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ANO XIII – Número 39 – 2011




João
Marcos
 Dupla vitória na UnB
•	Ciclo de Estudos 2011
•	Deixem que a criança 	
  viva a sua infância
•	Habilidades e competências	
  na Educação Básica
•	Ensino de Filosofia: 	
  novas práticas, novos saberes
•	“A Heroína da Escola”
•	Esporte, metáfora da vida
•	Viva a vida! Droga, comigo não rola
2011
Ciclo de Estudos
          Neurociência e humanização da
       educação foram os temas trabalhados.



O
             mundo atual exige          fone) e, em sua palestra, emocio­
             mu­ anças,
                 d            adapta­   nou a plateia pela simplicidade
             ções, aperfeiçoamen­       com que contou fatos, acertos e
             tos      constantes    e   erros em sua vida como aluno e
             diá­ ios. A formação
                 r                      professor. Foi aplaudido por todos
teórica e prática do professor é um     de pé, por mais de cinco minutos.
fator que contribui para melhorar       “Foi com certeza um dos momen­
a qualidade do ensino. Por esse         tos mais emocionantes da minha
motivo, o Centro Educacional Leo­       carreira”, conta emocionado.
nardo da Vinci tem o Projeto de For­       Neurociência e educação foi o
mação Continuada, para promover         outro tema levantado no Ciclo de
momentos de reflexão em que são         Estudos 2011. A Prof.ª Dra. Elvira
convidados palestrantes e promo­        Souza Lima fez uma palestra
vidos cursos para a atualização dos     explicando como se dá o processo
professores e colaboradores.            de aprendizagem no cérebro. “Os
    O primeiro evento do ano é o        palestrantes trouxeram um acrés­
Ciclo de Estudos. Em 2011 foram         cimo fantástico para nossa experi­
convidados o Doutor em Filoso­          ência. No que se trata da questão
fia e História da Educação, Prof.       da afetividade, humanização da
Dr. César Nunes, e a Doutora            educação, neurociência, em como
em Ciência da Educação, Prof.ª          se dá o processo de aprendiza­
Dra. Elvira Souza Lima. “Foi um         gem, entender o funcionamento
momento riquíssimo de trocas            cerebral, entender quais são os
de informações, conhecimentos           ganhos e prejuízos. E hoje vejo
e experiências”, conta a Diretora       que, de fato, estamos no caminho
Pedagógica da Unidade Tagua­            certo”, conta a Orientadora Edu­
tinga, Prof.ª Solange Foizer.           cacional do Ensino Médio, Uni­
    O Prof. Dr. César Nunes subiu       dade Norte, Prof.ª Gerlany Carva­
ao palco para ressaltar a importân­     lhães. n
cia da humanização na educação.
Não fez uso de qualquer recurso         Patrícia Carbri
tecnológico (a não ser o micro­         Assessora de Comunicação
Deixem que a criança
                                                                                                                                   preendê-la. O ato de desenhar não é,          situações em que a criança possa,         brasileira, a música é mais do que
                                                                                                                                   simplesmente, uma atividade lúdica,           diariamente, ter alguma atividade         isso, ela permite dialogar com o outro
                                                                                                                                   ele é, também, ação de conheci­               que envolva a música. Muitas das          e contribui para a inserção dessa




viva a sua infância
                                                                                                                                   mento. O desenho é, pois, parte               brincadeiras infantis já trazem essa      criança na cultura do nosso país.
                                                                                                                                   constitutiva do processo de desen­            experiência, o folclore brasileiro tem        As brincadeiras infantis envolvem
                                                                                                                                   volvimento da criança.                        uma variedade muito grande de ativi­      movimento. Muitas delas fazem com
                                                                                                                                       A música promove a comunica­              dades que envolvem música.                que a criança movimente seu corpo
                                                                                                                                   ção entre as pessoas, provoca envol­              Sabemos hoje que a música é           no espaço. Isso ajuda, por exemplo,




P
                                                                                                                                   vimento emocional entre elas. Cantar,         importante no desenvolvimento do          a formar conceitos de localização no
            odemos iniciar nossa con­        volva como um ser de cultura.                importante que os adultos respeitem      tocar um instrumento, ouvir música            cérebro e traz muitos benefícios para     espaço, como acima/abaixo, dentro/
            versa dizendo que toda               E que atividades são essas? Dese­        essa atividade, porque enquanto a        são atividades que fazem bem ao               as aprendizagens que a criança terá       fora, perto/longe.
            criança tem direito a            nhar, brincar de faz de conta, realizar      criança está desenhando, ela está        ser humano em qualquer idade. Na              mais tarde, na escola.                        Muitas brincadeiras trazem pe­
            viver sua infância. Nesse        brincadeiras infantis que envolvam           aprendendo muitas coisas. Para nós,      infância, a música é mais importante              Por exemplo, as músicas canta­        quenas narrativas, que auxiliam no
            pe­ íodo, a criança realiza
               r                             personagens e ações imitativas, can­         adultos, pode parecer que desenho        ainda, pois contribui para o desen­           das têm rimas. Ter sensibilidade à        desenvolvimento da oralidade e do
inúmeras aprendizagens que servi­            tar, dançar, ouvir histórias, poesias e      não é uma coisa séria como apren­        volvimento da criança. As cantigas            rima, sabe-se hoje, é um dos com­         sequenciamento de fatos, como a
rão para toda a vida. Muitas delas se        narrativas da cultura local. É muito         der a escrever, mas é. O domínio da      infantis possibilitam o desenvolvi­           ponentes essenciais para a aquisição      rosa juvenil [cantiga de roda sobre
efetivam por meio de práticas cul­           importante para a criança a vivência         forma desenhada também é uma das         mento da memória auditiva, do ritmo           da leitura. O que é ter sensibilidade     uma menina, Rosa, que é vítima de
turais, que, por sua vez, desempe­           das práticas culturais de sua comuni­        bases do desenvolvimento da escrita.     e da melodia, com realizações que             à rima?                                   uma feiticeira e sobre o rei que irá
nham papel central, e cabe não ape­          dade e região, pois a elas estão liga­           Todo desenho tem uma ação:           estarão envolvidas na apropriação da              É saber reconhecer rimas e saber      desfazer o feitiço. Na brincadeira, as
nas à família, mas a vários setores da       das a percepção de si mesma como             para a criança, há sempre uma his­       leitura e da escrita.                         fazê-las também.                          crianças formam a roda; a que vai
sociedade, garantir sua presença na          parte de um grupo e a formação de            tória no desenho que ela faz. O dese­        Nascida em uma cultura que                    Para a criança que se está cons­      para o centro será a Rosa, e outras
vida das crianças.                           sua identidade. A experiência com            nho é uma narrativa: mesmo que           valoriza tanto a música quanto a              tituindo como um ser da cultura, é        duas, de fora da roda, serão a fei­
   Em seus primeiros anos de vida,           imagens e com sons é uma parte               para o adulto ele pareça uma repre­      dança, a criança brasileira é exposta,        fundamental entrar em contato cons­       ticeira e o rei. Seguindo as estrofes
a criança obtém duas conquistas              importante na educação da criança            sentação estática, para a criança ele    desde bebê, a uma vivência musical            tante com a música. Para a criança        da música, cada criança deve agir
importantes: andar e falar. O período        pequena, por isso toda criança pre­          é ativo, dinâmico, tridimensional.       variada. Do mesmo modo, a criança                                                       de acordo com o seu personagem.
que se segue a isso será marcado             cisa desenhar, cantar, ouvir música          Mesmo que a criança não fale nada        brasileira também tem experiências                                                      Aquelas que estão na roda devem
pelo desenvolvimento da função sim­          e brincar.                                   enquanto estiver desenhando, ela         com a dança nas festas populares,                                                       girar e cantar ao redor da Rosa].
bólica (falar, desenhar, imaginar...).           Em seu processo de desenvolvi­           está “pensando” no que desenha.          na mídia, nos rituais das tribos, nas                                                   Todas envolvem a memória de mo­
As atividades que predominam                 mento, a criança pequena desenha             Então, ao desenhar, a criança traba­     celebrações religiosas, nas festas e                                                    vimentos sequenciados em uma
nesse período são as que envolvem            muito. Toda criança vai desenhar             lha com sua imaginação, cria novas       em outros eventos.                               Toda criança tem                         ordem constante. Por exemplo,
movimento e criação de significados,         indo ou não à escola, ou seja, dese­         imagens, desenvolve sua memória,             É muito importante que se valo­            o direito de conviver                       lenço-atrás [brincadeira em que
fazendo com que a criança se desen­          nhar faz parte de ser criança. É muito       organiza sua experiência para com­       rize a vivência musical criando                                                             os participantes formam uma
                                                                                                                                                                                  com as diferenças. A
                                                                                                                                                                              formação ética com respeito
Entrevista concedida a Paula Caires (Revista Projetos Escolares Educação Infantil – Online Editora) em outubro de 2009                                                           à diversidade cultural
                                                                                                                                                                               e à diversidade biológica é
Repórter - Quais as principais diferenças do cérebro das crian­   Repórter - Você diz que o desenvolvimento é função da cultura.   Elvira Souza Lima - Sim, o que               uma responsabilidade de                          dade, ritmo, rima, sequência. Cada
ças de 4, 5 e 6 anos de idade? Como funciona a memória da         Poderia explicar?                                                propiciamos à criança pequena                   todos na sociedade.                          brincadeira promove o desenvolvi­
criança e quais seus níveis? Como desenvolvê-la e estimulá-la,                                                                     deve ser adequado ao seu período                                                            mento de determinados movimentos
em seus diferentes graus, nas crianças dessas idades?             Elvira Souza Lima - Na verdade esta não é uma ideia              de desenvolvimento. Por exemplo,                                                          do corpo, de sonorizações e linhas
                                                                  recente, mas que tem sido comprovada recentemente                desenhar é uma atividade fundamental                                                   melódicas. Cada brincadeira apresenta,
Elvira Souza Lima - É importante entender que o desen­            com o avanço dos estudos e pesquisas sobre o cérebro             dos 3 aos 6 anos. Ouvir músicas, cantaro­                                           portanto, especificidades. A criança precisa
volvimento do ser humano acontece por períodos de                 humano. O conhecimento sobre o desenvolvimento na                lar, dançar e cantar, experimentar sons, ouvir                                 realizar brincadeiras de movimento: andar, cor­
tempo que não são divididos segundo anos cronológicos.            infância nos traz a necessidade de ver a criança como ser        com atenção sons da natureza, por exemplo, são ativida­            rer, saltar. Brincadeiras circulares como as brincadeiras de
Os períodos na infância acontecem em tempos maiores,              de cultura, pertencente à espécie humana: daí a impor­           des importantes nos primeiros anos da infância. Propiciar          roda, cantadas ou declamadas. Brincadeiras que desen­
como cerca de 3 anos. Assim as crianças de 4, 5 e 6               tância de integrar os conhecimentos da Neurociência, da          essas experiências à criança significa, muitas vezes, criar        volvem a percepção sonora e/ou visual. Brincadeiras que
anos pertencem a um período de desenvolvimento,                       Antropologia e das Artes para que, dessa integração,         condições para que ela faça isto, dar tempo a ela para rea­        envolvem parlendas e quadrinhas. Todas as brincadeiras
no qual acontecem processos, como por exem­                               se retire um modelo de pensamento mais ade­              lizar estas atividades e prosseguir nelas conforme desejar.        do folclore e as brincadeiras universais oferecem riqueza
plo, o desenvolvimento da função simbólica e a                               quado para se abordar a infância.                     Muitas vezes o adulto se preocupa muito em estimular               de experiências e oportunidades para a criança e atuam,
formação das figuras geométricas. A matura­                                    A Neurociência, principalmente, vem reve­           a criança e não dá a ela o tempo necessário para que               também, no desenvolvimento da imaginação.
ção do cérebro é progressiva e possibilita a                                    lando a infância como um período de rele­          ela realize atividades em seu próprio tempo. O tempo de
ampliação de processos mentais, perícia do                                       vância para a formação humana, confi­             exploração dos objetos, de observação, de envolvimento             Repórter - Os contos infantis assumem essa mesma função? Se
movimento, evolução da fala, por exemplo.                                        gurando, assim, uma nova dimensão da              com uma atividade depende do período de desenvolvi­                não, qual o papel também dos contos infantis?
Ao longo desse processo, a criança desen­                                        educação infantil. A escola para educação         mento. Aprendemos muito observando a própria criança:
volve a memória, criando acervos de expe­                                       infantil é um espaço de formação humana            ela nos ensina, também, como e durante quanto tempo                Elvira Souza Lima - Os contos infantis tradicionais passa­
riências, imagens e sons, de acordo com                                        das novas gerações, garantindo a continui­          ela se dedica a uma atividade.                                     ram de história oral para a escrita. Ou seja, uma tradição
sua experimentação e ação, nos contextos em                                   dade da espécie e a integração das experiên­                                                                            oral de séculos, por vezes, foram registradas em algumas
que vive. Com o desenvolvimento da memória,                                 cias culturais com as possibilidades tecnológi­        Repórter - Qual o papel das brincadeiras nesse processo? Quais     culturas e a partir daí permaneceram como acervos para
a criança também cria acervos para imaginar. A                          cas da sociedade contemporânea.                            brincadeiras você indicaria pela riqueza de recursos que oferece   muitas gerações. Muitas histórias foram perpetuadas tam­
imaginação precisa ser desenvolvida na infância. Brincar,                                                                          ao cérebro?                                                        bém pelas dramatizações, tanto com personagens como
desenhar, cantar, dançar, ouvir histórias, representar no         Repórter - Há diferenças nas formas de estímulos para cada                                                                          com bonecos (marionetes de muitos tipos diferentes).
faz de conta são atividades essenciais para o desenvolvi­         idade? Se sim, quais?                                            Elvira Souza Lima - Cada brincadeira mobiliza o cérebro            Mais recentemente, essas histórias passaram a ser reela­
mento da criança nesse período.                                                                                                    da criança segundo os componentes de movimento, orali­             boradas em várias formas de mídia: filmes, animações,
roda, em torno da qual um deles                 vidade. Um dos direitos mais funda­         igualmente, para as crianças que                Finalmente, toda criança tem o
                                                                                                                                                                                        Livros publicados pela Dr.ª Elvira Souza Lima
corre levando um lenço na mão e di­             mentais da infância é ter tempo para        nascem com alguma diversidade               direito de conviver com as diferen­
zendo versos; o lenço deve ser deixa­           brincar e cabe aos adultos criarem          biológica, ou seja, não ouvem, são          ças. A formação ética com respeito
do atrás de uma pessoa, que sairá da            essa possibilidade para toda e qual­        cegas, possuem alguma síndrome              à diversidade cultural e à diversidade
roda perseguindo o que a escolheu e             quer criança.                               (por exemplo, a síndrome de Down),          biológica é uma responsabilidade de
tentando impedi-lo de ocupar o lugar                Ouvir histórias, ouvir e recitar        têm algum impedimento por causa             todos na sociedade. Se a criança não
deixado vago], coelhinho-sai-da-toca            poesias, parlendas [rima infantil           da condição de seu cérebro (paralisia       conviver com as diferenças, ela não
[cada participante senta em uma ca­             usada em brincadeiras], conversar           cerebral, por exemplo). Para essas          terá a possibilidade de ampliar sua
deira e o que comanda o jogo fica em            com outras crianças, ser ouvida pelo        crianças, as atividades da infância         experiência de vida e compreender
pé. Quando ele gritar “coelho sai da            adulto são situações que todas as           são tão necessárias como para qual­         que a diversidade é normal na nossa
toca”, todos devem mudar de lugar               crianças devem ter continuamente.           quer outra criança. Nesses casos,           espécie. n
inclusive o comandante, que deve se             O folclore, as festas tradicionais, as      a sensibilidade dos adultos é muito
sentar. O que ficar de pé sai do jogo           celebrações são também fonte de             importante, pois são eles que podem         Prof.ª Dr.ª Elvira Souza Lima
                                                                                                                                        Pesquisadora em desenvolvimento
e uma cadeira é retirada].                      ampliação da experiência, além de           criar condições para que essas crian­       humano com formação em
    Brincar é necessário para que a             funcionar como oportunidades para           ças brinquem, ouçam música, parti­          neurociências, psicologia, antropologia e
criança cresça saudável e não pode              a formação da identidade cultural.          cipem de atividades culturais e festas      música. Trabalha com pesquisa aplicada
ser substituído por outro tipo de ati­              O que foi colocado aqui é válido,       públicas, entre outras coisas.              às áreas de educação, mídia e cultura.




