SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 20
Baixar para ler offline
EFICÁCIA DO TANINO EXTRAIDO DAGuazuma ulmifolia NA
INIBIÇÃO DA TRANSCRIPTASE REVERSA DO VÍRUS HIV
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Vírus é a menor partícula que existe, só é visto pelo microscópio. O vírus
para viver e se multiplicar precisa estar dentro das células de um organismo. Dentro
da célula, o vírus consegue assumir o comando, fazendo com que a célula trabalhe
para ele.
A AIDS "Síndrome da Imunodeficiência Adquirida" é causada pelo HIV,
um vírus que ataca, primeiramente, o sistema imune da pessoa, podendo se instalar,
depois, em várias partes do corpo. O sistema imune é um mecanismo de defesa do
organismo, que luta contra doenças que vão desde um simples resfriado até o
câncer. Quando o vírus ataca o sistema imune, sua ação fica ineficiente e o corpo
fica mais vulnerável a qualquer doença que possa atacá-lo.
O HIV é um retrovírus, o que significa que seu material genético está na
forma de RNA ao invés de DNA e para se replicar deve primeiro formar uma cópia
DNA de seu material genético.
O vírion HIV tem uma estrutura complexa e é grosseiramente esférico,
com um diâmetro aproximado de 1/10.000 mm. A cobertura externa do vírus é uma
camada dupla de moléculas lipídicas salpicada de proteínas (as proteínas de
envelope, gp120 e gp41). Dentro disso, uma camada de “matriz” protéica circunde o
cápside cônico, ou núcleo, que contém o RNA do HIV.
A infecção de uma célula ocorre quando o vírion HIV se liga a um receptor
celular, geralmente o CD4, por meio de sua proteína gp120; o vírus então se funde à
membrana celular e o conteúdo da cápside é liberado no citoplasma celular. A
enzima do HIV, transcriptase reversa, catalisa a produção de uma cópia DNA do
RNA do vírus HIV e o componente ribonuclease-H da transcriptase reversa por fim
remove a hélice de RNA agora redundante. A cópia de DNA de hélice única é, na
seqüência, convertida pela transcriptase reversa a uma cópia de DNA de dupla
hélice que é então transportada ao núcleo celular onde uma segunda enzima do
HIV, a integrase, catalisa a incorporação do DNA viral ao material genético do
hospedeiro.
A terapêutica anti-retroviral se dirige à prevenção da replicação viral, com
diferentes drogas direcionadas a vários estágios do ciclo replicativo. As drogas antiretrovirais atualmente disponíveis para tratar a infecção pelo HIV são os diversos
inibidores da transcriptase reversa, que agem previamente à incorporação do
material genético viral ao cromossomo do hospedeiro e os inibidores da protease,
que agem subseqüentemente a esse passo e previnem a formação de vírions com
proteínas funcionais, ou seja, de vírus infectante. O coquetel é uma associação dos
dois tipos de medicamentos.
Os inibidores da transcriptase reversa impedem que o vírus consiga
transformar o seu código genético de ARN em ADN, operação necessária para se
multiplicar dentro das células.
Vários compostos naturais estão em estudos quanto a inibição retroviral
da transcriptase reversa do vírus HIV, dentre eles estão os taninos, estes são
compostos fenólicos caracterizados por sua capacidade de combinar-se com as
proteínas e outros polímeros como os polissacarídeos.
Estudo tem demonstrado que na casca e entrecasca de Guazuma
ulmifolia (mutamba) é rica em componentes com propriedades farmacológicas. Esta
apresenta triterpenos, alcalóides e considerável quantidade de taninos.
As propriedades dos taninos estão ligadas à sua capacidade de formar
complexos com as proteínas que participam da proteção dos tecidos em relação às
agressões microbiológicas. Além disso, confere propriedades gustativas reunidas
sob o termo adstringência, possui poder anti-radicais livres e tem capacidade de
consumir oxigênio dissolvido, isto é, tem propriedades antioxidantes interessantes à
função farmacológica e também à agro-alimentar.

1.1 QUESTÕES NORTEADORAS
O tanino extraído da Guazuma ulmifoliaapresenta os melhores perfis
farmacocinéticos inibidoras da transcriptase reversa do vírus HIV com
menores efeitos colaterais?
Qual peso molecular do tanino tem ação inibidora retroviral datranscriptase
reversa do vírus HIVcom menor toxicidade?

1.2 OBJETIVOS

Geral:
Identificar a eficácia do substrato da planta Guazuma ulmifoliacomo
inibidor da duplicação viral da transcriptase reversa do vírus HIV com menor risco de
toxicidade.

Específicos:
Identificar peso molecular do tanino que tem ação inibidora retroviral
datranscriptase reversa do vírus HIVcom menorrisco de toxicidade;
Promover a reduçãoda carga vírica preservando a função do sistema
imunológico;
Postergar a evolução da doença modificando a história natural do HIV.

1.3JUSTIFICATIVA

Apesar do surgimento de terapia, que diminui as partículasvirais a níveis
indetectáveis, o vírus persiste em reservatóriosno organismo, como linfócitos T
adormecidos. O surgimento e avelocidade de aparecimento de cepas resistentes a
diferentes combinaçõesde fármacos disponíveis no mercado também é um fator
limitante. Porém, um dos fatores que torna ainda mais difícil a terapiaanti-HIV é a
alta incidência de efeitos colaterais causados pelosfármacos atualmente disponíveis.
Estudos realizados por Ligani Jr.e colaboradores mostraram ser esta a principal
causa de falhas naaderência à terapia anti-retroviral (20,5%), caracterizando-se
principalmentepor vômitos, diarréias, náuseas e dores abdominais, alémde dores de
cabeça e, até mesmo, alterações da coloração da pele.
Apesar

de

diversos

laboratórios

e

grupos

de

pesquisa

estaremtrabalhando no desenvolvimento de inibidores da HIV-IN, aindanão surgiu
nenhum composto que possa efetivamente ser utilizadona terapêutica.
Isto

fomenta

uma

grande

necessidade

de

descoberta

e/oudesenvolvimento de eficientes fármacos que atuem sobre atranscriptase reversa
(TR), sobre a protease (PR) e em outros pontosdo ciclo de replicação viral. O grande
desafio é portantodescobrirpossíveis alvos que efetivamente interrompam o ciclo
dovírus, sem causar dano à célula normal.
A utilização de plantas medicinais é o resultado do acúmulo secular de
conhecimentos empíricos sobre a ação dos vegetais por diversos grupos étnicos.
Entretanto existem questões pertinentes à padronização de técnicas de produção e
comercialização de fitoterápicos (Di Stasi, 1996).
Alguns trabalhos têm tratado do aspecto antinutricional de cultivarescom
altos teores de taninos e sua resistência a pragas e sazonalidade tem sido apontada
como um interessante fator paraalgumas espécies.
Nos vegetais encontramos quantidades relativamente importantes de
compostos fenólicos. Seu papel é essencialmente proteger os tecidos contra o
ataque dos insetos, fungos ou de bactérias. É considerado um sistema de defesa
passiva relativamente eficaz. As plantas podem igualmente produzir grandes
quantidades de fenóis a partir de uma alteração na superfície das células vivas: é a
defesa ativa. O melhor exemplo é dado pela picada dos insetos nas folhas que são a
origem da formação das galhas.
Durante dez anos observou-se uma árvore de mutamba, em certa época
do ano era notória a presença de galhas secas chegando a quase 70% de
comprometimento e com o passar dos dias a planta se recuperava mostrando
resistência a praga a qual atingira.
Em 1946 em Faina - GO o estudioso Francisco Cabral de Melo,
Farmacêutico pela UFRJ, e colaboradores realizaram testes, não documentado, em
pacientes com febre amarela utilizando o tanino da mutamba que é de baixo peso
molecular, tendo prognóstico favorável, cura em 100% dos casos, sem
demonstrações de toxicidade em nenhum deles.
Moléculas de taninos estão sendo testadascom a intenção de se
descobrir uma droga eficiente contra oHIV. Kilkuskie e colaboradores observaram
que

