SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 15
Downloaden Sie, um offline zu lesen
O Brasil sob a Nova Ordem
 A economia brasileira contemporânea – Uma análise dos
                 governos Collor a Lula




         Rosa Maria Marques e
Mariana Ribeiro Jansen Ferreira
                 Organizadoras


              1ª Edição | 2010 |
Capítulo 3
 Financeirização: impacto nas
 prioridades de gasto do Estado
         – 1990 a 2007

Mariana Ribeiro Jansen Ferreira
Capítulo 3
                     Financeirização: impacto nas
                     prioridades de gasto do Estado – 1990 a
                     2007




Introdução


Durante o período em que esteve em vigor no Brasil o chamado
Estado desenvolvimentista, a política fiscal do governo foi afetada pela
crise fiscal-financeira que se instaurou ao final da década de 1970.

Nesse período, a economia brasileira apresentou significativa elevação
da inflação, os primeiros sinais de redução de crescimento e uma
crescente dívida pública.

A redução do gasto público culminou, desde 1999, no esforço explícito
de obtenção de superávits primários. Nesse momento, a prioridade
passou a ser claramente honrar os compromissos financeiros.
Capítulo 3
                    Financeirização: impacto nas
                    prioridades de gasto do Estado – 1990 a
                    2007




Mediante os dados disponíveis da Execução Orçamentária do Tesouro
Nacional, tem-se que, a partir da década de 1990, os dispêndios do
Estado são marcados pela forte queda nos gastos com investimento e
voltados para o desenvolvimento, refletindo os níveis crescentes de
liberalização da conta de capital e aprofundamento da financeirização
da economia.


A Execução orçamentária é uma forma usual de analisar como o
governo realiza seus gastos, tanto em termos de montantes invertidos
quanto em termos de prioridade no direcionamento do orçamento.
Capítulo 3
               Financeirização: impacto nas
               prioridades de gasto do Estado – 1990 a
               2007


1. A Execução Orçamentária: 1990-2007
Capítulo 3
                   Financeirização: impacto nas
                   prioridades de gasto do Estado – 1990 a
                   2007




1.1 Execução orçamentária – por categoria econômica e por
grupo de despesa

No ano de 1990, destaca-se um grande aumento no total
orçamentário, tendo em vista os dispêndios que envolveram a
preparação e implementação da Constituição de 1988.

Além disso, nesse ano, as despesas de capital representaram 71,26%
dos gastos totais, devido aos altos dispêndios com amortização da
dívida.

Quando, a partir de 1994, o refinanciamento é separado da
amortização da dívida, sua importância fica destacada, isto é,
observa-se que, apesar do esforço de amortização, novas dívidas
foram contraídas.
Capítulo 3
                   Financeirização: impacto nas
                   prioridades de gasto do Estado – 1990 a
                   2007




A maior parte da elevação do total da execução orçamentária ocorreu
por causa do aumento da “Amortização da Dívida – Refinanciamento”,
que passou de R$178 bilhões para R$ 576 bilhões em 1994-2005,
uma elevação de 223%.

Durante o primeiro mandato do governo Fernando Henrique (1995-
1998), a participação do refinanciamento ficou entre 35% e 39%. No
início do segundo mandato, elevou-se para 45,7% e 48,8% em 1999
e 2000, reflexo do acordo realizado com o Fundo Monetário
Internacional (FMI).

Com o objetivo de registrar a perda de importância do investimento
realizado pelo Estado no momento em que aumenta a
“financeirização” do orçamento da União, comparam-se os gastos
voltados para Investimentos com os montantes destinados ao
pagamento de Juros e Encargos da Dívida.
Capítulo 3
Financeirização: impacto nas
prioridades de gasto do Estado – 1990 a
2007
Capítulo 3
                   Financeirização: impacto nas
                   prioridades de gasto do Estado – 1990 a
                   2007




1.2 Execução orçamentária – por função

As funções que apresentam maiores gastos, no intervalo de tempo
estudado, variam de forma significativa. Os gastos com
“Administração” passam por uma grande mudança a partir de 2000,
quando o seu montante caiu muito.

As demais funções de manutenção da estrutura pública, além da
“Administração”, apresentam patamar semelhante de participação no
total dos gastos.

A função “Trabalho” tem, em 2007, patamar semelhante ao observado
no início da década de 1990 – 1,57% em 1990 e 1,66% em 2007,
sendo que somente em 1991 houve um valor significativamente
diferente da média histórica verificada nessa série.
Capítulo 3
                    Financeirização: impacto nas
                    prioridades de gasto do Estado – 1990 a
                    2007




Os gastos com “Previdência Social/Assistência Social” se elevam após
a Constituição de 1988: de cerca de 11,5%, em 1990, para
aproximadamente 19% em 1991. Sua maior participação foi em 1996
(22,19%), reduzindo-se a partir de então.

A função “Encargos Especiais” é criada em 2000, sendo responsável
por parte substancial dos dispêndios da União, pois representa desde
então ao menos 21,7% do total de gastos.

Todas as demais funções, caracterizadas pelo forte vínculo com o
crescimento  nacional,    apresentam     retração  ao   longo   do
período de análise: “Agricultura”, “Comércio e Serviços/Indústria”;
“Comunicações”;    “Energia”;     “Transporte”;   “Desenvolvimento
Regional”.
Capítulo 3
                    Financeirização: impacto nas
                    prioridades de gasto do Estado – 1990 a
                    2007



A forte retração dos gastos com “Transporte” também marca essa
mudança na forma de dispêndio do governo; tal função, que
representava 2,46% em 1991, a partir de 1997 mantém um patamar
abaixo de 1%, sendo de 0,49% em 2007.

Deve-se lembrar que, durante esses anos, o governo federal
praticamente deixou de investir em estradas – o que foi seguido pela
passagem de seus cuidados, em vários casos, a empresas privadas,
mediante a cobrança de pedágio.


