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 Contextualização histórica <br />Conta-nos António Sérgio, na Breve Interpretação da História de Portugal, que o «infante D. João, filho de D. João III, morreu em 1554, três anos antes do monarca. Seu filho póstumo, D. Sebastião (o Desejado), sucedeu no trono a D. João III, sob a regência da avó, D. Catarina, que em 1562 se retirou para Espanha, deixando na regência o cardeal D. Henrique. O reizito, em 1568, foi declarado maior pelas Cortes. Este rapazola tresloucado foi convencido por alguns fanáticos a fazer-se paladino da fé católica contra o Protestante e o Maometano. Por isso apercebeu uma armada que fosse em auxílio de Carlos IX quando se preparou, com o cardeal Alexandrino, a matança de S. Bartolomeu; e por isso se abalançou a conquistar Marrocos, contra o conselho sensato dos mais experimentados capitães. Reuniu em Lisboa um exército aparatoso, que acampou em tendas de seda, vestindo luxuosamente, bebendo, cantando, quot;
fazendo desonestidadesquot;
. Chegado à África, cumulou erro sobre erro, com desespero dos capitães, que pensaram em prender o tonto. No dia da batalha, mandou (Alcácer Quibir, 4 de Agosto de 1578) que ninguém se mexesse sem ordem sua, mas esqueceu-se de dar a ordem. O exército inimigo, formado em crescente, envolveu a pequena hoste, e submergiu-a. Foi um desastre completo, que, sabido no reino, o aniquilou de espanto e dor» (Sérgio, 1981: 103-104).Como D. Sebastião morre sem deixar herdeiro, sobe ao trono o cardeal D. Henrique, seu tio, «caquéctico de 66 anos, alimentado aos peitos de uma ama; sete pretendentes à sucessão, entre os quais Filipe II de Castela tinha a vantagem decisiva da força: a força do ferro e a força do ouro, gasto habilidosamente pelo seu enviado Cristóvão de Moura. Opôs-se-lhe, antes, a eloquência patriótica de Febo Moniz; depois, a audácia de D. António, prior do Crato, proclamado rei em Santarém. O duque de Alba invadiu Portugal pelo Alentejo, ao passo que a esquadra castelhana se dirigia para Lisboa; e perto da cidade, em Alcântara, varreu facilimamente a tropa de D. António. Este fugiu para a França, e Filipe II foi proclamado rei (Agosto de 1580)» (Ibidem).António José Saraiva, na obra A Inquisição Portuguesa, caracteriza da seguinte maneira o estado social e político da Espanha filipina: «Dominante, dentro da Península, o grupo senhorial monopoliza inteiramente o Estado, de que faz parte, coisa sua. O rei abandona o seu papel tradicional de árbitro entre as diversas forças nacionais. O Estado torna-se absorvente, destrói as minorias, sejam elas os lavradores vilãos e livres, os hebreus ou os quot;
mouriscosquot;
, impõe uma vigorosa disciplina ideológica, esmagando todas as dissidências e oposições e regressando à ideologia tradicional da grande época do feudalismo. Quando estala a grande revolução da Reforma, os dois impérios da Espanha alinham decididamente, passadas as primeiras hesitações, ao lado dos que preconizam a restauração da Igreja medieval, sem compromisso com os reformados. Com o agravamento das suas dificuldades aumenta inevitavelmente a repressão dos grupos dissidentes, cujas raízes, todavia, mergulhando nas novas condições económicas, não podiam ser destruídas» (Saraiva). Como consequência, «tudo quanto constituía apanágio do Humanismo, a humanização da religião, a divulgação directa da palavra evangélica, a reabilitação da natureza, a crítica anticlerical, foi reprimido pela censura inquisitorial portuguesa» (Ibidem).Vitorino Magalhães Godinho, nos seus Ensaios, volume II, diz-nos que «1580 é muito mais um ponto de chegada do que um ponto de partida: não será excessivo dizer-se que consagra dinasticamente a viragem de estrutura de meados do século. Então, com efeito, os Portugueses abandonaram vários dos presídios-portos marroquinos, o