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O Brasil sob a Nova Ordem
 A economia brasileira contemporânea – Uma análise dos
                 governos Collor a Lula




         Rosa Maria Marques e
Mariana Ribeiro Jansen Ferreira
                 Organizadoras


              1ª Edição | 2010 |
Capítulo 8
O Processo de Financeirização
 do Segmento da Previdência
    Complementar Privada

    Marcel Guedes Leite
Capítulo 8
                    O Processo de Financeirização do
                    Segmento da Previdência Complementar
                    Privada.




Introdução



Segundo a literatura, os fundos de pensão constituem um dos
principais atores do capital financeiro que retornou soberano nos anos
1980, integrando um dos ramos dos chamados investidores
institucionais.


Estes últimos são formados pelos fundos de pensão, fundos coletivos
de aplicação, seguradoras e bancos que administram sociedades de
investimento.
Capítulo 8
                    O Processo de Financeirização do
                    Segmento da Previdência Complementar
                    Privada.




Esse processo de liberalização do capital e de imbricação dos
mercados financeiros implicou, o surgimento progressivo do capital
especulativo e a implantação de sua rentabilidade média (15%) como
referência para o capital produtivo.


No caso brasileiro, os fundos de pensão não são muito numerosos,
restringindo-se a categorias de trabalhadores ligados às autarquias.


Apesar disso, seu patrimônio é substantivo,         tendo   crescido
significativamente a partir dos anos 1980.
Capítulo 8
                   O Processo de Financeirização do
                   Segmento da Previdência Complementar
                   Privada.




Os sistemas abertos de previdência complementar, agora tratados
como um ativo financeiro qualquer, cresceram bastante nos últimos
anos, tanto em termos de patrimônio quanto em quantidade de
segurados.


Ao longo dos anos, tanto os fundos de pensão como as entidades
abertas de previdência complementar foram adaptando-se aos
interesses do capital financeiro em seus diferentes momentos.
Capítulo 8
                    O Processo de Financeirização do
                    Segmento da Previdência Complementar
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1. As Entidades de Previdência Complementar em Processo:
sua adequação ao capital financeiro


Ao longo da evolução do sistema previdenciário complementar
brasileiro observam-se transformações significativas, especialmente a
alteração do caráter dos fundos abertos de previdência, de
iminentemente previdenciário para uma natureza mais vinculada à
dos seguros privados.


1.1 As entidades abertas de previdência complementar (EAPC)

O patrimônio das EAPC vem crescendo continuamente desde o início
dos anos 1980, alcançando hoje uma proporção significativa do PIB
brasileiro.
Capítulo 8
                   O Processo de Financeirização do
                   Segmento da Previdência Complementar
                   Privada.




Se até meados dos anos 1990 seus investimentos representavam
menos de 0,5% do PIB, em 2006 essa proporção alcançou 4,4%.


Na composição do patrimônio das EAPC observa-se grande
concentração das atividades em poucas empresas, sendo a maior
delas – Bradesco Vida e Previdência – responsável por mais de 40%
do total, e as três maiores – além do Bradesco, o Itaú Vida e
Previdência S.A. e Brasilprev Previdência Privada -, por 70% do
mercado, em 2007.
Capítulo 8
                    O Processo de Financeirização do
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Atualmente, são oferecidas quatro modalidades de previdência
privada: o Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL), o Plano Vida
Gerador de Benefícios Livres (VGBL), o Fundo de Aposentadoria
Programada Individual (FAPI) e o Plano Tradicional de Garantia
Mínima.


A evolução do patrimônio das EAPC ressalta a grande retração dos
planos   tradicionais   de   previdência    privada (historicamente
administrados por entidades sem fins lucrativos).


Se até o final dos anos 1990 perfaziam a quase totalidade dos planos
oferecidos pelas entidades abertas, passaram a representar 0,4% do
patrimônio total administrado nesse segmento em 2006.
Capítulo 8
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Os planos VGBL, oferecidos pelas entidades, que respondiam por
apenas 4% dos participantes em 2002, expandem-se a ponto de
abrangerem em 2006 22% do total de participantes dos planos das
EAPC.


