Projeto político pedagógico colégio estadual a. j. renner, 2009 a 2011
1. COLÉGIO ESTADUAL A.J. RENNER
Rua Simões Lopes Neto, s/nº, Bairro Rui Barbosa, Montenegro.
Projeto Político Pedagógico
2009 – 2010 - 2011
Montenegro, dezembro de 2008.
2. JUSTIFICATIVA
1- ASPECTOS GLOBAIS E EDUCAÇÃO
2- ASPECTOS LOCAIS
2.1- A LOCALIZAÇÃO DA ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÕES
3- ASPECTOS INSTITUCIONAIS
3.1- AMBIENTE FÍSICO
3.2- ESTRUTURA CURRICULAR DAS SÉRIES FINAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL
3.3- ESTRUTURA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO
3.4- PRINCÍPIOS BÁSICOS DA AVALIAÇÃO
3.5- PROFISSIONAIS E SEGMENTOS
3.6- DISCENTES
4- EDUCAÇÃO INCLUSIVA
4.1- DIRETRIZES PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
5- CONSIDERAÇÕES SOBRE OS LEVANTAMENTOS
REALIZADOS JUNTO A COMUNIDADE ESCOLAR
5.1- FINALIDADES/MEDIAÇÕES
5.1.1- ASPECTOS PEDAGÓGICOS/ADMINISTRATIVOS
5.1.2- ASPECTOS DO AMBIENTE FÍSICO
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS
3. JUSTIFICATIVA
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº9394/96 é
o ponto de partida, é a expressão de uma política educacional que deve ser
desenvolvida e vivenciada em todo o território nacional e em todas as
instituições. Todavia, é preciso ter bem claro que ela contém as diretrizes e
as bases a serem seguidas, sob as quais devem se estruturar e organizar o
sistema escolar, a formação e a sua ordenação, porém não define sobre o
trabalho específico da instituição escolar. A Escola necessita interpretar
esta lei, no concreto onde vive, a partir das necessidades particularizadas
que sente e que precisa atender e com os elementos de que dispõe. Por isso
é essencial que pense e repense as finalidades da Escola, seu papel e função
social, com uma clara definição dos seus caminhos, formas operacionais e
ações a serem desenvolvidas por todos os envolvidos com a educação
escolar.
Nesse contexto, a LDB, no seu Artigo 12, inciso I (elaborar e
executar sua proposta pedagógica) fundamenta e legitima a elaboração e
(re)elaboração do P.P.P.
Portanto, se faz necessária a reformulação do mesmo, à medida que
vivemos num mundo cada vez mais “veloz”, onde “novas verdades” e
necessidades surgem a cada instante e onde conhecimentos científicos,
teorias e práticas ditas durante décadas, como verdades absolutas, são
questionadas, (re)avaliadas, substituídas. A partir dessa reelaboração,
pretende-se explicitar a intencionalidade da Escola como instituição,
indicando seu rumo, suas metas para que consigamos transformar a Escola
que temos na Escola que queremos.
4. 1- ASPECTOS GLOBAIS E EDUCAÇÃO
Antes de adentrar nas especificidades da instituição escolar, faz-se
necessário ter em mente o mundo que temos, o mundo que queremos e o
que podemos fazer enquanto Escola, para contribuir com essa
“transformação”.
Atualmente os modelos neoliberais condicionam os modos de
pensar, sentir e agir da população mundial, em geral conformando pessoas
com um sentido que legitima e naturaliza estruturas materiais e
maquinarias de poder que tem uma gênese histórica e que, por isso, podem
ser transformadas e substituídas, na medida em que não satisfazem os
ideais de eqüidade, democracia e justiça.
Vive-se num mundo onde as “palavras” de ordem são
competitividade e individualismo, produção e consumo. “Palavras” essas
facilmente aceitas, graças à “confusão dos espíritos humanos” que se
instala num mundo desestabilizado pela violência, pela guerra e por toda a
ordem de questões que desmantelam a integridade humana. A violência
estrutural é facilmente visível nas formas de agir dos Estados, das
empresas, das instituições e dos indivíduos. A perversidade sistêmica é
uma de suas conseqüências e a violência passa ser o mecanismo que
perpassa as relações entre pessoas, grupos e nações.
