1. Coluna Vertebral
• As vértebras tornam-se pouco a pouco
maiores até o sacro, decrescendo
sucessivamente a partir deste ponto. O
mesmo ocorre com o disco
intervertebral, com a única exceção do disco
entre L5-S1, que é menor em altura do que o
L4-L5. Figura A, B e C
2.
3. • A coluna vertebral encerra e protege a
medula espinhal (sistema nervoso
central), que se inicia com a medula
oblonga do cérebro, atravessa o forame
magno do crânio e continua até a última
vértebra torácica ou primeira lombar,
onde afila-se formando a cauda eqüina
(sistema nervoso periférico), sendo
responsável pela distribuição da
inervação sensitiva e motora.
4. Coluna cervical
• As vértebras cervicais, em número
de sete, se localizam entre o crânio
e a base do tórax. Elas formam uma
curvatura no plano sagital com
concavidade posterior. São
facilmente identificadas pela
presença do forame transverso
5. Coluna torácica
• As vértebras torácicas, em número de
12, apresentam curvatura no plano sagital
de concavidade anterior (cifose). Elas se
articulam com as costelas e em decorrência
permitem pouca mobilidade, estando
menos suscetível a lesões por esforço de
repetição do que a coluna cervical e
lombar, que são mais móveis.
6.
7.
8.
9.
10. MEGA-APÓFISE TRANSVERSA
Em geral ocorre ao nível de L5, quando a
apófise transversa é maior do que a
imediatamente acima, bilateral ou
unilateral, e às vezes se articula com o sacro.
Figura 10.6
Pode ocorrer na coluna cervical ao nível de
C7 e estar associada à costela cervical e à
síndrome interescalênica (compressão do
plexo braquial e vasos sangüíneos na região
cervical).
11.
12. ESPINHA BÍFIDA
Ocorre em qualquer segmento da coluna
vertebral, em geral L5, pode ser isolada ou
encontrada em várias vértebras, sendo
freqüentemente assintomática. Tem como
característica a ausência do processo
espinhoso da vértebra acometida, com
abertura do canal vertebral em sua parte
posterior, já que as lâminas não se unem
formando a apófise espinhosa. Figura 10.7
13.
14. SACRALIZAÇÃO DE L5
Malformação em transição lombosacra. Quando existem apenas
quatro vértebras lombares, a
quinta sofre processo de
sacralização. Figura 10.8
15.
16. LOMBALIZAÇÃO DE S1
Malformação em transição lombosacra. Quando existem seis
vértebras lombares,
sendo que a primeira vértebra
sacra sofre processo de
lombalização. Figura 10.9
17.
18. ESPONDILÓLISE
É a falta de junção do arco posterior
com o
corpo vertebral ao nível do
ístimo, entre o processo articular
superior e o processo articular
inferior, havendo uma separação
do corpo vertebral do arco
posterior. Figura 10.10
19.
20. ESPONDILOLISTESE
O mesmo processo da
espondilólise, porém, com
escorregamento do corpo vertebral de
L5 sobre o sacro ou mais raramente do
corpo de L4 sobre L5, para a frente. O
arco posterior permanece sempre em
sua posição anatômica, ocorrendo o
deslizamento apenas do corpo
vertebral, na parte anterior.
21.
22. Espondiloartrose
Lesão degenerativa que acomete a coluna
vertebral, mais precisamente o corpo
vertebral, articulação interapofisária e o disco
intervertebral. Ocorre principalmente em
pacientes que efetuam trabalhos pesados
e/ou relacionados a esforço
repetitivo, podendo desenvolver
sintomatologia dolorosa.
Radiograficamente, se caracteriza por
diminuição do disco intervertebral
(pinçamento), esclerose marginal, presença de
osteófito e irregularidades na superfície
articular das interapofisárias. Figura A e B
23.
24. Sacro
O sacro, à direita e à esquerda, se articula com
o ilíaco através da articulação sacroilíaca.
