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Classificação dos Estados de
                                                                           Choque
                                                            • Quando pensamos em choque, temos em
   TRATAMENTO DO CHOQUE                                       mente diminuição da pressão arterial,
HEMORRÁGICO NO ATENDIMENTO                                    hipoperfusão tecidual e disfunção
      PRÉ-HOSPITALAR                                          orgânica. Contudo, quando entendemos
(TERAPIA DE REPOSIÇÃO VOLÊMICA)                               melhor esta síndrome, podemos
                                                              conceituá-la como um desiquilíbrio entre
            Sergio Dias Martuchi                              oferta e utilização do oxigênio tecidual e
                                                              celular, sem necessariamente ocorrer
                    Enfermeiro                                hipotensão arterial.




    Classificação dos Estados de                                Classificação dos Estados de
               Choque                                                      Choque
                                                            • O estado de choque cursa com má
• Hipotensão arterial, em adultos, é definida                 perfusão tecidual. A hipóxia decorrente
  como uma pressão arterial sistólica < 90                    deste estado pode ser classificada como:
  mmHg ou pressão arterial média < 60
  mmHg ou uma diminuição de 40 mmHg                           – Hipóxia estagnante
  na pressão arterial sistólica de base.                      – Hipóxia anêmica
                                                              – Hipóxia hipóxica
                                                              – Hipóxia citotóxica ou histocitotóxica




Classificação dos Estados de Choque:                        Classificação dos Estados de Choque:
    quanto ao estágio evolutivo                                quanto ao padrão de choque
                                                                                   DO² / VO²              (CaCO² - CvCO²)
• Choque compensado (fase I)                                           Hipóxia                   SvO²
                                                                                   DEPENDÊNCIA                 Ou
   – Aumento da FC e da CM mediado por catecolaminas                   tecidual                          (CvCO² - CaCO²))
   – Vasoconstrição do sistema nervoso
   – Vasoconstrição do sistema arterial                     Síndrome     Sim         Sim         Baixa     Elevada
• Choque Descompensado (fase II)                            de baixo
   – Falência dos mecanismos compensatórios                 fluxo
• Choque irreversível (fase III)
                                                            Síndrome     Não         Não         Alta       Normal
   – Falta de resposta cardiovascular à infusão de volume   de alto    necessari
     e drogas vasoativas                                    fluxo       amente
                                                                                                             Ou
                                                                                                            Baixa
Classificação dos Estados de Choque:                                         Características hemodinâmicas e de
    quanto ao padrão hemodinâmico                                               oxigenação do choque hipovolêmico
Hipovoêmico    Hemorragia                                                    Pressão       Normal no início                DO² aos
                                                    Desidratação             Arterial                                      tecidos             Diminuída
                        Sequestro de líquidos
                                                                                           Baixa na evolução
Cardiogênico   Falência Ventricular esquerda                 IAM             Débito        Normal no início                SvO²                Diminuída, por
                              Miocardite/miocardiopatia                     Cardíaco                                                           aumento na
               Arítmias/distúrbios de condução       Lesões valvares       DC = VS x FC Baixa na evolução                                      extração de O²
                         Disfunção miocárdica da sepse
                                                                                PVC                                        (pCO² - gap)
Obstrutivo     Embolia pulmonar
                                      Tamponamento cardíaco
                                                                                           Diminuída                                           Aumentada
                            Pneumotórax hipertensivo
                                                                                PaPo                                       Níveis de
Distributivo   Vasoplégico                 Neurogênico
                                                                                           Diminuída                       ácido láctico       Aumentado
               Anafilaxia              Hipotireoidismo/hipocortisolismo
                          Síndrome de hiperviscosidade




  Características hemodinâmicas e de                                             Classificação da gravidade da
  oxigenação do choque hipovolêmico                                                        hipovolemia
                                                                                             Classe I          Classe II          Classe III        Classe IV

• Como neste tipo de choque ocorre uma                                     Perda
                                                                           Sanguínea
                                                                                            ~ 750 ml       750 a 1500 ml 1500 a 2000 ml > 2000 ml

  diminuição das pressões de enchimento (PVC e                             FC               < 100 bpm      > 100 bpm          > 120 bpm           > 140 bpm
  PAPO e, consequentemente, queda no DC
                                                                           PA               normal         normal             diminuída           Diminuída
  devido a uma diminuição do estiramento da fibra
  muscular cardíaca, o choque hipovolêmico                                 Pp (mmHg)        Normal ou      diminuída          diminuída           diminuída
                                                                                            diminuída
  poderá apresentar dois tipos de hipóxia tecidual:
                                                                           FR               14 a 20        20 a 30            30 a 40             >35
   – Hipóxia tipo anêmica
                                                                           V. Urinário      > 30           20 a 30            5 a 15              <5
   – Hipóxia tipo estagnante                                               ml/h
                                                                           Estado mental    Ansiedade      Ansiedade          confuso             Confuso e
                                                                                            leve           moderada                               letárgico




          CHOQUE HEMORRÁGICO

                                                                                                       o tratamento pré-hospitalar
   ESTADO DE DESEQUILÍBRIO ENTRE A QUANTIDADE DE                                                       do choque hemorrágico
                                                                                                       visa restabelecer a perfusão
   OXIGÊNIO QUE CHEGA ÀS CÉLULAS (TRANSPORTE OU                                                           tecidual periférica para
                                                                                                       evitar a falência múltipla de
    OFERTA DE O2) E A QUANTIDADE DE QUE A CÉLULA                                                                   órgãos