Segundo Saviani educação é “um processo que se caracteriza por
uma atividade mediadora no seio da prática social global (SAVIANI, 1996,
p.120) e que tal mediação se faz a partir de todas as demandas sociais,
políticas, econômicas, culturais, científicas e tecnológicas que povoam o
espaço mundial e que necessitam, ao serem apreendidas, serem
compreendidas e administradas pelo ser humano que é o sujeito e o objeto
da educação. Partindo dessas concepções justifica-se a (re)elaboração do
P.P.P. com o propósito maior de mediar a realidade que ora se apresenta e o
ser que aprende. Afinal a responsabilidade maior do educador é formar
mentes e corações, contribuindo dessa forma para que se tenha um mundo
melhor, onde haja menos violência e mais fraternidade e justiça social.
Isso só será possível a partir do pensar crítico sobre a realidade com
todas as contradições, a adoção de uma postura que leve em conta de que
todos na face da Terra devem ser vistos e respeitados como
interdependentes, iguais e livres.
5. 2- ASPECTOS LOCAIS
A “comunidade” na qual a Escola está inserida, corresponde ao
Bairro Rui Barbosa, tendo em seu entorno, os bairros Centro, Panorama,
Centenário, São João e Santo Antônio. Além de atender alunos desses
bairros e outros em menor número, a Escola recebe um número
considerável de crianças oriundas de localidades situadas na zona rural do
município, como Pinheiros, Faxinal, Porto dos Pereira e Alfama.
A realidade de cada um desses logradouros é bastante heterogênea,
pois em alguns bairros existe uma boa infra-estrutura e situação econômica
satisfatória (Centro, Rui Barbosa, São João), enquanto em outros
(Panorama, Centenário, Santo Antônio), existem carências estruturais e
econômicas, além de situações de violência doméstica e social. Os
logradouros localizados a maior distância da Escola como, Faxinal, Porto
dos Pereira e Alfama, também apresentam contextos diferentes. No
Faxinal estão localizados grandes indústrias do município, como: Doux
Frangosul, CBC, Comexi, coexistindo com áreas agrícolas onde se
desenvolve, principalmente a citricultura. No Porto dos Pereira,
predominam a atividade agrícola e o cultivo de mudas de árvores
ornamentais, nativas e frutíferas (viveiros). Já em Alfama, a agricultura
familiar e a criação de aves (aviários) são as atividades que se destacam,
dando ao lugar “ares” de interior.
A heterogeneidade também é constatada em relação à formação
étnica, ao credo, ao poder aquisitivo, ao grau de instrução, aos hábitos, à
linguagem, a valores, necessidades, anseios e expectativas.
2.1- A LOCALIZAÇÃO DA ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÕES
A Escola se localiza na esquina das ruas Treze de Maio e Simões
Lopes Neto, numa área de cinco hectares de terra. Grande parte dessa área
é coberta por densa vegetação (amaricá, eucalipto, brejos, árvores nativas)
o que torna propícia para “encontros” de drogados, traficantes, outros, o
que gera insegurança e preocupação na comunidade escolar. A falta de
segurança aumenta principalmente pelo fato de não existir um muro em
volta da Escola, deixando a todos vulneráveis. Além do fato de facilitar a
entrada de pessoas não pertencentes ao meio escolar, ainda existe a
facilidade de alunos se afastarem, saírem da Escola sem autorização, o que
gera problemas e ainda expõe os alunos ao risco de atropelamento.
A localização da Escola, próxima ao Parque Centenário (local muito
apreciado pela comunidade montenegrina) é fator de atração para alunos
fugirem da Escola, “matar aula”.
6. Estes são problemas que a instituição vem enfrentando e vem
buscando, junto aos órgãos públicos, a construção do muro e a contratação
de um guarda escolar para ajudar no controle de entrada e saída, já que com
as condições que ora se apresentam e com a infra-estrutura e recursos
humanos disponíveis, não é possível controlar e cuidar de todos os alunos.
3- ASPECTOS INSTITUCIONAIS
3.1- AMBIENTE FÍSICO
A Escola conta com 16 salas de aula, sendo que destas, 04 são novas
(foram concluídas este ano-2008). Tem um laboratório de informática que
não está em funcionamento em todos os turnos, uma biblioteca que conta
com dois profissionais de 20hs, uma sala de educação artística, uma sala
que funciona como laboratório de matemática, laboratório de Ciências,
Física e Química, um ginásio de esportes, auditório, cozinha/refeitório, sala
de vídeo e mais prédio onde funciona a parte administrativa da instituição e
onde se localiza a sala dos professores.