galotaninosmostraram

atividade

inibitória

somente

em

concentrações

tóxicas,elagitaninos e taninos condensados ibnibiram fracamente a replicaçãoviral e
os taninos complexos mostraram potente atividade contra areplicação do HIV.
Isto justifica a grande relevância de uma pesquisa com taninos de menor
peso molecular e menor toxicidade.
O interesse pela pesquisa surge pela falta de um equivalente celular, que
assim como é uma vantagemno que se refere a menores chances de ocorrência de
efeitoscolaterais, também pode ser considerada uma desvantagem, já quenão existe
um mediador endógeno cuja estrutura química possa serutilizada como protótipo.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os vírus estão envolvidos em uma grande variedade de doenças crônicas
e degenerativas, sendo responsáveis por mais de 60% das doenças causadas no
homem (Korolkovas,1988). A luta contra as infecções virais é difícil, pois a replicação
viral é um processo intracelular, estando intimamente relacionada ao metabolismo
das células infectadas (Barre-Sinoussi, 1983). Um dos vírus mais estudados hoje em
dia é o chamado vírus da imunodeficiência humana (VIH) ou “Human
Immunodeficiency Vírus” (HIV) um vírus da família dos retrovírus (composto de
ARN), capaz de parasitar o sistema imunológico do homem, levando a uma doença
infecciosa conhecida como Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) ou
“Acquired Immuno Deficiency Syndrome” (AIDS) (Johnson, 1989).
O VIH é diferente dos outros vírus porque ataca e danifica o sistema
imunológico, que é seu ponto principal de ataque no organismo humano. Um dos
componentes do sistema imunológico são os linfócitos T, que atacam diretamente o
microorganismo invasor. Dentre os linfócitos T existe uma classe denominada T4 (T
CD4+ ou T-auxiliadores), que tem um papel de extrema importância no desencadear
da resposta imunitária e na coordenação dessa mesma resposta, sendo o alvo
principal do vírus VIH (Gupta, 1979).Este vírus, ao infectar os linfócitos T CD4+,
conduz à falta de coordenação do sistema imunológico e à sua progressiva
inoperância, acabando por estabelecer uma imunodeficiência (De Clercq, 2000).
No Brasil, de 1980 até dezembro de 2002, foram registrados 257.771
casos da doença, com 113.840 óbitos conhecidos. Através de inquéritos sorológicos
realizados pelo Ministério da Saúde, estima-se a existência de 536.000 brasileiros
infectados pelo HIV (Souza, 2003).
É relevante ressaltar três grandes fases na evolução desta epidemia:1 –
uma fase inicial, caracterizada pela infecção entre homensque fazem sexo com
outros homens, e por um nível de escolaridadealto dos pacientes; 2 – uma segunda
fase, caracterizadapelo incremento de casos devido à transmissão por uso de
drogasinjetáveis, como a conseqüente diminuição do grupo etário emaior
disseminação entre indivíduos heterossexuais; 3 – terceira eatual fase, quando se
acentua a tendência de disseminação entre osheterossexuais, principalmente as
mulheres (Goldgur at al., 1999).
Esta última observação merece destaque, já que tem sido relatadaem
vários países uma “feminização” da epidemia de AIDS.Quanto à distribuição dos
casos segundo faixa etária, observou-sena última década um “envelhecimento” da
mesma, com aumentopersistente de importância das faixas etárias acima de 35
anos, emambos os sexos. Destacaram-se as faixas entre 35 a 39 e 40 a 49anos,
com aumento da incidência entre as mulheres (6,5 homenspara 1 mulher, em média,
na década de 80, para 1,7 homens para 1mulher em 2001).
As estruturas morfológicas dos vírus HIV tipo 1 e 2 incluem proteínas
estruturais e funcionais e um genoma de RNA protegidos pelo envelope viral. O
envelope é constituído por uma bicamada lipídica e contém uma proteína complexa,
conhecida como env.
Na face interior o HIV possui a proteína viral denominada p17(matriz) e,
envolvido por esta proteína, está o capsídeo composto pela p24. Na parte mais
interna encontram-se os elementos mais importantes: dois filamentos simples de
RNA, a proteína p7 (nucleocapsídeo) e três enzimas essenciais, p51 (transcriptase
reversa), p11 (protease) e p31 (integrase).
A transcriptase é uma enzima que realiza um processo de transcrição ao
contrário em relação ao padrão celular. Essa enzima polimeriza moléculas de DNA a
partir de moléculas de RNA, exatamente o oposto do que geralmente ocorre nas
células, nas quais é produzido RNA a partir de DNA.
É exatamente por possuir essa enzima, que atua "ao reverso", que o HIV
e outros vírus semelhantes são chamados de retrovírus. Após estar na
célulahospedeira a transcriptase reversa utiliza os nucleotídeos presentes no
citoplasma para montar uma fita de DNA juntamente a fita de RNA do vírus. A
enzima RNAse-H é incumbida de desagregar a fita de RNA por hidrólise e deixar a
simples fita de DNA solta no citoplasma. Volta a transcriptase reversa que completa
essa fita de DNA, tornando-a a dupla hélice de nucleotídeos a serem integradas no
DNA da célula-hospedeira com auxílio da enzima integrase.
No Brasil, a Lei 9113/96 garantiu a todos os indivíduos o acesso, livre de
custos, ao coquetel de drogas. Introduzido em 1996, este é uma combinação de
fármacos capazes de inibir duas etapas da replicação viral, podendo diminuir em até
100 vezes o ritmo de produção do vírus em comparação com as monoterapias
utilizadas até então (Souzaet al., 2003). Dependendo do estado e da idade do
paciente, este pode ser composto por dois ou mais medicamentos diferentes das
seguintes classes: (i) inibidores de transcriptase reversa nucleocapsidica (ITRN); (ii)
inibidores da transcriptase reversa não-nucleosídeo (ITRNN); (iii) inibidores de
protease (IP) e, mais recentemente, (iv) os inibidores da fusão (IP), sendo que este
último foi recentemente liberado para venda no Brasil (Goldgur, 1999).
O processo da transcrição consiste na síntese de ARN, sendo realizado
por um complexo enzimático cuja enzima chave é a ARN polimerase, capaz de
produzir as proteínas virais na forma de precursores de poliproteínas, longas
unidades compostas de enzimas virais e proteínas estruturais ajuntadas (Li,1999).
As fluorquinolonas são uma classe de compostos sintéticos com potente atividade
antimicrobiana. Atualmente, esta classe de compostos também tem sido descrita
como capazes de interferir no processo de transcrição viral, impedindo desta forma a
replicação. A fluorquinolona K-37 tem apresentado bons resultados na inibição desta
enzima. A temacrazina e o flavopiridol são outros compostos capazes de inibirem
esta enzima de transcrição, ainda que em células cronicamente infectadas
(Cocuzza, 2001).
Os inibidores da protease têm como função bloquear um dos
componentes do VIH, a protease, conseguindo, desta forma, que as novas cópias do
vírus não infectem novas células.Quer os inibidores da transcriptase reversa, quer
os inibidores da protease, atuam dentro da célula CD4.
A proteína nucleocapsídica (NCp7) é uma proteína essencial em
diferentes etapas da replicação viral, sendo importante na etapa que envolve a
enzima trancriptase reversa, participando da anelação do ARN (De Clercq, 2002). O
ADA (azodicarbonamida), é um composto em fase de testes clínicos II e capaz de
tornar inativa esta proteína, pela complexação com seus átomos de zinco,
impedindo a replicação viral Inibidores de integrase. A enzima integrase é
fundamental no processo de replicação viral, sendo responsável pela integração do
ADN viral ao cromossoma hospedeiro, permitindo assim a continuação do ciclo da
replicação viral. O ácido-L-quicórico é capaz de inibir a atividade da enzima
integrase de diferentes tipos de VIH resistentes (De Clercq, 2001).
Os inibidores de fusão (IsF) representam uma nova abordagemna
estratégia de combate à capacidade de replicação do VIH no organismo. Para que o
VIH complete o seu ciclo reprodutivo, necessitase fundir com um linfócito T, onde
deposita a sua informação genética,dando origem a novos vírus. Enquanto os
inibidores de protease(IsP) e da transcriptase reversa (IsTRN e IsTRNN) visam a
interrupçãodo processo de replicação viral em uma fase em que o VIH jáinfectou a
célula linfocitária alvo, os IsF.foram concebidos de formaa impedir que o vírus
consiga penetrar nos linfócitos e nem sequerinicie a infecção.
Para multiplicar-se, o vírus necessita de fundir-se com um linfócito T, e é
precisamente essa ação que os inibidores de fusão impedem. Com este tipo de
medicamento, o VIH não consegue completar o seu ciclo de reprodução, porque não
chega a infectar os linfócitos T e a criar novas cópias do vírus. Os inibidores da
fusão atuam fora da célula hospedeira (linfócito CD4) numa fase mais anterior no
ciclo de reprodução do vírus do que os inibidores da protease e da transcriptase
reversa.
No intuito de se obter novas drogas mais potentes, com melhoresperfis
farmacocinéticos, menores efeitos colaterais e com amploespectro de atividade a
diferentes vírus VIH resistentes, novas estratégiastêm sido elaboradas. Estas
estratégias baseiam-sena concepção de novos compostos capazes de inibir
diferentes pontosda replicação viral.
Em memorando de uma reunião da OMS, foram feitas recomendações da
pesquisa de substâncias naturais para o tratamento da AIDS (SIDA).Como inibidores
da transcriptase reversa tem sido assinalados vários compostos naturais que
pertencem a diferentes estruturas, tais como cumarinas, flavonóides, taninos,
ligninas, alcalóides, terpenos, nafto e antraquinonas e polissacarídeos.
Compostos