Esta junção é local de patologias, como as
sacroileítes. Em acidentes de grande impacto,
principalmente automobilísticos, pode
ocorrer
disjunções das sacroilíacas. Se não forem
convenientemente tratadas tornam-se
altamente incapacitantes.
25. Coccix
• O cóccix pode ser sede de um estado
doloroso conhecido como coccigodínia
Freqüentemente, sucede a um traumatismo
agudo ou de repetição, sendo mais comum
em mulheres. O tratamento é essencialmente
conservador, incluindo antiinflamatórios não
hormonais, orientação para não sentar em
superfícies duras, eventual infiltração com
cortisona e fisioterapia. Em determinadas
situações, pode haver indicação de cirurgia
com a ressecção do cóccix, procedimento
conhecido como coccigectomia.
26. Algias da coluna vertebral
• São definidas como sendo a presença de dor
em qualquer segmento ou em toda a coluna
vertebral. Assim, a sintomatologia álgica
pode se localizar na coluna cervical
(cervicalgia, braquialgia e cervicobraquialgia),
dorsal (dorsalgia), lombar (lombalgia,
ciatalgia e lombociatalgia), região sacra
(sacralgia) e região coccígea (coccigodínea e
cisto pilonidal). A sintomatologia pode atingir
toda a coluna vertebral, situação chamada de
raquialgia.
27. •
•
•
•
•
•
•
•
I - Quadro clínico - coluna cervical
Dor na região cervical.
Dor irradiada pelo membro superior, em geral
unilateral, nas cervicobraquialgias.
Atitude antálgica. Desvio postural na coluna
cervical.
Rigidez com contratura muscular.
Crepitação aos movimentos da coluna
cervical.
Spurling positivo.
Dor ou intensificação álgica à compressão da
coluna cervical, entre a cabeça e o tórax.
Alívio da dor à tração da coluna cervical.
28.
29. Irradiação da dor e eventual parestesias
na cervicobraquialgia
• C4-C5 - dor irradiada para região
escapular, ombro e peitoral.
• C5-C6 - dor irradiada para o polegar.
• C6-C7 - dor irradiada para o 2º, 3º, e
borda radial do 4º dedo.
• C7-C8 - dor irradiada para o 5º e borda
ulnar do 4º dedo.
30. •
•
•
•
•
•
II - Quadro clínico - coluna lombar
Dor em região lombar.
Dor irradiada pelo membro inferior, em geral
unilateral, nas lombociatalgias.
Atitude antálgica. Desvio postural em coluna
lombar.
Rigidez com contratura muscular.
Crepitação.
Delitala ou sinal da campainha positivo
Percussão no espaço intervertebral em região
posterior, com irradiação álgica pelo membro
inferior acometido.
31. • Lasègue positivo a 45º. Dor no membro
inferior acometido, ao se promover a flexão
do quadril a 45º, com o joelho em extensão,
estando o paciente em decúbito dorsal.
Figura 10.15
• Contra-Lasègue positivo. Intensificação da dor
no membro acometido que se encontra em
extensão, ao se elevar o membro inferior
contra-lateral.
Figura 10.15
32.
33. Irradiação da dor e eventual parestesias
na lombociatalgia
• L4-L5 - dor irradiada pela região ânterolateral da coxa e perna atingindo o hálux.
• L5-S1 - dor irradiada pela região pósterolateral de coxa e perna, atingindo 4º e 5º
dedo do pé.
34. III - Quadro clínico - coluna dorsal
• Dor em região dorsal.
• Atitude antálgica. Desvio postural em
coluna dorsal.
• Rigidez com contratura muscular.
• Crepitação.
• Intensificação álgica aos movimentos.
35. IV - Quadro clínico – sacroilíaca
• Dor localizada em sacroilíaca, isolada ou
bilateral.
• Manobra de Volkmann positiva. Dor em
sacroilíaca à pressão das cristas
ilíacas, forçando a abertura da pelve.
