃO DE TEXTO E DE LEITURAS BRASILEIRAS
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O INDIANISMO EM ALENCAR
“Apesar das qualidades estéticas de muitas de suas obras, as realizações de Alencar efetuam-
se principalmente no campo ideológico. Mais especificamente, o principal feito do escritor
cearense consiste me criar um mito de origem para o Brasil e os brasileiros” (Ricupero, p.
165).
Essa construção ideológica não é tão simples de observar. Vejamos alguns elementos que
comprovam uma função ideológica para o romance de Alencar:
“Nas histórias de Peri [O Guarani] e de Iracema a entrega do índio ao branco é
incondicional, faz-se de corpo e alma, implicando sacrifício e abandono da sua pertença
à tribo de origem. (...) O risco de sofrimento e morte é aceito pelo selvagem sem
qualquer hesitação. Como se a sua atitude devota para com o branco representasse o
cumprimento de um destino, que Alencar apresenta em termos heróicos e idílicos”. (BOSI,
1992, p. 178-179)
Nesse sentido, Ricupero (p. 165) afirma que “Os romances indianistas de Alencar não são (...)
propriamente romances no sentido europeu. (...) São romances que ainda possuem
características de epopéia, até porque a prosa romanesca, diferentemente daquela do escritor
cearense, não apreende o extraordinário, o heróico, mas o típico e rotineiro”.
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Em O Guarani (1857), há clara distinção entre tribos boas (como os goitacás, de Peri) e tribos
más (como os aimorés). Na obra, há também indicação clara da valorização do perfil europeu,
encarnado por Peri, e a necessidade da conversão ao cristianismo como forma de existência
humana e civilidade. Ricupero (p. 169) afirma que
“Mas Peri é mais do que o bom selvagem: no seu hábitat natural, a floresta, afloram
qualidades análogas às do nobre europeu, sugerindo-se até que seria ‘um cavalheiro
português no corpo de um selvagem’. São essas as qualidades que possibilitam que o
patriarca português o considere um quase igual. Não é igual aos brancos precisamente
por sua devoção a Ceci não conhecer limites, o que a converte em escravidão. (...) Aos
olhos de Alencar a grande, a grande qualidade de Peri: é ele, diferentemente dos
‘selvagens’ aimorés, o escravo que se submete inteiramente à senhora.”
Bosi complementa afirmando e comprovando que:
“O índio de Alencar entra em íntima comunhão com o colonizador. Peri é, literal e
voluntariamente, escravo de Ceci, a quem venera como sua Iara, ‘senhora’, e vassalo
fidelíssimo de dom Antônio. No desfecho do romance, em face da catástrofe iminente, o
fidalgo batiza o indígena, dando-lhe o próprio nome, condição que julga necessária para
conceder a um selvagem a honra de salvar a filha da morte certa a que os aimorés
tinham condenado os moradores do solar:
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Se tu fosses cristão, Peri!...
O índio voltou-se extremamente admirado daquelas palavras.
— Por quê?... Perguntou ele.
Por quê?... disse lentamente o fidalgo. Porque se tu fosses cristão, eu te
confiaria a salvação de minha Cecília, e estou convencido de que a levarias ao Rio
de Janeiro à minha irmã.
O rosto do selvagem iluminou-se; seu peito arquejou de felicidade, seus
lábios trêmulos mal podiam articular o turbilhão de palavras que lhe vinham do
íntimo d’alma.
— Peri quer ser cristão! exclamou ele.
D. Antônio lançou-lhe um olhar úmido de reconhecimento.
......................................................................
O índio caiu aos pés do velho cavalheiro, que impôs-lhe as mãos sobre a
cabeça.
