SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 78
Downloaden Sie, um offline zu lesen
I
ANTROPOFAGUS, 
VENE CUM ME!
Ego veni per confusiones non per explicationes. 
Chacrinha
INFLUENTIA ANGUSTI 
TOLEDO, Paulo de (et alli). Augustam angusti. Santos: Ed. L. Bloom, 2008.
CAUSA PRIMA 
poe 
si 
ne qu 
a 
non
ET ALL 
e t c 
a r e t e
NO RETROGRESS 
NO STOP 
NO PRECIPITATE 
a Nabuco 
l ibe r t a s 
probus l ibe r tus ( ) 
s i n e ( q u a e ) 
n a t u r a ( s e r a ) 
e s t f i l i u s ( t a m e n )
UPDATED 
in medio virus
DE PUBLICA CIRCULATIONEM 
madri amsterdan roma 
tóquio paris barcelona 
nihil sub sole novum 
acapulco londres berlim 
istambul atenas pequim 
ubi bene, ibi patria 
bruxelas budapeste praga 
ab ovo ego sum in omnibus
TRANSLATI(N)O(RUM) 
n e m o n a s c i t u r s a p i e n s 
o m n e s p e n i s s i c n a t u r a 
o m e n s i r t u p e n i s s a c a n 
( a d l i b i t u m )
EVERY-DAY DEAD LANGUAGE 
Solis 
Dies 
Lunae 
Dies 
Martis 
Dies 
Mercurii 
Dies 
Jovis 
Dies 
Veneris 
Dies 
Saturni 
Dies
AESTAS: 40 GRADUS 
taxius 
cum ares 
conditionatibus 
per paucus est 
sol lucet 
omnibus
DEFECTIVUS 
in principio erat pum
NARCISUS 
ecce homo 
ecce homo 
ecce homo 
ecoce homo
COGITO ERGO{N}SUM{O}
RAICUS SILOGISTICUS 
errare humanum est 
ergo 
vox populi vox dei est
INVIDIA VAGINIS 
Ave Pater, gratia plena 
Benedictus fructus ventris tui Jesus 
Sicut in caelo et in terra 
Benedicta tu in mulieribus 
Fiat voluntas tua 
Ora pro nobis peccatoribus 
Et ne nos inducas in tentationem 
Santificetur nomen tuum 
Amen
ARS VERBALIS 
Rébus, non verbis. 
Rebu, non verbis.
OMINIS GRATIS 
mercatus gratia mercatis 
vita longa, ars brevis
CELEBRITATIBUS 
mario  
cohiberet quamvis lugubrem mcdonaldsum 
julio  inferorumque pudicitie infelicem guccius 
mario  sublatus iudicetur honestatis cartierum 
julio  corruptelam ducunt fraudem appleius 
pedro  deduxerunt hilaris plurimum playboyus 
paulo  magisque ommituntur nostra microsoftbus 
pedro  iurisconsultorum papam puellas sonyus 
paulo  gratia quomodolibet familiaribus nikebus 
maria  nonnunquam locus sanctorum hollywoodibus 
joana pedetentim haereticum moliuntur adidasium 
clara uoluptatibus bullam confabulationes cnniam 
maria  circumquaque absonum religio chanelibus 
joana asserunt pusillanimes discordiam rolexum 
clara quantum famam consuetudinem ferrariam
CONDENDICHTENSARE UT MINIATURA POESIS
NOTA: 
Tudo (ou quase) que compõe a série de poemas (sic) 
ANTROPOFAGUS, VENE CUM ME! foi encontrado em 
www.google.com.br. 
Boas buscas!
II
LESBIX
ó minha lésbia 
sei que não gostas de rola 
mas se me deres a xoxota 
ao menos uma vez 
hei de foder-te tanto 
que meu pau aposentar-se-á 
por invalidez
ó minha lésbia 
teu sovaco 
um ramalhete de flores oloríferas 
um travesseiro de penas de pássaro manso 
meu sonho é adormecer 
sobre essa vasta cabelereira 
após afogarmos o ganso
ó minha lésbia 
só de imaginar 
que andas a ralar a escova 
com aquela cu-doce da diana 
volto-me ao deus dos relâmpagos 
e peço-lhe que um raio 
estraçalhe ambas as xanas
ó minha lésbia 
saiba que pode sim 
infestar tua xereca 
teias de aranha 
portanto me permita 
meu inseticida aspergir 
nas tuas desusadas entranhas
ó minha lésbia 
não desperdice teus líquidos 
com essa tal de ceres 
horrenda criatura obesa 
dá-me de beber 
tenho pressa 
que ao te ver com essa besta 
até minhas hemorróidas 
ficam secas
ó minha lésbia 
por ti faria 
tudo 
beijaria o cu 
do diabo que me carrega 
e se quisesses 
aceitaria 
desde que devidamente 
lubrificado 
o teu carinhoso 
fio-terra
ó minha lésbia 
teu regaço úmido 
nestes dias de verão 
faz até sereia 
querer virar varão
ó minha lésbia 
nem um monte 
de vênus 
a desfilar 
nas passarelas 
top models 
à mancheia 
podem fazer-me 
esquecer de ti 
ó deusa avessa 
a modos modas e moldes
ó minha lésbia 
essa loirinha 
que tanto te encanta 
é toda falsa 
siga meu conselho 
vem pro teu vero amor 
e se precisar pinto de oiro 
meus pentelhos
ó minha lésbia 
larga essa baixinha nariguda 
que te fuça a xota 
com o naso nojento 
também meu nariz 
não é de pequeno porte 
mas do meu pau 
te asseguro 
sai espirro mais forte
ó minha lésbia 
na balada 
não dás a mínima 
se canta a cotovia 
ou o rouxinol 
da minha parte 
a única coisa que irrita 
meu shakespeariano pinto 
é não poder fazer um dueto 
com tua lírica periquita
ó minha lésbia 
quando te vi 
dando de bico naquela bola 
como um vero boleiro 
imaginei teu cu 
como um gol 
e minha rola 
um artilheiro 
entrando com bola e tudo
ó minha lésbia 
conheço tua paixão 
por basquete 
és uma deusa do esporte 
então vem fazer mil pontos 
vezes mil e mais um milhão 
nesse nosso invencível 
jogo do boquete
ó minha lésbia 
sei que quando criança 
entre os loureiros 
sonhavas em ser a mulher-barbada 
desiste dessa idéia descabida 
e vem comigo 
levantar o pau do picadeiro
ó minha lésbia 
já inúmeras vezes 
cantei em louvor 
às heliconíadas musas 
ó cupido 
vê se me deixa em paz 
contudo parece 
que nada arrefece 
este rapaz 
de pau cúpido
ó minha lésbia 
gozemos 
como nunca 
nem que pra isso 
tenha eu 
que passar batom 
e usar peruca
ó minha lésbia 
se queres preservar 
teu hímen 
dá-me teu cuzinho 
que mesmo imundo 
da feijoada de domingo 
faz minha língua 
tão dura e úmida 
quanto o tridente de netuno
ó minha lésbia 
sei que te apraz 
o cabelo crespo 
dessa neguinha 
mas entrega-te a mim 
que eu rapaz 
que também curte 
uma bunda preta 
já tenho a rola escura 
de tanta punheta
ó minha lésbia 
conta a mitologia 
que no homem 
o tamanho do pé indica 
o tamanho da pica 
e se pra mulher 
isso também serve 
