Tanya Cornejo, Wendy Yuen Ting
1. O contexto audiovisual ........................................................361
2. Análise do ano: a ficção de estreia do país
e a ibero-americana ..............................................................370
3. O mais destacado do ano .....................................................380
4. A recepção transmidiática ....................................................383
5. Tema do ano: transnacionalização .......................................390
8. MÉXICO: A consolidação da ficção nacional e a
internacionalização da produção mexicana ...........................399
Autores: Guillermo Orozco Gómez e Francisco Hern
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Obitel 2012 - Transnacionalização da Ficção Televisiva nos Países Ibero-Americanos
1.
2. OBSERVATÓRIO IBERO-AMERICANO
DA FICÇÃO TELEVISIVA
OBITEL 2012
TRANSNACIONALIZAÇÃO DA FICÇÃO TELEVISIVA
NOS PAÍSES IBERO-AMERICANOS
3.
4. OBSERVATÓRIO IBERO-AMERICANO
DA FICÇÃO TELEVISIVA
OBITEL 2012
TRANSNACIONALIZAÇÃO DA FICÇÃO TELEVISIVA
NOS PAÍSES IBERO-AMERICANOS
Maria Immacolata Vassallo de Lopes
Guillermo Orozco Gómez
Coordenadores-Gerais
Morella Alvarado, Gustavo Aprea, Fernando Aranguren, Alexandra
Ayala, Catarina Duff Burnay, Borys Bustamante, Isabel Ferin Cunha,
Valerio Fuenzalida, Francisco Hernández, César Herrera, Pablo Julio
Pohlhammer, Mónica Kirchheimer, Charo Lacalle, Juan Piñón,
Guillermo Orozco Gómez, Rosario Sánchez Vilela e Maria Immacolata
Vassallo de Lopes
Coordenadores Nacionais
6. Esta publicação é resultado da parceria entre o Globo Universi-
dade e o Observatório Ibero-Americano de Ficção Televisiva (Obi-
tel). Iniciada em 2008, tem como objetivo apresentar e discutir as
análises sobre produção, audiência e repercussão sociocultural da
ficção televisiva na América Latina e na Península Ibérica, por meio
de publicações e seminários.
Publicações produzidas:
• Anuário Obitel 2008: Mercados Globais, Histórias Nacionais
• Anuário Obitel 2009: A Ficção Televisiva em Países Ibero-
Americanos: narrativas, formatos e publicidade
• Anuário Obitel 2010: Convergências e Transmidiação da
Ficção Televisiva
• Anuário Obitel 2011: Qualidade na Ficção Televisiva e Par-
ticipação Transmidiática das Audiências
Sobre o Globo Universidade:
Criado em 1999, o Globo Universidade tem como missão
compartilhar experiências para somar conhecimento. Para que isso
aconteça, estabelece uma relação de parceria permanente com o
meio acadêmico. Por meio da realização de debates, seminários, pu-
blicações e apoio a pesquisas, o Globo Universidade contribui para
a produção e divulgação científica, além da formação de futuros
profissionais. Desde 2008, o Globo Universidade também está pre-
sente na grade de programação da Rede Globo: todos os sábados, às
7h, o programa exibe reportagens sobre as principais universidades
do Brasil e do mundo. Em 2011, a atração passou a integrar a grade
Globo Cidadania, que conta também com os programas Globo Ci-
ência, Globo Educação, Globo Ecologia e Ação.
7.
8. EQUIPES NACIONAIS OBITEL
Coordenadores-Gerais do projeto
Maria Immacolata Vassallo de Lopes (Universidade de São Paulo)
Guillermo Orozco Gómez (Universidad de Guadalajara)
ARGENTINA BRASIL
Gustavo Aprea Maria Immacolata Vassallo de
(Universidad Nacional de Lopes (Universidade de São
General Sarmiento e Insti- Paulo), coordenadora
tuto Universitario Nacional del nacional;
Arte) Maria Cristina Palma Mungioli
e Mónica Kirchheimer (Universidade de São Paulo),
(Universidad de Buenos pesquisadora adjunta;
Aires e Instituto Universitario Claudia Freire, Clarice Greco
Nacional del Arte), coordena- Alves, Helen Emy Nochi
dores nacionais; Suzuki, Issaaf Santos
María Victoria Bourdieu Karhawi, Ligia Maria Prezia
(Universidad Nacional de Lemos, Neide Maria de
General Sarmiento); Arruda, Silvia Terezinha
Florencia Bacarin, María Torreglossa de Jesus,
Belzunces, María Fernanda (Universidade de São Paulo)
Cappa, Victoria De Michele, pesquisadoras associadas;
Marina Dragonetti, Silvia Lorena Milanesi Brettas,
Grinfas, Noelia Morales, Gustavo Silva Barranco,
Laura Oszust, Agustina Pérez Angelina Moreira de Souza,
Rial, Ezequiel Rivero Isabela Cicalise
(Universidad de Buenos Silberschmidt, (Centro de
Aires), colaboradores Estudos de Telenovela –
CETVN – da Escola de
Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo),
assistentes de pesquisa
9. CHILE coordenadores nacionais;
Valerio Fuenzalida e Pablo Pamela Cruz, Cecilia Vergara,
Julio Pohlhammer (Pontificia José Rivera (Centro
Universidad Católica de Internacional de Estúdios
Chile), Superiores de Comunicación
coordenadores nacionais; para América Latina - CIES
Verónica Silva, Ignacio PAL), pesquisadores associa-
Polidura, pesquisadores dos
independentes;
Alejandro Caloguerea (Camara ESPANHA
de Exhibiciones Multisalas Charo Lacalle (Universitat
de Chile A.G.); Autònoma de Barcelona),
Constanza Mujica, Alejandro coordenadora nacional;
Bruna (Pontificia Universi Mariluz Sánchez, Lucía Tra-
dad Católica de Chile) bajo (Universitat Autònoma
pesquisadores associados de Barcelona), pesquisadoras
associadas;
COLÔMBIA Berta Trullàs (Universitat
Borys Bustamante Bohórquez e Autònoma de Barcelona),
Fernando Aranguren Díaz assistente de pesquisa
(Universidad Distrital Fran-
cisco José de Caldas), co- ESTADOS UNIDOS
ordenadores nacionais; Juan Piñón (New York Univer-
Hugo Sánchez, Alejandra sity), coordenador nacional;
Rusinque, Diana Mendoza Tanya Cornejo, Linnete
(Universidad Distrital Fran- Manrique, Wendy Yuen Ting
cisco José de Caldas), pes- (New York University),
quisadores associados. assistentes de pesquisa
EQUADOR MÉXICO
Alexandra Ayala Marín e Guillermo Orozco Gómez e
César Herrera (Centro Inter- Francisco Hernández Lomeli
nacional de Estudios Superi- (Universidad de Guadala-
ores de Comunicación para jara), coordenadores nacio-
América Latina - CIESPAL), nais;
10. Darwin Franco Migues, Adrien Allegro, Eugenia Armúa,
Charlois Allende (Universi- Guillermo Sabella
dad de Guadalajara), pes- (Universidad Católica del
quisadores associados Uruguay), assistentes de
pesquisa
PORTUGAL
Isabel Ferin Cunha (Universi- VENEZUELA
dade de Coimbra) e Catarina Morella Alvarado Miquilena
Duff Burnay (Universidade (Universidad Central de
Católica Portuguesa), co- Venezuela), coordenadora
ordenadoras nacionais; nacional;
Fernanda Castilho (Universi- Luisa Torrealba Mesa
dade de Coimbra), pesquisa- (Universidad Central de
dora associada Venezuela), Fernando
Vizcarra Schumm
URUGUAI (Universidad Autónoma de
Rosario Sánchez Vilela Baja California) pesquisa-
(Universidad Católica del dores associados;
Uruguay), coordenadora Massimo Dotta Botto (produ-
nacional; tor de cinema e TV)
Paula Santos Vizcaíno, Lucia
11.
