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Memória do Movimento Estudantil Brasileiro

                                   Otavio Luiz Machado
             Mestre em Sociologia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
                         Pesquisador da UFPE e bolsista do CNPq.
                     E-mail: otaviomachado3@yahoo.com.br331-50377



Resumo: O projeto Juventudes, Democracia, Direitos Humanos e Cidadania na UFPE
constitui-se num dos mais importantes trabalhos de resgate da memória do movimento
estudantil brasileiro, pois abriu uma frente envolvendo simultaneamente a estratégia de
preservação e de criação de possibilidades de acesso à informação do seu rico acervo de
imagens, documentos e publicações produzidas a partir da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE). O objetivo principal foi o de compor um rico painel de dados sobre a atuação da
juventude brasileira no século XX. Utilizando-se da metodologia da história e uma pesquisa
documental nos principais acervos públicos e particulares sobre a temática, o PROJUPE
conseguiu fomentar a partir de uma das principais universidades brasileiras o debate público
sobre a importância do tema, bem como constituir um importante acervo em mídia digitais e de
acesso on-line. A criação de uma preocupação permanente com o tema das juventudes no
interior de uma das mais importantes universidades públicas do País foi a primeira conquista
significativa do Programa, o que pode ser identificado com o alcance de um alto grau de
institucionalidade junto às Pró-Reitorias, os centros acadêmicos e a própria comunidade
universitária. Ao chamarmos a atenção sobre a importância da memória juvenil ou promover
a sensibilização para o resgate histórico da ampla contribuição dos jovens à sociedade brasileira,
acreditamos promover a segunda conquista significativa do Programa, pois fomos convidados a
contribuir durante todo o período no sentido de dar suporte e apoio ou mesmo a somar a tantas
outras iniciativas que perpassavam por cada um dos nossos projetos. Ao conseguirmos colocar o
tema na ordem do dia da instituição para atender suas demandas internas e externas,
acreditamos que a capacidade de diálogo construída no seu interior (em especial) não poderá ser
desconsiderado ou precisa ser mais explicitado porque, ao mesmo tempo que trazíamos pessoas
para conhecer as atividades e a envolvê-las nas mesmas, também contribuímos para tornar a
instituição merecedora de sua função pública e do seu papel educativo junto à sociedade. A
terceira conquista foi a criação de um substancioso banco de dados, o mapeamento e a
digitalização de importantes documentos (manuscritos, depoimentos, fotografias etc) sobre
a temática, incluindo consultoria acadêmica a inúmeros estudos, matérias de jornais e
publicações, sem contar que o envolvimento de parcela da juventude que passou a conhecer as
atividades e seus produtos ficou estimulada e teve fomentada sua curiosidade intelectual
e ampliada sua própria formação cidadã. Se considerarmos que é dever do Estado assegurar
o exercício dos direitos civis, políticos e sociais, conforme a Constituição Federal, então cabe a
ele promover o resgate histórico por meio dos seus diversos órgãos, garantindo o acesso
e divulgação visando tal interesse. Um desses órgãos que precisa atuar nesse sentido é a
Universidade Pública.

Palavras-Chaves: Memória. Movimentos. Estudantes. Brasil. Protagonismo.




1 Introdução


        O trabalho ora apresentado é fruto de diversas conclusões e contribuições da pesquisas
que desenvolvemos nos últimos anos, principalmente a partir da pesquisa-piloto “A Engenharia
Nacional, os Estudantes e a Educação Superior: a Memória Reabilitada (1930-1985)”
(PROENGE) e do Programa Juventudes, Democracia, Direitos Humanos e Cidadania da UFPE
(PROJUPE), bem como de várias outras atividades que foram produzidas simultaneamente no
campo da pesquisa e da extensão na UFPE, que contou com a participação de pesquisadores e
professores de diversas instituições educacionais brasileiras e do exterior, no intuito de
reconstituir parte da história da juventude brasileira por meio de um esforço coletivo baseado
em redes de colaborações efetivas.
        No próprio desenvolvimento dos trabalhos, a questão da educação superior, da cultura
brasileira e da ciência e tecnologia foram percebidas como preocupações importantes no
contexto estudantil universitário brasileiro. Em todas as fases dos projetos também foram
detectadas a dispersão ou mesmo a ausência de organização de documentação referente a
aspectos fundamentais desta história. Assim, documentos com temas importantes como cultura
universitária, cultura brasileira, profissão, profissionalização, educação e sociedade, ciência e
tecnologia, nas diversas abordagens sobre a participação estudantil dos estudantes universitários
ainda encontram-se dispersos ou não foram alvo de uma organização arquivística sistematizada.
Ao longo do processo das citadas pesquisas, quando houve contato com várias outras
instituições de Engenharia do Brasil, foi percebido que as mesmas poderiam oferecer
contribuições essenciais ao desenvolvimento do tema. O período abrangido pelo projeto se
inicia na luta dos estudantes pela regulamentação da profissão do Engenheiro (em 1930) e
termina com o fim da ditadura civil-militar brasileira (1985).