Considerações Finais

A análise da Execução Orçamentária mostra que as prioridades do
governo estabelecidas no começo da década de 1990 mantiveram-se
ao longo dos anos de análise e eram bastante diferentes daquelas
existentes entre as décadas de 1930 e 1970 no País.
Capítulo 3
                    Financeirização: impacto nas
                    prioridades de gasto do Estado – 1990 a
                    2007




Da análise da execução orçamentária, tem-se que não só a forma de
atuação do Estado se modificou, em comparação com as décadas
anteriores, mas a própria maneira como a dívida pública é percebida e
utilizada transformou-se.


A partir da década de 1990, é defendida a necessidade de ajustes
fiscais, colocando como meta a consecução de um equilíbrio fiscal que
permitiria, no médio prazo, uma eliminação estrutural do déficit
público.


Assim, a política em vigor tende a sacrificar gastos importantes do
governo, como os voltados para o investimento, sem reduzir o ônus
financeiro da dívida, o que aparece como parte da “nova” forma de
inserção estatal, permeada pela lógica financeira dominante.
Capítulo 3
                    Financeirização: impacto nas
                    prioridades de gasto do Estado – 1990 a
                    2007




A despesa com os juros da dívida apresenta uma trajetória
ascendente, de forma que a realização de superávits primários passou
a ser prioritária na agenda governamental.


Os elevados gastos com juros são, em grande medida, alimentados
pelos altos índices de juros Selic, um dos principais indexadores da
dívida pública no País, porque a manutenção de altas taxas de juros
torna o serviço da dívida pública extremamente oneroso.


Tal endividamento pautou a adoção da política, por parte do governo,
da obtenção de superávits primários.
Capítulo 3
                    Financeirização: impacto nas
                    prioridades de gasto do Estado – 1990 a
                    2007




O estudo da Execução Orçamentária da União, assim como a análise
da evolução do investimento, do crescimento do PIB, da taxa de juros,
isto é, de grande parte dos principais indicadores econômicos do País,
mostra que o Estado exerce, ao longo da década de 1990, e
atualmente na década de 2000, um papel distinto do que possuía
anteriormente.


Tal mudança teve como propulsor a idéia de que o Estado
“desenvolvimentista”, antes existente, não só havia entrado em
falência como era inadequado à realidade da mundialização da
economia, demandando uma reformulação na sua atuação social e
econômica.
Capítulo 3
                   Financeirização: impacto nas
                   prioridades de gasto do Estado – 1990 a
                   2007




O que se tem, na realidade, é que o Estado retraiu sua função como
propulsor do crescimento econômico – o que realizava principalmente
mediantes seus investimentos – e manteve sua participação ativa
como “garantidor” da preservação dos interesses financeiros e
rentistas.


Como o refinanciamento da dívida pública não só não se retrai mas
também se torna cada vez mais robusto como parte dos gastos
estatais, tal trajetória tende a se perpetuar tanto na execução
orçamentária do governo quanto em toda esfera de atuação pública.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

A política econômica do governo dilma e os limites do crescimento versão 9.0
A política econômica do governo dilma e os limites do crescimento versão 9.0A política econômica do governo dilma e os limites do crescimento versão 9.0
A política econômica do governo dilma e os limites do crescimento versão 9.0Wagner Cunha e Torre Torres
 
08 nocoes de_administracao_orcamentaria_e_financeira_e_orcamento_publico
08 nocoes de_administracao_orcamentaria_e_financeira_e_orcamento_publico08 nocoes de_administracao_orcamentaria_e_financeira_e_orcamento_publico
08 nocoes de_administracao_orcamentaria_e_financeira_e_orcamento_publicowalneyal
 
Grupo 3 apresentacão junta
Grupo 3 apresentacão juntaGrupo 3 apresentacão junta
Grupo 3 apresentacão juntajulianazaponi
 
Política fiscal
Política fiscalPolítica fiscal
Política fiscalPaulo Lima
 
Política fiscal e monetária
Política fiscal e monetáriaPolítica fiscal e monetária
Política fiscal e monetáriaUsuarioManeiro
 
Estudo da Ceplan sobre a economia em Pernambuco
Estudo da Ceplan sobre a economia em PernambucoEstudo da Ceplan sobre a economia em Pernambuco
Estudo da Ceplan sobre a economia em PernambucoJamildo Melo
 
Principais instrumentos da política fiscal
Principais instrumentos da política fiscalPrincipais instrumentos da política fiscal
Principais instrumentos da política fiscalrefugiodosanjos
 
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
O plano real e o crescimento da dívida pública no brasil
O plano real e o crescimento da dívida pública no brasilO plano real e o crescimento da dívida pública no brasil
O plano real e o crescimento da dívida pública no brasilGabriel De Moura Mesquita
 
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Retrospectiva Prospectiva: Ajustes e Complicações
Retrospectiva Prospectiva: Ajustes e ComplicaçõesRetrospectiva Prospectiva: Ajustes e Complicações
Retrospectiva Prospectiva: Ajustes e ComplicaçõesBanco Pine
 
Relatório de Inflação de Março de 2015
Relatório de Inflação de Março de 2015Relatório de Inflação de Março de 2015
Relatório de Inflação de Março de 2015DenizecomZ
 

Was ist angesagt? (18)

A política econômica do governo dilma e os limites do crescimento versão 9.0
A política econômica do governo dilma e os limites do crescimento versão 9.0A política econômica do governo dilma e os limites do crescimento versão 9.0
A política econômica do governo dilma e os limites do crescimento versão 9.0
 
08 nocoes de_administracao_orcamentaria_e_financeira_e_orcamento_publico
08 nocoes de_administracao_orcamentaria_e_financeira_e_orcamento_publico08 nocoes de_administracao_orcamentaria_e_financeira_e_orcamento_publico
08 nocoes de_administracao_orcamentaria_e_financeira_e_orcamento_publico
 
