SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 33
Baixar para ler offline
DISPNÉIA
Prof. Dr. Virgílio Aguiar - 2015
CONCEITO:
American Thoracic Society (Consenso 2012)
“ Termo usado para caracterizar uma experiência
subjetiva de desconforto respiratório que inclui
sensações qualitativamente distintas que variam de
intensidade.
Essa experiência se origina de interações entre
fatores fisiológicos , psicológicos, sociais e
ambientais, podendo induzir respostas secundárias
fisiológicas e comportamentais.”
Parshall MB, Schwartzstein RM, Adams L, et al.
DISPNÉIA – SIGNIFICADO DO TERMO:
Dispnéia = respiração ruim (do grego dys + pnoia)
A respiração é um ato em geral inconsciente
O ATO DE RESPIRAR TORNA-SE CONSCIENTE EM MUITAS
SITUAÇÕES, PRINCIPALMENTE DE DOENÇA .
QUANDO O ATO DE RESPIRAR DESPERTA SENSAÇÕES
DESAGRADÁVEIS , ESTÁ PRESENTE DISPNÉIA
DISPNÉIA
Compreende dois componentes:
Uma “sensação” (ativação neural resultando do
estímulo de um receptor) e
uma “percepção” ( a reação do indivíduo a essa
sensação)
Sensação de dispnéia: respiração “desagradável”
Percepção da dispnéia: intensidade do desagrado
Tipos diferentes de estímulo despertam sensações
diferentes (?).
A percepção (intensidade) também varia
com o tipo de estímulo
TERMOS ALTERNATIVOS :
Engloba sensações qualitativamente distintas
Respiração difícil / cansada / trabalhosa / pesada
Abafamento / Sufocação
Fome de ar
Aperto no peito / Aperto na garganta
A quantidade de ar que entra não é suficiente
O termo dispnéia não é usado pelos pacientes
Sensações descritas em diferentes situações clínicas
DISPNÉIA:
A sensação de dispnéia é mais percebido num contexto de
doença e repouso do que após exercício intenso em indivíduo
normal
Falha em detectar cargas mecânicas ou alterações nas trocas
gasosas é fator de risco para mortalidade em asma
Aumento na sensibilidade está presente na crise de ansiedade e
no desconforto respiratório do sedentário
DISPNÉIA:
Características:
Experiência sensorial / perceptual
Distress afetivo influencia
Há impacto sintoma/doença e doença/sintoma
FISIOPATOLOGIA
O sistema respiratório tem como função principal as
trocas gasosas.
É fácil entender que prejuízo à oxigenação ,
bem como acidose respiratória causem dispnéia.
Porém trata-se de fenômeno mais complexo, com
participação de vários estímulos não só químicos, como
mecânicos a partir das vias aéreas superiores e parede
torácica, além dos pulmões, com resposta modulada pelo
sistema nervoso central
DISPNÉIA – ESTRUTURAS ENVOLVIDAS
DISPNÉIA –FONTES AFERENTES DE SENSAÇÃO
DISPNÉIA - PATOGENIA
DISPNÉIA: Sintoma e sinal (?)
Queixa comum
Frequentemente relacionada com doenças graves
preditor de mortalidade e necessidade de internação
Associada com limitações importantes das atividades
físicas e sociais
Associada com má qualidade de vida
Também ligada ao condicionamento físico e ao estado
emocional
DISPNÉIA:
Avaliação:
História detalhada é necessária
O relato do paciente pode ser muito subjetivo
Usar o termo dispnéia implica em observar o paciente
Não há biomarcador para dispnéia
Não há teste diagnóstico específico para dispnéia
DISPNÉIA :
Avaliação:
Início – quando e em que hora
Modo de instalação e Intensidade
Duração
Fatores desencadeantes
Número de crises e periodicidade
Sintomas paralelos
Fatores de melhora
SINAIS ASSOCIADOS A DISPNÉIASINAIS ASSOCIADOS A DISPNÉIA
