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Capítulo 9

Família...

Dia 02 de setembro de 2012. Exatamente um dia após o festival de musica de Jéssica, no
qual Marco tocara junto com a garota. O rapaz ficara com a dúvida do por que não contar para
Sarah sobre o beijo no rosto que ele levara. Decidido, levantou confiante e foi para a escola com
o intuito de ajudar a amiga e descobrir o que a atormentava.
Chegando à escola, foi parado por diversos colegas que o parabenizaram pela
apresentação no festival e por ter apoiado Jéssica quando ela precisou. O garoto, que já era
tímido quando o elogiavam, quase sofreu um infarto devido a vergonha, entretanto, toda sua
vergonha foi embora na hora que escutou a voz entre dentes de Sarah o chamando.
-Marco... Você pode vir aqui um pouquinho? – Perguntou a garota que aparentava estar
nervosa.
-S-Sim... – Respondeu o rapaz hesitante.
Marco e Sarah se retiraram do meio de todos e foram para fora da escola conversar.
-Então... É só eu não estar por perto que... Que você beija a minha melhor amiga? – Disse
Sarah sem olhar para o amigo.
-O QUE? – Gritou Marco assustado – Co-Como você sabe?
-Eu tenho meus mo – Foi interrompida por Marco.
-Você estava seguindo a gente, não estava? – Perguntou Marco.
-O-O que? Eu não estava seguindo ninguém! – Disse a garota começando a ficar
vermelha.
-Sarah... Eu te conheço... Você não quer participar dos planos, mas sempre está por
perto... Eu sabia que você iria estar lá. Você foi, não foi? – Perguntou Marco.
Sarah não respondeu nada, pois estava sem jeito e não acreditava que Marco sabia que ela
estava seguindo os dois e foi à apresentação.
-E, Sarah... ela somente me beijou no rosto... Acho que você estava um pouco longe para
ter visto nós nos beijando... – Disse Marco sorrindo.
-Be-Beijo no rosto? É sério mesmo? – A garota começou a se encolher de vergonha após
perceber a bola fora que dera.
-Agora me diga, Sarah. Por que você está tão preocupada de um tempo pra cá? Você
sempre está desligada e com o olhar vago. O que te preocupa? – Perguntou Marco.
A garota abaixou a cabeça, pensou e respondeu logo em seguida.
-Isso não é da sua conta... Isso é problema meu e não está no nosso acordo você se
preocupar comigo.
-Pare de ser idiota! Você é minha amiga e eu não posso me preocupar? Não seja criança...
– Disse Marco.
-Cale a boca! – Gritou Sarah – Eu já disse que é problema meu! Não fale coisas assim! Se
quiser saber... Não precisa ir cozinhar para mim esses dias... Eu já estou boa!
Sarah ao terminar de responder, virou as costas e foi para a sala. Marco ficou parado,
assustado com as palavras da amiga, mas mais assustado ainda porque confirmara que Sarah
estava com problemas. Enfim, o garoto foi para a sala de aula que ocorreu normalmente. No
intervalo, pela primeira vez, Sarah foi a única que não desceu. Todos ficaram preocupados com a
amiga e foram perguntar o que acontecia, mas essa sempre se focava na resposta de que não
acontecia nada.
Após as aulas, Marco e Eren estavam voltando para suas casas, quando Marco
pronunciou:
-Alguma coisa está acontecendo com Sarah e isso está me intrigando. Por que ela não
permite ser ajudada?
-Deve ser porque ela quer mostrar que é forte e não precisa de ninguém, já que brigava
com os pais e saiu de casa para mostrar que era independente... – Respondeu Eren.
-Eu já disse várias vezes que ela não precisa provar nada para ninguém. Ela é especial do
jeito que é. Não tem nada de mais depender ou precisar da ajuda de alguém. – Disse Marco,
balançando a cabeça.
-Marco, a Sarah é muito cabeça dura. Desde pequena quando encanava com alguma
coisa, era difícil de mudar sua opinião ou atitude, mesmo sabendo que não era necessário.
-Eu sei, Eren... Mas, ela não precisa se esforçar tanto... Ela não precisa se preocupar tanto
agora... Ela tem que se apoiar e depender de alguém também... – Respondeu Marco, pensativo.
-Você gosta mesmo dela, não é, Marco? – Perguntou Eren.
-O que? – Disse Marco, assustado – N-Não gosto dela... Eu só quero ajuda-lá... É o
mínimo que posso fazer por tudo que ela fez por mim...
-Sei! – Disse Eren, dando risadas.
Após toda a conversa, os rapazes se separaram na esquina da casa de Eren, e cada um
seguiu seu rumo. Os pensamentos em Sarah ficavam flutuando na cabeça de Marco, que não
sabia como podia ajudar a amiga. Até que, enquanto almoçava, teve a idéia de observar as
atitudes da garota, para que assim pudesse obter melhores informações sobre o que acontecia.
Durante a tarde, Marco foi ao supermercado para comprar alimentos para sua avó, e por incrível
que parecesse, encontrou Sarah. Para que não fosse percebido pela garota, se escondeu o mais
rápido possível e ficou observando as ações. Sarah em um supermercado comprando legumes,
carnes e frutas? Será mesmo que ela não precisa mais de mim na cozinha? Pensava Marco.
Assim que a garota terminou e foi embora, Marco voltou a escolher os alimentos e logo após foi
embora. Passou o resto ta tarde e até a hora de dormir pensando no que estaria acontecendo com
a garota para mudar da água para o vinho daquele jeito. Será que estava bolando um plano para o
Eren? Ou simplesmente ela resolveu não precisar mais de ninguém? Eram perguntas que ficavam
na cabeça do garoto.
No dia seguinte, Marco estava sentado em sua carteira conversando com Eren, quando
Sarah entrou na sala com alguns dedos enrolados em talas.
-É... Possivelmente ela tentou cozinhar sozinha... – Resmungou Marco para si.
-O que você disse, Marco? – Perguntou Eren, sem escutar o que Marco havia dito.
-O que? E-Eu não disse nada! Acho que você está ouvindo coisas, Eren! – Disse Marco,
com uma risada de soslaio.
Enfim, começou a aula e seguiu-se tranquilamente até o horário do intervalo. Durante
esse tempo, Sarah estava no banheiro. Marco e Eren estavam sentados sob a sombra da árvore do
pátio. Quando de repente, Jéssica apareceu assustada.
-Pessoal! Algo horrível está acontecendo com Sarah!
Os dois rapazes se assustaram.
-O que é, Jéssica? Você sabe? – Perguntou Marco angustiado.
-Eu sei... E acho que... – Parou e hesitou.
-Vamos! Fale logo! – Disse Marco.
-Eu acho que ela está tentando cozinhar sozinha! – Respondeu a garota com um rosto de
medo.
Eren se assustou, mas Marco não se mostrou nem um pouco surpreso.