Sê cristão! Dou-te o meu nome! O Guarani, parte IV, cap. X)”
(BOSI, 1992, p. 177-178)
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“Não está em causa, nestas observações, a sinceridade patriótica do narrador, sentimento
que, de resto, não guardaria qualquer relação causal com o valor estético dos seus textos. O
que importa é ver que a figura do índio belo, forte e livre se modelou em um regime de
combinação com a franca apologia do colonizador. Essa conciliação, dada como espontânea
por Alencar, viola abertamente a história da ocupação portuguesa no primeiro século ´(é só
ler a crônica da maioria das capitanias para saber o que aconteceu), toca o inverossímil no
caso de Peri, enfim é pesadamente ideológica como interpretação do processo colonial”
(BOSI, 1992, p. 179).
Nesse sentido, Ricupero (p. 173) chama a atenção para o fato de “O Guarani ter sido escrito
em plena Conciliação, período durante o qual se buscou a convergência entre forças políticas
até então opostas, depois das lutas da Regência e da alternância no poder de liberais e
conservadores nos primeiros anos do Segundo Reinado”.
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ÁPICE DO ROMANTISMO NO BRASIL
“Em 1872, um pouco mais de trinta anos depois de aportar no Brasil, o romantismo, mais do
que se aclimatar, já conseguira fincar raízes bastante profundas no país. Criou-se
definitivamente, a partir de dele, a literatura brasileira, que pôde produzir um autor como
José de Alencar, com compreensão de pintar um quadro bastante completo da vida de sua
sociedade. Talvez ainda mais importante, dessa época em diante, o esforço de Alencar e de
outros, de retratar o Brasil, não escapará as a críticas que visam sobretudo aquilo que neles é
falso e artificial”. (Ricupero, p. 178)
O FIM DO ROMANTISMO NO BRASIL
“Os ideias românticos repugnavam aos jovens, e foi traduzido um pensamento geral que
Sílvio Romero, no importante prefácio apôsto aos Contos de Fim do Século (1878), declarava
que o Romantismo já ‘era um cadáver, e pouco respeitado’. Por volta de 1880, o Romantismo
estava morto, tendo a sua agonia durado quase toda a década de 70”. (Coutinho, 1965, p. 6)
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Bibliografia citada:
BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. 4. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
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Bibliografia para leitura:
Está no Dropbox os seguintes textos, que devem ser lidos na ordem indicada:
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
RICUPERO, Bernardo. A independência literária. In: O Romantismo e a idéia de nação no
Brasil (1830 -1870). São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 85-111.
RICUPERO, Bernardo. No passado, as bases da nação. In: O Romantismo e a idéia de
nação no Brasil (1830 -1870). São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 115-151.
RICUPERO, Bernardo. O indianismo como mito nacional. In: O Romantismo e a idéia de
nação no Brasil (1830 -1870). São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 153-178.
RICUPERO, Bernardo. Alencar e a crise do império. In: O Romantismo e a idéia de nação
no Brasil (1830 -1870). São Paulo: Martins Fontes, 2004. p.179-204.
SCHWARZ, Roberto. A importação do romance e suas contradições em Alencar. In: Ao
vencedor as batatas. 6. ed. São Paulo: Editora 34, 2012. p. 35 -79.
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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
SODRÉ, Nelson Werneck. As razões do Indianismo. In: História da literatura brasileira.
10. ed. Rio de Janeiro: Graphia, 2002. p. 291-310.
SODRÉ, Nelson Werneck. O Indianismo e a sociedade brasileira. In: História da literatura
brasileira. 10. ed. Rio de Janeiro: Graphia, 2002. p. 311-334.
SODRÉ, Nelson Werneck. Declínio do Romantismo. In: História da literatura brasileira.
10. ed. Rio de Janeiro: Graphia, 2002. p. 382-400.
SANTIAGO, Silviano. Liderança e hierarquia em Alencar. In: Vale o quanto pesa – Ensaio
sobre questões político-culturais. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. p.89-115.
BIBLIOGRAFIA ESPECIAL
CASTRO, Eduardo Viveiros de. O mármore e a murta. In: A inconsistência da alma
selvagem – e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2011. p.183-264.