• Manobra de Lewin positiva. Dor em sacroilíaca
à pressão das cristas ilíacas promovendo a sua
aproximação.
36. V - Quadro clínico - cóccix
(coccigodínea)
• Dor na projeção, pressão e apoio
sobre o cóccix.
• Aumento de volume local.
• Edema.
37. VI - Quadro clínico do cisto pilonidal.
• Dor na projeção, pressão e apoio sobre o
cóccix.
• Aumento de volume e temperatura local.
• Calor e rubor.
• Estado geral febril.
• Hemograma infeccioso.
38. • Cisto pilonidal. Observar ao nível da
projeção cutânea do cóccix as
características clínicas do cisto
(aumento de volume e rubor. A
palpação evidencia dor, calor e
flutuação). Neste estágio a indicação
é de drenagem e antibioticoterapia.
Na evolução após regressão do
processo infeccioso, pode haver
indicação de fisioterapia.
39. FATORES PREDISPONENTES DAS ALGIAS NA
COLUNA VERTEBRAL
• Obesidade.
• Atividades de impacto atingindo a coluna
vertebral.
• Musculatura deficiente.
40. Etiologia
1. Lesões discais:
• A principal causa das dores na coluna
vertebral é a lesão discal. Entre 70% e 80% das
lombalgias e 95% das lombociatalgias são
determinadas por lesão discal.
Figura 10.18 - A e B
2. Lesões ao nível de articulação interapofisária
(sinovite, artrose, etc.)
42. 7. Doença de Paget
8. Doenças reumáticas:
• Espondilite anquilosante
• Artrite reumatóide
9. Visceropatias:
• Úlcera perfurante do estômago e duodeno
• Aneurisma dissecante de aorta
10. Osteoporose
43. 11. Tumores ou neoplasias da coluna:
• Primitivo (origem nos próprios tecidos da
coluna vertebral)
• Por contigüidade (invasão por tumores
localizados próximos à coluna)
• Metastático (por dissiminação hematogênica),
sendo os principais: próstata, pulmão, tireóide
e mama
46. Na suspeita de hérnia de disco a mielografia, a
ressonância magnética e a tomografia
computadorizada esclarecem o diagnóstico.
A ressonância magnética evidencia com
maior clareza as lesões de partes
moles, mostrando as de origem
traumática, degenerativa e tumoral. Já, a
cintilografia tem a sua indicação
principal nas lesões metastáticas da coluna
vertebral.
47.
48. Tratamento
• Repouso.
• Medicamentos (antiinflamatórios não hormonais,
analgésicos e miorrelaxantes).
• Eventual imobilização.
• Orientação ortopédica.
• Evitar atividades de esforço, ou seja, de impacto.
• Controle do peso.
• Melhora da musculatura.
• Fisioterapia. De ação analgésica e
antiinflamatória, ainda,
• Reforço muscular (musculatura hipotrófica) e
alongamento (musculatura retraída).
49. Orientação ortopédica. Coluna dorsal,
lombar e cervical.
• A postura incorreta é importante causa de dor na
coluna.
• Andar o mais ereto possível. Endireitar o corpo.
Olhar acima do horizonte.
• Utilizar calçados com solado macio e salto entre
1cm e 3cm. Evitar o uso de salto alto, por
estimular a lordose.
• Evitar dobrar o corpo estando em pé. Ao realizar
um serviço sobre uma prancha ou mesa manter
um joelho em semi-flexão com o pé sobre um
banco, o que auxilia na correção da lordose. Os
móveis e equipamentos devem se adaptar à
altura de quem está trabalhando (ergonomia).
50. • Quando sentar, não cruzar as pernas, manter as
costas eretas e com apoio.
• Quando sentado, evitar dobrar o corpo sobre a
mesa para escrever ou digitar. Os braços se
posicionam ao longo do corpo e o antebraço
apóia sobre a mesa ou teclado. A cabeça
permanece ereta.