Brasil 2003 2015 divida e Situaçao Fiscal
Brasil 2003 2015 divida e Situaçao FiscalBrasil 2003 2015 divida e Situaçao Fiscal
Brasil 2003 2015 divida e Situaçao Fiscal
 
Grupo 3 apresentacão junta
Grupo 3 apresentacão juntaGrupo 3 apresentacão junta
Grupo 3 apresentacão junta
 
Política fiscal
Política fiscalPolítica fiscal
Política fiscal
 
Política fiscal e monetária
Política fiscal e monetáriaPolítica fiscal e monetária
Política fiscal e monetária
 
Análise da Polítca Fiscal Brasileira Recente
Análise da Polítca Fiscal Brasileira RecenteAnálise da Polítca Fiscal Brasileira Recente
Análise da Polítca Fiscal Brasileira Recente
 
Estudo da Ceplan sobre a economia em Pernambuco
Estudo da Ceplan sobre a economia em PernambucoEstudo da Ceplan sobre a economia em Pernambuco
Estudo da Ceplan sobre a economia em Pernambuco
 
Principais instrumentos da política fiscal
Principais instrumentos da política fiscalPrincipais instrumentos da política fiscal
Principais instrumentos da política fiscal
 
Politica cambialmonetaria
Politica cambialmonetariaPolitica cambialmonetaria
Politica cambialmonetaria
 
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...
Política Macroeconômica, crescimento e distribuição de renda na Economia Bras...
 
Unidade 3 parte 4
Unidade 3   parte 4Unidade 3   parte 4
Unidade 3 parte 4
 
O plano real e o crescimento da dívida pública no brasil
O plano real e o crescimento da dívida pública no brasilO plano real e o crescimento da dívida pública no brasil
O plano real e o crescimento da dívida pública no brasil
 
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Retrospectiva Prospectiva: Ajustes e Complicações
Retrospectiva Prospectiva: Ajustes e ComplicaçõesRetrospectiva Prospectiva: Ajustes e Complicações
Retrospectiva Prospectiva: Ajustes e Complicações
 
Relatório de Inflação de Março de 2015
Relatório de Inflação de Março de 2015Relatório de Inflação de Março de 2015
Relatório de Inflação de Março de 2015
 
Informe conjuntural nº 16 dezembro 2011 versão final
Informe conjuntural nº 16 dezembro 2011  versão finalInforme conjuntural nº 16 dezembro 2011  versão final
Informe conjuntural nº 16 dezembro 2011 versão final
 
Economia Brasileira em Perspectiva
Economia Brasileira em PerspectivaEconomia Brasileira em Perspectiva
Economia Brasileira em Perspectiva
 

Andere mochten auch

Aula 34 instituições e economia
Aula 34  instituições e economiaAula 34  instituições e economia
Aula 34 instituições e economiapetecoslides
 
Aula 22 financiamento e vulnerabilidade externa da economia brasileira (econ...
Aula 22  financiamento e vulnerabilidade externa da economia brasileira (econ...Aula 22  financiamento e vulnerabilidade externa da economia brasileira (econ...
Aula 22 financiamento e vulnerabilidade externa da economia brasileira (econ...petecoslides
 
Aula 28 a saúde pública sob a batuta da nova ordem (economia brasileira)
Aula 28    a saúde pública sob a batuta da nova ordem (economia brasileira)Aula 28    a saúde pública sob a batuta da nova ordem (economia brasileira)
Aula 28 a saúde pública sob a batuta da nova ordem (economia brasileira)petecoslides
 
Aula 45 o método da economia economia política
Aula 45  o método da economia economia políticaAula 45  o método da economia economia política
Aula 45 o método da economia economia políticapetecoslides
 
Aula 32 o capital com pressa e o jornalista sem fonte (economia brasileira)
Aula 32    o capital com pressa e o jornalista sem fonte (economia brasileira)Aula 32    o capital com pressa e o jornalista sem fonte (economia brasileira)
Aula 32 o capital com pressa e o jornalista sem fonte (economia brasileira)petecoslides
 
Aula 25 o processo de financeirização do segmento da previdência complement...
Aula 25   o processo de financeirização do segmento da previdência complement...Aula 25   o processo de financeirização do segmento da previdência complement...
Aula 25 o processo de financeirização do segmento da previdência complement...petecoslides
 
Aula 59 o que foi a alca
Aula 59   o que foi a alcaAula 59   o que foi a alca
Aula 59 o que foi a alcapetecoslides
 
Aula 23 a evolução do programa nacional de desestatização (pnd) seus princi...
Aula 23   a evolução do programa nacional de desestatização (pnd) seus princi...Aula 23   a evolução do programa nacional de desestatização (pnd) seus princi...
Aula 23 a evolução do programa nacional de desestatização (pnd) seus princi...petecoslides
 
Aula 36 reforma do comércio exterior brasileiro 1990-94
Aula 36  reforma do comércio exterior brasileiro 1990-94Aula 36  reforma do comércio exterior brasileiro 1990-94
Aula 36 reforma do comércio exterior brasileiro 1990-94petecoslides
 
Aula 18 o regime de acumulação sob a dominância financeira e a nova ordem (...
Aula 18   o regime de acumulação sob a dominância financeira e a nova ordem (...Aula 18   o regime de acumulação sob a dominância financeira e a nova ordem (...
Aula 18 o regime de acumulação sob a dominância financeira e a nova ordem (...petecoslides
 
Aula 43 keynes - o fim do laissez-faire
Aula 43   keynes - o fim do laissez-faireAula 43   keynes - o fim do laissez-faire
Aula 43 keynes - o fim do laissez-fairepetecoslides
 
Aula 58 o gatt e a unctad
Aula 58   o gatt e a unctadAula 58   o gatt e a unctad
Aula 58 o gatt e a unctadpetecoslides
 
Aula 27 a previdência social sob a mira dos fundos de pensão (economia bras...
Aula 27   a previdência social sob a mira dos fundos de pensão (economia bras...Aula 27   a previdência social sob a mira dos fundos de pensão (economia bras...
Aula 27 a previdência social sob a mira dos fundos de pensão (economia bras...petecoslides
 