já imagino 
pela dimensão 
de tuas falangetas 
qual será a amplidão 
de tua boceta
ó minha lésbia 
permite 
que eu qual um infante 
recém-nado 
chupe tuas tesudas tetas 
donde espirraria 
toda a via-láctea 
e só a esperança 
de tal obséquio teu 
confesso 
ora me deixa 
todo gozado
III
MUSA 
EM FUGA
ponto 
de parto ida em busca 
de um canto perdido impelido 
por uma vela que chama vento 
ponto pacífico atlântico índico quatro 
cantos e sete mares de mundos 
e fundos onde o aedo dá adeus 
ao éden do seguro porto do nada 
sempiterno da vida em terra firme 
dos trabalhos e os dias e a vela segue
sangrando os mares nunca dentes só 
planícies às vezes caninas ondas 
porém onde deveria pérola só se vê 
parcos mas nunca dantes nem homeros só 
um pobre diabo em ponto de abulição 
sobre mares infestos de aves e feixes 
de nadas nados de ondas espumantes 
de chã sina onde apanha o poeta 
a embriaguez necessária para néscio 
seguir adiantando ou não a vela
alva asa de albatroz vaga lembrança 
de campo vasto de algodão em dia 
de vento arrasta o cantor mudo à procura 
da voz perdida em algum ponto de uma 
foz mudada e nunca mais achada 
e a cura é a musa esquiva telenguiado 
ponto de interrogação oculto entre 
frases marulhentas contudo o vate 
vai ao encalço da sereia calçado 
em suas asas de cera da imaginação
e do desespero apontando 
sua popa ao nada líquido inserto 
todavia desponta ourivesaria 
desnorteadora de heliotrópios 
as melenas mareantes da sereia 
e a vela alveja o ar almejante 
a restituir a alma vagante 
do poeta em algum ponto 
eqüidistante entre o vasto e o vazio 
e os olhos dele seguem a silhueta
dela rasgando as águas escamoteando-se 
entre recifes sirtes estrelas 
seguida de delfins em coorte 
nobre constelação a zombar 
do pobre vate entrevado 
em seu desencanto desterrado 
de seu canto mas a musa qual água 
entre cílios escorre da vista do aedo 
e o vento cessa e a vela antes panda 
agora parada ponto de reverência
na imensidão azul inf lama 
a angústia afônica dele e o sol 
moenda com molares a mascar 
o imo do poeta dá tons rubros 
ao marulho engulhento e o lastro-rei 
incinera na boca do aedo 
moedas falsas para o pagamento 
no cocito ergo sum de seus pecados 
capitais mas ele escravo do desatino 
escreve suas linhas tortas do destino
com seu sangue brotando sob o látego 
de hélios e faz da dor um doce fado 
e se é doce morrer no mar 
é fácil adivinhar que quem proteu 
regalou-se entretanto o poeta teima 
em sua toleima e aguarda findar 
o resguardo do vento para dar 
prossecução à sua perseguição 
contudo o sol solapa a potência 
do poeta aos poucos e o eidos
lasso já se enforca nas cordas 
trágicas do provável desenlace 
porém o vento volta e a vela 
põe-se a levar um sopro de futuro 
este furo entre o nado e o ponto 
contudo a sereia torna à vista 
deslumbrante a qualquer das maravilhas 
ombreante risca o mar mecanicamente 
qual barco a motor enquanto ele segue 
seu risco de morte terminício
do jogo ponto em dado leitor de frases 
imprevistas em fado gozo do inesperado 
ele atormentado cérebro cinza 
como o céu que o vela navega 
com os olhos tentando sem isca 
fisgar tal feixe de sonho e ora orca 
envasando todo o mar rocha móvel 
ebânea noite úmida a varar 
os olhos dos sóis sobre as vagas 
baila a baleia o balé da batalha
e o aedo ante tal medonha mancha 
marcial sempre-pontoso avança 
brioso seu frágil brigue de um só 
mastro movido a astros e vai 
pontudo arremessar-se contra 
seu destino apesar de atinar 
que o confronto contra tal 
animal findaria em seu finamento 
todavia à toda vela varou o varão 
cantante o vidro verde e a rocha
esguichante retinto arcobaleno 
apercebendo-se da valentia do poeta 
pareceu rir mostrando seu mordente 
recife de corais brancos porém ele 
apontando o nariz da nave ao alvo 
negro segue sequioso do fim 
mas uma onda ergue-se sob o barco 
erigindo o vate sobre o nigérrimo 
cemitério marinho agora atlântida 
submersa e vagamente subvertida
então busca nos céus uma resposta 
em meio aos escarcéus contudo acha-se 
só e mau acompanhado de desenhos 
de nuvens alvos mares voláteis 
e a voz não volta porém desponta 
nos seus ouvidos um olvido 
grito atroz mas o aedo mira 
o alto e num sobressalto depara-se 
com o inusitado uma revoada 
de ferozes albatrozes móbil dique
a abarcar o céu dirigindo-se contra 
a nave kamikasas albardando o vate 
com seus brados marciais todavia 
ele vela em riste encara o comboio volátil 
e joga-se no tabuleiro branco 
e alvo prisioneiro do seu destino 
enxadrista analmabeto nas regras do jogo 
e os albatrozes tombam e o poeta 
títere das vagas ponto de intersecção 
entre nefastos meridianos
ante a ameaça do naufrágio recolhe 
a vela e aguarda o móbil dique 
pôr a pique sua frágil fragata entretanto 
quando estavam a ponto de entrechocarem-se 
quando a peleja em pleno pélago 
parecia consumada os pássaros mudam 
o rumo e sobrevoam a capitânia 
cabeça do aedo e criam uma borrasca 
sobre a nave de fezes em branco 
e preto tabuleiro aéreo no qual ele
desenxabida besta de xácara 
é peça tombada xaveco em xeque 
e com o coração na ponta da vela 
o vate salvo por um riso do destino 
salta as ondas nada-ouvidos 
para o calado e sua língua morta 
é só sal de muda salabórdia 
língua-doca língua-doc oxidado 
feéretro ferrugem cariando 
o dantes da memória só
sobrando o hálito do porvir 
nos panos pandorgados e ele 
enxerga chispando sobre o turvo 
espelho de netuno a musa em fuga 
desfilando na aquarela seus fios de ouro 
rapunzol pescando os olhos 
gemebundos do pontífice da demência 
e o vate vai e vê avante brotarem 