novelas e seriados, dramatizações teatrais, desenhos ani­            cérebro. Instrumentos e vozes apresentam um impacto                Assim, pode-se ir pela vida toda
mados. Hoje as crianças têm várias fontes para a expe­               no cérebro quando executados conjuntamente, que difere             aperfeiçoando e expandindo a com­
riência com as histórias. Esta tradição gerou, também, a             quando somente instrumento ou somente voz chegam ao                preensão na leitura e a capacidade
produção específica de literatura infantil e que tomou uma           cérebro. Porém, é importante salientar que todas as for­           na escrita.
proporção inédita e importante nas últimas décadas.                  mas de música têm um impacto muito grande, como mos­               Porém, toda criança com 3 anos de
Histórias, contos, lendas e fábulas têm um papel impor­              tram as pesquisas mais recentes sobre música e cérebro.            escolarização tem a possibilidade de
tante na formação da criança e no desenvolvimento da                 Também essas pesquisas revelam que os efeitos variam               ler compreendendo (ler é compreen­
memória e da imaginação. Eles atuam na formação da                   conforme a idade da pessoa. Certo é que, para a criança            der) e de escrever textos de algumas
estrutura da narrativa na memória, que proporciona mui­              pequena, a experiência com a música cotidianamente traz            linhas (5 a 7 no mínimo) com a sintaxe básica, com cor­            criança só fará se for ensinada e orientada. Dessa forma, o
tos subsídios para desenvolvimento e aprendizagens pos­              impactos duradouros sobre o desenvolvimento infantil. Por          reção fonológica e ortográfica e utilizando palavras cor­          currículo deve partir do desenvolvimento humano, sempre
teriores, dentre as quais destacamos a apropriação da                isso, a música deve estar presente em casa e na escola.            retamente. Isso depende de ensino e prática cotidiana. Do          com a preocupação de desenvolver a imaginação
escrita e a atividade criativa da mente humana.                                                                                         ponto de vista do desenvolvimento, isso pode ser feito a
                                                                     Repórter - O que o processo de alfabetização deve priorizar        partir do período de 6 a 8 anos.                                   Repórter - Até que ponto a televisão e a internet ajudam ou atra­
Repórter - Qual a importância e o papel da música nesse pro­         para ser bem-sucedido, independentemente da linha pedagó­                                                                             palham no processo de desenvolvimento da criança? Por favor,
cesso de estímulo e desenvolvimento infantil?                        gica seguida?                                                      Repórter - Você defende a organização do currículo escolar por     explique.
                                                                                                                                        ciclos de aprendizagem. O que seriam e como funcionariam?
Elvira Souza Lima - O papel da música é                               Elvira Souza Lima - Com certeza, o desenvol­                                                                                         Elvira Souza Lima - Televisão e computador não podem
enorme, conforme constatado pelas pes­                                    vimento da função simbólica. A formação                       Elvira Souza Lima - Seria melhor pensar na organização             extrapolar um tempo diário de uma a duas horas na vida
quisas na área de neurociência. Sabemos                                      na memória das letras, sílabas e palavras                  curricular segundo os períodos de desenvolvimento                  da criança pequena. Em muito países, a recomendação
disso, também, por meio da Antropolo­                                          e, fundamentalmente, as estruturas da                    humano, que, em muitas prefeituras espalhadas por todo             é de uma hora diária a partir dos 3 anos e alguns reco­
gia, que nos mostra o papel central             Apropriar-se da                 sintaxe. A sintaxe, envolvendo o verbo                  Brasil, são denominados de ciclos de aprendizagem.                 mendam que a criança de até 2 anos não seja exposta
que a música tem na organização dos         língua escrita, sendo                de ação, principalmente, é eixo da                     A aprendizagem dos conteúdos escolares se apoia nos                a nenhum dos dois. Isso decorre de pesquisas sobre o
grupos sociais. Na verdade, a histó­                                              aprendizagem da escrita e da leitura.
ria da evolução da espécie humana
                                                capaz de ler e de                 Independentemente do método, se a
                                                                                                                                        períodos de desenvolvimento. Não adianta querer adiantar           desenvolvimento biológico e cultural da primeira infância,
                                                                                                                                        certas aprendizagens na escola para as quais a criança             incluindo-se aí as pesquisas sobre o processo de matura­
deixa bem claro que a música foi            escrever uma língua,                  criança não aprender as dimensões                     depende da formação de estruturas no cérebro, estruturas           ção e desenvolvimento do cérebro infantil.
um dos fatores fundamentais de                    é um processo                  da língua escrita (sintaxe, semântica,                 estas que são formadas segundo condições próprias da
desenvolvimento da espécie, presente                                            léxico, fonologia e morfologia) não                     espécie.                                                           Repórter - O déficit de atenção e a hiperatividade podem ter
antes mesmo da fala. Para a criança, a
                                                    bem longo.                 dominará a escrita. Qualquer método                                                                                         relação com a influência desses meios na vida das crianças ou
música é fator de humanização, de con­                                        precisa atender à formação na memó­                       Repórter - O que poderia ser dispensado das aulas pelo fato de     esses transtornos da aprendizagem estão relacionados à condi­
gregação com os adultos e com as crian­                                    ria dos conceitos de letra, sílaba, palavra,                 as crianças já trazerem consigo naturalmente?                      ção genética da pessoa? Por favor, explique.
ças mais velhas. Tem um papel na identidade                             frase e texto.
cultural e é fator decisivo no desenvolvimento da                                                                                       Elvira Souza Lima - Desenhar as figuras geométricas,               Elvira Souza Lima - Há um equívoco muito grande
função simbólica da criança.                              Repórter - Existe uma idade certa para dar início ao processo de              aprender as cores que estão em seu contexto, nomeá-las             atualmente em considerar comportamentos normais
                                                                     alfabetização formal? Existe uma idade limite para que a alfabe­   são coisas que fazem parte do desenvolvimento humano.              das crianças como déficit de atenção e hiperatividade.
Repórter - Há diferenças de funções conforme o tipo de música        tização esteja concluída?                                          Cantar, também. Temos várias aquisições na própria gené­           Como consequência, temos muitas crianças sendo
trabalhada (diferentes ritmos, só cantada ou acompanhada de                                                                             tica da espécie. A escola deve aproveitar essas caracterís­        medicadas erroneamente, com prejuízos imediatos sobre
instrumento...)?                                                     Elvira Souza Lima - Apropriar-se da língua escrita, sendo          ticas do desenvolvimento infantil para ampliar a experiên­         seu processo de desenvolvimento. Os comportamentos
                                                                     capaz de ler e de escrever uma língua, é um processo               cia da criança em cada uma delas.                                  identificados como de hiperatividade e déficit de atenção
Elvira Souza Lima - Os diferentes ritmos, tonalidades, har­          bem longo. A escrita é muito complexa e tem vários níveis          Por exemplo, trabalhar com as figuras geométricas para             são decorrentes, muitas vezes, dos contextos em que a
monização afetam diferentemente o cérebro. Da mesma                  de apropriação: compreender poesia, escrever poesias,              construir formas como com o tangram, fazer maquete de              criança vive, que oferecem poucas oportunidades para
maneira, vocalizes e canto apresentam particularidades               escrever um conto tem suas especificidades. Escrever um            algum local como a escola, ou o bairro, ou ainda sobre             que a criança exerça o que é próprio da infância, sendo o
em relação à música instrumental no processamento pelo               relatório científico tem outras. Um texto jurídico, outras.        o movimento dos astros são atividades escolares que a              brincar um dos mais importantes. n
habilidades e competências
na Educação Básica
A
            s instituições de ensino enfrentam é vivido como uma construção conjunta entre
            novas necessidades, decorrentes    professor e alunos.
            da mudança de paradigmas na            Nessa metodologia, o professor é um