2 A construção de uma reflexão


      O trabalho desenvolvido no momento produz uma reflexão importante sobre os direitos
humanos e o acesso à informação como fundamentais para o fortalecimento do processo
democrático de qualquer País, pois:

              “O direito à informação (...) significa poder exprimir-se livremente, bem como
              receber informações e poder torná-las públicas, sem restrições. Implica tornar
              público, transparente e visível, algo antes desconhecido, obscuro ou secreto.
              Nesse sentido, ele é considerado fundamental ao exercício das liberdades
              públicas e ao desenvolvimento das democracias no mundo” (Costa, 2008, p.17-
              18).

        Mas é um desafio enorme tratar desse tema, pois a ausência de organização e até mesmo
a inexistência de importantes documentos sobre vários temas nos arquivos públicos ou
administrativos que pesquisamos torna-se uma questão complexa quando percebemos a
inexistência de canais de divulgação do potencial arquivístico e histórico de seus acervos. Além
do mais, a riquíssima documentação produzida pelos estudantes universitários precisa ser
recuperada, guardada adequadamente nos arquivos das próprias universidades e colocadas à
disposição de toda sociedade. A ausência de uma política sistemática de conservação dos
arquivos universitários está gerando uma perda significativa da memória cultural, social,
educacional e científica.
        Tais problemas já foram apresentados num singular evento em que se discutiu a
questão: o I Seminário Nacional de Arquivos Universitários. Na ocasião, o professor Roberto
Martins fez a seguinte consideração:

                “Os estudantes universitários são, normalmente, ignorados quando se pensa em
                arquivos científicos. (..) Mas se o ensino é desenvolvido tendo por preocupação
                central a formação dos estudantes, deveria ser importante lembrar que os alunos
                também (...) participam de órgãos da universidade, possuem uma vida
                estudantil” (MARTINS, 1992, p. 27-48).
O que podemos falar a partir de nossa experiência é que os arquivos universitários
brasileiros ainda são ainda pouco utilizados para a pesquisa acadêmica, mesmo com sua
importância para a pesquisa institucional ou nacional. Cabe aqui a seguinte reflexão:


                “De qualquer forma é preciso dizer que a ênfase para a preservação dos
                documentos que estão no interior da universidade é uma prática de grande
                importância, não apenas do ponto de vista da preservação dos registros da
                história local, mas como forma de viabilizar as pesquisas de pós-graduação e
                especialmente as de iniciação científica” (NUNES, 2004, s.p)

        Em texto mais recente, o Professor Fernando Teixeira da Silva foi muito feliz ao afirmar
que “cada documento carrega, mesmo que não o saibamos, a história de sua própria
sobrevivência” (Silva, 2009, p. 3). O que torna a preocupação com a reconstituição histórica
relacionada à juventude brasileira um assunto de permanente atuação pelo grupo que
conseguimos constituir, tanto para assegurar o direito à memória e à verdade, como para termos
um rico acervo como subsídio para as atividades visando a produção de cidadania aos jovens.
        Foi estabelecido um ambiente favorável para o desenvolvimento de nosso trabalho (um
"rapport" positivo entre os pesquisadores, os depoentes e instituições diversas), o que permitiu a
criação de uma relação de confiança e a construção de atividades com o envolvimento de muitos
estudantes universitários e pesquisadores de origens diversas.
        O ponto alto das atividades foi a coleta de centenas de entrevistas com os personagens
da história nos mais diversos estados do País. É preciso considerar que, embora o uso de
entrevistas ou depoimentos nas Ciências Sociais constitua uma técnica para se “registrar o que
ainda não se cristalizara em documentação escrita, o não-conservado, o que desapareceria se
não fosse anotado” (PEREIRA DE QUEIROZ, 1991, p.1-2), a memória é posição social do
presente, deixando as marcas da própria vivência de quem vai narrar.
        Ao trabalharmos com a história de vida de muitas pessoas que se dedicaram parte de sua
juventude à participação cívica, o que podemos construir foge do mero aspecto técnico de um
trabalho de pesquisa, mas envolve a construção de um envolvimento pessoal e político muito
das vezes inevitável, o que exige por parte dos membros atuantes nas pesquisas a adoção de
caminhos que nos permitam transitar em todas as fronteiras sem o esquecimento dos princípios
éticos que precisamos adotar ao adentramos em universos de múltiplos desafios.
3 Estratégia para a preservação e acesso à informação


