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Universidade de Caxias do Sul
                      Centro de Ciências da Comunicação
                          Curso de Comunicação Social
                  Disciplina: Introdução à Comunicação Social
                     Professora: Ms. Silvana Padilha Flores
Acadêmicos: Daniela Castilhos; Luana Pessoa, Nestor Copeli; Paula Wegner; Vanessa
                                    da Cunha




             Jornal Contemporaneidade




                        Caxias do Sul, 28 de abril de 2010



                                                                                1
Índice

Introdução..........................................................................................................................3
Jornalismo e sua Evolução.................................................................................................4
Produção Jornalística e Sociedade Contemporânea...........................................................5
A                   Diferença                               de                          Literatura                              para
Jornalismo.........................................................................6
Comunicação e Complexidade...........................................................................................8
Narradores e Leitores da Contemporaneidade...................................................................8
Jornalista-Leitor do Mundo Contemporâneo....................................................................10
Espaço Público Contemporâneo.......................................................................................11
Jornal enquanto Veículo de Comunicação.......................................................................13
Jornalismo na era da internet............................................................................................14
Jornal Pioneiro..................................................................................................................15
Considerações Finais........................................................................................................17
Referência Bibliográfica...................................................................................................18



Resumo

A informação no mundo de hoje é muito importante e a forma como ela é divulgada é
primordial para o receptor e principalmente para quem a escreve. Assim, com o intuito
de apresentar o jornal contemporaneidade para a disciplina de Introdução a
Comunicação Social, este trabalho aborda a linguagem do jornalismo, como ele é feito,
suas matérias, reportagens e faz uma viagem entre o passado e o futuro do jornal
impresso. Um trabalho que faz da história do jornalismo o jornal de hoje.


Palavras-chave: Jornal Contemporaneidade, linguagem, jornal impresso.




Abstract


The information in today's world is very important and how it is distributed is vital for
the receiver and especially to those who write. Thus, in order to present the
contemporary newspaper for discipline Introduction to Mass Media, this paper addresses
the language of journalism, how it is done, the materials, reports and makes a journey
between past and future of the printed newspaper. A job that makes the history of
journalism today's newspaper.


Keywords: Journal Contemporary, language, printed newspaper.


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Introdução

       O objetivo principal deste trabalho é o jornalismo na contemporaneidade. O
trabalho apresentado a seguir tem como compromisso relatar o modo e maneiras que são
fundamentais para a circulação da informação nos meios de comunicação
contemporânea. Buscando a afirmação em fatos da história jornalística. Estamos no ano
de 2010, o jornal impresso ainda vive entre as tecnologias, assim sendo, os últimos 15
anos tornam-se os mais importantes no mundo da comunicação, pelo fato da internet
estar inserida na forma de fazer jornalismo. Hoje não podemos falar de jornal
contemporâneo sem comentar sobre o surgimento da internet e todas suas
funcionalidades e facilidades para os meios da comunicação. Meios estes que são
fundamentais para a dinâmica desta sociedade. Dinâmica esta que faz com que o
jornalismo impresso, virtual e televisivo esteja sempre se atualizando, em busca da
informação e correndo contra o tempo, o que sempre é um risco.
       O jornalismo sobrevive através do tempo lutando contra si e ao mesmo tempo
por unir forças com as novas maneiras de informar para seguir vivo e forte. Também, a
sociedade é importante para que as atividades jornalísticas passem por todas as
modificações necessárias para se fortalecer entre os meios de comunicações. Com tudo,
motivo para falar de jornal contemporâneo não faltam, assim sendo, os ingredientes para
este trabalho estão apresentados.




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Jornalismo e sua Evolução

       Desde Roma, 59 A.C que a informação circula entre os povos. Acta Diurna de
Julio César é o mais antigo “jornal” que se conhece. Utilizado para informar sobre os
importantes acontecimentos da época. No século VIII a China conheceu seus primeiros
jornais que surgiram em Pequim sob a forma de boletins escritos à mão. A grande
revolução no jornal acontece em 1447, quando Johann Gutenberg apresenta sua
invenção para o mundo, a prensa. Durante o final do século XV os boletins eram os
meios de comunicação que circula pelas cidades da Europa. Na primeira metade do
século XVII, os jornais começaram a surgir como publicações periódicas e freqüentes.
       Os primeiros jornais modernos foram produto de países da Europa ocidental,
como a Alemanha (que publicou o Avisa Relation oder Zeitung em 1609), a França
(Gazette em 1631), a Bélgica (Nieuwe Tijdingen em 1616) e a Inglaterra (o London
Gazette, fundado em 1665, ainda hoje publicado como diário oficial do Judiciário).
Esses jornais traziam principalmente notícias da Europa e, ocasionalmente, incluíam
informações vindas da América ou Ásia. Somente a partir da segunda metade do século
XVII os jornais começaram a focalizar mais informações locais, entanto a censura era
forte sobre os jornais. Em 1884 com a invenção do telégrafo a imprensa escrita passou
por uma transformação, naquela situação as informações eram transmitidas, agora, em
questão de minutos. Em meados do século XIX os jornais tornaram se os principais
veículos de divulgação e recebimento de informação. O período entre 1890 e 1920 é
conhecido como “anos dourados” da mídia, seus barões eram William Randolph Hearst,
Joseph Pulitzer, e Lorde Northcliffe que construíram gigantescos impérios editoriais.
       O jornal foi por muito tempo o principal meio de atividades jornalisticas. Em
1900 o jornal dá força para a divulgação de propagandas e nos anos 20 surge mais uma
mídia, o rádio, fazendo com que os jornais tivesse de se reavaliar como principal meio
de informação da sociedade para concorrer com a nova tecnologia da época. As editorias
e o formato dos jornais mudaram tornado-se mais atraentes e os textos mais
aprofundados nos assuntos.
       Atualmente a revolução tecnológica, diariamente gera novos desafios e
oportunidades para a mídia tradicional. O volume e a atualização de informações na
Internet não têm paralelo, mas isso não decretou o fim da relevância dos jornais. Os
jornais em papel continuam sendo veículos populares e poderosos no relato e análise dos
eventos que afetam nossas vidas.



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Produção Jornalística e Sociedade Contemporânea


       Traquina (2005) descreve produção jornalística como o processo que envolve
desde a seleção dos acontecimentos até sua construção final da notícia. Entre essas
etapas encontra-se o conceito valores-notícia. Baseado nos fundamentos de Wolf confere
que os valores-notícias fazem parte de todos os processos da produção jornalística.


Para Wolf, os valores-notícia de seleção referem-se aos critérios que os jornalistas
utilizam na seleção dos acontecimentos, isto é, na decisão de escolher um
acontecimento como candidato à sua transformação em notícia e esquecer outro
acontecimento. Os valores-notícia de seleção estão divididos em dois subgrupos: a) os
critérios substantivos que dizem respeito à avaliação direta dos acontecimentos em
termos de sua importância e interesse como notícia, e b) os critérios contextuais que
dizem respeito ao contexto de produção da notícia. Os valores-notícia de construção
são qualidades da sua construção como notícia e funcionam como linhas guia para a
apresentação do material, sugerindo o que deve ser realçado, o que deve ser omitido, o
que deve ser prioritário na construção do acontecimento como notícia (TRAQUINA,
2005, p.78.)

       Em cada uma das fases do processo há diferentes categorias de valores-notícia.
Critérios substantivos na seleção estão: notoriedade, proximidade, relevância, novidade,
tempo, notabilidade, inesperado, conflito (controvérsia) e infração (escândalo). Entre
critérios contextuais na seleção estão: disponibilidade, equilíbrio, visualidade,
concorrência e dia noticioso. A construção envolve os seguintes valores-notícia:
simplificação, amplificação, relevância, personalização, dramatização e consonância.
Para o autor, embora o leque de valores-notícias seja muito amplo e o conteúdo das
categorias possa mudar de acordo com o tempo, momento histórico e espaço
(localidade), temas que envolvem catástrofes, fatos inusitados, guerra, violência,
celebridade e morte se repetem ao longo da história do jornalismo.
       O processo de produção jornalística é amplo e inicia-se no momento da seleção
do que é notícia passando pela construção até a publicação. Esse processo envolve
muitos conceitos e práticas que envolvem o mundo do jornalismo. E a apuração não é
simplesmente técnica, ela está intrinsecamente relacionada à ética, ao interesse público,
à responsabilidade social, ao compromisso com a informação, à veracidade, ao público,
e principalmente, ao exercício diário da profissão.
       Da imprensa à internet foram aproximadamente cinco séculos de história,
envolvendo transformações políticas, econômicas, sociais, culturais e tecnológicas. Com



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a internet, o processo de informar deixou de se linear. Enquanto informar é produzir e
transmitir mensagens, a comunicação implica um processo de apropriação, de relação
entre emissor, mensagem e receptor.
       Comunicar não é um ato simples, envolve a complexidade do receptor. Na
sociedade contemporânea tornou-se difícil identificar se o receptor absorve a mensagem
que realmente foi emitida pelo emissor. A mesma mensagem dirigida para milhares de
pessoas não é recebida da mesma forma por todas.
       O jornalismo e a sociedade estão ligados. De acordo com Bourdieu (1997), o
jornalista é um funcionário da humanidade, sua função é manter a sociedade informada.
A sua função é tornar publica a informação. O jornalismo é uma atividade intelectual e
não tecnicista. Cabe ao jornalista entender a sociedade qual atua e conhecer o perfil do
público. Traquina (2005, p. 190) define os jornalistas como uma comunidade
transnacional, espalhada pelo mundo.