                                                                                                                Aprender
            Educação do século XXI, em que o   provocador da construção de conceitos, do
            desenvolvimento de habilidades e   tratamento das informações, do incentivo à
competências ganha um papel relevante em       pesquisa. Ele é um verdadeiro mestre que
questões acerca de: como educar a criança      considera o conhecimento do outro e entra
para um mundo globalizado? Como preparar       nessa relação como alguém que vai colaborar
o jovem para o novo mercado de trabalho?       para o desenvolvimento da autonomia. Enfim,
    Sendo assim, a educação está imersa em     um professor-mediador.
um novo tempo em que as informações não            E para criar uma experiência de apren­
são suficientes, é preciso aprender a proces­  dizagem que simule situações-problema do
sar e a usar adequadamente essas informa­      mundo real, utilizamos jogos de raciocínio,
ções para transformá-las em novos conhe­       um recurso didático prazeroso e provocante
cimentos. Escolas, sem exceção, estão em       no qual o aluno se envolve e se abre para           O Leonardo da Vinci implantou, do 1º ao            prática as ações didáticas e, a partir das situ­
processo de “renascimento”, adaptando-se à     a aprendizagem de estratégias e modelos de          5º ano do Ensino Fundamental, o Projeto            ações vivenciadas no jogo, a criança vai criar
nova realidade que requer educar o indivíduo   raciocínio que são os “conteúdos” da “nova          Menteinovadora para complementar                   novos conceitos, novas noções, significados
para ser capaz de enfrentar situações reais    disciplina”.                                        as disciplinas trabalhadas na escola               que serão usados em outros momentos de




                                                                                                   A
do mundo atual.                                    Observamos que assim as crianças natu­                                                             aprendizados na família, na escola”, afirma
    No mundo de hoje, ser competente pres­     ralmente aprendem a pensar sobre o próprio                     proposta do projeto Menteinova­         a Professora do Ensino Fundamental, Elenis
                                                                                                              dora é estimular as habilidades         Durães B. Santana.
supõe aceitar desafios, mobilizar o                 pensamento e se apropriam de estraté­
                                                                                                              cognitivas, sociais, emocionais e           “Quando a gente vai fazer o Caça ao
conhecimento e ter criatividade                           gias não só para jogar melhor, mas
                                                                                                              éticas por meio de jogos de racio­      Tesouro, há uma hora que a professora pede
para enfrentar o novo, o des­                                 com recursos internos para
                                                                                                              cínio. O sistema consiste em, no        para a gente parar e observar o que se está
conhecido, partindo em                                          serem utilizados em todas as                                                          fazendo. Isso é bom porque a gente consegue
busca de novas formas                                              situações da vida cotidiana     início da aula, o(a) professor(a) contextualizar
                                                                                                   a atividade que será desenvolvida na aula,         olhar de um outro jeito para resolver o jogo”,
de resolver situações e                                             e em componentes curri­                                                           completa Pedro Bernardes, estudante do 1º
problemas que se apre­              a educação está                   culares, como Matemá­
                                                                                                   as regras do jogo e como eles conseguirão
                                                                                                                                                      ano F, de Taguatinga. “Na verdade o mais
                                                                                                   alcançar os objetivos.
sentam nesta mesma                imersa em um novo                   tica, Português, Ciências,
                                                                                                       O projeto trabalha com métodos, como o         legal é que a gente consegue fazer as ativi­
velocidade. O indivíduo                                                História, entre outras.                                                        dades em grupo”, conta a aluna Ana Carolina
competente é aquele
                                    tempo em que as                       A “nova disciplina”,
                                                                                                   do semáforo, no qual o sinal vermelho sig­
                                                                                                   nifica que é o momento de parar e obser­           Lima Vargas, colega também do 1º ano.
capaz de transformar                informações não                   proposta para desenvol­      var; o amarelo, que é a hora de raciocinar;            Todos os professores do Leonardo da Vinci
conhecimento em solu­                são suficientes                  ver habilidades e com­       e o verde, no qual o estudante vai escolher a      passaram por um treinamento com a equipe
ções para problemas                                                 petências, aplica-se em        melhor estratégia e agir; há o método do dete­     da empresa coordenadora do projeto, Mind
concretos da vida.                                                 uma aula semanal de 50          tive, que estimula as crianças a encontrarem       Lab Brasil, para que eles vivenciassem os
    Mas como tratar essa                                        minutos, para alunos desde a       a solução do problema por meio de pergun­          jogos e aprendessem quais conceitos, habi­
questão na Educação Básica?                                   Educação Infantil até o Ensino       tas e respostas; e o método da ave migrató­        lidades e objetivos teriam cada um. Com a
Como transformar esse desejo                              Médio. A organização curricular é        ria, no qual a equipe vai agir de acordo com       formação continuada presencial, os professo­
em realidade? Precisamos de uma                     composta por Passos (Inicial, 1, 2, 3 e 4)     o que está sendo direcionado pelo líder. Por       res são periodicamente visitados pelos edu­
“nova disciplina” que focalize o desenvol­     para atender crianças e jovens nas diferen­         meio de jogos de raciocínio, a criança é esti­     cadores da empresa, que avaliam em con­
vimento de habilidades cognitivas, sociais     tes faixas etárias (de 4 a 17 anos). Os passos      mulada a aplicar essas metodologias para           junto todo o andamento do projeto, ministram
e emocionais necessárias para desenvolver      estão subdivididos em módulos de acordo             lidar melhor com situações-problema no seu         atualizações para os professores, dando total
competências para a vida moderna. Essa é       com os objetivos gerais das aulas que os            cotidiano.                                         apoio e segurança à instituição de ensino. n
a nossa visão.                                 compõem, como por exemplo: “Unindo For­                 “É fundamental o papel do professor            Patrícia Carbri
    Partindo dela, reunimos recursos didáti­   ças”, “Analisando Informações”, “Tomada de          como mediador porque ele vai colocar em            Assessora de Comunicação
cos, conhecimentos sobre o desenvolvimento     Decisões”, “Planejando o futuro”, “Gerencia­
humano e técnicas de ensino-aprendizagem       mento de Recursos”, entre outros. n
em uma metodologia, de nome Menteino­
vadora, que estabelece o mesmo grau de         Sandra Regina Rezende Garcia,
importância para o jovem aprendiz, o profes­   Pedagoga, Diretora Pedagógica do
sor e os recursos didáticos, assim possibili­  Menteinovadora, Mestre em Psicologia na área
tando que o “evento de aprender” seja mais     do Desenvolvimento Humano e Processo Ensino
significativo.                                 -Aprendizagem pela Universidade de São Marcos,
                                               Pós-graduada em Psicomotricidade no Programa
    Sabemos que a atribuição de significado
                                               de Enriquecimento Instrumental pelo Instituto
provoca a atenção, o interesse, a motivação    Superior de Psicomotricidade e Educação – ISPE-
e a participação do aluno no processo de       GAE, em São Paulo. É autora do livro Mediação
aprendizagem. Ele se sente pertencente a       da Aprendizagem – contribuições de Feuerstein e
esse processo, cúmplice, coautor: o processo   Vygotsky em parceria com Marcos Méier.
D          i         cas
                                                                                                                             O estudante ganhou o carro, pois passou
                                                                                                                         bem no vestibular. Mas tudo isso é o resultado
                                                                                                                         da dedicação e disciplina. Engana-se quem
                                                                                                                         pensa que João Marcos sacrificava os momen­
                                                                                                                         tos de lazer e descontração. Con­
                                                                                                                         fira as dicas que João Marcos
                                                                                                                         deu para quem quer passar no
                                                                                                                         vestibular.

                                                                                                                         •	Preste atenção às aulas: A pri­
                                                                                                                           meira dica é simples e direta,
                                                                                                                           procure estar atento no que
                                                                                                                           é passado pelo professor.
                                                                                                                           “Ele prepara a matéria
                                                                                                                           como um resumo de
                                                                                                                           vários livros. É claro
                                                                                                                           que é difícil estar
                                                                                                                           atento 100% do
                                                                                                                           seu tempo, mas compensa
                                                                                                                           quando você vai revisar a
                                                                                                                           matéria, porque tudo vai
                                                                                                                           estar mais claro”.




João Marcos
                                                                                                                         •	Seja curioso: Uma boa estra­
                                                                                                                           tégia para estar atento às aulas
                                                                                                                           é procurar ter curiosidade. Se
                                                                                                                           você tem dúvidas, não espere
                                                                                                                           para perguntar, caso o assunto seja inte­
                                                                                                                           ressante, peça a indicação de fontes para



Dupla vitória na UnB
                                                                                                                           mais informações. “Sempre fui muito
                                                                                                                           curioso e nunca tive problemas para per­
                                                                                                                           guntar e tirar as dúvidas que tinha sobre os
                                                                                                                           assuntos”.