12. SUMÁRIO
NOTA EDITORIAL ..............................................................................15
NOTA METODOLÓGICA ..................................................................17
PRIMEIRA PARTE
A FICÇÃO NO ESPAÇO IBERO-AMERICANO EM 2011
Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 ..................................23
Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Guillermo Orozco Gómez
1. O contexto audiovisual nos países Obitel ....................................24
2. Comparação da ficção televisiva nos países
ibero-americanos em 2011 ...........................................................30
3. As dez ficções televisivas mais vistas do ano ..............................39
4. O mais destacado do ano nos países Obitel .................................49
5. A recepção transmidiática nos países Obitel................................55
6. O tema do ano: a transnacionalização da ficção
televisiva nos países ibero-americanos ........................................73
SEGUNDA PARTE
A FICÇÃO NOS PAÍSES OBITEL
1. ARGENTINA: Continua a queda da ficção,
cresce a produção nacional .......................................................89
Autores: Gustavo Aprea e Mónica Kirchheimer
Equipe: Florencia Bacarin, María Belzunces, María Victoria
Bourdieu, Maria Fernanda Cappa, Victoria de Michele, Marina
Dragonetti, Silvia Grinfas, Noelia Morales, Laura Oszust,
Agustina Pérez Rial e Ezequiel Rivero
1. O contexto audiovisual da Argentina. Panorama do
contexto audiovisual em relação à ficcção televisiva ............89
2. Análise do ano. A ficção de estreia argentina e
ibero-americana......................................................................99
3. O mais destacado do ano......................................................110
4. A recepção transmidiática ....................................................113
5. Tema do ano: transnacionalização .......................................122
13. 2. BRASIL: A “nova classe média” e as redes sociais
potencializam a ficção televisiva .............................................129
Autores: Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Maria
Cristina Palma Mungioli
Equipe: Clarice Greco Alves, Claudia Freire, Issaaf Karhawi,
Helen N. Suzuki, Ligia Maria Prezia Lemos, Lorena Brettas,
Neide Arruda e Silvia Torreglossa
1. O contexto audiovisual do Brasil em 2011 .........................129
2. Análise do ano: ficção estreia nacional e ibero-americana ..143
3. O mais destacado do ano .....................................................158
4. A recepção transmidiática ....................................................164
5. Tema do ano: transnacionalização da ficção
televisiva brasileira ..............................................................174
3. CHILE: Relatório do Chile 2011: mudanças na
paisagem industrial ..................................................................187
Autores: Valerio Fuenzalida e Pablo Julio Pohlhammer
Equipe: Verónica Silva, Ignacio Polidura, Constanza Mujica,
Alejandro Caloguerea, Alejandro Bruna
1. O contexto audiovisual do país ...........................................187
2. Análise do ano: a ficção de estreia do país
e ibero-americana ................................................................193
3. O mais destacado do ano......................................................204
4. A recepção transmidiática ....................................................208
5. Tema do ano: a transnacionalização da
ficção televisiva chilena .......................................................217
4 . COLÔMBIA: Do unanimismo discursivo à abertura,
à inovação e à internacionalização .........................................225
Autores: Boris Bustamante e Fernando Aranguren
Equipe: Hugo Sánchez, Diana Mendoza e Alejandra Rusinque
1. O contexto audiovisual do país ............................................225
2. Análise do ano: ficção televisiva nacional e
ibero-americana....................................................................234
3. O mais destacado do ano .....................................................245
4 . A recepção transmidiática na ficção colombiana..................248
5. O tema do ano: o transnacional na indústria
colombiana de televisão .......................................................256
14. 5. EQUADOR: Entre as séries de humor nacionais e as
novelas importadas ..................................................................265
Autores: Alexandra Ayala e César Herrera
Equipe: Pamela J. Cruz, Cecilia Vergara e José Rivera
1. O contexto audiovisual do país ............................................265
2 Análise do ano: a ficção de estreia nacional
e ibero-americana .................................................................276
3 O mais destacado do ano .....................................................289
4 Transmidiação na ficção televisiva equatoriana ..................294
5 Tema do ano: a transnacionalização da ficção
televisiva equatoriana...........................................................301
6. ESPANHA: 2011 – Novas estratégias, novos mercados .......313
Autor: Charo Lacalle
Equipe: Mariluz Sánchez, Lucía Trabajo, Berta Trullàs.
1. O contexto audiovisual ........................................................313
2. Análise do ano: a ficção de estreia do país
e a ibero-americana ..............................................................322
3. O mais destacado do ano .....................................................339
4. A recepção transmidiática ....................................................343
5. Tema do ano: transnacionalização .......................................352
7. ESTADOS UNIDOS: As Mudanças demográficas na
população latina e as estratégias da indústria da
televisão hispânica ....................................................................361
Autor: Juan Piñón
Equipe: Linnete Manrique, Tanya Cornejo
1. O contexto do país................................................................361
2. A análise do ano: Estados Unidos e a programação de
ficção na televisão em espanhol ...........................................369
3. Os mais destacados do ano...................................................380
4. A recepção transmidiática ....................................................381
5. Tema do ano: transnacionalização ......................................389
8. MÉXICO: “Ficção à la carte” a programação
no ritmo da política ..................................................................403
Autores: Guillermo Orozco e Francisco Hernández
Equipe: Darwin Franco e Adrien Charlois
1. O contexto audiovisual do país ...........................................403
2. Análise do ano: ficção televisiva nacional
e Ibero-americana.................................................................412
15. 3. O mais destacado do ano: a ficção segundo os fins do
momento de seus patrocinadores .........................................423
4. A recepção transmidiática ....................................................428
5. O tema do ano: o transnacional na indústria
mexicana de televisão ..........................................................436
9. PORTUGAL: Velhas estratégias para novos tempos ...........447
Autores: Isabel Ferin Cunha e Catarina Duff Burnay
Equipe: Fernanda Castilho
1. O contexto audiovisual de Portugal em 2011 ......................447
2. A análise do ano: a ficção de estreia portuguesa
e ibero-americana ................................................................451
3. O mais destacado do ano......................................................463
4. A recepção transmidiática ....................................................465
5. O tema do ano: a transnacionalização da
ficção televisiva portuguesa .................................................473
10. URUGUAI: Caminhos de aprendizagem...............................485
Autora: Rosario Sánchez Vilela
Equipe: Paula Santos, Lucia Allegro, Eugenia Armúa e
Guillermo Sabella
1. O contexto audiovisual do país ............................................485
2. Análise do ano: a ficção de estreia do país e
da Ibero-América .................................................................496
3. O mais destacado do ano......................................................510
4. A recepção transmidiática ....................................................512
5. Tema do ano: a transnacionalização ....................................518
11. VENEZUELA: Uma organização e múltiplos mercados
para a ficção ............................................................................527
Autoras: Morella Alvarado Miquilena e Luisa Elena
Torrealba Mesa
Equipe: Massimo Dotta, Carolina Jover Pineda e
Fernando Vizcarra Schumm
1. O contexto audivisual do país ..............................................527
2. Análise do ano: a ficção de estreia do país
e ibero-americana .................................................................538
3. O mais destacado do ano......................................................550
4. A recepção transmidiática ....................................................553
5. Tema do ano: transnacionalização .......................................558
FICHAS TÉCNICAS DOS TOP TEN DOS PAÍSES OBITEL .......571
16. NOTA EDITORIAL
ESTE ANUÁRIO é publicado pela Editora Sulina simultane-
amente em três idiomas: em formato impresso em português e es-
panhol, e em formato digital em inglês. Seus predecessores são o
Anuário Obitel 2007, publicado em espanhol pela Editorial Gedisa,
Espanha; Anuário Obitel 2008, publicado em português e inglês por
Globo Universidade, sob o selo da Editora Globo, Brasil; Anuário
Obitel 2009, publicado em espanhol pelo Observatório Europeu de
Televisão Infantil (OETI), Espanha, e em português e inglês pela
Editora Globo, Brasil; o Anuário Obitel 2010, publicado em portu-
guês e espanhol pelo mesmo grupo editorial; e, finalmente, o Anu-
ário Obitel 2011, publicado por Globo Universidade/Editora Globo
em português e espanhol, em formato impresso, e em inglês, em
formato de e-book.
Em julho de 2008, o Uruguai somou-se como novo membro do
Obitel. Com a posterior incorporação do Equador a partir de 2010, o
Obitel renovou-se e fortaleceu-se como uma instituição internacio-
nal focada na pesquisa comparativa da ficção televisiva em 11 pa-
íses ibero-americanos, os mesmos que agora integram os capítulos
nacionais deste anuário. O aumento dos integrantes do Obitel e sua
consolidação como projeto intercontinental demonstra sua crescente
liderança na análise da ficção televisiva na região.