de

origem

natural

podem

ser

utilizados

como

agentesterapêuticos para uma grande gama de doenças. Estes tambémpodem
tornar-se excelentes compostos-protótipos para desenvolvimentode derivados mais
potentes ou com melhoria de algumapropriedade biológica ou físico-química que
permita que sejam utilizadoscomo fármacos.
A casca e a entrecasca de Guazuma ulmifolia (mutamba) é rica em
componentes com propriedades farmacológicas. Paralelamente esses princípios
isolados têm sido correlacionados com o tratamento de diversas doenças. Assim o
ß-sitosterol atua contra as lipoproteinemias; os triterpenos são usados como antiinflamatórios (pneumonia e bronquite); a cafeína atua como diurético e estimulante
do SNC e dos músculos cardíacos; os alcalóides são tidos como anti-microbianos,
analgésicos, anti-espasmódicos e estimulantes do SNC, os taninos são excelentes
no combate aos processos de disenteria (Windholz, 1983; Almeida et al., 1998;
Rizzo et al., 1990; Rizzo et al. 1999; Tridente, 2002;
Guazuma ulmifolia, conhecida vulgarmente como mutamba, vem sendo
utilizada pela população como medicamento natural em praticamente todos os locais
onde ocorre. As partes geralmente empregadas são as cascas e folhas, porém, há
relatos de que os frutos também são aproveitados. O chá das cascas é utilizado no
Brasil com sudorífero, sendo também empregado em casos de febre, tosse,
bronquite, asma, pneumonia e problemas de fígado. Diversos autores demonstram
algumas atividades de extratos de mutamba, entre elas destacam-se: atividade antiglicemiante, anti-bacteriana e antifúngica, citotóxica e anti-secretora.
Guazuma apresenta quatro espécies distribuídas pela America do Sul e
México, sendo que duas ocorre no Brasil: Guazuma ulmifolia Lam e Guazuma crinita
Mart, ambas conhecidas como mutamba.
Análise fotoquímica realizada com a casca da mutamba mostrou
positividade para os grupos químicos flavonóides e taninos, entre outros.
Doseamentos espectrofotométricos 691 nm de taninos, demonstra que a época do
ano pode aumentar ou diminuir o teor na mutamba.
Comparando-se o teor de taninos das folhas Crataegus oxyacantha L.
(cratego), cerca de 3%, e as cascas da ratânia (Krameria triandra) com cerca de
10%, com as cascas de mutamba, que apresentam cerca de 5%, pode-se dizer que
a quantidade de taninos pode ser considerada razoável.
Os taninos são compostos fenólicos caracterizados por sua capacidade
de combinar-se com as proteínas e outros polímeros como os polissacarídeos. Esta
característica explica sua adstringência causada pelas precipitações das proteínas e
das glucoproteínas da saliva.
Taninos (do francês tanin) são polifenóis de origem vegetal, com pesos
moleculares geralmente entre 500 e 3000. Eles inibem o ataque às plantas por
herbívoros vertebrados ou invertebrados (diminuição da palatabilidade, dificuldades
na digestão, produção de compostos tóxicos a partir da hidrólise dos taninos) e
também por microorganismos patogênicos. O termo é largamente utilizado para
designar qualquer grande composto polifenólico contendo suficientes grupos
hidroxila e outros (como carboxila) para poder formar complexos fortes com
proteínas e outras macromoléculas. São geralmente divididos em dois tipos:
hidrolisáveis e condensados (protoantocianidinas).
Taninos das espécies Quercus suber L. e Q. coccifera L. apresentaram
efeito gastroprotetor, variando entre 66 e 91%. As propriedades antimicrobianas dos
taninos são bem conhecidas e documentadas. Moléculas de taninos estão sendo
testadas com a intenção de se descobrir uma droga eficiente contra o HIV. Kilkuskie
e colaboradores observaram que galotaninos mostraram atividade inibitória somente
em concentrações tóxicas, elagitaninos e taninos condensados inibiram fracamente
a replicação viral e os taninos complexos mostraram potente atividade contra a
replicação do HIV. Concluíram que a atividade anti-HIV exibida por taninos é devida
à inibição da transcriptase reversa, dificultando assim a replicação viral.
As propriedades dos taninos estão ligadas à sua capacidade de formar
complexos com as proteínas que participam neste caso, da proteção dos tecidos em
relação às agressões microbiológicas. Além disso, confere propriedades gustativas
reunidas sob o termo adstringência, possui poder anti-radicais livres e tem
capacidade de consumir oxigênio dissolvido, isto é, tem propriedades antioxidantes
interessantes à função farmacológica e também a agro-alimentar.
A ligação entre taninos e proteínas ocorre, provavelmente, através de
pontes de hidrogênio entre os grupos fenólicos dos taninos e determinados sítios
das proteínas, emprestando uma duradoura estabilidade a estas substâncias. Para a
formação destas ligações é necessário que o peso molecular dos taninos esteja
compreendido entre limites bem definidos; se este é demasiadamente elevado, a
molécula não pode se intercalar entre os espaços interfibrilares das proteínas ou
macromoléculas; se é muito baixo, a molécula fenólica se intercala, mas não forma
um número suficiente de ligações que assegure a estabilidade da combinação. Os
taninos têm sido alvo de diversos estudos, sendo que a maioria vem abordando
interações ecológicas entre vegetais e herbívoros, visto que se têm sugerido que os
teores de taninos podem diminuir a taxa de predação por se tornarem impalatáveis,
afastando seus predadores naturais. Pesquisas sobre atividade biológica dos
taninos evidenciaram importante ação contra determinados microrganismos, como
agentes carcinogênicos e causadores de toxicidade hepática. Estes últimos efeitos,
sem dúvida, dependem da dose e do tipo de tanino ingerido. A ingestão de chá
verde e de dietas ricas em frutas que contêm taninos, por ex., tem sido associada
com atividade anticarcinogênica. Além disso, podem agir como antiinflamatórios e
cicatrizantes, e até como inibidores da transcriptase reversa em HIV.
Deste modo, se a toxicidade é devido a sua adstringência,alta toxicidade
está intimamente associada ao maior peso damolécula. Contudo, isto não ocorre
sempre, por ex., a catequina apresentamaior toxicidade que os taninos, embora esta
tenha pouca afinidadepor proteínas.
Os complexos formados entre taninos e proteínas podem ser reversíveis
ou irreversíveis. Os reversíveis são estabelecidos via pontes de hidrogênio e
interações hidrofóbicas, enquanto que os irreversíveis ocorrem em condições
oxidativas via ligações covalentes.
As pontes de hidrogênio são provavelmente formadas entre hidroxilas
fenólicas dos taninos e os grupamentos amina das proteínas. As interações
hidrofóbicas ocorrem entre os núcleos aromáticos dos taninos e as cadeias laterais
alifáticas ou aromáticas dos aminoácidos protéicos (Sticher, 1999). Acredita-se que
as interações hidrofóbicas atuam como forças de tração inicial na complexação em
meio aquoso entre taninos e proteínas. Essa associação inicial é reforçada numa
segunda etapa com formação de uma rede polifuncional de ligações hidrogênio, nas
quais cada molécula de tanino pode fazer varias ligações com a proteína, atuando,
assim, como um ligante polidentado(Luck et al, 1994). Hagerman e col. (1998b)
observaram uma correlação entre a polaridade do polifenol e o tipo de interação com
a albumina bovina sérica (ABS).
Os complexos reversíveis podem ser solúveis ou insolúveis, dependendo
da proporção tanino/proteína, do pH e da força iônica do meio. A adição de
pequenas quantidades de proteínas a uma solução de tanino produzum precipitado
que é dissolvido com a adição de mais proteína. O Maximo de precipitação ocorre
então quando existe uma proporção ótima entre tanino e proteína (Luck et al, 1994),
que é, no entanto, dependente da quantidade de sítios ligantes como grupos galoia
e hidroxilas fenólicas, presentes no tanino (kawamoto et al, 1996).
A capacidade dos diversos taninos de se complexarem com proteínas
varia conforme a sua estrutura química. Foi observado que o peso molecular e a
flexibilidade da molécula são fatores importantes no processo de complexação
(McManus et al., 1985). Vários estudos comparando as afinidades relativas dos
grupos galoia-estereis com várias proteínas demonstraram a tendência decrescente
na seqüência penta- > tetra- > tri- > di- > mono-galoil-glicose, ou seja, quanto maior
o número de grupos galoia maior a afinidade pelas proteínas (Kawamoto et al.,
1996; Baxter et al., 1997; Bacon e Rhodes, 2000). Por outro lado, fatores na
estrutura das proteínas tais como conformação e tamanho do polímero também
influenciam na afinidade dessas moléculas com os taninos (Hagerman e Butler,
1981). Vários estudos mostram a grande afinidade dos taninos, condensados e
hidrolisaveis, por proteínas ricas em prolina, tais como as proteínas presentes na
saliva de mamíferos (Baxter et al., 1997); Bacon e Rhodes, 2000).
Para que estes objetivos sejam atingidos é fundamental que o tratamento
seja feito de forma rigorosa e de acordo com as indicações do médico. Se o doente
não cumprir adequadamente a medicação, a quantidade de medicamento que existe
no sangue é insuficiente para inibir o crescimento do vírus e reduzir a carga vírica.
Isto permite que o vírus continue a destruir as células CD4 e também que adquira
resistência aos medicamentos que o doente está a tomar de forma errada. Por outro
lado, quando isto acontece, existe uma grande probabilidade de que ocorra
resistência a outros medicamentos que o doente não está a tomar e que pertencem
às mesmas classes daqueles que está a tomar – é a chamada Resistência Cruzada.
3. METODOLOGIA
A presente pesquisa trata-se uma abordagem qualitativa, realizada a
partir de um levantamento de dados relacionados ao tema, a partir de informações
encontradas em livros, artigos, revistas científicas especializadas, monografias e
manuais de orientação e ilustração e da observação
Para MINAYO (2002, 46):
A pesquisa qualitativa responde às questões muito particulares
(...) trabalha com o universo mais profundo das relações e dos
fenômenos que não podem ser reduzidos a varias
operacionalização de variáveis.

O cenário da pesquisa em um laboratório particular.Previamente será
solicitada autorização para a realização da referida pesquisa, assim como será
submetida ao comitê de ética e pesquisa da instituição.
Para a obtenção dos dados desta pesquisa realizar-se-á testes das
dosagens de taninos de baixo peso molecular, em ratos, extraídos da Guazuma
ulmifolia, posteriormente, dependendo dos resultados, abordará as possibilidades de
utilizá-la em seres humanos, considerando as questões norteadoras de pesquisa
envolvendo seres humanos. RESOLUÇÃO N° 196/96 DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
que normatiza a pesquisa envolvendo seres humanos (LIMA, 2005), e será
submetido à avaliação do Comitê de Ética e Pesquisa da instituição responsável
pela pesquisa.
Os dados da pesquisa serão agrupados em categorias direcionadas pelos
resultados, e sofrerão análises baseada no referencial temático sobre o assunto.

4.

REFERÊNCIAS
1. Adesokan, A. A.; Roberts, V. A.; Lee, K. W.; Lins, R. D.; Briggs, J. M.; J. Med.
Chem. 2004, 47, 821.

2. Barre-Sinoussi, F.; Cherman, J. C.; Rey, F.; Nugeyre, M. T.; Charmaret, S.;
Gruest, J.; Dauguet, C.; Axler-Blin, C.; Brun-Vezinet, F.; Rouzioux, C.;
Rosenbaum, W.; Montagnier, L.; Science 1983, 220, 868.

3. Brown, W. M.; Curr. Opin. Anti-Infect. Invest. Drugs 2000, 2, 286.

4. Buckheit Jr., R. W.; Watson, K.; Fliakas-Boltz, V.; Russell, J.; Loftus, T. L.;
Osterlin, M. C.; Turpin, J. A.; Pallansch, L. A.; White, E. L.; Lee, J. W.; Lee, S.
H.; Oh, J. W.; Kwon, H. S.; Chung, S. G.; Cho, E. H.; Antimicrob. Agents
Chemother. 2001, 45, 393

5. Buolamwini, J. K.; Assefa, H.; J. Med. Chem. 2002, 45, 841.

6. Chi, G.; Neamati, N.; Nair, V.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2004, 14, 4815.

7. Cocuzza, A. J.; Chidester, D. R.; Cordova, B. C.; Jeffrey, S.; Parsons, R. L.;
Ko, S. .; Bacheler, L. T.; Erickson-Viitanen, S; Trainor, G. L.; Bioorg. Med.
Chem. Lett. 2001, 11, 1177.

8. Cocuzza, A. J.; Chidester, D. R.; Cordova, B. C.; Jeffrey, S.; Parsons, R. L.;
Ko, S. S.; Bacheler, L. T.; Erickson-Viitanen, S; Trainor, G. L.; Bioorg. Med.
Chem. Lett. 2001, 11, 1177.