   Ele conquistou a melhor colocação no PAS e vestibular 	                      dar, relembrar as matérias básicas –     •	Faça o dever de casa: Se você prestou atenção
                                                                                até hoje, por exemplo, algumas pes­
   da UnB, é o primeiro estudante do Leonardo da Vinci a                        soas têm dificuldades nas operações
                                                                                                                           na aula, fazer a tarefa de casa vai servir para
  ganhar um carro 0 Km da promoção “Estudante 1º Lugar”                                                                    fixar mais o conteúdo. “É importante você fazer
                                                                                matemáticas essenciais – e manter          as tarefas de casa no dia que teve a aula, porque
      e revela que o segredo para passar no vestibular 	                        em dia as matérias do ano. E a famí­       vai facilitar muito para memorizar e revisar o que
       é bem mais simples do que se possa imaginar.                             lia é também muito importante. Aqui        foi ensinado em sala de aula”, explica João.
                                                                                em casa a gente sempre teve o cos­




A
            família Marques foi des­    Fundamental. “Além de muito inte­       tume de estimular um ao outro. Deus      •	Ensine: Outra boa maneira de fixar o conteúdo é
            taque na edição nº 38       ligente, estudioso, dedicado e com­     também me ajudou bastante, dando           ensinar os colegas, ajudá-los nas matérias que
            desta revista. À época, o   prometido, ele sempre foi muito         calma e paciência para eles estuda­        eles têm dificuldades e procurar ajuda quando
            caçula da família, João     humilde e teve o acompanhamento         rem”, explica a mãe, Magaly Correia        se tem dificuldade.
            Marcos Correia Marques,     da família, que esteve muito pre­       Marques.
era um dos 176 alunos do Leonardo       sente na vida escolar dele”, lembra         João explica que a promoção do       •	Leitura: João se preparou para as provas lendo
da Vinci aprovados no vestibular de     o Diretor de Planejamento e de Ges­     Leonardo da Vinci, que daria um            além dos livros recomendados pelos organizado­
julho/2010 da Universidade de Bra­      tão Pedagógica, Prof. Sérgio Brum.      carro para o estudante que conquis­        res do PAS, Enem e vestibular UnB. “Eu acredito
sília. Ele ainda não havia concluído    A irmã mais velha do João, Caro­        tasse o primeiro lugar do vestibular,      que eles não querem saber se você leu o que
o Ensino Médio e conquistou o 4º        lina, também estudou no Leonardo        PAS ou Enem também foi um estí­            eles indicaram, provavelmente eles querem ava­
lugar na classificação geral no curso   da Vinci, passou no vestibular para     mulo. “Lá em casa, ninguém ganhou          liar é a sua capacidade de interpretação, de estar
de Engenharia Mecatrônica, primeiro     Economia, na UnB, na metade do 3º       carro por passar no vestibular. Estava     atualizado. Então leia além do que é pedido, pro­
lugar de todas as engenharias. Hoje,    ano, com 17 anos. Formou-se com         contando em dividir o carro com a          cure livros sobre assuntos de que goste”.
de cabeça raspada, ele comemora         21 anos e está cursando o mestrado      minha irmã, que também estuda na
sua tripla vitória: a primeira colo­    de Economia da USP, com 22 anos.        UnB”, revela o jovem, já matriculado     •	Descanse: Segundo João Marcos, não é neces­
cação geral da UnB, o 1º lugar no       A outra irmã, Mariana, passou pelo      na autoescola. “Desde o começo do          sário “se matar de estudar”, ele não fez cursinho
PAS e um Ford Focus 0 km dado           PAS para Medicina com 18 anos e já      ano, ficava brincando com o diretor:       para passar nas provas da UnB. Praticava espor­
pelo Leonardo da Vinci na promoção      está cursando o 3º ano na UnB, feliz    ‘Cadê meu carro?’ Mas não levava fé        tes, ia para as festas, namorava. “O segredo é
“Estudante 1º Lugar”.                   com a sua escolha.                      no primeiro lugar, não”, conta. n          conseguir equilibrar diversão com responsabili­
     João começou a estudar no Leo­         “São vários fatores importantes     Patrícia Carbri	                           dade. Você não vai ficar até o fim da festa quando
nardo da Vinci no 3º ano do Ensino      para o sucesso dos meus filhos. Estu­   Assessora de Comunicação                   tem uma prova no dia seguinte”.
Ensino de Filosofia
novas práticas, novos sa beres
C
            onsiderando que o processo ensino-aprendiza­
            gem se configura por intermédio da participação
            e envolvimento, além de motivacão, é evidente
            que os nossos estudantes precisam ser estimu­
            lados a desenvolver atividades coletivas que os
façam refletir, debater, questionar, propor, criar e planejar.
Partindo desse prisma, a equipe de professores de Filosofia
do Ensino Fundamental desenvolveu um projeto que visou
promover a autonomia dos estudantes, no sentido de torná-
los pequenos investigadores e amantes da pesquisa.
    Distanciando-se da ideia de que o professor é mero
transmissor de conhecimento e a Filosofia, uma disciplina
não prazerosa, o projeto intitulado “filojogando” propôs
um convite à diversão e à reflexão criativa. Os educandos
da sétima série do Ensino Fundamental, organizados em
pequenos grupos, deveriam desenvolver um jogo que res­
saltasse os temas filosóficos trabalhados em sala de aula.
Os jogos poderiam ser de vários formatos: tabuleiro, twister,
jogo da memória, caça-palavras, entre outros. Os pontos
analisados para a avaliação seriam a criatividade, a com­
preensão e assimilação dos conteúdos previamente traba­
lhados em sala.
    A participação na atividade se transformou em um
momento ímpar de alegria, sociabilidade e aprendizagem
significativa. As apresentações dos trabalhos foram surpre­
endentes, ultrapassando todas as expectativas, dado que
muitas das indagações e respostas geradas demonstraram
uma dedicação admirável de todos os grupos nas três uni­
dades de nossa instituição.
    Evidencia-se, portanto, que o belo desafio de propor­
cionarmos aos nossos jovens momentos de encantamento
e de reflexividade criativa em busca de novas práticas e
novos saberes são necessários a uma aprendizagem enal­
tecedora. n
Equipe de Filosofia
“A Heroína da Escola”
Anna Cálida Ghazaleh Tajra 	
conta a história de uma garota 	
com superpoderes.



U
               ma garota sofre um acidente no
               laboratório de ciências e passa a ter
               superpoderes. No início tudo é uma
               grande descoberta, mas como diria
               o tio do Homem Aranha, Ben Parker,
“com grandes poderes vêm grandes responsabi­
lidades”, ela se vê como “A Heroína da Escola”,
título do primeiro livro escrito pela aluna Anna
Cálida Ghazaleh Tajra, da Unidade Norte. Escrito
no decorrer do ano passado, ele foi lançado no
dia de comemoração do 11º aniversário da estu­
dante.
    Esse é o primeiro livro da escritora. De acordo
com o pai, Haroldo Feitosa Tajra, “até agora ela não
tinha demonstrado grande interesse na escrita,
mas, influenciada por um programa do Leonardo
da Vinci, ela demonstrou um grande interesse
pela leitura, já tendo lido inclusive alguns livros
mais robustos, com mais de 200 páginas”.
    Anna fez a maioria das ilustrações da publica­
ção, escreveu o livro imaginando como ele seria
no final e já planeja escrever outros. Inclusive está
escrevendo mais um, mas ainda não revela os
detalhes da próxima história. Para o pai foi uma
surpresa quando ela contou que o livro estava
pronto: “Não acredito que ela tenha tido a ideia
de passar uma mensagem específica, mas a ideia
geral é que ler e escrever pode ser uma grande
brincadeira, um grande prazer, no qual a imagina­
ção pode fluir e alçar voos fantásticos, como toda
brincadeira de criança”. n
Esporte,
metáfora da vida
Na linha de chegada,                     bem mais rica do que a minha.            ou numa pista de corrida: o desafio,
                                             Aos 3 aninhos deu as primeiras       a disciplina, o tempo para cumprir
pode não ter medalha                     braçadas nas aulas de natação e, aos     tarefas, o respeito, a conquista.
nem troféu, mas                          poucos, foi experimentando outros            Existem 33 modalidades esporti­
todos vão ganhar.                        esportes: futebol, tênis, tae-kwon-do.   vas olímpicas, fora a capoeira, surf,




Q
                                             Lembro que sua primeira aula de      dança etc. Dificilmente a criança não
            uando criança, eu era        futebol, aos 7 anos, foi um drama.       vai se identificar com alguma dessas
            uma negação em qual­         Queria desistir, voltar pra casa. Nin­   atividades.
            quer esporte. Tentei         guém lhe passava a bola. Quando              Daniel voltou para a segunda aula
            o vôlei, aos 15 anos,        isso acontecia, ele, assim como a        de futebol, a terceira, a quarta...
            achando que ia passar        mãe, não sabia exatamente o que              Sete anos e muitos gols se pas­
de 1,53 m de altura, mas fiquei na       fazer com ela.                           saram sem que as aulas despertas­
tentativa. Não cresci nenhum centí­          Pois bem, todas as crianças têm o    sem nele o sonho de se tornar atleta.
metro a mais.                            direito de ter medo. Mesmo nós adul­     Apenas fizeram desse esporte o seu
    Bola, pra mim, era um objeto         tos que já tivemos várias oportunida­    lazer preferido, o lugar das novas
com vontade própria. Por mais que        des de vencê-los, também temos. O        amizades, o ponto de encontro da
eu desse as ordens, ela teimava em       medo é essencial para a sobrevivên­      molecada do colégio.
me contrariar. Ainda tentamos nos        cia do indivíduo, mas a socialização         Bem, sob esses aspectos, a Inter­
entender até hoje. Procurei algumas      também.                                  net é uma forte concorrente, mas é
de menor circunferência e passei a           É preciso melhorar a autocon­        por isso mesmo que, nessa tarefa de
me relacionar um pouco melhor com        fiança, estimular na criança a ideia     maternidade, não dá pra descansar.
elas. Agora, bolas de tênis.             da superação. E isso só é possível           Meu esporte preferido é verbal e
    Entre backhands, forehands,          com algumas tentativas. Sozinha, no      eu recomendo: “queda de braço”,
smashes, aces e tal, dei uma boa         primeiro obstáculo, ela vai desistir     todo dia, para que ele não perca os
melhorada no meu inglês.                 e é por isso que pais e professores      melhores anos da vida em frente à
    Não herdei de minha família a tra­   têm o papel fundamental de mostrar       tela de um computador. n
dição esportiva. Educação física era     os caminhos, dar as oportunidades,
algo apenas para cumprir as obriga­      mas sempre respeitando seus limi­        Rosane Araújo, Editora-chefe do
ções no boletim escolar e nada mais.     tes, sem jamais pressionar.              programa Corujão do Esporte, da TV
E, apesar da minha inaptidão para            A metáfora do esporte é perfeita     Globo, autora de “Manual do Pequeno
o esporte, sempre tive por ele uma       para que nossos filhos aprendam,         Atleta” e mãe-atleta perseverante de
atração enorme, tanto que se tornou      desde cedo, a vencer obstáculos.         Daniel, de 14 anos.
minha ferramenta de trabalho.                Grande parte dos elementos da
    Obviamente, meu filho, Daniel,       vida cotidiana está presente em qua­     Fonte: Revista Crescer, disponível em:
receberia uma herança esportiva          tro linhas, ou numa raia de piscina,     </http://glo.bo/i8r2sX>/
Viva a vida!
Droga, comigo não rola


N
               a última semana de março, o Secretário
               de Justiça do Distrito Federal, Alírio Neto,
               ofereceu a palestra “Viva a vida! Droga,
               comigo não rola” para os alunos do Ensino
               Médio de todas as Unidades do Leonardo
da Vinci. A ideia é levar informações aos jovens sobre
os riscos das drogas, por meio de palestras preventi­
vas. “Nessas palestras, passamos por três etapas: cons­
cientização, choque, por mostrar matérias de jornais e
fotos reais, e demonstração de que, como cidadãos, eles
estão submetidos às leis”, explica o secretário.
    O estudante Mateus Marques, da 2ª série E, Unidade
Taguatinga, contou que a palestra foi muito esclarece­
dora. “Porque, na realidade, por mais que a gente pense
que tem o conhecimento total do assunto, na verdade
não tem. Quando vem um profissional da área que tem
histórias reais para contar tudo fica muito mais claro e
real”, explica.
    A Coordenadora Disciplinar da Unidade Sul, Prof.ª
Maria do Carmo, considerou a palestra excelente. “A
adequação da linguagem para o nível dos alunos, o fato
de trazerem imagens reais e impactantes, tudo isso fez
com que os alunos ficassem atentos ao assunto e refle­
tissem seriamente sobre a realidade”.
    O Leonardo da Vinci também participa do Programa
Educacional de Resistência às Drogas e à Violência
(PROERD), um dos principais projetos da Polícia Militar.
“O PROERD trabalha com as escolas nas séries iniciais
e, principalmente, o 5° ano. Ele já atendeu a 13.000.000
de crianças no Brasil e a 450.000 no DF. O programa
é uma experiência da parceria entre Polícia, Escola e
Família”, disse o Coronel Walter Santos Sobrinho, Chefe
do Centro de Polícia Comunitária e Direitos Humanos. n
Patrícia Carbri
Assessora de Comunicação                                         Jean Piaget
                                                                   (1896-1980)
                                                              Epistemólogo e Biólogo
Revista do Centro Educacional Leonardo da Vinci
        Unidade Sul: Avenida W4 SEPS Quadra 703 Conj. B, CEP 70390-039, Brasília-DF Fone: 3226-6703 Fax: 3322-8617
                Unidade Norte: SGAN 914 Conj. I, CEP 70790-140, Brasília-DF Fone: 3340-1616 Fax: 3340-5477
     Unidade Taguatinga: QS 03 Rua 420 Lote 02 Pistão Sul, CEP 71953-100, Taguatinga-DF Fone: 3351-0606 Fax: 3561-3159