Nós, coordenadores-gerais e nacionais deste anuário, de-
sejamos, mais uma vez, tornar explícito nosso agradecimento
ao Globo Universidade por seu contínuo apoio e decidida parti-
cipação nesta publicação. Da mesma maneira, reiteramos nosso re-
conhecimento à colaboração recebida dos institutos IBOPE – IBO-
PE (Brasil), Time-IBOPE (Chile), IBOPE (Argentina, Colômbia,
Uruguai), IBOPE-Time (Equador), IBOPE-AGB (México), Media
Monitor-Marktest Audimetria (Portugal), Kantar Media and Bar-
17. 16 | Obitel 2012
lovento Comunicaciones (Espanha), Nielsen Media Research (Es-
tados Unidos), AGB Nielsen Media Research (Venezuela) – e de
todas as universidades e centros de pesquisa dos países participantes
neste anuário.
18. NOTA METODOLÓGICA
O OBSERVATÓRIO IBERO-AMERICANO DA FICÇÃO
TELEVISIVA, constituído como Obitel desde seu surgimento em
2005, tem se desenvolvido como um projeto intercontinental da re-
gião ibero-americana, incluindo países latino-americanos, ibéricos e
os Estados Unidos de população hispânica. À época, considerou-se
importante falar de um âmbito ibero-americano devido ao crescente
interesse de diferentes Estados nacionais de fazerem aí confluir uma
série de políticas de produção, troca e criação midiática, cultural,
artística e comercial diferenciada, que poderia chegar a se constituir
em uma zona de referência geopolítica e cultural importante.
A observação que tem sido realizada pelo Obitel tenta dar conta
de pelo menos cinco dimensões desse vasto objeto de análise: pro-
dução, exibição, consumo, comercialização e propostas temáticas.
A essas dimensões foi acrescentado, a partir do Anuário 2010, o
fenômeno da “transmidiação”, que, embora emergente, traz consigo
um alto potencial de entendimento da própria produção e das expec-
tativas com a ficção, sua distribuição e consumo pelas empresas e
canais televisivos. A transmidiação foi incluída nesse anuário como
“tema do ano”.
No presente Anuário 2012 continuamos com a mesma linha do
anterior, mas agora focados na transnacionalização, sem eliminar
a recepção transmidiática que já ficou incorporada, por considerar
que é uma dimensão-chave de análise complementar para os países
Obitel. Com ela pretendemos dar conta das novas formas em que as
audiências se relacionam e se vinculam com a ficção televisiva que
agora assistem e consomem pela internet ou por meio de dispositi-
vos móveis, como celulares, laptops, ipods etc.
As atividades metodológicas realizadas para este Anuário
2012 foram fundamentalmente as seguintes:
1) Seguimento sistemático dos programas de ficção que são trans-
19. 18 | Obitel 2012
mitidos pelos canais abertos dos 11 países que participam da
rede.
2) Geração de dados quantitativos comparáveis entre esses países:
horários, programas de estreia, número de capítulos, índices,
perfil de audiência, temas centrais da ficção.
3) Identificação de fluxos plurais e bilaterais de gêneros e forma-
tos de ficção, o que se traduz nos dez títulos de ficção mais
vistos, seus temas centrais, índice de audiência e share.
4) Análise das tendências na narrativa e nos conteúdos temáti-
cos de cada país (dados de consumo de outras mídias, como
internet, e de outros gêneros de programa, investimentos em
publicidade, acontecimentos legais e políticos relevantes do
ano), assim como tudo aquilo que cada equipe de pesquisa
nacional considerar como “o mais destacado do ano”, espe-
cialmente no que se refere às mudanças havidas na produção,
nas narrativas e nos conteúdos temáticos preferenciais.
5) Análise da recepção transmidiática e das interações das
audiências com a ficção em cada país; na seleção do caso a
analisar, se ela foi feita tomando como referência algum dos
dez títulos mais assistidos ou algum, que por sua particu-
laridade, teve um comportamento peculiar na internet ou em
qualquer rede social.
6) Publicação dos resultados do monitoramento sistemático na
forma de anuário, com atenção especial a um tema particular. O
tema do ano para este Anuário 2012 é a Transnacionalização
da Ficção Televisiva nos Países Ibero-Americanos.
A observação foi desenvolvida por uma rede de equipes de
pesquisa de diferentes universidades em 11 países da região ibero-
americana: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Espanha,
Estados Unidos, México, Portugal, Venezuela e Uruguai.
As principais fontes de dados da audiência foram fornecidas
pelas entidades que fazem sua medição nesses países: IBOPE (Bra-
sil), Time-IBOPE (Chile), IBOPE (Argentina, Colômbia, Uruguai),
IBOPE-Time (Equador), IBOPE-AGB (México), Media Monitor-
20. Nota metodológica | 19
Marktest Audimetria (Portugal), Kantar Media and Barlovento Co-
municaciones (Espanha), Nielsen Media Research (Estados Uni-
dos), AGB Nielsen Media Research (Venezuela).
Além disso, trabalhou-se, também, com dados gerados no inte-
rior das equipes de pesquisa a partir de outras fontes, como notas de
imprensa, informação da internet, material de áudio e vídeo, assim
como aquelas derivadas de contatos diretos com agências e atores
do meio audiovisual de cada país.
O tratamento estatístico dos dados foi efetuado em função de
tipologias produtivas (grades de programação, faixas horárias, tem-
po de duração de cada ficção, capítulos ou episódios) e tipologias
de medição (índices de audiência, ratings, share), o que permite o
desenvolvimento de quadros comparativos sobre as condições de
oferta e os perfis de produção de ficção televisiva em cada país, os
quais incluem categorias tais como volume de programação, forma-
tos, produtores, roteiristas, criadores e estratégias de exibição.
A análise geral deste anuário é dividida em três partes.
A primeira é um capítulo de introdução que contém uma síntese
comparativa da ficção dos países Obitel. Essa comparação é feita a
partir de uma perspectiva quantitativa e qualitativa que permite ob-
servar o desenvolvimento da ficção em cada país, destacando suas
principais produções, assim como o tema do ano, aqui, “Transna-
cionalização da Ficção Televisiva nos Países Ibero-Americanos”.
Na segunda parte há 11 capítulos um por país, com uma es-
trutura interna em que as seções do anuário costumam ser fixas,
embora algumas sejam mais específicas que outras. As seções que
compõem cada um dos capítulos são as seguintes:
1) O contexto audiovisual do país, que apresenta informação
geral do setor audiovisual em relação à produção de ficção tele-
visiva: história, tendências e fatos mais relevantes.
2) Análise da ficção de estreia do ano. Isso é mostrado por meio
de diversas tabelas que apresentam dados específicos dos pro-
gramas nacionais e ibero-americanos que estrearam em cada
21. 20 | Obitel 2012
país. Nessa seção uma ênfase singular é colocada sobre Os dez
títulos mais vistos do ano.
3) Recepção transmidiática. Nessa seção é apresentada e exem-
plificada a oferta que as redes de televisão propiciam às
suas audiências para que possam consumir suas produções
na internet, assim como uma descrição do tipo de compor-
tamento que as audiências por si mesmas realizam para ver,
consumir e participar de suas ficções nas páginas da internet.
4) Produções mais destacadas do ano: as mais importantes, não
apenas quanto à média de audiência (rating), mas também em
termos de impacto sociocultural ou da inovação que tenham
gerado na indústria da televisão ou no mercado.
5) Finalmente, o Tema do ano, que nesta publicação é: Transna-
cionalização da Ficção Televisiva. Esse fenômeno, ao mesmo
tempo tendência crescente, foi captado em três dimensões: 1.
O transnacional “atrás” da tela, onde apre sentamos um índice
de propriedade nas mídias de cada país; 2. O transnacional
“na” tela, localizando nos top ten de estreia o local de origem
das histórias, do casting e das locações das produções; e 3. O
transnacional “para além” das telas, onde colocamos os fluxos
da importação e exportação de produtos de ficção nos países
Obitel.
A terceira parte é um Apêndice. A partir do anuário anterior foi
decidido alterar a exposição de algumas tabelas para proporcionar
ao leitor uma leitura mais fluida de cada um dos capítulos, de forma
que as fichas técnicas dos dez títulos de ficção mais vistos de cada
país, com informação básica e necessária de sua produção – uma vez
que não fazem parte integral dos capítulos –, estão reunidas no final
deles como “Apêndice”.
