O documento discute temas relacionados à sexualidade, gênero e diversidade para fins educacionais. Aborda conceitos como mitos, sexualidade, orientação sexual, identidade de gênero, papel de gênero e a importância de desconstruir preconceitos. Defende que a escola deve ensinar respeito às diversidades e combater discriminações.
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Diversidade sexual na escola
1. DIRETORIA DE ENSINO DA
REGIÃO DE SERTÃOZINHO
• Projeto: “Prevenção Também
se Ensina”
FDE – Fundação para o Desenvolvimento
da Educação da SEE/SP
2. Adolescência
• É preciso fortalecer a presença dos jovens,
não apenas nas nossas ações, mas como
“voz”, é importante ouvi-los, ver o que eles
têm para dizer – colocá-los dentro dos
grupos gestores para apresentarem seus
pontos de vista.
• Fala de aluno: “vocês adultos fazem
coisas interessantes, mas, façam com a
gente”
3. O que entendemos por:
• Mitos
• Sexualidade
• Diversidade sexual
• Orientação sexual
• Identidade de gênero
• Papel de gênero
É preciso dominar estas termologias
4. Mitos
• Relatos simbólicos – passados de
geração para geração dentro de um
grupo – que narram e explicam a
origem de determinado fenômeno - e
não são necessariamente verdadeiros
• São as dúvidas e a busca de
esclarecimento que permitem
desconstruir os mitos
5. A sexualidade
De acordo com a OMS (1975)
• A sexualidade é parte integrante da
personalidade de cada um de nós – a
vivência da sexualidade é própria do ser
humano – constitui uma dimensão de
liberdade humana e está relacionada
com a busca do prazer físico e
emocional.
6. A sexualidade
• Aspecto central de nossa personalidade – é
por meio dela que nos relacionamos com
os outros – amamos, obtemos prazer e nos
reproduzimos
• É um processo que se inicia em nosso
nascimento e vai até nossa morte
• Envolve – além do nosso corpo: nossa
história/nossos costumes/nossa cultura
7. A sexualidade
• É norteada por normas de gênero – as
quais impõem modelos de
comportamentos e de atitudes para cada
sexo.
• A aprendizagem dessas normas passa por
uma ordem que diferencia o masculino e o
feminino – reforçando desigualdades e
hierarquias entre os gêneros
8. A sexualidade e sexo são
diferentes?
O sexo refere-se:
• às características físicas ou anatômicas
que distinguem o macho e a fêmea –
remete a questões biológicas de cada
pessoa.
9. O ser humano e a sexualidade
• No ser humano a sexualidade é seu ponto
mais conflituoso, controverso e
desconhecido.
• Nossa cultura: lida mal, agrava, cria
modelos, muitos dos quais pretende
encaixar e classificar as
pessoas, baseando-se por vezes, apenas
no preconceito e na falta de
informação, não nos permitindo ser
exatamente aquilo que somos ou que
poderíamos ser.
10. O SER HUMANO/DIMENSÕES BÁSICAS
• A biológica
• A psicológica
• Social
As três são inter-relacionadas e
inseparáveis
11. QUANTO ÀS DIMENSÕES
• Biológica: Temos um corpo físico que
sente, vê e é visto;
• Psicológica: Remete a nossa mente, ao
psiquismo, às emoções mais
primárias, aos afetos, às fantasias, aos
sonhos;
• Social: É o mundo que nos
rodeia, povoado de outros seres inseridos
na natureza ou naquilo que o homem
transformou, como as cidades.
12. POTENCIALIDADES
Ao nascermos trazemos dentro de
nós três potencialidades a serem
Desenvolvidas.
1. A espontaneidade
2. A criatividade
3. “O fator tele”
13. A ESPONTANEIDADE
• Capacidade de responder adequadamente
a uma situação nova ou dar uma resposta
diferente a uma situação antiga.
• Ser espontâneo é estar presente de
“corpo e alma” nas relações existentes
à nossa volta
A CRIATIVIDADE
• É a capacidade que temos de ser criativos,
ou seja, criar algo novo.
14. “FATOR TELE”
Segundo: Jacob Levi Moreno (1889-1974)
• É a capacidade de perceber de forma
objetiva o que ocorre nas situações e o
que se passa entre as pessoas
• Toda ação pressupõe relação, factual ou
simbólica – Toda a relação pressupõe
formas de comunicação, logo, ele influi
decisivamente sobre a comunicação, pois
só nos comunicamos a partir do que
podemos perceber.
15. “FATOR TELE”
Para Moreno:
• Tele é também uma “percepção interna
mútua entre dois indivíduos”
• “O fenômeno Tele é a empatia ocorrendo
em duas direções”.
