SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 5
ANÁLISE DA ESTRUTURA E CONTEÚDO DOS POEMAS

Soneto De Separação (Vinícius de Moraes)= Forma fixa: Soneto (2 quartetos e 2 tercetos)

De/ re/pen/te/ do/ ri/so/ fez/-se o/ pran/(to) A
Si/len/ci/o/so e/ bran/co/ co/mo a/ bru/(ma) B
E/ das/ bo/cas/ u/ni/das/ fez/-se a es/pu/(ma) B
E/ das/ mãos/ es/pal/ma/das/ fez/-se o es/pan/(to) A

De/ re/pen/te/ da/ cal/ma/ fez/-se o/ ven/to
Que/ dos/ o/lhos/ des/fez/ a úl/ti/ma/ cha/ma
E /da/ pai/xão/ fez/-se o/ pres/sen/ti/men/to
E/ do/ mo/men/to i/mó/vel/ fez/-se o/ dra/ma


De/ re/pen/te/ não/ mais/ que/ de/ re/pen/te
Fez/-se /de/ tris/te o/ que/ se/ fez/ a/man/te
E/ de/ so/zi/nho o/ que/ se/ fez/ con/ten/te


Fez/-se/ do a/mi/go/ pró/xi/mo/, dis/tan/te
Fez/-se/ da/ vi/da u/ma a/ven/tu//ra er/ran/te
De/ re/pen/te/, não/ mais/ que/ de/ re/pen/te.


•Versos decassílabos (medida nova); tradicionais.

•ABBA: interpoladas/opostas. (disposição)

•A (pranto/espanto)= rima pobre (qualidade); B (bruma/espuma)=rima pobre

•Quanto à tonicidade= (graves/femininas paroxítona)

•Diferenciar sílabas gramaticais de sílabas métricas/poéticas.

•Decassílabos/10 sílabas métricas/Medida nova.

•Plano   de conteúdo: temática da separação e o sofrimento do eu lírico em relação à
pessoa amada.
•O soneto lírico amoroso de Vinicius de Moraes, “Soneto de separação”, dialoga com uma
das mais importantes tradições da poesia lírica (caracterizada, essencialmente, por
manifestar a subjetividade do eu lírico, expressando-lhe os sentimentos, as emoções, o
mundo interior).
•      De um modo geral, a musicalidade é um elemento fundamental no texto lírico.
Vinícius de Moraes explora recursos poéticos no plano da sonoridade, do ritmo e das figuras
de linguagens e versos decassílabos (dez sílabas poéticas em toda a sua estrutura) e um
variado jogo rimático que compreende as rimas ABBA CDCD EFE FFE. A ocorrência da
aliteração ( repetição constante de um mesmo fonema consonantal) entre palavras
(“espuma”, “espalmadas”, “espanto”) e a assonância (repetição constante das vogais /e/
e /o/ no decorrer do soneto)consistem nos principais recursos empregados pelo artista
para alcançar a referida sonoridade.

•Na primeira estrofe, o eu lírico enfatiza o trauma da “separação” através da expressão
“De repente”, que aponta uma mudança súbita: da segurança para a insegurança; do certo
para o incerto(instabilidades face ao inesperado). A antítese, figura de linguagem que se
constrói a partir de oposição de ideias (“riso/pranto”), estabelece o contraditório entre o
passado e o presente. Antes, tudo era bom; havia o riso, o beijo... O presente é ruim;
pranto, espanto... A partir deste ponto, fica nítida a sensação de que as relações amorosas
podem ser fugazes e imprevisíveis. Perceba que Vinícius também emprega outros recursos
de linguagem como a comparação (atribuir características de um ser a outro, em virtude
de uma determinada semelhança; há uso de termo comparativo – como, igual a ,
semelhante a, etc.): “Silencioso e branco como a bruma”(imagem de algo que se esgarça e
se dispersa, assim como a palavra “espuma”). Se fosse uma metáfora, seria colocado o
verso assim: O pranto é a bruma.