24. SÍNTESE COMPARATIVA
DOS PAÍSES OBITEL 2011
Maria Immacolata Vassallo de Lopes
e Guillermo Orozco Gómez
Esta primeira parte do anuário Obitel apresenta um panorama
comparativo e sintético dos principais dados do monitoramento rea-
lizado no ano de 2011 sobre a produção e a circulação de programas
inéditos de ficção televisiva em países ibero-americanos.
Foram acompanhados programas de 68 canais de televisão
aberta, privados e públicos, de alcance nacional, nos 11 países que
constituem o âmbito geocultural do Obitel.1
Tabela 1. Países membros do Obitel e canais analisados – 2011
Total de
Países Obitel Canais Privados Canais Públicos televi-
sões
América 2, Canal 9,
Argentina Televisión Pública 5
Telefé, El Trece
Rede Globo, Record, SBT,
Brasil TV Brasil 6
Band, Rede TV!
UCV TV, Canal 13, Chilevisión,
Chile TVN 7
Mega, Red, Telecanal
Señal Colombia,
Colômbia RCN, Caracol, Canal Uno 5
Canal Institucional
Teleamazonas, RTS, Ecuavisa, ECTV, Gama TV,
Equador 7
Canal Uno TC Televisión
Antena3, Tele5, Cuatro,
Espanha La 1, La 2 61
LaSexta
1
A Espanha possui 33 canais de televisão autônoma que produziram ficção no ano de
2009, mas que não são analisados neste capítulo comparativo, que reúne somente as emis-
soras de cobertura nacional em cada país. Os dados mais significativos desses canais re-
gionais ou locais podem ser encontrados nos respectivos capítulos nacionais.
25. 24 | Obitel 2012
Total de
Países Obitel Canais Privados Canais Públicos televi-
sões
Azteca América, Telefutura,
Estados
Telemundo, Univision, Estrella -- 6
Unidos
TV, V-me
Televisa, TV Azteca,
México Once TV, Conaculta 5
Cadena Tres
Portugal SIC, TVI RTP1, RTP2 4
Montecarlo TV, Saeta, Teledoce/ Televisión Nacional
Uruguai 4
La Tele (TNU)
Canal I, Globovisión, La Tele, ANTV, C.A. Tele
Venezuela Meridiano, Televen, TV Família, Sur, Tves, VTV,
13
Vale TV, Venevisión COVETEL
Total 48 20 68
No universo de 68 canais abertos de alcance nacional dos 11
países Obitel, as emissoras de capital privado totalizam 48 (70,5%),
mais que o dobr o das públicas, que são 20 (29,5%). O único país
que possui o mesmo número de emissoras privadas e públicas é Por-
tugal, sendo esse número também bastante próximo na Colômbia,
Equador e México. Nos outros países predominam largamente as
emissoras privadas. Os Estados Unidos são o único país em que não
existe canal público, no nosso caso, dirigido à população hispânica.
1. O contexto audiovisual nos países Obitel
O rumo e a perspectiva da produção de ficção nos países Obitel
durante 2011 continuaram muito marcados pelo tema das telecomu-
nicações, suas políticas e suas diversas aplicações e vieses.
As mudanças, materializadas tanto na criação de leis que vi-
sam normatizar os conteúdos ou as pautas de produção em cada país
quanto na aplicação dos diversos modelos de Televisão Digital Ter-
restre (TDT), trouxeram consigo, na maioria dos países, a reestrutu-
ração de seus setores audiovisuais ao promover a fusão de diversas
empresas de mídia ou alavancando a criação de sistemas de comuni-
cação operados tanto pelo Estado quanto pela sociedade civil.
26. Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 25
Sob essa perspectiva, tornou-se evidente que, tal como já vinha
acontecendo desde 2010, em muitos dos países Obitel a luta entre
as corporações midiáticas existentes tornou-se mais acirrada. Essas
corporações, na tentativa de garantir lugares privilegiados em ma-
téria de convergência digital, recorreram a diversas estratégias para
fortalecer suas posições nos mercados das telecomunicações.
As respostas de alguns governos diante dessa situação foi um
maior controle nos processos de licitação abertos para outorgar as
concessões. Inclusive, alguns governos foram além, como no caso
do Equador, que confiscou o sinal da Gama TV, ou no da Argentina,
que levou até as últimas consequências sua batalha legal contra o
grupo Clarín.
Em compensação, em outros países os governos optaram por
se manter à margem e deixaram em mãos dos particulares a dispu-
ta da convergência digital; assim ocorreu no México, onde foram
empreendidas poucas ações legais para deter a guerra entre dois
dos impérios midiáticos mais importantes da América Latina – Te-
levisa e Telmex –, ambos tentando liderar, nesse país, o chamado
quádruplo-play (televisão digital, telefonia fixa e móvel e internet).
Situação similar ocorre no Brasil, onde a Rede Globo empreendeu
diversas ações para continuar na dianteira desses serviços integra-
dos de comunicação.
No Chile, a entrada dos sistemas integrados de comunicação
está sendo feita não por meio de um sistema de concessões, mas pela
fusão de algumas empresas de cada um desses setores. Por exemplo,
o Mega, o primeiro canal televisivo privado chileno, foi adquirido
pelo grupo Bethia, que também vem adotando diversas estratégias
para entrar no mercado chileno de telefonia móvel. Caso atinja esse
objetivo, o Mega seria o primeiro canal chileno a ampliar sua opera-
ção da TV para as telecomunicações.
Em relação à criação de leis reguladoras, destaca-se o caso do
Equador, onde foram aprovadas as diretrizes gerais da Lei Orgânica
de Comunicação, que entrará em vigor no próximo ano e que pre-
tende democratizar o sistema midiático equatoriano, constituindo
27. 26 | Obitel 2012
um exemplo contrário ao que se supõe que acontecerá em países
como a Colômbia e o México, lugares em que o cenário dispos-
to para a licitação e criação de uma terceira rede privada nacional
de televisão está sendo bloqueado pelas redes já existentes. Assim
também ocorre no Uruguai, país onde o debate da democratização
do espectro radioelétrico sequer é abordado, seja pelo governo, seja
pelos grupos privados que concentram os sinais de televisão aberta
e a cabo.
Outro dos países que modificará radicalmente seu sistema midi-
ático será Portugal, dado que seu governo anunciou que vai privati-
zar o sistema Rádio e Televisão (RTP). Curiosamente, esse anúncio
coincide com o aumento da participação das empresas Newshold
(Angola) e Rede Globo (Brasil) no ecossistema midiático portu-
guês. Inclusive, a rede brasileira inaugurou uma nova sede europeia
em Lisboa que atua com licenciamento de produtos, produção de
programas e novelas, base para o canal internacional e para o jorna-
lismo da Rede Globo em Portugal.
Essas mudanças em Portugal também estão sendo acompanha-
das pela criação de uma Entidade Reguladora da Comunicação e de
uma Comissão de Análise de Estudos de Mídias, por meio das quais
o governo português pretende controlar os processos de licitação
derivados da privatização de seu setor midiático e a medição de au-
diências para, com isso, regulamentar o mercado publicitário.
Algo similar é o que está sendo proposto no Equador, só que
nesse país sul-americano a ênfase está posta nos conteúdos. Espera-
se, então, a criação do Conselho de Regulamentação e Desenvolvi-
mento da Comunicação, que visa dividir em faixas os horários de
transmissão (familiar, responsabilidade compartilhada e adultos) e
classificar os conteúdos por gêneros (informativos, de opinião, for-
mativos/educativos/culturais, entretenimento, esportivos e publici-
tários).
A Venezuela também vivenciou um novo sistema de regula-
mentação de mídias após a entrada em vigor da Lei Orgânica de
Telecomunicações e da Lei de Responsabilidade Social em Rádio,
28. Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 27
Televisão e Mídias Eletrônicas. Ambas as leis tiveram impacto no
mapa de mídias do país ao favorecerem a comunicação pública mais
do que o investimento privado. Contudo, isso não impediu que as
redes públicas e seus conteúdos constantemente façam referência –
direta e indireta – ao projeto governamental e à figura do presidente
Hugo Chávez.
Algo que também ocorreu no México quando o governo anun-
ciou que seus canais públicos (Once TV e Canal 22) teriam cobertu-
ra nacional. Mas esse processo –como acontece na Venezuela – vem
acontecendo com múltiplas interrupções para difundir por esses si-
nais alguns programas governamentais.
