O documento discute a poesia árcade no Brasil colonial e como a natureza era representada nesses poemas. A natureza era usada pelos poetas árcades como fonte de símbolos espirituais, enquanto os românticos a viam como cenário idealizado. O texto também analisa poemas de Gonzaga e como ele revelou preocupações políticas e sociais em suas obras.
1. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Arcadismo, Interpretação e Gramática
Professor: Sérgio Rosa N° 3
1. Vários poetas árcardes mineiros eram, também, inconfidentes,
o que mostra que já àquela época germinavam:
a) anseios libertários, presentes na famosa sátira de Tomás
Antônio Gonzaga, as Cartas chilenas.
b) anseios libertários, tal como se nota ao ler Suspiros poéticos
e saudades, de Gonçalves de Magalhães.
c) convicções abolicionistas, o que se percebe lendo os poemas
declamatórios de Castro Alves.
d) convicções republicanas, o que se percebe nas crônicas
políticas do fim do século XIX.
e) protestos contra a opressão dos nativos, tal como se vê em
textos de José de Alencar e Gonçalves Dias.
Texto I
“É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.”
Texto II
“Fatigado de calma se acolhia
Junto o rebanho à sombra dos salgueiros;
E o sol queimando os ásperos oiteiros,
Com violência maior no campo ardia.”
2. A natureza, para os poetas ................., era fonte de símbolos
(rosa, cristal, água) que transcediam do material para o
espiritual (texto I); para os poetas ........................., era,
sobretudo, o cenário idealizado, dentro do qual se podia ser
feliz (texto II).
a) românticos – parnasianos
b) parnasianos – simbolistas
c) arcádicos – românticos
d) simbolistas – barrocos
e) barrocos – arcádicos
3.
“Se estou, Marília, contigo
não tenho um leve cuidado;
nem me lembra se são horas
de levar à fonte o gado.
Se vivo de ti distante,
ao minuto, ao breve instante,
finge um dia o meu desgosto;
jamais, pastora, te vejo
que em teu semblante composto
não veja graça maior.”
Pelas características da linguagem, da forma e do tema, é
possível reconhecer a estrofe acima como fragmento de um
poema:
a) barroco.
b) arcádico.
c) simbolista.
d) parnasiano.
e) modernista.
OSG.: 41380/11
4. Tanto na poesia satírica quanto na lírica, Tomás Antônio
Gonzaga revelou-se um artista e um cidadão de seu tempo,
pois:
a) não poupa, na sátira, os corruptos conselheiros baianos,
enquanto louva, no lirismo de outros versos, os encantos
naturais das mulheres mineiras.
b) a primeira parte de suas liras revela o ressentimento que
nutria por sua amada pastora, ao passo que, na segunda
parte, entrega-se de modo religioso à devoção daquele amor.
c) nos sonetos satíricos, insurge-se contra a violência dos
militares portugueses, e, nos poemas sentimentais, revela a
permanência do barroquismo ao final do século XVIII.
d) Marília de Dirceu é genuinamente uma obra romântica,
enquanto que as Cartas chilenas são um manifesto patriótico
de exaltação de nossos melhores valores.
e) as Cartas chilenas têm o peso da indignação política, e
Marília de Dirceu reflete a inclinação pela lírica bucólica e
ilustrada.
5. Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso.
( ) A natureza, por ser a vida pastoril o ideal de felicidade
no século XVIII, entra na poesia arcádica como tema
central, impregnada dos sentimentos humanos, que ela
reflete.
( ) A exuberante natureza tropical, impressionando a
sensibilidade de brasileiros e portugueses, está presente
na literatura brasileira dos séculos coloniais, com uma
conotação ufanística.
( ) A natureza, no Arcadismo, é apenas um cenário
impessoal, insensível e estereotipado, distante – com
raras exceções – da realidade física brasileira.
Texto III
S. Paulo, 13-XI-42
Murilo
São 23 horas e estou honestissimamente em casa,
imagine! Mas é doença que me prende, irmão pequeno. Tomei
com uma gripe na semana passada, depois, desensarado, com
uma chuva, domingo último, e o resultado foi uma sinusitezinha
infernal que me inutilizou mais esta semana toda. E eu com tanto
trabalho! Faz quinze dias que não faço nada, com o desânimo
de após-gripe, uma moleza invencível, e as dores e tratamento
atrozes. Nesta noitinha de hoje me senti mais animado e andei
trabalhandinho por aí. (...)