  NECESSITA PARA EXECUTAR SUAS FUNÇÕES (CONSUMO
                            DE O2)

  O CHOQUE HEMORRÁGICO É, PORTANTO, UMA SÍNDROME
 QUE RESULTA DE UMA PERFUSÃO TECIDUAL INDEQUADA,
    RESULTANTE DE PERDA SIGNIFICATIVA DE VOLUME
                        SANGÜÍNEO

                                     Penildon, 2002; Guyton & Hall, 2002
HEMORRAGIA                Penildon, 2002




        ↓ VOLUME                      ↓ HEMOGLOBINA
       CIRCULANTE

                                       ↓ CONTEÚDO                RESPOSTAS FISIOPATOLÓGICAS
      ↓ PRÉ-CARGA                     ARTERIAL DE O2
                                                                   AO CHOQUE HEMORRÁGICO

       ↓ PRESSÃO                 DÉFICIT TECIDUAL DE
        ARTERIAL                          O2


          FALÊNCIA MÚLTIPLA DOS ÓRGÃOS


            VASOCONSTRIÇÃO PERIFÉRICA




- ativação do reflexo barorreceptor

- ↑ a descarga simpática (↑ liberação de noradrenalina,
conseqüente ↑ de adrenalina da supra-renal)
- ↓ a descarga parassimpática (↓ a liberação de
acetilcolina)                                                      A ATIVAÇÃO DO
                                                                      REFLEXO
                                                                  PRESSORRECEPTOR
- ↑ cronotropismo e ↑ inotropismo cardíacos                         DESENCADEIA:

- ↑ inotropismo vascular, causando isquemia periférica            ↑ CRONOTROPISMO
                                                                      CARDÍACO
para leitos com alta reserva de O2 (principalmente para
circulação esplâncnica, cutânea e renal)                           ↑ INOTROPISMO
                                                                     CARDÍACO

- há redistribuição do fluxo sangüíneo privilegiando              VASOCONSTRIÇÃO
                                                                     EM LEITOS
circulações de baixa reserva de O2 (coração e cérebro)              PERIFÉRICOS

                                           Guyton & Hall, 2002




                                                                                                     LIBERAÇÃO
- há ativação do SRAA                                                                 ↓ PA           DE RENINA

- a ANG II aumenta a reabsorção de sódio e água no
                                                                                ANGIOTENSINOGÊNIO
túbulo proximal e causa vasoconstrição direta

- a aldosterona, que tem sua secreção estimulada pela
                                                                                   ANGIOTENSINA I
ANG II, aumenta a reabsorção de sódio e água no duto
                                                                                                         ECA
coletor
                                                                                   ANGIOTENSINA II
- como resultado final da ativação deste sistema,
observa-se efeito antidiurético e vasopressor                       ↑ SECREÇÃO
                                                                   ALDOSTERONA
                                                                                             VASOCONSTRIÇÃO

                                                                         ↑ REABSORÇÃO
                                           Guyton & Hall, 2002            RENAL DE Na+
- secreção de ADH ou vasopressina, estimulada pela
                                                                          queda da volemia e da PA

                                                                          - efeito inotrópico vascular, por estimular a contração da
                                                                          musculatura lisa vascular

                                                                          - efeito antidiurético por estimular a reabsorção de água
                                                                          (abertura de canais de água no túbulo distal e coletor)




                                                                            EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DE SOLUÇÕES COM
                                                                          DIFERENTES TONICIDADES SOBRE O TRANSPORTE DE
                                                                             ÁGUA ATRAVÉS DE MEMBRANAS BIOLÓGICAS E
                                                                                        ENDOTÉLIO CAPILAR
                                                                                                      DIFERENÇAS DE OSMOLARIDADE
                                                                                                    PRODUZEM DESLOCAMENTO DE ÁGUA
                                                                                                    ENTRE COMPARTIMENTOS (OSMOSE),
                                                                                                    CONTUDO ESSE EFEITO É OBSERVADO
                                                                                                    SE O SOLUTO PRESENTE NA SOLUÇÃO
                                                                                                      NÃO FOR DIFUSÍVEL ATRAVÉS DA
                                                                                                          MEMBRANA EM QUESTÃO
                                                                                         → SOLUÇÃO ISOTÔNICA



                                                                                         → SOLUÇÃO HIPOTÔNICA


                                                                                         → SOLUÇÃO HIPERTÔNICA




                               CITOPLASMA

                                                                                     FLUÍDOS DE REPOSIÇÃO
                 NÚCLEO

                                                   MEMBRANA
                                                  PLASMÁTICA
                                                                           CRISTALÓIDES                          COLÓIDES
   INTERSTÍCIO


  REPOSIÇÃO                                                                ISOTÔNICAS                            PROTÊICOS
VOLÊMICA COM                                               REPOSIÇÃO
                                                            VOLÊMICA
   SOLUÇÃO                                                                 - solução NaCl 0,9%                   - albumina
                                                          COM SOLUÇÃO
ISOTÔNICA OU                                              HIPERTÔNICA
  ALBUMINA                                                                 - ringer lactato
                              HEMÁCIA
                   PLASMA                                                                                        NÃO PROTÉICOS
   A ÁGUA SE
DISTRIBUI PARA
                                                          TRANSLOCAÇÃO     HIPERTÔNICAS                          - dextrans
                                                            DE ÁGUA DO
O INTERSTÍCIO,                                              INTERSTÍCIO
COM POTENCIAL                                 ENDOTÉLIO   PARA O ESPAÇO
                                                                           - solução NaCl 7,5%                   - gelatinas
                                               CAPILAR
RISCO DE EDEMA                                            INTRAVASCULAR
                                   GLÓBULO BANCO                           - solução NaAc 10,5%                  - hidroxietil amido
                            PLAQUETA
SOLUÇÕES CRISTALÓIDES ISOTÔNICAS
                                                                                     SOLUÇÕES CRISTALÓIDES ISOTÔNICAS
-possuem concentração de sódio que se assemelham a
do plasma
- não são capazes de promover translocação de água de
                                                                                    RINGER LACTATO
um compartimento para o outro