(...) a comunidade jornalística é uma transnacional em que os jornalistas nos diversos
países partilham valores-notícias semelhantes e toda uma cultura profissional. Os
dados empíricos apontam para o fato de que os jornalistas partilham, com variações de
intensidade, um sistema de valores que fornece uma identidade clara do profissional, de
tal modo que tribo jornalística é transnacional.

       As definições do que é notícia estão relacionados ao momento histórico e a
definição da noticiabilidade de algo. O tempo sempre foi e ainda é uma das principais
preocupações do jornalismo. O relógio é o seu termômetro diário, e aliado, na
contemporaneidade, á concorrência frenética. O fato tempo condiciona todo o processo
de produção das notícias. Todas as nuances da sociedade atual, globalização, tecnologia,
convergência de mídias, públicos diversos, concorrência apurada, repercutem no
exercício diário da prática jornalística.


A Diferença entre Literatura e Jornalismo


       Como disse Simone de Beauvoir, “não se nasce jornalista, torna-se jornalista”.
Fidalgo (2008, p.11) mostra que no ato do fazer também se desenvolve um saber “a
investigação pode nascer da própria prática e ser reclamada por ela”. O conhecimento
também pode nascer do estudo da prática na busca de aprimorá-la ou conceituá-la. O
autor argumenta sobre a importância da prática na aprendizagem do jornalismo, como



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um saber profissional. É nesta logística que pode ser pensado o processo de apuração da
notícia. Uma informação mal apurada gera uma informação errada, que na sociedade em
rede pode ter grandes repercussões. Os métodos de apuração e verificação da cultura
jornalística foram aprendidos na prática e não são generalizados nem sistematizados.
Para Pereira Junior (2006, p. 71) a apuração e a investigação da informação são o que
diferenciam o jornalismo da literatura.


A notícia é construída no cuidado com a verificação, sobre o alicerce do levantamento
de informações. Mas, como toda matéria é calcada em mediações e discursos
(entrevistas, relatos, interpretações de documentos, provas e contraprovas) uma voz
anularia a outra, caso não houvesse evidência “consistente”.

       A notícia espelha a realidade. A apuração implica na verificação dos fatos. O
jornalista é um contador de histórias reais e ele depende de interlocutores, “produtores”
de informação, que auxiliam na construção desta realidade. Para que a construção da
realidade torne-se o mais próximo possível do que realmente aconteceu, o jornalista
deve seguir alguns procedimentos nos processo de apuração da informação, que devem
ser sistemáticos e com fundamento. O método a seguir explica em quatro etapas a
correta maneira de planejar a apuração ou verificação, segundo Pereira Junior (2006).
São elas: elaboração da pauta, pré-produção, produção e pós-produção.
• A elaboração da pauta corresponde ao primeiro contato com a construção da
informação. Definem-se as possíveis fontes, pesquisa de dados sobre o assunto, pesquisa
de informações correlatas e se há documentos sobre o tema. Lage (2003) mostra que as
fontes podem ser pessoais, institucionais ou documentais. A pauta oferece também o
direcionamento da notícia de acordo com o que foi determinado na reunião de pauta e
em consonância com a linha editorial do veículo.
• Na pré-produção, o jornalista irá analisar as fontes quanto à credibilidade,
representatividade, relações com o fato, o real valor da informação da fonte para o
público e o real interesse da fonte. Antes de abordar as fontes principais, o jornalista
deve levantar informações sobre elas e sobre o tema por meio de fontes secundárias e
documentos. Fontes não oficiais também devem ser ouvidas. Para Lage (2003) sempre
ao consultar a fonte, o jornalista deve pensar em duas questões: qual o interesse dele em
me informar isso? E por que ele não teria interesse em inventar algo?
• Produção, momento em que o jornalista deve detectar possíveis erros, verificar o que
está faltando e a precisão das informações oferecidas pelas fontes. É importante conferir


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novamente os dados, pois podem passar erros. O jornalista deve consultar todos os lados
interessados no fato. Os dados levantados devem ser conferidos com outras fontes.
• A pós-produção refere-se à redação final e produção visual (quando necessário).
       Entre outros autores temos os exemplos também de Kovach e Rosenstiel (2004,
p. 123) que definem cinco conceitos básicos para verificação da informação: “1. Nunca
acrescente nada que não exista. 2. Nunca engane o público. 3. Seja o mais transparente
possível sobre os seus métodos e motivos. 4. Confie só no seu próprio trabalho de
reportagem. 5. Seja humilde.”
       O processo de apuração demanda tempo, para se refletir as propostas e inserir o
aprendizado jornalístico como construção da história, do conhecimento da sociedade,
pois a comunicação transforma-se em um possível meio de consenso do sentido do
mundo social.


Comunicação e Complexidade


       Dessa forma, a reflexão sobre a Comunicação Social tendo o jornal enquanto
meio de comunicação como pano de fundo, parte do pressuposto de que tanto o veículo
jornal quanto o jornalista sejam, na contemporaneidade, articuladores - concomitantes à
existência de vários outros - das relações sociais que se estabelecem no espaço público
contemporâneo, fator que também nos obriga a repensar a relação sujeito/objeto. Além
disso, qualquer movimento no sentido de fazer desse veículo um ato comunicativo
implica uma série de acontecimentos que, contextualizados, geram significados que dão
ao próprio jornal lugar de relevância no contexto narrativo contemporâneo. Contexto
complexo, rico em variáveis comunicacional que, muitas vezes, parece inviabilizar uma
ação comunicativa integradora, inserindo a Comunicação Social no amplo espectro das
manifestações textuais que expressam a contemporaneidade. Há que se entender a
comunicação em estado processual, nunca estanque. Assim, um redimensionamento do
fenômeno comunicacional requer trabalhar com a noção de troca, inerente à própria
ação comunicativa.


Narradores e Leitores: Sujeitos da Contemporaneidade


       A rigidez imposta pelos modelos teóricos de comunicação parece justificar-se na
hipótese, e na impossível missão, de ter o processo controlado. Para que o processo de


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comunicação seja de fato constituído por sujeitos produtores, que podem exercer os
papéis, concomitantemente, de emissores e receptores, dignos de serem vozes que
expressam e reformulam saberes da contemporaneidade. A comunicação e o processo
em que ela se dá, desse modo, corporificam-se numa atitude muito menos teórica do que
prática.
       Entender o processo de comunicação como dinâmica na qual se dá a ação em si,
ainda que possa parecer estar fazendo chover no molhado, é bastante significativo. Para
Morin, a subjetividade só pode ser pensada dentro de uma rede - tecida por fios
significantes que se juntam formando novos significados, a cada ponto que para ele, não
são nós. O autor defende a racionalidade que, contrária à racionalização, faz-se crítica e
argumentativa. A reforma de pensamento que é por ele proposta não busca soluções
totalizantes, nem conclusivas ou deterministas. Ele acredita na incerteza, no
imprevisível, no acaso fundador, no imponderável como instrumentos de reflexão que
ajudam a compreender a sociedade contemporânea. Ele preocupa-se com o modo como
tem sido organizado o conhecimento: linear, sistemático. A leitura que se tem feito do
mundo não apreende a complexidade do real. A complexidade do real não pode ser
absorvida por processos de exclusão, mas pela noção de integração, movimento que dá
significado menor.
       A própria relação estabelecida pelos sujeitos da ação comunicativa: o emissor e
o receptor. Os dois sujeitos - aqui, voltando a Touraine, penso ser necessário marcar a
palavra “sujeitos” - distinguem-se pela alteridade, qualidade que lhes é intrínseca, e
complementam-se pelo próprio fato de serem a expressão do mundo que vive. O eu
emissor/receptor concebe o mundo que o concebe, lê o mundo que vive, fala do mundo
que lê. Desse modo, a operacionalização da comunicação, quando verdadeiramente
reflete o complexo ato de estar no mundo, demanda a compreensão de que os sujeitos
contemporâneos, ao produzirem os atos comunicativos, estão também, reproduzindo as
visões que têm do mundo, visões essas que nascem de leituras outras. Requer mais
ainda, que se compreenda que as histórias contemporâneas são multifocais, pois são
tecidas a partir de pluralidades narrativas que se fazem presente no cotidiano, e porque
não dizer na alma, dos seus contadores. E, para que a prática não se distancie dessa
realidade, faz-se necessário que a comunicação seja ao mesmo tempo a fala e a escuta, e
que os atos comunicativos sejam significantes sempre prontos a ganharem significados,
seja na emissão ou na recepção.