•Na segunda estrofe, o eu lírico vivencia um conflito que atinge seu ápice num
determinado momento do poema, através do verso 8: “E do momento imóvel fez-se o
drama” ( drama: palavra que conota esse clímax). A imagem da “chama” simbolizando a
sensualidade e a finitude do amor, do ir e vir das relações amorosas, intensas mas não
eternas, pode ser considerada o traço típico desse poeta, que dessa forma contribui com a
proposta modernista de aprimorar a experiência poética da experiência vivida.
•Na terceira estrofe, o eu lírico acentua o aspecto temporal do poema: “De repente, não
mais que de repente”. Neste contexto, a expressão atenua o espanto causado pela
separação, isto é, o fato de tudo ter sido destruído num repente. Trata-se da “separação”
que desencadeia, inevitavelmente, uma angústia ante a solidão. O poeta coloca como
antíteses as palavras “triste”/amante, sozinho/ contente”, demonstrando a importância da
correspondência no amor.

•Há o recurso estilístico denominado paralelismo/anáfora; isto é, a repetição de palavras no
início de vários versos.

•Na quarta estrofe, o eu lírico atormenta-se, impotentemente, diante de um fato
consumado: sem o amor, perdem-se o sentido e a direção da vida (“Fez-se da vida uma
aventura errante”). O emprego de um único tempo (pretérito perfeito do indicativo),
representado pelo verbo fazer (fez/desfez), esboça que o fato (separação) já ocorreu e,
portanto, é uma ação acabada, visto como algo irreversível.
•Repare que o poema centra-se em seguidas antíteses que realçam a mudança de situação
provocada pela perda ( o segundo membro da antítese sempre traz uma conotação de dor,
de infelicidade: “próximo/distante”). Outro aspecto que chama a atenção é a valorização do
momento, a força do destino (ou do acaso) que muda a nossa vida “De repente” ( locução
adverbial empregada seis vezes no poema, utilizada para demonstrar a forma imprevista
como as ações ocorreram), quando não há mais esperança de reencontro.


PROFUNDAMENTE (MANUEL BANDEIRA) Versos livres (diferentes métricas)

Ver página 21/livro didático (análise do conteúdo).

Quan/do on/tem/ a/dor/me/ci (7 sílabas métricas) Redondilha maior/heptassílabo.
Na/ noi/te/ de/ São/ Jo/ão/ (7 sílabas métricas) Medida velha
Ha/via a/le/gri/a e/ ru/mor/ (7 sílabas métricas)
Vo/zes/ can/ti/gas/ e/ ri/sos (7 sílabas métricas)
Ao/ pé/ das/ fo/guei/ras/ a/ce/(sas). (8 sílabas métricas) octossílabo
No/ me/io/ da/ noi/te/ des/per/tei/(9 sílabas métricas) (eneassílabo)
Não/ ou/vi/ mais/ vo/zes/ nem/ ri/(sos) (8 sílabas métricas)
A/pe/nas/ ba/lões/ (5 sílabas métricas)/ Redondilha menor/pentassílabo/ Medida velha
Pas/sa/vam/ er/ran/(tes) (5 sílabas métricas)/ Redondilha menor
Si/len/cio/sa/men/(te)
A/pe/nas/ de/ vez/ em/ quan/(do)
O/ ruí/do/ de um/ bon/(de)
Cor/ta/va o/ si/lên/(cio)
Co/mo um/ tú/(nel). (trissílabo)
On/de es/ta/vam/ os/ que há/ pou/(co)
Dan/ça/(vam) (dissílabo)
Can/ta/(vam)
E/ ri/(am)
Ao/ pé/ das/ fo/guei/ras/ a/ce/(sas)?




— Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Pro/fun/da/men/(te). (Tetrassílabo)

Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci.
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Ro/(as) (monossílabo)
On/de es/tão/ to/dos/ e/(les)? (hexassílabos)




— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.




Meninos carvoeiros (Temática social/denúncia da realidade social/ trabalho infantil)
Manuel Bandeira


Os meninos carvoeiros
Passam a caminho da cidade.
— Eh, carvoero!


E vão tocando os animais com um relho1 enorme.


Os burros são magrinhos e velhos.
Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.
A aniagem2 é toda remendada.
Os carvões caem.


(Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.)
— Eh, carvoero!


Só mesmo estas crianças raquíticas
Vão bem com estes burrinhos descadeirados.
A madrugada ingênua parece feita para eles. (prosopopeia/metáfora)
Pequenina, ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis! (comparação)


—Eh, carvoero!


Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado,
Encarapitados nas alimárias,
Apostando corrida,
Dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos desamparados.
Petrópolis, 1921




1 Chicote.


2 Sacos feitos com material de aniagem, derivado do sisal.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Termos essenciais da oração
Termos essenciais da oraçãoTermos essenciais da oração
Termos essenciais da oraçãoJoão Mendonça
 
Slide Genero Textual Poesia
Slide Genero Textual PoesiaSlide Genero Textual Poesia
Slide Genero Textual PoesiaJomari
 
Simple Present X Present Continuous
Simple Present X Present ContinuousSimple Present X Present Continuous
Simple Present X Present ContinuousNarielyn Elias
 
Questões de acentuação gráfica
Questões de acentuação gráficaQuestões de acentuação gráfica
Questões de acentuação gráficama.no.el.ne.ves
 
Polissemia e ambiguidade
Polissemia e ambiguidadePolissemia e ambiguidade
Polissemia e ambiguidadeLilian Hodgson
 
Frase, oração e período
Frase, oração e períodoFrase, oração e período
Frase, oração e períodoMara Virginia
 
Introdução texto poético
Introdução texto poéticoIntrodução texto poético
Introdução texto poéticoarmindaalmeida
 
Exercícios processos de formação de palavras II
Exercícios processos de formação de palavras IIExercícios processos de formação de palavras II
Exercícios processos de formação de palavras IIProfFernandaBraga
 
Acentuação tônica
Acentuação tônicaAcentuação tônica
Acentuação tônicaTim Bagatelas
 
Literatura de cordel
Literatura de cordelLiteratura de cordel
Literatura de cordelGracita Fraga
 
Immediate future simple future
Immediate future simple futureImmediate future simple future
Immediate future simple futureDenis Reis
 
63020665 vozes-verbais-exercicios-com-gabarito
63020665 vozes-verbais-exercicios-com-gabarito63020665 vozes-verbais-exercicios-com-gabarito
63020665 vozes-verbais-exercicios-com-gabaritoGeija Fortunato
 
Regência nominal e verbal
Regência nominal e verbalRegência nominal e verbal
Regência nominal e verbalSadrak Silva
 
Prefixos e sufixos em ingles
Prefixos e sufixos em inglesPrefixos e sufixos em ingles
Prefixos e sufixos em inglesssuser5d744d
 

Was ist angesagt? (20)

Metrificação e escansão
Metrificação e escansãoMetrificação e escansão
Metrificação e escansão
 
Termos essenciais da oração
Termos essenciais da oraçãoTermos essenciais da oração
Termos essenciais da oração
 
Slide Genero Textual Poesia
Slide Genero Textual PoesiaSlide Genero Textual Poesia
Slide Genero Textual Poesia
 
Simple Present X Present Continuous
Simple Present X Present ContinuousSimple Present X Present Continuous
Simple Present X Present Continuous
 
Questões de acentuação gráfica
Questões de acentuação gráficaQuestões de acentuação gráfica
Questões de acentuação gráfica
 
Polissemia e ambiguidade
Polissemia e ambiguidadePolissemia e ambiguidade
Polissemia e ambiguidade
 
Imperative form
Imperative formImperative form
Imperative form
 
Frase, oração e período
Frase, oração e períodoFrase, oração e período
Frase, oração e período
 
Introdução texto poético
Introdução texto poéticoIntrodução texto poético
Introdução texto poético
 
Exercícios processos de formação de palavras II
Exercícios processos de formação de palavras IIExercícios processos de formação de palavras II
Exercícios processos de formação de palavras II
 
Atividade sobre figuras de linguagem
Atividade sobre figuras de linguagemAtividade sobre figuras de linguagem
Atividade sobre figuras de linguagem
 
Formacao de palavras[1]
Formacao de palavras[1]Formacao de palavras[1]
Formacao de palavras[1]
 
Acentuação tônica
Acentuação tônicaAcentuação tônica
Acentuação tônica
 
Literatura de cordel
Literatura de cordelLiteratura de cordel
Literatura de cordel
 
Immediate future simple future
Immediate future simple futureImmediate future simple future
Immediate future simple future
 
63020665 vozes-verbais-exercicios-com-gabarito
63020665 vozes-verbais-exercicios-com-gabarito63020665 vozes-verbais-exercicios-com-gabarito
63020665 vozes-verbais-exercicios-com-gabarito
 