OBSTRUÇÃO COMPLETA DAS VIAS AÉREAS SUPERIORESOBSTRUÇÃO COMPLETA DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES
• AgitaçãoAgitação
• Mãos no pescoçoMãos no pescoço
• Ausência de ventilaçãoAusência de ventilação
• Incapacidade de falarIncapacidade de falar
• Incapacidade de tossirIncapacidade de tossir
• Cianose rapidamenteCianose rapidamente
progressivaprogressiva
• Perda de consciênciaPerda de consciência
• Várias causasVárias causas
SINAIS E SINTOMAS ASSOCIADOS A DISPNÉIA
Sintomas e Sinais de Hipoxemia
Achados Leve a moderada Grave
Respiratórios Taquipnéia
Dispnéia
Sudorese
Taquipnéia
Dispnéia
Cianose
Cardiovasculares Taquicardia
HAS leve
Vasoconstrição periférica
Taquicardia / bradicardia
Arritmias
Hipertensão / hipotensão
Neurológicos Inquietude
Ansiedade
Desorientação
Cefaléia
Sonolência, confusão
Visão borrada
Perda da coordenação motora
Convulsões
Coma
SINAIS E SINTOMAS ASSOCIADOS A DISPNÉIA
Sintomas e
Sinais de Hipercapnia
Achados Leve a moderada Grave
Respiratórios Taquipnéia
Dispnéia
Taquipnéia
Bradipnéia
Cardiovasculares Taquicardia
Hipertensão
Vasodilatação
Taquicardia
Hipertensão
Hipotensão
Neurológicos Sonolência
Letargia
Inquietude
Tremor
Fala arrastada
Cefaléia
Halucinações
Asterixis
Edema de papila
Convulsões
Coma
Outros Sudorese
Vermelhidão da pele
Sinais Associados a Dispnéia
Uso da
musculatura
acessória da
respiração
Tiragem
Respiração
com os
lábios semi-
fechados
Cianose
DISPNÉIA - CARACTERIZAÇÃO:
De esforço
ORTOPNÉIA – DISPNÉIA PAROXÍSTICA
NOTURNA
ORTOPNÉIA – DISPNÉIA PAROXÍSTICA NOTURNA –
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
DISPNÉIA - CARACTERIZAÇÃO:
Platipnéia - dispnéia em pé
Trepopnéia
DISPNÉIA - CARACTERIZAÇÃO:
RITMOS RESPIRATÓRIOS:
Padrão restritivo – baixos volumes e frequência aumentada
Escalas de dispnéia pontuais
DISPNÉIA - AVALIAÇÃO
Escalas de avaliação de impacto da dispnéia -
Medical Research Council
DIAGRAMA DE CUSTO DO OXIGÊNIO
Causas mais frequentes de dispnéia
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
Asma
Doenças difusas pulmonares
Tromboembolismo pulmonar
Síndromes coronarianas
Insuficiência cardíaca
Arritmias cardíacas
Anemia
Hipo/Hipertireoidismo
Acidose
Descondicionamento / exercício extenuante
Neurose de ansiedade
Gravidez
Altitude elevada
INVESTIGAÇÃO DE DISPNÉIA
- História e exame físico
- Oximetria / Gasometria arterial
- Radiologia simples do tórax
- Tomo Computadorizada do tórax de alta resolução
- Espirometria
- Hemograma
- Eletrocardiograma/Ecocardiograma/Teste
ergométrico/Holter 24 h/ Estudo hemodinâmico
- BNP ou NT-proBNP
- TSH, T4livre, T3
- Teste cardiopulmonar de exercício
- Cintilografia pulmonar / Arteriografia pulmonar
CONDUTA NA DISPNÉIA
-Tratar a causa ou causas
-Oxigenoterapia
-Opióides / benzodiazepínicos
-Reabilitação respiratória
-Vibração na parede torácica
- Heliox
- Furosemida inalatória
CONDUTA não farmacológica NA DISPNÉIA
-Posicionar confortavelmente o paciente: elevar o tronco
ou deitar sobre o lado doente
-Utilizar umidificador em caso de umidade baixa do ar (ar
condicionado)
-Reduzir a temperatura ambiente
-Eliminar irritantes, como fumaça ou Alérgenos
-Abrir janela par criar perspectiva de amplitude e
tranquilidade
-Brisa no rosto criada por janela aberta ou ventilador
-Respiração com os lábios semicerrados (assobiando)
-Técnicas de conservação de energia
-Períodos de ventilação não invasiva
FIMFIM