-Era... Era isso que você acha que está de errado com a Sarah e a que está preocupando
tanto assim? – Perguntou Marco sem jeito.
-Sim! – Respondeu Jéssica com firmeza.
-Por que essa indignação, Marco? A Sarah querendo cozinhar sozinha. Isso é um risco
para a humanidade! Acho que o problema é maior do que pensávamos!
Marco, como já estava acostumado a ver as habilidades de Sarah na cozinha, deu risadas
ao ver o desespero dos amigos. Mas, ainda existia alguma coisa que Sarah estava escondendo.
Enfim, após o termino das aulas matinais e após o almoço, ficou acombinado entre os três
amigos que Marco seria o responsável por seguir Sarah e observar as atitudes da garota, mas sem
ser descoberto. Durante atarde, Marco passou a seguir a garota para obter mais informações. Para
sua surpresa, a garota foi para dentro de uma livraria da cidade. Lá dentro, Marco começou a se
esconder enquanto a garota procurava algum livro na estante. Até que após alguns minutos
procurando, a garota sorriu e retirou um livro de culinária da prateleira e começou a ler. Por que
a Sarah está tão interessada em ficar boa na cozinha? Desde o começo do ano fui eu que fazia as
coisas... Será que ela quer se ver livre de mim? Espera, por quê estou pensando uma coisa
dessas? Os pensamentos de Marco se tornavam cada vez mais confusos. Após uma hora dentro
da livraria, Sarah saiu com dois livros de culinária e foi para sua casa. Marco sentou-se no banco
da praça, confuso com o que sentia. Aquele sentimento de que talvez Sarah iria realmente não
precisar mais dele era o que mais causava um aperto em seu peito, mas não queria pensar em
coisas como essas e sim no motivo que ainda afligia a amiga.
Era exatamente 20 horas quando Marco, Eren e Jéssica conversavam pelo computador em
uma chamada de vídeo.
-Ela comprou livros de culinária?! – Gritou Jéssica.
-Sim, mas não precisa gritar desse jeito. – Respondeu Marco.
-A Sarah querendo cozinhar... Talvez isso seja um grande problema, principalmente ela
morando sozinha... – Disse Eren pensativo.
-Marco, ela não disse nada para você por que ela te dispensou de cozinhar e quis aprender
sozinha? – Perguntou Jéssica.
-O QUE? – Gritou Marco, assustado – Co-Como você sabe que eu fazia a janta para ela?
-Ora, ora, seu bobinho. Quando eu ia fazer visitas mais a noite eu via você saindo várias
vezes da casa dela. Mas vocês estavam sempre brigando e não me percebiam... – Disse a garota
sorrindo.
-E-Eu não acredito... – Disse Marco debruçando-se na mesa do computador, indignado
com o que acabara de ouvir.
-O que? Por que você nunca me contou isso, Marco? – Gritou Eren, indignado com o
colega.
-É uma longa história, Eren... – Respondeu Marco, desiludido.
-Espera... Será que a Sarah está assim por... – Jéssica parou e pensou um minuto – Marco
você não contou sobre o beijo no rosto que te dei, não é?
-O que? Beijo no rosto? Saindo da casa de uma garota à noite e cozinhando? O que mais
você não me contou, Marco? Meu Deus, meu amigo não confia em mim! – Disse Eren com voz
irônica de choro.
-Meu Deus... Eu mereço! – Disse Marco, levantando as mãos para o alto.
-Então Marco, me responda! Você contou ou não para ela? – Perguntou Jéssica
angustiada.
-Na verdade, não precisei contar... Ela mesma viu...
-O QUE VOCÊ DISSE? – Gritou Jéssica.
-Ca-Calma, Jéssica! Está tudo bem... E-Eu só disse que ela viu e – Foi interrompido por
Jéssica.
-Então é por isso que ela está assim... – Disse Jéssica.
-Como assim? – Perguntou Marco.
-Na-Nada... Acho que ela não gostou de ver eu com um garoto já que ela me ajudava na
escola a me livrar dos vários rapazes que ficavam em volta... – Disse Jéssica sem graça.
-Não... – Disse Marco.
-O que? – Perguntou Jéssica.
-Não é esse o motivo... Tenho certeza que é algo muito maior do que isso... Estou
preocupado... Ela sempre foi muito ativa e agora está querendo ficar muito quieta... – Respondeu
Marco pensativo.
-O que você acha que é, Marco? – Perguntou Eren.
-Não sei... Mas, amanhã irei botar todas as cartas na mesa... – Disse Marco confiante.
-Tome cuidado, Marco... Você vai falar com Sarah, se é que me entende... – Disse
Jéssica, alertando o amigo.
-Pode ficar tranquila... Eu já sei como falar com ela. – Respondeu Marco.
Após alguns minutos a mais de conversa, todos saíram. Marco deitou-se na cama e se
preparou para o próximo dia, pois este seria de extrema importância.
No outro dia, as aulas correram de maneira tranqüila. No intervalo, todos ficaram
encorajando Marco para ir falar com Sarah sobre o que estava acontecendo. Na saída, enquanto
todos já tinham ido embora, Marco chamou Sarah para conversarem sob a sombra da árvore no
pátio. Estava ensolarado e a brisa batia quente nos rostos dos amigos, um de frente para o outro.
-O que é que você quer? – Perguntou direto, Sarah.
-Sarah, eu tenho algumas coisas para te falar e que vem me deixando inquieto já faz um
tempo... – Disse Marco, sério.
-O que? – Disse Sarah começando a ficar vermelha de vergonha.
-Sarah... Eu... – Parou e pensou – Eu quero saber por que você não me permite
saber o -E-Eu já disse que não preciso de ajuda! Eu estou – Foi interrompida por Marco.
-Pelo menos, fale para mim que você irá me dispensar de cozinhar para você!
Fale que você está aprendendo e não precisará mais de mim, mas não me avise
desprevenido ou pelos outros! Quero ouvir isso unicamente de você! – Disse Marco,
envergonhado.
-O quê? – Sarah começou a dar risadas.
-Por-Por que você está rindo? – Perguntou Marco sem entender nada.
-Primeiro: Eu já havia falado para você, pessoalmente, para não cozinhar mais
para mim. Mas, não com o intuito de te dispensar. Eu queria um tempo sozinha para eu
melhorar minhas técnicas, pois eu sabia que se você estivesse junto iria me ajudar e, no
final das contas, faria tudo sozinho. E segundo: Eu não queria te falar, mas... Meus pais
virão me visitar depois de amanhã para ver como estou vivendo sozinha... Então, para
mostrar para eles que consigo me virar sem a ajuda de alguém, comecei a treinar na
cozinha e limpar a casa... – Respondeu Sarah, olhando para baixo.
-Droga, Sarah! Por que você não me disse isso antes? – Disse Marco, bravo.