O prédio onde estão as salas de aula vem a bastante tempo
apresentando sérios problemas estruturais e de manutenção. Em dias de
chuva é impossível dar aula em algumas salas devido ao alagamento e
problemas na rede elétrica. Chove nas salas e nos corredores devido a
infiltrações em vários pontos.
A pintura está desgastada, muitas classes estão quebradas ou
lascadas, necessitando serem trocadas ou consertadas. Pode-se dizer que o
ambiente da sala de aula é feio, nada acolhedor, o mesmo acontece com o
ginásio de esportes.
Com a diminuição do número de turmas e o fechamento da
modalidade EJA, algumas salas de aula não estão sendo usadas.
3.2- ESTRUTURA CURRICULAR DAS SÉRIES FINAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL
Atualmente a Escola distribui em turnos separados o atendimento das
séries finais do ensino fundamental. Pela manhã estudam três turmas de 8ª
série e à tarde, duas turmas de 5ª série, três de 6ª série e três de 7ª série.
A partir do ano de 2011, conforme Lei 11.114/2005, que reformula o
ensino fundamental passando o período de 8 anos para 9 anos, a Escola
começará a atender turmas de alunos do currículo novo (6º ano),
concomitante com atendimento das séries (6ª, 7ª e 8ª séries) o que irá
7. perdurar até o ano de 2013, último ano de atendimento do currículo de 8
anos.
O Ensino Fundamental tem como fundamentos o pleno domínio da
leitura, escrita e do cálculo; a compreensão do ambiente natural, social e
político, da tecnologia, das artes e dos valores essenciais da sociedade,
promovendo o fortalecimento dos vínculos com a família e com a Escola,
dos laços de solidariedade humana e de convivência social harmoniosa e
pacífica.
3.3- ESTRUTURA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO
O atendimento a alunos do ensino médio ocorre no turno da manhã e
no turno da noite. De manhã estudam três turmas de 1º ano, duas turmas de
2º ano e uma turma de 3º ano. À noite, tem duas turmas de 1º ano, duas
turmas de 2º ano e duas de 3º ano.
No Ensino Médio a Escola deve estar conectada com a realidade do
aluno, preparando-o não apenas para o mercado de trabalho e o vestibular.
Para que isso ocorra é necessário trabalhar conteúdos gerais que possam
auxiliá-lo no desenvolvimento equilibrado de seu intelecto do ponto de
vista ético, moral, cultural, engajando-o como ser contributivo ao
desenvolvimento harmônico da sociedade.
A Escola, num convênio com o CIEE (Centro de Integração
Empresa-Escola), oferece aos seus estudantes de Ensino Médio, estágio não
obrigatório, de caráter opcional, como forma de preparação para o trabalho,
objetivando o desenvolvimento de competências e habilidades próprias
para o exercício profissional e para a vida cidadã.
O estágio transcorrerá de acordo com o que prevê a nova lei, nº
11.788/2008, promulgada em 25/09/2008. O mesmo será supervisionado
por alguém indicado pela diretora da Escola.
A organização de Ensino Fundamental Séries Finais e Médio dar-se-
á de acordo com os seguintes critérios: um mínimo de duzentos dias
letivos, com oitocentas horas mínimas anuais.
Em qualquer série a classificação será feita:
• Por promoção, para alunos que cursarem com aproveitamento a
série anterior na própria Escola.
• Por transferência, para alunos oriundos de outras escolas.
8. 3.4- PRINCÍPIOS BÁSICOS DA AVALIAÇÃO
A avaliação é um processo contínuo e sistemático. Não deve ser
esporádica , nem improvisada. Deve ser constante e planejada, ocorrendo
ao longo de todo o processo, fornecendo “feedback” e permitindo a
recuperação imediata quando for necessária. Ela tem a função de
diagnosticar, acompanhar e estabelecer parâmetros para a continuidade dos
estudos, oportunizando o sucesso dos envolvidos no processo ensino-
aprendizagem.
Para que o processo de avaliação seja desenvolvido de forma válida,
é primordial definir de maneira clara o planejamento como um todo.
A predominância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos
dar-se-á a partir da análise das modificações do aluno, considerando a sua
individualidade nos diferentes domínios: cognitivos, afetivos e
psicomotores.