1.2 As    entidades    fechadas    de   previdência     complementar
(EFPC)


As EFPC vêm apresentando, ao            longo   das   últimas   décadas,
crescimento contínuo e significativo.
Capítulo 8
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Se o ativo administrado por elas em 1985 alcançava apenas o
equivalente a 1,6% do PIB, em 2006 esse percentual atingiu 16,1%
do PIB, com valor de R$ 374,7 bilhões (US$ 175,3 bilhões) situando o
País entre aqueles com maiores patrimônios previdenciários
complementares no mundo (MELO,2003).



A grande evolução do patrimônio dos fundos de pensão brasileiros não
se reflete no número de participantes e beneficiários dos planos por
eles administrados, demonstrando grande concentração dos recursos
previdenciários em benefício de um número restrito de pessoas.
Capítulo 8
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As aplicações dos recursos dos fundos de pensão seguem normas
legais que vêm sendo alteradas frequentemente de acordo com as
transformações do setor financeiro e do mercado de capitais, bem
como dos interesses governamentais.
Capítulo 8
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Quanto às aplicações em renda fixa, sempre o principal segmento
das reservas técnicas dos fundos de pensão, observa-se que até
1994 sua participação se retraiu anualmente, caindo de 50% em
1980 para pouco acima de 29% em 1994, mas iniciou uma
trajetória ascendente a partir de então.
Capítulo 8
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As instituições financeiras encontram nos fundos de pensão um
tomador significativo para seus próprios títulos, pois, além das
aplicações diretas em títulos privados, aproximadamente 14% do
patrimônio dos fundos de investimento estavam aplicados em títulos
privados ao final de 2007.


2. O Arcabouço Jurídico Caracterizador das Entidades de
Previdência Complementar


A importância da previdência complementar no Brasil pode ser
avaliada pela preocupação dos legisladores com sua regulamentação e
destino.
Capítulo 8
                   O Processo de Financeirização do
                   Segmento da Previdência Complementar
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A previdência complementar é desenvolvida, de um lado, por
entidades abertas de previdência e algumas sociedades seguradoras,
e, de outro, pelas EFPC, denominadas fundos de pensão.



Na história da regulamentação dos investimentos dos fundos de
pensão, observam-se três momentos com características bastante
marcantes: um que vai de 1977 até 1994; o segundo de 1994 a 2003,
e o terceiro, a partir de 2003.
Capítulo 8
                    O Processo de Financeirização do
                    Segmento da Previdência Complementar
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Primeira fase: A Resolução do Conselho Monetário Nacional n.460,
de 23 de janeiro de 1978 – que regulamentou as aplicações das
reservas dos fundos de pensão, fixou limites mínimos e máximos para
aplicação em títulos públicos federais, ações de empresas e imóveis.


Segunda fase: Inicia-se com a Resolução do Conselho Monetário
Nacional n. 2.109, de 1994, que, abandonando a ideia de fixar limites
mínimos de aplicação dos recursos previdenciários, passou a se
basear na definição apenas de limites quantitativos máximos de
alocação de recursos.
Capítulo 8
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Terceira fase: Segundo Paixão (2006), a modernização da legislação
que rege a previdência complementar se iniciou com a Emenda
Constitucional n. 20, de 15 de dezembro de 1998, ao dar nova
redação ao art. 202 da CF, dedicando-o inteiramente à previdência
complementar e a disciplinando dentro do Título da Ordem Social da
CF.


Considerações Finais

Verificou-se que a financeirização da previdência complementar aberta
é quase total, praticamente perdendo seu caráter previdenciário e
assumindo uma natureza mais financeira atrelada às operações de
seguro.
Capítulo 8
                    O Processo de Financeirização do
                    Segmento da Previdência Complementar
                    Privada.