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Sob a base que os atos comunicativos - literários, jornalísticos, pictóricos,
cinematográficos ou quaisquer outros - são produzidos: são os sujeitos produtos
produtores dando forma ao mundo que lêem. Ou ainda, é tanto a emissão quanto a
recepção se apresentando enquanto modos de ler o mundo. Ambas as atitudes parte de
um mesmo processo, ambas decorrentes de uma mesma ação. Histórias que simulam o
real, ou, como diria Barthes, que significam o real. Relatos, fios que tecem a ação
comunicativa e que nela são tecidas. Tecidas pelos sujeitos-artesãos, recriadores do real,
construtores do passado, do presente ou de algo maior ainda: da contemporaneidade.


Jornalista - Leitor do Mundo Contemporâneo


       Morin ajuda-nos a entender que os sujeitos que narram à contemporaneidade são
os mesmos que se apropriam do saber contemporâneo. Nesse lugar encontramos o
jornalista, mediador social, emissor e receptor, contador de histórias do cotidiano,
sujeito ajustado, desse modo, ao momento em que vive.
       Entretanto, na chamada era da informação, (já que o relevante é a quantidade e a
rapidez com que se transmite o novo), o jornalista pode estar fadado a narrar o óbvio.
Na rede de acontecimentos na qual está imbricado o fenômeno comunicacional, o fato
jornalístico, é construído é fabricado), mas é fundamental saber que ele é construto de
outros fatos, outras histórias que lhe dão o lugar de notícia. Mais ainda, por serem fios
que tecem a ação comunicativa - expressão do “mundo vivido”- os fatos jornalísticos
não são ilhas de acontecimentos, isoladas, como parece supor o fazer jornalístico
contemporâneo. São, sim, linhas contínuas que alinhavam o mundo, costura que deve
contribuir para que o homem sinta-se parte e, se possível entenda, o objeto que ele
mesmo constrói. O fato, como o seu grande motor que é a comunicação, está em
constante processo, é em acontecência.
       No jornalismo, o problema da objetividade está ligado ao fato de ser esta
vinculada ao real, real enquanto sinônimo de presente, real enquanto sinônimo de
verdade. O texto jornalístico é construído a partir desse pressuposto, fator que muito
contribui para o empobrecimento do jornalismo enquanto ato comunicativo complexo e
também processual.
       Dessa forma, o jornalista não se coloca como mediador, ele assume a condição
de quem pode narrar à história de um lugar distanciado, legitimando o ideal positivista
de dissociar sujeito/objeto. E em consequência disso, ele acaba relatando o fato de


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maneira superficial, muitas vezes isolado de todos os outros que dele são decorrentes,
praticando um jornalismo voltado para a mais ‘pura’ informação. Assim, acredita-se
poder distanciar da ambigüidade e do indeterminismo que envolve o processo
comunicacional; assim deixa-se de praticar comunicação. O jornalista-máquina, nesse
contexto, não é emissor nem leitor, não pratica a ação comunicativa como sugere
Habermas, e menos ainda consegue explorar, textualmente, a complexidade do real; é
mero fantoche, boneco nas mãos de um real dissimulado.
Lucien Sfez chama atenção para o fato de que a mídia, assim como o receptor, está no
mundo, mundo que é também constituído pela mídia e pelo receptor. Importante
observação - repito - principalmente em se tratando do nosso momento atual, momento
que revela variáveis - uma infinitude de possíveis atos comunicativos - que criam
significados para a vida. As notícias de jornais, sendo um dos possíveis produtos de um
desses atos comunicativos, não podem ser fatos acabados. São ‘modos’ que os
jornalistas usam para relatar o cotidiano. Jornalistas, leitores e contadores de histórias,
atores sociais que participam do ato comunicativo do mesmo modo que participam da
vida.


Espaço Público Contemporâneo
Globalização, mercado, economia, cultura e espaço
        A relevância dada ao mercado, substitui a linguagem mais elaborada por uma
menos prosaica, mais rápida e pronta a atender as demandas de uma sociedade em
crescente processo de compressão de tempo. O jornalismo, no século XX, incorpora o
ideal modernista: construir o progresso, a qualquer custo, pela via da “ordem”,
normatização e compactação dos textos. O jornal dá aos leitores o necessário para
acompanhar a evolução do mundo (é o caráter informativo que se adequou à frenética
corrida contra o tempo).
        O mundo contemporâneo hoje apresenta relações muito complexas. Não só a
imprensa escrita é constitutiva de um espaço sempre em construção, nesse lugar, os
atores da comunicação não só têm rostos, mas também bocas, porque bradam por todos
os cantos e de todas as formas possíveis. O espaço público contemporâneo é o espaço
do conflito. Ele nasce das relações dentro do Estado, o mercado, além dos
comunicadores e dos meios de comunicação.
        O Movimento dos Sem-Terra, o grupo Afro-Reggae da Favela do Vigário Geral
no Rio de Janeiro (com representantes internacionais) - que nasce com a ideia de dar


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voz aos que sofreram com a chacina - e as várias OnG’s, vozes que têm cada vez mais
ocupado os meios de comunicação, e ainda vários outros movimentos que vêm se
fazendo presentes e partes da sociedade como um todo, são formas de organização que
revigoram o processo de formação de cidadania. Formas que sublinham vozes de atores
sociais, daqueles que de alguma forma sempre foram excluídos do mundo. Vozes desses
que, mesmo incipientes, parecem começar a entender a condição de “sujeitos políticos
(...) múltiplos e heterogêneos que compartilham alguns princípios básicos sobre a
participação popular, a cidadania e a construção democrática (...)”, como sugere
Dagnino.
       É interessante notar que são essas as mesmas vozes que também formam a
chamada sociedade de massa. Alguns estudiosos, baseados nas teorias da Escola de
Frankfurt, ainda insistem na idéia de um processo de massificação e alienação da
sociedade através dos meios de comunicação social.
       A indústria cultural, o ideal de progresso. Como não rever essa concepção
moderna de um mundo dividido entre dominados e dominantes? Com alteração de
poderes. O papel dos meios de comunicação na sociedade, entendendo-a como parte
constitutiva deles, eles como parte dela. Uma sociedade que vem construindo
discursos/atos que nela repercutem também através dos meios, formas que muitas vezes
se constroem com os meios. Não há como desvincular a evolução por que vem passando
da comunicação do moda como vem se configurando o espaço público contemporâneo,
inserindo a comunicação social. E dessa forma, refletir sobre esse espaço, gerado por
relações de conflito, com suas novas noções de direito e cidadania, também significa
refletir sobre os novos modos que os sujeitos sociais utilizam para, nele, adquirir direitos
e cidadania; e a cultura industrializada não pode ficar à deriva desse projeto.
       No espaço público contemporâneo, a comunicação, se verdadeiramente vista e
praticada como processo, é ‘elemento contributivo’ porque tece e desenrola os fios
locais e globais; é ‘indicativo de ação’ porque, através dos meios, apresenta a trama,
fazendo com que seus atores a (re)conheçam; é ‘mediador de culturas’ porque, com os
meios, viabiliza a troca de conhecimentos. Nesse contexto, os meios enquanto espaço de
configuração do processo, antes de serem os vilões dominadores, são parte do jogo de
poder, jogo que entra em cena junto com a eclosão de novas possibilidades de
negociação de sobrevidas.




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Jornal enquanto Veículo de Comunicação


       Não se produz notícias meramente a partir de interesses políticos, econômicos e/
ou sociais, ou ainda, os bens simbólicos não são meros produtos à venda como pareciam
fazer crer os pensadores críticos da comunicação. Lidamos hoje, no final do século XX,
com uma necessidade tão quantitativamente absurda de troca de conhecimentos que
criamos um grande paradoxo. Nessa sociedade, a produção de bens simbólicos encontra
tantas variáveis possíveis que o ato de produzir notícias implica uma reflexão: como
contar ao homem as histórias contemporâneas?
       O ‘como narrar’, que em tempos pós-modernos tornou-se uma das grandes
questões, é a dúvida que trazemos juntos para o próximo milênio, dúvida que nasce de
uma aglutinação de modos narrativos, mas que também deriva de um outro processo
que, àquele, é concomitante: o da criação de um leitor enfastiado pelo excesso e que,
por conseguinte, parece entrar no ano 2000 à cata de um saber que lhe faça
contemporâneo. não só o jornalista - leitor da contemporaneidade - deixa de ser o
intermediário , mas também o jornal.
       No veículo jornal, desse modo, estabelece-se uma relação triádica, também
integrada: ele é campo - lugar onde os fatos se apresentam enquanto expressões do saber
contemporâneo - é sujeito - pois também conta e participa das histórias - e é objeto -
fonte de conhecimento para os leitores do mundo. Desse modo, parece-me, acolhemos o
jornal enquanto meio de comunicação e como ato comunicativo de fato, lugar em que se
faz circular tanto a difusão, quanto a construção e a apropriação das mensagens.