-Porque eu sabia que você iria querer me ajudar e, no final de tudo, você faria
sozinho...
-Sarah! Era só você ter me contado a verdade e eu te ajudaria da maneira
correta! Eu fiquei preocupado com você agindo diferente!
-Vo-Você ficou preocupado? – Perguntou a garota, não acreditando nas palavras
do amigo.
-É ló-lógico! Você que era sempre a animada, de repente ficou presa na sua
mente e não fazia mais nada! Agia estranha comigo!
Sarah abaixou a cabeça pensativa enquanto Marco falava.
-Foi desde as férias que você soube que eles viriam, não foi? Por isso desde
aquela época você estava pensativa? – Perguntou Marco.
-Na verdade, faz três semanas que eles avisaram que viriam...
-Espera... Três semanas... Mas então, por que você estava agindo estr – Foi
interrompido por Sarah.
-Não importa mais agora! Você já solucionou a sua duvida, não foi?! Agora vou
para casa treinar e nem tente aparecer, seu idiota! – Disse Sarah rapidamente e foi
embora.
Marco ficou parado sem entender a atitude da garota, mas sorriu por ter
descoberto o que a estava atormentando esses dias. À noite, os três colegas estavam
reunidos novamente frente ao computador em vídeo chamada.
-Interessante... – Disse Jéssica, ao saber de tudo.
-Então, ela não quer que ajudemos... Típico da garota independente que conheço
desde pequeno... – Disse Eren.
-Não quero saber se ela quer ou não ajuda. Iremos ajudá-la com os pais! – Disse
Marco.
-Mas, Marco ela mesmo disse que – Jéssica foi interrompida por Marco.
-Não quero saber... Se ela já não tem uma relação boa com os pais, então não vai
ser nada fácil! Ela irá precisar de apoio...
-Bem... Nesse ponto tenho que concordar com Marco, Jéssica... – Respondeu
Eren.
-É... Você tem razão, Eren... Com certeza será um desafio e tanto para ela... –
Respondeu Jéssica.
-O que faremos, Marco? – Perguntou Eren.
-Fiquem tranqüilos. Já tenho o plano perfeito na cabeça! – Respondeu Marco
confiante.
Os três amigos ficaram até tarde conversando sobre como funcionaria o plano e
que não deveriam espalhar essa informação para Sarah, pois estariam perdidos se a
garota soubesse. Após longas horas de conversa, todos saíram e foram para suas camas
dormir.
No outro dia, tudo ocorreu normalmente como se nada tivesse acontecido. Os
três amigos conversaram normalmente com Sarah para que ela não percebesse nada. Em
suma, o dia foi tranqüilo e sem nenhuma exaltação. Eren, que às vezes fazia um drama
na hora de voltar das aulas, dizia que mesmo sendo seu melhor amigo, Marco nunca
contou nada para ele e ainda por cima escondia. Mas, tudo não passava de uma
brincadeira. Enfim, Marco ficou o resto do dia em casa pensando mil maneiras de agir
nesse plano que bolara para a amiga. Sarah nunca se deu bem com os familiares, por
isso resolveu morar sozinha. Era algo que preocupava Marco: Um encontro de pessoas
que não se davam bem e não se viam há muito tempo.
Enfim, no tão esperado dia, Marco levantou decidido a fazer o seu melhor para
auxiliar Sarah em uma missão complicadíssima. Mostrar que a garota era independente
não seria nada fácil, mas não podia deixá-la na mão. Era sábado e, como não tinha aula,
os três amigos, no período da tarde, se encontraram na praça para fazer os últimos
ajustes no plano.
-Falei com Sarah hoje de manhã e ela me disse que os pais dela chegariam às 19
horas. Então, às 19:30, entraremos em ação! – Disse Marco.
-Certo! – Confirmaram os dois amigos
O plano estava enfim armado. Assim, os amigos se despediram e foram para
suas casas a fim de se prepararem.
Eram exatamente 19 horas, quando Sarah abriu a porta para seus pais. Adam
Abnezer, de 40 anos, médico. Cabelos negros curto e liso, alto, inteligente, olhos pretos
e muito sociável. Passava sempre a imagem de não precisar de ninguém, dando a ideia
de que era capaz de fazer tudo sozinho. Talvez daí Sarah herdou essa paranóia.
Charlotte Abnezer, de 38 anos, também uma ótima médica. Cabelos morenos e longos,
média estatura, inteligente, olhos verdes e sociável. Tranqüila, tenta sempre ajudar aos
outros. Contudo, muitas das vezes, faz tudo sozinha. Sarah pediu para que entrassem,
mas com certo ódio devido ao jeito com que a encararam assim que esta abriu a porta.
-Então, você está morando mesmo sozinha... – Disse Adam, enquanto se sentava
no sofá.
-Sim. Por quê? Vocês não estavam acreditando que eu conseguiria? –
Respondeu Sarah.
-Ele não quis dizer isso, Sa – Charlotte foi interrompida por Adam.
-E pelo visto, você ainda continua rude e imprudente como sempre, mocinha!
-Rude e imprudente porque vocês ainda não acreditam que eu já possa me virar
sozinha. Já tenho 17 anos!
-Gente, vai com calma. Essa é uma visita amigável! – Disse Charlotte, tentando
apartar a situação.
-Você sabe se virar sozinha? Por que tenho que te mandar dinheiro todo mês,
então? Para comprar comida e pagar empregada, não é? Porque você só estu – Foi
interrompido por Sarah.
-Eu vou provar agora mesmo que sei cozinhar! E olhe a casa como está limpa!
Por que você acha que eu tentei contatá-lo este ano para você parar de mandar o
dinheiro? Porque eu já sei fazer tudo sozinha! O senhor que ignorou meus pedidos e
continuou mandando mesmo assim!
-E-Eu não recebi nenhum pedido! – Respondeu sem graça Adam.
-Pois bem, aguardem aqui que irei fazer o jantar! – Disse Sarah, virando-se de
costas e indo para a cozinha.
Ao chegar lá, começou a colocar as panelas sobre o fogão e separou todos os
ingredientes que deveria usar. Mas, para a sua surpresa, não sabia por onde começar
devido ao nervosismo que a abalara no momento. Por que eu não estou conseguindo
raciocinar? Aquele homem me tira do sério! Droga, como eu faço isso? Pensava
desesperada Sarah. Mesmo com o livro a garota ficava olhando tudo que já tinha
separado, porém, não sabia por onde começar e isto aumentava cada vez mais o
nervosismo. Quando de repente, soou a campainha. A garota escutou que sua mãe havia
atendido a porta, mas não sabia quem era. Até que a mesma apareceu na porta da
cozinha, dizendo:
-Sarah! Tem um rapaz aqui na porta falando que veio ter aula de culinária com
você...
Sarah deu um grito e saiu da cozinha para ver quem era. Para sua surpresa,
parado na porta estava Marco sorrindo.
