1) A ANAPAR e a ABRAPAR se reuniram com autoridades do Ministério da Saúde para cobrar a atualização dos Protocolos Clínicos de Diretrizes Terapêuticas, que pode ampliar a cobertura de medicamentos para doenças reumáticas pelo SUS.
2) Representantes do Ministério da Saúde afirmaram que não há prazo para a atualização, mas as associações argumentam que o pleito data de 2006.
3) A judicialização continuará sendo necessária enquanto não houver resolução do imp
Desabastecimento de medicamentos de alto custo afeta pacientes
1. Associação Nacional de
Número 2
Ano 1
Maio
Grupos de Pacientes
2011
Reumáticos
ANAPAR empreende
novos esforços, em vão,
para que MS atualize PCDT
Boletim ANAPAR
D
esde 2006, cerca de 30 mi- ciação Brasiliense de Pacientes uma vez que se acredita que ape-
lhões de brasileiros – núme- Reumáticos (ABRAPAR). nas 20% dos portadores de doen-
ro estimado de portadores Em fevereiro deste ano, ças reumáticas seriam beneficia-
de doenças reumáticas em todo representantes da ANAPAR e da dos com a medida. Em resposta,
o País – contam, aflitos, com a ABRAPAR se reuniram com auto- o médico reumatologista Luis Piva
boa vontade de dirigentes do Mi- ridades do MS, em Brasília, para Jr., representante do Conselho
nistério da Saúde (MS) para que cobrar do Ministério um posicio- Científico da ABRAPAR no encon-
o referido órgão atualize os Pro- namento conclusivo e célere no tro, disse que discordava dessa
tocolos Clínicos de Diretrizes Te- tocante à atualização dos PCDT, concepção errônea. Ele ainda ar-
rapêuticas (PCDT). A atualização uma vez que a omissão do órgão gumentou que se a atualização
pode tornar possível a ampliação só beneficiasse 20% dos pacientes
ctasponline.blogspot.com
da cobertura farmacêutica gra- reumáticos do País, seus repre-
tuita efetuada pelo Sistema Único sentantes, assim como ele, não
de Saúde (SUS) para o tratamento estariam ali discutindo uma justa
de enfermidades que atualmen- solução para o impasse. Enquanto
te são contempladas com apenas esta situação for insolúvel, a judi-
três medicamentos da mesma li- cialização continuará a ser prática
nha pela Rede Pública de Saúde, corrente e necessária dos pacien-
o que não garante a eficácia de tes reumáticos brasileiros.
seu tratamento. Enquanto a atu- Segundo o procurador da
alização não ocorre, pacientes de República Peterson de Paula Perei-
todo o País precisam recorrer à ra, do Ministério Público Federal
Justiça (a chamada “judicializa- (DF), “se um paciente dá entrada
ção”) para que o SUS lhes forneça numa medicação por via judicial, o
medicamentos imunobiológicos Peterson de Paula Pereira sistema [de saúde] fica enfraque-
para doenças como esclerose sis- tem sido regra com relação às le- cido, pois o valor de compra [do
têmica, espondilite anquilosante, gítimas reivindicações dos pacien- medicamento] é um valor cheio”.
artrite psoriásica, espondilite in- tes reumáticos de todo o País. Na Ou seja, para o procurador, a ver-
diferenciada, doença de Crohn, ocasião, representantes do Depar- ba liberada para um paciente por
colites ulcerativas, lúpus e artrite tamento de Atenção Especializada via judicial poderia ser utilizada
reumatoide. (DAE/SAS/MS) afirmaram que a por vários outros usuários. Assim,
“Em cinco anos que nós legislação brasileira não estipula para ele, a judicialização onera o
esperamos uma atitude favorá- um prazo para que o MS realize a País e não representa uma solução
vel do MS neste sentido, quantos atualização dos PCDT e que, des- ideal para o problema dos pacien-
pacientes reumáticos não terão de 2009, o setor vem tomando a tes. Esta também é uma preocu-
tido todo um comprometimento frente dos trâmites burocráticos e pação da ANAPAR.
de sua vida útil por falta do tra- políticos referentes à possibilidade Novos encontros entre as
tamento adequado ao qual eles de atualização. Porém, os repre- duas entidades e o Ministério da
têm direito, de acordo com a sentantes da ANAPAR e da ABRAPAR Saúde estão agendados para os
Constituição? Quantos não terão afirmaram que o pleito das duas próximos meses, a fim de que as
morrido?”, indagou Abigail Gomes entidades demanda desde 2006. discussões e os acordos avancem
Silva, presidente da Associação Na oportunidade, os re- em direção a uma resolução con-
Nacional de Grupos de Pacientes presentantes do DAE afirmaram clusiva para os portadores de do-
Reumáticos (ANAPAR) e da Asso- que não é viável atualizar os PCDT, enças reumáticas.