Jornalismo na era da Internet


       Num sistema complexo de produção jornalística, diria, de profusão da
informação, da notícia, o jornalismo midiatizado. Segundo Soster, “este jornalismo se
inicia em 1995 com a transposição dos jornais para a internet”. Fabiana Piccinin,
apresenta uma nova realidade do jornalismo televisivo que é influenciado pela internet e
que busca atender a uma perspectiva de serviço e de entretenimento. A tecnologia no
lugar da notícia determina uma tentativa de “furar” e se garantir na preferência da
audiência em relação à produção de notícia na internet. Para isso, a mídia televisiva
busca a integração com a internet. Um exemplo, se observarmos nestes últimos meses,



                                                                                     13
quase todos os âncoras de telejornais no final de cada edição terminam dizendo: “O
jornal tal não termina aqui, ele continua 24 horas na internet”.
       Piccinin, diz que “a televisão assume lugar central na sociedade contemporânea
em sintonia com a sobrevalorização do instantâneo, do presente e do veloz que marcam
o tempo atual”. Ainda, Piccinin é consonante com Soster ao afirmar que “os diferentes
media se autoestimulam. Quanto mais falam de um assunto, mais se convencem
coletivamente de que o assunto é indispensável”. E destaca que “ao ser afetado pelas
mudanças do jornalismo da era tecnológica, o telejornal também entra na esfera da
relativização da sua própria natureza, fazendo o jornalismo de televisão caminhar para
uma formatação cada vez mais orientada pela prestação de serviço e pelo
entretenimento”.
       As características do jornalismo contemporâneo promoveram a alteração do
modelo de representação do telejornal, o que gerou certa confusão entre o que é
entretenimento e o que é jornalismo, notícia. A televisão e o telejornalismo atravessam
um momento muito particular. As condições tecnológicas de digitalização das
informações e vão fazer da TV o meio de comunicação que não só influencia e exerce
dominância dentro do sistema midiático, como também passa a sofrer a influência de
outros media, neste caso a Internet.
       José Afonso da Silva destaca que o texto procura demonstrar “que nem todas as
características identificadas no jornalismo na ‘web’ representam aspectos realmente
novos”. O autor lembra que muitos deles já existiam em outras mídias e que sua
utilização no novo suporte são revestidas de atualidades. Destaca também que somente
com a internet, as agências começam a dispor conteúdo diretamente para o leitor final.
Esta metamorfose jornalística das agências de notícias é objeto de sua pesquisa e
trabalho, pois até então toda a produção jornalística das agências somente era distribuída
às empresas midiáticas por meio de assinaturas do serviço. Aponta ainda que “o que
diferencia os jornais na web das agências são três aspectos: a projeção de características
de formatos precedentes, a configuração no uso da rede, a orientação da disponibilização
de conteúdo”.
       Afonso Júnior observa também que com essa metamorfose, as agências passam a
ser mais do que distribuidoras de notícias: tornam-se distribuidoras de informações. As
tecnologias nas agências superam o suporte web, pois as informações são distribuídas
para o impresso, o eletrônico e o digital, com linguagens distintas. Para distinguir o que
chama de material de caráter hardcopy e softcopy, “como material hardcopy temos


                                                                                       14
conteúdos que seguem uma lógica menos flexível, em que, mesmo sendo produzidos em
bases digitais, têm como destino formas culturais não necessariamente digitais. No caso
de conteúdos preparados para a internet, temos o que se pode caracterizar como sendo
conteúdo softcopy – um material para ser usado em contextos digitais, já com um
tratamento que envolve, por exemplo, links, matérias relacionadas que tenham
eventualmente sido publicadas, etc”.


Jornal Pioneiro


         O jornal Pioneiro é o mais lido da Serra gaúcha. Integrante do grupo RBS de
Porto Alegre, completou 52 anos de existência em 2010. Segue alguns dados sobre o
jornal    para       conhecermos    melhor     nosso    “companheiro   do     dia-a-dia”.   São
aproximadamente 281 mil leitores em toda a região. Fundado no ano de 1948 como
semanário e somente no ano de 1981 passou a ser diário.
         Suas principais colunas são: Caixa Forte, Toque de Bola, Coluna Social, Mirante,
Memória, Expresso, Página 3, 3POR4 e Gastronomia. Seus produtos Editoriais são:
KZUKA (sextas), Sete Dias (Segundas a Sextas), Turismo (mensal), Vida Saudável
(mensal), Revista Casa&Cia (mensal) e Almanaque (sábados). Seus principais eventos
são: Feijoada do Pulita (Julho), Mostra Casa&Cia Serra (abril a junho), Iguatemi Serra
Fashion (maio)e Jornalista por um dia (agosto a novembro).


                                               Ibope

                                   Leitura habitual por regiões

            100,0
             80,0
             60,0
             40,0
             20,0
                 -
                       Caxias    Santa  Novo  Santo Traman Santa                Passo
                                                                       Bagé
                        do sul   Maria Hambur Ângelo  daí  Cruz                 Fundo


                        83,7     80,9   79,2     76,4    76,2   75,6   68,7      67,3




                                                                                            15
A REGIÃO DE CAXIAS DO SUL É A LOCALIDADE ONDE MAIS SE LÊ JORNAL, COM 83,7%
                               DA POPULAÇÃO.



                                                                 JORNAIS DE BAIRRO
                Leitua habitual em Caxias do Sul
                                                                 OUTROS JORNAIS DO
                                                                 ESTADO
                4.025
                4.309                                            O SUL
                4.667
                5.738                                            DIÁRIO GAÚCHO
        1
                 8.796
                      43.395                                     CORREIO DO POVO
                                                 233.520
                                                  243.864        ZERO HORA

                      Perfil do Pioneiro na Serra Gaúcha
                                                   PIONEIRO
            0           100.000        200.000       300.000
                                                                 TOTAL JORNAL


                                       Leitores por sexo




                    46,8; 47%                                                Masculino
                                                     53,2; 53%               Feminino




                                  Leitores por Classe Social


                                  6,1; 6%



                                                    43,2; 43%            Classes A/B
                                                                         Classes C
                                                                         Classes D/E
                    50,7; 51%




                                                                                         16
Considerações Finais


        O Jornal Contemporaneidade abrange todos os meios de comunicação.
Apresentando as evoluções do impresso no decorrer das últimas décadas e suas
artimanhas para sobreviver, conseguindo permanecer forte dentro da era da informação
digital. A nova maneira de informar com a Internet, a forma como usar a linguagem
mais próxima da sociedade, isto se, o jornalista conhecer o espaço (local), onde está
inserido e o meio social para qual escreve. Tudo faz parte do estudo jornalístico. O
tempo não deixa brecha para a informação parar, ele correr trazendo consigo os
acontecimentos, os fatos, mas sabemos também, que não é todo fato que é notícia.
        Os elementos da produção jornalística fazem com que o fato transforme-se em
noticia. As tecnologias nos meios de comunicação de hoje são primordial para a rápida
divulgação da informação e as redações de todos os jornais, telejornais, webjornais
(estes sem comentário), etc... Não conseguem mais viver sem esta ferramenta. Com
estudos e um trabalho cada vez mais amplo no mundo da informação, o século XX é
conhecido como fenômeno, por conta da rápida transformação e alterações da história
jornalística.
         O homem escreve o real e em nenhuma hipótese pode ser literário quanto à
veracidade da informação. O jornalista apresenta-se sem rosto e ao mesmo tempo com
rosto, não pode demonstrar sua opinião, esta é uma regra de estudo da comunicação
social, mas é formador de opinião. Eis a questão do profissional ser ético.
        Os meios de comunicação estão sempre buscando a “perfeição”, só que acabam
pecando por esta busca pelo fator tempo. Contra o tempo não há velocidade de
informação que consiga vence-lo ou para-lo. Assim, dinâmica do jornal tem participação
importante na maneira como informar e manter a busca pela atualização em favor da
sociedade, pois, é para este público que os meios jornalísticos escrevem e vivem para
informar. O jornalista não vive para si, mas sim para a sociedade.




                                                                                   17
Bibliografia:

http://www.anj.org.br/a-industria-jornalistica/historianomundo/historiadojornal.pdf = Barber,
Phil. “A Brief History of Newspapers”, Historic Newspapers and Early Imprints. 2002.
www.historicpages.com/.

www.faculdadescoc.com.br/RevistaMatteriaPrimma/RevistaMatteriaPrimmaV3N3
BORDIEU, Pierre. Sobre televisão. Tradução Maria Lúcia Machado. Rio de Janeiro, Jorge
Zahar,
1997. O poder simbólico. Lisboa, Difel, 1989.

REVISTA METTERIA PRIMMA about KOVACH, Bill & ROSENSTIEL, Tom. Os elementos
do jornalismo. São Paulo, Geração editorial, 2003.

REVISTA METTERIA PRIMMA about PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. A apuração da
notícia. Métodos de investigação na imprensa. Petrópolis, Vozes, 2006.

REVISTA METTERIA PRIMMA about TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo. A tribo
jornalística – uma comunidade interpretativa transnacional. Florianópolis, Editora Insular, 2005,
Vol. II.

