O documento homenageia o poeta brasileiro Antonio Gonçalves Dias no 191o aniversário de seu nascimento, resumindo sua vida e obra. Detalha sua origem em Caxias, Maranhão, sua educação em Coimbra e carreira como poeta, tradutor, professor e etnógrafo. Lista suas principais obras e destaca sua morte no naufrágio do navio Ville de Boulogne em 1864.
2. Nome: Antonio Gonçalves Dias (Dr. Pigmeu)
Pseudônimo: Optimus criticus ( artigos em folhetins Correio da Tarde)
Acima: uma antiga gravura, retratando G. Dias (Lanzellotti).
3. HOMENAGENS AO MAIS NOBRE SABIÁ DE SOBRENOME DIAS
Município: Gonçalves Dias (Maranhão).
4. PRAÇAS COM NOME DO CONSOLIDADOR DO ROMANTISMO
BRASILEIRO (CAXIAS/ALDEIAS ALTAS/SÃO LUÍS)
5. CENTRO DE ENSINO GONÇALVES DIAS (CAXIAS-MA)
CONJ. HABIT. GONÇALVES DIAS(ALDEIAS ALTAS-MA)
6. Hino aos 190 anos de Antonio Gonçalves Dias
(Imperador do verso)
Letra: CARVALHO JUNIOR
Filho ilustre da princesa Caxias,
Voz guerreira da tribo Tupi,
Gonçalves Dias, homem das letras...
Bravo bardo do Morro do Alecrim!
Dramaturgo, mestre, linguista,
Sabiá do canto plural...
Tradutor da alma indígena,
Poeta da raça, glória universal!
Ó cavaleiro da Ordem da Rosa,
Pincel do progresso em perfeita métrica,
Antonio, expoente nome do Maranhão,
Mais que valente vate das Américas!
Nada há de mais belo em toda a Terra
Do que teu romantismo ultrabrasileiro
E tuas palmeiras pintadas em prosas
poéticas!
Filho ilustre da princesa Caxias,
Menino, imperador do verso, eu vi!
Gonçalves Dias, homem de brilhos...
Coração no mar, tua alma aqui!
7. • Rua Gonçalves Dias (Rio de Janeiro), a antiga rua
dos Latoeiros. (Bar ONDE CANTA O SABIÁ)
• Rua Gonçalves Dias (Belo Horizonte).
• Escolas: espalhadas por todo o território brasileiro.
• Navio “Gonçalves Dias” (rebatizado em 1940) foi
um navio mercante brasileiro afundado em 24 de
maio de 1942, no Mar do Caribe. Foi o nono navio
brasileiro atacado durante a 2ª Guerra Mundial,
causando a morte de 6 tripulantes.
• ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS: é o patrono
da Cadeira n. 15, por escolha do fundador Olavo
Bilac.
8. NASCIMENTO
Viviam amasiados João Manuel Gonçalves Dias e Vicência
Mendes Ferreira na antiga Rua do Cisco (atual Benedito
Leite, Caxias-MA).
Em 1822, o Brasil se tornou independente de Portugal.
Mas, houve resistência no sentido de aderir à
independência em municípios como Caxias que, com a
prisão do Major Fidié por tropa nacionalista que invadiu a
Vila, fez adesão a 1º de agosto de 1823.
Nesse contexto, Vicência estava grávida de nove meses.
João Manuel, que tinha sido resistente, por medo e para
escapar ao possível pagamento de multa, levou a
companheira ao Morro das Laranjeiras, em terras
de Jatobá – sítio Boa Vista, a catorze léguas da Vila de
Caxias.
9. “João Manuel Gonçalves Dias... fugiu com sua amante...
às pressas, grávida de nove meses, ainda sentindo dores,
seguindo as margens do Rio Itapecuru à noite, passando
pelas cercanias do bairro Ipem, Cemitério das Pedras,
Sabiá, atravessou o riacho São José, trilhou pela estrada
velha da Sambaíba, no 2º distrito de Caxias...”
(Gonçalves Dias – Ainda no meio do mar, texto do advogado/compositor caxiense Erasmo
Shallkytton)
Assim:“Em uma tosca choupana de folhas de palmeiras,
na mais completa solidão, no sombrio da mata virgem,
tendo por testemunha frondentes e seculares árvores, (…)
veio ao mundo Antônio Gonçalves Dias, no
amanhecer do dia 10 de agosto de 1823” – narra Antonio
Henriques Leal, no Pantheon Maranhense.