ouro da Mina deixou de dar os lucros que até aí dava, e acentuou-se a recuperação dos tratos levantinos, concorrentes da rota do Cabo; em contrapartida, lançara-se a ascensão do açúcar de S. Tomé e do Brasil, indo este dominar o mercado mundial durante um século. Deste modo, o império, conquanto permaneça oriental, por um lado, torna-se sul-atlântico, por outro, visto que Angola serve, a partir do último quartel de Quinhentos, de reservatório de escravos para as fazendas e engenhos de além-Atlântico. Enquanto o afluxo em massa de prata mexicano-peruana a Sevilha favorece o renovo mediterrâneo e firma a hegemonia espanhola – a prata da Europa Central e Oriental entra em declínio –, a rota do Cabo absorve quantidades crescentes desse metal precioso, quer para a compra da pimenta, quer para o comércio da China: o mundo vai ser inundado pelos reales. Assim, a ligação de Lisboa com Antuérpia enfraquece, do mesmo passo que se estreitam os laços com os empórios andaluzes e outros mercados na própria Península» (Godinho, 1978: 381-382).Informa-nos o mesmo autor que «nos primeiros quarenta anos do domínio filipino, a união das coroas permitiu vencer a crise financeira em que Alcácer Quibir e a conjuntura de então lançara a nobreza portuguesa, pois os Estados se reforçaram mutuamente quanto a segurança e finanças públicas. Além disso, essa união abria aos fidalgos e cavaleiros portugueses perspectivas de ascensão e melhoria de estado graças aos campos de serviço em grande parte da Europa – e muitos não deixaram de as aproveitar, mesmo se para final de certo modo compulsoriamente (pretendia Olivares afastá-los da mãe-Pátria). Continuarão vários deles, consumado 1640, a servir o monarca espanhol, e mesmo para Espanha fugirão ainda outros nessa altura. Por outro lado, todavia, o prosseguimento do regime filipino não pôde deixar de trazer amargas desilusões a vários nobres: a corte nunca chegou a estanciar duradouramente em Lisboa, e portanto havia que ir a Madrid requerer mercês, buscar desagravos, apoiar pretensões; mais: a ausência de corte régia escamoteava uma boa parte da existência fidalga e cavalheiresca, não permitia participar de perto na condução dos negócios públicos, anulava ensejos de convívio e ostentação, inibia actividades de criação literária, teatral e artística. Como mostrou Oliveira França, a nobreza ruraliza-se, torna-se provincial – e provinciana – , é a época das quot;
cortes na aldeiaquot;
 (Rodrigues Lobo), e a própria moda da poesia bucólica reflecte e exprime tal configuração geográfico-social. A corte dos Braganças é em Vila Viçosa, nem sequer numa cidade de província. Acanhados em horizontes campestres, fidalgos e cavaleiros sentem-se frustrados, quando muito rememoram, através da poesia épica também em voga, as passadas glórias. Para muitos não se rasgam perspectivas, é a frustração e o viver moroso, ou a inquietação insatisfeita mas sem pontos de mira; quantos não se sentem falhados» (Ibidem: 395-396).Informa-nos ainda Vitorino Magalhães Godinho: «Mentalidade barroca, que anseia pelo fausto e pela exibição, nos círculos nobres como nos religiosos – uma religião de exuberância decorativa, aquietando-se nos ritos de subterrâneas inquietações, satisfazendo-se na exterioridade de uma insatisfeita interioridade. Religião em que a milícia de cruzada – sentido primitivo da companhia – cedeu o passo à sociedade organizada política e economicamente, transformada em potência que trafica na prata do Japão e seda da China e domina vastas áreas da Sul América, Estado dentro do Estado. Ao mesmo tempo, todas as ordens religiosas multiplicam os seus institutos e enriquecem os seus bens, o peso da organização eclesiástica sobre a sociedade civil é cada vez maior, os seus latifúndios perdem-se de vista. O pujante incremento da quot;
fradariaquot;
