a) O documento discute as estruturas cerebrais envolvidas nos processos emocionais, incluindo a área pré-frontal, hipotálamo, sistema límbico e suas conexões.
b) O sistema límbico é composto por regiões corticais como o giro do cíngulo e subcorticais como o hipocampo, amígdala, área septal e núcleos mamilares e talâmicos.
c) Teorias como as de James-Lange, Cannon-Bard e Papez tentaram explicar as inter
3.
Durante muito tempo acreditou-se que os
fenômenos emocionais estaria ligado a todo
o cérebro.
Hess mostrou que esse fenômenos estão
ligados a áreas especificas. Ele implantou
eletrodos em partes do cérebro de um gato e
percebeu que essas áreas eram certamente
estimuladas com certas emoções.
4.
sabe-se hoje que as áreas relacionadas com
os processos emocionais ocupam grande
parte
do
encéfalo,
destacando-se:
o
Hipotálamo, área pré-central e o sistema
Límbico.
5.
O Interessante é que a maioria dessas áreas
está relacionada também com a motivação,
em especial com os processos motivacionais
primários, ou seja, aqueles estados de
necessidade ou de desejo essenciais a
sobrevivência da espécie ou do individuo
como: Fome, sede e sexo.
6.
Por outro lado, as áreas encefálicas ligadas ao
comportamento
emocional
também
controlam os sistema nervoso autônomo, o
que eu é fácil de entender, tendo em vista a
importância das emoções.
7.
A ativação destas estruturas por impulsos nervosos de
origem telencefálica ou diencefálica ocorre nos
estados
emocionais,
resultando
nas
diversas
manifestações que acompanham a emoção, tais como
o choro, as alterações fisionômicas, a sudorese, a
salivação, o aumento do ritmo cardíaco, etc. Além
disto, as diversas vias descendentes que atravessam
ou se originam no tronco encefálico vão ativar os
neurônios
medulares,
permitindo
aquelas
manifestações periféricas dos fenômenos emocionais
que se fazem por nervos espinhais ou pelos sistemas
simpático e parassimpático sacral. Deste modo, o
papel do tronco encefálico é principalmente
efetuador, agindo basicamente na expressão das
emoções.
8.
Contudo, existem dados que sugerem que a
substância cinzenta central do mesencéfalo e
a formação reticular podem ter, também, um
papel regulador de certas formas de
comportamento agressivo.
9.
A participação do hipotálamo na regulação do
comportamento emocional, evidenciada pela
primeira vez por Hess, foi amplamente
confirmada em vários animais e no homem.
Estimulações elétricas ou lesões do hipotálamo
em animais não anestesiados determinam
respostas emocionais complexas, como raiva e
medo. Verificou-se, por exemplo, que a lesão do
núcleo ventromedial do gato torna o animal
extremamente agressivo e perigoso. Em uma
experiência clássica verificou-se que, quando se
retiram os hemisférios cerebrais de um gato,
deixando-se apenas a parte posterior do
hipotálamo, o animal desenvolve um quadro de
raiva que desaparece quase completamente
quando se destrói todo o hipotálamo
10.
O hipotálamo tem um papel preponderante
como
coordenador
das
manifestações
periféricas das emoções. Sabe-se, entretanto,
que a estimulação de certas áreas do
hipotálamo do homem desperta uma
sensação de prazer, o que sugere sua
participação também no componente central,
subjetivo, da emoção.
11.
A
maioria
das
modificações
do
comportamento observadas em experiências
com o hipotálamo de animais já foi também
observada no homem, em experiências
realizadas durante o ato operatório ou como
conseqüência de traumatismos, tumores,
lesões vasculares ou infecções desta região.
Não resta, pois, dúvidas de que o hipotálamo
exerce um importante papel na coordenação
e integração dos processos emocionais.
12.