REVISTA METTERIA PRIMMA about FIDALGO, Joaquim. Jornalistas e saberes
profissionais. Trabalho apresentado no I Colóquio
Brasil-Portugal de Ciências da Comunicação, evento componente do XXXI Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação, Natal, 2008. Disponível em http://www.intercom.org.br/
papers/nacionais/2008/resumos/R3-0452-1.pdf

MIÈGE, Bernard. “El espacio público visitado de nuevo (I) e (II)” In. Miège, B. La
sociedad conquistada por la comunicatión. Barcelona: ESRP/PPU, 1992.

MORIN, Edgar. O problema epistemológico da complexidade. Lisboa: Publicações
Europa-América, s.d. _________. Introdução ao Pensamento Complexo. Lisboa:
Instituto Piaget, 1995.

TOURAINE, Alain. Crítica da Modernidade. Petrópolis: Vozes, 1995.




                                                                                              18

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  • 1. Universidade de Caxias do Sul Centro de Ciências da Comunicação Curso de Comunicação Social Disciplina: Introdução à Comunicação Social Professora: Ms. Silvana Padilha Flores Acadêmicos: Daniela Castilhos; Luana Pessoa, Nestor Copeli; Paula Wegner; Vanessa da Cunha Jornal Contemporaneidade Caxias do Sul, 28 de abril de 2010 1
  • 2. Índice Introdução..........................................................................................................................3 Jornalismo e sua Evolução.................................................................................................4 Produção Jornalística e Sociedade Contemporânea...........................................................5 A Diferença de Literatura para Jornalismo.........................................................................6 Comunicação e Complexidade...........................................................................................8 Narradores e Leitores da Contemporaneidade...................................................................8 Jornalista-Leitor do Mundo Contemporâneo....................................................................10 Espaço Público Contemporâneo.......................................................................................11 Jornal enquanto Veículo de Comunicação.......................................................................13 Jornalismo na era da internet............................................................................................14 Jornal Pioneiro..................................................................................................................15 Considerações Finais........................................................................................................17 Referência Bibliográfica...................................................................................................18 Resumo A informação no mundo de hoje é muito importante e a forma como ela é divulgada é primordial para o receptor e principalmente para quem a escreve. Assim, com o intuito de apresentar o jornal contemporaneidade para a disciplina de Introdução a Comunicação Social, este trabalho aborda a linguagem do jornalismo, como ele é feito, suas matérias, reportagens e faz uma viagem entre o passado e o futuro do jornal impresso. Um trabalho que faz da história do jornalismo o jornal de hoje. Palavras-chave: Jornal Contemporaneidade, linguagem, jornal impresso. Abstract The information in today's world is very important and how it is distributed is vital for the receiver and especially to those who write. Thus, in order to present the contemporary newspaper for discipline Introduction to Mass Media, this paper addresses the language of journalism, how it is done, the materials, reports and makes a journey between past and future of the printed newspaper. A job that makes the history of journalism today's newspaper. Keywords: Journal Contemporary, language, printed newspaper. 2
  • 3. Introdução O objetivo principal deste trabalho é o jornalismo na contemporaneidade. O trabalho apresentado a seguir tem como compromisso relatar o modo e maneiras que são fundamentais para a circulação da informação nos meios de comunicação contemporânea. Buscando a afirmação em fatos da história jornalística. Estamos no ano de 2010, o jornal impresso ainda vive entre as tecnologias, assim sendo, os últimos 15 anos tornam-se os mais importantes no mundo da comunicação, pelo fato da internet estar inserida na forma de fazer jornalismo. Hoje não podemos falar de jornal contemporâneo sem comentar sobre o surgimento da internet e todas suas funcionalidades e facilidades para os meios da comunicação. Meios estes que são fundamentais para a dinâmica desta sociedade. Dinâmica esta que faz com que o jornalismo impresso, virtual e televisivo esteja sempre se atualizando, em busca da informação e correndo contra o tempo, o que sempre é um risco. O jornalismo sobrevive através do tempo lutando contra si e ao mesmo tempo por unir forças com as novas maneiras de informar para seguir vivo e forte. Também, a sociedade é importante para que as atividades jornalísticas passem por todas as modificações necessárias para se fortalecer entre os meios de comunicações. Com tudo, motivo para falar de jornal contemporâneo não faltam, assim sendo, os ingredientes para este trabalho estão apresentados. 3
  • 4. Jornalismo e sua Evolução Desde Roma, 59 A.C que a informação circula entre os povos. Acta Diurna de Julio César é o mais antigo “jornal” que se conhece. Utilizado para informar sobre os importantes acontecimentos da época. No século VIII a China conheceu seus primeiros jornais que surgiram em Pequim sob a forma de boletins escritos à mão. A grande revolução no jornal acontece em 1447, quando Johann Gutenberg apresenta sua invenção para o mundo, a prensa. Durante o final do século XV os boletins eram os meios de comunicação que circula pelas cidades da Europa. Na primeira metade do século XVII, os jornais começaram a surgir como publicações periódicas e freqüentes. Os primeiros jornais modernos foram produto de países da Europa ocidental, como a Alemanha (que publicou o Avisa Relation oder Zeitung em 1609), a França (Gazette em 1631), a Bélgica (Nieuwe Tijdingen em 1616) e a Inglaterra (o London Gazette, fundado em 1665, ainda hoje publicado como diário oficial do Judiciário). Esses jornais traziam principalmente notícias da Europa e, ocasionalmente, incluíam informações vindas da América ou Ásia. Somente a partir da segunda metade do século XVII os jornais começaram a focalizar mais informações locais, entanto a censura era forte sobre os jornais. Em 1884 com a invenção do telégrafo a imprensa escrita passou por uma transformação, naquela situação as informações eram transmitidas, agora, em questão de minutos. Em meados do século XIX os jornais tornaram se os principais veículos de divulgação e recebimento de informação. O período entre 1890 e 1920 é conhecido como “anos dourados” da mídia, seus barões eram William Randolph Hearst, Joseph Pulitzer, e Lorde Northcliffe que construíram gigantescos impérios editoriais. O jornal foi por muito tempo o principal meio de atividades jornalisticas. Em 1900 o jornal dá força para a divulgação de propagandas e nos anos 20 surge mais uma mídia, o rádio, fazendo com que os jornais tivesse de se reavaliar como principal meio de informação da sociedade para concorrer com a nova tecnologia da época. As editorias e o formato dos jornais mudaram tornado-se mais atraentes e os textos mais aprofundados nos assuntos. Atualmente a revolução tecnológica, diariamente gera novos desafios e oportunidades para a mídia tradicional. O volume e a atualização de informações na Internet não têm paralelo, mas isso não decretou o fim da relevância dos jornais. Os jornais em papel continuam sendo veículos populares e poderosos no relato e análise dos eventos que afetam nossas vidas. 4
  • 5. Produção Jornalística e Sociedade Contemporânea Traquina (2005) descreve produção jornalística como o processo que envolve desde a seleção dos acontecimentos até sua construção final da notícia. Entre essas etapas encontra-se o conceito valores-notícia. Baseado nos fundamentos de Wolf confere que os valores-notícias fazem parte de todos os processos da produção jornalística. Para Wolf, os valores-notícia de seleção referem-se aos critérios que os jornalistas utilizam na seleção dos acontecimentos, isto é, na decisão de escolher um acontecimento como candidato à sua transformação em notícia e esquecer outro acontecimento. Os valores-notícia de seleção estão divididos em dois subgrupos: a) os critérios substantivos que dizem respeito à avaliação direta dos acontecimentos em termos de sua importância e interesse como notícia, e b) os critérios contextuais que dizem respeito ao contexto de produção da notícia. Os valores-notícia de construção são qualidades da sua construção como notícia e funcionam como linhas guia para a apresentação do material, sugerindo o que deve ser realçado, o que deve ser omitido, o que deve ser prioritário na construção do acontecimento como notícia (TRAQUINA, 2005, p.78.) Em cada uma das fases do processo há diferentes categorias de valores-notícia. Critérios substantivos na seleção estão: notoriedade, proximidade, relevância, novidade, tempo, notabilidade, inesperado, conflito (controvérsia) e infração (escândalo). Entre critérios contextuais na seleção estão: disponibilidade, equilíbrio, visualidade, concorrência e dia noticioso. A construção envolve os seguintes valores-notícia: simplificação, amplificação, relevância, personalização, dramatização e consonância. Para o autor, embora o leque de valores-notícias seja muito amplo e o conteúdo das categorias possa mudar de acordo com o tempo, momento histórico e espaço (localidade), temas que envolvem catástrofes, fatos inusitados, guerra, violência, celebridade e morte se repetem ao longo da história do jornalismo. O processo de produção jornalística é amplo e inicia-se no momento da seleção do que é notícia passando pela construção até a publicação. Esse processo envolve muitos conceitos e práticas que envolvem o mundo do jornalismo. E a apuração não é simplesmente técnica, ela está intrinsecamente relacionada à ética, ao interesse público, à responsabilidade social, ao compromisso com a informação, à veracidade, ao público, e principalmente, ao exercício diário da profissão. Da imprensa à internet foram aproximadamente cinco séculos de história, envolvendo transformações políticas, econômicas, sociais, culturais e tecnológicas. Com 5