 é dos tempos de que nos ocupamos» (Ibidem: 396).O historiador Oliveira Marques conta-nos, no entanto, que em Novembro de 1640 «a conspiração dos aristocratas conseguira finalmente o apoio formal do duque de Bragança. Na manhã do Primeiro de Dezembro, um grupo de nobres atacou o palácio real de Lisboa e prendeu a duquesa de Mântua.» D. João de Bragança é aclamado rei, «entrando em Lisboa alguns dias mais tarde. Por quase todo o Portugal metropolitano e ultramarino as notícias da mudança do regime e do juramento de fidelidade ao Bragança foram bem recebidas e obedecidas sem qualquer dúvida. Apenas Ceuta permaneceu fiel à causa de Filipe IV.» A proclamação da independência «fora assim coisa relativamente fácil. Mais difícil seria agora conseguir mantê-la, o que custou vinte e oito anos de luta e provou ser tarefa muito mais árdua» (Marques, 1980: 440).Os Portugueses de 1640, tal como em 1580, estavam longe de ser unidos: «Se as classes inferiores conservavam intacta a fé nacionalista e aderiram a D. João IV sem sombra de dúvida, já a nobreza, muitas vezes com laços familiares em Espanha, hesitou e só parte dela (de onde havia provindo o núcleo revolucionário) alinhou firmemente com o duque de Bragança.» (Ibidem: 441-442). Muitos nobres conservavam-se em posição duvidosa, «outros esperaram algum tempo até se decidirem, outros ainda continuariam a servir Filipe IV, sendo recompensados com títulos e dignidades (três nobres portugueses foram governadores dos Países Baixos e um deles foi vice-rei da Sicília depois de 1640)» (Ibidem: 442). A maior parte dos burocratas apoiou D. João IV, «tornando-se seus secretários e propagandistas. Todavia, alguns escolheram a causa de Espanha e alinharam como conspiradores contra o novo regime. Quanto aos burgueses, a grande maioria não participou no movimento separatista e foi apanhada de surpresa. A sua atitude depois de 1640 mostrou-se, geralmente, de expectativa neutral. Muitos mercadores e capitalistas estavam metidos em negócios em Espanha, possuindo aí, ou no Império Espanhol, boa parte dos seus bens. Outro grupo, porém, com um núcleo importante de cristãos-novos e conexões de relevo fora da Península Ibérica – na Holanda e na Alemanha sobretudo – apoiou a revolução e ajudou a financiá-la. É que os negócios deste grupo dependiam muito mais do tráfico atlântico (Brasil) e do tráfico com a Europa Ocidental e Setentrional» (Ibidem: 442).No início do século XVIII, a descoberta do ouro e dos diamantes do Brasil e o incremento das exportações de vinhos «adiam o problema económico e social, e criam as condições de um novo surto retardatário do Barroco em Portugal. No tempo de D João V, com efeito, o ouro brasileiro repete os efeitos das especiarias de Quinhentos: a indústria, ainda mesteiral, definha (excepto em certos ramos sumptuários), no movimento comercial externo destaca-se a exportação visível ou invisível do ouro, como moeda cunhada ou por interpole (contrabando); emigram massas enormes de artífices e camponeses, sobretudo nortenhos; a burguesia prefere dedicar-se ao contrabando, aos contratos fiscais, ao comércio externo, ao funcionalismo e às profissões liberais; o orgulho de classe da aristocracia exacerba-se, enchendo os conventos de mulheres sem casamento condigno, o que relaxa e mundaniza a disciplina monástica; enchem-se as rodas de quot;
expostosquot;
 (enjeitados), e as portarias conventuais ou senhoriais nos dias de esmola ou do caldo; a Inquisição reanima-se; a escolástica Jesuíta repele transigências que ainda tinha em 1600 com a mecânica, e torna-se sebenteira» (Lopes, 1985: 477). Uma nova fase de fausto se inicia: «Há a orgia do espectaculoso, dos efeitos artísticos redundantes e cumulativos; a ópera de Metastásio, profusa de coros, bastidores e quot;
tramóiasquot;