SOLUÇÃO DE NaCl 0,9%                                                                - 130 mEq/L de Na+
                                                                                    - 109 mEq/L de Cl-
- 9 g/L de NaCl                                                                     - 28 mEq/L de lactato
- 154 mEq/L de Na+                                                                  - 3 mEq/L de Ca
- 154mEq/L Cl-
- osmolaridade: 308 mOsm/l
                                                                                    - 4 mEq/L de K+
- pH: 6,0                                                                           - osmolaridade: 279 mOsm/L
- para cada litro administrado, 250 mL permanecem no espaço                         - para cada litro administrado, 194 mL
intravascular                                                                       permanecem no espaço intravascular




       SOLUÇÕES CRISTALÓIDES HIPERTÔNICAS                                     - num estudo clássico, observou-se que a rápida injeção de NaCl a
                                                                              7,5%, causava restauração rápida da pressão arterial e o débito
SOLUÇÃO NaCl 7,5%                                                             cardíaco em cães com choque hemorrágico grave, e no mesmo
                                                                              ano, já se relatou seu uso clínico
- possuem concentração de sódio maior que a do plasma
                                                                                                                            Velasco et al., 1980;
- capazes de promover translocação de água de um compartimento                                                              De Fellipe et al., 1980
para o outro
                                                                               -são também usadas em associação com a Dextran:
- aumentam no volume plasmático com diminuição da possibilidade
de edema                                                                           - SOLUÇÃO NaCl 7,5% COM DEXTRAN 70 6%
- hemácias e endotélio capilar são as fontes para a expansão                       - SOLUÇÃO NaAc 10,5% COM DEXTRAN 70 6%
plasmática por estarem em íntimo contato com a hipertonicidade
plasmática                                                                     - a associação de solução hipertônica com um colóide prolonga a
                                                                               duração e a intensidade do aumento do débito cardíaco, da pressão
- há recuperação rápida da pressão arterial e da hemodinâmica                  arterial, da expansão plasmática e da queda da resistência periférica
microcirculatória (principal objetivo do atendimento pré-hospitalar)

                                                                                                                               Kramer et al., 1989;
                                                                                                                                 Smith et al., 1985




PRINCIPAIS MECANISMOS DE AÇÃO PROPOSTOS :

- mobilização instantânea de fluídos do compartimento intracelular
para o compartimento extracelular pela produção do gradiente
osmótico
                                                                                expansão do volume intravascular
- melhora do inotropismo cardíaco
                                                                                - ocorre rápido aumento da pressão arterial média
- redução do edema endotelial e tecidual                                        após a administração de solução salina hipertônica
- melhora do fluxo na microcirculação
                                                                                - vários estudos mostram que há redistribuição de
- melhora da viscosidade sangüínea devido à hemodiluição                        fluídos do espaço perivascular para o espaço
                                                                                intravascular e, conseqüentemente, expansão do
                                                                                volume plasmático
                         Ing et al, 1994; Ciesla et al, 2000; Mouren et al,
                                                                                                                   Velasco et al., 1980; Velasco
                              1995; Corso et al, 1998; Diebel et al, 1993;
                                                                                                                  et al., 1989; Yones et al., 1985
                       Brown et al, 1990; Arbabi et al, 2000; Angle et al,
                              1998; Junger et al, 1994; Rizoli et al; 1998
efeitos inotrópicos cardíacos

- o aumento da contratilidade miocárdica é um efeito direto da
hiperosmolaridade, pelo restabelecimento do potencial
transmembrana ou diminuição do edema miocárdico
                                                                         - tem sido relatado que na solução salina hipertônica
                                              Opal & Cross, 1999;        aumenta o débito cardíaco e volume sistólico com
                                             Nakayama et al, 1985        pressões de enchimento atriais semelhantes ou menores
                                                                         que as descritas com o uso de soluções isotônicas, ou
                                                                         seja, há aumento de fluxo com baixa resistência
- há indicações de que a força contrátil ventricular é aumentada                                                Rocha e Silva et al., 1987; Kien
por graus moderados de hiperosmolaridade e é deprimida por alta                                                                      et al., 1991;
osmolaridade, tanto in vivo como in vitro                                                                                 Traverso et al., 1987

                                              Wildenthal et al, 1969




efeitos neurais                                                              efeitos endoteliais

- duas tipos de evidências experimentais indicam que um                      - na fase inicial do choque hemorrágico observa-se
mecanismo reflexo pulmonar deve participar do efeito                         estreitamento da luz dos capilares, decorrente de edema
ressucitatório das salina hipertônica                                        celular endotelial, que pode acarretar obstrução total do fluxo
                                                                             e redução do transporte de O2
                                                                                                                 Mazzoni et al., 1990; Mazzoni et
- a primeira sugere que é necessária a passagem da salina                                                                                al., 1989
hipertônica pela circulação pulmonar
                                                                             - o uso de salina hipertônica provoca translocação de água
                                                  Lopes et al., 1981;
                                            Rocha e Silva et al., 1989       das hemácias e das células endoteliais capilares para o
                                                                             espaço intravascular, um efeito mais pronunciado em
                                                                             capilares com maior edema