Quanto a suas reservas a palavras do poema que lhe
mandei, gostei da sua habilidade em pegar todos os casos
“propositais”. Sim senhor, seu poeta, você até está ficando
escritor e estilista. Você tem toda a razão de não gostar do “nariz
furão”, de “comichona” etc. Mas lhe juro que o gosto consciente
aí é da gente não gostar sensitivamente. As palavras são postas
de propósito pra não gostar, devido à elevação declamatória do
coral que precisa ser um bocado bárbara, brutal, insatisfatória
e lancinante. Carece botar um pouco de insatisfação no prazer
estético, não deixar a coisa muito bem-feitinha (...) De todas as
palavras que você recusou só uma continua me desagradando
“lar fechadinho”, em que o carinhoso do diminutivo é um
desfalecimento no grandioso do coral.
Mário de Andrade. Cartas a Murilo Miranda.
2. Arcadismo, Interpretação e Gramática
2
6. “... estou honestissimamente em casa, imagine! Mas é
doença que me prende, irmão pequeno.”
No trecho acima, o termo destacado indica que o autor da
carta pretende:
a) revelar a acentuada sinceridade com que se dirige ao leitor.
b) descrever o lugar onde é obrigado a ficar em razão da
doença.
c) demarcar o tempo em que permanece impossibilitado de
sair.
d) usar a doença como pretexto para sua voluntária inatividade.
e) enfatizar sua forçada resignação com a permanência em
casa.
7. No texto, as palavras sinusitezinha e trabalhandinho
exprimem, respectivamente:
a) delicadeza e raiva.
b) modéstia e desgosto.
c) carinho e desdém.
d) irritação e atenuação.
e) euforia e ternura.
8. No trecho “... o gosto consciente aí é da gente não gostar
sensitivamente.”, apresenta-se um jogo de ideias contrárias,
que também ocorre em:
a) “dores e tratamento atrozes”.
b) “reservas a palavras do poema”.
c) “insatisfação no prazer estético”.
d) “a coisa muito bem-feitinha”.
e) “o carinhoso do diminutivo”.
● Texto para as questões 9 e 10.
Texto IV
Há muitas, quase infinitas, maneiras de ouvir música.
Entretanto, as três mais frequentes distinguem-se pela tendência
que em cada uma delas se torna dominante: ouvir com o corpo,
ouvir emotivamente, ouvir intelectualmente.
Ouvir com o corpo é empregar no ato da escuta não apenas
os ouvidos, mas a pele toda, que também vibra ao contato com
o dado sonoro: é sentir em estado bruto. É bastante frequente,
nesse estágio da escuta, que haja um impulso em direção ao ato
de dançar.
Ouvir emotivamente, no fundo, não deixa de ser ouvir
mais a si mesmo que propriamente a música. É usar da música a
fim de que ela desperte ou reforce algo já latente em nós mesmos.
Sai-se da sensação bruta e entra-se no campo dos sentimentos.
Ouvir intelectualmente é dar-se conta de que a música tem,
como base, estrutura e forma. Referir-se à música a partir dessa
perspectiva seria atentar para a materialidade de seu discurso:
o que ele comporta, como seus elementos se estruturam, qual a
forma alcançada nesse processo.
Adaptado de J. Jota de Moraes. O que é música.
9. De acordo com o texto IV, quando uma tendência de ouvir se
torna dominante, a audição musical:
a) supõe a operação prévia da livre e consciente escolha de um
dos três modos de recepção.
b) estabelece uma clara hierarquia entre as obras musicais, com
base no valor intrínseco de cada uma delas.
c) privilegia determinado aspecto da obra musical, sem que
isso implique a exclusão de outros.
d) ocorre de modo a propiciar uma combinação harmoniosa e
equilibrada dos três modos de recepção.
e) subordina os modos de recepção aos diferentes propósitos
dos compositores.
10. Nesse texto, o primeito parágrafo e o conjunto dos demais
articulam-se de modo a constituir, respectivamente:
a) uma proposição e seu esclarecimento.
b) um tema e suas variações.
c) uma premissa e suas contradições.
d) uma declaração e sua atenuação.
e) um paradoxo e sua superação.