  • 6. a internet, o processo de informar deixou de se linear. Enquanto informar é produzir e transmitir mensagens, a comunicação implica um processo de apropriação, de relação entre emissor, mensagem e receptor. Comunicar não é um ato simples, envolve a complexidade do receptor. Na sociedade contemporânea tornou-se difícil identificar se o receptor absorve a mensagem que realmente foi emitida pelo emissor. A mesma mensagem dirigida para milhares de pessoas não é recebida da mesma forma por todas. O jornalismo e a sociedade estão ligados. De acordo com Bourdieu (1997), o jornalista é um funcionário da humanidade, sua função é manter a sociedade informada. A sua função é tornar publica a informação. O jornalismo é uma atividade intelectual e não tecnicista. Cabe ao jornalista entender a sociedade qual atua e conhecer o perfil do público. Traquina (2005, p. 190) define os jornalistas como uma comunidade transnacional, espalhada pelo mundo. (...) a comunidade jornalística é uma transnacional em que os jornalistas nos diversos países partilham valores-notícias semelhantes e toda uma cultura profissional. Os dados empíricos apontam para o fato de que os jornalistas partilham, com variações de intensidade, um sistema de valores que fornece uma identidade clara do profissional, de tal modo que tribo jornalística é transnacional. As definições do que é notícia estão relacionados ao momento histórico e a definição da noticiabilidade de algo. O tempo sempre foi e ainda é uma das principais preocupações do jornalismo. O relógio é o seu termômetro diário, e aliado, na contemporaneidade, á concorrência frenética. O fato tempo condiciona todo o processo de produção das notícias. Todas as nuances da sociedade atual, globalização, tecnologia, convergência de mídias, públicos diversos, concorrência apurada, repercutem no exercício diário da prática jornalística. A Diferença entre Literatura e Jornalismo Como disse Simone de Beauvoir, “não se nasce jornalista, torna-se jornalista”. Fidalgo (2008, p.11) mostra que no ato do fazer também se desenvolve um saber “a investigação pode nascer da própria prática e ser reclamada por ela”. O conhecimento também pode nascer do estudo da prática na busca de aprimorá-la ou conceituá-la. O autor argumenta sobre a importância da prática na aprendizagem do jornalismo, como 6
  • 7. um saber profissional. É nesta logística que pode ser pensado o processo de apuração da notícia. Uma informação mal apurada gera uma informação errada, que na sociedade em rede pode ter grandes repercussões. Os métodos de apuração e verificação da cultura jornalística foram aprendidos na prática e não são generalizados nem sistematizados. Para Pereira Junior (2006, p. 71) a apuração e a investigação da informação são o que diferenciam o jornalismo da literatura. A notícia é construída no cuidado com a verificação, sobre o alicerce do levantamento de informações. Mas, como toda matéria é calcada em mediações e discursos (entrevistas, relatos, interpretações de documentos, provas e contraprovas) uma voz anularia a outra, caso não houvesse evidência “consistente”. A notícia espelha a realidade. A apuração implica na verificação dos fatos. O jornalista é um contador de histórias reais e ele depende de interlocutores, “produtores” de informação, que auxiliam na construção desta realidade. Para que a construção da realidade torne-se o mais próximo possível do que realmente aconteceu, o jornalista deve seguir alguns procedimentos nos processo de apuração da informação, que devem ser sistemáticos e com fundamento. O método a seguir explica em quatro etapas a correta maneira de planejar a apuração ou verificação, segundo Pereira Junior (2006). São elas: elaboração da pauta, pré-produção, produção e pós-produção. • A elaboração da pauta corresponde ao primeiro contato com a construção da informação. Definem-se as possíveis fontes, pesquisa de dados sobre o assunto, pesquisa de informações correlatas e se há documentos sobre o tema. Lage (2003) mostra que as fontes podem ser pessoais, institucionais ou documentais. A pauta oferece também o direcionamento da notícia de acordo com o que foi determinado na reunião de pauta e em consonância com a linha editorial do veículo. • Na pré-produção, o jornalista irá analisar as fontes quanto à credibilidade, representatividade, relações com o fato, o real valor da informação da fonte para o público e o real interesse da fonte. Antes de abordar as fontes principais, o jornalista deve levantar informações sobre elas e sobre o tema por meio de fontes secundárias e documentos. Fontes não oficiais também devem ser ouvidas. Para Lage (2003) sempre ao consultar a fonte, o jornalista deve pensar em duas questões: qual o interesse dele em me informar isso? E por que ele não teria interesse em inventar algo? • Produção, momento em que o jornalista deve detectar possíveis erros, verificar o que está faltando e a precisão das informações oferecidas pelas fontes. É importante conferir 7
  • 8. novamente os dados, pois podem passar erros. O jornalista deve consultar todos os lados interessados no fato. Os dados levantados devem ser conferidos com outras fontes. • A pós-produção refere-se à redação final e produção visual (quando necessário). Entre outros autores temos os exemplos também de Kovach e Rosenstiel (2004, p. 123) que definem cinco conceitos básicos para verificação da informação: “1. Nunca acrescente nada que não exista. 2. Nunca engane o público. 3. Seja o mais transparente possível sobre os seus métodos e motivos. 4. Confie só no seu próprio trabalho de reportagem. 5. Seja humilde.” O processo de apuração demanda tempo, para se refletir as propostas e inserir o aprendizado jornalístico como construção da história, do conhecimento da sociedade, pois a comunicação transforma-se em um possível meio de consenso do sentido do mundo social. Comunicação e Complexidade Dessa forma, a reflexão sobre a Comunicação Social tendo o jornal enquanto meio de comunicação como pano de fundo, parte do pressuposto de que tanto o veículo jornal quanto o jornalista sejam, na contemporaneidade, articuladores - concomitantes à existência de vários outros - das relações sociais que se estabelecem no espaço público contemporâneo, fator que também nos obriga a repensar a relação sujeito/objeto. Além disso, qualquer movimento no sentido de fazer desse veículo um ato comunicativo implica uma série de acontecimentos que, contextualizados, geram significados que dão ao próprio jornal lugar de relevância no contexto narrativo contemporâneo. Contexto complexo, rico em variáveis comunicacional que, muitas vezes, parece inviabilizar uma ação comunicativa integradora, inserindo a Comunicação Social no amplo espectro das manifestações textuais que expressam a contemporaneidade. Há que se entender a comunicação em estado processual, nunca estanque. Assim, um redimensionamento do fenômeno comunicacional requer trabalhar com a noção de troca, inerente à própria ação comunicativa. Narradores e Leitores: Sujeitos da Contemporaneidade A rigidez imposta pelos modelos teóricos de comunicação parece justificar-se na hipótese, e na impossível missão, de ter o processo controlado. Para que o processo de 8
  • 9. comunicação seja de fato constituído por sujeitos produtores, que podem exercer os papéis, concomitantemente, de emissores e receptores, dignos de serem vozes que expressam e reformulam saberes da contemporaneidade. A comunicação e o processo em que ela se dá, desse modo, corporificam-se numa atitude muito menos teórica do que prática. Entender o processo de comunicação como dinâmica na qual se dá a ação em si, ainda que possa parecer estar fazendo chover no molhado, é bastante significativo. Para Morin, a subjetividade só pode ser pensada dentro de uma rede - tecida por fios significantes que se juntam formando novos significados, a cada ponto que para ele, não são nós. O autor defende a racionalidade que, contrária à racionalização, faz-se crítica e argumentativa. A reforma de pensamento que é por ele proposta não busca soluções totalizantes, nem conclusivas ou deterministas. Ele acredita na incerteza, no imprevisível, no acaso fundador, no imponderável como instrumentos de reflexão que ajudam a compreender a sociedade contemporânea. Ele preocupa-se com o modo como tem sido organizado o conhecimento: linear, sistemático. A leitura que se tem feito do mundo não apreende a complexidade do real. A complexidade do real não pode ser absorvida por processos de exclusão, mas pela noção de integração, movimento que dá significado menor. A própria relação estabelecida pelos sujeitos da ação comunicativa: o emissor e o receptor. Os dois sujeitos - aqui, voltando a Touraine, penso ser necessário marcar a palavra “sujeitos” - distinguem-se pela alteridade, qualidade que lhes é intrínseca, e complementam-se pelo próprio fato de serem a expressão do mundo que vive. O eu emissor/receptor concebe o mundo que o concebe, lê o mundo que vive, fala do mundo que lê. Desse modo, a operacionalização da comunicação, quando verdadeiramente reflete o complexo ato de estar no mundo, demanda a compreensão de que os sujeitos contemporâneos, ao produzirem os atos comunicativos, estão também, reproduzindo as visões que têm do mundo, visões essas que nascem de leituras outras. Requer mais ainda, que se compreenda que as histórias contemporâneas são multifocais, pois são tecidas a partir de pluralidades narrativas que se fazem presente no cotidiano, e porque não dizer na alma, dos seus contadores. E, para que a prática não se distancie dessa realidade, faz-se necessário que a comunicação seja ao mesmo tempo a fala e a escuta, e que os atos comunicativos sejam significantes sempre prontos a ganharem significados, seja na emissão ou na recepção. 9