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Semioliga - Aula Sistema Respiratório (Básica)
Semioliga - Aula Sistema Respiratório (Básica)Semioliga - Aula Sistema Respiratório (Básica)
Semioliga - Aula Sistema Respiratório (Básica)Gustavo Oliveira
 
Exame físico do tórax
Exame físico do tórax Exame físico do tórax
Exame físico do tórax Paulo Alambert
 
Propedêutica torácica
Propedêutica torácicaPropedêutica torácica
Propedêutica torácicapauloalambert
 
Exame físico do Tórax
Exame físico do TóraxExame físico do Tórax
Exame físico do Tóraxpauloalambert
 
Semiologia vascular
Semiologia vascularSemiologia vascular
Semiologia vascularLAC
 
Exame Físico Cabeça e Pescoço
Exame Físico Cabeça e PescoçoExame Físico Cabeça e Pescoço
Exame Físico Cabeça e PescoçoPaulo Alambert
 
Fisiologia ventilação
Fisiologia ventilaçãoFisiologia ventilação
Fisiologia ventilaçãoFlávia Salame
 
Exame Físico Neurologico
Exame Físico NeurologicoExame Físico Neurologico
Exame Físico Neurologicoresenfe2013
 
Propedêutica pulmonar
Propedêutica pulmonarPropedêutica pulmonar
Propedêutica pulmonardapab
 
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...José Alexandre Pires de Almeida
 
Aula 07 fisiologia - mecanismos da respiração
Aula 07  fisiologia - mecanismos da respiraçãoAula 07  fisiologia - mecanismos da respiração
Aula 07 fisiologia - mecanismos da respiraçãoFlávia Salame
 
Avaliação Cardiovascular
Avaliação CardiovascularAvaliação Cardiovascular
Avaliação Cardiovascularresenfe2013
 
Aula de espirometria e revisão de fisiologia
Aula de espirometria e revisão de fisiologiaAula de espirometria e revisão de fisiologia
Aula de espirometria e revisão de fisiologiaFlávia Salame
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCCíntia Costa
 
Insuficiência Respiratória
Insuficiência RespiratóriaInsuficiência Respiratória
Insuficiência RespiratóriaFlávia Salame
 
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marchaAvaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marchaNatha Fisioterapia
 

Mais procurados (20)

Semioliga - Aula Sistema Respiratório (Básica)
Semioliga - Aula Sistema Respiratório (Básica)Semioliga - Aula Sistema Respiratório (Básica)
Semioliga - Aula Sistema Respiratório (Básica)
 
Exame físico do tórax
Exame físico do tórax Exame físico do tórax
Exame físico do tórax
 
Dispnéia 2014
Dispnéia 2014Dispnéia 2014
Dispnéia 2014
 
Propedêutica torácica
Propedêutica torácicaPropedêutica torácica
Propedêutica torácica
 
Exame físico do Tórax
Exame físico do TóraxExame físico do Tórax
Exame físico do Tórax
 
Semiologia vascular
Semiologia vascularSemiologia vascular
Semiologia vascular
 
Exame Físico Cabeça e Pescoço
Exame Físico Cabeça e PescoçoExame Físico Cabeça e Pescoço
Exame Físico Cabeça e Pescoço
 
Fisiologia ventilação
Fisiologia ventilaçãoFisiologia ventilação
Fisiologia ventilação
 
Exame Físico Neurologico
Exame Físico NeurologicoExame Físico Neurologico
Exame Físico Neurologico
 
Propedêutica pulmonar
Propedêutica pulmonarPropedêutica pulmonar
Propedêutica pulmonar
 
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e Síndrome do Desconforto Respiratóri...
 