Regência nominal e verbal
Regência nominal e verbalRegência nominal e verbal
Regência nominal e verbal
 
Prefixos e sufixos em ingles
Prefixos e sufixos em inglesPrefixos e sufixos em ingles
Prefixos e sufixos em ingles
 
Verbos - parte 1
Verbos - parte 1Verbos - parte 1
Verbos - parte 1
 
Soneto de Separação
Soneto de SeparaçãoSoneto de Separação
Soneto de Separação
 

Ähnlich wie ANÁLISE POÉTICA

Nota teoria i escansão poemas cecília meire s gaba
Nota  teoria i escansão poemas cecília meire s gabaNota  teoria i escansão poemas cecília meire s gaba
Nota teoria i escansão poemas cecília meire s gabaPéricles Penuel
 
Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 75-76
Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 75-76Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 75-76
Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 75-76luisprista
 
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptx
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptxLITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptx
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptxLeidimarabatista
 
Nota ii profundamente manuel bandeira 27.02.12
Nota ii profundamente manuel bandeira 27.02.12Nota ii profundamente manuel bandeira 27.02.12
Nota ii profundamente manuel bandeira 27.02.12Péricles Penuel
 
Características do texto poético 7º ano
Características do texto poético 7º anoCaracterísticas do texto poético 7º ano
Características do texto poético 7º anoIlda Oliveira
 
Características%20do%20texto%20poético%208º%20ano[1]
Características%20do%20texto%20poético%208º%20ano[1]Características%20do%20texto%20poético%208º%20ano[1]
Características%20do%20texto%20poético%208º%20ano[1]Ilda Oliveira
 
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 17-18
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 17-18Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 17-18
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 17-18luisprista
 
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)Cristina Ramos
 
Apresentação para décimo segundo ano, aula 6
Apresentação para décimo segundo ano, aula 6Apresentação para décimo segundo ano, aula 6
Apresentação para décimo segundo ano, aula 6luisprista
 
1ª ano -Fonética e Fonologia.pdf
1ª ano -Fonética e Fonologia.pdf1ª ano -Fonética e Fonologia.pdf
1ª ano -Fonética e Fonologia.pdfValdimiro Cardoso
 
Análise do poema de vinicius de morais
Análise do poema de vinicius de moraisAnálise do poema de vinicius de morais
Análise do poema de vinicius de moraisjaquelineferreiragomes
 
Normas de versificação
Normas de versificaçãoNormas de versificação
Normas de versificaçãoDeia1975
 
Fonema/Acentuação Gráfica
Fonema/Acentuação GráficaFonema/Acentuação Gráfica
Fonema/Acentuação GráficaFernanda Maia
 
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardenteErros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardenteJoão Paulo Freire
 
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 36
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 36Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 36
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 36luisprista
 
Linguagem corporal
Linguagem corporalLinguagem corporal
Linguagem corporalPaula Arena
 

Ähnlich wie ANÁLISE POÉTICA (20)

Nota teoria i escansão poemas cecília meire s gaba
Nota  teoria i escansão poemas cecília meire s gabaNota  teoria i escansão poemas cecília meire s gaba
Nota teoria i escansão poemas cecília meire s gaba
 
Teoria da literatura II
Teoria da literatura IITeoria da literatura II
Teoria da literatura II
 
Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 75-76
Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 75-76Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 75-76
Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 75-76
 
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptx
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptxLITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptx
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptx
 
Nota ii profundamente manuel bandeira 27.02.12
Nota ii profundamente manuel bandeira 27.02.12Nota ii profundamente manuel bandeira 27.02.12
Nota ii profundamente manuel bandeira 27.02.12
 
Características do texto poético 7º ano
Características do texto poético 7º anoCaracterísticas do texto poético 7º ano
Características do texto poético 7º ano
 
Características%20do%20texto%20poético%208º%20ano[1]
Características%20do%20texto%20poético%208º%20ano[1]Características%20do%20texto%20poético%208º%20ano[1]
Características%20do%20texto%20poético%208º%20ano[1]
 
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 17-18
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 17-18Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 17-18
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 17-18
 
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)
 
Apresentação para décimo segundo ano, aula 6
Apresentação para décimo segundo ano, aula 6Apresentação para décimo segundo ano, aula 6
Apresentação para décimo segundo ano, aula 6
 