  • 10. Sob a base que os atos comunicativos - literários, jornalísticos, pictóricos, cinematográficos ou quaisquer outros - são produzidos: são os sujeitos produtos produtores dando forma ao mundo que lêem. Ou ainda, é tanto a emissão quanto a recepção se apresentando enquanto modos de ler o mundo. Ambas as atitudes parte de um mesmo processo, ambas decorrentes de uma mesma ação. Histórias que simulam o real, ou, como diria Barthes, que significam o real. Relatos, fios que tecem a ação comunicativa e que nela são tecidas. Tecidas pelos sujeitos-artesãos, recriadores do real, construtores do passado, do presente ou de algo maior ainda: da contemporaneidade. Jornalista - Leitor do Mundo Contemporâneo Morin ajuda-nos a entender que os sujeitos que narram à contemporaneidade são os mesmos que se apropriam do saber contemporâneo. Nesse lugar encontramos o jornalista, mediador social, emissor e receptor, contador de histórias do cotidiano, sujeito ajustado, desse modo, ao momento em que vive. Entretanto, na chamada era da informação, (já que o relevante é a quantidade e a rapidez com que se transmite o novo), o jornalista pode estar fadado a narrar o óbvio. Na rede de acontecimentos na qual está imbricado o fenômeno comunicacional, o fato jornalístico, é construído é fabricado), mas é fundamental saber que ele é construto de outros fatos, outras histórias que lhe dão o lugar de notícia. Mais ainda, por serem fios que tecem a ação comunicativa - expressão do “mundo vivido”- os fatos jornalísticos não são ilhas de acontecimentos, isoladas, como parece supor o fazer jornalístico contemporâneo. São, sim, linhas contínuas que alinhavam o mundo, costura que deve contribuir para que o homem sinta-se parte e, se possível entenda, o objeto que ele mesmo constrói. O fato, como o seu grande motor que é a comunicação, está em constante processo, é em acontecência. No jornalismo, o problema da objetividade está ligado ao fato de ser esta vinculada ao real, real enquanto sinônimo de presente, real enquanto sinônimo de verdade. O texto jornalístico é construído a partir desse pressuposto, fator que muito contribui para o empobrecimento do jornalismo enquanto ato comunicativo complexo e também processual. Dessa forma, o jornalista não se coloca como mediador, ele assume a condição de quem pode narrar à história de um lugar distanciado, legitimando o ideal positivista de dissociar sujeito/objeto. E em consequência disso, ele acaba relatando o fato de 10
  • 11. maneira superficial, muitas vezes isolado de todos os outros que dele são decorrentes, praticando um jornalismo voltado para a mais ‘pura’ informação. Assim, acredita-se poder distanciar da ambigüidade e do indeterminismo que envolve o processo comunicacional; assim deixa-se de praticar comunicação. O jornalista-máquina, nesse contexto, não é emissor nem leitor, não pratica a ação comunicativa como sugere Habermas, e menos ainda consegue explorar, textualmente, a complexidade do real; é mero fantoche, boneco nas mãos de um real dissimulado. Lucien Sfez chama atenção para o fato de que a mídia, assim como o receptor, está no mundo, mundo que é também constituído pela mídia e pelo receptor. Importante observação - repito - principalmente em se tratando do nosso momento atual, momento que revela variáveis - uma infinitude de possíveis atos comunicativos - que criam significados para a vida. As notícias de jornais, sendo um dos possíveis produtos de um desses atos comunicativos, não podem ser fatos acabados. São ‘modos’ que os jornalistas usam para relatar o cotidiano. Jornalistas, leitores e contadores de histórias, atores sociais que participam do ato comunicativo do mesmo modo que participam da vida. Espaço Público Contemporâneo Globalização, mercado, economia, cultura e espaço A relevância dada ao mercado, substitui a linguagem mais elaborada por uma menos prosaica, mais rápida e pronta a atender as demandas de uma sociedade em crescente processo de compressão de tempo. O jornalismo, no século XX, incorpora o ideal modernista: construir o progresso, a qualquer custo, pela via da “ordem”, normatização e compactação dos textos. O jornal dá aos leitores o necessário para acompanhar a evolução do mundo (é o caráter informativo que se adequou à frenética corrida contra o tempo). O mundo contemporâneo hoje apresenta relações muito complexas. Não só a imprensa escrita é constitutiva de um espaço sempre em construção, nesse lugar, os atores da comunicação não só têm rostos, mas também bocas, porque bradam por todos os cantos e de todas as formas possíveis. O espaço público contemporâneo é o espaço do conflito. Ele nasce das relações dentro do Estado, o mercado, além dos comunicadores e dos meios de comunicação. O Movimento dos Sem-Terra, o grupo Afro-Reggae da Favela do Vigário Geral no Rio de Janeiro (com representantes internacionais) - que nasce com a ideia de dar 11
  • 12. voz aos que sofreram com a chacina - e as várias OnG’s, vozes que têm cada vez mais ocupado os meios de comunicação, e ainda vários outros movimentos que vêm se fazendo presentes e partes da sociedade como um todo, são formas de organização que revigoram o processo de formação de cidadania. Formas que sublinham vozes de atores sociais, daqueles que de alguma forma sempre foram excluídos do mundo. Vozes desses que, mesmo incipientes, parecem começar a entender a condição de “sujeitos políticos (...) múltiplos e heterogêneos que compartilham alguns princípios básicos sobre a participação popular, a cidadania e a construção democrática (...)”, como sugere Dagnino. É interessante notar que são essas as mesmas vozes que também formam a chamada sociedade de massa. Alguns estudiosos, baseados nas teorias da Escola de Frankfurt, ainda insistem na idéia de um processo de massificação e alienação da sociedade através dos meios de comunicação social. A indústria cultural, o ideal de progresso. Como não rever essa concepção moderna de um mundo dividido entre dominados e dominantes? Com alteração de poderes. O papel dos meios de comunicação na sociedade, entendendo-a como parte constitutiva deles, eles como parte dela. Uma sociedade que vem construindo discursos/atos que nela repercutem também através dos meios, formas que muitas vezes se constroem com os meios. Não há como desvincular a evolução por que vem passando da comunicação do moda como vem se configurando o espaço público contemporâneo, inserindo a comunicação social. E dessa forma, refletir sobre esse espaço, gerado por relações de conflito, com suas novas noções de direito e cidadania, também significa refletir sobre os novos modos que os sujeitos sociais utilizam para, nele, adquirir direitos e cidadania; e a cultura industrializada não pode ficar à deriva desse projeto. No espaço público contemporâneo, a comunicação, se verdadeiramente vista e praticada como processo, é ‘elemento contributivo’ porque tece e desenrola os fios locais e globais; é ‘indicativo de ação’ porque, através dos meios, apresenta a trama, fazendo com que seus atores a (re)conheçam; é ‘mediador de culturas’ porque, com os meios, viabiliza a troca de conhecimentos. Nesse contexto, os meios enquanto espaço de configuração do processo, antes de serem os vilões dominadores, são parte do jogo de poder, jogo que entra em cena junto com a eclosão de novas possibilidades de negociação de sobrevidas. 12