        Num primeiro momento da pesquisa mapeamos os acervos e construímos estratégias
para a preservação e o acesso à informação de documentos que tratam do movimento estudantil
brasileiro desde então. O apoio institucional de diversas instituições educacionais foi importante
para que pudéssemos promover a publicação de parte da produção intelectual dos estudantes
universitários, inclusive guardados em arquivos particulares. Consideramos que contribuímos
para a divulgação inicial do potencial arquivístico e da importância dos estudantes entre os anos
1930 e 1980 das seguintes instituições: Escola Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do
Rio de Janeiro); Escola de Minas da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto); Escola
Politécnica da USP (Universidade de São Paulo); Escola de Engenharia de Pernambuco da
UFPE (Universidade Federal de Pernambuco); Escola de Engenharia da Universidade
Presbiteriana Mackenzie; Escola de Engenharia da UFRGS (Universidade Federal do Rio
Grande do Sul); Escola de Engenharia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais);
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA); 10) Escola de Engenharia da UFF (Universidade
Federal Fluminense); Centro de Tecnologia da UFC (Universidade Federal do Ceará); Centro de
Tecnologia da UFPA (Universidade Federal do Pará); Escola de Engenharia da UFBA
(Universidade Federal da Bahia); Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (UPE);
Escola de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Escola de Engenharia da
USP de São Carlos.
        No segundo momento ampliamos o trabalho para além das escolas de Engenharia, mas
focando, sobretudo no movimento estudantil universitário nos aspectos mais nacionais. Uma
atividade imprescindível para o projeto foi a criação de uma rede de pesquisadores de cunho
transdisciplinar, envolvendo as áreas de História, Sociologia, Arquivística, Educação e Cultura
Brasileira, com os quais dialogamos ao longo de todo o projeto.
        No terceiro momento a nossa preocupação principal foi com a memória das juventudes
pernambucanas, considerando que a própria UFPE precisava contribuir para o Estado em
atividades dessa natureza, bem como a alta produtividade histórica da juventude em debate.
        O último momento das atividades está em curso, focado principalmente na divulgação
dos resultados obtidos nos projetos e o apoio intensivo à realização de novos trabalhos.
Consideramos isso uma “colheita de frutos” de todo o esforço após um longo, profundo e difícil
momento de coleta de dados, sistematização, redação de trabalhos e montagem de uma base de
dados eletrônica, que consiste atualmente num blog (o site será desenvolvido em breve).
        Foram digitalizados livros, documentos raros, fotografias e áudios das entrevistas, que
foram disponibilizados em um dvd-rom e distribuídos por quase todo o País. Em seguida todo o
material foi disponibilizado na “internet”, seja nos diversos blogs que criamos, seja em
repositórios como o youtube.
        A divulgação dos dados e os respectivos links de acesso continuam sendo feitos numa
lista de mais de 50 mil e-mails que cadastramos periodicamente, bem como nas novas
ferramentas que incorporamos recentemente as nossas atividades, como o twitter e o facebook.
        A vantagem do blog é que podemos registrar, ao mesmo tempo, cronologicamente o
desenvolvimento das atividades, com o contexto de produção do trabalho, inserindo os dados
capturados em várias fontes que cotidianamente temos acessos e também precisam ser
publicizadas.
        O mais interessante nesse tipo de rede social na internet é que podemos divulgar a nossa
própria produção acadêmica com as dos colegas que se debruçam sobre o tema, sem deixar de
integrar os nossos depoentes, interlocutores, apoiadores, colaboradores ou os próprios jovens
que se interessam pela história e a sociologia da juventude.
        No momento buscamos integrar os principais eventos acadêmicos que acontecem em
Recife com a divulgação da própria história dos jovens         e das instituições com as quais
dialogam ou estão envolvidos diretamente. É um trabalho que exige uma profunda atualização
do nosso banco de dados, sem contar a necessidade de ficarmos “antenados” a enorme agenda
de datas e atividades.
        Por exemplo, em 2011 tivemos na UFPE a reinauguração do restaurante universitário,
que ficou cerca de 18 anos desativado, bem como as eleições para o reitorado. Trata-se de
momentos especiais onde a história da juventude é ressignificada e nos quais podemos trabalhar
diversos aspectos históricos que são heranças que os nossos jovens nem sempre percebem com
facilidade, pois muitas conquistas históricas trazem a marca da luta de várias gerações. Nas
universidades públicas temos mais condições de dar visibilidade a esse tipo de atividade,
considerando que o campus é um local privilegiado de troca de experiências e informações.
        Outro aspecto a considerar é a produção própria dos movimentos estudantis no dia a dia,
tanto de documentos e outros registros, como o próprio protesto público que vez ou outra
promovem e necessitam do devido registro e divulgação, considerando que a preocupação para
que as novas gerações possam ter acesso ao que é produzido hoje também exige um tipo de
intervenção que os nossos projetos constroem nesse sentido.
        Com o aparecimento de tantos outros nomes fundamentais para a compreensão da
história da juventude brasileira durante a divulgação dos principais resultados do nosso trabalho,
o esforço continua com a realização de novas entrevistas e o registro em vídeo de todo o
trabalho que a UFPE realiza de interesse dos jovens, pois ainda identificamos enormes lacunas
de registros no meio universitário que vivenciamos.