Fonética e Fonologia
Fonética e FonologiaFonética e Fonologia
Fonética e Fonologia
 
1ª ano -Fonética e Fonologia.pdf
1ª ano -Fonética e Fonologia.pdf1ª ano -Fonética e Fonologia.pdf
1ª ano -Fonética e Fonologia.pdf
 
Metodo Fonico
Metodo FonicoMetodo Fonico
Metodo Fonico
 
Análise do poema de vinicius de morais
Análise do poema de vinicius de moraisAnálise do poema de vinicius de morais
Análise do poema de vinicius de morais
 
Normas de versificação
Normas de versificaçãoNormas de versificação
Normas de versificação
 
Fonema/Acentuação Gráfica
Fonema/Acentuação GráficaFonema/Acentuação Gráfica
Fonema/Acentuação Gráfica
 
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardenteErros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardente
 
O texto poetico2 (1)
O texto poetico2 (1)O texto poetico2 (1)
O texto poetico2 (1)
 
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 36
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 36Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 36
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 36
 
Linguagem corporal
Linguagem corporalLinguagem corporal
Linguagem corporal
 

Mehr von Péricles Penuel

Mehr von Péricles Penuel (20)

Arte pré histórica
Arte pré históricaArte pré histórica
Arte pré histórica
 
Arte egípicia
Arte egípiciaArte egípicia
Arte egípicia
 
éTica capitulo 6
éTica capitulo 6éTica capitulo 6
éTica capitulo 6
 
Cultura e ideologia unidade 6 capitulo 18
Cultura e ideologia unidade 6 capitulo 18Cultura e ideologia unidade 6 capitulo 18
Cultura e ideologia unidade 6 capitulo 18
 
3 revolução industrial 2013
3 revolução industrial 20133 revolução industrial 2013
3 revolução industrial 2013
 
1 diversidade da vida
1 diversidade da vida1 diversidade da vida
1 diversidade da vida
 
Lista 1 2013 escalas termométricas
Lista 1 2013   escalas termométricasLista 1 2013   escalas termométricas
Lista 1 2013 escalas termométricas
 
Aula 2 população
Aula 2   populaçãoAula 2   população
Aula 2 população
 
Aula de matrizes
Aula de matrizesAula de matrizes
Aula de matrizes
 
Aula de matrizes
Aula de matrizesAula de matrizes
Aula de matrizes
 
Aula de matrizes
Aula de matrizesAula de matrizes
Aula de matrizes
 
2 ilum, indep amer, rev franc, imp nap cópia
2 ilum, indep amer, rev franc, imp nap   cópia2 ilum, indep amer, rev franc, imp nap   cópia
2 ilum, indep amer, rev franc, imp nap cópia
 
1absolutismo monárquico
1absolutismo monárquico1absolutismo monárquico
1absolutismo monárquico
 
1absolutismo monárquico
1absolutismo monárquico1absolutismo monárquico
1absolutismo monárquico
 
Biologia 2º ano frente 2 - procariontes
Biologia 2º ano   frente 2 - procariontesBiologia 2º ano   frente 2 - procariontes
Biologia 2º ano frente 2 - procariontes
 
2 ilum, indep amer, rev franc, imp nap cópia
2 ilum, indep amer, rev franc, imp nap   cópia2 ilum, indep amer, rev franc, imp nap   cópia
2 ilum, indep amer, rev franc, imp nap cópia
 
Aula de matrizes
Aula de matrizesAula de matrizes
Aula de matrizes
 
Aula 1 o brasil
Aula 1   o brasilAula 1   o brasil
Aula 1 o brasil
 
Entradas e bandeiras imagens tmp
Entradas e bandeiras imagens tmpEntradas e bandeiras imagens tmp
Entradas e bandeiras imagens tmp
 
Plano ins. pernambucana tmp
Plano ins. pernambucana tmpPlano ins. pernambucana tmp
Plano ins. pernambucana tmp
 