2. Um desabastecimento
injustificável
E
m outubro de 2010, a revista Is- contornado pelo governo em suas três
toÉ publicou uma reportagem (na esferas de gestão (federal, estadual e
edição nº 2134, “A falta dos me- municipal). Tudo porque o mesmo desa-
dicamentos de alto custo”) na qual de- bastecimento é verificado em diversos
nunciava o desabastecimento de postos estados e municípios do País. Pior: não
do Sistema Único de Saúde (SUS) na ca- há uma justificativa plausível do gover-
pital paulistana e em vários municípios no federal para os estoques vazios.
do interior do estado. A matéria assina- No Rio de Janeiro e em São Pau-
lou que “falhas na lo, no ano passado, as as-
distribuição [dos “Se o tratamento for in- sessorias das secretarias de
medicamentos de terrompido uma vez, por saúde confirmaram o atraso
alto custo] deixam desabastecimento ou por na entrega dos medicamen-
sem remédios por- qualquer outro motivo, tos, mas disseram que ele
Editorial
tadores de doen- ao ser retomado de novo, se devia por causa do SUS,
ças graves, como nem sempre existe a ga- responsável pelo programa
artrite reumatoide rantia de eficácia do me- de distribuição das drogas
e lúpus” em São
dicamento. Além disso, é de alto custo. Mas o Ministé-
Paulo (SP). rio da Saúde (MS) asseverou
claro, existe o risco de que
Medicamen- que o abastecimento estava
tos de alto custo
o paciente sofra o chamado em conformidade, por parte
são aqueles que efeito rebote, nome dado da União. Na oportunidade,
possuem um custo à tendência de que um me- o diretor de assistência far-
unitário extrema- dicamento provoque o rea- macêutica do MS, José Mi-
mente dispendio- parecimento dos sintomas guel do Nascimento Jr., ga-
so ou são de uso que estão sendo tratados. rantiu: “As entregas foram
prolongado ou de- Em casos extremos de efei- feitas nas datas previstas e
finitivo, para tra- to rebote, os sintomas po- não recebi comunicado de
tamentos crônicos derão ser mais graves do falta de medicamentos”.
ou enfermidades que no início da doença.” Sete meses depois, a
graves. A reporta- situação do desabasteci-
gem alertava que o desabastecimento mento dos medicamentos de alto custo
da Rede Pública de Saúde em São Paulo pelo SUS se mostra tão crônica quan-
era de aproximadamente 60 dias. Situa- to a saúde dos pacientes que deles de-
ção que prejudicou um número incalcu- pendem. Enquanto isso, autoridades do
lável de pacientes que fazem uso con- Ministério da Saúde não se entendem e
tinuado de medicamentos para doenças não justificam o caso à sociedade. Até
2
graves (entre elas, as reumáticas) e não alguma providência ser tomada, quan-
têm recursos para adquiri-los nas far- tos terão sido vítimas da negligência es-
mácias particulares, porque são muito tatal? A quem recorrer quando o aces-
caros. so à saúde pública gratuita, um direito
Todavia, em pleno mês de maio constitucional dos mais básicos, é nega-
deste ano, diversas matérias divulga- do aos cidadãos brasileiros?
das em jornais, revistas e na internet A ANAPAR deixa aqui sua nota de
alertam que o problema ainda não foi protesto.
3. A judicialização na saúde
prejudica o SUS?