Na Espanha, as mídias públicas também foram afetadas pelo
corte orçamentário que o governo impôs ao Sistema de Televisão
Pública (TVE). Essa medida levou a TVE a anunciar a possível pri-
vatização de algumas redes autonômicas e o fim da obrigatoriedade
das redes privadas de investirem 6% de seus benefícios na produção
de telefilmes e minisséries de qualidade.
Um dos países que apresenta um cenário midiático promissor e,
ao mesmo tempo, contraditório são os Estados Unidos, uma vez que
apesar da forte pressão política e legislativa que lá se vive contra
a comunidade migrante2 (da qual a comunidade latina é a maior),
as seis principais redes hispânicas – Univisión, Telemundo, Tele-
futura, Azteca América, Estrella TV e V-me – continuaram sua ex-
pansão no mercado norte-americano, reconfigurando, assim, um dos
mercados televisivos mais importantes do mundo.
Essa mudança, especificamente, deve-se a que a população his-
pânica continua em ascensão e, com isso, também seu poder aquisi-
tivo. Isso, inclusive, fez com que o canal V-me se transformasse na
sexta rede de televisão hispânica com cobertura nacional e levou a
multinacional Fox a lançar “Mundo Fox”, projeto em parceria com
a RCN, da Colômbia, que posicionará a empresa norte-americana
2
Durante 2011 diversos Estados da União Americana emitiram algumas propostas de lei
para modificar a 14ª Emenda da Constituição daquele país. O objetivo é impedir que os
filhos de imigrantes sem documentos nascidos nos Estados Unidos obtenham automati-
camente a cidadania norte-americana.
29. 28 | Obitel 2012
como uma forte opção de entretenimento para a população latina
nos Estados Unidos.
Um exemplo da importância da televisão hispânica e, mais do
que isso, da indústria da ficção nos Estados Unidos é a maneira com
que as novelas La reina del sur e Teresa conseguiram superar o
índice de audiência obtido pelos programas das redes norte-ameri-
canas ABC e CBS. Isso foi um acontecimento e uma conquista para
as empresas latinas Telemundo e Univisión.
O Brasil, por sua vez, viu como seu espaço midiático se recon-
figurava como resultado do crescimento de sua classe média. Ape-
nas para citar um exemplo, esse crescimento significou a entrada de
40 milhões de brasileiros no mercado laboral e, consequentemente,
no fluxo de consumo. Dentro desse quadro, a ficção se destaca como
um dos produtos mais reconhecíveis entre as práticas midiáticas des-
sa classe média, uma vez que, como especificado no capítulo sobre
o Brasil, o que está em jogo não é apenas a recepção e o índice de
audiência, mas o “drama de reconhecimento” que envolve a tomada
de decisões para fazer da programação televisiva algo mais popular
e lucrativo para uma classe média que procura ser retratada pelo
menos nas três principais telas: televisão, telefone e computador.
Contudo, isso não é algo que esteja completamente contempla-
do pelas políticas de telecomunicações que este ano entraram em vi-
gor ou foram discutidas no Brasil: o Serviço de Acesso Condicional
(SeAC) e a revisão do Código Brasileiro de Telecomunicações. O
SeAC, por exemplo, determina a abertura do mercado de TV paga
para as empresas de telecomunicações e estabelece cotas obrigató-
rias para fomentar a produção nacional, o que certamente poderia
beneficiar a indústria da ficção, porque abriria espaço para muitos
produtores independentes. Isso, contudo, deve estar acompanhado
pelas reformas que durante 2011 foram propostas para o Código
Brasileiro de Telecomunicações, dentre as quais se destaca a modi-
ficação da fiscalização das concessões de rádio ou televisão.
Os países Obitel, como se observa, apresentam contextos au-
diovisuais diversos e até mesmo contraditórios, dado que enquanto
30. Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 29
em alguns deles se favorece a comunicação como direito (mesmo
que por trás disso esteja uma comunicação governamental), em ou-
tros simplesmente foram deixadas em mãos privadas as resoluções
sobre um dos setores mais relevantes para o desenvolvimento nacio-
nal: as telecomunicações.
A TDT, uma esperança para a indústria e para o setor
A esperança que se tem é que a convergência digital, materiali-
zada por alguns com a entrada da Televisão Digital Terrestre (TDT),
modifique substancialmente o panorama midiático dos países, uma
vez que favorece a democratização dos sinais. O que talvez não este-
ja tão previsto é que as perspectivas em países de alta concentração
midiática, como o México, são de que essa abertura ou convergência
pode favorecer ainda mais a concentração.
No que se refere à TDT, o país mais avançado dentro do âmbito
Obitel é a Espanha, que este ano pôs em marcha esse sistema, ge-
rando uma fragmentação de seu ecossistema televisivo, que se mo-
dificou tanto pela fusão de algumas empresas (absorção da LaSexta
pela Antena3) quanto pelas medidas restritivas que o novo governo
adotou devido à crise econômica. Tudo isso sem dúvida deveria afe-
tar a produção da ficção espanhola, mas em 2011 isso não acon-
teceu porque, como consequência da exacerbada competitividade
das redes espanholas, houve um aumento da programação de ficção
própria e de estreia nos novos canais da TDT e nos canais pagos.
Em compensação, a produção foi afetada em outros países que
também começaram a implementar seus modelos de TDT, como
Portugal e Argentina, pois a fragmentação de seus sinais televisivos
não se traduziu em um aumento automático na produção de ficção.
Pelo contrário, a ficção aumentou na televisão aberta, talvez como
uma forma de entrar na competição que implica a transmissão de
ficção estrangeira pelos sinais digitais.
Sob essa perspectiva, destaca-se que na Argentina esse aumen-
to na produção de ficção tenha a participação direta do governo,
que por meio do Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais
31. 30 | Obitel 2012
(INCAA) pôs em prática diretrizes da Lei de Serviços Audiovisuais
aprovada em 2009 e participou, pela primeira vez, do financiamento
de dez séries de ficção.
A implementação da TDT ainda não é uma realidade generali-
zável em todos os países Obitel, uma vez que em alguns deles ainda
se debate sobre qual sistema será adotado para realizar esse processo
(Colômbia), em outros ainda estão sendo feitos testes técnicos para
determinar as características dos receptores (Equador e Venezuela)
e ainda outros estão presos na armadilha de tentar criar uma legis-
lação integral que primeiro abra caminho ao apagão analógico para,
só depois, especificar os alcances da TDT (como ocorre no Uruguai
e no México).
O caso mexicano tem sido muito especial e polêmico, pois ape-
sar do decreto presidencial que anunciava que o “apagão analógico”
seria adiantado, isso acabou não ocorrendo, porque o presidente não
levou em consideração que essa decisão correspondia exclusiva-
mente aos órgãos reguladores do setor, o que fez com que as autori-
dades judiciárias derrubassem o decreto presidencial.
Caso diametralmente contrário do que ocorre no Brasil, onde
o processo da digitalização de seus sinais televisivos está acompa-
nhado pelo Plano Nacional de Banda Larga, por meio do qual se
procura expandir em três anos a cobertura de internet de banda larga
para 68% dos lares, aumentar a velocidade até 1 Mbps e reduzir o
custo para os usuários brasileiros.
2. Comparação da ficção televisiva nos países ibero-americanos
em 2011
A exposição comparativa da ficção televisiva entre os 11 países
Obitel será feita com base nos indicadores quantitativos da pro-
dução estabelecidos no protocolo metodológico comum, sendo os
principais: total anual de horas de ficção; total de títulos, formatos,
faixa horária, número de capítulos e episódios, dados de circulação
(importação, exportação) e de coproduções.
32. Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 31
Tabela 2. Oferta de horas de ficção nacional e
ibero-americana – 2009 a 2011
Nacional
35%
Ibero-
Americana Nacional
65%
Ibero-Americana
OFERTA 2011 2010 2009
GLOBAL
Nacional Ibero Nacional Ibero Nacional Ibero TOTAL
DE
HORAS 10.780 20.220 9.510 20.702 9.690 13.769
TOTAL 31.000 30.212 23.459 84.671
No triênio 2009-2011, a oferta global de ficção inédita nos pa-
íses Obitel somou 84.671 horas. Note-se que o grande crescimento
ocorrido de 2009 para 2010 com quase 30% de aumento nas horas
de ficção deveu-se à entrada do Equador e ao retorno da Colôm-
bia ao projeto Obitel. De 2010 para 2011, há um ligeiro acréscimo
na oferta global de ficção (2,6%). Ao longo do triênio, a oferta de
horas das produções ibero-americanas foi sempre maior que a de
produções nacionais, somando em 2011 quase o dobro das horas de
produção nacional (65% x 35%).