- a segunda demonstra que o bloqueio vagal atenua a resposta                 - tem sido relatada redução de 20% do volume endotelial após
hemodinâmica da administração da salina hipertônica                          infusão de solução NaCl hipertônica associada à Dextran, bem
                                                                             como aumento de perfusão, melhorando o estado energético
                                                 Yones et al., 1985;         hepático e função excretora
                                                  Lopes et al., 1981;
                                            Rocha e Silva et al., 1986                                           Mazzoni et al., 1990; Mazzoni et
                                                                                                                                        al., 1989;
                                                                                                                                Corso et al., 1998




                                                                                      SOLUÇÕES COLÓIDES PROTÉICAS
                                                                         - elevam a pressão oncótica intravascular
  mediadores vasoativos
                                                                         ALBUMINA HUMANA SÉRICA
  - há respostas neuroendócrinas à solução NaCl                          - disponível em soluções de 5% e 25%
  7,5% associada à dextran após o choque
                                                                         - preparadas com solução salina isotônica (145 mEq/L)
  hemorrágico
                                                                         - extraídas do plasma humano doado e processadas para inativação
  - a hemodiluição em associação com a expansão do                       viral
  volume plasmático mostrou diminuição dos níveis                        - distribui-se inicialmente para o espaço intravascular, mas
  plasmáticos do hormônio adrenocorticotrópico,                          gradualmente redistribui-se para o espaço intersticial (com potencial
  cortisol, e aldosterona, além de reduções na                           edema)
  concentração plasmática de noradrenalina e                             - a complicação mais importante é o efeito sobre a função pulmonar
  adrenalina, vasopressina e renina, resultados não                      (edema?)
  observados somente com a hemodiluição,
                                                                         - diminuição do Ca++ sérico com depressão miocárdica
  indicando que respostas hormonais exercem
  alguma função neste tipo de ressucitação                               - inibição da agregação plaquetária (deletéria no choque
                                                                         hemorrágico)
                                                  Wade et al., 1991
                                                                                                                                     Penildon, 2002
SOLUÇÕES COLÓIDES NÃO PROTÉICAS
         SOLUÇÕES COLÓIDES NÃO PROTÉICAS                                DEXTRANS


                                                                        - polissacarídeos com elevado peso molecular
-possuem propriedades de expansão volêmica semelhantes à
albumina                                                                - as duas soluções mais utilizadas clinicamente são DEXTRAN 70 e
                                                                        DEXTRAN 40
- são moléculas similares ao glicogênio
                                                                        - a DEXTRAN 70 possui peso molecular médio de 70 kDa e encontra-
- as soluções contêm partículas de diversos pesos moleculares           se disponível como solução 6% com solução NaCl 0,9%

- estão disponíveis para infusão intravenosa com soluções a 6% em       - a DEXTRAN 40 possui peso molecular médio de 40 kDa e encontra-
solução salina, com pesio molecular médio de 69 kDa                     se disponível como solução 10% com solução NaCl 0,9%, ou com
                                                                        solução glicosada 5%
- moléculas podem ser excretadas pelos rins, pelo intestino, ou pelo
sistema retículo endotelial                                             - moléculas menores que 50 kDa são excretadas na urina, enquanto
                                                                        que as maiores são excretadas pelo intestino

                                                                        - moléculas muito grandes são excretadas pelo sistema retículo
                                                                        endotelial

                                                                                                                                  Penildon, 2002




                                                                                                      CITOPLASMA


- a infusão está associada com diversas complicações:
                                                                                        NÚCLEO

                                                                                                                          MEMBRANA
                                                                                                                         PLASMÁTICA

   - insuficiência renal, mais associada à DEXTRAN 40                     INTERSTÍCIO

   pelo elevado número de moléculas a serem                              REPOSIÇÃO
                                                                                                                                  REPOSIÇÃO
   excretadas pelos túbulos                                            VOLÊMICA COM
                                                                                                                                   VOLÊMICA
                                                                          SOLUÇÃO
                                                                                                                                 COM SOLUÇÃO
                                                                       ISOTÔNICA OU
   - anafilaxia, que ocorre em 0,03% a 5% das infusões                   ALBUMINA
                                                                                                                                 HIPERTÔNICA

                                                                                                     HEMÁCIA
   - coagulopatia, por diminuição da agregação                                            PLASMA
   plaquetária e pela própria diluição dos fatores de                     A ÁGUA SE                                              TRANSLOCAÇÃO
   coagulação                                                          DISTRIBUI PARA                                              DE ÁGUA DO
                                               Penildon, 2002          O INTERSTÍCIO,                                              INTERSTÍCIO
                                                                       COM POTENCIAL                                 ENDOTÉLIO   PARA O ESPAÇO
                                                                                                                      CAPILAR
                                                                       RISCO DE EDEMA                                            INTRAVASCULAR
                                                                                                          GLÓBULO BANCO
   -GFM                                                                                            PLAQUETA