; a arquitectura imponente e recheada internamente de talha ou mármores variegados; procissões espaventosas, principalmente as de Corpus Christi, em que figuram inclusivamente alegorias mitológicas; recepções solenes, faustosíssimas, de embaixadores ou de prelados; autos-de-fé copiosos, com a pompa tradicional; touradas intérminas; coches monumentais» (Ibidem).É então que se publicam «os dois principais cancioneiros do barroquismo versejante, sobretudo produzido nas academias aristocráticas: a Fénix Renascida e o Postilhão de Apolo. Os títulos dos livros são muito longos e pomposos. Em 1720 cria-se a Academia Real das Ciências, que, pelo culto da documentação, supera a historiografia seiscentista, mas reproduz na erudição a mesma ansiedade do monumental que D. João V herdou de Luís XIV» (Ibidem).<br />http://www.google.com/imgres?imgurl=http://teresamarques2010.files.wordpress.com/2009/08/sete-sois-e-sete-luas.jpg&imgrefurl=http://teresamarques2010.wordpress.com/jose-saramago/memorial-do-convento-ii/&usg=__x-s_4j_PmOdBQ-Mu4ZeHSdi_kMY=&h=428&w=324&sz=13&hl=pt-PT&start=7&um=1&itbs=1&tbnid=zTBMrC6E8JJeiM:&tbnh=126&tbnw=95&prev=/images%3Fq%3Dcontextualiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bhist%25C3%25B3rica%2Bdo%2Bmemorial%2Bdo%2Bconvento%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN%26tbs%3Disch:1 <br />http://www.google.com/imgres?imgurl=http://4.bp.blogspot.com/_NLHIYzvsp8A/SDqPjy6kFwI/AAAAAAAAASk/Eqw0iGd6itA/s320/Pe%C3%A7a%2BMemorial%2Bdo%2BConvento.jpg&imgrefurl=http://heteronomia.blogspot.com/&usg=__-3DHRci_OLwpNCIibOcBQYSmvRA=&h=320&w=255&sz=30&hl=pt-PT&start=21&um=1&itbs=1&tbnid=MQYNGdO2O-fVTM:&tbnh=118&tbnw=94&prev=/images%3Fq%3Dcontextualiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bhist%25C3%25B3rica%2Bdo%2Bmemorial%2Bdo%2Bconvento%26start%3D18%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN%26ndsp%3D18%26tbs%3Disch:1<br />http://www.google.com/imgres?imgurl=http://www.eb23-cmdt-conceicao-silva.rcts.pt/sev/hgp/11.d.joao_v.gif&imgrefurl=http://www.eb23-cmdt-conceicao-silva.rcts.pt/sev/hgp/11.3.htm&usg=__-iVMDT8fPiskFLt1BLfiHyIWfgA=&h=276&w=229&sz=47&hl=pt-PT&start=3&um=1&itbs=1&tbnid=44Sf7oNwqWNXeM:&tbnh=114&tbnw=95&prev=/images%3Fq%3Depoca%2Bde%2Bd.joao%2BV%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26tbs%3Disch:1<br />A MONARQUIA ABSOLUTA NO TEMPO DE D. JOÃO V<br />Durante o reinado de D. João V chegaram ao reino grandes quantidades de ouro e diamantes, vindos do Brasil. Também o comércio de açúcar, tabaco, vinho e sal dava grandes lucros. Isto tornou D. João V um rei muito poderoso e rico.Passou a governar sem convocar Cortes e concentrou em si todos os poderes: o poder legislativo (fazer as leis), o poder executivo (mandar executá-las) e o poder judicial (julgar quem não cumpre a lei). Governou como rei absoluto.A corte de D. João V tornou-se uma das mais ricas da Europa. Davam-se grandes banquetes, consumia-se café e chocolate, novidades da época, e rapé (tabaco moído). Nos bailes, dançava-se a pavana e o minuete ao som do violino ou do cravo. Jogava-se às cartas, às damas e aos dados. Assistia-se a sessões de poesia, de música e a representações teatrais. Era também muito apreciado o espectáculo das touradas e a ópera.<br />
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Memorial convento

  • 1. HYPERLINK quot; http://www.google.com/imgres?imgurl=http://i12.photobucket.com/albums/a210/arroio2005/RUBENSoraptodeEuropa.jpg&imgrefurl=http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.com/2009/02/contextualizacao-historica_27.html&usg=__clW8lfjkp9xAmvQQuNSVjZFt00k=&h=452&w=550&sz=55&hl=pt-PT&start=3&um=1&itbs=1&tbnid=yDyZjSBr1EaknM:&tbnh=109&tbnw=133&prev=/images%3Fq%3Dcontextualiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bhist%25C3%25B3rica%2Bdo%2Bmemorial%2Bdo%2Bconvento%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN%26tbs%3Disch:1quot; http://www.google.com/imgres?imgurl=http://i12.photobucket.com/albums/a210/arroio2005/RUBENSoraptodeEuropa.jpg&imgrefurl=http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.com/2009/02/contextualizacao-historica_27.html&usg=__clW8lfjkp9xAmvQQuNSVjZFt00k=&h=452&w=550&sz=55&hl=pt-PT&start=3&um=1&itbs=1&tbnid=yDyZjSBr1EaknM:&tbnh=109&tbnw=133&prev=/images%3Fq%3Dcontextualiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bhist%25C3%25B3rica%2Bdo%2Bmemorial%2Bdo%2Bconvento%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN%26tbs%3Disch:1<br />27 de Fev de 2009<br /> HYPERLINK quot; http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.com/2009/02/contextualizacao-historica_27.htmlquot; Contextualização histórica <br />Conta-nos António Sérgio, na Breve Interpretação da História de Portugal, que o «infante D. João, filho de D. João III, morreu em 1554, três anos antes do monarca. Seu filho póstumo, D. Sebastião (o Desejado), sucedeu no trono a D. João III, sob a regência da avó, D. Catarina, que em 1562 se retirou para Espanha, deixando na regência o cardeal D. Henrique. O reizito, em 1568, foi declarado maior pelas Cortes. Este rapazola tresloucado foi convencido por alguns fanáticos a fazer-se paladino da fé católica contra o Protestante e o Maometano. Por isso apercebeu uma armada que fosse em auxílio de Carlos IX quando se preparou, com o cardeal Alexandrino, a matança de S. Bartolomeu; e por isso se abalançou a conquistar Marrocos, contra o conselho sensato dos mais experimentados capitães. Reuniu em Lisboa um exército aparatoso, que acampou em tendas de seda, vestindo luxuosamente, bebendo, cantando, quot; fazendo desonestidadesquot; . Chegado à África, cumulou erro sobre erro, com desespero dos capitães, que pensaram em prender o tonto. No dia da batalha, mandou (Alcácer Quibir, 4 de Agosto de 1578) que ninguém se mexesse sem ordem sua, mas esqueceu-se de dar a ordem. O exército inimigo, formado em crescente, envolveu a pequena hoste, e submergiu-a. Foi um desastre completo, que, sabido no reino, o aniquilou de espanto e dor» (Sérgio, 1981: 103-104).Como D. Sebastião morre sem deixar herdeiro, sobe ao trono o cardeal D. Henrique, seu tio, «caquéctico de 66 anos, alimentado aos peitos de uma ama; sete pretendentes à sucessão, entre os quais Filipe II de Castela tinha a vantagem decisiva da força: a força do ferro e a força do ouro, gasto habilidosamente pelo seu enviado Cristóvão de Moura. Opôs-se-lhe, antes, a eloquência patriótica de Febo Moniz; depois, a audácia de D. António, prior do Crato, proclamado rei em Santarém. O duque de Alba invadiu Portugal pelo Alentejo, ao passo que a esquadra castelhana se dirigia para Lisboa; e perto da cidade, em Alcântara, varreu facilimamente a tropa de D. António. Este fugiu para a França, e Filipe II foi proclamado rei (Agosto de 1580)» (Ibidem).António José Saraiva, na obra A Inquisição Portuguesa, caracteriza da seguinte maneira o estado social e político da Espanha filipina: «Dominante, dentro da Península, o grupo senhorial monopoliza inteiramente o Estado, de que faz parte, coisa sua. O rei abandona o seu papel tradicional de árbitro entre as diversas forças nacionais. O Estado torna-se absorvente, destrói as minorias, sejam elas os lavradores vilãos e livres, os hebreus ou os quot; mouriscosquot; , impõe uma vigorosa disciplina ideológica, esmagando todas as dissidências e oposições e regressando à ideologia tradicional da grande época do feudalismo. Quando estala a grande revolução da Reforma, os dois impérios da Espanha alinham decididamente, passadas as primeiras hesitações, ao lado dos que preconizam a restauração da Igreja medieval, sem compromisso com os reformados. Com o agravamento das suas dificuldades aumenta inevitavelmente a repressão dos grupos dissidentes, cujas raízes, todavia, mergulhando