Tabela 3. Oferta de horas de ficção nacional e
ibero-americana por país – 2009 a 20113
Ficção nacional – horas
2000
1500
1000
500
0 Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL
Nac. 2011 1094 1462 717 1065 189 988 847 2134 943 47 641 10.127
Nac. 2010 1035 1288 671 1671 305 657 911 1194 1351 47 379 9.509
Nac. 2009 1228 1605 644 - - 1123 833 1582 1408 49 1218 9.690
TOTAL 3.357 4.355 2.032 2.736 494 2.768 2.591 4.910 3.702 143 2.238 29.326
3
Em todas as tabelas o número zero [0] na coluna de um país significa falta de produção,
enquanto o símbolo [-] indica que o país não participava da rede Obitel nesse ano.
33. 32 | Obitel 2012
Ficção ibero-americana – horas
5000
4000
3000
2000
1000
0
Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL
Ibero 2011 1426 299 2966 807 3060 284 3249 475 926 3211 2707 19.410
Ibero 2010 2048 267 2103 951 2288 380 3387 394 1032 2629 5222 20.701
Ibero 2009 2168 32 2787 - - 272 2649 444 961 2662 1794 13.769
TOTAL 5.642 598 7.856 1.758 5.348 936 9.285 1.313 2.919 8.502 9.723 53.880
O primeiro dado que salta à vista na tabela 3 é que na maioria
dos países Obitel houve um aumento do número de horas de ficção
nacional, revertendo o quadro de redução observado em 2010. O
México liderou a produção nacional de ficção em 2011, com quase
o dobro de horas do ano anterior seguido pelo Brasil, que também
reverte a queda do ano de 2010. Seguem-se a Argentina (em alta),
Colômbia (em baixa) e Espanha (em alta). Portugal ocupa a sexta
posição, registrando uma queda brusca em relação a 2010. No tri-
ênio, os maiores produtores nacionais foram, pela ordem, México,
Brasil e Portugal.
Todos os 11 países do Obitel importaram ficções de origem
ibero-americana em 2011 e cinco dentre eles aumentaram as suas
horas de exibição em relação a 2010. No triênio, Venezuela, Esta-
dos Unidos e Uruguai lideram a exibição de horas de ficção ibero-
americana.
Os Estados Unidos aparecem em 2011 como o maior impor-
tador de ficções ibero-americanas, seguido por Uruguai, Equador e
Chile. Esse lugar, sem dúvida, deve-se à demanda das seis redes de
televisão destinadas ao público hispânico, nas quais mais de 80%
das ficções são importadas de países do âmbito Obitel. Espanha e
Brasil foram os países que menos exibiram horas de ficção ibero-
americana em 2011. Mas, proporcionalmente, o Brasil é o país que
mais produz horas nacionais e o que menos importa horas ibero-
americanas (20,4%). A ele seguem-se o México (22,2%) e a Espa-
nha (28,7%). É importante lembrar que a equação entre a produção
de horas nacionais de ficção inédita e o total de horas estrangeiras
34. Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 33
importadas é o principal indicador da capacidade produtiva de um
país no âmbito da ficção televisiva.
Tabela 4. Oferta de títulos de ficção nacional e ibero-americana –
2009 a 2011
Ficção nacional – títulos
60
50
40
30
20
10
0
Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL
Nac. 2011 22 41 25 22 4 41 11 23 28 2 13 252
Nac. 2010 15 49 24 34 5 48 17 21 31 3 9 256
Nac. 2009 24 41 29 - - 56 7 20 28 3 15 223
TOTAL 61 131 78 56 9 145 35 64 87 8 37 711
Ficção ibero-americana – títulos
70
60
50
40
30
20
10
0
Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL
Ibero 2011 23 6 46 15 50 6 47 5 12 44 48 302
Ibero 2010 33 6 30 20 32 6 45 9 16 34 58 289
Ibero 2009 30 1 50 - - 5 30 6 12 26 15 175
TOTAL 86 13 126 35 82 17 122 20 40 104 121 766
Como se observa na tabela 4, os países Obitel produziram 711
títulos nacionais no triênio. Os que produziram maior número de
títulos nacionais foram Brasil e Espanha, ambos com 41 produções
cada, seguidos por Portugal, Chile, México, Argentina e Colômbia.
Apesar de liderar a produção de horas nacionais em 2011, com qua-
se o dobro do ano anterior, o México apresentou aumento de apenas
dois títulos, indicando que esse aumento de horas se deve à exibição
de formato de longa serialidade, como telenovela. A Argentina pro-
duziu sete títulos nacionais a mais que no ano anterior, aumento que
pode ser creditado à influência da nova Lei de Serviços Audiovisu-
35. 34 | Obitel 2012
ais em vigor no país. O país ainda continua com um total de horas
nacionais 10% inferior ao registrado em 2009. No triênio, o Brasil
aparece como o único produtor de ficção televisiva entre os países
Obitel a ocupar um dos dois primeiros lugares tanto em quantidade
de horas quanto em títulos exibidos.
Tabela 5. Formatos de ficção nacional
em número de títulos – 2009 a 2011
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL
Telenovela 29 42 33 30 3 9 20 42 25 0 19 262
Série 12 36 21 9 3 78 1 19 38 5 10 232
Minissérie 2 17 4 16 0 35 1 0 14 2 2 93
Telefilme 0 5 11 0 0 7 0 0 1 0 0 23
Unitário 4 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 8
Docudrama 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3
Outros 14 29 10 0 3 16 2 2 9 0 4 90
TOTAL 61 131 78 56 9 145 35 64 87 8 37 711
Em 2011, o México foi o país que mais produziu telenovelas,
com um total de 15 títulos. Em segundo lugar, com apenas um título
a menos, aparece o Brasil, e, em terceiro, o Chile. Chama a atenção
a queda vertiginosa (do primeiro para o quarto lugar) na produção
de telenovelas na Colômbia, que se volta para o investimento nas
séries.
A tabela 5 mostra que, no triênio 2009-2011, Brasil e México
detêm a liderança inconteste na produção de telenovelas, com um
total de 42 em cada país. Reafirmam, portanto, sua condição de pa-
íses com grande capacidade produtiva no âmbito Obitel, uma vez
que outro indicador dessa capacidade produtiva é uma permanente
produção da longa serialidade narrativa, que tem na telenovela o seu
formato exemplar.
Passando à produção de outros formatos, a Espanha se mantém,
desde 2007, como a maior produtora de séries entre os países Obitel.
No triênio, ela lidera a produção com o dobro de títulos do segundo
colocado, que é o Brasil, aparecendo Portugal em terceiro.
36. Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 35
Interessante notar que, no triênio, essa mesma classificação se
observa na produção de minisséries: Espanha, Brasil e Portugal.
Temos então caracterizados no triênio três países na lideran-
ça da produção de ficção de pequena serialidade, que são Espanha,
Brasil e Portugal.
A larga hegemonia da Espanha na produção de séries e minis-
séries aponta a particularidade do país, que, à diferença dos países
latino-americanos, investe e se especializa fortemente em formatos
de curta serialidade. Ao tomarmos o critério dos melhores rankings
no conjunto dos diferentes formatos, o Brasil é o país que apresenta
as melhores classificações igualmente na produção de telenovelas
como em séries e minisséries. Sua ficção opera, portanto, na diver-
sidade de formatos, o que implica o domínio de diferentes e espe-
cíficos processos de produção. Nessa linha também é revelador que
Portugal, com uma produção nacional de ficção de curta existência,
esteja também seguindo esse modelo, uma vez que aparece como
o segundo país que mais diversifica, de forma equilibrada, a sua
produção entre os três formatos mais importantes – telenovela, série
e minissérie.
Os demais formatos, como o unitário, o telefilme e o docudra-
ma, ainda apresentam fraca produção entre os países Obitel.