Aula 07 fisiologia - mecanismos da respiração
Aula 07  fisiologia - mecanismos da respiraçãoAula 07  fisiologia - mecanismos da respiração
Aula 07 fisiologia - mecanismos da respiração
 
Reabilitação cardíaca
Reabilitação cardíacaReabilitação cardíaca
Reabilitação cardíaca
 
Icc Fisioterapia Hospitalar
Icc Fisioterapia HospitalarIcc Fisioterapia Hospitalar
Icc Fisioterapia Hospitalar
 
Avaliação Cardiovascular
Avaliação CardiovascularAvaliação Cardiovascular
Avaliação Cardiovascular
 
Aula de espirometria e revisão de fisiologia
Aula de espirometria e revisão de fisiologiaAula de espirometria e revisão de fisiologia
Aula de espirometria e revisão de fisiologia
 
exame neurologico blog nona
exame neurologico blog nonaexame neurologico blog nona
exame neurologico blog nona
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
 
Insuficiência Respiratória
Insuficiência RespiratóriaInsuficiência Respiratória
Insuficiência Respiratória
 
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marchaAvaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
Avaliacao sensorial, funcao motora, coordenacao e marcha
 

Destaque

Síndromes respiratórias
Síndromes respiratórias Síndromes respiratórias
Síndromes respiratórias Paulo Alambert
 
Anamnese neurológica
Anamnese neurológicaAnamnese neurológica
Anamnese neurológicapauloalambert
 
Técnicas de Conservação de Energia
Técnicas de Conservação de EnergiaTécnicas de Conservação de Energia
Técnicas de Conservação de Energiaeccifafe
 
Prog prop 2015 2º s b
Prog prop 2015 2º s bProg prop 2015 2º s b
Prog prop 2015 2º s bPaulo Alambert
 
Funções corticais 2015
Funções corticais 2015Funções corticais 2015
Funções corticais 2015Paulo Alambert
 
Sensibilidade 15 (1)
Sensibilidade 15 (1)Sensibilidade 15 (1)
Sensibilidade 15 (1)pauloalambert
 
Síndromes Diarréicas
Síndromes DiarréicasSíndromes Diarréicas
Síndromes DiarréicasPaulo Alambert
 
Ruídos cardíacos 2ª parte
Ruídos cardíacos 2ª parteRuídos cardíacos 2ª parte
Ruídos cardíacos 2ª partepauloalambert
 
Taquicardia e Bradicardia
Taquicardia e BradicardiaTaquicardia e Bradicardia
Taquicardia e BradicardiaCesinha Silva
 
Exame físico abdome I
Exame físico abdome IExame físico abdome I
Exame físico abdome Ipauloalambert
 
Sinais meningorradiculares 15
Sinais meningorradiculares 15Sinais meningorradiculares 15
Sinais meningorradiculares 15Paulo Alambert
 
Arritmias - Bradicardia e Taquicardia
Arritmias - Bradicardia e TaquicardiaArritmias - Bradicardia e Taquicardia
Arritmias - Bradicardia e TaquicardiaSthefanyBlacutt
 
Insuficiência hepática
Insuficiência hepáticaInsuficiência hepática
Insuficiência hepáticaPaulo Alambert
 
Semiologia das arritmias
Semiologia das arritmiasSemiologia das arritmias
Semiologia das arritmiaspauloalambert
 

Destaque (20)

Síndromes respiratórias
Síndromes respiratórias Síndromes respiratórias
Síndromes respiratórias
 
Exame neurológico
Exame neurológicoExame neurológico
Exame neurológico
 
Anamnese neurológica
Anamnese neurológicaAnamnese neurológica
Anamnese neurológica
 
Técnicas de Conservação de Energia
Técnicas de Conservação de EnergiaTécnicas de Conservação de Energia
Técnicas de Conservação de Energia
 
Prog prop 2015 2º s b
Prog prop 2015 2º s bProg prop 2015 2º s b
Prog prop 2015 2º s b
 
Funções corticais 2015
Funções corticais 2015Funções corticais 2015
Funções corticais 2015
 
Sensibilidade 15 (1)
Sensibilidade 15 (1)Sensibilidade 15 (1)
Sensibilidade 15 (1)
 