Aula 29 os programas de transferência de renda no brasil no período (econo...
Aula 29    os programas de transferência de renda no brasil no período (econo...Aula 29    os programas de transferência de renda no brasil no período (econo...
Aula 29 os programas de transferência de renda no brasil no período (econo...petecoslides
 
Aula 35 políticas comercial e industrial
Aula 35   políticas comercial e industrialAula 35   políticas comercial e industrial
Aula 35 políticas comercial e industrialpetecoslides
 
II guerra do golfo operação liberdade iraquiana
II guerra do golfo   operação liberdade iraquianaII guerra do golfo   operação liberdade iraquiana
II guerra do golfo operação liberdade iraquianaHENRIQUE SANTANA
 
Aula 24 fusões e aquisições uma outra forma com a mesma essência (economia ...
Aula 24   fusões e aquisições uma outra forma com a mesma essência (economia ...Aula 24   fusões e aquisições uma outra forma com a mesma essência (economia ...
Aula 24 fusões e aquisições uma outra forma com a mesma essência (economia ...petecoslides
 
Aula 53 capital estrangeiro
Aula 53   capital estrangeiroAula 53   capital estrangeiro
Aula 53 capital estrangeiropetecoslides
 
O Mundo dos Negocios
O Mundo dos NegociosO Mundo dos Negocios
O Mundo dos NegociosCRA-BA
 
Aula 05 consumidores, produtores e eficiência dos mercados
Aula 05   consumidores, produtores e eficiência dos mercadosAula 05   consumidores, produtores e eficiência dos mercados
Aula 05 consumidores, produtores e eficiência dos mercadospetecoslides
 

Andere mochten auch (20)

Aula 34 instituições e economia
Aula 34  instituições e economiaAula 34  instituições e economia
Aula 34 instituições e economia
 
Aula 22 financiamento e vulnerabilidade externa da economia brasileira (econ...
Aula 22  financiamento e vulnerabilidade externa da economia brasileira (econ...Aula 22  financiamento e vulnerabilidade externa da economia brasileira (econ...
Aula 22 financiamento e vulnerabilidade externa da economia brasileira (econ...
 
Aula 28 a saúde pública sob a batuta da nova ordem (economia brasileira)
Aula 28    a saúde pública sob a batuta da nova ordem (economia brasileira)Aula 28    a saúde pública sob a batuta da nova ordem (economia brasileira)
Aula 28 a saúde pública sob a batuta da nova ordem (economia brasileira)
 
Aula 45 o método da economia economia política
Aula 45  o método da economia economia políticaAula 45  o método da economia economia política
Aula 45 o método da economia economia política
 
Aula 32 o capital com pressa e o jornalista sem fonte (economia brasileira)
Aula 32    o capital com pressa e o jornalista sem fonte (economia brasileira)Aula 32    o capital com pressa e o jornalista sem fonte (economia brasileira)
Aula 32 o capital com pressa e o jornalista sem fonte (economia brasileira)
 
Aula 25 o processo de financeirização do segmento da previdência complement...
Aula 25   o processo de financeirização do segmento da previdência complement...Aula 25   o processo de financeirização do segmento da previdência complement...
Aula 25 o processo de financeirização do segmento da previdência complement...
 
Aula 59 o que foi a alca
Aula 59   o que foi a alcaAula 59   o que foi a alca
Aula 59 o que foi a alca
 
Aula 23 a evolução do programa nacional de desestatização (pnd) seus princi...
Aula 23   a evolução do programa nacional de desestatização (pnd) seus princi...Aula 23   a evolução do programa nacional de desestatização (pnd) seus princi...
Aula 23 a evolução do programa nacional de desestatização (pnd) seus princi...
 
Aula 36 reforma do comércio exterior brasileiro 1990-94
Aula 36  reforma do comércio exterior brasileiro 1990-94Aula 36  reforma do comércio exterior brasileiro 1990-94
Aula 36 reforma do comércio exterior brasileiro 1990-94
 
Aula 18 o regime de acumulação sob a dominância financeira e a nova ordem (...
Aula 18   o regime de acumulação sob a dominância financeira e a nova ordem (...Aula 18   o regime de acumulação sob a dominância financeira e a nova ordem (...
Aula 18 o regime de acumulação sob a dominância financeira e a nova ordem (...
 
Aula 43 keynes - o fim do laissez-faire
Aula 43   keynes - o fim do laissez-faireAula 43   keynes - o fim do laissez-faire
Aula 43 keynes - o fim do laissez-faire
 
Aula 58 o gatt e a unctad
Aula 58   o gatt e a unctadAula 58   o gatt e a unctad
Aula 58 o gatt e a unctad
 
Aula 27 a previdência social sob a mira dos fundos de pensão (economia bras...
Aula 27   a previdência social sob a mira dos fundos de pensão (economia bras...Aula 27   a previdência social sob a mira dos fundos de pensão (economia bras...
Aula 27 a previdência social sob a mira dos fundos de pensão (economia bras...
 
Aula 29 os programas de transferência de renda no brasil no período (econo...
Aula 29    os programas de transferência de renda no brasil no período (econo...Aula 29    os programas de transferência de renda no brasil no período (econo...
Aula 29 os programas de transferência de renda no brasil no período (econo...
 
Aula 35 políticas comercial e industrial
Aula 35   políticas comercial e industrialAula 35   políticas comercial e industrial
Aula 35 políticas comercial e industrial
 
II guerra do golfo operação liberdade iraquiana
II guerra do golfo   operação liberdade iraquianaII guerra do golfo   operação liberdade iraquiana
II guerra do golfo operação liberdade iraquiana
 
Aula 24 fusões e aquisições uma outra forma com a mesma essência (economia ...
Aula 24   fusões e aquisições uma outra forma com a mesma essência (economia ...Aula 24   fusões e aquisições uma outra forma com a mesma essência (economia ...
Aula 24 fusões e aquisições uma outra forma com a mesma essência (economia ...
 