O resultado da avaliação será expresso através da soma das notas
obtidas até um máximo de cem pontos, sendo a seguinte distribuição por
trimestre:
• 1º trimestre = 30 pontos
• 2º trimestre = 30 pontos
• 3º trimestre = 40 pontos
As notas de cada trimestre serão expressas em forma de número
inteiro. Será promovido para a série seguinte o aluno que atingir 60% em
cada componente curricular.
A freqüência mínima para a aprovação será de 75% do total de horas
letivas.
O aluno infreqüente, por motivo de doença grave ou gestação terá os
conteúdos e atividades passadas pelos professores para um membro da
família ou responsável, em datas específicas para devolução.
Os estudos de recuperação dar-se-ão ao longo do processo ensino-
aprendizagem. O professor após constatar a deficiência em determinado
conteúdo oportunizará novas experiências de aprendizagem a fim de suprir
ou reduzir defasagens. As avaliações anteriores e de recuperação serão
devidamente registradas pelo professor, durante o ano letivo, tornando clara
a evolução e a superação das lacunas na aprendizagem.
Serão efetuados chamamentos aos pais dos alunos que não
apresentam rendimento satisfatório. Dependendo da natureza do caso, esse
atendimento será realizado pela equipe pedagógica e/ou direção.
9. 3.5- PROFISSIONAIS E SEGMENTOS
A instituição possui um quadro de 50 profissionais, sendo que 39 são
professores (4 atuando na equipe diretiva/coordenação pedagógica, 2 no
laboratório de informática, 2 na biblioteca) e 11 funcionários que trabalham
nos demais setores da Escola (secretaria, auxiliar de disciplina, cozinha,
serviços gerais e vice-direção).
Mais de 90% dos docentes possuem graduação de ensino superior
completo, destes 21 tem curso de especialização. No quadro dos
funcionários há um número expressivo de profissionais com nível superior
completo ou em fase de conclusão.
O grupo docente procura realizar um bom trabalho. Necessitamos
ainda colocar em prática propostas inovadoras que tragam uma maior
empolgação, que considerem a realidade do aluno, que desenvolvam
habilidades e competências para o sucesso escolar e para a vida. Uso
excessivo do livro didático, cópia do quadro, conteúdos
descontextualizados e posturas conservadoras se fazem muito presentes na
Escola.
Existe muita heterogeneidade no que diz respeito a concepções
metodológicas e teorias de aprendizagem, em relação ao comprometimento
e participação no cotidiano da Escola. Alguns profissionais são apáticos,
desmotivados e descomprometidos.
Ocorrem muitas faltas não previstas dos professores. Essa situação
interfere negativamente no cotidiano escolar, até porque, na maioria das
vezes, não há plano de aula para quem vai substituir (o que também é
difícil, já que a Escola não dispõe de profissionais para essa necessidade e
tem setores de apoio fechados em alguns turnos como biblioteca e
laboratório).
A direção orienta os trabalhos de maneira democrática permitindo a
professores, alunos e funcionários exercerem suas atividades de forma
participativa. Não ocorre uma centralização de “poder” e de tarefas.
No geral o envolvimento dos familiares na vida escolar dos filhos
deixa muito a desejar, refletindo como uma das causas do desinteresse e,
consequentemente, na (in)disciplina dos alunos. Os pais necessitam suprir
necessidades básicas, dedicando mais tempo ao trabalho do que a presença
no lar para dar atenção aos filhos. Muitos pais delegam à Escola a educação
integral de seus filhos.
O atual Conselho Escolar e CPM são atuantes e comprometidos junto
a todas as atividades da Escola, inclusive na fiscalização e aplicação de
verbas e recursos financeiros.
A equipe de funcionários da Escola demonstra parceria,
responsabilidade e integração nas atividades da Escola.
10. 3.6- DISCENTES
Atendemos alunos dos 11 aos 50 anos distribuídos entre a 5ª série do
Ensino Fundamental e o 3º ano do Ensino Médio.
Os alunos que vem para a 5ª série são oriundos do próprio
bairro, bairros vizinhos e de logradouros situados na zona rural.
Muitos se utilizam do transporte escolar para se locomover. Os que
vêm da zona rural estudaram em escolas muito pequenas e multi-
seriadas.
Recebemos também um grande número de alunos da Escola
Walter Bellian, localizada ao lado da nossa. Eles, em sua maioria,
estudaram lá desde a pré-escola, saindo de lá na 4ª ou 5ª série (último
ano da Escola). Muitos chegam à nossa Escola deslumbrados com a
Escola grande e acreditando ser “grandes e livres”.