-Olá, Sarah!
-O-O que você está faz – Foi interrompida pelo rapaz.
-Oras! O que é isso, Sarah? Hoje é dia de você me ensinar a cozinhar, não é?
Afinal de contas, sou horrível na cozinha! Precisarei ser bom como você para
sobreviver na faculdade! – Disse o rapaz sorrindo.
Sarah ficou travada sem entender o que estava acontecendo.
-Você está boa assim mesmo até para dar aulas? – Perguntou Adam sem
acreditar na situação.
-É lógico, senhor! Ela faz uma ótima comida! Tenho certeza de que o senhor tem
orgulho dela! – Respondeu Marco.
O pai ficou meio sem graça depois do que ouvira de Marco que, no final das
contas, acabou entrando e indo para a cozinha com a garota.
-O que você está fazendo aqui, seu idiota! – Perguntou Sarah, nervosa enquanto
os dois estavam na cozinha.
-Fique quieta! Estou aqui para ajudar. Não deve estar sendo fácil para você! Eu
já disse que vou te ajudar e estar sempre junto contigo! Agora, fique quieta e deixe-me
fazer esse jantar. – Disse Marco, dando uma bronca em Sarah que ficou assustada ao
ouvir tudo isso do amigo.
-Mas, eu disse para você não – Foi interrompida por Marco.
-Fique tranqüila, que vem mais por aí! – Disse o garoto, sorrindo.
-O quê? – Perguntou a garota.
Assim que terminou a sua fala, novamente a campainha soou e a garota saiu
correndo para ver quem era. Sarah não acreditou quando sua mãe abriu a porta. Eren,
Samanta e Jéssica estavam parados lá.
-Sa-Sarah... Esse pessoal falou que veio para que você ensinasse a eles como
consegue manter a casa tão limpa... – Dizia Adam sem acreditar no que estava vendo.
-O-O QUÊ? – Gritou Sarah, assustada.
-Sim, Sim! Aquele dia que estivemos aqui adoramos ver como você era limpa e
limpava bem cada cômodo da sua casa. Então, resolvemos pedir para você nos dar
alguns conselhos! – Disse Jéssica, sorrindo.
-Afinal de contas, eu sou um rapaz! Tenho que aprender a limpar para
sobreviver na faculdade e nada melhor do que você para me ensinar! – Disse Eren.
-Eu só estou aqui por causa do Eren... – Resmungou Samanta.
Os três ficaram na sala, enquanto Sarah voltou para a cozinha.
-Eu não acredito que você bolou tudo isso... – Disse Sarah, indignada.
-Eu te disse, Sarah. Todos nós gostamos de você e não queríamos mais ver você
daquele jeito. Então, resolvemos ajudar.
Sarah ficou vermelha de vergonha e resmungou que não precisava de ajuda.
Mas, mesmo assim, Marco continuou e ignorou os xingamentos da amiga. Eram 20
horas e 30 minutos, quando a janta foi servida.
-Devo admitir que o jantar está muito bom... – Disse sério Adam.
Sarah sorriu pelo menos um pouco.
-Sim! Enfim, minha filha já pode casar! – Disse Charlotte, contente por ver a
filha daquele jeito.
-Você pode estar boa na cozinha, limpando, mas ainda é criança por deixar um
rapaz de mesma idade entrar na sua casa tão tarde da noite... – Resmungou Adam.
-Para você nunca está bom, não é? Droga! – Gritou Sarah, batendo a mão na
mesa.
-Não erga a voz para mim, mocinha! Você é criança e ainda precisa da gente!
-Não! – Gritou Marco, entrando na discussão.
-O que é isso, rapaz. Com quem você acha que está falando? – Disse Adam,
ficando nervoso.
-Eu estou falando com alguém que não quer enxergar que a filha cresceu e não
precisa mais ficar sob suas asas. – Disse Marco sério.
Adam ficou sem palavras. Parecia que a verdade era mais dura do que ele
esperava.
-Sarah é sim uma garota independente, mas não é por isso que ela não irá
precisar de cuidados... É nessa hora que vocês têm que fazer o papel de pai e mãe... Não
ficarem segurando-na, mas sim apoiá-la em suas decisões!
-Marco, já bas – Sarah foi interrompida por Marco.
-Não! Agora, você vai ficar de boca calada! – Respondeu Marco.
Sarah parou na hora e ficou admirando o amigo.
-Vocês acham que ela quis morar sozinha por quê? Porque ela não queria ser
mimada! Ela queria ter a própria vida! Vocês devem cuidar dela, mas não demais. Ela
sabe bem o que quer e tem um ótimo futuro. Não acabem com isso com esse
protecionismo ganancioso. Vocês têm condições de proporcionar experiências incríveis
com ela. Então, não joguem fora isso com a ilusão de que ela nunca irá crescer ou sair
de casa.
Todos ficaram em silêncio, até que o pai de Sarah voltou a sentar-se na mesa.
-Droga... Você fez grandes amigos mesmo... Pior que isso... Amigos com muitos
argumentos...
-Fiquei muito contente com o que acabei de ouvir, Adam. – Disse Charlotte.
-O quê? – Perguntou Adam.
-Isso mostra que a nossa menina está crescendo e criando seus próprios
vínculos... – Disse Charlotte, sorrindo.
-Sim. Isso é verdade, apesar de eu não gostar muito desses “vínculos”. –
Respondeu de cara fechada Adam.
Tudo ocorreu tranquilamente após toda a discussão. Enquanto os quatro amigos
limpavam os pratos na cozinha, Sarah conversava a sós com seus pais antes de irem
embora. Ao mesmo tempo, Adam avistou Marco na cozinha e gritou:
-Nós iremos nos encontrar novamente, garoto! Esteja preparado!
-O quê?! – Gritou Marco assustado.
Adam se virou de costas e foi embora dando risadas, enquanto Marco ficou
parado na porta da cozinha, como se tivesse visto um fantasma. Após os pais da garota
irem embora, Sarah colocou todos os amigos sentados no sofá da sala e ficou em pé
frente a eles.
-Vocês sabem o que fizeram aqui? Principalmente você, Marco idiota!
Todos balançaram a cabeça fazendo um sinal positivo.
-Obrigada... – Disse Sarah, envergonhada.
Todos levantaram assustados, pois Sarah agradecendo era um feito histórico.
-Vocês são loucos por virem aqui, mesmo depois de eu ter dito que não. E, por
incrível que pareça, eu só havia contado para o Marco! – Disse Sarah, olhando
ironicamente para todos.
-Então... Você sabe como é, não é? – Disse Marco, ficando sem jeito.
-Seu idiota... – Disse Sarah, sorrindo.