Citação extraída de A Senda do Jatobá, texto de Renato Meneses e Isaac Sousa: //renatomeneses.com/tag/goncalves-dias/
10. Casa onde residiu G. Dias na antiga Rua do Cisco/Rua Direita/
Rua Formosa/Rua Benedito Leite, nº 23 (Caxias-MA).
11. DADOS BIOGRÁFICOS
Pai: João Manuel Gonçalves Dias (Trás-os-Montes: Portugal). Após um
mês de nascimento do filho, o comerciante português segue para
Portugal e só retorna em 1825. Reinstala-se com Vicência e o filho na
Rua do Cisco, mas em 1829 casa-se com Adelaide Ramos de Almeida,
“despedindo” a amásia.
Mãe: Vicência Mendes Ferreira (mestiça de origem indígena):
“... à margem direita do riacho Limpeza, afluente do Itapecuru, há uma
lagoa ainda hoje conhecida pela denominação... “Lagoa da Tapuia”... É
tradição corrente entre os habitantes daquelas terras e circunvizinhas,
que vêm passando de pais a filhos através de algumas gerações, que
ali moravam... tapuios mansos entre os quais a avó do poeta... Ali
nasceu Vicência provavelmente...” (Livro do Des. Antonio Carlos
Medeiros). (Gonçalves Dias viveu sob os mimos da mãe de 1825-1829,
e ficou dela afastado, por desejo do pai, até 1845 (cerca de 16 anos).
Irmãos (maternos): Carlota, Vicência (ou Maria), Sebastião.
Irmãos (paternos): José, João Manuel, Domingos, Joana.
12. • Avós paternos: Antônio Gonçalves Dias/Josefina Pereira
Dias
• Avós maternos: Sebastião Mendes Ferreira/Urraca
Francisca Mendes.
• Gonçalves Dias, foi batizado em Caxias, a 15 de setembro
de 1823, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
(MORAES, Jomar. Gonçalves Dias: vida e obra. p. 33)
• Início dos estudos: Aos sete anos de idade (1830) é iniciado
o processo de aprendizagem das primeiras letras com o
Prof. José Joaquim de Abreu por um ano, depois em casa,
com o primo Antônio, com direito à palmatória, foi
“industriado” na caligrafia e na aritmética. Dentro de dois
anos estava habilitado a tomar conta da escrituração do
armazém do pai.
13. 1° livro lido: “História do imperador Carlos Magno e os doze
pares de França” (Vasco de Lobeira). Outras leituras:
“História de Portugal” (Laclede), “Vida de dom João de
Castro” (Jacinto Freire de Andrade)
“Do balcão para Coimbra”: em 1835 é matriculado em escola
particular: início dos estudos de latim, francês e filosofia
com o prof. Ricardo Leão Sabino. Em maio de 1837 parte
com o pai rumo a Lisboa, mas o pai (doente dos pulmões)
falece em São Luís a 13/07/1837. Retorna a Caxias. Deixa a
terra natal em 13 de maio de 1838 (15 anos incompletos),
com o prof. Sabino(até S. Luís), e o ferreiro português
Bernardo de Castro e Silva (entregar mesadas/assistência).
Em outubro de 1838, já estava G. Dias em Coimbra.
14. Naufrágio no mar das paixões: apaixona-se pela filha da
dona de uma hospedaria lisbonense (esposá-la-ia não se
opusesse Dr. Teófilo); namora Engrácia (de Coimbra);
namora uma moça de Formoselha (próx. Coimbra); amor
idealizado por Ana Amélia Ferreira do Vale (escreve à mãe
D. Lourença Francisca Leal Vale (nov./51) e tem negado o
pedido por carta quando se achava em Recife-PE (jan./52);
casa-se com Olímpia Coriolana da Costa (26/set./1852),
mais namoros: moça judia, três moças ao mesmo tempo e
escreve “Os suspiros”, interessa-se por uma viúva; musa
inspiradora de “Olhos verdes”; a brasileira Amélia R.; alemãs
Leontine e Nanette; francesas Eugénie N. e Josephine;
belga Céline ( de Bruxelas) – “a intelectual”.