Os planos tradicionais, oferecidos originalmente por entidades sem
fins lucrativos, deram lugar a modalidades que seguem a lógica do
capital financeiro fictício, cuja norma é a busca das maiores
rentabilidades.


Já em relação à previdência complementar fechada, apesar de
constitucionalmente reconhecida sua natureza social, muitas vezes
sua atividade-fim é submetida às exigências da atividade-meio.


O domínio dos princípios financeiros pode ser percebido na legislação
regulamentadora das aplicações dos recursos garantidores dos planos
previdenciários.

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Aula 25 o processo de financeirização do segmento da previdência complementar privada (economia brasileira)

  • 1. O Brasil sob a Nova Ordem A economia brasileira contemporânea – Uma análise dos governos Collor a Lula Rosa Maria Marques e Mariana Ribeiro Jansen Ferreira Organizadoras 1ª Edição | 2010 |
  • 2. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada Marcel Guedes Leite
  • 3. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. Introdução Segundo a literatura, os fundos de pensão constituem um dos principais atores do capital financeiro que retornou soberano nos anos 1980, integrando um dos ramos dos chamados investidores institucionais. Estes últimos são formados pelos fundos de pensão, fundos coletivos de aplicação, seguradoras e bancos que administram sociedades de investimento.
  • 4. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. Esse processo de liberalização do capital e de imbricação dos mercados financeiros implicou, o surgimento progressivo do capital especulativo e a implantação de sua rentabilidade média (15%) como referência para o capital produtivo. No caso brasileiro, os fundos de pensão não são muito numerosos, restringindo-se a categorias de trabalhadores ligados às autarquias. Apesar disso, seu patrimônio é substantivo, tendo crescido significativamente a partir dos anos 1980.
  • 5. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. Os sistemas abertos de previdência complementar, agora tratados como um ativo financeiro qualquer, cresceram bastante nos últimos anos, tanto em termos de patrimônio quanto em quantidade de segurados. Ao longo dos anos, tanto os fundos de pensão como as entidades abertas de previdência complementar foram adaptando-se aos interesses do capital financeiro em seus diferentes momentos.
  • 6. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. 1. As Entidades de Previdência Complementar em Processo: sua adequação ao capital financeiro Ao longo da evolução do sistema previdenciário complementar brasileiro observam-se transformações significativas, especialmente a alteração do caráter dos fundos abertos de previdência, de iminentemente previdenciário para uma natureza mais vinculada à dos seguros privados. 1.1 As entidades abertas de previdência complementar (EAPC) O patrimônio das EAPC vem crescendo continuamente desde o início dos anos 1980, alcançando hoje uma proporção significativa do PIB brasileiro.
  • 7. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. Se até meados dos anos 1990 seus investimentos representavam menos de 0,5% do PIB, em 2006 essa proporção alcançou 4,4%. Na composição do patrimônio das EAPC observa-se grande concentração das atividades em poucas empresas, sendo a maior delas – Bradesco Vida e Previdência – responsável por mais de 40% do total, e as três maiores – além do Bradesco, o Itaú Vida e Previdência S.A. e Brasilprev Previdência Privada -, por 70% do mercado, em 2007.
  • 8. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. Atualmente, são oferecidas quatro modalidades de previdência privada: o Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL), o Plano Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL), o Fundo de Aposentadoria Programada Individual (FAPI) e o Plano Tradicional de Garantia Mínima. A evolução do patrimônio das EAPC ressalta a grande retração dos planos tradicionais de previdência privada (historicamente administrados por entidades sem fins lucrativos). Se até o final dos anos 1990 perfaziam a quase totalidade dos planos oferecidos pelas entidades abertas, passaram a representar 0,4% do patrimônio total administrado nesse segmento em 2006.