Síndromes Diarréicas
Síndromes DiarréicasSíndromes Diarréicas
Síndromes Diarréicas
 
Nervos Cranianos
Nervos CranianosNervos Cranianos
Nervos Cranianos
 
Coordenação
CoordenaçãoCoordenação
Coordenação
 
Ruídos cardíacos 2ª parte
Ruídos cardíacos 2ª parteRuídos cardíacos 2ª parte
Ruídos cardíacos 2ª parte
 
Dor torácica
Dor torácicaDor torácica
Dor torácica
 
Taquicardia e Bradicardia
Taquicardia e BradicardiaTaquicardia e Bradicardia
Taquicardia e Bradicardia
 
Exame físico abdome I
Exame físico abdome IExame físico abdome I
Exame físico abdome I
 
Sinais meningorradiculares 15
Sinais meningorradiculares 15Sinais meningorradiculares 15
Sinais meningorradiculares 15
 
Cianose 2017
Cianose 2017Cianose 2017
Cianose 2017
 
Cianose 2012
Cianose 2012Cianose 2012
Cianose 2012
 
Arritmias - Bradicardia e Taquicardia
Arritmias - Bradicardia e TaquicardiaArritmias - Bradicardia e Taquicardia
Arritmias - Bradicardia e Taquicardia
 
Insuficiência hepática
Insuficiência hepáticaInsuficiência hepática
Insuficiência hepática
 
Semiologia das arritmias
Semiologia das arritmiasSemiologia das arritmias
Semiologia das arritmias
 

Semelhante a Dispnéia 2015 3o ano

Apresentação hiperventilação
Apresentação hiperventilaçãoApresentação hiperventilação
Apresentação hiperventilaçãoGabriella Lourenço
 
Trabalho NúCleo Orientado Ii
Trabalho NúCleo Orientado IiTrabalho NúCleo Orientado Ii
Trabalho NúCleo Orientado Iibiacastro
 
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de Enfermagem
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de EnfermagemAula sobre ANSIEDADE & Cuidados de Enfermagem
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de EnfermagemCarlosLinsJr
 
11963700 cadernao-de-semiologia[1][1]
11963700 cadernao-de-semiologia[1][1]11963700 cadernao-de-semiologia[1][1]
11963700 cadernao-de-semiologia[1][1]Virginia Scalia
 
Apresentação_ de_ psicologia_ Estresse ocupacional
Apresentação_ de_ psicologia_ Estresse ocupacionalApresentação_ de_ psicologia_ Estresse ocupacional
Apresentação_ de_ psicologia_ Estresse ocupacionalEversonLima23
 
Distúrbios pulmonares obstrutivos crônicos
Distúrbios pulmonares obstrutivos crônicosDistúrbios pulmonares obstrutivos crônicos
Distúrbios pulmonares obstrutivos crônicosNaiara Wonghon
 
1º Aula -URGÊNCIAS & EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS.pdf
1º Aula -URGÊNCIAS & EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS.pdf1º Aula -URGÊNCIAS & EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS.pdf
1º Aula -URGÊNCIAS & EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS.pdfEduardoMachado69756
 
Neuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary PortugueseNeuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary PortugueseClaudio Pericles
 
Neuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary PortugueseNeuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary PortugueseClaudio Pericles
 
Aula 15 Fibromialgia
Aula 15   FibromialgiaAula 15   Fibromialgia
Aula 15 Fibromialgiaguest70ec8b
 
Protocolo sala de emergência
Protocolo sala de emergênciaProtocolo sala de emergência
Protocolo sala de emergênciaDeivid1990
 

Semelhante a Dispnéia 2015 3o ano (20)

Dispnéia 2017
Dispnéia 2017Dispnéia 2017
Dispnéia 2017
 
Nervos cranianos – i par
Nervos cranianos – i parNervos cranianos – i par
Nervos cranianos – i par
 
Apresentação hiperventilação
Apresentação hiperventilaçãoApresentação hiperventilação
Apresentação hiperventilação
 