Aula 53 capital estrangeiro
Aula 53   capital estrangeiroAula 53   capital estrangeiro
Aula 53 capital estrangeiro
 
O Mundo dos Negocios
O Mundo dos NegociosO Mundo dos Negocios
O Mundo dos Negocios
 
Aula 05 consumidores, produtores e eficiência dos mercados
Aula 05   consumidores, produtores e eficiência dos mercadosAula 05   consumidores, produtores e eficiência dos mercados
Aula 05 consumidores, produtores e eficiência dos mercados
 

Ähnlich wie Aula 20 financeirização impacto nas prioridades de gasto do estado 1990 a 2007 (economia brasileira)

Administração financeira e orçamentária pg176
Administração financeira e orçamentária pg176Administração financeira e orçamentária pg176
Administração financeira e orçamentária pg176kisb1337
 
Administração financeira e orçamentária
Administração financeira e orçamentáriaAdministração financeira e orçamentária
Administração financeira e orçamentáriaLindomar Pereira
 
As finanças públicas e o impacto fiscal entre 2003 e 2012: dez anos de govern...
As finanças públicas e o impacto fiscal entre 2003 e 2012: dez anos de govern...As finanças públicas e o impacto fiscal entre 2003 e 2012: dez anos de govern...
As finanças públicas e o impacto fiscal entre 2003 e 2012: dez anos de govern...Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
Relatório de Análise Econômica dos Gastos Públicos Federais
Relatório de Análise Econômica dos Gastos Públicos FederaisRelatório de Análise Econômica dos Gastos Públicos Federais
Relatório de Análise Econômica dos Gastos Públicos FederaisMinistério da Economia
 
Questões de administração financeira e orçamentária (afo) pass aki - apostila
Questões de administração financeira e orçamentária (afo)   pass aki - apostilaQuestões de administração financeira e orçamentária (afo)   pass aki - apostila
Questões de administração financeira e orçamentária (afo) pass aki - apostilapcm1nd
 
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
O Processo Orcamentario Na Lrf Instrumento De Planejamento
O Processo Orcamentario Na Lrf Instrumento De PlanejamentoO Processo Orcamentario Na Lrf Instrumento De Planejamento
O Processo Orcamentario Na Lrf Instrumento De Planejamentomarcosurl
 
Tema 1 Ambiente de Gestão Financeira.docx
Tema 1 Ambiente de Gestão Financeira.docxTema 1 Ambiente de Gestão Financeira.docx
Tema 1 Ambiente de Gestão Financeira.docxflichucha
 
Economia Brasileira
Economia BrasileiraEconomia Brasileira
Economia BrasileiraYuri Silver
 
Situação fiscal do Estado é boa, contesta Secretaria da Fazenda
Situação fiscal do Estado é boa, contesta Secretaria da FazendaSituação fiscal do Estado é boa, contesta Secretaria da Fazenda
Situação fiscal do Estado é boa, contesta Secretaria da FazendaJornal do Commercio
 
DESPESA PUBLICA EM MOCAMBIQUE
DESPESA PUBLICA EM MOCAMBIQUEDESPESA PUBLICA EM MOCAMBIQUE
DESPESA PUBLICA EM MOCAMBIQUEFaudo Mussa
 
Destrinchando - Dívida Pública (2017)
Destrinchando - Dívida Pública (2017)Destrinchando - Dívida Pública (2017)
Destrinchando - Dívida Pública (2017)Marcelo Soares
 
"Reforma da Previdência", para o Sindicato dos Bancários em 21 06 2016 e para...
"Reforma da Previdência", para o Sindicato dos Bancários em 21 06 2016 e para..."Reforma da Previdência", para o Sindicato dos Bancários em 21 06 2016 e para...
"Reforma da Previdência", para o Sindicato dos Bancários em 21 06 2016 e para...Deputado Paulo Rubem - PDT
 

Ähnlich wie Aula 20 financeirização impacto nas prioridades de gasto do estado 1990 a 2007 (economia brasileira) (20)

Administração financeira e orçamentária pg176
Administração financeira e orçamentária pg176Administração financeira e orçamentária pg176
Administração financeira e orçamentária pg176
 
Administração financeira e orçamentária
Administração financeira e orçamentáriaAdministração financeira e orçamentária
Administração financeira e orçamentária
 
As finanças públicas e o impacto fiscal entre 2003 e 2012: dez anos de govern...
As finanças públicas e o impacto fiscal entre 2003 e 2012: dez anos de govern...As finanças públicas e o impacto fiscal entre 2003 e 2012: dez anos de govern...
As finanças públicas e o impacto fiscal entre 2003 e 2012: dez anos de govern...
 
Relatório de Análise Econômica dos Gastos Públicos Federais
Relatório de Análise Econômica dos Gastos Públicos FederaisRelatório de Análise Econômica dos Gastos Públicos Federais
Relatório de Análise Econômica dos Gastos Públicos Federais
 
Questões de administração financeira e orçamentária (afo) pass aki - apostila
Questões de administração financeira e orçamentária (afo)   pass aki - apostilaQuestões de administração financeira e orçamentária (afo)   pass aki - apostila
Questões de administração financeira e orçamentária (afo) pass aki - apostila
 
AULA 1 e 2.pdf
AULA 1 e 2.pdfAULA 1 e 2.pdf
AULA 1 e 2.pdf
 
Artigo plano real
Artigo plano realArtigo plano real
Artigo plano real
 
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 27 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
O Processo Orcamentario Na Lrf Instrumento De Planejamento
O Processo Orcamentario Na Lrf Instrumento De PlanejamentoO Processo Orcamentario Na Lrf Instrumento De Planejamento
O Processo Orcamentario Na Lrf Instrumento De Planejamento
 