H
á cerca de um ano, exis- Congresso definir o papel de to- mais recursos, não necessaria-
tiam no Brasil cerca de dos os responsáveis pelo atendi- mente resolveremos a judicia-
50 mil ações na Justiça mento médico. lização. O que se judicializa
que cobravam tratamentos ou De um ano para cá, quase é a ineficiência da máquina”,
o fornecimento de medicamen- nada mudou: a judicialização afirmou. Para ele, a presença
tos não oferecidos pelo Sistema ainda é regra, em muitos ca- do juiz neste caso só se torna
Único de Saúde (SUS). A medida, sos, devido à ineficiência dos necessária porque o cidadão
chamada de “judicialização” poderes públicos. A ANAPAR e não consegue ser atendido pe-
Justiça e Saúde
(veja box), que é acusada pelo os Grupos de Pacientes Reumá- los órgãos públicos. Medeiros
Ministério da Saúde de prejudi- ticos a ela coligados não veem cobrou do Legislativo um papel
car a gestão do SUS, tem como a judicialização como um meio mais atuante, principalmente
uma das causas a falta de regu- natural de definir uma políti- sobre a execução do orçamen-
lamentação das competências ca pública de saúde. Para a to da saúde.
do Poder Público (União, esta- ANAPAR, a política pública de De igual forma, o juiz Ingo
dos e municípios) e da saúde saúde deve fazer parte do or- Sarlet, do Fórum Regional do
complementar no atendimento çamento no Brasil. Para isso, Partenon, em Porto Alegre (RS),
à população. segundo a Associação, a re- criticou há um ano a afirmação
Em maio do ano passado, gulamentação da EC 29/2000 do então secretário Reinaldo
o então secretário de ciência, poderia ajudar muito a suprir Guimarães, de que há uma epi-
tecnologia e insumos estratégi- tal deficiência. Mas, segundo demia de ações judiciais contra
cos do Ministério da Saúde, Rei- a ANAPAR, mais recursos para o Executivo nessa área. Segun-
naldo Guimarães, defendeu a a área não resolverão tudo. É do o magistrado, a União gas-
opinião de que a judicialização necessário que uma política de tou R$ 90 milhões em 2009 so-
é extremamente onerosa para saúde bem orientada para os mente com o cumprimento de
o SUS. A afirmação foi feita, na portadores de deficiência seja sentenças, valor muito pequeno
época, em audiência pública na também implementada. se considerado o orçamento da
Comissão de Seguridade Social O procurador-geral da saúde naquele ano (cerca de R$
e Família, que debateu a judi- República, Humberto Jacques 59,6 bilhões).
cialização da saúde e a Emen- de Medeiros, tem opinião se- Para a ANAPAR, enquanto
da Constitucional nº 29/2000 melhante. Para ele, o proble- houver uma inoperância do SUS
(EC 29/2000). “Esse fenômeno ma do excesso de ações judi- no atendimento aos pacientes
[judicialização] é uma anoma- ciais para o cumprimento de reumáticos na Rede Pública de
lia tanto no sistema de saúde direitos de saúde não decorre Saúde, a judicialização será um
quanto nos tribunais”, disse. da escassez de recursos para o “mal necessário”.
Segundo ele afirmou, o proble- setor, mas da ineficiência ge- Com informações da
ma só será resolvido quando o rencial do SUS. “Se aportarmos Agência Câmara e da Saúde Business Web
Saiba mais sobre a judicialização
A judicialização é uma me- zamento individual de uma os pacientes e para os po-
3
dida extrema que leva mui- ação na Justiça, para que as deres públicos manter a lis-
tos pacientes de doenças secretarias estaduais e mu- ta do SUS atualizada do que
reumáticas a buscar, no Ju- nicipais de saúde, a partir de arcar com os gastos para o
diciário, a garantia consti- liminar expedida por juiz, se- cumprimento das decisões
tucional de seu tratamento, jam obrigadas a arcar com o judiciais, além de manter
negado pelo SUS, à falta de tratamento de segmento con- milhões de pacientes sem o
uma política específica para siderável da população brasi- necessário tratamento que
o setor. Neste sentido, judi- leira. Tal prática é paliativa, a Constituição brasileira
cialização consiste no ajui- já que seria mais eficaz para lhes assegura.