TOC E ANSIEDDE.pptx
TOC E ANSIEDDE.pptxTOC E ANSIEDDE.pptx
TOC E ANSIEDDE.pptx
 
Trabalho NúCleo Orientado Ii
Trabalho NúCleo Orientado IiTrabalho NúCleo Orientado Ii
Trabalho NúCleo Orientado Ii
 
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de Enfermagem
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de EnfermagemAula sobre ANSIEDADE & Cuidados de Enfermagem
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de Enfermagem
 
aulas
 aulas aulas
aulas
 
11963700 cadernao-de-semiologia[1][1]
11963700 cadernao-de-semiologia[1][1]11963700 cadernao-de-semiologia[1][1]
11963700 cadernao-de-semiologia[1][1]
 
Apresentação_ de_ psicologia_ Estresse ocupacional
Apresentação_ de_ psicologia_ Estresse ocupacionalApresentação_ de_ psicologia_ Estresse ocupacional
Apresentação_ de_ psicologia_ Estresse ocupacional
 
Distúrbios pulmonares obstrutivos crônicos
Distúrbios pulmonares obstrutivos crônicosDistúrbios pulmonares obstrutivos crônicos
Distúrbios pulmonares obstrutivos crônicos
 
1º Aula -URGÊNCIAS & EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS.pdf
1º Aula -URGÊNCIAS & EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS.pdf1º Aula -URGÊNCIAS & EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS.pdf
1º Aula -URGÊNCIAS & EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS.pdf
 
Neuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary PortugueseNeuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary Portuguese
 
Neuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary PortugueseNeuropathic Pain Summary Portuguese
Neuropathic Pain Summary Portuguese
 
Aula 15 Fibromialgia
Aula 15   FibromialgiaAula 15   Fibromialgia
Aula 15 Fibromialgia
 
Melhorado, aprenda dpoc 2010
Melhorado, aprenda dpoc 2010Melhorado, aprenda dpoc 2010
Melhorado, aprenda dpoc 2010
 
fibromialgia
fibromialgiafibromialgia
fibromialgia
 
Fibromialgia
Fibromialgia Fibromialgia
Fibromialgia
 
Protocolo sala de emergência
Protocolo sala de emergênciaProtocolo sala de emergência
Protocolo sala de emergência
 
Anamnese prática
Anamnese práticaAnamnese prática
Anamnese prática
 
Anamnese prática
Anamnese prática Anamnese prática
Anamnese prática
 

Mais de pauloalambert (20)

Dtp 16 21 sp
Dtp 16 21 spDtp 16 21 sp
Dtp 16 21 sp
 
Dtp 15 21 sp
Dtp 15 21 spDtp 15 21 sp
Dtp 15 21 sp
 
Dtp 14 21 sp
Dtp 14 21 spDtp 14 21 sp
Dtp 14 21 sp
 
Dtp 13 21 sp
Dtp 13 21 spDtp 13 21 sp
Dtp 13 21 sp
 
Dtp 12 21 sp
Dtp 12 21 spDtp 12 21 sp
Dtp 12 21 sp
 
Dtp 11 21 sp
Dtp 11 21 spDtp 11 21 sp
Dtp 11 21 sp
 
Dtp 10 21 sp
Dtp 10 21 spDtp 10 21 sp
Dtp 10 21 sp
 
Dtp 09 21 sp
Dtp 09 21 spDtp 09 21 sp
Dtp 09 21 sp
 
DTP 08 21 SP
DTP 08 21 SPDTP 08 21 SP
DTP 08 21 SP
 
DTP 07 21
DTP 07 21DTP 07 21
DTP 07 21
 
DTP 06 21 SP
DTP 06 21 SPDTP 06 21 SP
DTP 06 21 SP
 
DTP 05 21 sp
DTP 05 21 spDTP 05 21 sp
DTP 05 21 sp
 
DTP 0421
DTP 0421DTP 0421
DTP 0421
 
DTP0321 SP
DTP0321 SPDTP0321 SP
DTP0321 SP
 
DTP 0221
DTP 0221DTP 0221
DTP 0221
 
DTP 0221
DTP 0221DTP 0221
DTP 0221
 
DTP 0121 SP
DTP 0121 SPDTP 0121 SP
DTP 0121 SP
 
Folha Cornell
Folha CornellFolha Cornell
Folha Cornell
 
Sinais meningeos 20
Sinais meningeos 20Sinais meningeos 20
Sinais meningeos 20
 
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAISANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
 