No final de tudo, todos começaram a rir e chamarem Marco de guerreiro por ter
enfrentado o pai de Sarah cara a cara. Pediram pizza para comemorar a “vitória” de
Sarah no encontro com os pais, levando a festa até ainda mais tarde. Após todos
festejarem, foram cada um para suas casas. Marco, com uma sensação de dever
cumprido. E Sarah, de uma barreira ultrapassada. Agora, o que restava para os amigos
era se concentrarem nos estudos e no torneio de futebol que se aproximava.

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Sarah em segredo

  • 1. Capítulo 9 Família... Dia 02 de setembro de 2012. Exatamente um dia após o festival de musica de Jéssica, no qual Marco tocara junto com a garota. O rapaz ficara com a dúvida do por que não contar para Sarah sobre o beijo no rosto que ele levara. Decidido, levantou confiante e foi para a escola com o intuito de ajudar a amiga e descobrir o que a atormentava. Chegando à escola, foi parado por diversos colegas que o parabenizaram pela apresentação no festival e por ter apoiado Jéssica quando ela precisou. O garoto, que já era tímido quando o elogiavam, quase sofreu um infarto devido a vergonha, entretanto, toda sua vergonha foi embora na hora que escutou a voz entre dentes de Sarah o chamando. -Marco... Você pode vir aqui um pouquinho? – Perguntou a garota que aparentava estar nervosa. -S-Sim... – Respondeu o rapaz hesitante. Marco e Sarah se retiraram do meio de todos e foram para fora da escola conversar. -Então... É só eu não estar por perto que... Que você beija a minha melhor amiga? – Disse Sarah sem olhar para o amigo. -O QUE? – Gritou Marco assustado – Co-Como você sabe? -Eu tenho meus mo – Foi interrompida por Marco. -Você estava seguindo a gente, não estava? – Perguntou Marco. -O-O que? Eu não estava seguindo ninguém! – Disse a garota começando a ficar vermelha. -Sarah... Eu te conheço... Você não quer participar dos planos, mas sempre está por perto... Eu sabia que você iria estar lá. Você foi, não foi? – Perguntou Marco. Sarah não respondeu nada, pois estava sem jeito e não acreditava que Marco sabia que ela estava seguindo os dois e foi à apresentação. -E, Sarah... ela somente me beijou no rosto... Acho que você estava um pouco longe para ter visto nós nos beijando... – Disse Marco sorrindo. -Be-Beijo no rosto? É sério mesmo? – A garota começou a se encolher de vergonha após perceber a bola fora que dera.
  • 2. -Agora me diga, Sarah. Por que você está tão preocupada de um tempo pra cá? Você sempre está desligada e com o olhar vago. O que te preocupa? – Perguntou Marco. A garota abaixou a cabeça, pensou e respondeu logo em seguida. -Isso não é da sua conta... Isso é problema meu e não está no nosso acordo você se preocupar comigo. -Pare de ser idiota! Você é minha amiga e eu não posso me preocupar? Não seja criança... – Disse Marco. -Cale a boca! – Gritou Sarah – Eu já disse que é problema meu! Não fale coisas assim! Se quiser saber... Não precisa ir cozinhar para mim esses dias... Eu já estou boa! Sarah ao terminar de responder, virou as costas e foi para a sala. Marco ficou parado, assustado com as palavras da amiga, mas mais assustado ainda porque confirmara que Sarah estava com problemas. Enfim, o garoto foi para a sala de aula que ocorreu normalmente. No intervalo, pela primeira vez, Sarah foi a única que não desceu. Todos ficaram preocupados com a amiga e foram perguntar o que acontecia, mas essa sempre se focava na resposta de que não acontecia nada. Após as aulas, Marco e Eren estavam voltando para suas casas, quando Marco pronunciou: -Alguma coisa está acontecendo com Sarah e isso está me intrigando. Por que ela não permite ser ajudada? -Deve ser porque ela quer mostrar que é forte e não precisa de ninguém, já que brigava com os pais e saiu de casa para mostrar que era independente... – Respondeu Eren. -Eu já disse várias vezes que ela não precisa provar nada para ninguém. Ela é especial do jeito que é. Não tem nada de mais depender ou precisar da ajuda de alguém. – Disse Marco, balançando a cabeça. -Marco, a Sarah é muito cabeça dura. Desde pequena quando encanava com alguma coisa, era difícil de mudar sua opinião ou atitude, mesmo sabendo que não era necessário. -Eu sei, Eren... Mas, ela não precisa se esforçar tanto... Ela não precisa se preocupar tanto agora... Ela tem que se apoiar e depender de alguém também... – Respondeu Marco, pensativo. -Você gosta mesmo dela, não é, Marco? – Perguntou Eren. -O que? – Disse Marco, assustado – N-Não gosto dela... Eu só quero ajuda-lá... É o mínimo que posso fazer por tudo que ela fez por mim... -Sei! – Disse Eren, dando risadas. Após toda a conversa, os rapazes se separaram na esquina da casa de Eren, e cada um seguiu seu rumo. Os pensamentos em Sarah ficavam flutuando na cabeça de Marco, que não
  • 3. sabia como podia ajudar a amiga. Até que, enquanto almoçava, teve a idéia de observar as atitudes da garota, para que assim pudesse obter melhores informações sobre o que acontecia. Durante a tarde, Marco foi ao supermercado para comprar alimentos para sua avó, e por incrível que parecesse, encontrou Sarah. Para que não fosse percebido pela garota, se escondeu o mais rápido possível e ficou observando as ações. Sarah em um supermercado comprando legumes, carnes e frutas? Será mesmo que ela não precisa mais de mim na cozinha? Pensava Marco. Assim que a garota terminou e foi embora, Marco voltou a escolher os alimentos e logo após foi embora. Passou o resto ta tarde e até a hora de dormir pensando no que estaria acontecendo com a garota para mudar da água para o vinho daquele jeito. Será que estava bolando um plano para o Eren? Ou simplesmente ela resolveu não precisar mais de ninguém? Eram perguntas que ficavam na cabeça do garoto. No dia seguinte, Marco estava sentado em sua carteira conversando com Eren, quando Sarah entrou na sala com alguns dedos enrolados em talas. -É... Possivelmente ela tentou cozinhar sozinha... – Resmungou Marco para si. -O que você disse, Marco? – Perguntou Eren, sem escutar o que Marco havia dito. -O que? E-Eu não disse nada! Acho que você está ouvindo coisas, Eren! – Disse Marco, com uma risada de soslaio. Enfim, começou a aula e seguiu-se tranquilamente até o horário do intervalo. Durante esse tempo, Sarah estava no banheiro. Marco e Eren estavam sentados sob a sombra da árvore do pátio. Quando de repente, Jéssica apareceu assustada. -Pessoal! Algo horrível está acontecendo com Sarah! Os dois rapazes se assustaram. -O que é, Jéssica? Você sabe? – Perguntou Marco angustiado. -Eu sei... E acho que... – Parou e hesitou. -Vamos! Fale logo! – Disse Marco. -Eu acho que ela está tentando cozinhar sozinha! – Respondeu a garota com um rosto de medo. Eren se assustou, mas Marco não se mostrou nem um pouco surpreso. -Era... Era isso que você acha que está de errado com a Sarah e a que está preocupando tanto assim? – Perguntou Marco sem jeito. -Sim! – Respondeu Jéssica com firmeza. -Por que essa indignação, Marco? A Sarah querendo cozinhar sozinha. Isso é um risco para a humanidade! Acho que o problema é maior do que pensávamos! Marco, como já estava acostumado a ver as habilidades de Sarah na cozinha, deu risadas