4. ANAPAR marca presença e
E
m abril, a ANAPAR
participou, a convite
da ABRAPAR, do “Fó-
rum Artrites: Um Debate
Necessário”. Para ambas
as instituições, havia para
o encontro um objetivo co-
mum: a atualização do Pro-
tocolo Clínico de Diretrizes
Terapêuticas para Artri-
te Reumatoide (PCDT-AR)
(veja no box alguns tópi- Deputado Geraldo Thadeu Deputado Darcísio Perondi Depu
cos do que se espera após
o debate). O fórum ocorreu zação. Afinal, os portado- Segundo o diretor do
no auditório Freitas Nobre, res de doenças reumáticas DAF/MS, José Miguel do
no Anexo IV da Câmara dos do Brasil têm o direito de Nascimento Jr., a incorpo-
Deputados. Participaram conhecer e cobrar a reso- ração dos medicamentos
do evento público, além lução desta questão, uma para artrite reumatoide
de membros da diretoria vez que 1% da população no PCDT-AR só poderá ser
da ANAPAR e da ABRAPAR, brasileira é portadora de feita quando o MS fizer o
representantes dos grupos artrite reumatoide e um delineamento do protoco-
estaduais e municipais as- bom número de pacientes lo, pois esta é a orientação
sociados à ANAPAR e mem- sofre a contraindicação e
bros da Frente Parlamentar até mesmo a ineficácia das
das Hepatites e dos Trans- medicações disponíveis. Reivindicações dos pac
plantes, da Frente Parla- Estes indivíduos não podem • Que a CITEC/MS se posicio
mentar da Saúde da Câ- ser reféns da burocracia
de prioridades para a incor
mara dos Deputados, entre estatal, nem ter suas vidas
tecnologias no SUS e inform
autoridades do Ministério comprometidas pela inér-
custo-efetividade que sust
da Saúde. cia do governo.
realizadas pela coordenaçã
No evento, a coorde- No encontro, foi in-
formado por representan-
ou não de novas tecnologia
nadora geral de Média e
Alta Complexidade (DAE/ tes do MS que existe o inte- • Quando sairá o delineamen
SAS/MS), Maria Ines Por- resse da AMBr de participar novas doenças que demand
deus Gadelha, afirmou que das atualizações dos proto- técnico-científica, do ponto
a atualização do PCDT-AR colos. Ora, com a inclusão primeiro o protocolo clínico
está sob sua coordenação da AMBr na atualização dos • Quais são os métodos cons
desde 2009. Na ocasião, PCDTs, quando será que para a atualização dos PCD
representantes dos pacien- os portadores de artrite
4
• Quando serão feitas a impl
tes reumáticos reclamaram reumatoide serão contem- a atualização dos PCDTs pa
da falta de transparên- plados? O que foi feito até
reumatoide?
cia do Ministério da Saúde agora será arquivado? Apro-
neste trâmite burocrático veitado? Somado? Enfim, • Haverá retrocesso nos estu
e político, porque desde os portadores de doenças Elaboradores dos Parecere
2006 não existe qualquer reumáticas merecem uma ao aguardar a participação
divulgação pública sobre manifestação deste órgão atualizações dos PCDTs?
o andamento dessa atuali- quanto ao que se solicita.
5. a em fórum sobre artrites
agentes biológicos, dro-
Fotos: Arquivo ANAPAR
gas imunomoduladoras e
imunossupressoras. Antiga-
-mente, devido ao custo
elevado de muitos destes
medicamentos, a maioria
dos doentes não recebia o
tratamento recomendado,
o que acarretava em acrés-
cimo da morbidade e mor-
talidade desse público.
Deputado Felipe Bornier Diretor José Miguel Jr. (DAF/MS) Alguns desses agentes
já foram incluídos na lista
política do órgão. Assim, camento no PCDT-AR se as de medicamentos distribuí-
novas doenças reumáticas condições para seu uso não dos pelo SUS. Notoriamen-
demandariam também uma estiverem determinadas, te, este procedimento pos-
decisão técnica e científica mas o inverso aconteceu. sibilitou melhor adesão te-
do MS, do ponto de vista Na ocasião, os represen- rapêutica por parte desses
de contar primeiro com o tantes dos pacientes reu- pacientes, melhora signifi-
protocolo clínico, porque máticos indagaram: o que cativa do controle da doen-
– segundo o diretor – não falta para que tudo isso ça e diminuição acentuada
adiantaria incluir o medi- seja feito pelo Ministério no número de internações
da Saúde? A pergunta ficou hospitalares por compli-
sem resposta. cações evolutivas, defor-
os pacientes no evento midades e incapacidades.
posicione quanto à definição
Tratamento Além disso, muitos destes
a incorporação de novas especializado pacientes foram poupados
de sofrimento e de gastos
e informe qual é o limiar de
Muitos pacientes reu- financeiros desnecessários.
ue sustenta as deliberações
máticos são encaminhados Ainda assim, alguns
denação para a incorporação
para tratamento especia- medicamentos reconheci-
nologias.