do pélago cristais brancos 
friíssimos pespegos gelando
as vísceras do poeta todavia ele vai 
e a sereia esmeralda esmerada 
em esmorecer seu esmoler 
atira-se entre as geleiras 
como a comandar o rebentar das gélidas 
setas que despontam com fúria da físsil 
superfície pedras de roseta abcenário 
para o poeta transladar mas ele marcha 
marco apolo veneta mirando 
entre as venezianas de aicebergues
a venérea sereia vascolejando 
a moringa do vate contudo 
a nave ginga entre os dentes de gelo 
tão qual hálito vai como se fora ali 
seu habitat como se fora a língua 
daquela pelagônica bocarra comida 
esperada mas fugidia todavia a nave 
ginga língua solta na ponta da vela 
íngua no céu da boca do pélago 
trânsfugo prato principal fruto do mar
velado pelo véu paladino do céu 
e o barco ginga e as alvas presas 
perseguem a língua feérina 
incisivas em soçobrar o frágil casco 
e os caninos sobre as cãs vagas 
laboram um labirinto sem ponto 
de fuga entretanto a nave não 
capitula e faz da esperança 
seu fio de ariadne e o labirintodonte 
encerra o barco no físsil fosso
de sua mandíbula confabulando 
com a noite monoculunar 
como fazer da rotunda face do mar 
a tumba final para a infatigável 
nave entretanto ignorando o cretino 
conluio entre noite e oceano 
o veículo volante do vate 
ginga entre os dentes raios de lua 
congelados e quando o labirinto 
já parecia ter-se tornado
o derradeiro lar do poeta 
ele elabora a fuga com a ajuda 
do fúlgido olho da noite que projeta 
uma via-lácqua de luz perpendicular 
na face do pélago e o arteiro poeta 
percebe a dádiva oferecida pelo farol 
celipotente e avança pelo veio selênico 
até escapar do desditoso traslado 
dedálico e o vate sonado tomba 
ele ex-sonar captor de submarinas
sonâncias ora sornado sócio 
de marinas up-to-date contudo 
ele sonha e nos desvãos dos devaneios 
veio-lhe a senha um beijo na sereia 
porém a rosilíngua da aurora gritou-lhe 
na íris e o aedo acorda sabendo 
de cor o tato de tal ósculo e escuta 
nas volutas das vagas risos 
de delfins e mais ao longe a loura 
tecedura falange de fios de sóis
que sói tornar-lhe a ele soez 
ponto neste teatro vago e os delfins 
estrelas marinhas varando a cortina 
dágua e rindo na ribalta ante o velejador 
a baixo pano anunciam o último ato 
ao vate castrado canário canastrão 
que avista entre atóis de albatrozes 
o palco ponto de exclamação totêmico 
para arritméticas tabuadas onde só 
dali daria o adiante e sereno vai
ao encontro da sereia deparar-se 
com o irremediável e ela com seu anfíbio 
corpo ambíguo alcança a imponente rocha 
lança netuniana a lancinar a face das águas 
e inicia a subida e o vate faz 
do sopro de vida que lhe resta 
o vento que arrasta a nave 
até a grande pedra de roseta do seu destino 
e ele chega ao pé da pedra sobe 
os degraus escalado pelos deuses
para o desafio de desfiar o fado 
dos seus pares mas ele desafinado 
vate mal pode suportar o peso 
de seus fardos e ela galeana galga 
o pico do monte e ele perto 
parindo músculos está por quase 
na qualidade de dono das alturas 
mas ela já sumira de sua retina 
e ele ganha forças da agonia 
e acelera sua subida e quando
atinge o topo topa com ela à beira 
da pedra prestes ao olímpico salto 
mortal que findaria em seu finamento 
e ele loquiaberto e mudo como uma pedra 
no meio do caminho ao dar o primo 
passo até sua alva salvadora vê a sereia 
arremessar-se às pedras do sopé do monte 
e só então ouve a música da musa 
grito lancinante saído da suicida de sonhos 
e o poeta após assistir a tudo
impávido e pálido como as espumas 
das ondas rebentando na rocha 
e arrebentando sua desastronave 
ele bússola à deriva traduz 
seu derribamento em tortulento 
berro e prostra-se opúsculo 
folheado pelos alados dedos 
do vento cara a cara com o 
crepúsculo no cume do 
ponto
IV
APHRODIET
Aterrisso meu helicóptero no heliporto do Hélicon e o 
vento desfaz as madeixas das musas, levanta suas saias 
(divinas Monroes) e põe à mostra, aos montes, os montes de 
Vênus. A cafetina se aproxima com seus dentes amarelos (às 
suas costas, um negro eunuco com o branco dos olhos qual 
girassóis vangoguianos) e prontifica-se em apresentar seu 
harém de deusas, semideusas, prostitutas, putas, rampeiras e 
requengas, que se esfregavam perante os fregueses, chupando 
seus dedos, roçando tetas, xoxotas, bundas em tudo o que 
poderia ser roliço como uma rola. A cafetina, Madame 
Saouva, me diz que posso fazer um test-drive em qualquer 
menina, seja com os dedos, a língua, o joelho, o cotovelo... 
menos com o pau. Então, principio a enfiar o pai-de-todos em 
um batalhão de cus em fila. Um do lado do outro, vários fiofós 
empinados, rosados, marrons, pretos, os experimento com o 
dedo médio embebido em baba, tentando encontrar algum 
que tivesse a melhor pegada, a melhor travada, aquele que 
poderia partir meu caralho em dois. 
Encontrei. 
É este, disse à cafetina. E ela: Aphrodiet, quarto Cupido, já! 
Segui aquele enorme e sarado rabo negro (nenhuma 
celulite, nenhuma estria, perfeito como uma noite sem nem 
sinal de estrelas ou satélites) tal como Eco segue Narciso e 
como Narciso se cega ao seguir o que o espelho designa. 
A cama redonda, por uma mágica engenharia, gira em 
sentido anti-horário. Aphrodiet, nua, posta-se de quatro na 
beira da cama e gira, gira, gira, como uma roleta. Me aproximo 
da cama com o pau em riste. A bunda dela roça minha rola a 
cada volta da roleta. 
De tanta volta, começo a tontear. A pica principia a 
descida do Hélicon. 
Um cu de deusa jamallarmais abolirá o ocaso.
CATULLUS RELOADED