Tabela 6. Oferta de capítulos/episódios de ficção
nacional e ibero-americana – 2009-2011
Ficção nacional – capítulos/episódios
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL
2011 1.180 2.163 1.262 1.501 259 1.104 847 2.201 1.372 54 899 12.842
2010 1.173 1.838 1.304 2.630 313 793 935 1.766 1.741 43 380 12.916
2009 1.279 2.307 1.233 - - 1.652 910 1.995 1.874 44 1.426 12.720
TOTAL 3.632 6.308 3.799 4.131 572 3.549 2.692 5.962 4.987 141 2.705 38.478
37. 36 | Obitel 2012
Ficção ibero-americana – capítulos/episódios
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL
2011 1.481 531 4.157 1.067 3.515 368 3.249 462 1.244 3.406 3.544 23.024
2010 2.296 447 3.138 1.128 2.497 623 3.265 676 1.322 2.691 5.429 23.512
2009 2.204 54 3.867 - - 340 2.728 610 1.166 2.543 1.794 15.306
TOTAL 5.981 1.032 11.162 2.195 6.012 1.331 9.242 1.748 3.732 8.640 10.767 61.842
O número total de capítulos/episódios nacionais levados ao ar
em 2011 foi de cerca de 13 mil, mantendo-se estável nos dois últi-
mos anos. O México apresenta o maior número de capítulos/epi-
sódios no ano de 2011, aparecendo o Brasil em segundo lugar e a
Colômbia em terceiro. Esses dados se devem ao aumento no número
de telenovelas exibidas nesses países.
Em 2011, as produções ibero-americanas predominaram sobre
a ficção nacional em países como Uruguai, Venezuela, Equador,
Chile, Estados Unidos e Argentina. O Uruguai foi o país que mais
exibiu capítulos/episódios ibero-americanos, que chegaram a ocu-
par 98% da programação de ficção do país, enquanto sua produção
nacional aumentou em apenas 11 capítulos/episódios.
Considerando os dados do triênio, mais de 100 mil capítulos/
episódios entre nacionais e ibero-americanos foram exibidos nos
países Obitel, sendo 40% nacionais e 60% ibero-americanos. Os
países que, no triênio, menos exibiram capítulos/episódios ibero-
americanos foram Brasil, Espanha e México, e os que mais exibiram
foram Uruguai, Venezuela e Equador.
38. Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 37
Tabela 7. Oferta de capítulos/episódios
por tempo de duração – 2009 a 2011*
12.000
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL
Curta 20 1.036 2.099 2.009 157 734 442 217 100 106 1.167 8.087
Média 1.362 5.117 1.566 2.342 1.623 2.641 10.033 7.370 4.763 2.975 10.370 50.162
Longa 2.250 155 134 1.315 4.804 1.329 1.462 93 114 2.240 141 14.037
TOTAL 3.632 6.308 3.799 5.666 6.584 4.704 11.937 7.680 4.977 5.621 11.678 72.286
O tempo de duração de capítulos ou episódios pode mostrar
tendência de produção diretamente vinculada aos formatos e ao es-
tilo de narrativa. A média e a longa duração estão geralmente asso-
ciadas a capítulos da telenovela, que por sua vez é uma narrativa ex-
tensa. O tempo predominante nos países Obitel é a média duração,
que sobressai em países como Venezuela, Estados Unidos, México
e Brasil, ao passo que a longa duração é mais cultivada no Equador,
Argentina e Uruguai. A curta duração está associada a episódios das
sitcoms e dos quadros de ficção e tem destaque no Chile, Colômbia,
Venezuela e Brasil.
Tabela 8. Coproduções – 2009 a 2011
COPRO- Co-
Argen- Bra- Chi- Equa- Espa- Mé- Por- Uru- Vene- TO-
DU- lôm- EUA
tina sil le dor nha xico tugal guai zuela TAL
ÇÕES bia
2011 1 0 0 3 6 0 3 0 0 1 2 16
2010 1 3 0 0 0 2 1 1 1 3 0 12
2009 3 0 2 - - 6 0 1 0 4 2 18
TOTAL
5 3 2 3 6 8 4 2 1 8 4 42
2009-11
*
O tempo contado exclui os cortes comerciais.
39. 38 | Obitel 2012
A associação entre países para produzir ficção é diretamente
proporcional ao grau de internacionalização de suas televisões, em
particular de sua teleficção. Como se poderá ver no “Tema do Ano”,
essa associação pode dizer respeito ao capital investido, ao roteiro,
ao elenco, às locações etc. Fato recente, as coproduções ainda são
escassas nas televisões abertas dos países Obitel, mas a tendência é
seu crescimento no curto prazo, e talvez em bom ritmo.
Os países Obitel realizaram 16 coproduções em 2011 e esse
número representa uma relativa retomada desse tipo de realização
após a queda de 18 para 12 produções em 2010.
Os países que aumentaram as coproduções no triênio foram
Colômbia, Equador e Estados Unidos, ao passo que Argentina, Chi-
le, Espanha e México tiveram redução. O Brasil, após realizar inves-
timento em três coproduções em 2010, não participou de nenhuma
em 2011. O mesmo aconteceu com Portugal. Numa observação ge-
ral do ano, o país com maior número de coproduções foi o Equador
(6), seguido por Colômbia (3) e Estados Unidos (3).
Tabela 9. Época da ficção por título – 2009-2011
140
120
100
80
60
40
20
0
Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL
Presente 57 114 63 48 86 97 150 80 73 102 126 996
Passado 0 5 6 2 2 44 4 1 7 8 9 88
Histórica 1 11 9 4 3 3 3 3 7 2 3 49
Outras 3 1 0 2 0 1 0 0 0 0 0 7
TOTAL 61 131 78 56 91 145 157 84 87 112 138 1.140
40. Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 39
As histórias com tramas situadas no presente continuam sendo
as preferidas, representando 85% das ficções exibidas no triênio, o
que evidencia a tendência em se abordar temas atuais nas narrativas
televisivas. Podemos notar um pequeno aumento nas produções de
época em relação a 2010, enquanto as ficções históricas não apre-
sentaram grandes alterações.
A Espanha figura como uma exceção entre os países Obitel,
pois diminuiu as tramas ambientadas no presente e aumentou consi-
deravelmente as ficções de época, que chegaram a ser mais da me-
tade de todas as ficções com essa temporalidade exibidas em todos
os países Obitel em 2011.
