Este documento discute as funções sociais da escola na socialização e educação dos estudantes. A escola reproduz a cultura dominante da sociedade, mas também deve promover a autonomia dos estudantes e ajudá-los a refletir criticamente sobre as contradições sociais. A socialização na escola é um processo complexo com tensões entre conservação e mudança.
1. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS
DISCIPLINA INICIAÇÃO ANTECIPADA À DOCÊNCIA
PROF. Dr. SUED OLIVEIRA
Escola e Sociedade
Alunas: Ananda Pety
Laiza Rodrigues
Luana Calandrini
2. Escola e Sociedade
“AS FUNÇÕES SOCIAIS DA ESCOLA: DA
REPRODUÇÃO À RECONSTRUÇÃO
CRÍTICA
DO CONHECIMENTO E DA
EXPERIÊNCIA”
A. I. Pérez Gómez
3. EDUCAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO
RELAÇÃO:
Educação → socialização → hominização do homem
O homem elabora instrumentos, artefatos, costumes, normas,
para a sobrevivência do grupo e da espécie, porém tais
aquisições não se fixam biologicamente nem se transmitem
através da herança genética.
SOLUÇÃO: Utilizar mecanismos e
sistemas externos de transmissão
4. A este processo de aquisição por parte das novas gerações das
conquistas sociais denomina-se processo de socialização ou,
genericamente, processo de educação.
Em grupos reduzidos ou primitivos
a educação dos novos membros é
dada com a socialização direta da
geração jovem.
Mas, a aceleração do desenvolvimento histórico, a
complexização das estruturas e a diversificação de
funções e tarefas na sociedade, cada vez mais povoada e
complexa, tornam ineficaz tal socialização.
5. Para suprir tais deficiências surgem diferentes formas de
especialização no processo de educação ou socialização,
que conduziram aos sistemas de escolarização.
Nestas sociedade a preparação
das novas gerações requer a
intervenção de instâncias
específicas como a escola que
canaliza a educação.
No entanto, a escola não é a única
instância que cumpre essa função,
a família, os grupos sociais e a
mídia também. Porém escola é
mais especializada.
6. O processo de socialização não é
simples, nem linear ou mecânico, e é
de tendência conservadora que
inevitavelmente, choca-se com a
tendência que busca modificar
caracteres desfavoráveis para alguns
grupos
CONSERVAÇÃO MUDANÇA
O delicado equilíbrio da
convivência na sociedade
7. CARÁTER PLURAL E COMPLEXO DO
PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO NA ESCOLA
Parece claro para todos os autores e sociedade que o
primeiro objetivo é a incorporação no mundo do trabalho.
o O que significa?
o Como se realiza? → Não é fácil definir
o Consequências?
Porque na sociedade pós industrial, emergem diferentes
postos de trabalho autônomos e assalariados, então a
preparação para o mundo de trabalho requer
desenvolvimento das novas gerações que devem ajustar-
se a possibilidades e exigências.
8. A segunda função é a formação do cidadão/ã para sua
intervenção pública. A escola deve prepará-los para a vida
adulta e pública de modo que mantenham a dinâmica, o
equilíbrio e normas de conveniência.
Democracia
Esfera política → Igualdade
Liberdade
X
Lei da oferta e procura
Esfera econômica → Hierarquia
Diferença individual
A primazia não é dos direitos da pessoa, mas os da propriedade.
9. Assim, a escola encontra-se em contradição, provoca
desenvolvimento de conhecimentos, idéias, atitudes, que são
características bem diferentes da que requer uma incorporação
submissa e disciplinada no mundo do trabalho assalariado.
Dentre uma ideologia contraditória, existe uma flexível que
aceita inevitáveis respostas de indivíduos e grupos que se
justifica pela aceitação do status quo.
10. A escola ora transmite implícita ora
explicitamente o individualismo, a
competitividade a igualdade formal e a
desigualdade “natural” de resultados em
função de capacidades e esforços
individuais.
Dessa forma aceitam-se as
características de uma sociedade
desigual e discriminatória como
resultado natural das diferenças .