4 Considerações Finais


        Um trabalho sobre memória não é realizado sem traçarmos compromissos, sem um
instrumento de construção coletiva e muito menos sem forjar idéias-chaves para ações em
conjunto, pois é um trabalho que não é possível recuperar o todo dos registros da História, mas
fragmentos destes.
        A experiência que desenvolvemos é considerada uma das mais bem sucedidas referente
ao tema, pois o impacto da produção do projeto é significativo, principalmente no apoio ao
desenvolvimento de novos trabalhos de pesquisa e extensão, na divulgação dos acervos
existentes e no debate público da importância da memória do movimento estudantil.
        O mais relevante a ser destacado é a capacidade da equipe em construir e executar
projetos de extensão e pesquisa em sintonia entre si, bem como a atualização dos canais de
divulgação com a utilização das mídias sociais e a disponibilização de acervos digitais na
internet, facilitando o acesso rápido e a baixo custo a inúmeros usuários e parceiros das nossas
atividades.
        O PROJUPE já divulgou mais de 3.000 documentos na internet , contando um acervo
de mais de 400 depoimentos, 1.000 horas de vídeo e cerca de 50 livros digitalizados
exclusivamente para a internet. Como um observatário permanente dos movimentos juvenis,
também buscamos viabilizar a presença nos principais momentos de ativismo juvenil na cidade,
no sentido de captar em imagens os seus principais aspectos e garantir a divulgação dos mesmos
nos canais que criamos exclusivamente para possibilitar a devida visibilidade e reconhecimento
do universo dos movimentos juvenis.
5 Referências Bibliográficas


ABRAMO, Helena Wendel. Cenas Juvenis. São Paulo: Scritta, 1994.

ARAUJO, Maria Paula Nascimento. A utopia fragmentada: as novas esquerdas no Brasil e
no mundo na década de 1970. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.

COSTA, C. M. L. “O direito à informação nos arquivos brasileiros”. In: Carlos Fico; Marieta de
Moraes Ferreira; Maria Paula Araujo; Samantha Viz Quadrat. (Org.). Ditadura e Democracia
na América Latina. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008, v. , p. 17-26.

FICO, Carlos; MORAES FERREIRA, Marieta de; ARAÚJO, Maria Paula; QUADRAT,
SamanthaViz (orgs.) Ditadura e Democracia na América Latina: balanço histórico e
perspectivas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.

GROPPO, Luis Antônio. Juventude. Ensaios sobre Sociologia e História das Juventudes
Modernas. Rio de Janeiro: Difel, 2000.

MACHADO, Otávio Luiz. “O estudo do movimento estudantil brasileiro: um debate sobre
esquecimentos, celebrações, reflexões, comemorações e contra-comemorações”. Cadernos da
Revista de História Económica e Social, v. 3, p. 1-9, 2007.

____. Formação profissional, ensino superior e a construção da profissão do engenheiro
pelos movimentos estudantis de engenharia. Recife: Programa de Pós-Graduação em
Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGS-UFPE), 2008. (Dissertação de
Mestrado).

____. “Juventudes, Democracia e Direitos Humanos: a produção de cidadania pela UFPE”. In:
Anais do IX Reunião de Antropologia do Mercosul, Curitiba-PR, 2011.

____. SILVA, N. L. ; SÁ MENEZES, Girleide de. ; LINS, A. S. . “A presença das juventudes
pernambucanas: novas configurações e transmutações”. Estudos Universitários (UFPE), v. 1,
p. 115-124, dez. 2010.

MADEIRA, Felícia Reicher. “Os jovens e as mudanças estruturais na década de 70:
questionando pressupostos e sugerindo pistas”. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 58, p. 15-
48, ago. 1986.

MARTINS, Roberto de Andrade. “O sistema de arquivos da universidade e a memória
científica”. In: Anais do I Seminário Nacional de Arquivos Universitários. Campinas:
UNICAMP, 1992, pp. 27-48.

MESQUITA, Marcos Ribeiro. Identidade, cultura e política: os movimentos estudantis na
contemporaneidade. Maceió: Editora UFAL, 2009.
NUNES, Antonietta. “A institucionalização da gestão documental da FACED/UFBA: relatório
de um trabalho em andamento”. In: Anais do V CINFORM - Encontro Nacional de Ciência
da Informação, Salvador, 2004, s.p.

PEREIRA DE QUEIROZ, Maria Isaura. Variações sobre a técnica de gravador no registro
da informação viva. São Paulo: T.A. Queiroz, 1991.

RIDENTI, Marcelo. Brasilidade Revolucionária. São Paulo: Editora Unesp, 2010.

SILVA, Fernando Teixeira da. “Nem crematório de fontes nem museu de curiosidades: por que
preservar os documentos da justiça do Trabalho”. In: www1.trt6.jus.br/emat6/wp-
content/.../verse3o-definitiva-10-de-junho.doc

SOUSA, Janice Tirelli Ponte de. Reinvenções da Utopia: a militância política nos anos 90.
São Paulo: Hacker, 1999.