lizado em hospitais ter- damente eficazes no tra-
neamento do protocolo das ciários, particularmente tamento desses pacientes
demandam uma decisão aqueles de caráter univer- encontram-se fora da lista
o ponto de vista de se ter sitário, chamados “hospi- de drogas fornecidas gra-
o clínico? tais-escola”, ou em unida- tuitamente pelo SUS. “Por
os considerados pela CITEC des secundárias de saúde tal razão, entendemos que,
dos PCDTs? que contem com médicos ao incluirmos novas drogas
reumatologistas. Nestes lo- neste arsenal, poderemos
5
a implementação e
CDTs para a artrite cais, após avaliação e do- obter melhores índices de
cumentação clínico-labora- remissão das doenças reu-
torial adequada, os pacien- máticas, diminuindo a dor
nos estudos dos Grupos destes pacientes e os gas-
tes recebem orientação
areceres Técnico-Científicos tos indiretos que são gera-
para tratamento medica-
cipação da AMBr nas mentoso a contento, sendo dos”, salienta Abigail Go-
DTs? grande parte composta de mes Silva, presidente da
drogas anti-inflamatórias, ANAPAR e da ABRAPAR.
6. Senador Itamar Franco reivindica
fornecimento de medicamento
para portadores de artrite
N
o início de maio, bitantes (conforme esti-
Waldemir Barreto / Agência Senado
em pronunciamen- mativa do IBGE de 2010),
to no plenário do quase dois milhões de
Senado Federal, o sena- indivíduos (1.920.000)
dor Itamar Franco (PPS- seriam portadores de ar-
-MG) incitou o governo trite, a maior parte com
a tomar providências comprometimentos em
para resolver o proble- sua vida útil. As mulhe-
ma do desabastecimento res são as vítimas mais
do medicamento meto- frequentes da enfer-
trexate (MTX) no mer- midade. Estima-se que
cado. O MTX é um anti- mais de 30 milhões de
metabólito, uma droga brasileiros sejam porta-
de antifolato usada no dores de uma das mais de
tratamento do câncer e 106 doenças reumáticas
de doenças autoimunes, catalogadas.
como a artrite reuma- Em aparte, o se-
toide (AR). Mencionando Senador Itamar Franco nador Pedro Taques
informações recebidas do di- percentual de subnotificação (PDT-MT) lembrou que, no
retor científico da Sociedade relativo à enfermidade é ex- Brasil, a saúde é um direito
Mineira de Reumatologia, An- tremamente alto –, acredita- fundamental, protegido pela
tônio Scafuto Scotton, o sena- -se que cerca de 1% da popu- Constituição. Ele disse fazer
dor asseverou que a falta do lação brasileira seja portado- parte da luta por “uma vida,
remédio leva os pacientes a ra de artrite reumatoide. Em- uma existência digna não só
migrar para alternativas “ex- bora aquém da realidade no no sentido moral, como tam-
tremamente onerosas”. país, o quadro delineado para bém material, o que signifi-
Segundo estimativas de- a doença é alarmante. Consi- ca remédio e tratamento de
satualizadas – uma vez que derando-se que o Brasil possui qualidade”.
especialistas afirmam que o cerca de 192 milhões de ha- Com informações da Agência Senado
Saiba mais
O metotrexate é considerado o medicamento de eficácia ideal para
o controle da artrite reumatoide (AR). O MTX é de baixo custo, fácil
utilização e conta com eficácia comprovada em mais de 4 mil artigos
publicados na literatura médica desde a década de 80. O MTX pode ser
usado em conjunto com outros medicamentos modificadores da artrite
6
reumatoide (DMARDs) e com todos os agentes imunobiológicos usados para
a AR. Pode ser usado na forma oral e em outras doenças reumáticas, como
LES, artrite idiopática juvenil, vasculites. Seu uso deve ser monitorado
por via laboratorial frequente. Recentemente, a comercialização do
MTX tem sido dificultada no Brasil pelas novas normas da ANVISA para
medicações de uso oncológico, segundo informações do médico Luis Piva
Jr., reumatologista do Hospital de Base do Distrito Federal e membro do
Conselho Científico da ABRAPAR.