9. Cocuzza, A. J.; Chidester, D. R.; Cordova, B. C.; Klabe, R. M.; Jeffrey, S.;
Diamond, S.; Weigelt, C. A.; Ko, S. S.; Bacheler, L. T.; Erickson- Viitanen, S.
K.; Rodgers, J. D.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2001, 11, 1389.

10. Costi, R.; Di Santo, R.; Ártico, M.; Roux, A,; Ragno, R.; Massa, S.;
Tramontano, E.; La Colla, M.; Loddo, R.; Marongiu, M. E.; Pani, A.; La Colla,
P.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2004, 14, 1745
11. Dayam, R.; Neamati, N.; Curr. Pharm. Des. 2003, 9, 1789.

12. De Clercq, E.; Biochim. Biophys. Acta 2002, 62127.
13. De Clercq, E.; J. Clin. Virol. 2001, 22, 73.

14. De Clercq, E.;Med. Mal. Infect. 2000, 30, 421.

15. Ferreira, M. M. C.; J. Braz. Chem. Soc. 2002, 13, 742.

16. Fox, M. E.; Lennon, I. C.; Meek, G.; Tetrahedron Lett. 2002, 43, 2899.

17. Goldgur, Y.; Craigie, R.; Cohen, G. H.; Fujiwara, T.; Yoshinaga, T.; Fujishita,
T.; Sugimoto, H.; Endo, T.; Murai, H.; Davies, D. R.; Proc. Natl. Acad. Sci.
U.S.A. 1999, 23, 13040.

18. Gupta, C.; Costello, C.; Khorana, H.; Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 1979, 76,
2595.

19. Gupta, S. P.; Nagappa, A. N.; Curr. Med. Chem. 2003, 10, 1843.

20. Hazuda, D. J.; Felock, P.; Witmer, M.; Wolfe, A.; Stillmock, K.; Grobler, J. A.;
Espeseth, A.; Gabryelski, L.; Schleif, W.; Blau, C.; Miller, M. D.; Science 2000,
287, 646.

21. Heralth, K. B.; Jayasuriya, H.; Bills, G. F.; Polishook, J. D.; Dombrowski, A.
W.; Guan, Z.; Felock, P. J.; Hazuda, D. J.; Singh, S. B.; J. Nat. Prod. 2004, 67,
872.

22. Huang, P.; Farquhar, D.; Plunkett, W.; J. Biol. Chem. 1990, 265, 11914;
Ikemoto, T.; Nishiguchi, A.; Mitsudera, H.; Wakimasu, M.; Tomimatsu, K.;
Tetrahedron 2001, 57, 1525.

23. Huff, J. R.; Bioorg. Med. Chem. 1999, 7, 3667.
24. Ikemoto, T.; Nishiguchi, A.; Mitsudera, H.; Wakimasu, M.; Tomimatsu, K.;
Tetrahedron 2001, 57, 1525.

25. Jayasuriya, H.; Guan, Z.; Polishook, J. D.; Dombrowski, A. W.; Felock, P. J.;
Hazuda, D. J.; Singh, S. B.; J. Nat. Prod. 2003, 66, 551.
26. Johnson, R.; Chenoweth, D.; J. Biol. Chem. 1989, 260, 7161.
27. Kannan, A.; De Clercq, E.; Pannecouque, C.; Witvrouw, M.; Hartman, T. L.;
Turpin, J. A.; Bruckheit Jr., R. W.; Cushman, M.; Tetrahedron 2001, 57, 9385.

28. Kim, D. S.; Kim, H. R.; Woo, E. R.; Hong, S. T.; Chae, H. J.; Biochem.
Pharmacol. 2005, 70, 1066.

29. Korolkovas, A.; Essentials of Medicinal Chemistry, 2nd ed., Wiley: New York,
1988.
30. Li, X.; Chan, K.; Adv. Drug Delivery Rev. 1999, 39, 81.

31. Makhija, M. T.; Kulkarni, V. M.; Bioorg. Med. Chem. 2002, 10, 1483.

32. Makhija, M. T.; Kulkarni, V. M.; J. Chem. Inf. Comput. Sci. 2001, 41, 1569.

33. Nair, V.; Pal, S.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2004, 14, 289.

34. Okamoto, H.; Cujec, T. P.; Okamoto, M.; Peterlin, B. M.; Baba, M.; Okamoto,
T.; Virology 2000, 272, 402.

35. Oliveira, D. B.; Gáudio, A. C.; Quant. Struct.-Act. Relat. 2000, 19, 599.

36. Peçanha, E. P.; Antunes, O. A. C.; Tanuri, A.; Quim. Nova 2002, 25, 1108.

37. Pluymers, W.; Pais, G.; Van Maele, B.; Pannecouque, C.; Fikkert, V.; Burke
Jr., T. R.; De Clercq, E.; Witvrouw, M.; Neamati, N.; Debyser, Z.; Antimicrob.
Agents hemother. 2002, 46, 3292.

38. Pommier, Y.; Marchand, C.; Neamati, N.; Antiviral Res. 2000, 47, 139.

39. Souza, M. V. N.; Almeida, M. V.; Quím. Nova 2003, 26, 366; LaBonte, J.;
Lebbos, J.; Kirkpatrick, P.; Nat. Rev. Drug. Discov. 2003, 2, 345.

40. Taktakshvili, M.; Neamati, N.; Pommier, Y.; Pal, S.; Nair, V. J.; J. Am. Chem.
Soc. 2000, 122, 5671.

41. Tanaka, T.; Kumamoto, T.; Ishikawa, T.; Tetrahedron Lett. 2000, 41, 10229.
42. Tavares, L. C.; Quim. Nova 2002, 27, 631.

43. Young, S. D.; Curr. Opin. Drug Discovery Dev. 2001, 4, 402.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Situacao de aprend. ser humano e saude
Situacao de aprend. ser humano e saudeSituacao de aprend. ser humano e saude
Situacao de aprend. ser humano e saudemarciacanhos
 
Controlo de Pragas
Controlo de PragasControlo de Pragas
Controlo de PragasLuís Rita
 
Controlo de pragas bio 12
Controlo de pragas bio 12Controlo de pragas bio 12
Controlo de pragas bio 12Joannedream
 
Controlo de pragas
Controlo de pragasControlo de pragas
Controlo de pragasrita51096
 
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDFICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDFRicardo Portela
 
Sistema Imunitário I
Sistema Imunitário ISistema Imunitário I
Sistema Imunitário IArtur Melo
 
Fungos , bactérias e vírus2
Fungos , bactérias e vírus2Fungos , bactérias e vírus2
Fungos , bactérias e vírus2Clairsontag
 
Benefícios da Ganoderma Lucidum - Organo Gold
Benefícios da Ganoderma Lucidum - Organo GoldBenefícios da Ganoderma Lucidum - Organo Gold
Benefícios da Ganoderma Lucidum - Organo GoldVitor Chiaratti
 
Agentes infecciosos e automedicação
Agentes infecciosos e automedicaçãoAgentes infecciosos e automedicação
Agentes infecciosos e automedicaçãoPatrícia Prates
 
Aula slides introdu+º+úo a microbiologia
Aula slides   introdu+º+úo a microbiologiaAula slides   introdu+º+úo a microbiologia
Aula slides introdu+º+úo a microbiologiaSimone Alvarenga
 
Iv de remédio ribonavir a
Iv de remédio ribonavir aIv de remédio ribonavir a
Iv de remédio ribonavir aajbcotta
 

Mais procurados (20)

Situacao de aprend. ser humano e saude
Situacao de aprend. ser humano e saudeSituacao de aprend. ser humano e saude
Situacao de aprend. ser humano e saude
 
Controlo de Pragas
Controlo de PragasControlo de Pragas
Controlo de Pragas
 
Controlo de pragas bio 12
Controlo de pragas bio 12Controlo de pragas bio 12
Controlo de pragas bio 12
 
Aula bactérias
Aula bactériasAula bactérias
Aula bactérias
 
Virologia Clínica Parte 2 Imunologia 2017 [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 2 Imunologia 2017 [Profa.Zilka]Virologia Clínica Parte 2 Imunologia 2017 [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 2 Imunologia 2017 [Profa.Zilka]
 
Parte 1 - Introdução á Bacteriologia [Profa.Zilka Nanes}
Parte 1 - Introdução á Bacteriologia [Profa.Zilka Nanes}Parte 1 - Introdução á Bacteriologia [Profa.Zilka Nanes}
Parte 1 - Introdução á Bacteriologia [Profa.Zilka Nanes}
 
Fungos
FungosFungos
Fungos
 
Controlo de pragas
Controlo de pragasControlo de pragas
Controlo de pragas
 
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDFICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
ICSA17 - Resposta Imune a infecções PDF
 
Sistema Imunitário I
Sistema Imunitário ISistema Imunitário I
Sistema Imunitário I
 
Microrganismos
MicrorganismosMicrorganismos
Microrganismos
 
Patogenicidade Bacteriana
Patogenicidade BacterianaPatogenicidade Bacteriana
Patogenicidade Bacteriana
 
Fitopatologia
FitopatologiaFitopatologia
Fitopatologia
 
Fungos , bactérias e vírus2
Fungos , bactérias e vírus2Fungos , bactérias e vírus2
Fungos , bactérias e vírus2
 
Benefícios da Ganoderma Lucidum - Organo Gold
Benefícios da Ganoderma Lucidum - Organo GoldBenefícios da Ganoderma Lucidum - Organo Gold
Benefícios da Ganoderma Lucidum - Organo Gold
 
Agentes infecciosos e automedicação
Agentes infecciosos e automedicaçãoAgentes infecciosos e automedicação
Agentes infecciosos e automedicação
 
Aula slides introdu+º+úo a microbiologia
Aula slides   introdu+º+úo a microbiologiaAula slides   introdu+º+úo a microbiologia
Aula slides introdu+º+úo a microbiologia
 
Microbiologia Geral - Vírus
Microbiologia Geral - VírusMicrobiologia Geral - Vírus
Microbiologia Geral - Vírus
 
Iv de remédio ribonavir a
Iv de remédio ribonavir aIv de remédio ribonavir a
Iv de remédio ribonavir a
 