                                                    www.leonardodavincidf.com.br


                                                    Diretor Financeiro -   Prof. Jorge Abdon Manzur Ismael
                                               Diretor Administrativo -    Prof. Dalvo Cardoso de Oliveira
                              Vice-Diretor Administrativo e Financeiro -   Rodrigo Ferolla Silva Mello
                                 Diretora Pedagógica da Unidade Sul -      Prof a Márcia Ferreira Nunes
                               Diretora Pedagógica da Unidade Norte -      Prof a Maria Aparecida de Souza M. Lima
                         Diretora Pedagógica da Unidade Taguatinga -       Prof a Solange Foizer Silva
                    Diretor de Planejamento e de Gestão Pedagógica -       Prof. Sérgio José Deud Brum
                                                               Revisor -   Carlos Henrique Magalhães Guedes
                                               Coordenação Editorial -     Patrícia Carbri

Projeto Gráfico: Carlos Studart - Agência: Brissac Studart/Fulltalent Comunicação - Tiragem 6.000 exemplares - Distribuição Gratuita

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  • 1. ANO XIII – Número 39 – 2011 João Marcos Dupla vitória na UnB • Ciclo de Estudos 2011 • Deixem que a criança viva a sua infância • Habilidades e competências na Educação Básica • Ensino de Filosofia: novas práticas, novos saberes • “A Heroína da Escola” • Esporte, metáfora da vida • Viva a vida! Droga, comigo não rola
  • 2. 2011 Ciclo de Estudos Neurociência e humanização da educação foram os temas trabalhados. O mundo atual exige fone) e, em sua palestra, emocio­ mu­ anças, d adapta­ nou a plateia pela simplicidade ções, aperfeiçoamen­ com que contou fatos, acertos e tos constantes e erros em sua vida como aluno e diá­ ios. A formação r professor. Foi aplaudido por todos teórica e prática do professor é um de pé, por mais de cinco minutos. fator que contribui para melhorar “Foi com certeza um dos momen­ a qualidade do ensino. Por esse tos mais emocionantes da minha motivo, o Centro Educacional Leo­ carreira”, conta emocionado. nardo da Vinci tem o Projeto de For­ Neurociência e educação foi o mação Continuada, para promover outro tema levantado no Ciclo de momentos de reflexão em que são Estudos 2011. A Prof.ª Dra. Elvira convidados palestrantes e promo­ Souza Lima fez uma palestra vidos cursos para a atualização dos explicando como se dá o processo professores e colaboradores. de aprendizagem no cérebro. “Os O primeiro evento do ano é o palestrantes trouxeram um acrés­ Ciclo de Estudos. Em 2011 foram cimo fantástico para nossa experi­ convidados o Doutor em Filoso­ ência. No que se trata da questão fia e História da Educação, Prof. da afetividade, humanização da Dr. César Nunes, e a Doutora educação, neurociência, em como em Ciência da Educação, Prof.ª se dá o processo de aprendiza­ Dra. Elvira Souza Lima. “Foi um gem, entender o funcionamento momento riquíssimo de trocas cerebral, entender quais são os de informações, conhecimentos ganhos e prejuízos. E hoje vejo e experiências”, conta a Diretora que, de fato, estamos no caminho Pedagógica da Unidade Tagua­ certo”, conta a Orientadora Edu­ tinga, Prof.ª Solange Foizer. cacional do Ensino Médio, Uni­ O Prof. Dr. César Nunes subiu dade Norte, Prof.ª Gerlany Carva­ ao palco para ressaltar a importân­ lhães. n cia da humanização na educação. Não fez uso de qualquer recurso Patrícia Carbri tecnológico (a não ser o micro­ Assessora de Comunicação
  • 3. Deixem que a criança preendê-la. O ato de desenhar não é, situações em que a criança possa, brasileira, a música é mais do que simplesmente, uma atividade lúdica, diariamente, ter alguma atividade isso, ela permite dialogar com o outro ele é, também, ação de conheci­ que envolva a música. Muitas das e contribui para a inserção dessa viva a sua infância mento. O desenho é, pois, parte brincadeiras infantis já trazem essa criança na cultura do nosso país. constitutiva do processo de desen­ experiência, o folclore brasileiro tem As brincadeiras infantis envolvem volvimento da criança. uma variedade muito grande de ativi­ movimento. Muitas delas fazem com A música promove a comunica­ dades que envolvem música. que a criança movimente seu corpo ção entre as pessoas, provoca envol­ Sabemos hoje que a música é no espaço. Isso ajuda, por exemplo, P vimento emocional entre elas. Cantar, importante no desenvolvimento do a formar conceitos de localização no odemos iniciar nossa con­ volva como um ser de cultura. importante que os adultos respeitem tocar um instrumento, ouvir música cérebro e traz muitos benefícios para espaço, como acima/abaixo, dentro/ versa dizendo que toda E que atividades são essas? Dese­ essa atividade, porque enquanto a são atividades que fazem bem ao as aprendizagens que a criança terá fora, perto/longe. criança tem direito a nhar, brincar de faz de conta, realizar criança está desenhando, ela está ser humano em qualquer idade. Na mais tarde, na escola. Muitas brincadeiras trazem pe­ viver sua infância. Nesse brincadeiras infantis que envolvam aprendendo muitas coisas. Para nós, infância, a música é mais importante Por exemplo, as músicas canta­ quenas narrativas, que auxiliam no pe­ íodo, a criança realiza r personagens e ações imitativas, can­ adultos, pode parecer que desenho ainda, pois contribui para o desen­ das têm rimas. Ter sensibilidade à desenvolvimento da oralidade e do inúmeras aprendizagens que servi­ tar, dançar, ouvir histórias, poesias e não é uma coisa séria como apren­ volvimento da criança. As cantigas rima, sabe-se hoje, é um dos com­ sequenciamento de fatos, como a rão para toda a vida. Muitas delas se narrativas da cultura local. É muito der a escrever, mas é. O domínio da infantis possibilitam o desenvolvi­ ponentes essenciais para a aquisição rosa juvenil [cantiga de roda sobre efetivam por meio de práticas cul­ importante para a criança a vivência forma desenhada também é uma das mento da memória auditiva, do ritmo da leitura. O que é ter sensibilidade uma menina, Rosa, que é vítima de turais, que, por sua vez, desempe­ das práticas culturais de sua comuni­ bases do desenvolvimento da escrita. e da melodia, com realizações que à rima? uma feiticeira e sobre o rei que irá nham papel central, e cabe não ape­ dade e região, pois a elas estão liga­ Todo desenho tem uma ação: estarão envolvidas na apropriação da É saber reconhecer rimas e saber desfazer o feitiço. Na brincadeira, as nas à família, mas a vários setores da das a percepção de si mesma como para a criança, há sempre uma his­ leitura e da escrita. fazê-las também. crianças formam a roda; a que vai sociedade, garantir sua presença na parte de um grupo e a formação de tória no desenho que ela faz. O dese­ Nascida em uma cultura que Para a criança que se está cons­ para o centro será a Rosa, e outras vida das crianças. sua identidade. A experiência com nho é uma narrativa: mesmo que valoriza tanto a música quanto a tituindo como um ser da cultura, é duas, de fora da roda, serão a fei­ Em seus primeiros anos de vida, imagens e com sons é uma parte para o adulto ele pareça uma repre­ dança, a criança brasileira é exposta, fundamental entrar em contato cons­ ticeira e o rei. Seguindo as estrofes a criança obtém duas conquistas importante na educação da criança sentação estática, para a criança ele desde bebê, a uma vivência musical tante com a música. Para a criança da música, cada criança deve agir importantes: andar e falar. O período pequena, por isso toda criança pre­ é ativo, dinâmico, tridimensional. variada. Do mesmo modo, a criança de acordo com o seu personagem. que se segue a isso será marcado cisa desenhar, cantar, ouvir música Mesmo que a criança não fale nada brasileira também tem experiências Aquelas que estão na roda devem pelo desenvolvimento da função sim­ e brincar. enquanto estiver desenhando, ela com a dança nas festas populares, girar e cantar ao redor da Rosa]. bólica (falar, desenhar, imaginar...). Em seu processo de desenvolvi­ está “pensando” no que desenha. na mídia, nos rituais das tribos, nas Todas envolvem a memória de mo­ As atividades que predominam mento, a criança pequena desenha Então, ao desenhar, a criança traba­ celebrações religiosas, nas festas e vimentos sequenciados em uma nesse período são as que envolvem muito. Toda criança vai desenhar lha com sua imaginação, cria novas em outros eventos. Toda criança tem ordem constante. Por exemplo, movimento e criação de significados, indo ou não à escola, ou seja, dese­ imagens, desenvolve sua memória, É muito importante que se valo­ o direito de conviver lenço-atrás [brincadeira em que fazendo com que a criança se desen­ nhar faz parte de ser criança. É muito organiza sua experiência para com­ rize a vivência musical criando os participantes formam uma com as diferenças. A formação ética com respeito Entrevista concedida a Paula Caires (Revista Projetos Escolares Educação Infantil – Online Editora) em outubro de 2009 à diversidade cultural e à diversidade biológica é Repórter - Quais as principais diferenças do cérebro das crian­ Repórter - Você diz que o desenvolvimento é função da cultura. Elvira Souza Lima - Sim, o que uma responsabilidade de dade, ritmo, rima, sequência. Cada ças de 4, 5 e 6 anos de idade? Como funciona a memória da Poderia explicar? propiciamos à criança pequena todos na sociedade. brincadeira promove o desenvolvi­ criança e quais seus níveis? Como desenvolvê-la e estimulá-la, deve ser adequado ao seu período mento de determinados movimentos em seus diferentes graus, nas crianças dessas idades? Elvira Souza Lima - Na verdade esta não é uma ideia de desenvolvimento. Por exemplo, do corpo, de sonorizações e linhas recente, mas que tem sido comprovada recentemente desenhar é uma atividade fundamental melódicas. Cada brincadeira apresenta, Elvira Souza Lima - É importante entender que o desen­ com o avanço dos estudos e pesquisas sobre o cérebro dos 3 aos 6 anos. Ouvir músicas, cantaro­ portanto, especificidades. A criança precisa volvimento do ser humano acontece por períodos de humano. O conhecimento sobre o desenvolvimento na lar, dançar e cantar, experimentar sons, ouvir realizar brincadeiras de movimento: andar, cor­ tempo que não são divididos segundo anos cronológicos. infância nos traz a necessidade de ver a criança como ser com atenção sons da natureza, por exemplo, são ativida­ rer, saltar. Brincadeiras circulares como as brincadeiras de Os períodos na infância acontecem em tempos maiores, de cultura, pertencente à espécie humana: daí a impor­ des importantes nos primeiros anos da infância. Propiciar roda, cantadas ou declamadas. Brincadeiras que desen­ como cerca de 3 anos. Assim as crianças de 4, 5 e 6 tância de integrar os conhecimentos da Neurociência, da essas experiências à criança significa, muitas vezes, criar volvem a percepção sonora e/ou visual. Brincadeiras que anos pertencem a um período de desenvolvimento, Antropologia