nas novas condições económicas, não podiam ser destruídas» (Saraiva). Como consequência, «tudo quanto constituía apanágio do Humanismo, a humanização da religião, a divulgação directa da palavra evangélica, a reabilitação da natureza, a crítica anticlerical, foi reprimido pela censura inquisitorial portuguesa» (Ibidem).Vitorino Magalhães Godinho, nos seus Ensaios, volume II, diz-nos que «1580 é muito mais um ponto de chegada do que um ponto de partida: não será excessivo dizer-se que consagra dinasticamente a viragem de estrutura de meados do século. Então, com efeito, os Portugueses abandonaram vários dos presídios-portos marroquinos, o ouro da Mina deixou de dar os lucros que até aí dava, e acentuou-se a recuperação dos tratos levantinos, concorrentes da rota do Cabo; em contrapartida, lançara-se a ascensão do açúcar de S. Tomé e do Brasil, indo este dominar o mercado mundial durante um século. Deste modo, o império, conquanto permaneça oriental, por um lado, torna-se sul-atlântico, por outro, visto que Angola serve, a partir do último quartel de Quinhentos, de reservatório de escravos para as fazendas e engenhos de além-Atlântico. Enquanto o afluxo em massa de prata mexicano-peruana a Sevilha favorece o renovo mediterrâneo e firma a hegemonia espanhola – a prata da Europa Central e Oriental entra em declínio –, a rota do Cabo absorve quantidades crescentes desse metal precioso, quer para a compra da pimenta, quer para o comércio da China: o mundo vai ser inundado pelos reales. Assim, a ligação de Lisboa com Antuérpia enfraquece, do mesmo passo que se estreitam os laços com os empórios andaluzes e outros mercados na própria Península» (Godinho, 1978: 381-382).Informa-nos o mesmo autor que «nos primeiros quarenta anos do domínio filipino, a união das coroas permitiu vencer a crise financeira em que Alcácer Quibir e a conjuntura de então lançara a nobreza portuguesa, pois os Estados se reforçaram mutuamente quanto a segurança e finanças públicas. Além disso, essa união abria aos fidalgos e cavaleiros portugueses perspectivas de ascensão e melhoria de estado graças aos campos de serviço em grande parte da Europa – e muitos não deixaram de as aproveitar, mesmo se para final de certo modo compulsoriamente (pretendia Olivares afastá-los da mãe-Pátria). Continuarão vários deles, consumado 1640, a servir o monarca espanhol, e mesmo para Espanha fugirão ainda outros nessa altura. Por outro lado, todavia, o prosseguimento do regime filipino não pôde deixar de trazer amargas desilusões a vários nobres: a corte nunca chegou a estanciar duradouramente em Lisboa, e portanto havia que ir a Madrid requerer mercês, buscar desagravos, apoiar pretensões; mais: a ausência de corte régia escamoteava uma boa parte da existência fidalga e cavalheiresca, não permitia participar de perto na condução dos negócios públicos, anulava ensejos de convívio e ostentação, inibia actividades de criação literária, teatral e artística. Como mostrou Oliveira França, a nobreza ruraliza-se, torna-se provincial – e provinciana – , é a época das quot; cortes na aldeiaquot; (Rodrigues Lobo), e a própria moda da poesia bucólica reflecte e exprime tal configuração geográfico-social. A corte dos Braganças é em Vila Viçosa, nem sequer numa cidade de província. Acanhados em horizontes campestres, fidalgos e cavaleiros sentem-se frustrados, quando muito rememoram, através da poesia épica também em voga, as passadas glórias. Para muitos não se rasgam perspectivas, é a frustração e o viver moroso, ou a inquietação insatisfeita mas sem pontos de mira; quantos não se sentem falhados» (Ibidem: 395-396).Informa-nos ainda Vitorino Magalhães Godinho: «Mentalidade barroca, que anseia pelo fausto e pela exibição, nos círculos nobres como nos religiosos – uma religião de exuberância decorativa, aquietando-se nos