Virologia Clínica Parte 1 Básico 2017 [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 1 Básico 2017 [Profa.Zilka]Virologia Clínica Parte 1 Básico 2017 [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 1 Básico 2017 [Profa.Zilka]
 

Destaque (6)

Project mutamba(dr paulo gouveia)
Project mutamba(dr paulo gouveia)Project mutamba(dr paulo gouveia)
Project mutamba(dr paulo gouveia)
 
project mutamba
project mutambaproject mutamba
project mutamba
 
A Sida
A SidaA Sida
A Sida
 
project mutamba
project mutambaproject mutamba
project mutamba
 
Human Immunodeficiency Virus
Human Immunodeficiency VirusHuman Immunodeficiency Virus
Human Immunodeficiency Virus
 
valuation of securities
valuation of securitiesvaluation of securities
valuation of securities
 

Semelhante a Paulo gouveia 4

Resumo teórico de virologia
Resumo teórico de virologiaResumo teórico de virologia
Resumo teórico de virologiaemanuel
 
seminariohivslides-161017165137 (1).pdf
seminariohivslides-161017165137 (1).pdfseminariohivslides-161017165137 (1).pdf
seminariohivslides-161017165137 (1).pdfTiagoSantos74563
 
O que é HIV ? Como se contrai o vírus? O que é AIDS?
O que é HIV ? Como se contrai o vírus?  O que é AIDS?O que é HIV ? Como se contrai o vírus?  O que é AIDS?
O que é HIV ? Como se contrai o vírus? O que é AIDS?Berenice Damasceno
 
Atuação do biotecnologo na saúde
Atuação do biotecnologo na saúdeAtuação do biotecnologo na saúde
Atuação do biotecnologo na saúdeAngélica Lima
 
IMUNIDADE A VIRÚS APRESENTAÇÃO (1).pptx
IMUNIDADE A VIRÚS APRESENTAÇÃO (1).pptxIMUNIDADE A VIRÚS APRESENTAÇÃO (1).pptx
IMUNIDADE A VIRÚS APRESENTAÇÃO (1).pptxvaloarnteGritte
 
2ª Resposta Imune E Patogenia
2ª  Resposta Imune E Patogenia2ª  Resposta Imune E Patogenia
2ª Resposta Imune E PatogeniaRenato Moura
 
Virus e Reino Monera apostila
Virus e Reino Monera apostilaVirus e Reino Monera apostila
Virus e Reino Monera apostilaKatia Valeria
 
Engenharia Genética - Biologia
Engenharia Genética - BiologiaEngenharia Genética - Biologia
Engenharia Genética - BiologiaTiago Faisca
 

Semelhante a Paulo gouveia 4 (20)

O que é aids
O que é aidsO que é aids
O que é aids
 
Ciclo-hiv (2).ppt
Ciclo-hiv (2).pptCiclo-hiv (2).ppt
Ciclo-hiv (2).ppt
 
Resumo teórico de virologia
Resumo teórico de virologiaResumo teórico de virologia
Resumo teórico de virologia
 
Antivirais
AntiviraisAntivirais
Antivirais
 
seminariohivslides-161017165137 (1).pdf
seminariohivslides-161017165137 (1).pdfseminariohivslides-161017165137 (1).pdf
seminariohivslides-161017165137 (1).pdf
 
O que é HIV ? Como se contrai o vírus? O que é AIDS?
O que é HIV ? Como se contrai o vírus?  O que é AIDS?O que é HIV ? Como se contrai o vírus?  O que é AIDS?
O que é HIV ? Como se contrai o vírus? O que é AIDS?
 
Atuação do biotecnologo na saúde
Atuação do biotecnologo na saúdeAtuação do biotecnologo na saúde
Atuação do biotecnologo na saúde
 
P8-10_CH342_Entrevista
P8-10_CH342_EntrevistaP8-10_CH342_Entrevista
P8-10_CH342_Entrevista
 
IMUNIDADE A VIRÚS APRESENTAÇÃO (1).pptx
IMUNIDADE A VIRÚS APRESENTAÇÃO (1).pptxIMUNIDADE A VIRÚS APRESENTAÇÃO (1).pptx
IMUNIDADE A VIRÚS APRESENTAÇÃO (1).pptx
 
Apresentação hiv
Apresentação hivApresentação hiv
Apresentação hiv
 
Vírus.pptx
Vírus.pptxVírus.pptx
Vírus.pptx
 
1
11
1
 
2ª Resposta Imune E Patogenia
2ª  Resposta Imune E Patogenia2ª  Resposta Imune E Patogenia
2ª Resposta Imune E Patogenia
 
Virus e viroses
Virus e virosesVirus e viroses
Virus e viroses
 
Vírus
VírusVírus
Vírus
 
Virus e Reino Monera apostila
Virus e Reino Monera apostilaVirus e Reino Monera apostila
Virus e Reino Monera apostila
 
Aula virus (1)
Aula virus (1)Aula virus (1)
Aula virus (1)
 
Material de apoio de ciências 8º Anos
Material de apoio de ciências 8º AnosMaterial de apoio de ciências 8º Anos
Material de apoio de ciências 8º Anos
 
Engenharia Genética - Biologia
Engenharia Genética - BiologiaEngenharia Genética - Biologia
Engenharia Genética - Biologia
 
Imunização vacinas.pptx
Imunização vacinas.pptxImunização vacinas.pptx
Imunização vacinas.pptx
 