Lesões
ou
estimulações
do
núcleo
dorsomedial e dos núcleos anteriores do
tálamo já foram correlacionadas com
alterações da reatividade emocional no
homem e em animais. Ao que parece,
entretanto, a importância destes núcleos na
regulação do comportamento emocional
decorre de suas conexões. O núcleo
dorsomedial liga-se ao córtex da área préfrontal ao hipotálamo e ao sistema límbico.
13.
Os núcleos anteriores ligam-se ao corpo
mamilar e ao córtex do giro do cíngulo,
fazendo parte de circuitos do sistema
límbico. A significação funcional da área préfrontal e do sistema límbico será estudada a
seguir
14.
A área pré-frontal corresponde à parte não
motora do lobo frontal, caracterizando-se
como córtex de associação supramodal. Essa
área desenvolveu-se muito durante a
evolução dos mamíferos e no homem ocupa
cerca de 1/4 da superfície do córtex cerebral.
Suas conexões são muito complexas. Através
dos fascículos de associação do córtex ela
recebe fibras de todas as demais áreas de
associação do córtex, ligando-se ainda ao
sistema límbico
15.
Destes, um dos mais famosos ocorreu em 1868,
quando P.T. Gage, funcionário de uma ferrovia
americana, teve seu córtex pré-frontal destruído
por uma barra de ferro, durante uma explosão.
Ele conseguiu sobreviver ao acidente, mas sua
personalidade,
antes
caracterizada
pela
responsabilidade
e
seriedade,
mudou
dramaticamente. Embora com suas funções
cognitivas basicamente normais, ele perdeu
totalmente o senso de suas responsabilidades
sociais
16.
Egas Moniz e Almeida Lima, dois cirurgiões
portugueses, fizeram pela primeira vez, em
1936, a lobotomia (ou leucotomia) pré-frontal,
para tratamento de doentes psiquiátricos com
quadros de depressão e ansiedade. A operação
consiste em uma secção bilateral da parte
anterior dos lobos frontais, passando adiante dos
cornos anteriores dos ventrículos laterais. Sabese
hoje
que
os
resultados
devem-se
principalmente à secção das conexões da área
pré-frontal com o núcleo dorsomedial do tálamo
17.
a) escolha das opções e estratégias
comportamentais mais adequadas à situação
física e social do indivíduo, assim como a
capacidade de alterá-las quando tais
situações se modificam
18.
b) manutenção da atenção. Vimos que lesões na
área pré-frontal causam distração, ou seja, os
pacientes têm dificuldade de se concentrar e
fixar voluntariamente a atenção. Cabe lembrar
que outras áreas cerebrais - a formação reticular
inclusive - também estão envolvidas no
fenômeno da atenção. Entretanto, os aspectos
mais complexos dessa função, como, por
exemplo, a capacidade de seguir seqüências
ordenadas
de
pensamentos,
dependem
fundamentalmente da área pré-frontal
19.
c) controle do comportamento emocional,
função
exercida
juntamente
com
o
hipotálamo e o sistema límbico.
20.
Os mecanismos que controlam os níveis de
atividade nas diferentes partes do encéfalo e
as bases dos impulsos motivacionais,
principalmente o controle motivacional do
processo de aprendizado e as sensações de
prazer ou punição, são funções do sistema
nervoso que são realizadas em grande parte
pelas regiões basais do cérebro, que em
conjunto são derivadas de Sistema Límbico.
21.
22.
23.
Os componentes do sistema límbico estão
agrupados em duas áreas: cortical e
subcortical
24.
Giro do Cíngulo: localizado acima do corpo
caloso, possui, na face medial do encéfalo, as
seguintes relações:
superiormente: sulco do giro do cíngulo, giro
frontal superior, lóbulo paracentral, giro précuneos;
posteriormente: istmo do giro do cíngulo.
25.
O giro do cíngulo recebe aferentes originados
de muitas fontes. Uma aferência importante
provém do núcleo talâmico anterior, que é
comumente subdividido em núcleos ânteromedial, ântero-dorsal e ântero-ventral (o
mais desenvolvido no homem).