  • 4. ao ver o desespero dos amigos. Mas, ainda existia alguma coisa que Sarah estava escondendo. Enfim, após o termino das aulas matinais e após o almoço, ficou acombinado entre os três amigos que Marco seria o responsável por seguir Sarah e observar as atitudes da garota, mas sem ser descoberto. Durante atarde, Marco passou a seguir a garota para obter mais informações. Para sua surpresa, a garota foi para dentro de uma livraria da cidade. Lá dentro, Marco começou a se esconder enquanto a garota procurava algum livro na estante. Até que após alguns minutos procurando, a garota sorriu e retirou um livro de culinária da prateleira e começou a ler. Por que a Sarah está tão interessada em ficar boa na cozinha? Desde o começo do ano fui eu que fazia as coisas... Será que ela quer se ver livre de mim? Espera, por quê estou pensando uma coisa dessas? Os pensamentos de Marco se tornavam cada vez mais confusos. Após uma hora dentro da livraria, Sarah saiu com dois livros de culinária e foi para sua casa. Marco sentou-se no banco da praça, confuso com o que sentia. Aquele sentimento de que talvez Sarah iria realmente não precisar mais dele era o que mais causava um aperto em seu peito, mas não queria pensar em coisas como essas e sim no motivo que ainda afligia a amiga. Era exatamente 20 horas quando Marco, Eren e Jéssica conversavam pelo computador em uma chamada de vídeo. -Ela comprou livros de culinária?! – Gritou Jéssica. -Sim, mas não precisa gritar desse jeito. – Respondeu Marco. -A Sarah querendo cozinhar... Talvez isso seja um grande problema, principalmente ela morando sozinha... – Disse Eren pensativo. -Marco, ela não disse nada para você por que ela te dispensou de cozinhar e quis aprender sozinha? – Perguntou Jéssica. -O QUE? – Gritou Marco, assustado – Co-Como você sabe que eu fazia a janta para ela? -Ora, ora, seu bobinho. Quando eu ia fazer visitas mais a noite eu via você saindo várias vezes da casa dela. Mas vocês estavam sempre brigando e não me percebiam... – Disse a garota sorrindo. -E-Eu não acredito... – Disse Marco debruçando-se na mesa do computador, indignado com o que acabara de ouvir. -O que? Por que você nunca me contou isso, Marco? – Gritou Eren, indignado com o colega. -É uma longa história, Eren... – Respondeu Marco, desiludido. -Espera... Será que a Sarah está assim por... – Jéssica parou e pensou um minuto – Marco você não contou sobre o beijo no rosto que te dei, não é? -O que? Beijo no rosto? Saindo da casa de uma garota à noite e cozinhando? O que mais
  • 5. você não me contou, Marco? Meu Deus, meu amigo não confia em mim! – Disse Eren com voz irônica de choro. -Meu Deus... Eu mereço! – Disse Marco, levantando as mãos para o alto. -Então Marco, me responda! Você contou ou não para ela? – Perguntou Jéssica angustiada. -Na verdade, não precisei contar... Ela mesma viu... -O QUE VOCÊ DISSE? – Gritou Jéssica. -Ca-Calma, Jéssica! Está tudo bem... E-Eu só disse que ela viu e – Foi interrompido por Jéssica. -Então é por isso que ela está assim... – Disse Jéssica. -Como assim? – Perguntou Marco. -Na-Nada... Acho que ela não gostou de ver eu com um garoto já que ela me ajudava na escola a me livrar dos vários rapazes que ficavam em volta... – Disse Jéssica sem graça. -Não... – Disse Marco. -O que? – Perguntou Jéssica. -Não é esse o motivo... Tenho certeza que é algo muito maior do que isso... Estou preocupado... Ela sempre foi muito ativa e agora está querendo ficar muito quieta... – Respondeu Marco pensativo. -O que você acha que é, Marco? – Perguntou Eren. -Não sei... Mas, amanhã irei botar todas as cartas na mesa... – Disse Marco confiante. -Tome cuidado, Marco... Você vai falar com Sarah, se é que me entende... – Disse Jéssica, alertando o amigo. -Pode ficar tranquila... Eu já sei como falar com ela. – Respondeu Marco. Após alguns minutos a mais de conversa, todos saíram. Marco deitou-se na cama e se preparou para o próximo dia, pois este seria de extrema importância. No outro dia, as aulas correram de maneira tranqüila. No intervalo, todos ficaram encorajando Marco para ir falar com Sarah sobre o que estava acontecendo. Na saída, enquanto todos já tinham ido embora, Marco chamou Sarah para conversarem sob a sombra da árvore no pátio. Estava ensolarado e a brisa batia quente nos rostos dos amigos, um de frente para o outro. -O que é que você quer? – Perguntou direto, Sarah. -Sarah, eu tenho algumas coisas para te falar e que vem me deixando inquieto já faz um tempo... – Disse Marco, sério. -O que? – Disse Sarah começando a ficar vermelha de vergonha. -Sarah... Eu... – Parou e pensou – Eu quero saber por que você não me permite