O abismo fiscal do estado de alagoas
O abismo fiscal do estado de alagoasO abismo fiscal do estado de alagoas
O abismo fiscal do estado de alagoas
 
Estudo do Ipea
Estudo do IpeaEstudo do Ipea
Estudo do Ipea
 
Tema 1 Ambiente de Gestão Financeira.docx
Tema 1 Ambiente de Gestão Financeira.docxTema 1 Ambiente de Gestão Financeira.docx
Tema 1 Ambiente de Gestão Financeira.docx
 
PAC 2 ano 1
PAC 2 ano 1PAC 2 ano 1
PAC 2 ano 1
 
Economia Brasileira
Economia BrasileiraEconomia Brasileira
Economia Brasileira
 
Situação fiscal do Estado é boa, contesta Secretaria da Fazenda
Situação fiscal do Estado é boa, contesta Secretaria da FazendaSituação fiscal do Estado é boa, contesta Secretaria da Fazenda
Situação fiscal do Estado é boa, contesta Secretaria da Fazenda
 
Aula 04.pptx
Aula 04.pptxAula 04.pptx
Aula 04.pptx
 
DESPESA PUBLICA EM MOCAMBIQUE
DESPESA PUBLICA EM MOCAMBIQUEDESPESA PUBLICA EM MOCAMBIQUE
DESPESA PUBLICA EM MOCAMBIQUE
 
PEC 241 - Austeridade
PEC 241 - AusteridadePEC 241 - Austeridade
PEC 241 - Austeridade
 
Destrinchando - Dívida Pública (2017)
Destrinchando - Dívida Pública (2017)Destrinchando - Dívida Pública (2017)
Destrinchando - Dívida Pública (2017)
 
"Reforma da Previdência", para o Sindicato dos Bancários em 21 06 2016 e para...
"Reforma da Previdência", para o Sindicato dos Bancários em 21 06 2016 e para..."Reforma da Previdência", para o Sindicato dos Bancários em 21 06 2016 e para...
"Reforma da Previdência", para o Sindicato dos Bancários em 21 06 2016 e para...
 

Mehr von petecoslides

Aula 60 políticas industriais e comerciais
Aula 60   políticas industriais e comerciaisAula 60   políticas industriais e comerciais
Aula 60 políticas industriais e comerciaispetecoslides
 
Aula 57 modelo hecksher-ohlin
Aula 57  modelo hecksher-ohlinAula 57  modelo hecksher-ohlin
Aula 57 modelo hecksher-ohlinpetecoslides
 
Aula 56 economia política da proteção internacional
Aula 56   economia política da proteção internacionalAula 56   economia política da proteção internacional
Aula 56 economia política da proteção internacionalpetecoslides
 
Aula 55 economia internacional e mercantilismo
Aula 55   economia internacional e mercantilismoAula 55   economia internacional e mercantilismo
Aula 55 economia internacional e mercantilismopetecoslides
 
Aula 54 comércio internacional e desenvolvimento
Aula 54   comércio internacional e desenvolvimentoAula 54   comércio internacional e desenvolvimento
Aula 54 comércio internacional e desenvolvimentopetecoslides
 
Aula 52 barreiras ao comércio internacional
Aula 52   barreiras ao comércio internacionalAula 52   barreiras ao comércio internacional
Aula 52 barreiras ao comércio internacionalpetecoslides
 
Aula 51 abordagem desenvolvimentista e integração econômica
Aula 51  abordagem desenvolvimentista e integração econômicaAula 51  abordagem desenvolvimentista e integração econômica
Aula 51 abordagem desenvolvimentista e integração econômicapetecoslides
 
Aula 50 a nova teoria do comércio internacional
Aula 50  a nova teoria do comércio internacionalAula 50  a nova teoria do comércio internacional
Aula 50 a nova teoria do comércio internacionalpetecoslides
 
Aula 61 teorias do comércio internacional
Aula 61   teorias do comércio internacionalAula 61   teorias do comércio internacional
Aula 61 teorias do comércio internacionalpetecoslides
 
Aula 49 uma nova biografia de keynes
Aula 49   uma nova biografia de keynesAula 49   uma nova biografia de keynes
Aula 49 uma nova biografia de keynespetecoslides
 
Aula 48 senior, jevons e walras - a construção da ortodoxia econômica
Aula 48   senior, jevons e walras - a construção da ortodoxia econômicaAula 48   senior, jevons e walras - a construção da ortodoxia econômica
Aula 48 senior, jevons e walras - a construção da ortodoxia econômicapetecoslides
 
Aula 47 robert heilbroner - a revolução econômica
Aula 47   robert heilbroner - a revolução econômicaAula 47   robert heilbroner - a revolução econômica
Aula 47 robert heilbroner - a revolução econômicapetecoslides
 
Aula 46 o que é neoliberalismo
Aula 46   o que é neoliberalismoAula 46   o que é neoliberalismo
Aula 46 o que é neoliberalismopetecoslides
 
Aula 44 modelo de adam smith
Aula 44   modelo de adam smithAula 44   modelo de adam smith
Aula 44 modelo de adam smithpetecoslides
 
Aula 42 karl marx e a mercadoria
Aula 42    karl marx e a mercadoriaAula 42    karl marx e a mercadoria
Aula 42 karl marx e a mercadoriapetecoslides
 
Aula 41 formações econômicas pré-capitalistas
Aula 41  formações econômicas pré-capitalistasAula 41  formações econômicas pré-capitalistas
Aula 41 formações econômicas pré-capitalistaspetecoslides
 
Aula 39 dillard - a economia clássica
Aula 39  dillard - a economia clássicaAula 39  dillard - a economia clássica
Aula 39 dillard - a economia clássicapetecoslides
 
Aula 38 david ricardo - principais pontos teóricos
Aula 38  david ricardo - principais pontos teóricosAula 38  david ricardo - principais pontos teóricos
Aula 38 david ricardo - principais pontos teóricospetecoslides
 