7. ABC dos
reumáticos
Para os portadores de doenças reumáticas, inúmeros termos médicos
utilizados pelos especialistas, durante seu tratamento, acabam deixando
mais dúvidas do que esclarecimentos. A fim de remediar uma questão que
está além do uso dos medicamentos, a ANAPAR vai reservar uma seção de
seu informativo para esclarecer muitas dúvidas dos pacientes reumáticos
Quando leio matérias sobre estatís- Qual é a diferença entre reuma- 200 mil mulheres e 70 mil homens
ticas de doenças reumáticas, sem- tismo e artrite? com essa condição. Agora, se to-
pre vejo os termos “prevalência” e Há muita confusão entre os marmos uma prevalência de 1%,
“incidência” de uma determinada leigos sobre o que é considerado esse número vai triplicar.
doença ou região. Qual é a diferen- reumatismo e artrite. Do ponto de Já em relação à prevalên-
ça entre os termos? vista do especialista, é considerada cia de osteoartrite ou doença
A “prevalência” é um ter- reumatismo qualquer circunstância articular degenerativa, esta se
mo utilizado para aferir quantas que envolva estruturas pararticu- manifesta radiologicamente em
pessoas estão doentes em deter- lares (bursite, tendinite, miosite, 2% dos pacientes com menos de
minada localidade. Já o termo etc.). A artrite tem como caracte- 45 anos, 30% dos indivíduos com
“incidência” serve para avaliar rística a alteração da própria ar- idades entre 46 e 69 anos e 68%
quantas pessoas tornaram-se do- ticulação. O termo deformante é das pessoas com mais de 70 anos.
entes e quem está ou ficou do- universal para qualquer processo Estes números permitem inferir
ente num determinado lugar e inflamatório (artrite reumatoide, que há cerca de 6 milhões de ca-
numa dada época. Uma fórmula espondilite, etc.) ou degenerativo sos com evidências radiológicas
utilizada pelos especialistas pode (osteoartrite, doença de Pott) e da doença e, destes, 30% apre-
ajudar a avaliar ambos os termos: não implica, por si só, um diagnós- sentaram sintomas clínicos.
prevalência = incidência x dura- tico ou prognóstico em particular. Estes dois exemplos descri-
ção da doença. tos enfatizam a prevalência das
Qual é a incidência exata ou doenças reumáticas, fato que é
O que é, exatamente, o reuma- aproximada das doenças reumá- ampliado quando se considera
tismo? ticas na população brasileira? que existem mais de 200 etiolo-
Reumatismo é uma deno- O Brasil não tem dados gias reumáticas diferentes. Como
minação utilizada para designar suficientes para que as autorida- se pode concluir que as doenças
problemas de saúde que acome- des tenham uma ideia exata da reumáticas são muito comuns e
tem as articulações e estruturas incidência dessas doenças. No afetam principalmente pessoas
osteomusculares adjacentes, entanto, existem registros em na fase produtiva de sua vida,
associados à dor e à rigidez arti- diferentes sistemas de saúde que elas pressionam os custos econô-
cular. Em estudo prospectivo, o nos permitem inferir de modo micos e sociais para o paciente,
reumatismo representou a con- aproximado a presença de do- a família e o País. Para a artrite
dição crônica mais indicativa de enças reumáticas na população. reumatoide existem tratamentos
limitações de atividades físicas, Como exemplo, sabemos que a que modificam a história natural
principalmente mobilidade e au- artrite reumatoide tem uma pre- da doença. Até mesmo a incapa-
tocuidado. Mais de 100 doenças dileção por mulheres de 3 para 1. cidade e a mortalidade no lúpus
7
classificadas internacionalmente Ou seja, para cada homem aco- eritematoso sistêmico diminuíram
podem ser relatadas como reu- metido por artrite, existem três de maneira muito importante.
matismo. Entretanto, a osteoar- mulheres que são portadoras da Graças aos avanços nos métodos
trose representa a afecção mais enfermidade. A maior incidência laboratoriais, como a determina-
frequente, correspondendo a cer- é entre a terceira e a quinta dé- ção dos diferentes anticorpos, po-
ca de 70% dos casos de artrite. A cadas de vida, com uma prevalên- demos identificar precocemente
osteoartrose acarreta importante cia em todo o mundo entre 0,3% as diferentes doenças do tecido
impacto econômico, em termos e 2,1% da população. Se tomar- conjuntivo e estabelecer um tra-
de incapacidade e custo da assis- mos a menor taxa (de 0,3%) e se tamento mais eficaz para elas.
tência aos indivíduos acometidos aplicada à população em situação
Fonte: <http://ciencia-atual.blogspot.com/2010/09/painel-
pela doença. de risco, existem no país mais de das-doencas-reumaticas.html>.