  • 13. Jornal enquanto Veículo de Comunicação Não se produz notícias meramente a partir de interesses políticos, econômicos e/ ou sociais, ou ainda, os bens simbólicos não são meros produtos à venda como pareciam fazer crer os pensadores críticos da comunicação. Lidamos hoje, no final do século XX, com uma necessidade tão quantitativamente absurda de troca de conhecimentos que criamos um grande paradoxo. Nessa sociedade, a produção de bens simbólicos encontra tantas variáveis possíveis que o ato de produzir notícias implica uma reflexão: como contar ao homem as histórias contemporâneas? O ‘como narrar’, que em tempos pós-modernos tornou-se uma das grandes questões, é a dúvida que trazemos juntos para o próximo milênio, dúvida que nasce de uma aglutinação de modos narrativos, mas que também deriva de um outro processo que, àquele, é concomitante: o da criação de um leitor enfastiado pelo excesso e que, por conseguinte, parece entrar no ano 2000 à cata de um saber que lhe faça contemporâneo. não só o jornalista - leitor da contemporaneidade - deixa de ser o intermediário , mas também o jornal. No veículo jornal, desse modo, estabelece-se uma relação triádica, também integrada: ele é campo - lugar onde os fatos se apresentam enquanto expressões do saber contemporâneo - é sujeito - pois também conta e participa das histórias - e é objeto - fonte de conhecimento para os leitores do mundo. Desse modo, parece-me, acolhemos o jornal enquanto meio de comunicação e como ato comunicativo de fato, lugar em que se faz circular tanto a difusão, quanto a construção e a apropriação das mensagens. Jornalismo na era da Internet Num sistema complexo de produção jornalística, diria, de profusão da informação, da notícia, o jornalismo midiatizado. Segundo Soster, “este jornalismo se inicia em 1995 com a transposição dos jornais para a internet”. Fabiana Piccinin, apresenta uma nova realidade do jornalismo televisivo que é influenciado pela internet e que busca atender a uma perspectiva de serviço e de entretenimento. A tecnologia no lugar da notícia determina uma tentativa de “furar” e se garantir na preferência da audiência em relação à produção de notícia na internet. Para isso, a mídia televisiva busca a integração com a internet. Um exemplo, se observarmos nestes últimos meses, 13
  • 14. quase todos os âncoras de telejornais no final de cada edição terminam dizendo: “O jornal tal não termina aqui, ele continua 24 horas na internet”. Piccinin, diz que “a televisão assume lugar central na sociedade contemporânea em sintonia com a sobrevalorização do instantâneo, do presente e do veloz que marcam o tempo atual”. Ainda, Piccinin é consonante com Soster ao afirmar que “os diferentes media se autoestimulam. Quanto mais falam de um assunto, mais se convencem coletivamente de que o assunto é indispensável”. E destaca que “ao ser afetado pelas mudanças do jornalismo da era tecnológica, o telejornal também entra na esfera da relativização da sua própria natureza, fazendo o jornalismo de televisão caminhar para uma formatação cada vez mais orientada pela prestação de serviço e pelo entretenimento”. As características do jornalismo contemporâneo promoveram a alteração do modelo de representação do telejornal, o que gerou certa confusão entre o que é entretenimento e o que é jornalismo, notícia. A televisão e o telejornalismo atravessam um momento muito particular. As condições tecnológicas de digitalização das informações e vão fazer da TV o meio de comunicação que não só influencia e exerce dominância dentro do sistema midiático, como também passa a sofrer a influência de outros media, neste caso a Internet. José Afonso da Silva destaca que o texto procura demonstrar “que nem todas as características identificadas no jornalismo na ‘web’ representam aspectos realmente novos”. O autor lembra que muitos deles já existiam em outras mídias e que sua utilização no novo suporte são revestidas de atualidades. Destaca também que somente com a internet, as agências começam a dispor conteúdo diretamente para o leitor final. Esta metamorfose jornalística das agências de notícias é objeto de sua pesquisa e trabalho, pois até então toda a produção jornalística das agências somente era distribuída às empresas midiáticas por meio de assinaturas do serviço. Aponta ainda que “o que diferencia os jornais na web das agências são três aspectos: a projeção de características de formatos precedentes, a configuração no uso da rede, a orientação da disponibilização de conteúdo”. Afonso Júnior observa também que com essa metamorfose, as agências passam a ser mais do que distribuidoras de notícias: tornam-se distribuidoras de informações. As tecnologias nas agências superam o suporte web, pois as informações são distribuídas para o impresso, o eletrônico e o digital, com linguagens distintas. Para distinguir o que chama de material de caráter hardcopy e softcopy, “como material hardcopy temos 14
  • 15. conteúdos que seguem uma lógica menos flexível, em que, mesmo sendo produzidos em bases digitais, têm como destino formas culturais não necessariamente digitais. No caso de conteúdos preparados para a internet, temos o que se pode caracterizar como sendo conteúdo softcopy – um material para ser usado em contextos digitais, já com um tratamento que envolve, por exemplo, links, matérias relacionadas que tenham eventualmente sido publicadas, etc”. Jornal Pioneiro O jornal Pioneiro é o mais lido da Serra gaúcha. Integrante do grupo RBS de Porto Alegre, completou 52 anos de existência em 2010. Segue alguns dados sobre o jornal para conhecermos melhor nosso “companheiro do dia-a-dia”. São aproximadamente 281 mil leitores em toda a região. Fundado no ano de 1948 como semanário e somente no ano de 1981 passou a ser diário. Suas principais colunas são: Caixa Forte, Toque de Bola, Coluna Social, Mirante, Memória, Expresso, Página 3, 3POR4 e Gastronomia. Seus produtos Editoriais são: KZUKA (sextas), Sete Dias (Segundas a Sextas), Turismo (mensal), Vida Saudável (mensal), Revista Casa&Cia (mensal) e Almanaque (sábados). Seus principais eventos são: Feijoada do Pulita (Julho), Mostra Casa&Cia Serra (abril a junho), Iguatemi Serra Fashion (maio)e Jornalista por um dia (agosto a novembro). Ibope Leitura habitual por regiões 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 - Caxias Santa Novo Santo Traman Santa Passo Bagé do sul Maria Hambur Ângelo daí Cruz Fundo 83,7 80,9 79,2 76,4 76,2 75,6 68,7 67,3 15
  • 16. A REGIÃO DE CAXIAS DO SUL É A LOCALIDADE ONDE MAIS SE LÊ JORNAL, COM 83,7% DA POPULAÇÃO. JORNAIS DE BAIRRO Leitua habitual em Caxias do Sul OUTROS JORNAIS DO ESTADO 4.025 4.309 O SUL 4.667 5.738 DIÁRIO GAÚCHO 1 8.796 43.395 CORREIO DO POVO 233.520 243.864 ZERO HORA Perfil do Pioneiro na Serra Gaúcha PIONEIRO 0 100.000 200.000 300.000 TOTAL JORNAL Leitores por sexo 46,8; 47% Masculino 53,2; 53% Feminino Leitores por Classe Social 6,1; 6% 43,2; 43% Classes A/B Classes C Classes D/E 50,7; 51% 16
  • 17. Considerações Finais O Jornal Contemporaneidade abrange todos os meios de comunicação. Apresentando as evoluções do impresso no decorrer das últimas décadas e suas artimanhas para sobreviver, conseguindo permanecer forte dentro da era da informação digital. A nova maneira de informar com a Internet, a forma como usar a linguagem mais próxima da sociedade, isto se, o jornalista conhecer o espaço (local), onde está inserido e o meio social para qual escreve. Tudo faz parte do estudo jornalístico. O tempo não deixa brecha para a informação parar, ele correr trazendo consigo os acontecimentos, os fatos, mas sabemos também, que não é todo fato que é notícia. Os elementos da produção jornalística fazem com que o fato transforme-se em noticia. As tecnologias nos meios de comunicação de hoje são primordial para a rápida divulgação da informação e as redações de todos os jornais, telejornais, webjornais (estes sem comentário), etc... Não conseguem mais viver sem esta ferramenta. Com estudos e um trabalho cada vez mais amplo no mundo da informação, o século XX é conhecido como fenômeno, por conta da rápida transformação e alterações da história jornalística. O homem escreve o real e em nenhuma hipótese pode ser literário quanto à veracidade da informação. O jornalista apresenta-se sem rosto e ao mesmo tempo com rosto, não pode demonstrar sua opinião, esta é uma regra de estudo da comunicação social, mas é formador de opinião. Eis a questão do profissional ser ético. Os meios de comunicação estão sempre buscando a “perfeição”, só que acabam pecando por esta busca pelo fator tempo. Contra o tempo não há velocidade de informação que consiga vence-lo ou para-lo. Assim, dinâmica do jornal tem participação importante na maneira como informar e manter a busca pela atualização em favor da sociedade, pois, é para este público que os meios jornalísticos escrevem e vivem para informar. O jornalista não vive para si, mas sim para a sociedade. 17
  • 18. Bibliografia: http://www.anj.org.br/a-industria-jornalistica/historianomundo/historiadojornal.pdf = Barber, Phil. “A Brief History of Newspapers”, Historic Newspapers and Early Imprints. 2002. www.historicpages.com/. www.faculdadescoc.com.br/RevistaMatteriaPrimma/RevistaMatteriaPrimmaV3N3 BORDIEU, Pierre. Sobre televisão. Tradução Maria Lúcia Machado. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1997. O poder simbólico. Lisboa, Difel, 1989. REVISTA METTERIA PRIMMA about KOVACH, Bill & ROSENSTIEL, Tom. Os elementos do jornalismo. São Paulo, Geração editorial, 2003. REVISTA METTERIA PRIMMA about PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. A apuração da notícia. Métodos de investigação na imprensa. Petrópolis, Vozes, 2006. REVISTA METTERIA PRIMMA about TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo. A tribo jornalística – uma comunidade interpretativa transnacional. Florianópolis, Editora Insular, 2005, Vol. II. REVISTA METTERIA PRIMMA about FIDALGO, Joaquim. Jornalistas e saberes profissionais. Trabalho apresentado no I Colóquio Brasil-Portugal de Ciências da Comunicação, evento componente do XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Natal, 2008. Disponível em http://www.intercom.org.br/ papers/nacionais/2008/resumos/R3-0452-1.pdf MIÈGE, Bernard. “El espacio público visitado de nuevo (I) e (II)” In. Miège, B. La sociedad conquistada por la comunicatión. Barcelona: ESRP/PPU, 1992. MORIN, Edgar. O problema epistemológico da complexidade. Lisboa: Publicações Europa-América, s.d. _________. Introdução ao Pensamento Complexo. Lisboa: Instituto Piaget, 1995. TOURAINE, Alain. Crítica da Modernidade. Petrópolis: Vozes, 1995. 18