• Dormir em decúbito lateral, com as pernas
encolhidas, travesseiro na altura do ombro e
almofada entre os joelhos ou em decúbito
dorsal, joelhos em flexão
com auxílio de almofada ou travesseiro (embaixo
dos joelhos). Colchão firme (semi-ortopédico)
para o paciente com menor peso corporal e
ortopédico para o obeso. Evitar decúbito ventral.
51. • Evitar levantar objetos do chão com peso
acima de 20% do peso corporal.
• Abaixar-se sempre com a coluna ereta,
flexionando os joelhos.
• Não colocar peso acima da cabeça, em
prateleiras altas. Não carregar bolsas pesadas
inutilmente, e quando possível repartir o peso
entre os membros superiores.
• Evitar torções do pescoço ou tronco. Fazer uso
do espelho retrovisor em vez de de girar a
cabeça para trás durante a marcha-ré. Utilizar
cadeiras giratórias que não dificulta a torção
da coluna vertebral durante as atividades.
• Evitar assistir TV e ler na cama.
52.
53. •
•
•
•
•
•
•
B - Cirúrgico
Laminectomia e discectomia. Hérnia de disco.
Microdiscectomia. Hérnia de disco.
Estenose vertebral. Descompressão e
estabilização.
Artrodese posterior. Instabilidade.
Artrodese anterior. Instabilidade.
Após as cirurgias, os pacientes continuam com
os mesmos cuidados que fazem parte do
tratamento conservador, envolvendo
principalmente orientação ortopédica, evitar as
atividades de esforço e manter massa muscular
apropriada.
Nos períodos de retorno das algias, indicam-se
ainda medicamentos e fisioterapia de alívio dos
sintomas.
54. Escoliose
• O termo escoliose provém do grego
e significa curvatura. É definida
como uma deformidade que atinge
a coluna vertebral e que apresenta
desvios no plano sagital, coronal e
transverso.
55.
56. Classificação das escolioses, WINTER
(1994)
1. Quanto à localização:
• Cervical - Cervicotorácica - Torácica - Toracolombar Lombar - Lombo-sacra.
2. Quanto à importância da curva:
• Primária
• Secundária
• A primária é a curva principal, de maior amplitude e
alteração estrutural (inclinação e rotação do corpo
vertebral).
• A secundária é a curva de compensação. Figura 11.2
57.
58. 3. Quanto à etiologia:
• Idiopática - Paralítica - Congênita - Secundária
à neurofibromatose – Pós-traumática
• Postural - Antálgica - e outras.
59. 1. Escoliose idiopática
É a mais comum, em 80% dos casos, sem
causa definida. Está relacionada ao
desenvolvimento musculoesquelético.
Habitualmente, não determina dor, exceto na
idade adulta (associada à artrose vertebral).
Apresenta-se geralmente em forma de “S”,
com uma curva primária e outra secundária,
de compensação.
60. Classificação das escolioses idiopáticas de acordo com a
idade:
• Infantil. Encontrada a partir do nascimento até os três
anos de idade. Incide na mesma proporção em ambos
os sexos e a maioria apresenta regressão espontânea,
sem tratamento.
• Juvenil. Entre três e dez anos. Com incidência maior no
sexo feminino na proporção de cinco para um, sendo
que muitas apresentam tendência à progressão.
• Adolescente. Acima dos dez anos. Com maior
incidência no sexo feminino na proporção de dez para
um, com tendência à progressão.
61.
62. 2. Escoliose paralítica
Está relacionada a patologias de origem
neuromuscular, tais como, poliomielite,
paralisia cerebral (encefalopatia) e a lesões
traumáticas do sistema nervoso central
atingindo encéfalo, meninges ou medula. Pela
paralisia ocorre predomínio de um grupo
muscular, levando ao aparecimento do desvio
da coluna vertebral no plano sagital, coronal e
transverso. Estas escolioses seguem o curso da
doença original e progridem à medida que
avança a paralisia da musculatura que
mantém
a posição anatômica da coluna.