ritos de subterrâneas inquietações, satisfazendo-se na exterioridade de uma insatisfeita interioridade. Religião em que a milícia de cruzada – sentido primitivo da companhia – cedeu o passo à sociedade organizada política e economicamente, transformada em potência que trafica na prata do Japão e seda da China e domina vastas áreas da Sul América, Estado dentro do Estado. Ao mesmo tempo, todas as ordens religiosas multiplicam os seus institutos e enriquecem os seus bens, o peso da organização eclesiástica sobre a sociedade civil é cada vez maior, os seus latifúndios perdem-se de vista. O pujante incremento da quot; fradariaquot; é dos tempos de que nos ocupamos» (Ibidem: 396).O historiador Oliveira Marques conta-nos, no entanto, que em Novembro de 1640 «a conspiração dos aristocratas conseguira finalmente o apoio formal do duque de Bragança. Na manhã do Primeiro de Dezembro, um grupo de nobres atacou o palácio real de Lisboa e prendeu a duquesa de Mântua.» D. João de Bragança é aclamado rei, «entrando em Lisboa alguns dias mais tarde. Por quase todo o Portugal metropolitano e ultramarino as notícias da mudança do regime e do juramento de fidelidade ao Bragança foram bem recebidas e obedecidas sem qualquer dúvida. Apenas Ceuta permaneceu fiel à causa de Filipe IV.» A proclamação da independência «fora assim coisa relativamente fácil. Mais difícil seria agora conseguir mantê-la, o que custou vinte e oito anos de luta e provou ser tarefa muito mais árdua» (Marques, 1980: 440).Os Portugueses de 1640, tal como em 1580, estavam longe de ser unidos: «Se as classes inferiores conservavam intacta a fé nacionalista e aderiram a D. João IV sem sombra de dúvida, já a nobreza, muitas vezes com laços familiares em Espanha, hesitou e só parte dela (de onde havia provindo o núcleo revolucionário) alinhou firmemente com o duque de Bragança.» (Ibidem: 441-442). Muitos nobres conservavam-se em posição duvidosa, «outros esperaram algum tempo até se decidirem, outros ainda continuariam a servir Filipe IV, sendo recompensados com títulos e dignidades (três nobres portugueses foram governadores dos Países Baixos e um deles foi vice-rei da Sicília depois de 1640)» (Ibidem: 442). A maior parte dos burocratas apoiou D. João IV, «tornando-se seus secretários e propagandistas. Todavia, alguns escolheram a causa de Espanha e alinharam como conspiradores contra o novo regime. Quanto aos burgueses, a grande maioria não participou no movimento separatista e foi apanhada de surpresa. A sua atitude depois de 1640 mostrou-se, geralmente, de expectativa neutral. Muitos mercadores e capitalistas estavam metidos em negócios em Espanha, possuindo aí, ou no Império Espanhol, boa parte dos seus bens. Outro grupo, porém, com um núcleo importante de cristãos-novos e conexões de relevo fora da Península Ibérica – na Holanda e na Alemanha sobretudo – apoiou a revolução e ajudou a financiá-la. É que os negócios deste grupo dependiam muito mais do tráfico atlântico (Brasil) e do tráfico com a Europa Ocidental e Setentrional» (Ibidem: 442).No início do século XVIII, a descoberta do ouro e dos diamantes do Brasil e o incremento das exportações de vinhos «adiam o problema económico e social, e criam as condições de um novo surto retardatário do Barroco em Portugal. No tempo de D João V, com efeito, o ouro brasileiro repete os efeitos das especiarias de Quinhentos: a indústria, ainda mesteiral, definha (excepto em certos ramos sumptuários), no movimento comercial externo destaca-se a exportação visível ou invisível do ouro, como moeda cunhada ou por interpole (contrabando); emigram massas enormes de artífices e camponeses, sobretudo nortenhos; a burguesia prefere dedicar-se ao contrabando, aos contratos fiscais, ao comércio externo, ao funcionalismo e às profissões liberais; o orgulho de classe da aristocracia