       Cuidados de Enfermagem                                                  Cuidados de Enfermagem
• Punção venosa periférica (2) com cateteres de                          • Não deixar de fazer assepsia para a
  grosso calibre;                                                          punção;
• Locais onde as veias estão visíveis e/ou
                                                                         • Locais de escolha:
  palpáveis;
                                                                            – Fossa antecubital, antebraço, mãos, safena,
• Evitar região cervical;
                                                                              femoral, jugular externa, punção intraóssea ;
• Não puncionar com cateteres de calibre
  diminuído;                                                             • Fixação rápida e eficaz;
• Se não tiver sucesso na punção periférica (3)                          • Se não puder esparadrapar, enfaixe;
  evitar as tentativas que demandem mais tempo;                          • Atenção para as válvulas venosas
Cuidados de Enfermagem                         Cuidados de Enfermagem
• Procedimentos cirúrgicos para acesso         • Preparação da Solução Hipertônica a
  venoso, nas situações onde não foi             7,5% c/ S.F. 0,9% 125 ml e ampolas de
  possível o acesso venoso periférico:           S.F. 20% de 10 ml:

          Procedimentos médicos
  – Dissecção venosa;
  – Punção a céu aberto;
  – Jugular interna




    Cuidados de Enfermagem                         Cuidados de Enfermagem
• Preparação da Solução Hipertônica a          • Sondagem vesical:
  7,5% c/ S.F. 0,9% 250 ml e ampolas de          – Débito urinário adulto: 0,5 ml/kg/hora
  S.F. 20% de 10 ml:                             –                 infantil: 1,0 ml/Kg/hora
                                                 –      lactente < 1 ano: 2,0 ml/Kg/hora
                                               • Sondagem nasogástrica:
                                                 – Evitar distensão gástrica e vômito
                                               • Sondagem orogástrica:
                                                 – Nas contra indicações de SNG: fratura de
                                                   base de crânio e face




Terapêutica da reposição volêmica              Terapêutica da reposição volêmica
• O tempo de deslocamento do local da
  ocorrência até o tratamento definitivo é o   A maior importância da reposição volêmica
  fator decisivo para indicação e o tipo da
  reposição volêmica a ser administrada;        é manter uma perfusão adequada para os
                                                  órgãos vitais, evitando que um choque
• A compressão direta não deve ser
  esquecida e constitui um fator agregante e    compensado evolua para descompensado
  extremamente importante na diminuição                       ou irreversível.
  das conseqüências maléficas da
  hemorragia;
Choque

