2. A Brizída Vaz representa as alcoviteiras existentes na época. As alcoviteiras estavam inseridas no grupo social povo. “ Seiscentos virgos postiços e três arcas de feitiços que nom podem mais levar. Três almários de mentir e cinco cofres de enleos, e alguns furtos alheos, assi em jóias de vestir, guarda-roupa d'encobrir, enfim – casa movediça, um estrado de cortiça com dous coxins d' encobrir.”
3. Não podemos esquecer, que algumas destas raparigas, iam para esta vida porque precisavam de alimentar a família , de sobreviver. Mas muitas delas iam, apenas, para terem prazer. Brízida Vaz era falsa, descarada, astuciosa , hipócrita, ladra, mentirosa e meretriz . Era ela que transformava uma parte das raparigas (que pertenciam às classes sociais baixas) em “moças”, que “serviam” os grupos sociais de estatuto baixo. A outra parte transformava-as em “meninas”, que “serviam” os grupos sociais de estatuto alto.
4. O tipo de linguagem utilizado pela Alcoviteira é popular (calão) e familiar. Esta também tem um tipo de linguagem sedutor, da qual se servia para convencer e satisfazer os clientes. Quando chegou ao caís, dirigiu-se à barca do Inferno, mas não quis entrar. Por isso foi até à barca do Anjo, na qual foi rejeitada. Foi então obrigada a embarcar na barca do Diabo.
5. A Alcoviteira foi acusada de ter vivido uma má vida (prostituição), de ser falsa, de roubar, de feitiçaria e de ter má consciência religiosa. Para se defender argumentou que tinha tido uma vida mártir, que se dedicou aos outros e que arranjou muitas “meninas” para elementos do clero.