Blogs de divulgação do projeto
http://sejarealistapecaoimpossivel.blogspot.com
http://movimentosjuvenisbrasileiros.blogspot.com
http://movimentosjuvenisbrasileirosparte2.blogspot.com
http://movimentosjuvenisbrasileirosparte3.blogspot.com
http://movimentosjuvenisbrasileirosparte4.blogspot.com
http://movimentosjuvenisbrasileirosparte5.blogspot.com
http://movimentosjuvenisbrasileirosparte6.blogspot.com
http://movimentosjuvenisbrasileirosparte7.blogspot.com

Dvd-rom

MACHADO, Otávio Luiz (org). 70 anos da UNE. Recife: PROENGE, 2007

____. (org). Repúblicas de Ouro Preto e Mariana. Recife: PROENGE, 2007.

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Memória do Movimento Estudantil Brasileiro

  • 1. Memória do Movimento Estudantil Brasileiro Otavio Luiz Machado Mestre em Sociologia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pesquisador da UFPE e bolsista do CNPq. E-mail: otaviomachado3@yahoo.com.br331-50377 Resumo: O projeto Juventudes, Democracia, Direitos Humanos e Cidadania na UFPE constitui-se num dos mais importantes trabalhos de resgate da memória do movimento estudantil brasileiro, pois abriu uma frente envolvendo simultaneamente a estratégia de preservação e de criação de possibilidades de acesso à informação do seu rico acervo de imagens, documentos e publicações produzidas a partir da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O objetivo principal foi o de compor um rico painel de dados sobre a atuação da juventude brasileira no século XX. Utilizando-se da metodologia da história e uma pesquisa documental nos principais acervos públicos e particulares sobre a temática, o PROJUPE conseguiu fomentar a partir de uma das principais universidades brasileiras o debate público sobre a importância do tema, bem como constituir um importante acervo em mídia digitais e de acesso on-line. A criação de uma preocupação permanente com o tema das juventudes no interior de uma das mais importantes universidades públicas do País foi a primeira conquista significativa do Programa, o que pode ser identificado com o alcance de um alto grau de institucionalidade junto às Pró-Reitorias, os centros acadêmicos e a própria comunidade universitária. Ao chamarmos a atenção sobre a importância da memória juvenil ou promover a sensibilização para o resgate histórico da ampla contribuição dos jovens à sociedade brasileira, acreditamos promover a segunda conquista significativa do Programa, pois fomos convidados a contribuir durante todo o período no sentido de dar suporte e apoio ou mesmo a somar a tantas outras iniciativas que perpassavam por cada um dos nossos projetos. Ao conseguirmos colocar o tema na ordem do dia da instituição para atender suas demandas internas e externas, acreditamos que a capacidade de diálogo construída no seu interior (em especial) não poderá ser desconsiderado ou precisa ser mais explicitado porque, ao mesmo tempo que trazíamos pessoas para conhecer as atividades e a envolvê-las nas mesmas, também contribuímos para tornar a instituição merecedora de sua função pública e do seu papel educativo junto à sociedade. A terceira conquista foi a criação de um substancioso banco de dados, o mapeamento e a
  • 2. digitalização de importantes documentos (manuscritos, depoimentos, fotografias etc) sobre a temática, incluindo consultoria acadêmica a inúmeros estudos, matérias de jornais e publicações, sem contar que o envolvimento de parcela da juventude que passou a conhecer as atividades e seus produtos ficou estimulada e teve fomentada sua curiosidade intelectual e ampliada sua própria formação cidadã. Se considerarmos que é dever do Estado assegurar o exercício dos direitos civis, políticos e sociais, conforme a Constituição Federal, então cabe a ele promover o resgate histórico por meio dos seus diversos órgãos, garantindo o acesso e divulgação visando tal interesse. Um desses órgãos que precisa atuar nesse sentido é a Universidade Pública. Palavras-Chaves: Memória. Movimentos. Estudantes. Brasil. Protagonismo. 1 Introdução O trabalho ora apresentado é fruto de diversas conclusões e contribuições da pesquisas que desenvolvemos nos últimos anos, principalmente a partir da pesquisa-piloto “A Engenharia Nacional, os Estudantes e a Educação Superior: a Memória Reabilitada (1930-1985)” (PROENGE) e do Programa Juventudes, Democracia, Direitos Humanos e Cidadania da UFPE (PROJUPE), bem como de várias outras atividades que foram produzidas simultaneamente no campo da pesquisa e da extensão na UFPE, que contou com a participação de pesquisadores e professores de diversas instituições educacionais brasileiras e do exterior, no intuito de reconstituir parte da história da juventude brasileira por meio de um esforço coletivo baseado em redes de colaborações efetivas. No próprio desenvolvimento dos trabalhos, a questão da educação superior, da cultura brasileira e da ciência e tecnologia foram percebidas como preocupações importantes no contexto estudantil universitário brasileiro. Em todas as fases dos projetos também foram detectadas a dispersão ou mesmo a ausência de organização de documentação referente a aspectos fundamentais desta história. Assim, documentos com temas importantes como cultura universitária, cultura brasileira, profissão, profissionalização, educação e sociedade, ciência e tecnologia, nas diversas abordagens sobre a participação estudantil dos estudantes universitários ainda encontram-se dispersos ou não foram alvo de uma organização arquivística sistematizada.