63. 3. Escoliose congênita
Está relacionada à malformação das
vértebras, sendo facilmente identificada nas
radiografias. Estes defeitos ocorrem entre a
segunda e quarta semana de vida
embrionária, aparecendo as espinhas
bífidas, espondilólises, espondilolisteses e as
duas principais causas de escoliose
congênita, ou seja, as hemivértebras e as
barras ósseas.
Figura 11.4 - A , B e C
64.
65.
66. 4. Escoliose secundária à
neurofibromatose
A localização do processo no
corpo vertebral (neurofibroma) leva
ao seu enfraquecimento e à
conseqüente perda de altura do
corpo vertebral na área
acometida, com o aparecimento da
escoliose. A maioria delas é de
tratamento cirúrgico.
67.
68. 5. Escoliose traumática
Está relacionada ao achatamento
vertebral decorrente de
traumatismos.
Quando o acunhamento for
considerável e não corrigido em
gesso, dispositivo especial de
imobilização ou através de cirurgia, a
deformidade manter-se-á.
69. 6. Escoliose postural
A escoliose postural é determinada pela
presença de um membro inferior mais longo
do que o contra-lateral. O tratamento está
relacionado à sua equalização com elevação
do salto ou utilização de palmilha de
compensação.
Quando o encurtamento for maior que 3cm,
pode haver indicação de cirurgia de
alongamento ósseo.
70. 7. Escoliose antálgica
Está relacionada a um mecanismo de
proteção. O desvio da coluna vertebral é
secundário a uma patologia principal,
geralmente, encontrada nas lombalgias ou
lombociatalgias por hérnia de disco. O
tratamento da causa desencadeante promove
a regressão total da escoliose antálgica.
Figura 11. 7
71. Exame clínico das escolioses
Paciente de frente para o examinador
Figura 11.8
Assim, para observar se existe assimetria
facial, deformidades da coluna vertebral e do
tórax (tórax infundibuliforme, tórax em
quilha, gradil costal maior que o lado
oposto, etc.), assimetria mamaria e elevação
de um ombro em relação ao
outro, considerados sinais indiretos de
escoliose.
72. Paciente em perfil para o examinador.
Figura 11.9
Para avaliação das curvaturas vertebrais,
aumento da cifose ou lordose nos
diferentes segmentos da coluna
vertebral, anteversão do ombro,
protrusão do abdome, etc.
73. Paciente de costas para o examinador.
Figura 11.10
Para avaliar o nivelamento dos
ombros, observar se a escápula é saliente e
apresenta a mesma elevação da contralateral, e se há deformidade torácica ou
lombar. Avaliação se o triângulo de Tallis é
simétrico (espaço triangular entre o flanco e o
membro superior - bilateral). Observação de
eventual deformidade dos quadris.
74.
75. Exame radiográfico
As radiografias em AP e perfil são realizadas em
posição ortostática, pois, sob a ação da
gravidade os desvios se apresentam em seu
grau máximo. A radiografia deve ser
panorâmica, de preferência incluindo toda a
coluna vertebral, desde a primeira vértebra
torácica até a primeira sacral.
76. • Elas devem ser analisadas e,
eventualmente, mensuradas (método
de Cobb) no negatoscópio como se o
paciente estivesse de costas para o
examinador, ou seja, a imagem cardíaca
e a bolha gástrica devem estar à
esquerda e a imagem hepática à direita
do examinador
77. As radiografias em AP permitem a graduação
dos desvios laterais, enquanto que a
incidência em perfil permite a avaliação do
grau de cifose e lordose. Figura 11.12 - A e B
O exame radiográfico se completa com as
inclinações à direita e à esquerda, feitas com
o paciente em decúbito dorsal. Na realização
das radiografias, a coluna é inclinada
totalmente para um lado e a seguir para o
outro, de tal maneira, a tornar possível a
avaliação do grau de flexibilidade das
curvas, para se programar
o tratamento adequado.