Tanto na 5ª série quanto na 6ª série, geralmente se faz necessário
um trabalho de adaptação/adequação, nas primeiras semanas de aula,
em relação à metodologia e normas de convivência.
Nas séries seguintes do Ensino Fundamental e Médio, o fluxo de
entrada de alunos se dá por transferência, ocasionada por troca de
moradia, de emprego, seja de dentro do município ou de outros
logradouros.
Os 2º e 3º anos da noite têm alunos mais velhos em suas turmas
devido à extinção da modalidade EJA no início deste ano letivo
(2008). Muitos ex-alunos da EJA foram para o Colégio Científico, os
que ficaram provém de vários bairros e até da zona rural do
município. São em sua maioria trabalhadores, pais e mães que ficaram
muito tempo sem estudar.
Nas turmas de 1º ano do turno da noite há trabalhadores
empregados no comércio e na indústria local. Ocorre uma grande
evasão escolar nessa série.
Existem muitas disparidades entre os nossos alunos,
principalmente do matutino e vespertino, tanto em relação à condição
econômica e estrutura familiar, quanto às expectativas e auto-estima,
mas a maioria gosta da Escola.
Tem-se muitos alunos com baixa auto-estima, sem grandes
expectativas em relação ao futuro, com problemas familiares sérios,
ausência dos pais no seu dia-a-dia, envolvimento com drogas lícitas e
ilícitas, etc. Em contrapartida tem-se alunos que querem e podem ir
para um curso superior, que têm pais bem presentes (família
estruturada) e vivem em boa situação financeira.
11. Uma grande parcela dos nossos alunos necessita melhorar
quanto à postura em relação ao seu papel de aluno. Precisam também
desenvolver hábitos e atitudes de cortesia para com os outros.
Percebem-se dificuldades no convívio com o grupo, agressividade
com colegas e até com professores. No turno da tarde as agressões
verbais e físicas entre alunos são mais freqüentes. Falta acreditar em
si, na sua potencialidade, não só querer passar de ano (alguns nem isso
almejam). Como conseqüência de todas essas “carências” tem-se
alunos desmotivados, desinteressados, que descumprem as normas de
convivência, que apresentam baixo rendimento escolar e alto índice de
reprovação, principalmente no Ensino Fundamental.
Cabe destacar também que uma boa parcela de nossos alunos é
excelente em relação a rendimento e aproveitamento escolar,
dedicação e respeito para com todos.
4- EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Têm-se a concepção de que todos devem ser vistos e respeitados
como interdependentes, iguais e livres. Precisamos abrir as portas da
Escola para aqueles que sempre foram considerados muito diferentes.
Temos que falar, pensar e fazer inclusão. Falar sobre o tema não é
difícil. O difícil é fazer inclusão de fato, quando ainda estamos vivenciando
no dia-a-dia, dificuldades na inclusão social (alunos não aceitos no grupo
por falta de higiene, por questões étnicas ou de credo, por serem agressivos,
etc.).
Para fazer inclusão de alunos “especiais” se faz necessário toda uma
infra-estrutura material, profissional e metodológica. Para atender
cadeirantes, a Escola precisa fazer adequações no ambiente físico; para
trabalhar com surdos-mudos e cegos, precisa-se não só de professores,
precisa-se de especialistas e de material de apoio. Precisa-se também de
parcerias com outras instituições e formação do corpo docente. Tem-se um
grande desafio. Mas o que não podemos enquanto instituição é cruzar os
braços. Precisamos começar.
4.1- DIRETRIZES PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Os alunos com necessidades educacionais especiais poderão ser
incluídos, no máximo, dois com “deficiência” na mesma turma, observadas
a natureza da necessidade especial apresentada, priorizando-se como
12. critério a idade cronológica, a sua maturidade biológica, cognitiva,
psicológica e social.
O encaminhamento dos alunos para os serviços de apoio
especializado, de natureza pedagógica, ou de reabilitação dependerá das
avaliações de suas necessidades, sempre com a participação da família e do
setor responsável junto a Coordenadoria de Educação.
A adequação curricular para atendimento de alunos com
necessidades “especiais” e dificuldades de aprendizagem coloca em
destaque a flexibilização da prática e dos conteúdos educacionais para
atender a todos os alunos e propiciar seu progresso em função de
possibilidades e diferenças individuais, levando-se em consideração os
valores que orientam a prática pedagógica.
