O documento descreve a cena de despedida de um grupo de tropas portuguesas que embarcavam em uma missão no Líbano. Soldados e suas famílias se reuniam no aeroporto com boinas azuis, expressando saudade mas também satisfação em participar da missão. Enquanto alguns choravam ao se despedir, outros aproveitavam para conversar e se encorajar mutuamente sobre a cultura que encontrariam e a coragem necessária para os que partiam e ficavam.
2. Eram 15 horas da tarde do dia 1 de Junho de 2009, encontravam-se todos de baixo da torreira do sol, frente à sala de embarque da força aérea, no Aeroporto Militar de Figo Maduro. Era um grupo animado, que parecia ali se ter reunido para convívio, juntamente com os seus familiares. Tratava-se de um momento que pertencia a todos, e não a uma patente em especial. Aquilo que os unia era as boinas de cor azuis, a saudade, e a visível satisfação de poderem participar numa missão. Senão o tivesse ouvido em conversas quase murmuradas, e questiona-se directamente qual o seu maior receio, teriam apontado as perguntas inconvenientes dos jornalistas, e a preocupação latente no rosto daqueles que deixavam para trás. Entramos na sala procurando esquecer o choro de uma menina que se despedia da mãe por seis meses. As despedidas continuavam, mas também havia reencontros de camaradas; risos de grupos que se acotovelavam junto ao balcão do bar; veteranos que aconselhavam os estreantes; estreantes que discursavam sobre a cultura e o país que íam encontrar. Palavras de coragem para os que íam e para os que ficavam. Coragem em todas as bocas e em todos os olhares das nossas tropas que acabaram finalmente por embarcar às 17 horas rumo ao Líbano.