Figura 11.13 - A, B e C
78.
79.
80.
81. Mensuração do grau da escoliose
Método de Cobb
1. Localiza-se a vértebra limite inferior na
radiografia em ântero-posterior. Éa última
caudal, cuja borda inferior mais se orienta
para a concavidade da curva.
• Traça-se uma linha paralela à sua borda
inferior (I).
• Desta linha tira-se uma perpendicular, na
concavidade da curva (II).
82. 1. Localiza-se a vértebra limite superior também
na radiografia em anteroposterior.
• É a primeira no sentido cefálico, cuja borda
superior mais se orienta para a concavidade
da curva.
• Traça-se uma linha paralela à sua borda
superior (III).
• Desta linha tira-se uma perpendicular, na
concavidade da curva (IV).
3. O ângulo de intersecção entre as duas
perpendiculares identifica o grau da escoliose.
83.
84. Tratamento
1. Para as escolioses com até 20 graus Cobb e
os pacientes em crescimento, o tratamento é
conservador, com os seguintes cuidados:
• Observação periódica, com eventuais
controles radiográficos, para identificar a
possibilidade de progressão da curva.
• Orientação ortopédica.
• Tratamento fisioterápico.
85. 2. Para as escolioses entre 20 e 40 graus
Cobb, com o paciente em crescimento (sinal
de Risser menor que 4) e a curva flexível, o
tratamento mais adequado consta de:
• Observação periódica
• Orientação ortopédica
• Colete
ortopédico,
com
utilização
disciplinada (23 horas por dia)
Colete de Milwaukee nas escolioses altas
(dorsal, dorsolombar).
Órtese tóraco lombo-sacra (O.T.L.S.) nas
escolioses baixas (lombosacral).
Tratamento fisioterápico
86.
87.
88. Sinal de Risser
O núcleo epifisário da crista ilíaca, cujo
fechamento se processa da espinha
ilíaca antero-superior, progride
posteriormente para a espinha ilíaca
postero-superior.
RISSER (1958) dividiu este crescimento
em quatro partes:
89. O Risser 1 equivale a até 25% de excursão,
2 até 50%,
3 até 75%,
4 até 100% e
5 à fusãodo ílio.
O Risser 4 em 100% ou 5 estão relacionados à
parada de crescimento da
coluna.
Já
ANDERSON et al. (1982) demonstraram que o
sinal de Risser 5 se relaciona com a cessação
do aumento da estatura.
Figura 11.18 - A e B
90.
91. 3. O tratamento cirúrgico está indicado
em pelo menos duas eventualidades:
Para as escolioses com potencial de
crescimento, angulação maior do que 40
graus Cobb, que não respondem ao
tratamento conservador e que são
progressivas
92. Para os pacientes sem potencial de crescimento,
portadores de curvas acentuadas (associadas a
grave comprometimento estético ou alterações
vasculares, respiratórias e/ou nervosas por
compressão).
Os pacientes com indicação cirúrgica (artrodese),
em geral, previamente, são submetidos à tração
esquelética do tipo halofemoral (entre o crânio e a
região supracondiliana do fêmur, bilateral), com o
objetivo de diminuir as curvas e avaliar eventuais
alterações neurológicas durante a correção.
93. A artrodese da coluna vertebral deve ser sólida
e consta basicamente de:
• Acesso posterior à coluna vertebral com
exposição meticulosa das apófises
espinhosas, lâminas vertebrais e articulações
interapofisárias do segmento a ser
artrodesado.
• Alinhamento da coluna vertebral com
utilização de material de implante tipo haste
de Harrington, haste em “L”, etc.
94. • Enxerto ósseo abundante.
• Imobilização pós-operatória em gesso
ou dispositivo especial, dependendo do
tipo de implante e da estabilidade
obtida na cirurgia.