  • 9. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. Os planos VGBL, oferecidos pelas entidades, que respondiam por apenas 4% dos participantes em 2002, expandem-se a ponto de abrangerem em 2006 22% do total de participantes dos planos das EAPC. 1.2 As entidades fechadas de previdência complementar (EFPC) As EFPC vêm apresentando, ao longo das últimas décadas, crescimento contínuo e significativo.
  • 10. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. Se o ativo administrado por elas em 1985 alcançava apenas o equivalente a 1,6% do PIB, em 2006 esse percentual atingiu 16,1% do PIB, com valor de R$ 374,7 bilhões (US$ 175,3 bilhões) situando o País entre aqueles com maiores patrimônios previdenciários complementares no mundo (MELO,2003). A grande evolução do patrimônio dos fundos de pensão brasileiros não se reflete no número de participantes e beneficiários dos planos por eles administrados, demonstrando grande concentração dos recursos previdenciários em benefício de um número restrito de pessoas.
  • 11. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. As aplicações dos recursos dos fundos de pensão seguem normas legais que vêm sendo alteradas frequentemente de acordo com as transformações do setor financeiro e do mercado de capitais, bem como dos interesses governamentais.
  • 12. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. Quanto às aplicações em renda fixa, sempre o principal segmento das reservas técnicas dos fundos de pensão, observa-se que até 1994 sua participação se retraiu anualmente, caindo de 50% em 1980 para pouco acima de 29% em 1994, mas iniciou uma trajetória ascendente a partir de então.
  • 13. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. As instituições financeiras encontram nos fundos de pensão um tomador significativo para seus próprios títulos, pois, além das aplicações diretas em títulos privados, aproximadamente 14% do patrimônio dos fundos de investimento estavam aplicados em títulos privados ao final de 2007. 2. O Arcabouço Jurídico Caracterizador das Entidades de Previdência Complementar A importância da previdência complementar no Brasil pode ser avaliada pela preocupação dos legisladores com sua regulamentação e destino.
  • 14. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. A previdência complementar é desenvolvida, de um lado, por entidades abertas de previdência e algumas sociedades seguradoras, e, de outro, pelas EFPC, denominadas fundos de pensão. Na história da regulamentação dos investimentos dos fundos de pensão, observam-se três momentos com características bastante marcantes: um que vai de 1977 até 1994; o segundo de 1994 a 2003, e o terceiro, a partir de 2003.
  • 15. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. Primeira fase: A Resolução do Conselho Monetário Nacional n.460, de 23 de janeiro de 1978 – que regulamentou as aplicações das reservas dos fundos de pensão, fixou limites mínimos e máximos para aplicação em títulos públicos federais, ações de empresas e imóveis. Segunda fase: Inicia-se com a Resolução do Conselho Monetário Nacional n. 2.109, de 1994, que, abandonando a ideia de fixar limites mínimos de aplicação dos recursos previdenciários, passou a se basear na definição apenas de limites quantitativos máximos de alocação de recursos.
  • 16. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. Terceira fase: Segundo Paixão (2006), a modernização da legislação que rege a previdência complementar se iniciou com a Emenda Constitucional n. 20, de 15 de dezembro de 1998, ao dar nova redação ao art. 202 da CF, dedicando-o inteiramente à previdência complementar e a disciplinando dentro do Título da Ordem Social da CF. Considerações Finais Verificou-se que a financeirização da previdência complementar aberta é quase total, praticamente perdendo seu caráter previdenciário e assumindo uma natureza mais financeira atrelada às operações de seguro.
  • 17. Capítulo 8 O Processo de Financeirização do Segmento da Previdência Complementar Privada. Os planos tradicionais, oferecidos originalmente por entidades sem fins lucrativos, deram lugar a modalidades que seguem a lógica do capital financeiro fictício, cuja norma é a busca das maiores rentabilidades. Já em relação à previdência complementar fechada, apesar de constitucionalmente reconhecida sua natureza social, muitas vezes sua atividade-fim é submetida às exigências da atividade-meio. O domínio dos princípios financeiros pode ser percebido na legislação regulamentadora das aplicações dos recursos garantidores dos planos previdenciários.