Assim, aceita-se como inevitável essa arbitrariedade
cultural e a escola se converte em válvula de escalpe das
contradições reproduzindo a arbitrariedade cultural
implícita na ideologia dominante
11. OS MECANISMOS DE SOCIALIZAÇÃO NA
ESCOLA
• A escola socializa as gerações jovens na forma de
inculcação e doutrinamento ideológico dominante.
• Os alunos/as assimilam teorias e condutas, não só
pela transmissão de conhecimentos explícitos no
currículo oficial, mas principalmente pela interação
social que ocorre na escola.
12. • O conteúdo oficial do currículo, não cala nem
estimula os interesses e preocupações vitais da
criança e do adolescente.
13. • A aprendizagem dos mecanismos de interação social
induz uma forma de ser, pensar e agir, nas relações
sociais no mundo do trabalho ou na vida pública.
14. Aspectos relevantes para entender os
mecanismos de socialização que a
escola utiliza
• 1. A seleção e a organização dos conteúdos do
currículo.
• 2. O modo e o sentido da organização das tarefas
acadêmicas, e participação dos alunos/as na
configuração do trabalho.
• 3. A ordenação do espaço e do tempo na aula e na
escola. A flexibilidade ou rigidez do cenário, do
programa e a seqüência de atividades.
15. • 4. As formas e estratégias de valorização da atividade
dos alunos/as.
• 5. Os mecanismos de distribuição de recompensas
como recursos de motivação extrínseca e a forma e
grau de provocar a competitividade ou a colaboração.
16. • 6. Os modos de organizar a participação dos
alunos/as formulação das e normas de convivência e
interação.
• 7. O clima de relações sociais presidido pela
ideologia do individualismo e da competitividade ou
da colaboração e solidariedade.
17. • Deve ser analisado o grau de participação e domínio
dos alunos/as sobre o processo de trabalho e os
modos de convivência, para que se possa
compreender o grau de alienação ou autonomia dos
estudantes.
• De qualquer forma, na aula sempre acontece um
processo explícito ou disfarçado de negociação,
relaxada ou tensa.
18. CONTRADIÇÕES NO PROCESSO
DE SOCIALIZAÇÃO NA ESCOLA
• O processo de socialização não é linear, mas sim
complexo e sutil marcado por profundas contradições
e inevitáveis resistências individuais e grupais.
• O professor/a acredita governar a vida da aula quando
apenas domina a superfície, ignorando a riqueza dos
intercâmbios latentes.
19. • A escola homogênea, dificilmente pode provocar o
desenvolvimento de ideias, diferenciadas para
satisfazer as exigências do mundo do trabalho
assalariado e burocrático.
20. • A escola que não considera diferente grau de domínio na
inguagem, diferenças nas características culturais, nas
expectativas sociais e nas atitudes e apoios familiares entre os
grupos, criam barreiras e obstáculos para aqueles grupos
distanciados socialmente.
21. A função educativa da escola:
Socialização e humanização
•A escola ultrapassa a sua função educativa, sendo esta a de função
reprodutora, pois apoia-se em um conhecimento público para
posteriormente desenvolver um conhecimento privado em seus
alunos/as.
22. Turner (1960):
• Mobilidade patrocinada: a sociedade escolhe
desde o princípio os que gozarão das melhores
oportunidades escolares e sociais.
• Mobilidade competitiva: a seleção acontece a
partir dos próprios alunos, por meio de
uma prolongada concorrência entre eles.
23. • A escola como uma instituição social, utiliza de sua
intervenção compensatória, amenizando as
desigualdades e preparando cada aluno/a à lutar e
defender-se para as melhores condições no cenário
social.
24. • Os meios de comunicação transmitem informações,
valores e concepções ideológicas, tendo uma maior
aproximação da reprodução da cultura dominante,
não havendo uma reflexão racional e critica de
pareceres e propostas.
25. • A escola tem como ferramenta o conhecimento
público, fazendo com que cada aluno utilize-o para
fazer sua própria reflexão e criar seus conceitos,
ajudando assim em suas relações sociais.
26. Gómez
•“
• Apenas vivendo de forma democrática na
escola pode se aprender a viver e sentir
democraticamente na sociedade, a construir e
respeitar o delicado equilíbrio entre a esfera dos
interesses individuais e as exigências da coletividade.