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

1 poemas declame para drummond 2012
1   poemas  declame para drummond 20121   poemas  declame para drummond 2012
1 poemas declame para drummond 2012Dulenary Martins
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 91-92
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 91-92Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 91-92
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 91-92luisprista
 
Alvares de Azevedo Poemas Malditos
Alvares de Azevedo   Poemas MalditosAlvares de Azevedo   Poemas Malditos
Alvares de Azevedo Poemas MalditosMay Araújo
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iVinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ijcmucuge
 
Acre 004 (ago set-out de 2014) e-book revista de arte e poesia em geral circ...
Acre 004 (ago set-out de 2014)  e-book revista de arte e poesia em geral circ...Acre 004 (ago set-out de 2014)  e-book revista de arte e poesia em geral circ...
Acre 004 (ago set-out de 2014) e-book revista de arte e poesia em geral circ...AMEOPOEMA Editora
 
Concurso ao Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais Turmas I e II/2014
Concurso ao Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais Turmas I e II/2014Concurso ao Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais Turmas I e II/2014
Concurso ao Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais Turmas I e II/2014ArenadaMatemgica
 
Assis, m os deuses de casaca
Assis, m   os deuses de casacaAssis, m   os deuses de casaca
Assis, m os deuses de casacaNicolas Pelicioni
 
DUAS HORAS MUITO LOUCAS I
DUAS HORAS MUITO LOUCAS IDUAS HORAS MUITO LOUCAS I
DUAS HORAS MUITO LOUCAS IWendell Santos
 
Um EspaçO, Uma EstóRia
Um EspaçO, Uma EstóRiaUm EspaçO, Uma EstóRia
Um EspaçO, Uma EstóRiaMaria Maló
 
Assassin's Creed: Unity
Assassin's Creed: Unity Assassin's Creed: Unity
Assassin's Creed: Unity Lucas Barros
 
História das literaturas portuguesa e brasileira cáráter pendular (aula)
História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)
História das literaturas portuguesa e brasileira cáráter pendular (aula)rafabebum
 
Artur azevedo comes e bebes
Artur azevedo   comes e bebesArtur azevedo   comes e bebes
Artur azevedo comes e bebesTulipa Zoá
 
Trabalho AV1 - Livro Parte I 3º ano - Gênesis Colégio e Curso
Trabalho AV1 - Livro Parte I 3º ano - Gênesis Colégio e CursoTrabalho AV1 - Livro Parte I 3º ano - Gênesis Colégio e Curso
Trabalho AV1 - Livro Parte I 3º ano - Gênesis Colégio e Cursojasonrplima
 
Prosa no brasil
Prosa no brasilProsa no brasil
Prosa no brasilrafabebum
 
Poemas de gregório de matos guerra
Poemas de gregório de matos guerraPoemas de gregório de matos guerra
Poemas de gregório de matos guerraagnes2012
 

Was ist angesagt? (18)

1 poemas declame para drummond 2012
1   poemas  declame para drummond 20121   poemas  declame para drummond 2012
1 poemas declame para drummond 2012
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 91-92
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 91-92Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 91-92
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 91-92
 
Alvares de Azevedo Poemas Malditos
Alvares de Azevedo   Poemas MalditosAlvares de Azevedo   Poemas Malditos
Alvares de Azevedo Poemas Malditos
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iVinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-i
 
Acre 004 (ago set-out de 2014) e-book revista de arte e poesia em geral circ...
Acre 004 (ago set-out de 2014)  e-book revista de arte e poesia em geral circ...Acre 004 (ago set-out de 2014)  e-book revista de arte e poesia em geral circ...
Acre 004 (ago set-out de 2014) e-book revista de arte e poesia em geral circ...
 