26.
Hipocampo: eminência alongada e curva que
no homem situa-se no assoalho do corno
inferior dos ventrículos laterais acima do giro
para-hipocampal. O hipocampo também
inclui o giro denteado e o subiculum.
O hipocampo é constituído de um córtex
muito antigo, arquicórtex, do tipo alocórtex.
Projeta-se para o corpo mamilar e área septal
através de um feixe compacto de fibras, o
fórnix, que está situado abaixo do corpo
caloso.
28.
Corpo Amigdalóide: é também chamado de
núcleo amigdalóide, é um dos núcleos da base.
Está situado no lobo temporal, entre o uncus e o
giro para-hipocampal, e tem relação com o
núcleo caudado.
É constituído de numerosos subnúcleos. A
maioria de suas fibras eferentes agrupa-se em
um feixe compacto, a estria terminal, que
acompanha a curvatura do núcleo caudado e
termina do hipotálamo. Algumas fibras da estria
passam através da comissura anterior para o
corpo amigdalóide do lado oposto.
29.
As funções do corpo amigdalóide ou
amígdala são muito variadas, refletindo
também sua complexidade estrutural. Lesões
ou estimulações desta área em animas
resultam em alterações do comportamento
alimentar (afagias e hiperfagias) ou da
atividade das vísceras, bastante semelhantes
às que se obtêm com procedimentos
idênticos feitos no hipotálamo.
30.
Área Septal: desenvolve-se do telencéfalo e
consiste de lâmina de substância cinzenta,
atravessada por muitas fibras, dispostas no
plano vertical da parede medial do corpo
anterior do ventrículo lateral, principalmente
na frente da comissura anterior.
De acordo com sua relação com a comissura
anterior, a área septal pode ser dividida em
partes pré e supracomissurais
31.
Lesões bilaterais da área septal em animais
causam a chamada "raiva septal", caracterizada
por uma hiperatividade emocional, ferocidade e
raiva diante de condições que normalmente não
modificam o comportamento do animal. Há
também um grande aumento da sede.
Estimulações da área septal causam alterações da
pressão arterial e do ritmo respiratório,
mostrando o seu papel na regulação de
atividades viscerais. As experiências de autoestimulação mostram que a área septal é um dos
centros do prazer no cérebro.
32.
Núcleos Mamilares: situados nos corpos
mamilares; recebem fibras do hipocampo
através do fórnix, e projetam parte para a
formação reticular e para os núcleos
anteriores do tálamo através do fascículo
mamilo-tegmentar
e
mamilo-talâmico
respectivamente.
33.
Núcleos Habenulares: situam-se nos trígonos
das habênulas (epitálamo). Recebem fibras
pela estria medular e projetam para o núcleo
interpeduncular do mesencéfalo através do
fascículo retroflexo.
Núcleos Anteriores do Tálamo: situam-se no
tubérculo anterior do tálamo. Recebem fibras
dos núcleos mamilares e projetam para o giro
do cíngulo.
35. As intercomunicações do sistema límbico foi,
e
é
objeto
de
estudo
de
muitos
pesquisadores.
Várias
teorias
foram
formuladas no intuito de explicá-las.
Ex.
Teoria de James – Lange
Teoria de Cannon e Bard
36.
Comparação das teorias sobre as emoções de
James-Lange
e
Cannon-Bard.
De acordo com a teoria de James-Lange (flexas
vermelhas), o homem percebe o animal
ameaçador e reage com manifestações físicas
(neurovegetativas). Como consequência de tal
reação física desprazerosa, ele desenvolve medo.
Na teoria Cannon-Bard (flexas azuis), o estímulo
ameaçador conduz, primeiro, ao sentimento de
medo, o qual, então, causa a reação física.
37.