15. Estatura não excedia a um metro e meio: “Apesar de baixo
e moreno, era Gonçalves Dias um tipo atraente. As mulheres
,tanto brasileiras quanto estrangeiras, dobravam-se,
vencidas por seus encantos. “ (MORAES, Jomar. Op. cit. p.
107)
Ana Amélia (prima e cunhada de seu melhor amigo
Alexandre Teófilo de Carvalho Leal – Teófilo Leal): inspirou
“Seus olhos”, “A leviana”, “Mimosa e bela”.
“Ainda uma vez – adeus” = reencontro casual com Ana
Amélia em Lisboa (maio de 1855).
Filha (Joana Olímpia – “Bibi”): 20 de nov. de 1854 – 24 de
agosto de 1856 (Nasceu em Paris e morreu no Rio de
Janeiro: pneumonia).
16. Primeiro poema (1841 - 17 anos): “Entusiamo
Ardente” – dedicado a coroação de D. Pedro II.
Título: Cavaleiro da Ordem da Rosa (1849 – D. Pedro II)
Poemas escritos em Caxias: “Sofrimento”,
“Delírio”, “O orgulhoso”, “Tristeza, Recordação”,
“O cometa”, “O soldado espanhol”, “Deprecação”,
“Amor? delírio – engano”, “A virgem”, “Tristes
recordações”, “O donzel”, (talvez “O oiro”),
“Caxias” (Primeiros Cantos/Últimos Cantos).
Declamou por quatro vezes no teatro Harmonia.
17. • Julho de 1862= falsa notícia de sua morte.
• Fumador de charutos, sobretudo quando escrevia.
Era escândalo para os conterrâneos de seu tempo o
fato de fumar pelas ruas e tomar cerveja no Riacho
da (do) Ponte (nem na capital se admitia, ainda,
fumar ou beber em público).
• Bacharel em Direito (1844, Coimbra): advogado de
formação; poeta; jornalista;
etnógrafo/antropólogo; professor de História e
Latim (Colégio Pedro II); teatrólogo. Portanto, um
“Sabiá do canto plural”.
• Estudioso de línguas: latim, francês, italiano,
alemão, inglês, tupi...
18. OBRAS:
• Primeiros Cantos, Laemmert, Rio de Janeiro, 1846.
• Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão, Typografia Clássica, Rio de Janeiro, 1848.
• Últimos Cantos, Typografia de F. de Paula Brito, Rio de Janeiro, 1851.
• Cantos: coleção de poesias, 2ª ed. Leipzig, Brockhaus, 1857. (todos os poemas e 16 inéditos).
• Os Timbiras, Brockhaus, Leipzig, 1857.
• Dicionário da Língua Tupi, Brockhaus, Leipzig, 1858.
• Obras Póstumas de A. Gonçalves Dias, 6 Vls., Org. Antônio Henriques Leal, São Luís, B. de
Matos, 1868.
(Seis volumes)
Vol. I (Poesias); Vol. II (Traduções); Vol. III (Meditação – Memórias de Agapito Goiaba (frag.
de romance); Um anjo; Viagem pelo Rio Amazonas (cartas); Reflexões sobre os Anais
Históricos do Maranhão ; Resposta ao Jornal A Religião; Amazonas (memória histórica); O
Descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral foi Devido a um Mero Acaso?; Vol. IV:
Dramas – Patkull ( escrito em 1843); Beatriz de Cenci ( escrito em 1843); Vol. V: Dramas –
Leonor de Mendonça (escrito em 1846), Boabdill (escrito em 1850); Vol. VI: Memória –
Brasil e Oceania (apresentado ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1852)
Principais fontes consultadas:
GONÇALVES DIAS: Poesia e prosa completas, org. Alexei Bueno, Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1998.
MORAES, Jomar. Gonçalves Dias: vida e obra.
BANDEIRA, Manuel . Poesia e vida de Gonçalves Dias.
19. Pedaço do navio “Ville de Boulogne” que naufragou na costa
maranhense (03/nov./1864), ocasionando a morte do grande poeta
romântico Gonçalves Dias. (Museu Histórico e Artístico do
Maranhão). Outro pedaço com o nome BOLOUGNE está em
exposição na ABL (Rio de Janeiro).
20. ÚNICO POEMA EM QUE APARECE A LEMBRANÇA DA MÃE:
“À borda do caminho; e sobre o peito
A cabeça inclinou, cruzando os braços.