Concurso ao Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais Turmas I e II/2014
Concurso ao Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais Turmas I e II/2014Concurso ao Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais Turmas I e II/2014
Concurso ao Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais Turmas I e II/2014
 
Assis, m os deuses de casaca
Assis, m   os deuses de casacaAssis, m   os deuses de casaca
Assis, m os deuses de casaca
 
MÚSICA DE INTERVENÇÃO
MÚSICA DE INTERVENÇÃOMÚSICA DE INTERVENÇÃO
MÚSICA DE INTERVENÇÃO
 
Abi personagens tipo bom
Abi personagens tipo bomAbi personagens tipo bom
Abi personagens tipo bom
 
DUAS HORAS MUITO LOUCAS I
DUAS HORAS MUITO LOUCAS IDUAS HORAS MUITO LOUCAS I
DUAS HORAS MUITO LOUCAS I
 
Um EspaçO, Uma EstóRia
Um EspaçO, Uma EstóRiaUm EspaçO, Uma EstóRia
Um EspaçO, Uma EstóRia
 
Assassin's Creed: Unity
Assassin's Creed: Unity Assassin's Creed: Unity
Assassin's Creed: Unity
 
História das literaturas portuguesa e brasileira cáráter pendular (aula)
História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)
História das literaturas portuguesa e brasileira cáráter pendular (aula)
 
Artur azevedo comes e bebes
Artur azevedo   comes e bebesArtur azevedo   comes e bebes
Artur azevedo comes e bebes
 
Trabalho AV1 - Livro Parte I 3º ano - Gênesis Colégio e Curso
Trabalho AV1 - Livro Parte I 3º ano - Gênesis Colégio e CursoTrabalho AV1 - Livro Parte I 3º ano - Gênesis Colégio e Curso
Trabalho AV1 - Livro Parte I 3º ano - Gênesis Colégio e Curso
 
Prosa no brasil
Prosa no brasilProsa no brasil
Prosa no brasil
 
Poetas de abril
Poetas de abrilPoetas de abril
Poetas de abril
 
Poemas de gregório de matos guerra
Poemas de gregório de matos guerraPoemas de gregório de matos guerra
Poemas de gregório de matos guerra
 

Ähnlich wie CATULLUS RELOADED

Vinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorVinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorjcmucuge
 
Vinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorVinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorjcmucuge
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iijcmucuge
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iijcmucuge
 
Carlos drummond de andrade -POEMAS
Carlos drummond de andrade -POEMASCarlos drummond de andrade -POEMAS
Carlos drummond de andrade -POEMASAna Valeria Silva
 
Semana da Poesia em Miranda do Corvo
Semana da Poesia  em Miranda do CorvoSemana da Poesia  em Miranda do Corvo
Semana da Poesia em Miranda do Corvocriscouceiro
 
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)Ana Fonseca
 
Ebook "COM O PERDÃO DA PALAVRA TIRA DE MIM"
Ebook "COM O PERDÃO DA PALAVRA TIRA DE MIM"Ebook "COM O PERDÃO DA PALAVRA TIRA DE MIM"
Ebook "COM O PERDÃO DA PALAVRA TIRA DE MIM"AMEOPOEMA Editora
 
A MODERNIDADE NA PROSA E NO VERSO
A MODERNIDADE NA PROSA E NO VERSOA MODERNIDADE NA PROSA E NO VERSO
A MODERNIDADE NA PROSA E NO VERSOItalo Delavechia
 
Idade da alma
Idade da almaIdade da alma
Idade da alma14701968
 
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdf
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdfAmeopoema outubro 2013 especial a3 pdf
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdfCarolisb
 
Ameopoema outubro 2013 especial imprimir
Ameopoema outubro 2013 especial imprimirAmeopoema outubro 2013 especial imprimir
Ameopoema outubro 2013 especial imprimirOutrasdi
 
Mestres da Poesia
Mestres da PoesiaMestres da Poesia
Mestres da PoesiaChuck Gary
 

Ähnlich wie CATULLUS RELOADED (20)

Vinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorVinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhador
 
Vinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhadorVinicius de-moraes-o-mergulhador
Vinicius de-moraes-o-mergulhador
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
 
Carlos drummond de andrade -POEMAS
Carlos drummond de andrade -POEMASCarlos drummond de andrade -POEMAS
Carlos drummond de andrade -POEMAS
 
Semana da Poesia em Miranda do Corvo
Semana da Poesia  em Miranda do CorvoSemana da Poesia  em Miranda do Corvo
Semana da Poesia em Miranda do Corvo
 
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)
 
Poemas de vários autores
Poemas de vários autoresPoemas de vários autores
Poemas de vários autores
 
Ebook "COM O PERDÃO DA PALAVRA TIRA DE MIM"
Ebook "COM O PERDÃO DA PALAVRA TIRA DE MIM"Ebook "COM O PERDÃO DA PALAVRA TIRA DE MIM"
Ebook "COM O PERDÃO DA PALAVRA TIRA DE MIM"
 
A MODERNIDADE NA PROSA E NO VERSO
A MODERNIDADE NA PROSA E NO VERSOA MODERNIDADE NA PROSA E NO VERSO
A MODERNIDADE NA PROSA E NO VERSO
 
Idade da alma
Idade da almaIdade da alma
Idade da alma
 
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdf
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdfAmeopoema outubro 2013 especial a3 pdf
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdf
 
Ameopoema outubro 2013 especial imprimir
Ameopoema outubro 2013 especial imprimirAmeopoema outubro 2013 especial imprimir
Ameopoema outubro 2013 especial imprimir
 