Dispnéia 2015 3o ano

  • 2. CONCEITO: American Thoracic Society (Consenso 2012) “ Termo usado para caracterizar uma experiência subjetiva de desconforto respiratório que inclui sensações qualitativamente distintas que variam de intensidade. Essa experiência se origina de interações entre fatores fisiológicos , psicológicos, sociais e ambientais, podendo induzir respostas secundárias fisiológicas e comportamentais.” Parshall MB, Schwartzstein RM, Adams L, et al.
  • 3. DISPNÉIA – SIGNIFICADO DO TERMO: Dispnéia = respiração ruim (do grego dys + pnoia) A respiração é um ato em geral inconsciente O ATO DE RESPIRAR TORNA-SE CONSCIENTE EM MUITAS SITUAÇÕES, PRINCIPALMENTE DE DOENÇA . QUANDO O ATO DE RESPIRAR DESPERTA SENSAÇÕES DESAGRADÁVEIS , ESTÁ PRESENTE DISPNÉIA
  • 4. DISPNÉIA Compreende dois componentes: Uma “sensação” (ativação neural resultando do estímulo de um receptor) e uma “percepção” ( a reação do indivíduo a essa sensação) Sensação de dispnéia: respiração “desagradável” Percepção da dispnéia: intensidade do desagrado Tipos diferentes de estímulo despertam sensações diferentes (?). A percepção (intensidade) também varia com o tipo de estímulo
  • 5. TERMOS ALTERNATIVOS : Engloba sensações qualitativamente distintas Respiração difícil / cansada / trabalhosa / pesada Abafamento / Sufocação Fome de ar Aperto no peito / Aperto na garganta A quantidade de ar que entra não é suficiente O termo dispnéia não é usado pelos pacientes
  • 6. Sensações descritas em diferentes situações clínicas
  • 7. DISPNÉIA: A sensação de dispnéia é mais percebido num contexto de doença e repouso do que após exercício intenso em indivíduo normal Falha em detectar cargas mecânicas ou alterações nas trocas gasosas é fator de risco para mortalidade em asma Aumento na sensibilidade está presente na crise de ansiedade e no desconforto respiratório do sedentário
  • 8. DISPNÉIA: Características: Experiência sensorial / perceptual Distress afetivo influencia Há impacto sintoma/doença e doença/sintoma
  • 9. FISIOPATOLOGIA O sistema respiratório tem como função principal as trocas gasosas. É fácil entender que prejuízo à oxigenação , bem como acidose respiratória causem dispnéia. Porém trata-se de fenômeno mais complexo, com participação de vários estímulos não só químicos, como mecânicos a partir das vias aéreas superiores e parede torácica, além dos pulmões, com resposta modulada pelo sistema nervoso central
  • 10.
  • 14. DISPNÉIA: Sintoma e sinal (?) Queixa comum Frequentemente relacionada com doenças graves preditor de mortalidade e necessidade de internação Associada com limitações importantes das atividades físicas e sociais Associada com má qualidade de vida Também ligada ao condicionamento físico e ao estado emocional
  • 15. DISPNÉIA: Avaliação: História detalhada é necessária O relato do paciente pode ser muito subjetivo Usar o termo dispnéia implica em observar o paciente Não há biomarcador para dispnéia Não há teste diagnóstico específico para dispnéia
  • 16. DISPNÉIA : Avaliação: Início – quando e em que hora Modo de instalação e Intensidade Duração Fatores desencadeantes Número de crises e periodicidade Sintomas paralelos Fatores de melhora