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  • 1. Classificação dos Estados de Choque • Quando pensamos em choque, temos em TRATAMENTO DO CHOQUE mente diminuição da pressão arterial, HEMORRÁGICO NO ATENDIMENTO hipoperfusão tecidual e disfunção PRÉ-HOSPITALAR orgânica. Contudo, quando entendemos (TERAPIA DE REPOSIÇÃO VOLÊMICA) melhor esta síndrome, podemos conceituá-la como um desiquilíbrio entre Sergio Dias Martuchi oferta e utilização do oxigênio tecidual e celular, sem necessariamente ocorrer Enfermeiro hipotensão arterial. Classificação dos Estados de Classificação dos Estados de Choque Choque • O estado de choque cursa com má • Hipotensão arterial, em adultos, é definida perfusão tecidual. A hipóxia decorrente como uma pressão arterial sistólica < 90 deste estado pode ser classificada como: mmHg ou pressão arterial média < 60 mmHg ou uma diminuição de 40 mmHg – Hipóxia estagnante na pressão arterial sistólica de base. – Hipóxia anêmica – Hipóxia hipóxica – Hipóxia citotóxica ou histocitotóxica Classificação dos Estados de Choque: Classificação dos Estados de Choque: quanto ao estágio evolutivo quanto ao padrão de choque DO² / VO² (CaCO² - CvCO²) • Choque compensado (fase I) Hipóxia SvO² DEPENDÊNCIA Ou – Aumento da FC e da CM mediado por catecolaminas tecidual (CvCO² - CaCO²)) – Vasoconstrição do sistema nervoso – Vasoconstrição do sistema arterial Síndrome Sim Sim Baixa Elevada • Choque Descompensado (fase II) de baixo – Falência dos mecanismos compensatórios fluxo • Choque irreversível (fase III) Síndrome Não Não Alta Normal – Falta de resposta cardiovascular à infusão de volume de alto necessari e drogas vasoativas fluxo amente Ou Baixa
  • 2. Classificação dos Estados de Choque: Características hemodinâmicas e de quanto ao padrão hemodinâmico oxigenação do choque hipovolêmico Hipovoêmico Hemorragia Pressão Normal no início DO² aos Desidratação Arterial tecidos Diminuída Sequestro de líquidos Baixa na evolução Cardiogênico Falência Ventricular esquerda IAM Débito Normal no início SvO² Diminuída, por Miocardite/miocardiopatia Cardíaco aumento na Arítmias/distúrbios de condução Lesões valvares DC = VS x FC Baixa na evolução extração de O² Disfunção miocárdica da sepse PVC (pCO² - gap) Obstrutivo Embolia pulmonar Tamponamento cardíaco Diminuída Aumentada Pneumotórax hipertensivo PaPo Níveis de Distributivo Vasoplégico Neurogênico Diminuída ácido láctico Aumentado Anafilaxia Hipotireoidismo/hipocortisolismo Síndrome de hiperviscosidade Características hemodinâmicas e de Classificação da gravidade da oxigenação do choque hipovolêmico hipovolemia Classe I Classe II Classe III Classe IV • Como neste tipo de choque ocorre uma Perda Sanguínea ~ 750 ml 750 a 1500 ml 1500 a 2000 ml > 2000 ml diminuição das pressões de enchimento (PVC e FC < 100 bpm > 100 bpm > 120 bpm > 140 bpm PAPO e, consequentemente, queda no DC PA normal normal diminuída Diminuída devido a uma diminuição do estiramento da fibra muscular cardíaca, o choque hipovolêmico Pp (mmHg) Normal ou diminuída diminuída diminuída diminuída poderá apresentar dois tipos de hipóxia tecidual: FR 14 a 20 20 a 30 30 a 40 >35 – Hipóxia tipo anêmica V. Urinário > 30 20 a 30 5 a 15 <5 – Hipóxia tipo estagnante ml/h Estado mental Ansiedade Ansiedade confuso Confuso e leve moderada letárgico CHOQUE HEMORRÁGICO o tratamento pré-hospitalar ESTADO DE DESEQUILÍBRIO ENTRE A QUANTIDADE DE do choque hemorrágico visa restabelecer a perfusão OXIGÊNIO QUE CHEGA ÀS CÉLULAS (TRANSPORTE OU tecidual periférica para evitar a falência múltipla de OFERTA DE O2) E A QUANTIDADE DE QUE A CÉLULA órgãos NECESSITA PARA EXECUTAR SUAS FUNÇÕES (CONSUMO DE O2) O CHOQUE HEMORRÁGICO É, PORTANTO, UMA SÍNDROME QUE RESULTA DE UMA PERFUSÃO TECIDUAL INDEQUADA, RESULTANTE DE PERDA SIGNIFICATIVA DE VOLUME SANGÜÍNEO Penildon, 2002; Guyton & Hall, 2002
  • 3. HEMORRAGIA Penildon, 2002 ↓ VOLUME ↓ HEMOGLOBINA CIRCULANTE ↓ CONTEÚDO RESPOSTAS FISIOPATOLÓGICAS ↓ PRÉ-CARGA ARTERIAL DE O2 AO CHOQUE HEMORRÁGICO ↓ PRESSÃO DÉFICIT TECIDUAL DE ARTERIAL O2 FALÊNCIA MÚLTIPLA DOS ÓRGÃOS VASOCONSTRIÇÃO PERIFÉRICA - ativação do reflexo barorreceptor - ↑ a descarga simpática (↑ liberação de noradrenalina, conseqüente ↑ de adrenalina da supra-renal) - ↓ a descarga parassimpática (↓ a liberação de acetilcolina) A ATIVAÇÃO DO REFLEXO PRESSORRECEPTOR - ↑ cronotropismo e ↑ inotropismo cardíacos DESENCADEIA: - ↑ inotropismo vascular, causando isquemia periférica ↑ CRONOTROPISMO CARDÍACO para leitos com alta reserva de O2 (principalmente para circulação esplâncnica, cutânea e renal) ↑ INOTROPISMO CARDÍACO - há redistribuição do fluxo sangüíneo privilegiando VASOCONSTRIÇÃO EM LEITOS circulações de baixa reserva de O2 (coração e cérebro) PERIFÉRICOS Guyton & Hall, 2002 LIBERAÇÃO - há ativação do SRAA ↓ PA DE RENINA - a ANG II aumenta a reabsorção de sódio e água no ANGIOTENSINOGÊNIO túbulo proximal e causa vasoconstrição direta - a aldosterona, que tem sua secreção estimulada pela ANGIOTENSINA I ANG II, aumenta a reabsorção de sódio e água no duto ECA coletor ANGIOTENSINA II - como resultado final da ativação deste sistema, observa-se efeito antidiurético e vasopressor ↑ SECREÇÃO ALDOSTERONA VASOCONSTRIÇÃO ↑ REABSORÇÃO Guyton & Hall, 2002 RENAL DE Na+