Mestres da Poesia
Mestres da PoesiaMestres da Poesia
Mestres da Poesia
 
Mestres Da Poesia
Mestres Da PoesiaMestres Da Poesia
Mestres Da Poesia
 
Poetas A N
Poetas  A NPoetas  A N
Poetas A N
 
Poetas A N
Poetas  A NPoetas  A N
Poetas A N
 
Poetas A N
Poetas  A NPoetas  A N
Poetas A N
 
Poetas A N
Poetas  A NPoetas  A N
Poetas A N
 
Poetas
PoetasPoetas
Poetas
 

CATULLUS RELOADED

  • 1.
  • 2. I
  • 4. Ego veni per confusiones non per explicationes. Chacrinha
  • 5. INFLUENTIA ANGUSTI TOLEDO, Paulo de (et alli). Augustam angusti. Santos: Ed. L. Bloom, 2008.
  • 6. CAUSA PRIMA poe si ne qu a non
  • 7. ET ALL e t c a r e t e
  • 8. NO RETROGRESS NO STOP NO PRECIPITATE a Nabuco l ibe r t a s probus l ibe r tus ( ) s i n e ( q u a e ) n a t u r a ( s e r a ) e s t f i l i u s ( t a m e n )
  • 10. DE PUBLICA CIRCULATIONEM madri amsterdan roma tóquio paris barcelona nihil sub sole novum acapulco londres berlim istambul atenas pequim ubi bene, ibi patria bruxelas budapeste praga ab ovo ego sum in omnibus
  • 11. TRANSLATI(N)O(RUM) n e m o n a s c i t u r s a p i e n s o m n e s p e n i s s i c n a t u r a o m e n s i r t u p e n i s s a c a n ( a d l i b i t u m )
  • 12. EVERY-DAY DEAD LANGUAGE Solis Dies Lunae Dies Martis Dies Mercurii Dies Jovis Dies Veneris Dies Saturni Dies
  • 13. AESTAS: 40 GRADUS taxius cum ares conditionatibus per paucus est sol lucet omnibus
  • 15. NARCISUS ecce homo ecce homo ecce homo ecoce homo
  • 17. RAICUS SILOGISTICUS errare humanum est ergo vox populi vox dei est
  • 18. INVIDIA VAGINIS Ave Pater, gratia plena Benedictus fructus ventris tui Jesus Sicut in caelo et in terra Benedicta tu in mulieribus Fiat voluntas tua Ora pro nobis peccatoribus Et ne nos inducas in tentationem Santificetur nomen tuum Amen
  • 19. ARS VERBALIS Rébus, non verbis. Rebu, non verbis.
  • 20. OMINIS GRATIS mercatus gratia mercatis vita longa, ars brevis
  • 21. CELEBRITATIBUS mario cohiberet quamvis lugubrem mcdonaldsum julio inferorumque pudicitie infelicem guccius mario sublatus iudicetur honestatis cartierum julio corruptelam ducunt fraudem appleius pedro deduxerunt hilaris plurimum playboyus paulo magisque ommituntur nostra microsoftbus pedro iurisconsultorum papam puellas sonyus paulo gratia quomodolibet familiaribus nikebus maria nonnunquam locus sanctorum hollywoodibus joana pedetentim haereticum moliuntur adidasium clara uoluptatibus bullam confabulationes cnniam maria circumquaque absonum religio chanelibus joana asserunt pusillanimes discordiam rolexum clara quantum famam consuetudinem ferrariam
  • 23. NOTA: Tudo (ou quase) que compõe a série de poemas (sic) ANTROPOFAGUS, VENE CUM ME! foi encontrado em www.google.com.br. Boas buscas!
  • 24. II
  • 26. ó minha lésbia sei que não gostas de rola mas se me deres a xoxota ao menos uma vez hei de foder-te tanto que meu pau aposentar-se-á por invalidez
  • 27. ó minha lésbia teu sovaco um ramalhete de flores oloríferas um travesseiro de penas de pássaro manso meu sonho é adormecer sobre essa vasta cabelereira após afogarmos o ganso
  • 28. ó minha lésbia só de imaginar que andas a ralar a escova com aquela cu-doce da diana volto-me ao deus dos relâmpagos e peço-lhe que um raio estraçalhe ambas as xanas
  • 29. ó minha lésbia saiba que pode sim infestar tua xereca teias de aranha portanto me permita meu inseticida aspergir nas tuas desusadas entranhas
  • 30. ó minha lésbia não desperdice teus líquidos com essa tal de ceres horrenda criatura obesa dá-me de beber tenho pressa que ao te ver com essa besta até minhas hemorróidas ficam secas
  • 31. ó minha lésbia por ti faria tudo beijaria o cu do diabo que me carrega e se quisesses aceitaria desde que devidamente lubrificado o teu carinhoso fio-terra
  • 32. ó minha lésbia teu regaço úmido nestes dias de verão faz até sereia querer virar varão
  • 33. ó minha lésbia nem um monte de vênus a desfilar nas passarelas top models à mancheia podem fazer-me esquecer de ti ó deusa avessa a modos modas e moldes
  • 34. ó minha lésbia essa loirinha que tanto te encanta é toda falsa siga meu conselho vem pro teu vero amor e se precisar pinto de oiro meus pentelhos
  • 35. ó minha lésbia larga essa baixinha nariguda que te fuça a xota com o naso nojento também meu nariz não é de pequeno porte mas do meu pau te asseguro sai espirro mais forte
  • 36. ó minha lésbia na balada não dás a mínima se canta a cotovia ou o rouxinol da minha parte a única coisa que irrita meu shakespeariano pinto é não poder fazer um dueto com tua lírica periquita
  • 37. ó minha lésbia quando te vi dando de bico naquela bola como um vero boleiro imaginei teu cu como um gol e minha rola um artilheiro entrando com bola e tudo
  • 38. ó minha lésbia conheço tua paixão por basquete és uma deusa do esporte então vem fazer mil pontos vezes mil e mais um milhão nesse nosso invencível jogo do boquete
  • 39. ó minha lésbia sei que quando criança entre os loureiros sonhavas em ser a mulher-barbada desiste dessa idéia descabida e vem comigo levantar o pau do picadeiro
  • 40. ó minha lésbia já inúmeras vezes cantei em louvor às heliconíadas musas ó cupido vê se me deixa em paz contudo parece que nada arrefece este rapaz de pau cúpido
  • 41. ó minha lésbia gozemos como nunca nem que pra isso tenha eu que passar batom e usar peruca
  • 42. ó minha lésbia se queres preservar teu hímen dá-me teu cuzinho que mesmo imundo da feijoada de domingo faz minha língua tão dura e úmida quanto o tridente de netuno
  • 43. ó minha lésbia sei que te apraz o cabelo crespo dessa neguinha mas entrega-te a mim que eu rapaz que também curte uma bunda preta já tenho a rola escura de tanta punheta