e das Artes para que, dessa integração, condições para que ela faça isto, dar tempo a ela para rea­ envolvem parlendas e quadrinhas. Todas as brincadeiras no qual acontecem processos, como por exem­ se retire um modelo de pensamento mais ade­ lizar estas atividades e prosseguir nelas conforme desejar. do folclore e as brincadeiras universais oferecem riqueza plo, o desenvolvimento da função simbólica e a quado para se abordar a infância. Muitas vezes o adulto se preocupa muito em estimular de experiências e oportunidades para a criança e atuam, formação das figuras geométricas. A matura­ A Neurociência, principalmente, vem reve­ a criança e não dá a ela o tempo necessário para que também, no desenvolvimento da imaginação. ção do cérebro é progressiva e possibilita a lando a infância como um período de rele­ ela realize atividades em seu próprio tempo. O tempo de ampliação de processos mentais, perícia do vância para a formação humana, confi­ exploração dos objetos, de observação, de envolvimento Repórter - Os contos infantis assumem essa mesma função? Se movimento, evolução da fala, por exemplo. gurando, assim, uma nova dimensão da com uma atividade depende do período de desenvolvi­ não, qual o papel também dos contos infantis? Ao longo desse processo, a criança desen­ educação infantil. A escola para educação mento. Aprendemos muito observando a própria criança: volve a memória, criando acervos de expe­ infantil é um espaço de formação humana ela nos ensina, também, como e durante quanto tempo Elvira Souza Lima - Os contos infantis tradicionais passa­ riências, imagens e sons, de acordo com das novas gerações, garantindo a continui­ ela se dedica a uma atividade. ram de história oral para a escrita. Ou seja, uma tradição sua experimentação e ação, nos contextos em dade da espécie e a integração das experiên­ oral de séculos, por vezes, foram registradas em algumas que vive. Com o desenvolvimento da memória, cias culturais com as possibilidades tecnológi­ Repórter - Qual o papel das brincadeiras nesse processo? Quais culturas e a partir daí permaneceram como acervos para a criança também cria acervos para imaginar. A cas da sociedade contemporânea. brincadeiras você indicaria pela riqueza de recursos que oferece muitas gerações. Muitas histórias foram perpetuadas tam­ imaginação precisa ser desenvolvida na infância. Brincar, ao cérebro? bém pelas dramatizações, tanto com personagens como desenhar, cantar, dançar, ouvir histórias, representar no Repórter - Há diferenças nas formas de estímulos para cada com bonecos (marionetes de muitos tipos diferentes). faz de conta são atividades essenciais para o desenvolvi­ idade? Se sim, quais? Elvira Souza Lima - Cada brincadeira mobiliza o cérebro Mais recentemente, essas histórias passaram a ser reela­ mento da criança nesse período. da criança segundo os componentes de movimento, orali­ boradas em várias formas de mídia: filmes, animações,
  • 4. roda, em torno da qual um deles vidade. Um dos direitos mais funda­ igualmente, para as crianças que Finalmente, toda criança tem o Livros publicados pela Dr.ª Elvira Souza Lima corre levando um lenço na mão e di­ mentais da infância é ter tempo para nascem com alguma diversidade direito de conviver com as diferen­ zendo versos; o lenço deve ser deixa­ brincar e cabe aos adultos criarem biológica, ou seja, não ouvem, são ças. A formação ética com respeito do atrás de uma pessoa, que sairá da essa possibilidade para toda e qual­ cegas, possuem alguma síndrome à diversidade cultural e à diversidade roda perseguindo o que a escolheu e quer criança. (por exemplo, a síndrome de Down), biológica é uma responsabilidade de tentando impedi-lo de ocupar o lugar Ouvir histórias, ouvir e recitar têm algum impedimento por causa todos na sociedade. Se a criança não deixado vago], coelhinho-sai-da-toca poesias, parlendas [rima infantil da condição de seu cérebro (paralisia conviver com as diferenças, ela não [cada participante senta em uma ca­ usada em brincadeiras], conversar cerebral, por exemplo). Para essas terá a possibilidade de ampliar sua deira e o que comanda o jogo fica em com outras crianças, ser ouvida pelo crianças, as atividades da infância experiência de vida e compreender pé. Quando ele gritar “coelho sai da adulto são situações que todas as são tão necessárias como para qual­ que a diversidade é normal na nossa toca”, todos devem mudar de lugar crianças devem ter continuamente. quer outra criança. Nesses casos, espécie. n inclusive o comandante, que deve se O folclore, as festas tradicionais, as a sensibilidade dos adultos é muito sentar. O que ficar de pé sai do jogo celebrações são também fonte de importante, pois são eles que podem Prof.ª Dr.ª Elvira Souza Lima Pesquisadora em desenvolvimento e uma cadeira é retirada]. ampliação da experiência, além de criar condições para que essas crian­ humano com formação em Brincar é necessário para que a funcionar como oportunidades para ças brinquem, ouçam música, parti­ neurociências, psicologia, antropologia e criança cresça saudável e não pode a formação da identidade cultural. cipem de atividades culturais e festas música. Trabalha com pesquisa aplicada ser substituído por outro tipo de ati­ O que foi colocado aqui é válido, públicas, entre outras coisas. às áreas de educação, mídia e cultura. novelas e seriados, dramatizações teatrais, desenhos ani­ cérebro. Instrumentos e vozes apresentam um impacto Assim, pode-se ir pela vida toda mados. Hoje as crianças têm várias fontes para a expe­ no cérebro quando executados conjuntamente, que difere aperfeiçoando e expandindo a com­ riência com as histórias. Esta tradição gerou, também, a quando somente instrumento ou somente voz chegam ao preensão na leitura e a capacidade produção específica de literatura infantil e que tomou uma cérebro. Porém, é importante salientar que todas as for­ na escrita. proporção inédita e importante nas últimas décadas. mas de música têm um impacto muito grande, como mos­ Porém, toda criança com 3 anos de Histórias, contos, lendas e fábulas têm um papel impor­ tram as pesquisas mais recentes sobre música e cérebro. escolarização tem a possibilidade de tante na formação da criança e no desenvolvimento da Também essas pesquisas revelam que os efeitos variam ler compreendendo (ler é compreen­ memória e da imaginação. Eles atuam na formação da conforme a idade da pessoa. Certo é que, para a criança der) e de escrever textos de algumas estrutura da narrativa na memória, que proporciona mui­ pequena, a experiência com a música cotidianamente traz linhas (5 a 7 no mínimo) com a sintaxe básica, com cor­ criança só fará se for ensinada e orientada. Dessa forma, o tos subsídios para desenvolvimento e aprendizagens pos­ impactos duradouros sobre o desenvolvimento infantil. Por reção fonológica e ortográfica e utilizando palavras cor­ currículo deve partir do desenvolvimento humano, sempre teriores, dentre as quais destacamos a apropriação da isso, a música deve estar presente em casa e na escola. retamente. Isso depende de ensino e prática cotidiana. Do com a preocupação de desenvolver a imaginação escrita e a atividade criativa da mente humana. ponto de vista do desenvolvimento, isso pode ser feito a Repórter - O que o processo de alfabetização deve priorizar partir do período de 6 a 8 anos. Repórter - Até que ponto a televisão e a internet ajudam ou atra­ Repórter - Qual a importância e o papel da música nesse pro­ para ser bem-sucedido, independentemente da linha pedagó­ palham no processo de desenvolvimento da criança? Por favor, cesso de estímulo e desenvolvimento infantil? gica seguida? Repórter - Você defende a organização do currículo escolar por explique. ciclos de aprendizagem. O que seriam e como funcionariam? Elvira Souza Lima - O papel da música é Elvira Souza Lima - Com certeza, o desenvol­ Elvira Souza Lima - Televisão e computador não podem enorme, conforme constatado pelas pes­ vimento da função simbólica. A formação Elvira Souza Lima - Seria melhor pensar na organização extrapolar um tempo diário de uma a duas horas na vida quisas na área de neurociência. Sabemos na memória das letras, sílabas e palavras curricular segundo os períodos de desenvolvimento da criança pequena. Em muito países, a recomendação disso, também, por meio da Antropolo­ e, fundamentalmente, as estruturas da humano, que, em muitas prefeituras espalhadas por todo é de uma hora diária a partir dos 3 anos e alguns reco­ gia, que nos mostra o papel central Apropriar-se da sintaxe. A sintaxe, envolvendo o verbo Brasil, são denominados de ciclos de aprendizagem. mendam que a criança de até 2 anos não seja exposta que a música tem na organização dos língua escrita, sendo de ação, principalmente, é eixo da A aprendizagem dos conteúdos escolares se apoia nos a nenhum dos dois. Isso decorre de pesquisas sobre o grupos sociais. Na verdade, a histó­ aprendizagem da escrita e da leitura. ria da evolução da espécie humana capaz de ler e de Independentemente do método, se a períodos de desenvolvimento. Não adianta querer adiantar desenvolvimento biológico e cultural da primeira infância, certas aprendizagens na escola para as quais a criança incluindo-se aí as pesquisas sobre o processo de matura­ deixa bem claro que a música foi escrever uma língua, criança não aprender as dimensões depende da formação de estruturas no cérebro, estruturas ção e desenvolvimento do cérebro infantil. um dos fatores fundamentais de é um processo da língua escrita (sintaxe, semântica, estas que são formadas segundo condições próprias da desenvolvimento da espécie, presente léxico, fonologia e morfologia) não espécie. Repórter - O déficit de atenção e a hiperatividade podem ter antes mesmo da fala. Para a criança, a bem longo. dominará a escrita. Qualquer método relação com a influência desses meios na vida das crianças ou música é fator de humanização, de con­ precisa atender à formação na memó­ Repórter - O que poderia ser dispensado das aulas pelo fato de esses transtornos da aprendizagem estão relacionados à condi­ gregação com os adultos e com as crian­ ria dos conceitos de letra, sílaba, palavra, as crianças já trazerem consigo naturalmente? ção genética da pessoa? Por favor, explique. ças mais velhas. Tem um papel na identidade frase e texto. cultural e é fator decisivo no desenvolvimento da Elvira Souza Lima - Desenhar as figuras geométricas, Elvira Souza Lima - Há um equívoco muito grande função simbólica da criança. Repórter - Existe uma idade certa para dar início ao processo de aprender as cores que estão em seu contexto, nomeá-las atualmente em considerar comportamentos normais alfabetização formal? Existe uma idade limite para que a alfabe­ são coisas que fazem parte do desenvolvimento humano. das crianças como déficit de atenção e hiperatividade. Repórter - Há diferenças de funções conforme o tipo de música tização esteja concluída? Cantar, também. Temos várias aquisições na própria gené­ Como consequência, temos muitas crianças sendo trabalhada (diferentes ritmos, só cantada ou acompanhada de tica da espécie. A escola deve aproveitar essas caracterís­ medicadas erroneamente, com prejuízos imediatos sobre instrumento...)? Elvira Souza Lima - Apropriar-se da língua escrita, sendo ticas do desenvolvimento infantil para ampliar a experiên­ seu processo de desenvolvimento. Os comportamentos capaz de ler e de escrever uma língua, é um processo cia da criança em cada uma delas. identificados como de hiperatividade e déficit de atenção Elvira Souza Lima - Os diferentes ritmos, tonalidades, har­ bem longo. A escrita é muito complexa e tem vários níveis Por exemplo, trabalhar com as figuras geométricas para são decorrentes, muitas vezes, dos contextos em que a monização afetam diferentemente o cérebro. Da mesma de apropriação: compreender poesia, escrever poesias, construir formas como com o tangram, fazer maquete de criança vive, que oferecem poucas oportunidades para maneira, vocalizes e canto apresentam particularidades escrever um conto tem suas especificidades. Escrever um algum local como a escola, ou o bairro, ou ainda sobre que a criança exerça o que é próprio da infância, sendo o em relação à música instrumental no processamento pelo relatório científico tem outras. Um texto jurídico, outras. o movimento dos astros são atividades escolares que a brincar um dos mais importantes. n