8. Associações/Grupos associados à ANAPAR
ABRAPAR – Associação Brasiliense de Pacientes GRUPAJUF – Grupo de Pacientes Artríticos de Juiz
Reumáticos de Fora
Brasília – DF Juiz de Fora - MG
Fone: (61) 3425-2662 /3327-8826
E-mail: abrapar@pop.com.br Fone: (32) 3215 – 7437, (32) 3215 – 7437
E-mail: edinei.guimaraes@hotmail.com
ABRAPES – Associação Brasileira de Pacientes de
Esclerose Sistêmica GRUPAL – Grupo de Pacientes Artríticos de Porto Alegre
Campinas - SP Porto Alegre – RS
Fone: (19) 3256-7277
E-mail: abrapes@yahoo.com.br Fone/fax: (51)3028-5646
Site: www.abrapes.org.br roberta@grupal.org.br
Site: www.grupal.org.br
APAVI - Associação dos Portadores de Artrite do
Vale do Itajaí GRUPARMA – Grupo de Pacientes Reumáticos do
Itajaí – SC
Fone: (47) 3249-1126 Maranhão
E-mail: apavitajai@hotmail.com São Luiz – MA
Fone: (98) 3235-9026/ 3235-7692
ARUR – Associação dos Reumáticos de Uberlândia E-mail: gruparma@bol.com.br
e Região
Uberlândia - MG
Fones: (34) 3225-0455 GRUPARN – Grupo de Pacientes Reumáticos do Rio
E-mail: nilma_ro@yahoo.com.br Grande do Norte
Natal-RN
APL/Sinos - Associação dos Portadores de Lúpus Fone: (84)3653-7121
do Vale dos Sinos
E-mail: gruparn@bol.com.br
São Leopoldo – RS
Fones: (51) 3575-4078 e (51) 9726-9031
E-mail : lupusvsinos@terra.com.br GRUPAR-RP - Grupo de Apoio ao Paciente
Reumático de Ribeirão Preto
GARCE – Grupo de Apoio aos Pacientes Reumáticos Ribeirão Preto - SP
do Ceará
Fone/Fax: (16)3941-5110
Fortaleza - CE
Fone/fax: (85) 3241-2428 E-mail: grupar-rp@hotmail.com
E-mail: garce.ceara@yahoo.com.br SITE: www.grupar-rp.org.br
GRUPAAM – Grupo de Pacientes Artríticos do GRUPARSE – Grupo de Pacientes Artríticos do Sergipe
Amazonas
Aracaju - SE
Manaus - AM
Fones: (92) 3238-5828; (92) 3633-4977; Fax: (92) Fone: (79) 3214-2752
3238-8391 E-mail: gruparse@yahoo.com.br
E-mail: grupaam@yahoo.com.br
GRUPASP – Grupo de Pacientes Artríticos de São Paulo
GRUPAGO – Grupo de Pacientes Artríticos de Goiás
São Paulo-SP
Goiânia-GO
Fone: (62) 9641-3094 Telefax do Grupasp: (11) 5574-6438/5574-5996
E-mail: grupago@yahoo.com.br E-mail: grupasp@superig.com.br
Site: www.grupago.org Site: www.grupasp.org.br
Expediente
Diretoria Executiva da ANAPAR Assessor de imprensa e jornalista responsável:
Diretora-Presidente: Paulo Henrique de Castro (RP MTb: 4136 DF)
8
Abigail Gomes Silva
Programador visual e design gráfico:
Vice-Presidente:
Cláudio Domenech Tupinambá - (61) 9819-6336
João José da Silva
1ª Secretária-Executiva: ANAPAR: Associação Nacional de Grupos de Pacientes
Cleone de Fátima Silva Vasconcellos Reumáticos
Endereço:
2ª Secretária-Executiva:
SCN Quadra 5, Bloco A, Nº 50, Torre Sul, 7º andar,
Marta Maria Serra Azevedo
sala 710 B - Centro Empresarial Brasília Shopping
1ª Diretora Financeira: CEP: 70715-900, Brasília (DF)
Guiomar Jesus Trovato Monâco Fones: (61) 3201-7172 / 3425-2662
2ª Diretora Financeira: E-mail: anaparreumato_brasil@yahoo.com.br
Edinei Guimarães Site: http://www.anapar.org.br/