  • 44. ó minha lésbia conta a mitologia que no homem o tamanho do pé indica o tamanho da pica e se pra mulher isso também serve já imagino pela dimensão de tuas falangetas qual será a amplidão de tua boceta
  • 45. ó minha lésbia permite que eu qual um infante recém-nado chupe tuas tesudas tetas donde espirraria toda a via-láctea e só a esperança de tal obséquio teu confesso ora me deixa todo gozado
  • 46. III
  • 48. ponto de parto ida em busca de um canto perdido impelido por uma vela que chama vento ponto pacífico atlântico índico quatro cantos e sete mares de mundos e fundos onde o aedo dá adeus ao éden do seguro porto do nada sempiterno da vida em terra firme dos trabalhos e os dias e a vela segue
  • 49. sangrando os mares nunca dentes só planícies às vezes caninas ondas porém onde deveria pérola só se vê parcos mas nunca dantes nem homeros só um pobre diabo em ponto de abulição sobre mares infestos de aves e feixes de nadas nados de ondas espumantes de chã sina onde apanha o poeta a embriaguez necessária para néscio seguir adiantando ou não a vela
  • 50. alva asa de albatroz vaga lembrança de campo vasto de algodão em dia de vento arrasta o cantor mudo à procura da voz perdida em algum ponto de uma foz mudada e nunca mais achada e a cura é a musa esquiva telenguiado ponto de interrogação oculto entre frases marulhentas contudo o vate vai ao encalço da sereia calçado em suas asas de cera da imaginação
  • 51. e do desespero apontando sua popa ao nada líquido inserto todavia desponta ourivesaria desnorteadora de heliotrópios as melenas mareantes da sereia e a vela alveja o ar almejante a restituir a alma vagante do poeta em algum ponto eqüidistante entre o vasto e o vazio e os olhos dele seguem a silhueta
  • 52. dela rasgando as águas escamoteando-se entre recifes sirtes estrelas seguida de delfins em coorte nobre constelação a zombar do pobre vate entrevado em seu desencanto desterrado de seu canto mas a musa qual água entre cílios escorre da vista do aedo e o vento cessa e a vela antes panda agora parada ponto de reverência
  • 53. na imensidão azul inf lama a angústia afônica dele e o sol moenda com molares a mascar o imo do poeta dá tons rubros ao marulho engulhento e o lastro-rei incinera na boca do aedo moedas falsas para o pagamento no cocito ergo sum de seus pecados capitais mas ele escravo do desatino escreve suas linhas tortas do destino
  • 54. com seu sangue brotando sob o látego de hélios e faz da dor um doce fado e se é doce morrer no mar é fácil adivinhar que quem proteu regalou-se entretanto o poeta teima em sua toleima e aguarda findar o resguardo do vento para dar prossecução à sua perseguição contudo o sol solapa a potência do poeta aos poucos e o eidos
  • 55. lasso já se enforca nas cordas trágicas do provável desenlace porém o vento volta e a vela põe-se a levar um sopro de futuro este furo entre o nado e o ponto contudo a sereia torna à vista deslumbrante a qualquer das maravilhas ombreante risca o mar mecanicamente qual barco a motor enquanto ele segue seu risco de morte terminício
  • 56. do jogo ponto em dado leitor de frases imprevistas em fado gozo do inesperado ele atormentado cérebro cinza como o céu que o vela navega com os olhos tentando sem isca fisgar tal feixe de sonho e ora orca envasando todo o mar rocha móvel ebânea noite úmida a varar os olhos dos sóis sobre as vagas baila a baleia o balé da batalha
  • 57. e o aedo ante tal medonha mancha marcial sempre-pontoso avança brioso seu frágil brigue de um só mastro movido a astros e vai pontudo arremessar-se contra seu destino apesar de atinar que o confronto contra tal animal findaria em seu finamento todavia à toda vela varou o varão cantante o vidro verde e a rocha
  • 58. esguichante retinto arcobaleno apercebendo-se da valentia do poeta pareceu rir mostrando seu mordente recife de corais brancos porém ele apontando o nariz da nave ao alvo negro segue sequioso do fim mas uma onda ergue-se sob o barco erigindo o vate sobre o nigérrimo cemitério marinho agora atlântida submersa e vagamente subvertida
  • 59. então busca nos céus uma resposta em meio aos escarcéus contudo acha-se só e mau acompanhado de desenhos de nuvens alvos mares voláteis e a voz não volta porém desponta nos seus ouvidos um olvido grito atroz mas o aedo mira o alto e num sobressalto depara-se com o inusitado uma revoada de ferozes albatrozes móbil dique
  • 60. a abarcar o céu dirigindo-se contra a nave kamikasas albardando o vate com seus brados marciais todavia ele vela em riste encara o comboio volátil e joga-se no tabuleiro branco e alvo prisioneiro do seu destino enxadrista analmabeto nas regras do jogo e os albatrozes tombam e o poeta títere das vagas ponto de intersecção entre nefastos meridianos
  • 61. ante a ameaça do naufrágio recolhe a vela e aguarda o móbil dique pôr a pique sua frágil fragata entretanto quando estavam a ponto de entrechocarem-se quando a peleja em pleno pélago parecia consumada os pássaros mudam o rumo e sobrevoam a capitânia cabeça do aedo e criam uma borrasca sobre a nave de fezes em branco e preto tabuleiro aéreo no qual ele
  • 62. desenxabida besta de xácara é peça tombada xaveco em xeque e com o coração na ponta da vela o vate salvo por um riso do destino salta as ondas nada-ouvidos para o calado e sua língua morta é só sal de muda salabórdia língua-doca língua-doc oxidado feéretro ferrugem cariando o dantes da memória só