exacerba-se, enchendo os conventos de mulheres sem casamento condigno, o que relaxa e mundaniza a disciplina monástica; enchem-se as rodas de quot; expostosquot; (enjeitados), e as portarias conventuais ou senhoriais nos dias de esmola ou do caldo; a Inquisição reanima-se; a escolástica Jesuíta repele transigências que ainda tinha em 1600 com a mecânica, e torna-se sebenteira» (Lopes, 1985: 477). Uma nova fase de fausto se inicia: «Há a orgia do espectaculoso, dos efeitos artísticos redundantes e cumulativos; a ópera de Metastásio, profusa de coros, bastidores e quot; tramóiasquot; ; a arquitectura imponente e recheada internamente de talha ou mármores variegados; procissões espaventosas, principalmente as de Corpus Christi, em que figuram inclusivamente alegorias mitológicas; recepções solenes, faustosíssimas, de embaixadores ou de prelados; autos-de-fé copiosos, com a pompa tradicional; touradas intérminas; coches monumentais» (Ibidem).É então que se publicam «os dois principais cancioneiros do barroquismo versejante, sobretudo produzido nas academias aristocráticas: a Fénix Renascida e o Postilhão de Apolo. Os títulos dos livros são muito longos e pomposos. Em 1720 cria-se a Academia Real das Ciências, que, pelo culto da documentação, supera a historiografia seiscentista, mas reproduz na erudição a mesma ansiedade do monumental que D. João V herdou de Luís XIV» (Ibidem).<br />http://www.google.com/imgres?imgurl=http://teresamarques2010.files.wordpress.com/2009/08/sete-sois-e-sete-luas.jpg&imgrefurl=http://teresamarques2010.wordpress.com/jose-saramago/memorial-do-convento-ii/&usg=__x-s_4j_PmOdBQ-Mu4ZeHSdi_kMY=&h=428&w=324&sz=13&hl=pt-PT&start=7&um=1&itbs=1&tbnid=zTBMrC6E8JJeiM:&tbnh=126&tbnw=95&prev=/images%3Fq%3Dcontextualiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bhist%25C3%25B3rica%2Bdo%2Bmemorial%2Bdo%2Bconvento%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN%26tbs%3Disch:1 <br />http://www.google.com/imgres?imgurl=http://4.bp.blogspot.com/_NLHIYzvsp8A/SDqPjy6kFwI/AAAAAAAAASk/Eqw0iGd6itA/s320/Pe%C3%A7a%2BMemorial%2Bdo%2BConvento.jpg&imgrefurl=http://heteronomia.blogspot.com/&usg=__-3DHRci_OLwpNCIibOcBQYSmvRA=&h=320&w=255&sz=30&hl=pt-PT&start=21&um=1&itbs=1&tbnid=MQYNGdO2O-fVTM:&tbnh=118&tbnw=94&prev=/images%3Fq%3Dcontextualiza%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bhist%25C3%25B3rica%2Bdo%2Bmemorial%2Bdo%2Bconvento%26start%3D18%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN%26ndsp%3D18%26tbs%3Disch:1<br />http://www.google.com/imgres?imgurl=http://www.eb23-cmdt-conceicao-silva.rcts.pt/sev/hgp/11.d.joao_v.gif&imgrefurl=http://www.eb23-cmdt-conceicao-silva.rcts.pt/sev/hgp/11.3.htm&usg=__-iVMDT8fPiskFLt1BLfiHyIWfgA=&h=276&w=229&sz=47&hl=pt-PT&start=3&um=1&itbs=1&tbnid=44Sf7oNwqWNXeM:&tbnh=114&tbnw=95&prev=/images%3Fq%3Depoca%2Bde%2Bd.joao%2BV%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26tbs%3Disch:1<br />A MONARQUIA ABSOLUTA NO TEMPO DE D. JOÃO V<br />Durante o reinado de D. João V chegaram ao reino grandes quantidades de ouro e diamantes, vindos do Brasil. Também o comércio de açúcar, tabaco, vinho e sal dava grandes lucros. Isto tornou D. João V um rei muito poderoso e rico.Passou a governar sem convocar Cortes e concentrou em si todos os poderes: o poder legislativo (fazer as leis), o poder executivo (mandar executá-las) e o poder judicial (julgar quem não cumpre a lei). Governou como rei absoluto.A corte de D. João V tornou-se uma das mais ricas da Europa. Davam-se grandes banquetes, consumia-se café e chocolate, novidades da época, e rapé (tabaco moído). Nos bailes, dançava-se a pavana e o minuete ao som do violino ou do cravo. Jogava-se às cartas, às damas e aos dados. Assistia-se a sessões de poesia, de música e a representações teatrais. Era também muito apreciado o espectáculo das touradas e a ópera.<br />