  • 5. habilidades e competências na Educação Básica A s instituições de ensino enfrentam é vivido como uma construção conjunta entre novas necessidades, decorrentes professor e alunos. da mudança de paradigmas na Nessa metodologia, o professor é um Aprender Educação do século XXI, em que o provocador da construção de conceitos, do desenvolvimento de habilidades e tratamento das informações, do incentivo à competências ganha um papel relevante em pesquisa. Ele é um verdadeiro mestre que questões acerca de: como educar a criança considera o conhecimento do outro e entra para um mundo globalizado? Como preparar nessa relação como alguém que vai colaborar o jovem para o novo mercado de trabalho? para o desenvolvimento da autonomia. Enfim, Sendo assim, a educação está imersa em um professor-mediador. um novo tempo em que as informações não E para criar uma experiência de apren­ são suficientes, é preciso aprender a proces­ dizagem que simule situações-problema do sar e a usar adequadamente essas informa­ mundo real, utilizamos jogos de raciocínio, ções para transformá-las em novos conhe­ um recurso didático prazeroso e provocante cimentos. Escolas, sem exceção, estão em no qual o aluno se envolve e se abre para O Leonardo da Vinci implantou, do 1º ao prática as ações didáticas e, a partir das situ­ processo de “renascimento”, adaptando-se à a aprendizagem de estratégias e modelos de 5º ano do Ensino Fundamental, o Projeto ações vivenciadas no jogo, a criança vai criar nova realidade que requer educar o indivíduo raciocínio que são os “conteúdos” da “nova Menteinovadora para complementar novos conceitos, novas noções, significados para ser capaz de enfrentar situações reais disciplina”. as disciplinas trabalhadas na escola que serão usados em outros momentos de A do mundo atual. Observamos que assim as crianças natu­ aprendizados na família, na escola”, afirma No mundo de hoje, ser competente pres­ ralmente aprendem a pensar sobre o próprio proposta do projeto Menteinova­ a Professora do Ensino Fundamental, Elenis dora é estimular as habilidades Durães B. Santana. supõe aceitar desafios, mobilizar o pensamento e se apropriam de estraté­ cognitivas, sociais, emocionais e “Quando a gente vai fazer o Caça ao conhecimento e ter criatividade gias não só para jogar melhor, mas éticas por meio de jogos de racio­ Tesouro, há uma hora que a professora pede para enfrentar o novo, o des­ com recursos internos para cínio. O sistema consiste em, no para a gente parar e observar o que se está conhecido, partindo em serem utilizados em todas as fazendo. Isso é bom porque a gente consegue busca de novas formas situações da vida cotidiana início da aula, o(a) professor(a) contextualizar a atividade que será desenvolvida na aula, olhar de um outro jeito para resolver o jogo”, de resolver situações e e em componentes curri­ completa Pedro Bernardes, estudante do 1º problemas que se apre­ a educação está culares, como Matemá­ as regras do jogo e como eles conseguirão ano F, de Taguatinga. “Na verdade o mais alcançar os objetivos. sentam nesta mesma imersa em um novo tica, Português, Ciências, O projeto trabalha com métodos, como o legal é que a gente consegue fazer as ativi­ velocidade. O indivíduo História, entre outras. dades em grupo”, conta a aluna Ana Carolina competente é aquele tempo em que as A “nova disciplina”, do semáforo, no qual o sinal vermelho sig­ nifica que é o momento de parar e obser­ Lima Vargas, colega também do 1º ano. capaz de transformar informações não proposta para desenvol­ var; o amarelo, que é a hora de raciocinar; Todos os professores do Leonardo da Vinci conhecimento em solu­ são suficientes ver habilidades e com­ e o verde, no qual o estudante vai escolher a passaram por um treinamento com a equipe ções para problemas petências, aplica-se em melhor estratégia e agir; há o método do dete­ da empresa coordenadora do projeto, Mind concretos da vida. uma aula semanal de 50 tive, que estimula as crianças a encontrarem Lab Brasil, para que eles vivenciassem os Mas como tratar essa minutos, para alunos desde a a solução do problema por meio de pergun­ jogos e aprendessem quais conceitos, habi­ questão na Educação Básica? Educação Infantil até o Ensino tas e respostas; e o método da ave migrató­ lidades e objetivos teriam cada um. Com a Como transformar esse desejo Médio. A organização curricular é ria, no qual a equipe vai agir de acordo com formação continuada presencial, os professo­ em realidade? Precisamos de uma composta por Passos (Inicial, 1, 2, 3 e 4) o que está sendo direcionado pelo líder. Por res são periodicamente visitados pelos edu­ “nova disciplina” que focalize o desenvol­ para atender crianças e jovens nas diferen­ meio de jogos de raciocínio, a criança é esti­ cadores da empresa, que avaliam em con­ vimento de habilidades cognitivas, sociais tes faixas etárias (de 4 a 17 anos). Os passos mulada a aplicar essas metodologias para junto todo o andamento do projeto, ministram e emocionais necessárias para desenvolver estão subdivididos em módulos de acordo lidar melhor com situações-problema no seu atualizações para os professores, dando total competências para a vida moderna. Essa é com os objetivos gerais das aulas que os cotidiano. apoio e segurança à instituição de ensino. n a nossa visão. compõem, como por exemplo: “Unindo For­ “É fundamental o papel do professor Patrícia Carbri Partindo dela, reunimos recursos didáti­ ças”, “Analisando Informações”, “Tomada de como mediador porque ele vai colocar em Assessora de Comunicação cos, conhecimentos sobre o desenvolvimento Decisões”, “Planejando o futuro”, “Gerencia­ humano e técnicas de ensino-aprendizagem mento de Recursos”, entre outros. n em uma metodologia, de nome Menteino­ vadora, que estabelece o mesmo grau de Sandra Regina Rezende Garcia, importância para o jovem aprendiz, o profes­ Pedagoga, Diretora Pedagógica do sor e os recursos didáticos, assim possibili­ Menteinovadora, Mestre em Psicologia na área tando que o “evento de aprender” seja mais do Desenvolvimento Humano e Processo Ensino significativo. -Aprendizagem pela Universidade de São Marcos, Pós-graduada em Psicomotricidade no Programa Sabemos que a atribuição de significado de Enriquecimento Instrumental pelo Instituto provoca a atenção, o interesse, a motivação Superior de Psicomotricidade e Educação – ISPE- e a participação do aluno no processo de GAE, em São Paulo. É autora do livro Mediação aprendizagem. Ele se sente pertencente a da Aprendizagem – contribuições de Feuerstein e esse processo, cúmplice, coautor: o processo Vygotsky em parceria com Marcos Méier.
  • 6. D i cas O estudante ganhou o carro, pois passou bem no vestibular. Mas tudo isso é o resultado da dedicação e disciplina. Engana-se quem pensa que João Marcos sacrificava os momen­ tos de lazer e descontração. Con­ fira as dicas que João Marcos deu para quem quer passar no vestibular. • Preste atenção às aulas: A pri­ meira dica é simples e direta, procure estar atento no que é passado pelo professor. “Ele prepara a matéria como um resumo de vários livros. É claro que é difícil estar atento 100% do seu tempo, mas compensa quando você vai revisar a matéria, porque tudo vai estar mais claro”. João Marcos • Seja curioso: Uma boa estra­ tégia para estar atento às aulas é procurar ter curiosidade. Se você tem dúvidas, não espere para perguntar, caso o assunto seja inte­ ressante, peça a indicação de fontes para Dupla vitória na UnB mais informações. “Sempre fui muito curioso e nunca tive problemas para per­ guntar e tirar as dúvidas que tinha sobre os assuntos”. Ele conquistou a melhor colocação no PAS e vestibular dar, relembrar as matérias básicas – • Faça o dever de casa: Se você prestou atenção até hoje, por exemplo, algumas pes­ da UnB, é o primeiro estudante do Leonardo da Vinci a soas têm dificuldades nas operações na aula, fazer a tarefa de casa vai servir para ganhar um carro 0 Km da promoção “Estudante 1º Lugar” fixar mais o conteúdo. “É importante você fazer matemáticas essenciais – e manter as tarefas de casa no dia que teve a aula, porque e revela que o segredo para passar no vestibular em dia as matérias do ano. E a famí­ vai facilitar muito para memorizar e revisar o que é bem mais simples do que se possa imaginar. lia é também muito importante. Aqui foi ensinado em sala de aula”, explica João. em casa a gente sempre teve o cos­ A família Marques foi des­ Fundamental. “Além de muito inte­ tume de estimular um ao outro. Deus • Ensine: Outra boa maneira de fixar o conteúdo é taque na edição nº 38 ligente, estudioso, dedicado e com­ também me ajudou bastante, dando ensinar os colegas, ajudá-los nas matérias que desta revista. À época, o prometido, ele sempre foi muito calma e paciência para eles estuda­ eles têm dificuldades e procurar ajuda quando caçula da família, João humilde e teve o acompanhamento rem”, explica a mãe, Magaly Correia se tem dificuldade. Marcos Correia Marques, da família, que esteve muito pre­ Marques. era um dos 176 alunos do Leonardo sente na vida escolar dele”, lembra João explica que a promoção do • Leitura: João se preparou para as provas lendo da Vinci aprovados no vestibular de o Diretor de Planejamento e de Ges­ Leonardo da Vinci, que daria um além dos livros recomendados pelos organizado­ julho/2010 da Universidade de Bra­ tão Pedagógica, Prof. Sérgio Brum. carro para o estudante que conquis­ res do PAS, Enem e vestibular UnB. “Eu acredito sília. Ele ainda não havia concluído A irmã mais velha do João, Caro­ tasse o primeiro lugar do vestibular, que eles não querem saber se você leu o que o Ensino Médio e conquistou o 4º lina, também estudou no Leonardo PAS ou Enem também foi um estí­ eles indicaram, provavelmente eles querem ava­ lugar na classificação geral no curso da Vinci, passou no vestibular para mulo. “Lá em casa, ninguém ganhou liar é a sua capacidade de interpretação, de estar de Engenharia Mecatrônica, primeiro Economia, na UnB, na metade do 3º carro por passar no vestibular. Estava atualizado. Então leia além do que é pedido, pro­ lugar de todas as engenharias. Hoje, ano, com 17 anos. Formou-se com contando em dividir o carro com a cure livros sobre assuntos de que goste”. de cabeça raspada, ele comemora 21 anos e está cursando o mestrado minha irmã, que também estuda na sua tripla vitória: a primeira colo­ de Economia da USP, com 22 anos. UnB”, revela o jovem, já matriculado • Descanse: Segundo João Marcos, não é neces­ cação geral da UnB, o 1º lugar no A outra irmã, Mariana, passou pelo na autoescola. “Desde o começo do sário “se matar de estudar”, ele não fez cursinho PAS e um Ford Focus 0 km dado PAS para Medicina com 18 anos e já ano, ficava brincando com o diretor: para passar nas provas da UnB. Praticava espor­ pelo Leonardo da Vinci na promoção está cursando o 3º ano na UnB, feliz ‘Cadê meu carro?’ Mas não levava fé tes, ia para as festas, namorava. “O segredo é “Estudante 1º Lugar”. com a sua escolha. no primeiro lugar, não”, conta. n conseguir equilibrar diversão com responsabili­ João começou a estudar no Leo­ “São vários fatores importantes Patrícia Carbri dade. Você não vai ficar até o fim da festa quando nardo da Vinci no 3º ano do Ensino para o sucesso dos meus filhos. Estu­ Assessora de Comunicação tem uma prova no dia seguinte”.