  • 6. saber o -E-Eu já disse que não preciso de ajuda! Eu estou – Foi interrompida por Marco. -Pelo menos, fale para mim que você irá me dispensar de cozinhar para você! Fale que você está aprendendo e não precisará mais de mim, mas não me avise desprevenido ou pelos outros! Quero ouvir isso unicamente de você! – Disse Marco, envergonhado. -O quê? – Sarah começou a dar risadas. -Por-Por que você está rindo? – Perguntou Marco sem entender nada. -Primeiro: Eu já havia falado para você, pessoalmente, para não cozinhar mais para mim. Mas, não com o intuito de te dispensar. Eu queria um tempo sozinha para eu melhorar minhas técnicas, pois eu sabia que se você estivesse junto iria me ajudar e, no final das contas, faria tudo sozinho. E segundo: Eu não queria te falar, mas... Meus pais virão me visitar depois de amanhã para ver como estou vivendo sozinha... Então, para mostrar para eles que consigo me virar sem a ajuda de alguém, comecei a treinar na cozinha e limpar a casa... – Respondeu Sarah, olhando para baixo. -Droga, Sarah! Por que você não me disse isso antes? – Disse Marco, bravo. -Porque eu sabia que você iria querer me ajudar e, no final de tudo, você faria sozinho... -Sarah! Era só você ter me contado a verdade e eu te ajudaria da maneira correta! Eu fiquei preocupado com você agindo diferente! -Vo-Você ficou preocupado? – Perguntou a garota, não acreditando nas palavras do amigo. -É ló-lógico! Você que era sempre a animada, de repente ficou presa na sua mente e não fazia mais nada! Agia estranha comigo! Sarah abaixou a cabeça pensativa enquanto Marco falava. -Foi desde as férias que você soube que eles viriam, não foi? Por isso desde aquela época você estava pensativa? – Perguntou Marco. -Na verdade, faz três semanas que eles avisaram que viriam... -Espera... Três semanas... Mas então, por que você estava agindo estr – Foi interrompido por Sarah. -Não importa mais agora! Você já solucionou a sua duvida, não foi?! Agora vou para casa treinar e nem tente aparecer, seu idiota! – Disse Sarah rapidamente e foi embora. Marco ficou parado sem entender a atitude da garota, mas sorriu por ter descoberto o que a estava atormentando esses dias. À noite, os três colegas estavam
  • 7. reunidos novamente frente ao computador em vídeo chamada. -Interessante... – Disse Jéssica, ao saber de tudo. -Então, ela não quer que ajudemos... Típico da garota independente que conheço desde pequeno... – Disse Eren. -Não quero saber se ela quer ou não ajuda. Iremos ajudá-la com os pais! – Disse Marco. -Mas, Marco ela mesmo disse que – Jéssica foi interrompida por Marco. -Não quero saber... Se ela já não tem uma relação boa com os pais, então não vai ser nada fácil! Ela irá precisar de apoio... -Bem... Nesse ponto tenho que concordar com Marco, Jéssica... – Respondeu Eren. -É... Você tem razão, Eren... Com certeza será um desafio e tanto para ela... – Respondeu Jéssica. -O que faremos, Marco? – Perguntou Eren. -Fiquem tranqüilos. Já tenho o plano perfeito na cabeça! – Respondeu Marco confiante. Os três amigos ficaram até tarde conversando sobre como funcionaria o plano e que não deveriam espalhar essa informação para Sarah, pois estariam perdidos se a garota soubesse. Após longas horas de conversa, todos saíram e foram para suas camas dormir. No outro dia, tudo ocorreu normalmente como se nada tivesse acontecido. Os três amigos conversaram normalmente com Sarah para que ela não percebesse nada. Em suma, o dia foi tranqüilo e sem nenhuma exaltação. Eren, que às vezes fazia um drama na hora de voltar das aulas, dizia que mesmo sendo seu melhor amigo, Marco nunca contou nada para ele e ainda por cima escondia. Mas, tudo não passava de uma brincadeira. Enfim, Marco ficou o resto do dia em casa pensando mil maneiras de agir nesse plano que bolara para a amiga. Sarah nunca se deu bem com os familiares, por isso resolveu morar sozinha. Era algo que preocupava Marco: Um encontro de pessoas que não se davam bem e não se viam há muito tempo. Enfim, no tão esperado dia, Marco levantou decidido a fazer o seu melhor para auxiliar Sarah em uma missão complicadíssima. Mostrar que a garota era independente não seria nada fácil, mas não podia deixá-la na mão. Era sábado e, como não tinha aula, os três amigos, no período da tarde, se encontraram na praça para fazer os últimos ajustes no plano.
  • 8. -Falei com Sarah hoje de manhã e ela me disse que os pais dela chegariam às 19 horas. Então, às 19:30, entraremos em ação! – Disse Marco. -Certo! – Confirmaram os dois amigos O plano estava enfim armado. Assim, os amigos se despediram e foram para suas casas a fim de se prepararem. Eram exatamente 19 horas, quando Sarah abriu a porta para seus pais. Adam Abnezer, de 40 anos, médico. Cabelos negros curto e liso, alto, inteligente, olhos pretos e muito sociável. Passava sempre a imagem de não precisar de ninguém, dando a ideia de que era capaz de fazer tudo sozinho. Talvez daí Sarah herdou essa paranóia. Charlotte Abnezer, de 38 anos, também uma ótima médica. Cabelos morenos e longos, média estatura, inteligente, olhos verdes e sociável. Tranqüila, tenta sempre ajudar aos outros. Contudo, muitas das vezes, faz tudo sozinha. Sarah pediu para que entrassem, mas com certo ódio devido ao jeito com que a encararam assim que esta abriu a porta. -Então, você está morando mesmo sozinha... – Disse Adam, enquanto se sentava no sofá. -Sim. Por quê? Vocês não estavam acreditando que eu conseguiria? – Respondeu Sarah. -Ele não quis dizer isso, Sa – Charlotte foi interrompida por Adam. -E pelo visto, você ainda continua rude e imprudente como sempre, mocinha! -Rude e imprudente porque vocês ainda não acreditam que eu já possa me virar sozinha. Já tenho 17 anos! -Gente, vai com calma. Essa é uma visita amigável! – Disse Charlotte, tentando apartar a situação. -Você sabe se virar sozinha? Por que tenho que te mandar dinheiro todo mês, então? Para comprar comida e pagar empregada, não é? Porque você só estu – Foi interrompido por Sarah. -Eu vou provar agora mesmo que sei cozinhar! E olhe a casa como está limpa! Por que você acha que eu tentei contatá-lo este ano para você parar de mandar o dinheiro? Porque eu já sei fazer tudo sozinha! O senhor que ignorou meus pedidos e continuou mandando mesmo assim! -E-Eu não recebi nenhum pedido! – Respondeu sem graça Adam. -Pois bem, aguardem aqui que irei fazer o jantar! – Disse Sarah, virando-se de costas e indo para a cozinha. Ao chegar lá, começou a colocar as panelas sobre o fogão e separou todos os