Seguinte a teoria Cannon-Bard : quando o
indivíduo
se
encontra
diante
de
um
acontecimento que, de alguma forma, o afeta, o
impulso nervoso atinge inicialmente o tálamo e
aí, a mensagem se divide. Uma parte vai para a
córtex cerebral, onde origina experiências
subjetivas de medo, raiva, tristeza, alegria, etc. A
outra se dirige para o hipotálamo, o qual
determina
as
alterações
neurovegetativas
periféricas (sintomas). Ou seja, por esta teoria, as
reações fisiológicas e a experiência emocional
são simultâneas. O erro essencial da teoria
Cannon-Bard foi considerar a existência de um
"centro" inicial (o tálamo) para a emoção.
38.
Teoria de Papez: Papez levantou a idéia de
que as estruturas do lobo límbico constituíam
o substrato neural da emoção e da memória:
esse mecanismo consiste em um circuito
fechado que une os componentes do sistema
límbico cuja disposição mostrada encontrase na ordem de predominância dos impulsos
nervosos:
39.
Papez acreditava que a experiência da
emoção era primariamente determinada pelo
cortex cingulado, e secundariamente por
outras áreas corticais. Segundo ele e
expressão emocional é governada pelo
hipotálamo. O giro cingulado se projeta ao
hipocampo, e o hipocampo se projeta ao
hipotálamo pelo caminho do feixe de axônios
chamado fórnix. Impulsos hipotalâmicos
alcançam o córtex via relé no núcleo talâmico
anterior.
42.
As emoções são desencadeadas pela entrada
no sistema nervoso central de determinadas
informações
sensoriais.
Os
impulsos
olfatórios passam diretamente da área
cortical de projeção para o giro parahipocampal e o corpo amigdalóide. As
informações relacionadas com a sensibilidade
visceral chegam ao sistema límbico, seja
diretamente, através das conexões do núcleo
do tracto solitário com o corpo amigdalóide,
seja indiretamente, via hipotálamo.
43.
As conexões eferentes do sistema límbico são
importantes porque, através delas, este
sistema
participa
dos
mecanismos
efetuadores que desencadeiam o componente
periférico e expressivo dos processos
emocionais e, ao mesmo tempo, controlam a
atividade do sistema nervoso autônomo.
Essas
funções
são
exercidas
fundamentalmente através das conexões que
o sistema límbico mantém com o hipotálamo
e com a formação reticular do mesencéfalo.
44.
Como já foi assinalado, a função mais conhecida
do sistema límbico, e que deu origem ao próprio
conceito deste sistema, é de regular os processos
emocionais. Intimamente relacionadas com esta
função, estão as de regular o sistema nervoso
autônomo
e
os
processos
motivacionais
essenciais à sobrevivência da espécie e do
indivíduo, como fome, sede e sexo. Sabe-se
também que alguns componentes do sistema
límbico estão ligados diretamente ao mecanismo
da memória e aprendizagem e participam da
regulação do sistema endócrino.
45.
Pode-se distinguir dois tipos de memória:
memória recente, que permite a retenção de
informações durante pouco tempo (horas ou
dias), e memória remota, ou permanente, na qual
esta retenção pode permanecer por vários anos
(alguns admitem também a existência de uma
memória imediata em que a retenção de
informações dura apenas alguns segundos). A
memória remota é muito estável e mantém-se
inalterada mesmo após danos cerebrais graves,
enquanto a memória recente é mais lábil e pode
ser
comprometida
em
várias
situações
patológicas.
46.
Não se sabe exatamente onde são armazenadas
as informações no caso da memória remota, mas
admite-se que isso ocorra em áreas de
associação do neocórtex. Sabe-se, entretanto,
que a memória recente depende do sistema
límbico, que está envolvido nos processos de
retenção e consolidação de informações novas e
possivelmente também em seu armazenamento
temporário
e
transferência
para
áreas
neocorticais de associação para armazenamento
permanente.