16. Diversidade Sexual
• É a expressão usada para designar as várias
formas de expressão da sexualidade
humana
17. Expressão da sexualidade
• A heterossexualidade
• A relação sexual ou afetiva sexual com
pessoas do sexo oposto – é apenas uma
entre outras formas de sexualidade –
legitimou-se amplamente na sociedade –
em vista da associação entre sexo e
procriação.
18. Expressão da sexualidade
• A homossexualidade e a bissexualidade
• São outras possibilidades
• Não existe – só uma possibilidade de
expressão da sexualidade ao longo da vida
• É preciso entender a sexualidade em toda
a sua dimensão humana
• Perceber que o modelo reprodutivo – que
implica a participação de atores de sexos
opostos - é apenas um modelo – não
necessariamente o único
19. Questionar a heterossexualidade
• Como modelo único
• Ir além da polarização homem-mulher e
dos padrões de gênero que lhes são
tradicionalmente atribuídos
• Aprofundar os conhecimentos das
múltiplas facetas da sexualidade.
20. Orientação sexual/adolescência
• Sensação interna – capacidade de
relacionamento amoroso ou sexual com
alguém – determina nossa atração sexual
por alguém
• Segundo pesquisas científicas – a
orientação sexual é construída,
psicologicamente na 1ª infância (até os 4
ou 5 anos)
• No entanto – somente na adolescência é
possível ter percepção desses sentimentos
– que se confirmam na idade adulta.
21. Papel de gênero
• Nosso comportamento diante das demais
pessoas e da sociedade como um todo -
“Um modo de ser” – masculino ou feminino
É preciso haver uma perfeita sintonia
entre o que sentimos e nossa maneira
de agir – do contrário – surgirá um
conflito entre a nossa identidade de
gênero e o papel que desempenhamos
22. O comportamento masculino e
o feminino
• São constituídos a partir das prescições e
normas estabelecidas pelos indivíduos –
pela sociedade – pelo estado – pela
cultura
• Podem ser diferentes de uma região para
outra – de um estado para o outro – de um
país para o outro
• Esse comportamento – forma de agir – é
moldado pelas “normas de gênero”
23. As Normas de Gênero
• Influenciam fortemente o comportamento
sexual – estabelecem um modelo
dominante de masculinidade e de
feminilidade
• O modelo heterossexual de família –
baseado numa divisão sexual do trabalho
doméstico – ainda é predominante
• As normas de gênero expressam os
costumes de um dado momento histórico e
por isso podem sofrer mudanças
24. Identidade de gênero
• Refere-se à experiência interna e individual
do gênero de cada pessoa – pode ou não
corresponder ao sexo atribuído no
nascimento
• Trata-se da forma que nos vemos e
queremos ser vistos – reconhecidos e
respeitados – como homens ou como
mulheres
25. Identidade de gênero
• Se estabelece a partir de um processo
dinâmico e complexo – envolve aspectos
genéticos – culturais e sociais – no qual as
pessoas possam se identificar com o
masculino ou o feminino – não importando
o sexo biológico
• Um exemplo: os transexuais sentem-se
como mulher (identidade de gênero) –
mas seu comportamento pode ser
masculino (papel de gênero)
26. Travesti
• Homem – sente-se ao mesmo tempo
homem e mulher – sabe que é homem –
geralmente não pensa em eliminar o
órgão sexual - relaciona-se com homens
heterossexuais
• Mulher – comporta-se como homem (não
rejeita seu corpo de mulher – nem pensam
em mudar de sexo) – seu objeto de desejo
e amor geralmente é uma mulher –
sabem que são mulheres mas sentem-se
“quase homens”
27. Transexuais
• T. Masculinos – (ponto de vista psicológico)
– eles são mulheres – têm vergonha de seus
órgãos sexuais - buscam a troca
• T. femininas – sentem-se como meninos –
mesmo sabendo que são meninas – é
possível viverem a vida toda em conflito –
como solteironas/religiosas.
28. A abordagem diversidade sexual
com os alunos
• Deve acontecer naturalmente – para
esclarecer dúvidas
• Ajudar a desconstruir mitos
• Permite interferir em situações de
preconceito – evitando o fortalecimento da
homofobia
• Contribui para que os jovens conheçam
melhor seus próprios desejos – condição
fundamental para que entendam e
respeitem o desejo dos outros
29. A escola – espaço privilegiado
• Para se ensinar a praticar o respeito às
diversidades
• Falar das questões da diversidade - é algo
que beneficia a escola como m todo – não
apenas os/as alunos/as LGBT
• Diz-se: “pra que estudar isso aqui, se não
temos LGBT na nossa escola?” – Também
não temos esquimós – mas estudamos os
diferentes povos do planeta com suas
culturas e histórias – aprendemos a
respeitá-los
30. A diversidade – como
instrumento pedagógico
• Negar a existência de LGBTs na escola –
é também uma forma de negar o respeito
àqueles/as que têm orientação sexual
diferente da heterossexual.