  • 3. Ao longo do processo das citadas pesquisas, quando houve contato com várias outras instituições de Engenharia do Brasil, foi percebido que as mesmas poderiam oferecer contribuições essenciais ao desenvolvimento do tema. O período abrangido pelo projeto se inicia na luta dos estudantes pela regulamentação da profissão do Engenheiro (em 1930) e termina com o fim da ditadura civil-militar brasileira (1985). 2 A construção de uma reflexão O trabalho desenvolvido no momento produz uma reflexão importante sobre os direitos humanos e o acesso à informação como fundamentais para o fortalecimento do processo democrático de qualquer País, pois: “O direito à informação (...) significa poder exprimir-se livremente, bem como receber informações e poder torná-las públicas, sem restrições. Implica tornar público, transparente e visível, algo antes desconhecido, obscuro ou secreto. Nesse sentido, ele é considerado fundamental ao exercício das liberdades públicas e ao desenvolvimento das democracias no mundo” (Costa, 2008, p.17- 18). Mas é um desafio enorme tratar desse tema, pois a ausência de organização e até mesmo a inexistência de importantes documentos sobre vários temas nos arquivos públicos ou administrativos que pesquisamos torna-se uma questão complexa quando percebemos a inexistência de canais de divulgação do potencial arquivístico e histórico de seus acervos. Além do mais, a riquíssima documentação produzida pelos estudantes universitários precisa ser recuperada, guardada adequadamente nos arquivos das próprias universidades e colocadas à disposição de toda sociedade. A ausência de uma política sistemática de conservação dos arquivos universitários está gerando uma perda significativa da memória cultural, social, educacional e científica. Tais problemas já foram apresentados num singular evento em que se discutiu a questão: o I Seminário Nacional de Arquivos Universitários. Na ocasião, o professor Roberto Martins fez a seguinte consideração: “Os estudantes universitários são, normalmente, ignorados quando se pensa em arquivos científicos. (..) Mas se o ensino é desenvolvido tendo por preocupação central a formação dos estudantes, deveria ser importante lembrar que os alunos também (...) participam de órgãos da universidade, possuem uma vida estudantil” (MARTINS, 1992, p. 27-48).
  • 4. O que podemos falar a partir de nossa experiência é que os arquivos universitários brasileiros ainda são ainda pouco utilizados para a pesquisa acadêmica, mesmo com sua importância para a pesquisa institucional ou nacional. Cabe aqui a seguinte reflexão: “De qualquer forma é preciso dizer que a ênfase para a preservação dos documentos que estão no interior da universidade é uma prática de grande importância, não apenas do ponto de vista da preservação dos registros da história local, mas como forma de viabilizar as pesquisas de pós-graduação e especialmente as de iniciação científica” (NUNES, 2004, s.p) Em texto mais recente, o Professor Fernando Teixeira da Silva foi muito feliz ao afirmar que “cada documento carrega, mesmo que não o saibamos, a história de sua própria sobrevivência” (Silva, 2009, p. 3). O que torna a preocupação com a reconstituição histórica relacionada à juventude brasileira um assunto de permanente atuação pelo grupo que conseguimos constituir, tanto para assegurar o direito à memória e à verdade, como para termos um rico acervo como subsídio para as atividades visando a produção de cidadania aos jovens. Foi estabelecido um ambiente favorável para o desenvolvimento de nosso trabalho (um "rapport" positivo entre os pesquisadores, os depoentes e instituições diversas), o que permitiu a criação de uma relação de confiança e a construção de atividades com o envolvimento de muitos estudantes universitários e pesquisadores de origens diversas. O ponto alto das atividades foi a coleta de centenas de entrevistas com os personagens da história nos mais diversos estados do País. É preciso considerar que, embora o uso de entrevistas ou depoimentos nas Ciências Sociais constitua uma técnica para se “registrar o que ainda não se cristalizara em documentação escrita, o não-conservado, o que desapareceria se não fosse anotado” (PEREIRA DE QUEIROZ, 1991, p.1-2), a memória é posição social do presente, deixando as marcas da própria vivência de quem vai narrar. Ao trabalharmos com a história de vida de muitas pessoas que se dedicaram parte de sua juventude à participação cívica, o que podemos construir foge do mero aspecto técnico de um trabalho de pesquisa, mas envolve a construção de um envolvimento pessoal e político muito das vezes inevitável, o que exige por parte dos membros atuantes nas pesquisas a adoção de caminhos que nos permitam transitar em todas as fronteiras sem o esquecimento dos princípios éticos que precisamos adotar ao adentramos em universos de múltiplos desafios.