11. Em “... mirando sempre com os olhos cheios de espanto a
lida dos heróis desconhecidos, cuja história é escrita, com a
linguagem do amor, na toalha viva das águas...”, as palavras
destacadas classificam-se, respectivamente, como:
a) Substantivo – substantivo – adjetivo – loc. adjetiva.
b) Substantivo – adjetivo – adjetivo – loc. adjetiva.
c) Verbo – adjetivo– verbo – loc. adjetiva.
d) Verbo – substantivo – verbo – loc. adverbial.
e) Substantivo – adjetivo – verbo – loc. adverbial.
12. Em “Direi umas boas verdades a ele.”, as palavras destacadas
classificam-se como:
a) artigo indefinido e pronome pessoal reto.
b) artigo indefinido e pronome oblíquo tônico.
c) numeral adjetivo e pronome pessoal reto.
d) numeral adjetivo e pronome oblíquo tônico.
e) artigo indefinido e pronome adjetivo.
13. Em “As pessoas bonitas dizem que os feios são infelizes.”,
as palavras destacadas classificam-se, morfologicamente,
como:
a) adjetivo – adjetivo – adjetivo.
b) substantivo – substantivo – substantivo.
c) adjetivo – substantivo – adjetivo.
d) substantivo – substantivo – adjetivo.
e) adjetivo – substantivo – substantivo.
14. Em qual das alternativas a palavra que classifica-se,
morfologicamente, como pronome relativo em todos os
casos?
a) Queria que vocês participassem das aulas e que
conseguissem boas notas.
b) O automóvel que vendi é velho, mas o que comprei é novo.
c) Gostaria de que vocês alcançassem a posição privilegiada
que eles alcançaram.
d) Venha rápido, que eu tenho a pressa dos que habitam os
grandes centros.
e) a e b estão corretas.
15. Em “A criança da capital gosta de televisão.”, a expressão
destacada classifica-se, morfologicamente, como:
a) locução adverbial.
b) locução substantiva.
c) locução adjetiva.
d) preposição + adjetivo.
e) locução prepositiva.
16. Em “Eles fizeram tudo às claras.”, a expressão destacada é:
a) uma locução adjetiva, modificando a palavra tudo.
b) um advérbio, modificando o verbo fazer.
c) uma locução adverbial, modificando a palavra tudo.
d) uma locução adverbial, modificando o verbo fazer.
e) uma locução adjetiva, modificando o verbo fazer.
3. Arcadismo, Interpretação e Gramática
3
OSG.: 41380/11
Dig.: Vic. 01/02/11 / Rev.: AR
17. Em “Está claro que o jogo é uma profissão, embora Anotações
censurável, mas o homem que bebe jogando não tem juízo.”,
a palavra que é, respectivamente:
a) pronome relativo (sujeito), conjunção causal.
b) conjunção causal, pronome relativo (sujeito).
c) conjunção integrante, pronome relativo (sujeito).
d) conjunção integrante, pronome relativo (objeto direto).
e) conjunção concessiva, conjunção integrante.
18. Em “... e não é difícil antever o que poderá sair desse
conúbio...”, a palavra destacada é:
a) conjunção integrante.
b) pronome relativo com função de objeto direto.
c) pronome relativo com função de sujeito.
d) pronome interrogativo com função de objeto direto.
e) pronome interrogativo com função de sujeito.
19. Em “Nós somos os primeiros alunos da sala.”, as palavras
destacadas classificam-se, respectivamente, como:
a) pronome adjetivo – numeral substantivo – locução
adverbial.
b) pronome substantivo – numeral substantivo – locução
adjetiva.
c) pronome adjetivo – numeral adjetivo – locução adjetiva.
d) pronome substantivo – numeral adjetivo – locução adverbial.
e) pronome substantivo – numeral adjetivo – locução adjetiva.
20. Em “Estudei as lições com interesse.”, a expressão destacada
classifica-se como:
a) locução adverbial de modo.
b) locução adjetiva.
c) locução adverbial de interesse.
d) locução verbal.
e) locução adberbial de finalidade.
GABARITO – Nº 2
1 2 3 4 5 6 7 8
c c a b e a b d
9 10 11 12 13 14 15 16
d c e c e a c b
17 18 19 20
c c b c