95. Em alguns pacientes com escoliose
idiopática entre 40 e 60º Cobb, quando
não for possível o tratamento cirúrgico
ou da não aceitação desse
procedimento
pelo paciente, tem-se como alternativa
o tratamento conservador com gesso
tipo Risser (mais utilizado) ou até
mesmo o colete ortopédico.
96.
97. Deformidades do tórax
1. Tórax infundibuliforme, do sapateiro, ou
peito escavado (“pectus excavatum”) é uma
deformidade do tórax que se caracteriza
pelo afundamento ou retração intratorácica
do esterno. Figura 11.19 - A e B
2. Tórax em quilha, de pombo, (“pectus
carinatum”) é uma deformidade do tórax que
se caracteriza pela protusão anterior do
esterno. Figura 11.20
98.
99. • Tórax em quilha ou
“pectus
carenatum”.
Observar a
protusão anterior
da parte distal do
esterno
100. 3. Tórax com deformidade mista. A
depressão ou a protusão do tórax pode
coexistir ou apresentar lateralização da
deformidade. O
diagnóstico é firmado pela deformidade
predominante.
Figura 11.21
101.
102. Tratamento
I - Órtese
1. “Pectus carinatum” . Aparelho ou órtese com
almofada anterior apoiada no ápice da
deformidade (compressor dinâmico do tórax CDT). Figura 11.22 - A e B
2. “Pectus excavatum” . CDT com duas
almofadas anteriores apoiadas sobre o
rebordo costal direito e esquerdo. Figura
11.23 - A, B e C
103.
104.
105. • A órtese é utilizada por um tempo que
varia entre 8 meses e 2 anos. Nos
primeiros 2 a 6 meses em tempo
integral, com a retirada apenas para o
banho e eventual natação.
106. Cifose
• É o termo que define uma curva da
coluna vertebral, no plano sagital, com
ângulo de abertura anterior
(convexidade posterior - concavidade
anterior).
107.
108. CAUSAS MAIS FREQÜENTES DE
CIFOSE TORÁCICA
• Dorso curvo juvenil.
• Dorso curvo senil. Encontrado no paciente de
idade avançada, em decorrência de
microfraturas e achatamento de corpo
vertebrais provocados pela osteoporose.
Figura 12.2 - A, B e C
• Dorso curvo congênito. Por malformação
vertebral, tal como, hemivértebra e barra
óssea. Figura 12.3
109.
110. • Dorso curvo traumático. Em decorrência
de fraturas, promovendo achatamento
de um ou mais corpos vertebrais. Figura
12.4 - A e B
• Dorso curvo por processo tumoral
benigno ou maligno (do próprio corpo
vertebral, metastático ou proveniente
de invasão por contigüidade), que ao
acometerem o corpo vertebral
determinam o seu achatamento.
111.
112. • Dorso curvo por processo infeccioso,
específico (tuberculose) ou não
(osteomielite). O processo infeccioso se
localiza no corpo vertebral, e com a
perda da resistência óssea ocorre o
achatamento. Quando determinado
por processo específico, o dorso curvo
é conhecido como mal de Pott.
113. • Dorso curvo juvenil
É a causa mais comum de cifose e se
manifesta durante o crescimento. A
incidência na população, de acordo com
as características étnicas, varia entre
0,5 e 8%, acometendo o grupo etário de
12 a 17 anos, com predomínio no sexo
masculino na proporção de dois para
um.
Figura 12.5 – A e B
114.
115. • Dorso curvo
juvenil por
doença de
Scheuermann. É
determinado
pelo
encunhamento
anterior de uma
ou mais
vértebras
dorsais.
Figura 12.6 –
A, B, C e D
116.
117.
118. • Quadro clínico
Clinicamente, observa-se
aumento da cifose
torácica, posicionamento
anterior dos ombros, protusão
abdominal, hiperlordose lombar
com retração dos músculos
peitorais e isquiotibiais.