  • 5. 3 Estratégia para a preservação e acesso à informação Num primeiro momento da pesquisa mapeamos os acervos e construímos estratégias para a preservação e o acesso à informação de documentos que tratam do movimento estudantil brasileiro desde então. O apoio institucional de diversas instituições educacionais foi importante para que pudéssemos promover a publicação de parte da produção intelectual dos estudantes universitários, inclusive guardados em arquivos particulares. Consideramos que contribuímos para a divulgação inicial do potencial arquivístico e da importância dos estudantes entre os anos 1930 e 1980 das seguintes instituições: Escola Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro); Escola de Minas da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto); Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo); Escola de Engenharia de Pernambuco da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco); Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie; Escola de Engenharia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Escola de Engenharia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA); 10) Escola de Engenharia da UFF (Universidade Federal Fluminense); Centro de Tecnologia da UFC (Universidade Federal do Ceará); Centro de Tecnologia da UFPA (Universidade Federal do Pará); Escola de Engenharia da UFBA (Universidade Federal da Bahia); Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (UPE); Escola de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Escola de Engenharia da USP de São Carlos. No segundo momento ampliamos o trabalho para além das escolas de Engenharia, mas focando, sobretudo no movimento estudantil universitário nos aspectos mais nacionais. Uma atividade imprescindível para o projeto foi a criação de uma rede de pesquisadores de cunho transdisciplinar, envolvendo as áreas de História, Sociologia, Arquivística, Educação e Cultura Brasileira, com os quais dialogamos ao longo de todo o projeto. No terceiro momento a nossa preocupação principal foi com a memória das juventudes pernambucanas, considerando que a própria UFPE precisava contribuir para o Estado em atividades dessa natureza, bem como a alta produtividade histórica da juventude em debate. O último momento das atividades está em curso, focado principalmente na divulgação dos resultados obtidos nos projetos e o apoio intensivo à realização de novos trabalhos. Consideramos isso uma “colheita de frutos” de todo o esforço após um longo, profundo e difícil
  • 6. momento de coleta de dados, sistematização, redação de trabalhos e montagem de uma base de dados eletrônica, que consiste atualmente num blog (o site será desenvolvido em breve). Foram digitalizados livros, documentos raros, fotografias e áudios das entrevistas, que foram disponibilizados em um dvd-rom e distribuídos por quase todo o País. Em seguida todo o material foi disponibilizado na “internet”, seja nos diversos blogs que criamos, seja em repositórios como o youtube. A divulgação dos dados e os respectivos links de acesso continuam sendo feitos numa lista de mais de 50 mil e-mails que cadastramos periodicamente, bem como nas novas ferramentas que incorporamos recentemente as nossas atividades, como o twitter e o facebook. A vantagem do blog é que podemos registrar, ao mesmo tempo, cronologicamente o desenvolvimento das atividades, com o contexto de produção do trabalho, inserindo os dados capturados em várias fontes que cotidianamente temos acessos e também precisam ser publicizadas. O mais interessante nesse tipo de rede social na internet é que podemos divulgar a nossa própria produção acadêmica com as dos colegas que se debruçam sobre o tema, sem deixar de integrar os nossos depoentes, interlocutores, apoiadores, colaboradores ou os próprios jovens que se interessam pela história e a sociologia da juventude. No momento buscamos integrar os principais eventos acadêmicos que acontecem em Recife com a divulgação da própria história dos jovens e das instituições com as quais dialogam ou estão envolvidos diretamente. É um trabalho que exige uma profunda atualização do nosso banco de dados, sem contar a necessidade de ficarmos “antenados” a enorme agenda de datas e atividades. Por exemplo, em 2011 tivemos na UFPE a reinauguração do restaurante universitário, que ficou cerca de 18 anos desativado, bem como as eleições para o reitorado. Trata-se de momentos especiais onde a história da juventude é ressignificada e nos quais podemos trabalhar diversos aspectos históricos que são heranças que os nossos jovens nem sempre percebem com facilidade, pois muitas conquistas históricas trazem a marca da luta de várias gerações. Nas universidades públicas temos mais condições de dar visibilidade a esse tipo de atividade, considerando que o campus é um local privilegiado de troca de experiências e informações. Outro aspecto a considerar é a produção própria dos movimentos estudantis no dia a dia, tanto de documentos e outros registros, como o próprio protesto público que vez ou outra promovem e necessitam do devido registro e divulgação, considerando que a preocupação para