Paulo gouveia 4

  • 1. EFICÁCIA DO TANINO EXTRAIDO DAGuazuma ulmifolia NA INIBIÇÃO DA TRANSCRIPTASE REVERSA DO VÍRUS HIV
  • 2. 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Vírus é a menor partícula que existe, só é visto pelo microscópio. O vírus para viver e se multiplicar precisa estar dentro das células de um organismo. Dentro da célula, o vírus consegue assumir o comando, fazendo com que a célula trabalhe para ele. A AIDS "Síndrome da Imunodeficiência Adquirida" é causada pelo HIV, um vírus que ataca, primeiramente, o sistema imune da pessoa, podendo se instalar, depois, em várias partes do corpo. O sistema imune é um mecanismo de defesa do organismo, que luta contra doenças que vão desde um simples resfriado até o câncer. Quando o vírus ataca o sistema imune, sua ação fica ineficiente e o corpo fica mais vulnerável a qualquer doença que possa atacá-lo. O HIV é um retrovírus, o que significa que seu material genético está na forma de RNA ao invés de DNA e para se replicar deve primeiro formar uma cópia DNA de seu material genético. O vírion HIV tem uma estrutura complexa e é grosseiramente esférico, com um diâmetro aproximado de 1/10.000 mm. A cobertura externa do vírus é uma camada dupla de moléculas lipídicas salpicada de proteínas (as proteínas de envelope, gp120 e gp41). Dentro disso, uma camada de “matriz” protéica circunde o cápside cônico, ou núcleo, que contém o RNA do HIV. A infecção de uma célula ocorre quando o vírion HIV se liga a um receptor celular, geralmente o CD4, por meio de sua proteína gp120; o vírus então se funde à membrana celular e o conteúdo da cápside é liberado no citoplasma celular. A enzima do HIV, transcriptase reversa, catalisa a produção de uma cópia DNA do RNA do vírus HIV e o componente ribonuclease-H da transcriptase reversa por fim remove a hélice de RNA agora redundante. A cópia de DNA de hélice única é, na seqüência, convertida pela transcriptase reversa a uma cópia de DNA de dupla hélice que é então transportada ao núcleo celular onde uma segunda enzima do
  • 3. HIV, a integrase, catalisa a incorporação do DNA viral ao material genético do hospedeiro. A terapêutica anti-retroviral se dirige à prevenção da replicação viral, com diferentes drogas direcionadas a vários estágios do ciclo replicativo. As drogas antiretrovirais atualmente disponíveis para tratar a infecção pelo HIV são os diversos inibidores da transcriptase reversa, que agem previamente à incorporação do material genético viral ao cromossomo do hospedeiro e os inibidores da protease, que agem subseqüentemente a esse passo e previnem a formação de vírions com proteínas funcionais, ou seja, de vírus infectante. O coquetel é uma associação dos dois tipos de medicamentos. Os inibidores da transcriptase reversa impedem que o vírus consiga transformar o seu código genético de ARN em ADN, operação necessária para se multiplicar dentro das células. Vários compostos naturais estão em estudos quanto a inibição retroviral da transcriptase reversa do vírus HIV, dentre eles estão os taninos, estes são compostos fenólicos caracterizados por sua capacidade de combinar-se com as proteínas e outros polímeros como os polissacarídeos. Estudo tem demonstrado que na casca e entrecasca de Guazuma ulmifolia (mutamba) é rica em componentes com propriedades farmacológicas. Esta apresenta triterpenos, alcalóides e considerável quantidade de taninos. As propriedades dos taninos estão ligadas à sua capacidade de formar complexos com as proteínas que participam da proteção dos tecidos em relação às agressões microbiológicas. Além disso, confere propriedades gustativas reunidas sob o termo adstringência, possui poder anti-radicais livres e tem capacidade de consumir oxigênio dissolvido, isto é, tem propriedades antioxidantes interessantes à função farmacológica e também à agro-alimentar. 1.1 QUESTÕES NORTEADORAS
  • 4. O tanino extraído da Guazuma ulmifoliaapresenta os melhores perfis farmacocinéticos inibidoras da transcriptase reversa do vírus HIV com menores efeitos colaterais? Qual peso molecular do tanino tem ação inibidora retroviral datranscriptase reversa do vírus HIVcom menor toxicidade? 1.2 OBJETIVOS Geral: Identificar a eficácia do substrato da planta Guazuma ulmifoliacomo inibidor da duplicação viral da transcriptase reversa do vírus HIV com menor risco de toxicidade. Específicos: Identificar peso molecular do tanino que tem ação inibidora retroviral datranscriptase reversa do vírus HIVcom menorrisco de toxicidade; Promover a reduçãoda carga vírica preservando a função do sistema imunológico; Postergar a evolução da doença modificando a história natural do HIV. 1.3JUSTIFICATIVA Apesar do surgimento de terapia, que diminui as partículasvirais a níveis indetectáveis, o vírus persiste em reservatóriosno organismo, como linfócitos T adormecidos. O surgimento e avelocidade de aparecimento de cepas resistentes a
  • 5. diferentes combinaçõesde fármacos disponíveis no mercado também é um fator limitante. Porém, um dos fatores que torna ainda mais difícil a terapiaanti-HIV é a alta incidência de efeitos colaterais causados pelosfármacos atualmente disponíveis. Estudos realizados por Ligani Jr.e colaboradores mostraram ser esta a principal causa de falhas naaderência à terapia anti-retroviral (20,5%), caracterizando-se principalmentepor vômitos, diarréias, náuseas e dores abdominais, alémde dores de cabeça e, até mesmo, alterações da coloração da pele. Apesar de diversos laboratórios e grupos de pesquisa estaremtrabalhando no desenvolvimento de inibidores da HIV-IN, aindanão surgiu nenhum composto que possa efetivamente ser utilizadona terapêutica. Isto fomenta uma grande necessidade de descoberta e/oudesenvolvimento de eficientes fármacos que atuem sobre atranscriptase reversa (TR), sobre a protease (PR) e em outros pontosdo ciclo de replicação viral. O grande desafio é portantodescobrirpossíveis alvos que efetivamente interrompam o ciclo dovírus, sem causar dano à célula normal. A utilização de plantas medicinais é o resultado do acúmulo secular de conhecimentos empíricos sobre a ação dos vegetais por diversos grupos étnicos. Entretanto existem questões pertinentes à padronização de técnicas de produção e comercialização de fitoterápicos (Di Stasi, 1996). Alguns trabalhos têm tratado do aspecto antinutricional de cultivarescom altos teores de taninos e sua resistência a pragas e sazonalidade tem sido apontada como um interessante fator paraalgumas espécies. Nos vegetais encontramos quantidades relativamente importantes de compostos fenólicos. Seu papel é essencialmente proteger os tecidos contra o ataque dos insetos, fungos ou de bactérias. É considerado um sistema de defesa passiva relativamente eficaz. As plantas podem igualmente produzir grandes quantidades de fenóis a partir de uma alteração na superfície das células vivas: é a defesa ativa. O melhor exemplo é dado pela picada dos insetos nas folhas que são a origem da formação das galhas. Durante dez anos observou-se uma árvore de mutamba, em certa época do ano era notória a presença de galhas secas chegando a quase 70% de
  • 6. comprometimento e com o passar dos dias a planta se recuperava mostrando resistência a praga a qual atingira. Em 1946 em Faina - GO o estudioso Francisco Cabral de Melo, Farmacêutico pela UFRJ, e colaboradores realizaram testes, não documentado, em pacientes com febre amarela utilizando o tanino da mutamba que é de baixo peso molecular, tendo prognóstico favorável, cura em 100% dos casos, sem demonstrações de toxicidade em nenhum deles. Moléculas de taninos estão sendo testadascom a intenção de se descobrir uma droga eficiente contra oHIV. Kilkuskie e colaboradores observaram que galotaninosmostraram atividade inibitória somente em concentrações tóxicas,elagitaninos e taninos condensados ibnibiram fracamente a replicaçãoviral e os taninos complexos mostraram potente atividade contra areplicação do HIV. Isto justifica a grande relevância de uma pesquisa com taninos de menor peso molecular e menor toxicidade. O interesse pela pesquisa surge pela falta de um equivalente celular, que assim como é uma vantagemno que se refere a menores chances de ocorrência de efeitoscolaterais, também pode ser considerada uma desvantagem, já quenão existe um mediador endógeno cuja estrutura química possa serutilizada como protótipo.
  • 7. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Os vírus estão envolvidos em uma grande variedade de doenças crônicas e degenerativas, sendo responsáveis por mais de 60% das doenças causadas no homem (Korolkovas,1988). A luta contra as infecções virais é difícil, pois a replicação viral é um processo intracelular, estando intimamente relacionada ao metabolismo das células infectadas (Barre-Sinoussi, 1983). Um dos vírus mais estudados hoje em dia é o chamado vírus da imunodeficiência humana (VIH) ou “Human Immunodeficiency Vírus” (HIV) um vírus da família dos retrovírus (composto de ARN), capaz de parasitar o sistema imunológico do homem, levando a uma doença infecciosa conhecida como Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) ou “Acquired Immuno Deficiency Syndrome” (AIDS) (Johnson, 1989). O VIH é diferente dos outros vírus porque ataca e danifica o sistema imunológico, que é seu ponto principal de ataque no organismo humano. Um dos componentes do sistema imunológico são os linfócitos T, que atacam diretamente o microorganismo invasor. Dentre os linfócitos T existe uma classe denominada T4 (T CD4+ ou T-auxiliadores), que tem um papel de extrema importância no desencadear da resposta imunitária e na coordenação dessa mesma resposta, sendo o alvo principal do vírus VIH (Gupta, 1979).Este vírus, ao infectar os linfócitos T CD4+, conduz à falta de coordenação do sistema imunológico e à sua progressiva inoperância, acabando por estabelecer uma imunodeficiência (De Clercq, 2000). No Brasil, de 1980 até dezembro de 2002, foram registrados 257.771 casos da doença, com 113.840 óbitos conhecidos. Através de inquéritos sorológicos realizados pelo Ministério da Saúde, estima-se a existência de 536.000 brasileiros infectados pelo HIV (Souza, 2003). É relevante ressaltar três grandes fases na evolução desta epidemia:1 – uma fase inicial, caracterizada pela infecção entre homensque fazem sexo com outros homens, e por um nível de escolaridadealto dos pacientes; 2 – uma segunda fase, caracterizadapelo incremento de casos devido à transmissão por uso de drogasinjetáveis, como a conseqüente diminuição do grupo etário emaior
