O relatório PISA trouxe evidências positivas sobre os professores portugueses. Mais de 90% dos alunos portugueses têm uma imagem positiva dos seus professores, que são considerados os mais positivamente vistos entre 33 países da OCDE. Os professores portugueses estão sempre disponíveis para ajudar os alunos e mantêm um excelente relacionamento com eles. Portugal também tem um dos sistemas educativos que melhor compensa desigualdades socioeconômicas.
1. No meio da crise sócio/económica e do cinzentismo emocional instalado no país há vários meses, eis que
o relatório PISA trouxe algumas boas evidências para Portugal.
E a melhor de todas, a que considero verdadeiramente paradigmática, foi omitida pela maioria dos órgãos
de comunicação social: Mais de 90% dos alunos portugueses afirmaram ter uma imagem positiva dos
seus professores!
O relatório conclui que os professores portugueses são os que têm a imagem mais positiva de entre os
docentes dos 33 países da OCDE, tendo em 2006 aumentado 10 pontos percentuais.
O mesmo relatório conclui que os professores portugueses estão sempre disponíveis para as ajudas
extras aos alunos e que mantêm com eles um excelente relacionamento.
Estas evidências são altamente abonatórias para os professores portugueses e deveriam ter sido
amplamente divulgadas pelos órgãos de comunicação social ( e pelos habituais "fazedores de opinião"
luxuosamente remunerados que escrevem para os jornais ou são comentadores na rádio e na televisão)
que ostensivamente consideram que os professores do ensino básico e secundário uma classe pouco
profissional, com imensos privilégios e luxuosas remunerações...
Uma classe profissional que deveria ser acarinhada e apoiada por todos, que deveria ter direito às
melhores condições de trabalho (salas de aula, equipamento, formação, etc.) e que tem sido maltratada
pelo poder político e por todos aqueles que tinham o dever de estar suficientemente informados para
poder produzir uma opinião isenta para os demais membros da comunidade.
Ao conjunto destas evidências acresce outra, onde o papel do professor é determinante: a inclusão.
O relatório revela-nos que Portugal é o sexto pais da OCDE cujo sistema educativo melhor compensa
as assimetrias sócio/económicas!
E ainda refere que o nosso país tem a maior percentagem de alunos carenciados com excelentes níveis de
desempenho em leitura.
Nada acontece por acaso! Os professores portugueses são excelentes profissionais, pessoas que se
dedicam de corpo e alma aos seus alunos, mesmo quando são vilipendiados e ofendidos por membros
de classes profissionais tão corporativistas (ou mais!) que a dos professores!
Como diz a quase totalidade dos alunos, os professores são excelentes pessoas que estão sempre
disponíveis para ajudar os seus alunos. Esta é que é a realidade dos professores das escolas do ensino
básico e secundário! Obviamente que, como em todas as demais classes profissionais, haverá
excepções à regra, aqueles que não cumprem, não assumem as suas responsabilidades, não
justificam o ordenado que recebem. Mas, assim como uma andorinha não faz a primavera, também
uma ovelha negra não estraga um rebanho.
Pergunto: porque se escondem os arautos da desgraça, detentores da verdade absoluta, que estão sempre
na linha da frente para achincalhar os professores do ensino básico e secundário. Estranha-se o
silêncio.
Margarida Rufino in Jornal de Cascais