  • 7. Ensino de Filosofia novas práticas, novos sa beres C onsiderando que o processo ensino-aprendiza­ gem se configura por intermédio da participação e envolvimento, além de motivacão, é evidente que os nossos estudantes precisam ser estimu­ lados a desenvolver atividades coletivas que os façam refletir, debater, questionar, propor, criar e planejar. Partindo desse prisma, a equipe de professores de Filosofia do Ensino Fundamental desenvolveu um projeto que visou promover a autonomia dos estudantes, no sentido de torná- los pequenos investigadores e amantes da pesquisa. Distanciando-se da ideia de que o professor é mero transmissor de conhecimento e a Filosofia, uma disciplina não prazerosa, o projeto intitulado “filojogando” propôs um convite à diversão e à reflexão criativa. Os educandos da sétima série do Ensino Fundamental, organizados em pequenos grupos, deveriam desenvolver um jogo que res­ saltasse os temas filosóficos trabalhados em sala de aula. Os jogos poderiam ser de vários formatos: tabuleiro, twister, jogo da memória, caça-palavras, entre outros. Os pontos analisados para a avaliação seriam a criatividade, a com­ preensão e assimilação dos conteúdos previamente traba­ lhados em sala. A participação na atividade se transformou em um momento ímpar de alegria, sociabilidade e aprendizagem significativa. As apresentações dos trabalhos foram surpre­ endentes, ultrapassando todas as expectativas, dado que muitas das indagações e respostas geradas demonstraram uma dedicação admirável de todos os grupos nas três uni­ dades de nossa instituição. Evidencia-se, portanto, que o belo desafio de propor­ cionarmos aos nossos jovens momentos de encantamento e de reflexividade criativa em busca de novas práticas e novos saberes são necessários a uma aprendizagem enal­ tecedora. n Equipe de Filosofia
  • 8. “A Heroína da Escola” Anna Cálida Ghazaleh Tajra conta a história de uma garota com superpoderes. U ma garota sofre um acidente no laboratório de ciências e passa a ter superpoderes. No início tudo é uma grande descoberta, mas como diria o tio do Homem Aranha, Ben Parker, “com grandes poderes vêm grandes responsabi­ lidades”, ela se vê como “A Heroína da Escola”, título do primeiro livro escrito pela aluna Anna Cálida Ghazaleh Tajra, da Unidade Norte. Escrito no decorrer do ano passado, ele foi lançado no dia de comemoração do 11º aniversário da estu­ dante. Esse é o primeiro livro da escritora. De acordo com o pai, Haroldo Feitosa Tajra, “até agora ela não tinha demonstrado grande interesse na escrita, mas, influenciada por um programa do Leonardo da Vinci, ela demonstrou um grande interesse pela leitura, já tendo lido inclusive alguns livros mais robustos, com mais de 200 páginas”. Anna fez a maioria das ilustrações da publica­ ção, escreveu o livro imaginando como ele seria no final e já planeja escrever outros. Inclusive está escrevendo mais um, mas ainda não revela os detalhes da próxima história. Para o pai foi uma surpresa quando ela contou que o livro estava pronto: “Não acredito que ela tenha tido a ideia de passar uma mensagem específica, mas a ideia geral é que ler e escrever pode ser uma grande brincadeira, um grande prazer, no qual a imagina­ ção pode fluir e alçar voos fantásticos, como toda brincadeira de criança”. n
  • 9. Esporte, metáfora da vida Na linha de chegada, bem mais rica do que a minha. ou numa pista de corrida: o desafio, Aos 3 aninhos deu as primeiras a disciplina, o tempo para cumprir pode não ter medalha braçadas nas aulas de natação e, aos tarefas, o respeito, a conquista. nem troféu, mas poucos, foi experimentando outros Existem 33 modalidades esporti­ todos vão ganhar. esportes: futebol, tênis, tae-kwon-do. vas olímpicas, fora a capoeira, surf, Q Lembro que sua primeira aula de dança etc. Dificilmente a criança não uando criança, eu era futebol, aos 7 anos, foi um drama. vai se identificar com alguma dessas uma negação em qual­ Queria desistir, voltar pra casa. Nin­ atividades. quer esporte. Tentei guém lhe passava a bola. Quando Daniel voltou para a segunda aula o vôlei, aos 15 anos, isso acontecia, ele, assim como a de futebol, a terceira, a quarta... achando que ia passar mãe, não sabia exatamente o que Sete anos e muitos gols se pas­ de 1,53 m de altura, mas fiquei na fazer com ela. saram sem que as aulas despertas­ tentativa. Não cresci nenhum centí­ Pois bem, todas as crianças têm o sem nele o sonho de se tornar atleta. metro a mais. direito de ter medo. Mesmo nós adul­ Apenas fizeram desse esporte o seu Bola, pra mim, era um objeto tos que já tivemos várias oportunida­ lazer preferido, o lugar das novas com vontade própria. Por mais que des de vencê-los, também temos. O amizades, o ponto de encontro da eu desse as ordens, ela teimava em medo é essencial para a sobrevivên­ molecada do colégio. me contrariar. Ainda tentamos nos cia do indivíduo, mas a socialização Bem, sob esses aspectos, a Inter­ entender até hoje. Procurei algumas também. net é uma forte concorrente, mas é de menor circunferência e passei a É preciso melhorar a autocon­ por isso mesmo que, nessa tarefa de me relacionar um pouco melhor com fiança, estimular na criança a ideia maternidade, não dá pra descansar. elas. Agora, bolas de tênis. da superação. E isso só é possível Meu esporte preferido é verbal e Entre backhands, forehands, com algumas tentativas. Sozinha, no eu recomendo: “queda de braço”, smashes, aces e tal, dei uma boa primeiro obstáculo, ela vai desistir todo dia, para que ele não perca os melhorada no meu inglês. e é por isso que pais e professores melhores anos da vida em frente à Não herdei de minha família a tra­ têm o papel fundamental de mostrar tela de um computador. n dição esportiva. Educação física era os caminhos, dar as oportunidades, algo apenas para cumprir as obriga­ mas sempre respeitando seus limi­ Rosane Araújo, Editora-chefe do ções no boletim escolar e nada mais. tes, sem jamais pressionar. programa Corujão do Esporte, da TV E, apesar da minha inaptidão para A metáfora do esporte é perfeita Globo, autora de “Manual do Pequeno o esporte, sempre tive por ele uma para que nossos filhos aprendam, Atleta” e mãe-atleta perseverante de atração enorme, tanto que se tornou desde cedo, a vencer obstáculos. Daniel, de 14 anos. minha ferramenta de trabalho. Grande parte dos elementos da Obviamente, meu filho, Daniel, vida cotidiana está presente em qua­ Fonte: Revista Crescer, disponível em: receberia uma herança esportiva tro linhas, ou numa raia de piscina, </http://glo.bo/i8r2sX>/
  • 10. Viva a vida! Droga, comigo não rola N a última semana de março, o Secretário de Justiça do Distrito Federal, Alírio Neto, ofereceu a palestra “Viva a vida! Droga, comigo não rola” para os alunos do Ensino Médio de todas as Unidades do Leonardo da Vinci. A ideia é levar informações aos jovens sobre os riscos das drogas, por meio de palestras preventi­ vas. “Nessas palestras, passamos por três etapas: cons­ cientização, choque, por mostrar matérias de jornais e fotos reais, e demonstração de que, como cidadãos, eles estão submetidos às leis”, explica o secretário. O estudante Mateus Marques, da 2ª série E, Unidade Taguatinga, contou que a palestra foi muito esclarece­ dora. “Porque, na realidade, por mais que a gente pense que tem o conhecimento total do assunto, na verdade não tem. Quando vem um profissional da área que tem histórias reais para contar tudo fica muito mais claro e real”, explica. A Coordenadora Disciplinar da Unidade Sul, Prof.ª Maria do Carmo, considerou a palestra excelente. “A adequação da linguagem para o nível dos alunos, o fato de trazerem imagens reais e impactantes, tudo isso fez com que os alunos ficassem atentos ao assunto e refle­ tissem seriamente sobre a realidade”. O Leonardo da Vinci também participa do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD), um dos principais projetos da Polícia Militar. “O PROERD trabalha com as escolas nas séries iniciais e, principalmente, o 5° ano. Ele já atendeu a 13.000.000 de crianças no Brasil e a 450.000 no DF. O programa é uma experiência da parceria entre Polícia, Escola e Família”, disse o Coronel Walter Santos Sobrinho, Chefe do Centro de Polícia Comunitária e Direitos Humanos. n Patrícia Carbri Assessora de Comunicação Jean Piaget (1896-1980) Epistemólogo e Biólogo
  • 11. Revista do Centro Educacional Leonardo da Vinci Unidade Sul: Avenida W4 SEPS Quadra 703 Conj. B, CEP 70390-039, Brasília-DF Fone: 3226-6703 Fax: 3322-8617 Unidade Norte: SGAN 914 Conj. I, CEP 70790-140, Brasília-DF Fone: 3340-1616 Fax: 3340-5477 Unidade Taguatinga: QS 03 Rua 420 Lote 02 Pistão Sul, CEP 71953-100, Taguatinga-DF Fone: 3351-0606 Fax: 3561-3159 www.leonardodavincidf.com.br Diretor Financeiro - Prof. Jorge Abdon Manzur Ismael Diretor Administrativo - Prof. Dalvo Cardoso de Oliveira Vice-Diretor Administrativo e Financeiro - Rodrigo Ferolla Silva Mello Diretora Pedagógica da Unidade Sul - Prof a Márcia Ferreira Nunes Diretora Pedagógica da Unidade Norte - Prof a Maria Aparecida de Souza M. Lima Diretora Pedagógica da Unidade Taguatinga - Prof a Solange Foizer Silva Diretor de Planejamento e de Gestão Pedagógica - Prof. Sérgio José Deud Brum Revisor - Carlos Henrique Magalhães Guedes Coordenação Editorial - Patrícia Carbri Projeto Gráfico: Carlos Studart - Agência: Brissac Studart/Fulltalent Comunicação - Tiragem 6.000 exemplares - Distribuição Gratuita