  • 8. disseminação entre indivíduos heterossexuais; 3 – terceira eatual fase, quando se acentua a tendência de disseminação entre osheterossexuais, principalmente as mulheres (Goldgur at al., 1999). Esta última observação merece destaque, já que tem sido relatadaem vários países uma “feminização” da epidemia de AIDS.Quanto à distribuição dos casos segundo faixa etária, observou-sena última década um “envelhecimento” da mesma, com aumentopersistente de importância das faixas etárias acima de 35 anos, emambos os sexos. Destacaram-se as faixas entre 35 a 39 e 40 a 49anos, com aumento da incidência entre as mulheres (6,5 homenspara 1 mulher, em média, na década de 80, para 1,7 homens para 1mulher em 2001). As estruturas morfológicas dos vírus HIV tipo 1 e 2 incluem proteínas estruturais e funcionais e um genoma de RNA protegidos pelo envelope viral. O envelope é constituído por uma bicamada lipídica e contém uma proteína complexa, conhecida como env. Na face interior o HIV possui a proteína viral denominada p17(matriz) e, envolvido por esta proteína, está o capsídeo composto pela p24. Na parte mais interna encontram-se os elementos mais importantes: dois filamentos simples de RNA, a proteína p7 (nucleocapsídeo) e três enzimas essenciais, p51 (transcriptase reversa), p11 (protease) e p31 (integrase). A transcriptase é uma enzima que realiza um processo de transcrição ao contrário em relação ao padrão celular. Essa enzima polimeriza moléculas de DNA a partir de moléculas de RNA, exatamente o oposto do que geralmente ocorre nas células, nas quais é produzido RNA a partir de DNA. É exatamente por possuir essa enzima, que atua "ao reverso", que o HIV e outros vírus semelhantes são chamados de retrovírus. Após estar na célulahospedeira a transcriptase reversa utiliza os nucleotídeos presentes no citoplasma para montar uma fita de DNA juntamente a fita de RNA do vírus. A enzima RNAse-H é incumbida de desagregar a fita de RNA por hidrólise e deixar a simples fita de DNA solta no citoplasma. Volta a transcriptase reversa que completa essa fita de DNA, tornando-a a dupla hélice de nucleotídeos a serem integradas no DNA da célula-hospedeira com auxílio da enzima integrase.
  • 9. No Brasil, a Lei 9113/96 garantiu a todos os indivíduos o acesso, livre de custos, ao coquetel de drogas. Introduzido em 1996, este é uma combinação de fármacos capazes de inibir duas etapas da replicação viral, podendo diminuir em até 100 vezes o ritmo de produção do vírus em comparação com as monoterapias utilizadas até então (Souzaet al., 2003). Dependendo do estado e da idade do paciente, este pode ser composto por dois ou mais medicamentos diferentes das seguintes classes: (i) inibidores de transcriptase reversa nucleocapsidica (ITRN); (ii) inibidores da transcriptase reversa não-nucleosídeo (ITRNN); (iii) inibidores de protease (IP) e, mais recentemente, (iv) os inibidores da fusão (IP), sendo que este último foi recentemente liberado para venda no Brasil (Goldgur, 1999). O processo da transcrição consiste na síntese de ARN, sendo realizado por um complexo enzimático cuja enzima chave é a ARN polimerase, capaz de produzir as proteínas virais na forma de precursores de poliproteínas, longas unidades compostas de enzimas virais e proteínas estruturais ajuntadas (Li,1999). As fluorquinolonas são uma classe de compostos sintéticos com potente atividade antimicrobiana. Atualmente, esta classe de compostos também tem sido descrita como capazes de interferir no processo de transcrição viral, impedindo desta forma a replicação. A fluorquinolona K-37 tem apresentado bons resultados na inibição desta enzima. A temacrazina e o flavopiridol são outros compostos capazes de inibirem esta enzima de transcrição, ainda que em células cronicamente infectadas (Cocuzza, 2001). Os inibidores da protease têm como função bloquear um dos componentes do VIH, a protease, conseguindo, desta forma, que as novas cópias do vírus não infectem novas células.Quer os inibidores da transcriptase reversa, quer os inibidores da protease, atuam dentro da célula CD4. A proteína nucleocapsídica (NCp7) é uma proteína essencial em diferentes etapas da replicação viral, sendo importante na etapa que envolve a enzima trancriptase reversa, participando da anelação do ARN (De Clercq, 2002). O ADA (azodicarbonamida), é um composto em fase de testes clínicos II e capaz de tornar inativa esta proteína, pela complexação com seus átomos de zinco, impedindo a replicação viral Inibidores de integrase. A enzima integrase é fundamental no processo de replicação viral, sendo responsável pela integração do
  • 10. ADN viral ao cromossoma hospedeiro, permitindo assim a continuação do ciclo da replicação viral. O ácido-L-quicórico é capaz de inibir a atividade da enzima integrase de diferentes tipos de VIH resistentes (De Clercq, 2001). Os inibidores de fusão (IsF) representam uma nova abordagemna estratégia de combate à capacidade de replicação do VIH no organismo. Para que o VIH complete o seu ciclo reprodutivo, necessitase fundir com um linfócito T, onde deposita a sua informação genética,dando origem a novos vírus. Enquanto os inibidores de protease(IsP) e da transcriptase reversa (IsTRN e IsTRNN) visam a interrupçãodo processo de replicação viral em uma fase em que o VIH jáinfectou a célula linfocitária alvo, os IsF.foram concebidos de formaa impedir que o vírus consiga penetrar nos linfócitos e nem sequerinicie a infecção. Para multiplicar-se, o vírus necessita de fundir-se com um linfócito T, e é precisamente essa ação que os inibidores de fusão impedem. Com este tipo de medicamento, o VIH não consegue completar o seu ciclo de reprodução, porque não chega a infectar os linfócitos T e a criar novas cópias do vírus. Os inibidores da fusão atuam fora da célula hospedeira (linfócito CD4) numa fase mais anterior no ciclo de reprodução do vírus do que os inibidores da protease e da transcriptase reversa. No intuito de se obter novas drogas mais potentes, com melhoresperfis farmacocinéticos, menores efeitos colaterais e com amploespectro de atividade a diferentes vírus VIH resistentes, novas estratégiastêm sido elaboradas. Estas estratégias baseiam-sena concepção de novos compostos capazes de inibir diferentes pontosda replicação viral. Em memorando de uma reunião da OMS, foram feitas recomendações da pesquisa de substâncias naturais para o tratamento da AIDS (SIDA).Como inibidores da transcriptase reversa tem sido assinalados vários compostos naturais que pertencem a diferentes estruturas, tais como cumarinas, flavonóides, taninos, ligninas, alcalóides, terpenos, nafto e antraquinonas e polissacarídeos. Compostos de origem natural podem ser utilizados como agentesterapêuticos para uma grande gama de doenças. Estes tambémpodem tornar-se excelentes compostos-protótipos para desenvolvimentode derivados mais
  • 11. potentes ou com melhoria de algumapropriedade biológica ou físico-química que permita que sejam utilizadoscomo fármacos. A casca e a entrecasca de Guazuma ulmifolia (mutamba) é rica em componentes com propriedades farmacológicas. Paralelamente esses princípios isolados têm sido correlacionados com o tratamento de diversas doenças. Assim o ß-sitosterol atua contra as lipoproteinemias; os triterpenos são usados como antiinflamatórios (pneumonia e bronquite); a cafeína atua como diurético e estimulante do SNC e dos músculos cardíacos; os alcalóides são tidos como anti-microbianos, analgésicos, anti-espasmódicos e estimulantes do SNC, os taninos são excelentes no combate aos processos de disenteria (Windholz, 1983; Almeida et al., 1998; Rizzo et al., 1990; Rizzo et al. 1999; Tridente, 2002; Guazuma ulmifolia, conhecida vulgarmente como mutamba, vem sendo utilizada pela população como medicamento natural em praticamente todos os locais onde ocorre. As partes geralmente empregadas são as cascas e folhas, porém, há relatos de que os frutos também são aproveitados. O chá das cascas é utilizado no Brasil com sudorífero, sendo também empregado em casos de febre, tosse, bronquite, asma, pneumonia e problemas de fígado. Diversos autores demonstram algumas atividades de extratos de mutamba, entre elas destacam-se: atividade antiglicemiante, anti-bacteriana e antifúngica, citotóxica e anti-secretora. Guazuma apresenta quatro espécies distribuídas pela America do Sul e México, sendo que duas ocorre no Brasil: Guazuma ulmifolia Lam e Guazuma crinita Mart, ambas conhecidas como mutamba. Análise fotoquímica realizada com a casca da mutamba mostrou positividade para os grupos químicos flavonóides e taninos, entre outros. Doseamentos espectrofotométricos 691 nm de taninos, demonstra que a época do ano pode aumentar ou diminuir o teor na mutamba. Comparando-se o teor de taninos das folhas Crataegus oxyacantha L. (cratego), cerca de 3%, e as cascas da ratânia (Krameria triandra) com cerca de 10%, com as cascas de mutamba, que apresentam cerca de 5%, pode-se dizer que a quantidade de taninos pode ser considerada razoável.
  • 12. Os taninos são compostos fenólicos caracterizados por sua capacidade de combinar-se com as proteínas e outros polímeros como os polissacarídeos. Esta característica explica sua adstringência causada pelas precipitações das proteínas e das glucoproteínas da saliva. Taninos (do francês tanin) são polifenóis de origem vegetal, com pesos moleculares geralmente entre 500 e 3000. Eles inibem o ataque às plantas por herbívoros vertebrados ou invertebrados (diminuição da palatabilidade, dificuldades na digestão, produção de compostos tóxicos a partir da hidrólise dos taninos) e também por microorganismos patogênicos. O termo é largamente utilizado para designar qualquer grande composto polifenólico contendo suficientes grupos hidroxila e outros (como carboxila) para poder formar complexos fortes com proteínas e outras macromoléculas. São geralmente divididos em dois tipos: hidrolisáveis e condensados (protoantocianidinas). Taninos das espécies Quercus suber L. e Q. coccifera L. apresentaram efeito gastroprotetor, variando entre 66 e 91%. As propriedades antimicrobianas dos taninos são bem conhecidas e documentadas. Moléculas de taninos estão sendo testadas com a intenção de se descobrir uma droga eficiente contra o HIV. Kilkuskie e colaboradores observaram que galotaninos mostraram atividade inibitória somente em concentrações tóxicas, elagitaninos e taninos condensados inibiram fracamente a replicação viral e os taninos complexos mostraram potente atividade contra a replicação do HIV. Concluíram que a atividade anti-HIV exibida por taninos é devida à inibição da transcriptase reversa, dificultando assim a replicação viral. As propriedades dos taninos estão ligadas à sua capacidade de formar complexos com as proteínas que participam neste caso, da proteção dos tecidos em relação às agressões microbiológicas. Além disso, confere propriedades gustativas reunidas sob o termo adstringência, possui poder anti-radicais livres e tem capacidade de consumir oxigênio dissolvido, isto é, tem propriedades antioxidantes interessantes à função farmacológica e também a agro-alimentar. A ligação entre taninos e proteínas ocorre, provavelmente, através de pontes de hidrogênio entre os grupos fenólicos dos taninos e determinados sítios das proteínas, emprestando uma duradoura estabilidade a estas substâncias. Para a formação destas ligações é necessário que o peso molecular dos taninos esteja