Minha mãe!— soluçou; e um eco ao longe
Minha mãe! — respondeu. — Sentiu que a fome
Dolorosa as entranhas lhe apertava,
E sede intensa a ressequir-lhe as fauces;
Fome e sede curtiu como num sonho.”
(Trecho do poema “MISERRIMUS” (Lira vária), extraído de
Gonçalves Dias: poesia e prosa completas)
21. Quadras da minha vida
(trecho)
I
Ela era para mim bem como a esposa
Recém-casada, púdica sorrindo;
Alma de noiva — coração de virgem,
Que a minha vida inteira abrilhantava!
Quando um desejo me brotava n’alma,
Ela o desejo me satisfazia;
E o quer que ela me fizesse ou me dissesse,
Esse era o meu desejo, essa a voz minha,
Esse era o meu sentir do fundo d’alma,
Expresso pela voz que eu mais amava.
22. ENTUSIASMO ARDENTE*
(trecho)
“Atente Deus propício nesse voto,
De ventura, e de paz p’ra o novo Império
De ventura, e de paz p’ra o Monarca,
Que tão jovem no sólio toma assento,
A disfarçado peso sotoposto
D’áurea coroa te sujeite um povo inteiro.”
*Dedicado à coroação de Dom Pedro II.
23. Enfim te vejo! - enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado
A não lembrar-me de ti!
II
Dum mundo a outro impelido,
Derramei os meus lamentos
Nas surdas asas dos ventos,
Do mar na crespa cerviz!
Baldão, ludíbrio da sorte
Em terra estranha, entre gente,
Que alheios males não sente,
Nem se condói do infeliz!
III
Louco, aflito, a saciar-me
D'agravar minha ferida,
Tomou-me tédio da vida,
Passos da morte senti;
Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esperança,
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi!
I
AINDA UMA VEZ ADEUS
24. Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossas flores têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
25. Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
26. NÚMEROS SOBRE A “CANÇÃO DO EXÍLIO”
24 versos em redondilha-maior. (3 quartetos e 2
sextetos)
114 palavras (pelas repetições reduzem-se a 57)
minha = 3 vezes; onde= 3 vezes; nosso = 3; mais = 5;
Sabiá = 3; lá = 3; cá = 1; palmeiras = 4; sem = 2; em =
1; que= 5; terra = 3; tem = 7; canta = 3; encontro = 2;
o = 4; eu = 2; gorjeiam = 1; vida = 1; a = 1; noite = 1;
não = 2.
27. Canção do Tamoio
(Natalícia)
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida: Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
Tamoios: primeiros habitantes do Rio de Janeiro.
O subtítulo celebra o nascimento de uma criança.
O pai dá conselhos de como preservar as tradições do seu povo.
28. I- Juca Pirama
( “O que há de ser morto”)
IV
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
29. SEUS OLHOS
“Seus olhos, tão negros, tão belos, tão puros,/
de vivo luzir,/estrelas incertas, que as águas
dormentes/do mar vão ferir;.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
de meiga expressão
mais doce que a brisa, — mais doce que a frauta
quebrando a solidão.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
de vivo luzir,
são meigos infantes, gentis, engraçados
brincando a sorrir.”.
30. SE SE MORRE DE AMOR
(fragmentos: 1ª e 3ª estrofes)
“Se se morre de amor! – Não, não se morre,/Quando é fascinação
que nos surpreende/De ruidoso sarau entre os festejos;/Quando
luzes, calor, orquestra e flores/Assomos de prazer nos raiam
n’alma,/Que embelezada e solta em tal ambiente/
No que ouve e no que vê prazer alcança!”
.
“Clarão, que as luzes ao morrer despedem:/Se outro nome lhe
dão, se amor o chamam,/D’amor igual ninguém sucumbe à
perda./Amor é vida; é ter constantemente/Alma, sentidos,
coração – abertos/Ao grande, ao belo, é ser capaz
d’extremos,/D’altas virtudes, té capaz de crimes!”.
45. Estrela-do-mar
O doutor Gonçalves Dias nunca conheceu a morte...
mar-estrelificou-se naquele novembro que não naufraga em nós.
(Carvalho Junior, do livro em processo de edição
“Dança dos dísticos”, Editora Patuá, São Paulo, 2014)