4. ANAMNESE
Sintomas podem não guardar relação direta com os
órgãos do aparelho urinário (dores lombares, poliúria
do diabetes descompensado, hematúria em discrasias
sanguíneas).
Sintomas decorrentes de lesões renais (que ocorrem
de maneira insidiosa), podem surgir em fases
avançadas, já com substancial deterioração de suas
funções.
Sintomas podem ser bem variáveis e inespecíficos
(anemia, astenia, náuseas, vômitos, irritabilidade
neuromuscular).
Lembrar que um adulto normal: 800 a 2500 ml de
diurese em 24 hs
5. ALTERAÇÕES NA MICÇÃO
(VOLUME E RITMO URINÁRIO)
Oligúria: diurese inferior a 400 ml/dia (ou < 20 ml/h). Ocorre
por redução de fluxo sanguíneo renal (desidratação,
hemorragia, insuficiência cardíaca) ou por lesão renal direta
(glomerulonefri- te aguda, necrose tubular aguda).
Anúria: quando diurese é inferior a 100 ml/dia. Ocorre na obs-trução
bilateral das artérias renais ou dos ureteres e na necrose
cortical bilateral.
Poliúria: quando o volume urinário é > 2500 ml/24 hs. Ocorre
por dois mecanismos básicos, que são, DDIIUURREESSEE OOSSMMÓÓTTIICCAA
(exemplo é o diabetes mellitus descompensado) e
IINNCCAAPPAACCIIDDAADDEE DDEE CCOONNCCEENNTTRRAAÇÇÃÃOO UURRIINNÁÁRRIIAA [diabetes
insipidus, hipopotassemia, SIADH, SCPS (síndrome cerebral
perdedora de sal)].
OBS.: Na I.R.Crônica com comprometimento ainda moderado, ela
também pode ocorrer, seja por diurese osmótica (uremia) ou
por incapacidade de concentração urinária (lesões da medula
renal).
6. ALTERAÇÕES NA MICÇÃO
(VOLUME E RITMO URINÁRIO)
Disúria: micção associada à sensação de dor, queimor ou
desconforto (cistite, prostatite, uretrite, trauma geniturinário,
irritantes uretrais, reação alérgica).
Urgência e Polaciúria: a 1ª diz respeito a necessidade súbita e
imperiosa de urinar [(alterações neurológicas e certas condições
psicológicas/fisiológicas (frio e ansiedade)]. Quando ocorre
repetidas vezes (intervalos < 02 hs) sem aumento do volume
urinário, tem-se a POLACIÚRIA (infecção, cálculo, obstrução).
Hesitação: jato urinário custa a parecer, necessitando esforço
> que o habitual (obstrução do trato de saída da bexiga).
Nictúria ou Noctúria: necessidade de esvaziar bexiga durante
a noite 02 ou mais vezes. Traduz perda da capacidade de
concen- tração (fase inicial da I.R. Crônica) ou retenção hídrica
durante o dia (I. Cardíaca ou Hepática).
7. ALTERAÇÕES NA MICÇÃO
(VOLUME E RITMO URINÁRIO)
Retenção Urinária: incapacidade de esvaziar a bexiga. AGUDA
ou CRÔNICA: 1ª), paciente antes normal, sente a bexiga
distendida e dolorosa; 2ª), a dilatação vesical é gradual, podendo
não haver dor, mas sim polaciúria, hesitação, gotejamento. À
palpação abdominal, tumoração ssuupprraappúúbbiiccaa ((BBEEXXIIGGOOMMAA)).. PPooddee
aaiinnddaa sseerr CCOOMMPPLLEETTAA ((nnããoo eelliimmiinnaa nneemm qquuaannttiiddaaddeess mmíínniimmaass ddee
uurriinnaa)) oouu IINNCCOOMMPPLLEETTAA ((bbeexxiiggaa cc// cceerrttaa qquuaannttiiddaaddee ddee uurriinnaa
aappóóss ttéérrmmiinnoo ddee aattoo mmiicccciioonnaall)).. CAUSAS PRINCIPAIS: obstrução
de uretra ou colo vesical (estenose uretral, hipertrofia e neoplasias
de próstata) e bexiga neurogênica (musculatura vesical não se
contrai adequada mente por lesões neuronais).
Incontinência Urinária: eliminação involuntária de urina. Nor-mal
em crianças até 1 e ½ anos de idade. Pode aparecer na bexiga
neurogênica, nas cistites, aos esforços (lesões tocoginecológicas).
Em idosos, a hipertrofia prostática pode provocar iinnccoonnttiinnêênncciiaa
ppaarraaddooxxaall (o acúmulo de urina aumenta a pressão intravesical,
vencendo a resistência da uretra prostática).
8. ALTERAÇÕES DA COR DA URINA
Normalmente varia do amarelo-claro ao amarelo-escuro
(dependendo do grau de concentração).