Kürzlich hochgeladen

Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 

ANÁLISE POÉTICA

  • 1. ANÁLISE DA ESTRUTURA E CONTEÚDO DOS POEMAS Soneto De Separação (Vinícius de Moraes)= Forma fixa: Soneto (2 quartetos e 2 tercetos) De/ re/pen/te/ do/ ri/so/ fez/-se o/ pran/(to) A Si/len/ci/o/so e/ bran/co/ co/mo a/ bru/(ma) B E/ das/ bo/cas/ u/ni/das/ fez/-se a es/pu/(ma) B E/ das/ mãos/ es/pal/ma/das/ fez/-se o es/pan/(to) A De/ re/pen/te/ da/ cal/ma/ fez/-se o/ ven/to Que/ dos/ o/lhos/ des/fez/ a úl/ti/ma/ cha/ma E /da/ pai/xão/ fez/-se o/ pres/sen/ti/men/to E/ do/ mo/men/to i/mó/vel/ fez/-se o/ dra/ma De/ re/pen/te/ não/ mais/ que/ de/ re/pen/te Fez/-se /de/ tris/te o/ que/ se/ fez/ a/man/te E/ de/ so/zi/nho o/ que/ se/ fez/ con/ten/te Fez/-se/ do a/mi/go/ pró/xi/mo/, dis/tan/te Fez/-se/ da/ vi/da u/ma a/ven/tu//ra er/ran/te De/ re/pen/te/, não/ mais/ que/ de/ re/pen/te. •Versos decassílabos (medida nova); tradicionais. •ABBA: interpoladas/opostas. (disposição) •A (pranto/espanto)= rima pobre (qualidade); B (bruma/espuma)=rima pobre •Quanto à tonicidade= (graves/femininas paroxítona) •Diferenciar sílabas gramaticais de sílabas métricas/poéticas. •Decassílabos/10 sílabas métricas/Medida nova. •Plano de conteúdo: temática da separação e o sofrimento do eu lírico em relação à pessoa amada.
  • 2. •O soneto lírico amoroso de Vinicius de Moraes, “Soneto de separação”, dialoga com uma das mais importantes tradições da poesia lírica (caracterizada, essencialmente, por manifestar a subjetividade do eu lírico, expressando-lhe os sentimentos, as emoções, o mundo interior). • De um modo geral, a musicalidade é um elemento fundamental no texto lírico. Vinícius de Moraes explora recursos poéticos no plano da sonoridade, do ritmo e das figuras de linguagens e versos decassílabos (dez sílabas poéticas em toda a sua estrutura) e um variado jogo rimático que compreende as rimas ABBA CDCD EFE FFE. A ocorrência da aliteração ( repetição constante de um mesmo fonema consonantal) entre palavras (“espuma”, “espalmadas”, “espanto”) e a assonância (repetição constante das vogais /e/ e /o/ no decorrer do soneto)consistem nos principais recursos empregados pelo artista para alcançar a referida sonoridade. •Na primeira estrofe, o eu lírico enfatiza o trauma da “separação” através da expressão “De repente”, que aponta uma mudança súbita: da segurança para a insegurança; do certo para o incerto(instabilidades face ao inesperado). A antítese, figura de linguagem que se constrói a partir de oposição de ideias (“riso/pranto”), estabelece o contraditório entre o passado e o presente. Antes, tudo era bom; havia o riso, o beijo... O presente é ruim; pranto, espanto... A partir deste ponto, fica nítida a sensação de que as relações amorosas podem ser fugazes e imprevisíveis. Perceba que Vinícius também emprega outros recursos de linguagem como a comparação (atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança; há uso de termo comparativo – como, igual a , semelhante a, etc.): “Silencioso e branco como a bruma”(imagem de algo que se esgarça e se dispersa, assim como a palavra “espuma”). Se fosse uma metáfora, seria colocado o verso assim: O pranto é a bruma. •Na segunda estrofe, o eu lírico vivencia um conflito que atinge seu ápice num determinado momento do poema, através do verso 8: “E do momento imóvel fez-se o drama” ( drama: palavra que conota esse clímax). A imagem da “chama” simbolizando a sensualidade e a finitude do amor, do ir e vir das relações amorosas, intensas mas não eternas, pode ser considerada o traço típico desse poeta, que dessa forma contribui com a proposta modernista de aprimorar a experiência poética da experiência vivida. •Na terceira estrofe, o eu lírico acentua o aspecto temporal do