Aula 40 dillard - resumo da economia keynesiana
Aula 40   dillard - resumo da economia keynesianaAula 40   dillard - resumo da economia keynesiana
Aula 40 dillard - resumo da economia keynesianapetecoslides
 
Aula 33 estabilização, política cambial e competitividade - plano real
Aula 33 estabilização, política cambial e competitividade - plano realAula 33 estabilização, política cambial e competitividade - plano real
Aula 33 estabilização, política cambial e competitividade - plano realpetecoslides
 

Mehr von petecoslides (20)

Aula 60 políticas industriais e comerciais
Aula 60   políticas industriais e comerciaisAula 60   políticas industriais e comerciais
Aula 60 políticas industriais e comerciais
 
Aula 57 modelo hecksher-ohlin
Aula 57  modelo hecksher-ohlinAula 57  modelo hecksher-ohlin
Aula 57 modelo hecksher-ohlin
 
Aula 56 economia política da proteção internacional
Aula 56   economia política da proteção internacionalAula 56   economia política da proteção internacional
Aula 56 economia política da proteção internacional
 
Aula 55 economia internacional e mercantilismo
Aula 55   economia internacional e mercantilismoAula 55   economia internacional e mercantilismo
Aula 55 economia internacional e mercantilismo
 
Aula 54 comércio internacional e desenvolvimento
Aula 54   comércio internacional e desenvolvimentoAula 54   comércio internacional e desenvolvimento
Aula 54 comércio internacional e desenvolvimento
 
Aula 52 barreiras ao comércio internacional
Aula 52   barreiras ao comércio internacionalAula 52   barreiras ao comércio internacional
Aula 52 barreiras ao comércio internacional
 
Aula 51 abordagem desenvolvimentista e integração econômica
Aula 51  abordagem desenvolvimentista e integração econômicaAula 51  abordagem desenvolvimentista e integração econômica
Aula 51 abordagem desenvolvimentista e integração econômica
 
Aula 50 a nova teoria do comércio internacional
Aula 50  a nova teoria do comércio internacionalAula 50  a nova teoria do comércio internacional
Aula 50 a nova teoria do comércio internacional
 
Aula 61 teorias do comércio internacional
Aula 61   teorias do comércio internacionalAula 61   teorias do comércio internacional
Aula 61 teorias do comércio internacional
 
Aula 49 uma nova biografia de keynes
Aula 49   uma nova biografia de keynesAula 49   uma nova biografia de keynes
Aula 49 uma nova biografia de keynes
 
Aula 48 senior, jevons e walras - a construção da ortodoxia econômica
Aula 48   senior, jevons e walras - a construção da ortodoxia econômicaAula 48   senior, jevons e walras - a construção da ortodoxia econômica
Aula 48 senior, jevons e walras - a construção da ortodoxia econômica
 
Aula 47 robert heilbroner - a revolução econômica
Aula 47   robert heilbroner - a revolução econômicaAula 47   robert heilbroner - a revolução econômica
Aula 47 robert heilbroner - a revolução econômica
 
Aula 46 o que é neoliberalismo
Aula 46   o que é neoliberalismoAula 46   o que é neoliberalismo
Aula 46 o que é neoliberalismo
 
Aula 44 modelo de adam smith
Aula 44   modelo de adam smithAula 44   modelo de adam smith
Aula 44 modelo de adam smith
 
Aula 42 karl marx e a mercadoria
Aula 42    karl marx e a mercadoriaAula 42    karl marx e a mercadoria
Aula 42 karl marx e a mercadoria
 
Aula 41 formações econômicas pré-capitalistas
Aula 41  formações econômicas pré-capitalistasAula 41  formações econômicas pré-capitalistas
Aula 41 formações econômicas pré-capitalistas
 
Aula 39 dillard - a economia clássica
Aula 39  dillard - a economia clássicaAula 39  dillard - a economia clássica
Aula 39 dillard - a economia clássica
 
Aula 38 david ricardo - principais pontos teóricos
Aula 38  david ricardo - principais pontos teóricosAula 38  david ricardo - principais pontos teóricos
Aula 38 david ricardo - principais pontos teóricos
 
Aula 40 dillard - resumo da economia keynesiana
Aula 40   dillard - resumo da economia keynesianaAula 40   dillard - resumo da economia keynesiana
Aula 40 dillard - resumo da economia keynesiana
 
Aula 33 estabilização, política cambial e competitividade - plano real
Aula 33 estabilização, política cambial e competitividade - plano realAula 33 estabilização, política cambial e competitividade - plano real
Aula 33 estabilização, política cambial e competitividade - plano real
 

Aula 20 financeirização impacto nas prioridades de gasto do estado 1990 a 2007 (economia brasileira)