Hematúria: presença anormal de eritrócitos na urina (macro
ou microscópica). Distinguir se é TOTAL, INICIAL ou
TERMINAL:
TOTAL: urina com sangue durante toda ato miccional; indica
sangramento renal ou ureteral ou da bexiga acima do colo
vesical [Ex.: afecções renais (glomerulonefrite aguda, necrose
tubular aguda, infarto renal, rim policístico, neoplasias,
divertículos) ou sistêmicas (anemia falciforme, malaria,
leptospirose, uso de anticoagulantes, CIVD, cálculos, corpo
estranho) ;
INICIAL: início da micção; lesões entre uretra distal e colo
vesical (prostatite ou hipertrofia prostática, pólipos ou estenose
de uretra);
TERMINAL: identificada no final da micção; colo vesical ou
uretra posterior (neoplasia).
IMPORTANTE: ocorre de 9 a l8% da população normal. Na
anamnese verificar sintomas que acompanham (febre, dor), e
afastar as alterações por corantes ou medicamentos.
12. ALTERAÇÕES DA COR DA URINA
Hemoglobinúria: presença de hemoglobina livre na
urina. Acompanha situações onde ocorrem crises de
hemólise intravascular como por exemplo na malária,
leptospirose, icterícia hemolítica e transfusões
incompatíveis.
Mioglobinúria: surge em decorrência de destruição mus-cular
maciça (traumas e queimaduras), e após exercícios
intensos e demorados (maratonas, crises convulsivas).
Porfirinúria: coloração vermelho-vinhosa da urina, em
consequência da eliminação de porfirinas ou seus
precursores (não confundir após a ingestão de beterraba
ou alguns medicamentos).
13. ALTERAÇÕES NO ASPECTO DA
URINA
Em condições normais, o aspecto da urina é límpido, com
odor característico.
URINA TURVA: causas diversas [cristalúria (oxalato de
cálcio, uratos amorfos, acido úrico, carbonatos e fosfatos
de cálcio); depósito esbranquiçado com mal odor
(associado a infecção).
Piúria: presença de quantidades anormais de leucócitos,
conferindo aspecto turvo à urina. Causa mais comum é
infecção urinária. Cilindros leucocitários no sedimento
sugerem infecção dos rins e vias urinárias altas.
Quilúria: situação rara, ocasionada por obstrução de ductos
linfáticos, sendo a linfa drenada para pelve renal.
14. ALTERAÇÕES NO ASPECTO DA
URINA
URINA COM AUMENTO DE ESPUMA: eliminação de
proteínas, de forma aumentada (ex.: glomerulonefri-tes,
nefropatia diabética, nefrites intersticiais).
URINA COM MAU CHEIRO: o odor habitual decorre
da liberação de amônia.
- Odor fétido pode indicar infecção;
- Alguns medicamentos (vitaminas, antibióticos) tam-bém
podem alterar;
- FFeeccaallúúrriiaa: situação rara que indica fístula colo
vesical.
15. DOR DE ORIGEM NO SISTEMA
URINÁRIO
O parênquima renal é insensível, sendo a distensão de sua
cápsula a responsável pela dor.
Quatro tipos principais de apresentação da dor:
DOR LOMBAR E NO FLANCO
- Dor percebida na região lombar e flanco, profunda,
pesada, de intensidade variável, fixa e persistente, que
piora com a posição ereta. Geralmente sem náuseas e
vômitos.
- Sínd nefrótica, glomerulonefrite aguda, nefrite intersticial,
pielonefrite aguda, ruptura de cisto com infecção (em rins
policísticos).
- Importante diagnóstico diferencial com dor de origem não
renal (espasmo de musculatura lombar, espondiloartrose)
17. DOR DE ORIGEM NO SISTEMA
URINÁRIO
CÓLICA RENAL OU NEFRÉTICA:
- Dor decorrente de obstrução do trato urinário alto,
com dilatação súbita da pelve renal ou do ureter,
acompanhada de contração da musculatura lisa.
- Dor em cólica, geralmente muito intensa,
acompanha- da de inquietação, sudorese, náuseas e
vômitos.
- Início em ângulo costovertebral, atinge região lombar
e flanco, irradiando-se para fossa ilíaca e região
inguinal, até a genitália.
- Dor pode variar de acordo com local da obstrução.
18. DOR DE ORIGEM NO SISTEMA
URINÁRIO
LOCALIZAÇÃO E TAMANHO DO CÁLCULO INTERFEREM NO TIPO DE
DOR
19. DOR DE ORIGEM NO SISTEMA
URINÁRIO
DOR HIPOGÁSTRICA OU DOR VESICAL:
- Dor de origem no corpo da bexiga geralmente é sentida em
região suprapúbica. Se é originária da região do trígono e
do colo vesical, irradia-se para uretra e meato externo
(sensação de queimor).
Retenção urinária completa aguda (bbeexxiiggoommaa) produz dor
intensa suprapúbica e intensa vontade de urinar.
ESTRANGÚRIA OU TENESMO VESICAL:
- Inflamação vesical intensa provocando emissão lenta e
dolorosa de urina decorrente de espasmo da musculatura
do trígono e do colo vesical.
DOR PERINEAL:
- Dor perineal intensa causada por infecção aguda de
próstata, sendo referida no sacro ou no reto.