Nesse sentido, faz-se necessário um olhar atento para as necessidades
individuais do aluno e nos Planos de Estudos já construídos para ir
redirecionando as ações durante o ano letivo e reconstruindo caminhos
segundo as reais necessidades para que se possa oferecer um currículo
dinâmico, alterável, passível de ampliação para que atenda realmente as
necessidades dos alunos, objetivando estabelecer uma relação harmônica
entre a realidade apresentada e a programação curricular.
Os objetivos e conteúdos devem priorizar:
• Áreas ou unidades de conteúdos que garantam funcionalidade e que
sejam essenciais e instrumentais para as aprendizagens posteriores
(Habilidades de leitura, escrita e cálculos).
• Objetivos que enfatizam capacidades e habilidades básicas de
atenção, participação e adaptabilidade do aluno (Desenvolvimento de
habilidades sociais de trabalho em equipe, de persistência nas
tarefas).
• A seqüência de conteúdos que requeiram processos gradativos de
menor a maior complexidade, atendendo à seqüência de passos, à
ordenação da aprendizagem às relações de técnicas e instrumentos
avaliativos de modo que atenda às peculiaridades dos que
apresentam dificuldades de aprendizagem.
• O oferecimento de práticas suplementares e de aprofundamento
(trabalhos diversificados que atendam às necessidades individuais).
• A introdução de atividades prévias que preparem os alunos para
novas aprendizagens (O aluno deve saber por que e para que está
estudando determinado conteúdo).
• A introdução de atividades alternativas, além das planejadas para a
turma, enquanto os demais colegas realizam outras atividades.
• Recursos de apoio: visuais, auditivos, gráficos, matérias
manipulativos.
13. • Alterações nos procedimentos didáticos para suplementar
necessidades específicas.
• Uma avaliação flexível de modo que considere a diversificação de
critérios, de instrumentos e procedimentos que levem em conta
diferentes situações de ensino e aprendizagem e condições
individuais dos alunos.
• Uma metodologia e procedimentos de ensino que levem em conta o
nível de compreensão e motivação dos alunos.
• Um planejamento diário com atividades amplas, com diferentes
níveis de dificuldades.
Tendo por base a realidade de nossos alunos, somente um currículo que
focalize as suas capacidades e o seu potencial, que não centralize a atenção
nas limitações, constitui a única alternativa para a não-exclusão.
5- CONSIDERAÇÕES SOBRE LEVANTAMENTOS REALIZADOS
JUNTO A COMUNIDADE ESCOLAR
Conseguiu-se para elaboração deste projeto uma expressiva
participação dos pais e dos alunos. Eles gostam muito da Escola e
“apostam” em todo o quadro de profissionais que nela atuam para que a
instituição fique ainda melhor, superando problemas que ora se apresentam
e atingindo novas metas.
Os pais estão conscientes que devem ter uma maior participação na
vida escolar de seus filhos, na educação dos mesmos, para que problemas
de (in)disciplina, evasão e repetência diminuam.
Nos levantamentos feitos junto aos segmentos também ficou muito
evidente a preocupação com a falta de segurança na Escola, com a
conservação e manutenção da estrutura física e do mobiliário, com o asseio
e a estética interna e externa da Escola.
A comunidade escolar também está muito preocupada com o
atendimento parcial do Laboratório de Informática, da Biblioteca e do
Serviço do SOE (Serviço de Orientação Educacional), pois tem consciência
da importância destes serviços na formação dos alunos.
Todo o material com os resultados e participação no trabalho (atas,
questionários, outros) realizado junto à comunidade escolar para
levantamento de dados sobre “a Escola que temos e a Escola que
queremos”, está arquivado na instituição.
14. 5.1- FINALIDADES/MEDIAÇÕES
Analisando o Projeto Político Pedagógico anterior (2001) e
considerando os atuais levantamentos, para que se tenha uma Escola ainda
melhor, é importante investir em ações que objetivam:
5.1.1- ASPECTOS PEDAGÓGICO-ADMINISTRATIVOS
• Resgatar, através de trabalhos em sala de aula, a confiança do aluno
nele mesmo, quebrando o mito de “coitadinho”.
• Relacionarmo-nos com o aluno de forma afetiva, mas com seriedade,
eliminando o mito de professor “bonzinho”.
• Utilizar estratégias variadas para que condicione a uma participação
mais efetiva dos pais no dia-a-dia da Escola.