poema: “De repente, não mais que de repente”. Neste contexto, a expressão atenua o espanto causado pela separação, isto é, o fato de tudo ter sido destruído num repente. Trata-se da “separação” que desencadeia, inevitavelmente, uma angústia ante a solidão. O poeta coloca como antíteses as palavras “triste”/amante, sozinho/ contente”, demonstrando a importância da correspondência no amor. •Há o recurso estilístico denominado paralelismo/anáfora; isto é, a repetição de palavras no início de vários versos. •Na quarta estrofe, o eu lírico atormenta-se, impotentemente, diante de um fato consumado: sem o amor, perdem-se o sentido e a direção da vida (“Fez-se da vida uma aventura errante”). O emprego de um único tempo (pretérito perfeito do indicativo), representado pelo verbo fazer (fez/desfez), esboça que o fato (separação) já ocorreu e, portanto, é uma ação acabada, visto como algo irreversível.
  • 3. •Repare que o poema centra-se em seguidas antíteses que realçam a mudança de situação provocada pela perda ( o segundo membro da antítese sempre traz uma conotação de dor, de infelicidade: “próximo/distante”). Outro aspecto que chama a atenção é a valorização do momento, a força do destino (ou do acaso) que muda a nossa vida “De repente” ( locução adverbial empregada seis vezes no poema, utilizada para demonstrar a forma imprevista como as ações ocorreram), quando não há mais esperança de reencontro. PROFUNDAMENTE (MANUEL BANDEIRA) Versos livres (diferentes métricas) Ver página 21/livro didático (análise do conteúdo). Quan/do on/tem/ a/dor/me/ci (7 sílabas métricas) Redondilha maior/heptassílabo. Na/ noi/te/ de/ São/ Jo/ão/ (7 sílabas métricas) Medida velha Ha/via a/le/gri/a e/ ru/mor/ (7 sílabas métricas) Vo/zes/ can/ti/gas/ e/ ri/sos (7 sílabas métricas) Ao/ pé/ das/ fo/guei/ras/ a/ce/(sas). (8 sílabas métricas) octossílabo No/ me/io/ da/ noi/te/ des/per/tei/(9 sílabas métricas) (eneassílabo) Não/ ou/vi/ mais/ vo/zes/ nem/ ri/(sos) (8 sílabas métricas) A/pe/nas/ ba/lões/ (5 sílabas métricas)/ Redondilha menor/pentassílabo/ Medida velha Pas/sa/vam/ er/ran/(tes) (5 sílabas métricas)/ Redondilha menor Si/len/cio/sa/men/(te) A/pe/nas/ de/ vez/ em/ quan/(do) O/ ruí/do/ de um/ bon/(de) Cor/ta/va o/ si/lên/(cio) Co/mo um/ tú/(nel). (trissílabo) On/de es/ta/vam/ os/ que há/ pou/(co) Dan/ça/(vam) (dissílabo) Can/ta/(vam) E/ ri/(am) Ao/ pé/ das/ fo/guei/ras/ a/ce/(sas)? — Estavam todos dormindo Estavam todos deitados Dormindo Pro/fun/da/men/(te). (Tetrassílabo) Quando eu tinha seis anos Não pude ver o fim da festa de São João Porque adormeci.
  • 4. Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo Minha avó Meu avô Totônio Rodrigues Tomásia Ro/(as) (monossílabo) On/de es/tão/ to/dos/ e/(les)? (hexassílabos) — Estão todos dormindo Estão todos deitados Dormindo Profundamente. Meninos carvoeiros (Temática social/denúncia da realidade social/ trabalho infantil) Manuel Bandeira Os meninos carvoeiros Passam a caminho da cidade.
  • 5. — Eh, carvoero! E vão tocando os animais com um relho1 enorme. Os burros são magrinhos e velhos. Cada um leva seis sacos de carvão de lenha. A aniagem2 é toda remendada. Os carvões caem. (Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.) — Eh, carvoero! Só mesmo estas crianças raquíticas Vão bem com estes burrinhos descadeirados. A madrugada ingênua parece feita para eles. (prosopopeia/metáfora) Pequenina, ingênua miséria! Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis! (comparação) —Eh, carvoero! Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado, Encarapitados nas alimárias, Apostando corrida, Dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos desamparados. Petrópolis, 1921 1 Chicote. 2 Sacos feitos com material de aniagem, derivado do sisal.