  • 17. SINAIS ASSOCIADOS A DISPNÉIASINAIS ASSOCIADOS A DISPNÉIA OBSTRUÇÃO COMPLETA DAS VIAS AÉREAS SUPERIORESOBSTRUÇÃO COMPLETA DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES • AgitaçãoAgitação • Mãos no pescoçoMãos no pescoço • Ausência de ventilaçãoAusência de ventilação • Incapacidade de falarIncapacidade de falar • Incapacidade de tossirIncapacidade de tossir • Cianose rapidamenteCianose rapidamente progressivaprogressiva • Perda de consciênciaPerda de consciência • Várias causasVárias causas
  • 18. SINAIS E SINTOMAS ASSOCIADOS A DISPNÉIA Sintomas e Sinais de Hipoxemia Achados Leve a moderada Grave Respiratórios Taquipnéia Dispnéia Sudorese Taquipnéia Dispnéia Cianose Cardiovasculares Taquicardia HAS leve Vasoconstrição periférica Taquicardia / bradicardia Arritmias Hipertensão / hipotensão Neurológicos Inquietude Ansiedade Desorientação Cefaléia Sonolência, confusão Visão borrada Perda da coordenação motora Convulsões Coma
  • 19. SINAIS E SINTOMAS ASSOCIADOS A DISPNÉIA Sintomas e Sinais de Hipercapnia Achados Leve a moderada Grave Respiratórios Taquipnéia Dispnéia Taquipnéia Bradipnéia Cardiovasculares Taquicardia Hipertensão Vasodilatação Taquicardia Hipertensão Hipotensão Neurológicos Sonolência Letargia Inquietude Tremor Fala arrastada Cefaléia Halucinações Asterixis Edema de papila Convulsões Coma Outros Sudorese Vermelhidão da pele
  • 20. Sinais Associados a Dispnéia Uso da musculatura acessória da respiração Tiragem Respiração com os lábios semi- fechados Cianose
  • 22. ORTOPNÉIA – DISPNÉIA PAROXÍSTICA NOTURNA
  • 23. ORTOPNÉIA – DISPNÉIA PAROXÍSTICA NOTURNA – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
  • 24. DISPNÉIA - CARACTERIZAÇÃO: Platipnéia - dispnéia em pé Trepopnéia
  • 25. DISPNÉIA - CARACTERIZAÇÃO: RITMOS RESPIRATÓRIOS: Padrão restritivo – baixos volumes e frequência aumentada
  • 26. Escalas de dispnéia pontuais DISPNÉIA - AVALIAÇÃO
  • 27. Escalas de avaliação de impacto da dispnéia - Medical Research Council
  • 28. DIAGRAMA DE CUSTO DO OXIGÊNIO
  • 29. Causas mais frequentes de dispnéia Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) Asma Doenças difusas pulmonares Tromboembolismo pulmonar Síndromes coronarianas Insuficiência cardíaca Arritmias cardíacas Anemia Hipo/Hipertireoidismo Acidose Descondicionamento / exercício extenuante Neurose de ansiedade Gravidez Altitude elevada
  • 30. INVESTIGAÇÃO DE DISPNÉIA - História e exame físico - Oximetria / Gasometria arterial - Radiologia simples do tórax - Tomo Computadorizada do tórax de alta resolução - Espirometria - Hemograma - Eletrocardiograma/Ecocardiograma/Teste ergométrico/Holter 24 h/ Estudo hemodinâmico - BNP ou NT-proBNP - TSH, T4livre, T3 - Teste cardiopulmonar de exercício - Cintilografia pulmonar / Arteriografia pulmonar
  • 31. CONDUTA NA DISPNÉIA -Tratar a causa ou causas -Oxigenoterapia -Opióides / benzodiazepínicos -Reabilitação respiratória -Vibração na parede torácica - Heliox - Furosemida inalatória
  • 32. CONDUTA não farmacológica NA DISPNÉIA -Posicionar confortavelmente o paciente: elevar o tronco ou deitar sobre o lado doente -Utilizar umidificador em caso de umidade baixa do ar (ar condicionado) -Reduzir a temperatura ambiente -Eliminar irritantes, como fumaça ou Alérgenos -Abrir janela par criar perspectiva de amplitude e tranquilidade -Brisa no rosto criada por janela aberta ou ventilador -Respiração com os lábios semicerrados (assobiando) -Técnicas de conservação de energia -Períodos de ventilação não invasiva