119.
120. Tratamento
No tratamento da cifose juvenil deve ser
considerado o grau da mesma e o potencial de
crescimento do paciente.
I - Paciente em crescimento com curva menor
de 45º Cobb
• Orientação ortopédica.
• Avaliação periódica.
• Fisioterapia.
121. • Espaldeira.
Dispositivo especial de imobilização
indicado no auxílio da correção do dorso
curvo juvenil postural. Embora a
conduta não seja de consenso, pelo fato
de que ao corrigir a cifose dorsal
aumenta a lordose lombar, tem como
vantagem promover a retrusão dos
ombros. Figura 12.10
122.
123. II - Pacientes em crescimento com curva
entre 45 e 60º Cobb e/ou que estão
progredindo ao tratamento inicial:
•
•
•
•
Orientação ortopédica
Avaliação periódica
Fisioterapia
Colete de Milwaukee
Figura 12.11
124. III - O tratamento cirúrgico está indicado em
pelo menos duas eventualidades:
a - Para as cifoses com potencial de crescimento,
angulação maior de 60º Cobb e que não
respondem ao tratamento conservador, sendo
portanto progressivas.
b - Para os pacientes sem potencial de
crescimento, com curvas acentuadas acima de
60º Cobb e sintomáticos (comprometimento
pulmonar, cardíaco e/ou neurológico).
125. Lordose
• É o termo que define uma curva, no
plano sagital, com ângulo de
abertura posterior (convexidade
anterior - concavidade posterior).
127. • Os sintomas são determinados por
desequilíbrio musculoesquelético ao
nível da transição lombo-sacra, com
sobrecarga nas articulações
interapofisárias e nos discos
intervertebrais. Na evolução surge o
quadro clínico de espondiloartrose.
128. •
• Também, por hiperlordose, pode
ocorrer o contato das apófises
espinhosas na região lombar. Estado
mórbido conhecido por Síndrome de
Baastrup ou “kissing spine”,
determinando desconforto, entre os
quais, contratura muscular, rigidez,
desvios posturais e dor, por vezes,
incapacitante. Figura 13.2
129.
130. • Fatores predisponentes
• Mecânicos
Gravidez, obesidade, cifose torácica acima de
40º, utilização de calçados inadequados (salto
alto), retração dos músculos isquiotibiais e
peitorais, etc.
• Patológicos
• Espondilólise, espondilolistese, seqüela de
fraturas, malformação congênita, neoplasias,
processo, infeccioso, etc.
131.
132. A gravidez aumenta o peso corporal, intensifica
a lordose pela proeminência do
abdome, distende a musculatura abdominal
promovendo flacidez;
a) orientação ortopédica;
b) exercícios de manutenção e reforço
muscular;
c) evitar o excesso de peso corporal e tão logo
possível regredir ao normal;
d) não utilizar calçados com salto elevado, por
estimular o aumento da lordose.
133.
134.
135.
136.
137. Mensuração da lordose lombar Método de Ferguson
• Marcar um ponto na borda posterior e
superior do sacro. Marcar outro ponto na
borda superior e posterior de L1. Unir estes
dois pontos através de uma linha (I).
• Traçar outra linha, perpendicular à
primeira, de projeção anterior, com início no
ponto marcado na borda posterior e superior
do sacro (II).
138. • Traçar uma linha tangente à borda
superior do sacro de projeção
anterior (III).
• A intersecção entre as duas linhas
de projeção anterior forma o ângulo
de Ferguson.
139.
140.
141. Tratamento
• A principal causa de lordose é a postural. O
tratamento consta de orientação ortopédica,
analgésicos, antiinflamatórios não
hormonais, eventual imobilização em
dispositivos especiais (tipo colete de Putti ou
faixa elástica) e fisioterapia, com especial
interesse na promoção de hipertrofia da
musculatura dominada ou atrófica
(abdominais) e alongamento da musculatura
dominante ou hipertrófica