  • 1. O Brasil sob a Nova Ordem A economia brasileira contemporânea – Uma análise dos governos Collor a Lula Rosa Maria Marques e Mariana Ribeiro Jansen Ferreira Organizadoras 1ª Edição | 2010 |
  • 2. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 Mariana Ribeiro Jansen Ferreira
  • 3. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 Introdução Durante o período em que esteve em vigor no Brasil o chamado Estado desenvolvimentista, a política fiscal do governo foi afetada pela crise fiscal-financeira que se instaurou ao final da década de 1970. Nesse período, a economia brasileira apresentou significativa elevação da inflação, os primeiros sinais de redução de crescimento e uma crescente dívida pública. A redução do gasto público culminou, desde 1999, no esforço explícito de obtenção de superávits primários. Nesse momento, a prioridade passou a ser claramente honrar os compromissos financeiros.
  • 4. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 Mediante os dados disponíveis da Execução Orçamentária do Tesouro Nacional, tem-se que, a partir da década de 1990, os dispêndios do Estado são marcados pela forte queda nos gastos com investimento e voltados para o desenvolvimento, refletindo os níveis crescentes de liberalização da conta de capital e aprofundamento da financeirização da economia. A Execução orçamentária é uma forma usual de analisar como o governo realiza seus gastos, tanto em termos de montantes invertidos quanto em termos de prioridade no direcionamento do orçamento.
  • 5. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 1. A Execução Orçamentária: 1990-2007
  • 6. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 1.1 Execução orçamentária – por categoria econômica e por grupo de despesa No ano de 1990, destaca-se um grande aumento no total orçamentário, tendo em vista os dispêndios que envolveram a preparação e implementação da Constituição de 1988. Além disso, nesse ano, as despesas de capital representaram 71,26% dos gastos totais, devido aos altos dispêndios com amortização da dívida. Quando, a partir de 1994, o refinanciamento é separado da amortização da dívida, sua importância fica destacada, isto é, observa-se que, apesar do esforço de amortização, novas dívidas foram contraídas.
  • 7. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 A maior parte da elevação do total da execução orçamentária ocorreu por causa do aumento da “Amortização da Dívida – Refinanciamento”, que passou de R$178 bilhões para R$ 576 bilhões em 1994-2005, uma elevação de 223%. Durante o primeiro mandato do governo Fernando Henrique (1995- 1998), a participação do refinanciamento ficou entre 35% e 39%. No início do segundo mandato, elevou-se para 45,7% e 48,8% em 1999 e 2000, reflexo do acordo realizado com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Com o objetivo de registrar a perda de importância do investimento realizado pelo Estado no momento em que aumenta a “financeirização” do orçamento da União, comparam-se os gastos voltados para Investimentos com os montantes destinados ao pagamento de Juros e Encargos da Dívida.
  • 8. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007
  • 9. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 1.2 Execução orçamentária – por função As funções que apresentam maiores gastos, no intervalo de tempo estudado, variam de forma significativa. Os gastos com “Administração” passam por uma grande mudança a partir de 2000, quando o seu montante caiu muito. As demais funções de manutenção da estrutura pública, além da “Administração”, apresentam patamar semelhante de participação no total dos gastos. A função “Trabalho” tem, em 2007, patamar semelhante ao observado no início da década de 1990 – 1,57% em 1990 e 1,66% em 2007, sendo que somente em 1991 houve um valor significativamente diferente da média histórica verificada nessa série.
  • 10. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 Os gastos com “Previdência Social/Assistência Social” se elevam após a Constituição de 1988: de cerca de 11,5%, em 1990, para aproximadamente 19% em 1991. Sua maior participação foi em 1996 (22,19%), reduzindo-se a partir de então. A função “Encargos Especiais” é criada em 2000, sendo responsável por parte substancial dos dispêndios da União, pois representa desde então ao menos 21,7% do total de gastos. Todas as demais funções, caracterizadas pelo forte vínculo com o crescimento nacional, apresentam retração ao longo do período de análise: “Agricultura”, “Comércio e Serviços/Indústria”; “Comunicações”; “Energia”; “Transporte”; “Desenvolvimento Regional”.
  • 11. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 A forte retração dos gastos com “Transporte” também marca essa mudança na forma de dispêndio do governo; tal função, que representava 2,46% em 1991, a partir de 1997 mantém um patamar abaixo de 1%, sendo de 0,49% em 2007. Deve-se lembrar que, durante esses anos, o governo federal praticamente deixou de investir em estradas – o que foi seguido pela passagem de seus cuidados, em vários casos, a empresas privadas, mediante a cobrança de pedágio. Considerações Finais A análise da Execução Orçamentária mostra que as prioridades do governo estabelecidas no começo da década de 1990 mantiveram-se ao longo dos anos de análise e eram bastante diferentes daquelas existentes entre as décadas de 1930 e 1970 no País.
  • 12. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 Da análise da execução orçamentária, tem-se que não só a forma de atuação do Estado se modificou, em comparação com as décadas anteriores, mas a própria maneira como a dívida pública é percebida e utilizada transformou-se. A partir da década de 1990, é defendida a necessidade de ajustes fiscais, colocando como meta a consecução de um equilíbrio fiscal que permitiria, no médio prazo, uma eliminação estrutural do déficit público. Assim, a política em vigor tende a sacrificar gastos importantes do governo, como os voltados para o investimento, sem reduzir o ônus financeiro da dívida, o que aparece como parte da “nova” forma de inserção estatal, permeada pela lógica financeira dominante.
  • 13. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 A despesa com os juros da dívida apresenta uma trajetória ascendente, de forma que a realização de superávits primários passou a ser prioritária na agenda governamental. Os elevados gastos com juros são, em grande medida, alimentados pelos altos índices de juros Selic, um dos principais indexadores da dívida pública no País, porque a manutenção de altas taxas de juros torna o serviço da dívida pública extremamente oneroso. Tal endividamento pautou a adoção da política, por parte do governo, da obtenção de superávits primários.
  • 14. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 O estudo da Execução Orçamentária da União, assim como a análise da evolução do investimento, do crescimento do PIB, da taxa de juros, isto é, de grande parte dos principais indicadores econômicos do País, mostra que o Estado exerce, ao longo da década de 1990, e atualmente na década de 2000, um papel distinto do que possuía anteriormente. Tal mudança teve como propulsor a idéia de que o Estado “desenvolvimentista”, antes existente, não só havia entrado em falência como era inadequado à realidade da mundialização da economia, demandando uma reformulação na sua atuação social e econômica.
  • 15. Capítulo 3 Financeirização: impacto nas prioridades de gasto do Estado – 1990 a 2007 O que se tem, na realidade, é que o Estado retraiu sua função como propulsor do crescimento econômico – o que realizava principalmente mediantes seus investimentos – e manteve sua participação ativa como “garantidor” da preservação dos interesses financeiros e rentistas. Como o refinanciamento da dívida pública não só não se retrai mas também se torna cada vez mais robusto como parte dos gastos estatais, tal trajetória tende a se perpetuar tanto na execução orçamentária do governo quanto em toda esfera de atuação pública.