31. A diversidade deve ser vista na
escola
• Como um grande instrumento pedagógico
– capaz de alçar os/as alunos/as a outro
nível de compreensão da cidadania –
introduzindo uma gama de situações e de
sujeitos que ficam muitas vezes à margem
do processo educativo por conta dos seus
marcadores identitários ( pessoas com
idades que não correspondem à
série/indígenas/povos do campo e da
floresta/deficientes/LGBTs/etc.)
32. Dados – ENEM (2004-2008)
• 13% dos meninos disseram que ficariam
incomodados “se tivessem como parente ou
colega de escola ou trabalho uma pessoa
homossexual – entre as meninas 4%
• O ano com maior nº de respostas positivas
foi 2005 – 16,9% dos meninos e 5,1% das
meninas
33. Dados – ENEM (2004-2008)
O estudo analisou mais duas perguntas:
1. Você já sofreu discriminação por ser (ou
parecer) homossexual?
2. Você já presenciou discriminação contra
homossexuais?
Os meninos também são a maioria entre os
que afirmaram ter sofrido discriminação.
Já entre os alunos que afirmam ter
presenciado episódios de discriminação
homofóbica – as meninas são a maioria
67,8%
34. O convívio
• Os heterossexuais não se tornam
homossexuais – travestis ou transexuais
somente pela convivência
• Mas é na convivência e na troca de
experiência que aprendemos o respeito à
diferença e a reconhecer a diversidade
humana
• É nesse convívio que também se
estabelecem parâmetros de respeito e de
proteção à dignidade humana
35. Não faz sentido
• Trabalhar a sexualidade apenas abordando
a heterossexualidade
• A maioria dos/as alunos/as homossexuais
não é percebida como tal
• Muitas vezes essa invisibilidade é reforçada
pelo modo como o/a educador/a se
relaciona com a sala – como enxerga o
conjunto de seus alunos
36. A diversidade sexual – abordagem
transversal (dia a dia escolar)
• Os jovens lésbicas-gays-bissexuais-
transexuais e travestis reconhecem o
preconceito da sociedade em relação a
eles/elas e têm medo de perder o respeito
dos/as educadores/as e colegas – caso
manifestem explicitamente sua orientação
sexual
37. A abordagem dessas questões
• Muitas vezes vale mais do que cumprir
esse ou aquele conteúdo – pois garantirá
uma maior harmonia na sala de aula e
consequentemente um espaço mais
propício para a aprendizagem – ampliar a
visão de currículo.
38. Enfrentamento da discriminação
É preciso
Avaliar e rever pré-conceitos em relação:
• Às orientações sexuais
• Identidade de gênero
• Papel de gênero
• E à própria sexualidade dos/das jovens
• Trabalho pedagógico – (dentro e fora da
sala de aula) – enfrentamento da
discriminação
39. 1-Sexismo /2-Racismo
1- Tratamento indigno e desigual que se dá a
um determinado gênero – acreditando-se
que um sexo vale mais que outro
2- É a convicção de que existe uma relação
entre as características físicas hereditárias,
como:cor da pele, determinados traços de
caráter e inteligência ou manifestações
culturais que fazem com algumas raças
sejam superiores às demais.
40. Homofobia
• Intolerância e rejeição por quem demonstra
ou sente atração afetiva e sexual por
pessoas do mesmo sexo, ou revela
condutas diferenciadas em relação aos
padrões tradicionais de gênero
(Transfobia: aversão ou discriminação
contra pessoas – transexuais e travestis)
(Lesfobia: Ódio, aversão ou discriminação
às lésbicas)
• São incontáveis – os casos de agressões e
assassinatos por conta dessa intolerância.
41. Violência – LGBTT (lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transexuais)
• Relatório anual – Centro de Justiça Global
sobre Direitos Humanos no Brasil (2003)
• Apontou a violência contra os LGBTT – Um
dado preocupante – indicativo da violação
de direitos humanos
42. FUNDAMENTAÇÃO
• Os onze sexos -Dr. Ronaldo Pamplona –PTE
• A adolescência – Contardo calligaris –PTE
• Diversidade Sexual – uma metodologia de
trabalho com adolescentes e jovens – Sylvia
Cavasin e outros – PTE
• Guia com sugestões de atividades
preventivas para a HTPC e sala de aula -
PTE