  • 7. que as novas gerações possam ter acesso ao que é produzido hoje também exige um tipo de intervenção que os nossos projetos constroem nesse sentido. Com o aparecimento de tantos outros nomes fundamentais para a compreensão da história da juventude brasileira durante a divulgação dos principais resultados do nosso trabalho, o esforço continua com a realização de novas entrevistas e o registro em vídeo de todo o trabalho que a UFPE realiza de interesse dos jovens, pois ainda identificamos enormes lacunas de registros no meio universitário que vivenciamos. 4 Considerações Finais Um trabalho sobre memória não é realizado sem traçarmos compromissos, sem um instrumento de construção coletiva e muito menos sem forjar idéias-chaves para ações em conjunto, pois é um trabalho que não é possível recuperar o todo dos registros da História, mas fragmentos destes. A experiência que desenvolvemos é considerada uma das mais bem sucedidas referente ao tema, pois o impacto da produção do projeto é significativo, principalmente no apoio ao desenvolvimento de novos trabalhos de pesquisa e extensão, na divulgação dos acervos existentes e no debate público da importância da memória do movimento estudantil. O mais relevante a ser destacado é a capacidade da equipe em construir e executar projetos de extensão e pesquisa em sintonia entre si, bem como a atualização dos canais de divulgação com a utilização das mídias sociais e a disponibilização de acervos digitais na internet, facilitando o acesso rápido e a baixo custo a inúmeros usuários e parceiros das nossas atividades. O PROJUPE já divulgou mais de 3.000 documentos na internet , contando um acervo de mais de 400 depoimentos, 1.000 horas de vídeo e cerca de 50 livros digitalizados exclusivamente para a internet. Como um observatário permanente dos movimentos juvenis, também buscamos viabilizar a presença nos principais momentos de ativismo juvenil na cidade, no sentido de captar em imagens os seus principais aspectos e garantir a divulgação dos mesmos nos canais que criamos exclusivamente para possibilitar a devida visibilidade e reconhecimento do universo dos movimentos juvenis.
  • 8. 5 Referências Bibliográficas ABRAMO, Helena Wendel. Cenas Juvenis. São Paulo: Scritta, 1994. ARAUJO, Maria Paula Nascimento. A utopia fragmentada: as novas esquerdas no Brasil e no mundo na década de 1970. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000. COSTA, C. M. L. “O direito à informação nos arquivos brasileiros”. In: Carlos Fico; Marieta de Moraes Ferreira; Maria Paula Araujo; Samantha Viz Quadrat. (Org.). Ditadura e Democracia na América Latina. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008, v. , p. 17-26. FICO, Carlos; MORAES FERREIRA, Marieta de; ARAÚJO, Maria Paula; QUADRAT, SamanthaViz (orgs.) Ditadura e Democracia na América Latina: balanço histórico e perspectivas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008. GROPPO, Luis Antônio. Juventude. Ensaios sobre Sociologia e História das Juventudes Modernas. Rio de Janeiro: Difel, 2000. MACHADO, Otávio Luiz. “O estudo do movimento estudantil brasileiro: um debate sobre esquecimentos, celebrações, reflexões, comemorações e contra-comemorações”. Cadernos da Revista de História Económica e Social, v. 3, p. 1-9, 2007. ____. Formação profissional, ensino superior e a construção da profissão do engenheiro pelos movimentos estudantis de engenharia. Recife: Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGS-UFPE), 2008. (Dissertação de Mestrado). ____. “Juventudes, Democracia e Direitos Humanos: a produção de cidadania pela UFPE”. In: Anais do IX Reunião de Antropologia do Mercosul, Curitiba-PR, 2011. ____. SILVA, N. L. ; SÁ MENEZES, Girleide de. ; LINS, A. S. . “A presença das juventudes pernambucanas: novas configurações e transmutações”. Estudos Universitários (UFPE), v. 1, p. 115-124, dez. 2010. MADEIRA, Felícia Reicher. “Os jovens e as mudanças estruturais na década de 70: questionando pressupostos e sugerindo pistas”. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 58, p. 15- 48, ago. 1986. MARTINS, Roberto de Andrade. “O sistema de arquivos da universidade e a memória científica”. In: Anais do I Seminário Nacional de Arquivos Universitários. Campinas: UNICAMP, 1992, pp. 27-48. MESQUITA, Marcos Ribeiro. Identidade, cultura e política: os movimentos estudantis na contemporaneidade. Maceió: Editora UFAL, 2009.
  • 9. NUNES, Antonietta. “A institucionalização da gestão documental da FACED/UFBA: relatório de um trabalho em andamento”. In: Anais do V CINFORM - Encontro Nacional de Ciência da Informação, Salvador, 2004, s.p. PEREIRA DE QUEIROZ, Maria Isaura. Variações sobre a técnica de gravador no registro da informação viva. São Paulo: T.A. Queiroz, 1991. RIDENTI, Marcelo. Brasilidade Revolucionária. São Paulo: Editora Unesp, 2010. SILVA, Fernando Teixeira da. “Nem crematório de fontes nem museu de curiosidades: por que preservar os documentos da justiça do Trabalho”. In: www1.trt6.jus.br/emat6/wp- content/.../verse3o-definitiva-10-de-junho.doc SOUSA, Janice Tirelli Ponte de. Reinvenções da Utopia: a militância política nos anos 90. São Paulo: Hacker, 1999. Blogs de divulgação do projeto http://sejarealistapecaoimpossivel.blogspot.com http://movimentosjuvenisbrasileiros.blogspot.com http://movimentosjuvenisbrasileirosparte2.blogspot.com http://movimentosjuvenisbrasileirosparte3.blogspot.com http://movimentosjuvenisbrasileirosparte4.blogspot.com http://movimentosjuvenisbrasileirosparte5.blogspot.com http://movimentosjuvenisbrasileirosparte6.blogspot.com http://movimentosjuvenisbrasileirosparte7.blogspot.com Dvd-rom MACHADO, Otávio Luiz (org). 70 anos da UNE. Recife: PROENGE, 2007 ____. (org). Repúblicas de Ouro Preto e Mariana. Recife: PROENGE, 2007.