• Manter os alunos envolvidos nas tarefas durante todo o período de
aula. Para isso deverá se levar em consideração sua individualidade e
possibilidades, desenvolvendo um planejamento diário.
• Despertar no aluno, hábitos de cortesia e formas adequadas de
convívio social, estimulando o uso constante de expressões
convencionais e do tratamento cordial com professores, colegas e
funcionários.
• Realizar projetos incentivando os alunos a zelarem pela conservação
e limpeza e demais cuidados com o mobiliário e equipamentos
escolares.
• Orientar pais e alunos no que se refere a estratégias e formas de
organização para realizar as tarefas diárias, manter o material em dia,
obedecer os prazos e horários (realizar reuniões com os pais por
série).
• Ampliar o atendimento da Biblioteca e do Laboratório de
Informática para que o aluno disponha de mais tempo para suas
buscas, pesquisas e descobertas (para que isto aconteça, a Escola
precisa de mais profissionais para setores).
• Compreender a abrangência do conceito de Inclusão no ambiente
escolar, a fim de potencializar e qualificar ações pedagógicas que
respeitem a diversidade.
• Investir nos eventos e atividades peculiares da Escola, a fim de
fortalecer a sua identidade, integrar a comunidade e, também,
angariar fundos para a Escola.
• Implantar o Projeto Educação Fiscal.
15. • Evidenciar a valorização dos trabalhadores em educação pelo
aperfeiçoamento (através de cursos, congressos e seminários), da
melhoria salarial e recursos humanos, com quadro completo de
professores, especialistas e funcionários.
• Compatibilizar os conhecimentos populares com teorias
educacionais existentes.
• Realizar projetos interdisciplinares sobre vários temas (valor a vida,
cidadania, ética/moral, meio ambiente, outros).
• Aulas mais humanistas, mais qualitativas, com conteúdos úteis para
a vida, mais próximos da realidade, das necessidades e do interesse
do aluno.
• Professores mais comprometidos, mais atuantes, assumindo o papel
de verdadeiros educadores.
• Trabalhar a auto-estima de professores e alunos.
• Desenvolver projetos que trabalhem a cultura da paz.
• Ampliar a Educação Ambiental (coleta seletiva, reciclagem).
• Ter, na Escola, uma linha de ação comum na administração e na área
pedagógica (pedagógico-interacionista) para alcançar mais objetivos.
• Dar prioridade ao atendimento diferenciado aos alunos com menor
aproveitamento e com diferentes ritmos de aprendizagem, de modo a
garantir sua permanência e sucesso escolar.
• Criar regras com o estabelecimento de sanções e alternativas
possíveis para “combater” a indisciplina, condizentes com a
realidade social e jurídica, para um efetivo andamento das aulas.
• Planejar e organizar as salas de aula para que se tornem “temáticas”
(sala de matemática, de português, de geografia, de ciências...).
• Ampliar o atendimento do Serviço de Orientação Educacional, para
os três turnos, de forma integral, contribuindo dessa forma para o
sucesso de todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem.
• Reservar nas Reuniões Pedagógicas um espaço para estudos e
reflexão sobre ação e planejamento por disciplina/série que
contribuam para a construção e recuperação de conceitos que
auxiliem na ressignificação das ações do professor em sala de aula.
• Ampliar o Serviço de Coordenação Pedagógica para os três turnos
(para isso faz-se necessário mais profissionais).
5.1.2- ASPECTOS DO AMBIENTE FÍSICO
• Construção do muro.
• Conservar e limpar salas de aula, corredores, banheiros, outros.
16. • Realizar consertos, reparos e pinturas nos locais que não foram
contemplados com a reforma que iniciou no mês de setembro do
corrente ano.
• Pleitear o serviço de um guarda escolar.
• Consertar e/ou substituir móveis e equipamentos danificados.
• Limpar e conservar o pátio da Escola.
• Angariar fundos para construção de passarelas cobertas entre os
vários prédios que compõem a Escola, facilitando dessa forma o
deslocamento de todos, nos dias de chuva.
• Fazer reformas e consertos no ginásio de esportes.
• Fazer adequações no pátio e no prédio para permitir o acesso de
alunos com dificuldades motoras.
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muito já foi feito no Colégio Estadual A.J. Renner.
Muito ainda se tem a fazer.
Será que vamos conseguir?
Se todos os envolvidos nesse projeto (de forma direta e indireta)
fizerem bem a sua parte, muito do que se “sonhou” será realidade.