  • 4. - secreção de ADH ou vasopressina, estimulada pela queda da volemia e da PA - efeito inotrópico vascular, por estimular a contração da musculatura lisa vascular - efeito antidiurético por estimular a reabsorção de água (abertura de canais de água no túbulo distal e coletor) EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DE SOLUÇÕES COM DIFERENTES TONICIDADES SOBRE O TRANSPORTE DE ÁGUA ATRAVÉS DE MEMBRANAS BIOLÓGICAS E ENDOTÉLIO CAPILAR DIFERENÇAS DE OSMOLARIDADE PRODUZEM DESLOCAMENTO DE ÁGUA ENTRE COMPARTIMENTOS (OSMOSE), CONTUDO ESSE EFEITO É OBSERVADO SE O SOLUTO PRESENTE NA SOLUÇÃO NÃO FOR DIFUSÍVEL ATRAVÉS DA MEMBRANA EM QUESTÃO → SOLUÇÃO ISOTÔNICA → SOLUÇÃO HIPOTÔNICA → SOLUÇÃO HIPERTÔNICA CITOPLASMA FLUÍDOS DE REPOSIÇÃO NÚCLEO MEMBRANA PLASMÁTICA CRISTALÓIDES COLÓIDES INTERSTÍCIO REPOSIÇÃO ISOTÔNICAS PROTÊICOS VOLÊMICA COM REPOSIÇÃO VOLÊMICA SOLUÇÃO - solução NaCl 0,9% - albumina COM SOLUÇÃO ISOTÔNICA OU HIPERTÔNICA ALBUMINA - ringer lactato HEMÁCIA PLASMA NÃO PROTÉICOS A ÁGUA SE DISTRIBUI PARA TRANSLOCAÇÃO HIPERTÔNICAS - dextrans DE ÁGUA DO O INTERSTÍCIO, INTERSTÍCIO COM POTENCIAL ENDOTÉLIO PARA O ESPAÇO - solução NaCl 7,5% - gelatinas CAPILAR RISCO DE EDEMA INTRAVASCULAR GLÓBULO BANCO - solução NaAc 10,5% - hidroxietil amido PLAQUETA
  • 5. SOLUÇÕES CRISTALÓIDES ISOTÔNICAS SOLUÇÕES CRISTALÓIDES ISOTÔNICAS -possuem concentração de sódio que se assemelham a do plasma - não são capazes de promover translocação de água de RINGER LACTATO um compartimento para o outro SOLUÇÃO DE NaCl 0,9% - 130 mEq/L de Na+ - 109 mEq/L de Cl- - 9 g/L de NaCl - 28 mEq/L de lactato - 154 mEq/L de Na+ - 3 mEq/L de Ca - 154mEq/L Cl- - osmolaridade: 308 mOsm/l - 4 mEq/L de K+ - pH: 6,0 - osmolaridade: 279 mOsm/L - para cada litro administrado, 250 mL permanecem no espaço - para cada litro administrado, 194 mL intravascular permanecem no espaço intravascular SOLUÇÕES CRISTALÓIDES HIPERTÔNICAS - num estudo clássico, observou-se que a rápida injeção de NaCl a 7,5%, causava restauração rápida da pressão arterial e o débito SOLUÇÃO NaCl 7,5% cardíaco em cães com choque hemorrágico grave, e no mesmo ano, já se relatou seu uso clínico - possuem concentração de sódio maior que a do plasma Velasco et al., 1980; - capazes de promover translocação de água de um compartimento De Fellipe et al., 1980 para o outro -são também usadas em associação com a Dextran: - aumentam no volume plasmático com diminuição da possibilidade de edema - SOLUÇÃO NaCl 7,5% COM DEXTRAN 70 6% - hemácias e endotélio capilar são as fontes para a expansão - SOLUÇÃO NaAc 10,5% COM DEXTRAN 70 6% plasmática por estarem em íntimo contato com a hipertonicidade plasmática - a associação de solução hipertônica com um colóide prolonga a duração e a intensidade do aumento do débito cardíaco, da pressão - há recuperação rápida da pressão arterial e da hemodinâmica arterial, da expansão plasmática e da queda da resistência periférica microcirculatória (principal objetivo do atendimento pré-hospitalar) Kramer et al., 1989; Smith et al., 1985 PRINCIPAIS MECANISMOS DE AÇÃO PROPOSTOS : - mobilização instantânea de fluídos do compartimento intracelular para o compartimento extracelular pela produção do gradiente osmótico expansão do volume intravascular - melhora do inotropismo cardíaco - ocorre rápido aumento da pressão arterial média - redução do edema endotelial e tecidual após a administração de solução salina hipertônica - melhora do fluxo na microcirculação - vários estudos mostram que há redistribuição de - melhora da viscosidade sangüínea devido à hemodiluição fluídos do espaço perivascular para o espaço intravascular e, conseqüentemente, expansão do volume plasmático Ing et al, 1994; Ciesla et al, 2000; Mouren et al, Velasco et al., 1980; Velasco 1995; Corso et al, 1998; Diebel et al, 1993; et al., 1989; Yones et al., 1985 Brown et al, 1990; Arbabi et al, 2000; Angle et al, 1998; Junger et al, 1994; Rizoli et al; 1998
  • 6. efeitos inotrópicos cardíacos - o aumento da contratilidade miocárdica é um efeito direto da hiperosmolaridade, pelo restabelecimento do potencial transmembrana ou diminuição do edema miocárdico - tem sido relatado que na solução salina hipertônica Opal & Cross, 1999; aumenta o débito cardíaco e volume sistólico com Nakayama et al, 1985 pressões de enchimento atriais semelhantes ou menores que as descritas com o uso de soluções isotônicas, ou seja, há aumento de fluxo com baixa resistência - há indicações de que a força contrátil ventricular é aumentada Rocha e Silva et al., 1987; Kien por graus moderados de hiperosmolaridade e é deprimida por alta et al., 1991; osmolaridade, tanto in vivo como in vitro Traverso et al., 1987 Wildenthal et al, 1969 efeitos neurais efeitos endoteliais - duas tipos de evidências experimentais indicam que um - na fase inicial do choque hemorrágico observa-se mecanismo reflexo pulmonar deve participar do efeito estreitamento da luz dos capilares, decorrente de edema ressucitatório das salina hipertônica celular endotelial, que pode acarretar obstrução total do fluxo e redução do transporte de O2 Mazzoni et al., 1990; Mazzoni et - a primeira sugere que é necessária a passagem da salina al., 1989 hipertônica pela circulação pulmonar - o uso de salina hipertônica provoca translocação de água Lopes et al., 1981; Rocha e Silva et al., 1989 das hemácias e das células endoteliais capilares para o espaço