  • 9. ingredientes que deveria usar. Mas, para a sua surpresa, não sabia por onde começar devido ao nervosismo que a abalara no momento. Por que eu não estou conseguindo raciocinar? Aquele homem me tira do sério! Droga, como eu faço isso? Pensava desesperada Sarah. Mesmo com o livro a garota ficava olhando tudo que já tinha separado, porém, não sabia por onde começar e isto aumentava cada vez mais o nervosismo. Quando de repente, soou a campainha. A garota escutou que sua mãe havia atendido a porta, mas não sabia quem era. Até que a mesma apareceu na porta da cozinha, dizendo: -Sarah! Tem um rapaz aqui na porta falando que veio ter aula de culinária com você... Sarah deu um grito e saiu da cozinha para ver quem era. Para sua surpresa, parado na porta estava Marco sorrindo. -Olá, Sarah! -O-O que você está faz – Foi interrompida pelo rapaz. -Oras! O que é isso, Sarah? Hoje é dia de você me ensinar a cozinhar, não é? Afinal de contas, sou horrível na cozinha! Precisarei ser bom como você para sobreviver na faculdade! – Disse o rapaz sorrindo. Sarah ficou travada sem entender o que estava acontecendo. -Você está boa assim mesmo até para dar aulas? – Perguntou Adam sem acreditar na situação. -É lógico, senhor! Ela faz uma ótima comida! Tenho certeza de que o senhor tem orgulho dela! – Respondeu Marco. O pai ficou meio sem graça depois do que ouvira de Marco que, no final das contas, acabou entrando e indo para a cozinha com a garota. -O que você está fazendo aqui, seu idiota! – Perguntou Sarah, nervosa enquanto os dois estavam na cozinha. -Fique quieta! Estou aqui para ajudar. Não deve estar sendo fácil para você! Eu já disse que vou te ajudar e estar sempre junto contigo! Agora, fique quieta e deixe-me fazer esse jantar. – Disse Marco, dando uma bronca em Sarah que ficou assustada ao ouvir tudo isso do amigo. -Mas, eu disse para você não – Foi interrompida por Marco. -Fique tranqüila, que vem mais por aí! – Disse o garoto, sorrindo. -O quê? – Perguntou a garota. Assim que terminou a sua fala, novamente a campainha soou e a garota saiu
  • 10. correndo para ver quem era. Sarah não acreditou quando sua mãe abriu a porta. Eren, Samanta e Jéssica estavam parados lá. -Sa-Sarah... Esse pessoal falou que veio para que você ensinasse a eles como consegue manter a casa tão limpa... – Dizia Adam sem acreditar no que estava vendo. -O-O QUÊ? – Gritou Sarah, assustada. -Sim, Sim! Aquele dia que estivemos aqui adoramos ver como você era limpa e limpava bem cada cômodo da sua casa. Então, resolvemos pedir para você nos dar alguns conselhos! – Disse Jéssica, sorrindo. -Afinal de contas, eu sou um rapaz! Tenho que aprender a limpar para sobreviver na faculdade e nada melhor do que você para me ensinar! – Disse Eren. -Eu só estou aqui por causa do Eren... – Resmungou Samanta. Os três ficaram na sala, enquanto Sarah voltou para a cozinha. -Eu não acredito que você bolou tudo isso... – Disse Sarah, indignada. -Eu te disse, Sarah. Todos nós gostamos de você e não queríamos mais ver você daquele jeito. Então, resolvemos ajudar. Sarah ficou vermelha de vergonha e resmungou que não precisava de ajuda. Mas, mesmo assim, Marco continuou e ignorou os xingamentos da amiga. Eram 20 horas e 30 minutos, quando a janta foi servida. -Devo admitir que o jantar está muito bom... – Disse sério Adam. Sarah sorriu pelo menos um pouco. -Sim! Enfim, minha filha já pode casar! – Disse Charlotte, contente por ver a filha daquele jeito. -Você pode estar boa na cozinha, limpando, mas ainda é criança por deixar um rapaz de mesma idade entrar na sua casa tão tarde da noite... – Resmungou Adam. -Para você nunca está bom, não é? Droga! – Gritou Sarah, batendo a mão na mesa. -Não erga a voz para mim, mocinha! Você é criança e ainda precisa da gente! -Não! – Gritou Marco, entrando na discussão. -O que é isso, rapaz. Com quem você acha que está falando? – Disse Adam, ficando nervoso. -Eu estou falando com alguém que não quer enxergar que a filha cresceu e não precisa mais ficar sob suas asas. – Disse Marco sério. Adam ficou sem palavras. Parecia que a verdade era mais dura do que ele esperava.
  • 11. -Sarah é sim uma garota independente, mas não é por isso que ela não irá precisar de cuidados... É nessa hora que vocês têm que fazer o papel de pai e mãe... Não ficarem segurando-na, mas sim apoiá-la em suas decisões! -Marco, já bas – Sarah foi interrompida por Marco. -Não! Agora, você vai ficar de boca calada! – Respondeu Marco. Sarah parou na hora e ficou admirando o amigo. -Vocês acham que ela quis morar sozinha por quê? Porque ela não queria ser mimada! Ela queria ter a própria vida! Vocês devem cuidar dela, mas não demais. Ela sabe bem o que quer e tem um ótimo futuro. Não acabem com isso com esse protecionismo ganancioso. Vocês têm condições de proporcionar experiências incríveis com ela. Então, não joguem fora isso com a ilusão de que ela nunca irá crescer ou sair de casa. Todos ficaram em silêncio, até que o pai de Sarah voltou a sentar-se na mesa. -Droga... Você fez grandes amigos mesmo... Pior que isso... Amigos com muitos argumentos... -Fiquei muito contente com o que acabei de ouvir, Adam. – Disse Charlotte. -O quê? – Perguntou Adam. -Isso mostra que a nossa menina está crescendo e criando seus próprios vínculos... – Disse Charlotte, sorrindo. -Sim. Isso é verdade, apesar de eu não gostar muito desses “vínculos”. – Respondeu de cara fechada Adam. Tudo ocorreu tranquilamente após toda a discussão. Enquanto os quatro amigos limpavam os pratos na cozinha, Sarah conversava a sós com seus pais antes de irem embora. Ao mesmo tempo, Adam avistou Marco na cozinha e gritou: -Nós iremos nos encontrar novamente, garoto! Esteja preparado! -O quê?! – Gritou Marco assustado. Adam se virou de costas e foi embora dando risadas, enquanto Marco ficou parado na porta da cozinha, como se tivesse visto um fantasma. Após os pais da garota irem embora, Sarah colocou todos os amigos sentados no sofá da sala e ficou em pé frente a eles. -Vocês sabem o que fizeram aqui? Principalmente você, Marco idiota! Todos balançaram a cabeça fazendo um sinal positivo. -Obrigada... – Disse Sarah, envergonhada. Todos levantaram assustados, pois Sarah agradecendo era um feito histórico.
  • 12. -Vocês são loucos por virem aqui, mesmo depois de eu ter dito que não. E, por incrível que pareça, eu só havia contado para o Marco! – Disse Sarah, olhando ironicamente para todos. -Então... Você sabe como é, não é? – Disse Marco, ficando sem jeito. -Seu idiota... – Disse Sarah, sorrindo. No final de tudo, todos começaram a rir e chamarem Marco de guerreiro por ter enfrentado o pai de Sarah cara a cara. Pediram pizza para comemorar a “vitória” de Sarah no encontro com os pais, levando a festa até ainda mais tarde. Após todos festejarem, foram cada um para suas casas. Marco, com uma sensação de dever cumprido. E Sarah, de uma barreira ultrapassada. Agora, o que restava para os amigos era se concentrarem nos estudos e no torneio de futebol que se aproximava.