  • 13. compreendido entre limites bem definidos; se este é demasiadamente elevado, a molécula não pode se intercalar entre os espaços interfibrilares das proteínas ou macromoléculas; se é muito baixo, a molécula fenólica se intercala, mas não forma um número suficiente de ligações que assegure a estabilidade da combinação. Os taninos têm sido alvo de diversos estudos, sendo que a maioria vem abordando interações ecológicas entre vegetais e herbívoros, visto que se têm sugerido que os teores de taninos podem diminuir a taxa de predação por se tornarem impalatáveis, afastando seus predadores naturais. Pesquisas sobre atividade biológica dos taninos evidenciaram importante ação contra determinados microrganismos, como agentes carcinogênicos e causadores de toxicidade hepática. Estes últimos efeitos, sem dúvida, dependem da dose e do tipo de tanino ingerido. A ingestão de chá verde e de dietas ricas em frutas que contêm taninos, por ex., tem sido associada com atividade anticarcinogênica. Além disso, podem agir como antiinflamatórios e cicatrizantes, e até como inibidores da transcriptase reversa em HIV. Deste modo, se a toxicidade é devido a sua adstringência,alta toxicidade está intimamente associada ao maior peso damolécula. Contudo, isto não ocorre sempre, por ex., a catequina apresentamaior toxicidade que os taninos, embora esta tenha pouca afinidadepor proteínas. Os complexos formados entre taninos e proteínas podem ser reversíveis ou irreversíveis. Os reversíveis são estabelecidos via pontes de hidrogênio e interações hidrofóbicas, enquanto que os irreversíveis ocorrem em condições oxidativas via ligações covalentes. As pontes de hidrogênio são provavelmente formadas entre hidroxilas fenólicas dos taninos e os grupamentos amina das proteínas. As interações hidrofóbicas ocorrem entre os núcleos aromáticos dos taninos e as cadeias laterais alifáticas ou aromáticas dos aminoácidos protéicos (Sticher, 1999). Acredita-se que as interações hidrofóbicas atuam como forças de tração inicial na complexação em meio aquoso entre taninos e proteínas. Essa associação inicial é reforçada numa segunda etapa com formação de uma rede polifuncional de ligações hidrogênio, nas quais cada molécula de tanino pode fazer varias ligações com a proteína, atuando, assim, como um ligante polidentado(Luck et al, 1994). Hagerman e col. (1998b)
  • 14. observaram uma correlação entre a polaridade do polifenol e o tipo de interação com a albumina bovina sérica (ABS). Os complexos reversíveis podem ser solúveis ou insolúveis, dependendo da proporção tanino/proteína, do pH e da força iônica do meio. A adição de pequenas quantidades de proteínas a uma solução de tanino produzum precipitado que é dissolvido com a adição de mais proteína. O Maximo de precipitação ocorre então quando existe uma proporção ótima entre tanino e proteína (Luck et al, 1994), que é, no entanto, dependente da quantidade de sítios ligantes como grupos galoia e hidroxilas fenólicas, presentes no tanino (kawamoto et al, 1996). A capacidade dos diversos taninos de se complexarem com proteínas varia conforme a sua estrutura química. Foi observado que o peso molecular e a flexibilidade da molécula são fatores importantes no processo de complexação (McManus et al., 1985). Vários estudos comparando as afinidades relativas dos grupos galoia-estereis com várias proteínas demonstraram a tendência decrescente na seqüência penta- > tetra- > tri- > di- > mono-galoil-glicose, ou seja, quanto maior o número de grupos galoia maior a afinidade pelas proteínas (Kawamoto et al., 1996; Baxter et al., 1997; Bacon e Rhodes, 2000). Por outro lado, fatores na estrutura das proteínas tais como conformação e tamanho do polímero também influenciam na afinidade dessas moléculas com os taninos (Hagerman e Butler, 1981). Vários estudos mostram a grande afinidade dos taninos, condensados e hidrolisaveis, por proteínas ricas em prolina, tais como as proteínas presentes na saliva de mamíferos (Baxter et al., 1997); Bacon e Rhodes, 2000). Para que estes objetivos sejam atingidos é fundamental que o tratamento seja feito de forma rigorosa e de acordo com as indicações do médico. Se o doente não cumprir adequadamente a medicação, a quantidade de medicamento que existe no sangue é insuficiente para inibir o crescimento do vírus e reduzir a carga vírica. Isto permite que o vírus continue a destruir as células CD4 e também que adquira resistência aos medicamentos que o doente está a tomar de forma errada. Por outro lado, quando isto acontece, existe uma grande probabilidade de que ocorra resistência a outros medicamentos que o doente não está a tomar e que pertencem às mesmas classes daqueles que está a tomar – é a chamada Resistência Cruzada.
  • 16. A presente pesquisa trata-se uma abordagem qualitativa, realizada a partir de um levantamento de dados relacionados ao tema, a partir de informações encontradas em livros, artigos, revistas científicas especializadas, monografias e manuais de orientação e ilustração e da observação Para MINAYO (2002, 46): A pesquisa qualitativa responde às questões muito particulares (...) trabalha com o universo mais profundo das relações e dos fenômenos que não podem ser reduzidos a varias operacionalização de variáveis. O cenário da pesquisa em um laboratório particular.Previamente será solicitada autorização para a realização da referida pesquisa, assim como será submetida ao comitê de ética e pesquisa da instituição. Para a obtenção dos dados desta pesquisa realizar-se-á testes das dosagens de taninos de baixo peso molecular, em ratos, extraídos da Guazuma ulmifolia, posteriormente, dependendo dos resultados, abordará as possibilidades de utilizá-la em seres humanos, considerando as questões norteadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. RESOLUÇÃO N° 196/96 DO MINISTÉRIO DA SAÚDE que normatiza a pesquisa envolvendo seres humanos (LIMA, 2005), e será submetido à avaliação do Comitê de Ética e Pesquisa da instituição responsável pela pesquisa. Os dados da pesquisa serão agrupados em categorias direcionadas pelos resultados, e sofrerão análises baseada no referencial temático sobre o assunto. 4. REFERÊNCIAS
  • 17. 1. Adesokan, A. A.; Roberts, V. A.; Lee, K. W.; Lins, R. D.; Briggs, J. M.; J. Med. Chem. 2004, 47, 821. 2. Barre-Sinoussi, F.; Cherman, J. C.; Rey, F.; Nugeyre, M. T.; Charmaret, S.; Gruest, J.; Dauguet, C.; Axler-Blin, C.; Brun-Vezinet, F.; Rouzioux, C.; Rosenbaum, W.; Montagnier, L.; Science 1983, 220, 868. 3. Brown, W. M.; Curr. Opin. Anti-Infect. Invest. Drugs 2000, 2, 286. 4. Buckheit Jr., R. W.; Watson, K.; Fliakas-Boltz, V.; Russell, J.; Loftus, T. L.; Osterlin, M. C.; Turpin, J. A.; Pallansch, L. A.; White, E. L.; Lee, J. W.; Lee, S. H.; Oh, J. W.; Kwon, H. S.; Chung, S. G.; Cho, E. H.; Antimicrob. Agents Chemother. 2001, 45, 393 5. Buolamwini, J. K.; Assefa, H.; J. Med. Chem. 2002, 45, 841. 6. Chi, G.; Neamati, N.; Nair, V.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2004, 14, 4815. 7. Cocuzza, A. J.; Chidester, D. R.; Cordova, B. C.; Jeffrey, S.; Parsons, R. L.; Ko, S. .; Bacheler, L. T.; Erickson-Viitanen, S; Trainor, G. L.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2001, 11, 1177. 8. Cocuzza, A. J.; Chidester, D. R.; Cordova, B. C.; Jeffrey, S.; Parsons, R. L.; Ko, S. S.; Bacheler, L. T.; Erickson-Viitanen, S; Trainor, G. L.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2001, 11, 1177. 9. Cocuzza, A. J.; Chidester, D. R.; Cordova, B. C.; Klabe, R. M.; Jeffrey, S.; Diamond, S.; Weigelt, C. A.; Ko, S. S.; Bacheler, L. T.; Erickson- Viitanen, S. K.; Rodgers, J. D.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2001, 11, 1389. 10. Costi, R.; Di Santo, R.; Ártico, M.; Roux, A,; Ragno, R.; Massa, S.; Tramontano, E.; La Colla, M.; Loddo, R.; Marongiu, M. E.; Pani, A.; La Colla, P.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2004, 14, 1745 11. Dayam, R.; Neamati, N.; Curr. Pharm. Des. 2003, 9, 1789. 12. De Clercq, E.; Biochim. Biophys. Acta 2002, 62127.
  • 18. 13. De Clercq, E.; J. Clin. Virol. 2001, 22, 73. 14. De Clercq, E.;Med. Mal. Infect. 2000, 30, 421. 15. Ferreira, M. M. C.; J. Braz. Chem. Soc. 2002, 13, 742. 16. Fox, M. E.; Lennon, I. C.; Meek, G.; Tetrahedron Lett. 2002, 43, 2899. 17. Goldgur, Y.; Craigie, R.; Cohen, G. H.; Fujiwara, T.; Yoshinaga, T.; Fujishita, T.; Sugimoto, H.; Endo, T.; Murai, H.; Davies, D. R.; Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 1999, 23, 13040. 18. Gupta, C.; Costello, C.; Khorana, H.; Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 1979, 76, 2595. 19. Gupta, S. P.; Nagappa, A. N.; Curr. Med. Chem. 2003, 10, 1843. 20. Hazuda, D. J.; Felock, P.; Witmer, M.; Wolfe, A.; Stillmock, K.; Grobler, J. A.; Espeseth, A.; Gabryelski, L.; Schleif, W.; Blau, C.; Miller, M. D.; Science 2000, 287, 646. 21. Heralth, K. B.; Jayasuriya, H.; Bills, G. F.; Polishook, J. D.; Dombrowski, A. W.; Guan, Z.; Felock, P. J.; Hazuda, D. J.; Singh, S. B.; J. Nat. Prod. 2004, 67, 872. 22. Huang, P.; Farquhar, D.; Plunkett, W.; J. Biol. Chem. 1990, 265, 11914; Ikemoto, T.; Nishiguchi, A.; Mitsudera, H.; Wakimasu, M.; Tomimatsu, K.; Tetrahedron 2001, 57, 1525. 23. Huff, J. R.; Bioorg. Med. Chem. 1999, 7, 3667. 24. Ikemoto, T.; Nishiguchi, A.; Mitsudera, H.; Wakimasu, M.; Tomimatsu, K.; Tetrahedron 2001, 57, 1525. 25. Jayasuriya, H.; Guan, Z.; Polishook, J. D.; Dombrowski, A. W.; Felock, P. J.; Hazuda, D. J.; Singh, S. B.; J. Nat. Prod. 2003, 66, 551. 26. Johnson, R.; Chenoweth, D.; J. Biol. Chem. 1989, 260, 7161.
  • 19. 27. Kannan, A.; De Clercq, E.; Pannecouque, C.; Witvrouw, M.; Hartman, T. L.; Turpin, J. A.; Bruckheit Jr., R. W.; Cushman, M.; Tetrahedron 2001, 57, 9385. 28. Kim, D. S.; Kim, H. R.; Woo, E. R.; Hong, S. T.; Chae, H. J.; Biochem. Pharmacol. 2005, 70, 1066. 29. Korolkovas, A.; Essentials of Medicinal Chemistry, 2nd ed., Wiley: New York, 1988. 30. Li, X.; Chan, K.; Adv. Drug Delivery Rev. 1999, 39, 81. 31. Makhija, M. T.; Kulkarni, V. M.; Bioorg. Med. Chem. 2002, 10, 1483. 32. Makhija, M. T.; Kulkarni, V. M.; J. Chem. Inf. Comput. Sci. 2001, 41, 1569. 33. Nair, V.; Pal, S.; Bioorg. Med. Chem. Lett. 2004, 14, 289. 34. Okamoto, H.; Cujec, T. P.; Okamoto, M.; Peterlin, B. M.; Baba, M.; Okamoto, T.; Virology 2000, 272, 402. 35. Oliveira, D. B.; Gáudio, A. C.; Quant. Struct.-Act. Relat. 2000, 19, 599. 36. Peçanha, E. P.; Antunes, O. A. C.; Tanuri, A.; Quim. Nova 2002, 25, 1108. 37. Pluymers, W.; Pais, G.; Van Maele, B.; Pannecouque, C.; Fikkert, V.; Burke Jr., T. R.; De Clercq, E.; Witvrouw, M.; Neamati, N.; Debyser, Z.; Antimicrob. Agents hemother. 2002, 46, 3292. 38. Pommier, Y.; Marchand, C.; Neamati, N.; Antiviral Res. 2000, 47, 139. 39. Souza, M. V. N.; Almeida, M. V.; Quím. Nova 2003, 26, 366; LaBonte, J.; Lebbos, J.; Kirkpatrick, P.; Nat. Rev. Drug. Discov. 2003, 2, 345. 40. Taktakshvili, M.; Neamati, N.; Pommier, Y.; Pal, S.; Nair, V. J.; J. Am. Chem. Soc. 2000, 122, 5671. 41. Tanaka, T.; Kumamoto, T.; Ishikawa, T.; Tetrahedron Lett. 2000, 41, 10229.
  • 20. 42. Tavares, L. C.; Quim. Nova 2002, 27, 631. 43. Young, S. D.; Curr. Opin. Drug Discovery Dev. 2001, 4, 402.