intravascular, um efeito mais pronunciado em capilares com maior edema - a segunda demonstra que o bloqueio vagal atenua a resposta - tem sido relatada redução de 20% do volume endotelial após hemodinâmica da administração da salina hipertônica infusão de solução NaCl hipertônica associada à Dextran, bem como aumento de perfusão, melhorando o estado energético Yones et al., 1985; hepático e função excretora Lopes et al., 1981; Rocha e Silva et al., 1986 Mazzoni et al., 1990; Mazzoni et al., 1989; Corso et al., 1998 SOLUÇÕES COLÓIDES PROTÉICAS - elevam a pressão oncótica intravascular mediadores vasoativos ALBUMINA HUMANA SÉRICA - há respostas neuroendócrinas à solução NaCl - disponível em soluções de 5% e 25% 7,5% associada à dextran após o choque - preparadas com solução salina isotônica (145 mEq/L) hemorrágico - extraídas do plasma humano doado e processadas para inativação - a hemodiluição em associação com a expansão do viral volume plasmático mostrou diminuição dos níveis - distribui-se inicialmente para o espaço intravascular, mas plasmáticos do hormônio adrenocorticotrópico, gradualmente redistribui-se para o espaço intersticial (com potencial cortisol, e aldosterona, além de reduções na edema) concentração plasmática de noradrenalina e - a complicação mais importante é o efeito sobre a função pulmonar adrenalina, vasopressina e renina, resultados não (edema?) observados somente com a hemodiluição, - diminuição do Ca++ sérico com depressão miocárdica indicando que respostas hormonais exercem alguma função neste tipo de ressucitação - inibição da agregação plaquetária (deletéria no choque hemorrágico) Wade et al., 1991 Penildon, 2002
  • 7. SOLUÇÕES COLÓIDES NÃO PROTÉICAS SOLUÇÕES COLÓIDES NÃO PROTÉICAS DEXTRANS - polissacarídeos com elevado peso molecular -possuem propriedades de expansão volêmica semelhantes à albumina - as duas soluções mais utilizadas clinicamente são DEXTRAN 70 e DEXTRAN 40 - são moléculas similares ao glicogênio - a DEXTRAN 70 possui peso molecular médio de 70 kDa e encontra- - as soluções contêm partículas de diversos pesos moleculares se disponível como solução 6% com solução NaCl 0,9% - estão disponíveis para infusão intravenosa com soluções a 6% em - a DEXTRAN 40 possui peso molecular médio de 40 kDa e encontra- solução salina, com pesio molecular médio de 69 kDa se disponível como solução 10% com solução NaCl 0,9%, ou com solução glicosada 5% - moléculas podem ser excretadas pelos rins, pelo intestino, ou pelo sistema retículo endotelial - moléculas menores que 50 kDa são excretadas na urina, enquanto que as maiores são excretadas pelo intestino - moléculas muito grandes são excretadas pelo sistema retículo endotelial Penildon, 2002 CITOPLASMA - a infusão está associada com diversas complicações: NÚCLEO MEMBRANA PLASMÁTICA - insuficiência renal, mais associada à DEXTRAN 40 INTERSTÍCIO pelo elevado número de moléculas a serem REPOSIÇÃO REPOSIÇÃO excretadas pelos túbulos VOLÊMICA COM VOLÊMICA SOLUÇÃO COM SOLUÇÃO ISOTÔNICA OU - anafilaxia, que ocorre em 0,03% a 5% das infusões ALBUMINA HIPERTÔNICA HEMÁCIA - coagulopatia, por diminuição da agregação PLASMA plaquetária e pela própria diluição dos fatores de A ÁGUA SE TRANSLOCAÇÃO coagulação DISTRIBUI PARA DE ÁGUA DO Penildon, 2002 O INTERSTÍCIO, INTERSTÍCIO COM POTENCIAL ENDOTÉLIO PARA O ESPAÇO CAPILAR RISCO DE EDEMA INTRAVASCULAR GLÓBULO BANCO -GFM PLAQUETA Cuidados de Enfermagem Cuidados de Enfermagem • Punção venosa periférica (2) com cateteres de • Não deixar de fazer assepsia para a grosso calibre; punção; • Locais onde as veias estão visíveis e/ou • Locais de escolha: palpáveis; – Fossa antecubital, antebraço, mãos, safena, • Evitar região cervical; femoral, jugular externa, punção intraóssea ; • Não puncionar com cateteres de calibre diminuído; • Fixação rápida e eficaz; • Se não tiver sucesso na punção periférica (3) • Se não puder esparadrapar, enfaixe; evitar as tentativas que demandem mais tempo; • Atenção para as válvulas venosas
  • 8. Cuidados de Enfermagem Cuidados de Enfermagem • Procedimentos cirúrgicos para acesso • Preparação da Solução Hipertônica a venoso, nas situações onde não foi 7,5% c/ S.F. 0,9% 125 ml e ampolas de possível o acesso venoso periférico: S.F. 20% de 10 ml: Procedimentos médicos – Dissecção venosa; – Punção a céu aberto; – Jugular interna Cuidados de Enfermagem Cuidados de Enfermagem • Preparação da Solução Hipertônica a • Sondagem vesical: 7,5% c/ S.F. 0,9% 250 ml e ampolas de – Débito urinário adulto: 0,5 ml/kg/hora S.F. 20% de 10 ml: – infantil: 1,0 ml/Kg/hora – lactente < 1 ano: 2,0 ml/Kg/hora • Sondagem nasogástrica: – Evitar distensão gástrica e vômito • Sondagem orogástrica: – Nas contra indicações de SNG: fratura de base de crânio e face Terapêutica da reposição volêmica Terapêutica da reposição volêmica • O tempo de deslocamento do local da ocorrência até o tratamento definitivo é o A maior importância da reposição volêmica fator decisivo para indicação e o tipo da reposição volêmica a ser administrada; é manter uma perfusão adequada para os órgãos vitais, evitando que um choque • A compressão direta não deve ser esquecida e constitui um fator agregante e compensado evolua para descompensado extremamente importante na diminuição ou irreversível. das conseqüências maléficas da hemorragia;