  • 63. sobrando o hálito do porvir nos panos pandorgados e ele enxerga chispando sobre o turvo espelho de netuno a musa em fuga desfilando na aquarela seus fios de ouro rapunzol pescando os olhos gemebundos do pontífice da demência e o vate vai e vê avante brotarem do pélago cristais brancos friíssimos pespegos gelando
  • 64. as vísceras do poeta todavia ele vai e a sereia esmeralda esmerada em esmorecer seu esmoler atira-se entre as geleiras como a comandar o rebentar das gélidas setas que despontam com fúria da físsil superfície pedras de roseta abcenário para o poeta transladar mas ele marcha marco apolo veneta mirando entre as venezianas de aicebergues
  • 65. a venérea sereia vascolejando a moringa do vate contudo a nave ginga entre os dentes de gelo tão qual hálito vai como se fora ali seu habitat como se fora a língua daquela pelagônica bocarra comida esperada mas fugidia todavia a nave ginga língua solta na ponta da vela íngua no céu da boca do pélago trânsfugo prato principal fruto do mar
  • 66. velado pelo véu paladino do céu e o barco ginga e as alvas presas perseguem a língua feérina incisivas em soçobrar o frágil casco e os caninos sobre as cãs vagas laboram um labirinto sem ponto de fuga entretanto a nave não capitula e faz da esperança seu fio de ariadne e o labirintodonte encerra o barco no físsil fosso
  • 67. de sua mandíbula confabulando com a noite monoculunar como fazer da rotunda face do mar a tumba final para a infatigável nave entretanto ignorando o cretino conluio entre noite e oceano o veículo volante do vate ginga entre os dentes raios de lua congelados e quando o labirinto já parecia ter-se tornado
  • 68. o derradeiro lar do poeta ele elabora a fuga com a ajuda do fúlgido olho da noite que projeta uma via-lácqua de luz perpendicular na face do pélago e o arteiro poeta percebe a dádiva oferecida pelo farol celipotente e avança pelo veio selênico até escapar do desditoso traslado dedálico e o vate sonado tomba ele ex-sonar captor de submarinas
  • 69. sonâncias ora sornado sócio de marinas up-to-date contudo ele sonha e nos desvãos dos devaneios veio-lhe a senha um beijo na sereia porém a rosilíngua da aurora gritou-lhe na íris e o aedo acorda sabendo de cor o tato de tal ósculo e escuta nas volutas das vagas risos de delfins e mais ao longe a loura tecedura falange de fios de sóis
  • 70. que sói tornar-lhe a ele soez ponto neste teatro vago e os delfins estrelas marinhas varando a cortina dágua e rindo na ribalta ante o velejador a baixo pano anunciam o último ato ao vate castrado canário canastrão que avista entre atóis de albatrozes o palco ponto de exclamação totêmico para arritméticas tabuadas onde só dali daria o adiante e sereno vai
  • 71. ao encontro da sereia deparar-se com o irremediável e ela com seu anfíbio corpo ambíguo alcança a imponente rocha lança netuniana a lancinar a face das águas e inicia a subida e o vate faz do sopro de vida que lhe resta o vento que arrasta a nave até a grande pedra de roseta do seu destino e ele chega ao pé da pedra sobe os degraus escalado pelos deuses
  • 72. para o desafio de desfiar o fado dos seus pares mas ele desafinado vate mal pode suportar o peso de seus fardos e ela galeana galga o pico do monte e ele perto parindo músculos está por quase na qualidade de dono das alturas mas ela já sumira de sua retina e ele ganha forças da agonia e acelera sua subida e quando
  • 73. atinge o topo topa com ela à beira da pedra prestes ao olímpico salto mortal que findaria em seu finamento e ele loquiaberto e mudo como uma pedra no meio do caminho ao dar o primo passo até sua alva salvadora vê a sereia arremessar-se às pedras do sopé do monte e só então ouve a música da musa grito lancinante saído da suicida de sonhos e o poeta após assistir a tudo
  • 74. impávido e pálido como as espumas das ondas rebentando na rocha e arrebentando sua desastronave ele bússola à deriva traduz seu derribamento em tortulento berro e prostra-se opúsculo folheado pelos alados dedos do vento cara a cara com o crepúsculo no cume do ponto
  • 75. IV
  • 77. Aterrisso meu helicóptero no heliporto do Hélicon e o vento desfaz as madeixas das musas, levanta suas saias (divinas Monroes) e põe à mostra, aos montes, os montes de Vênus. A cafetina se aproxima com seus dentes amarelos (às suas costas, um negro eunuco com o branco dos olhos qual girassóis vangoguianos) e prontifica-se em apresentar seu harém de deusas, semideusas, prostitutas, putas, rampeiras e requengas, que se esfregavam perante os fregueses, chupando seus dedos, roçando tetas, xoxotas, bundas em tudo o que poderia ser roliço como uma rola. A cafetina, Madame Saouva, me diz que posso fazer um test-drive em qualquer menina, seja com os dedos, a língua, o joelho, o cotovelo... menos com o pau. Então, principio a enfiar o pai-de-todos em um batalhão de cus em fila. Um do lado do outro, vários fiofós empinados, rosados, marrons, pretos, os experimento com o dedo médio embebido em baba, tentando encontrar algum que tivesse a melhor pegada, a melhor travada, aquele que poderia partir meu caralho em dois. Encontrei. É este, disse à cafetina. E ela: Aphrodiet, quarto Cupido, já! Segui aquele enorme e sarado rabo negro (nenhuma celulite, nenhuma estria, perfeito como uma noite sem nem sinal de estrelas ou satélites) tal como Eco segue Narciso e como Narciso se cega ao seguir o que o espelho designa. A cama redonda, por uma mágica engenharia, gira em sentido anti-horário. Aphrodiet, nua, posta-se de quatro na beira da cama e gira, gira, gira, como uma roleta. Me aproximo da cama com o pau em riste. A bunda dela roça minha rola a cada volta da roleta. De tanta volta, começo a tontear. A pica principia a descida do Hélicon. Um cu de deusa jamallarmais abolirá o ocaso.