3. As dez ficções televisivas mais vistas do ano
41. Tabela 11. Os dez títulos mais vistos: origem, formato, audiência e share
País de
Share TV Priv. ou País de
Título Aud. % Formato Canal Casa Produtora origem do
% Pub. exibição
roteiro
1 Passione 44,0 67,1 Telenovela Rede Globo Rede Globo Privada Brasil Brasil
40 | Obitel 2012
2 Fina estampa 40,1 64,0 Telenovela Rede Globo Rede Globo Privada Brasil Brasil
3 Insensato coração 37,1 59,3 Telenovela Rede Globo Rede Globo Privada Brasil Brasil
4 A corazón Abierto (2ª temporada) 35,7 49,7 Série Canal RCN Vista Producciones y RCN Privada EUA Colômbia
5 Ti-ti-ti 32,4 57,4 Telenovela Rede Globo Rede Globo Privada Brasil Brasil
6 Morde & assopra 32,2 54,1 Telenovela Rede Globo Rede Globo Privada Brasil Brasil
7 El Joe la leyenda 31,7 43,1 Telenovela Canal RCN RCN Privada Colômbia Colômbia
8 Tres milagros 29,9 44,5 Telenovela Canal RCN Teleset para RCN Televisión Privada Colômbia Colômbia
9 Los 80: más que una moda 29,8 43,2 Série Canal 13 Wood Producciones Privada Chile Chile
10 Cordel encantado 29,6 52,4 Telenovela Rede Globo Rede Globo Privada Brasil Brasil
11 Tapas e beijos 28,9 48,8 Série Rede Globo Rede Globo Privada Brasil Brasil
El man es German 1ª y 2ª tempo-
12 28,8 42,2 Série Canal RCN RCN Privada Colômbia Colômbia
rada
13 A grande família 28,8 50,1 Série Rede Globo Rede Globo Privada Brasil Brasil
14 Aquele beijo 28,1 51,3 Telenovela Rede Globo Rede Globo Privada Brasil Brasil
42. País de
Share TV Priv. ou País de
Título Aud. % Formato Canal Casa Produtora origem do
% Pub. exibição
roteiro
Canal Ca-
15 El secretario 25,7 36,4 Telenovela Caracol Televisión Privada Colômbia Colômbia
racol
Canal Ca- Espanha/Co-
16 La reina del sur 25,3 36,4 Telenovela R.T.I., Telemundo y Antena 3 Privada Colômbia
racol lômbia/México
17 Araguaia 25,2 48,3 Telenovela Rede Globo Rede Globo Privada Brasil Brasil
CMO
18 Correo de inocentes 24,1 40,2 Série Canal RCN Privada Colômbia Colômbia
Producciones
Canal Ca-
19 La bruja 22,2 31,2 Série Caracol Televisión Privada Colômbia Colômbia
racol
20 El hombre de tu vida 21,4 32,7 Outros Telefé 100 bares y Telefé Privada Argentina Argentina
Canal Ca-
21 Confidencial Segunda temporada 21,3 28,7 Minissérie Caracol TV Internacional. Privada Colômbia Colômbia
racol
22 Eva Luna 20,9 30,4 Telenovela Univision Univisión/ Venevisión Privada Venezuela EUA
23 Malparida 20,9 33,8 Telenovela El Trece Pol-ka Privada Argentina Argentina
24 Los únicos 20,8 30,3 Outros El Trece Pol-ka Privada Argentina Argentina
25 Herederos de una venganza 20,8 32,1 Telenovela El Trece Pol-ka Privada Argentina Argentina
Canal Ca- Caracol Televi-
26 Los Canarios 20,7 33,0 Unitário Privada Colômbia Colômbia
racol sión
27 Una familia con suerte 20,6 29,4 Telenovela Canal 2 Televisa Privada Argentina México
28 Triunfo del amor 20,6 30,8 Telenovela Univision Televisa Privada Venezuela EUA
Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 41
29 Fuerza del destino 20,2 30,4 Telenovela Univision Televisa Privada México EUA
43. País de
Share TV Priv. ou País de
Título Aud. % Formato Canal Casa Produtora origem do
% Pub. exibição
roteiro
30 El puntero 19,7 34,0 Telenovela El Trece Pol-ka Privada Argentina Argentina
31 El laberinto de Alicia 19,6 26,2 Telenovela TVN Próprio Canal Público Chile Chile
42 | Obitel 2012
32 Dos hogares 19,4 25,8 Telenovela Canal 2 Televisa Privada México México
33 Amor sincero 18,5 24,9 Telenovela TC Vista Produc. para RCN Expropriado* Colômbia Equador
34 La que no podía amar 18,4 27,1 Telenovela Canal 2 Televisa Privada México México
35 Teresa 18,2 28,4 Telenovela Univision Televisa Privada México EUA
36 La fuerza del destino 18,2 27,8 Telenovela Canal 2 Televisa Privada México México
37 Aquí mando yo 18,0 32,1 Telenovela TVN Próprio Canal Público Chile Chile
38 La Doña 17,2 24,8 Telenovela CHV Próprio Canal Privada Chile Chile
39 40 y tantos 17,2 27,0 Telenovela TVN Próprio Canal Público Chile Chile
40 Una familia con suerte 16,0 25,0 Telenovela Univision Televisa Privada Argentina EUA
41 Espírito Indomável 15,4 40,8 Telenovela TVI TVI / Plural Entertainment Privada Portugal Portugal
42 Rosario Tijeras 15,3 22,8 Telenovela Teleamaz. Teleset para RCN Privada Colômbia Equador
43 La reina del sur 15,2 23,7 Telenovela Canal 9 Telemundo/Antena 3 Privada Espanha México
44 Vivir la vida 15,2 27,2 Telenovela 12 Rede Globo Privada Brasil Uruguai
45 Su nombre es Joaquín 15,0 21,7 Telenovela TVN Próprio Canal Público Chile Chile
46 Los únicos 14,9 25,2 Série 12 Pol-ka Privada Argentina Uruguai
44. País de
Share TV Priv. ou País de
Título Aud. % Formato Canal Casa Produtora origem do
% Pub. exibição
roteiro
47 El encanto del águila 14,8 19,6 Série Canal 2 Televisa Privada México México
48 El equipo 14,6 19,8 Série Canal 5 Televisa Privada México México
49 Amorcito corazón 14,6 24,1 Telenovela Canal 2 Televisa Privada Venezuela México
50 Herederos de una venganza 14,3 30,2 Telenovela 12 Pol-ka Privada Argentina Uruguai
51 Cesante: todo por la pega 14,2 20,7 Telefilme CHV Próprio Canal Privada Chile Chile
52 Peleles 14,1 19,7 Telenovela Canal 13 Próprio Canal Privada Chile Chile
53 Adicciones 14,1 25,9 Unitário 12 Contenidos TV Privada Uruguai Uruguai
54 Infiltradas 14,0 20,2 Telenovela CHV Próprio Canal Privada Chile Chile
55 La reina del sur 13,8 20,8 Telenovela Telemundo Telemundo/RTI Privada Espanha EUA
56 Témpano 13,8 21,4 Telenovela TVN Próprio Canal Público Chile Chile
57 Llena de amor 13,5 22,0 Telenovela Univision Televisa Privada Venezuela EUA
58 Cuna de Gatos 13,5 30,3 Telenovela 12 Rede Globo Privada Brasil Uruguai
59 La Pareja Feliz I 13,4 22,2 Série Teleamaz. Teleamazonas Privada Equador Equador
60 El elegido 13,2 22,6 Telenovela Telefé El Arbol - Telefé contenidos Privada Argentina Argentina
61 Águila Roja 13,0 29,1 Série La1 Globomedia Pública Espanha Espanha
62 Los héroes del norte 12,9 19,6 Série Canal 5 Televisa Privada México México
Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 43
63 Malparida 12,8 26,8 Telenovela 12 Pol-ka Privada Argentina Uruguai
45. País de
Share TV Priv. ou País de
Título Aud. % Formato Canal Casa Produtora origem do
% Pub. exibição
roteiro
64 Ni contigo ni sin ti 12,8 21,0 Telenovela Canal 2 Televisa Privada Brasil México
65 Sacrificio de mujer 12,7 27,4 Telenovela TC Venevision Productions Expropriado* Venezuela Equador
44 | Obitel 2012
66 Cuna de gato 12,4 17,8 Telenovela Ecuavisa Rede Globo Privada Brasil Equador
67 Un año para recordar 12,4 18,6 Telenovela Telefé Underground contenidos Privada Argentina Argentina
68 Mi Recinto 12,3 18,4 Série TC TC Televisión Expropriado* Equador Equador
69 Mar de Amor 12,3 31,8 Telenovela 12 Televisa Privada México Uruguai
70 La rosa de Guadalupe 12,1 20,0 Unitário Univision Televisa Privada México EUA
71 Mujeres asesinas 12,0 19,0 Série Univision Televisa Privada Argentina EUA
72 Cuando me enamoro 12,0 21,0 Telenovela Univision Televisa Privada México EUA
73 Passione 12,0 25,6 Telenovela 12 Rede Globo Privada Brasil Uruguai
Espanha/Co-
74 La reina del Sur 12,0 19,6 Telenovela 4 RTI, Antena 3, Telemundo Privada Uruguai
lômbia
Sony Entertainment Television
75 La Ninera 11,9 22,6 Série 10 Privada EUA Uruguai
y Telefe
76 Remédio Santo 11,8 32,2 Telenovela TVI TVI / Plural Entertainment Privada Portugal Portugal
77 La Pareja Feliz III 11,6 19,6 Série Teleamaz. Teleamazonas Privada Equador Equador
78 El Fantasma del GH 11,6 22,6 Telenovela TC Teleset para RCN Expropriado* Colômbia Equador
46. País de
Share TV Priv. ou País de
Título Aud. % Formato Canal Casa Produtora origem do
% Pub. exibição
roteiro
Espanha/Co-
79 La Reina del Sur 11,2 18,7 Telenovela Ecuavisa Telemundo/Antena 3 (Es) Privada Equador
lômbia/EUA
RGB Enterteinment Telefé
80 Cuando me sonreis 11,1 16,3 Outros Telefé Privada Argentina Argentina
contenidos
81 La Rosa de Guadalupe II 11,0 15,6 Telenovela Gama TV Televisa Expropriado* México Equador
82 Anjo Meu 10,8 33,2 Telenovela TVI TVI / Plural Entertainment Privada Portugal Portugal
83 Mar de Paixão 10,7 34,1 Telenovela TVI TVI / Plural Entertainment Privada Portugal Portugal
SIC/SP Televisão / Rede
84 Laços de Sangue 10,4 30,0 Telenovela SIC Privada Portugal/Brasil Portugal
Globo
85 Cuéntame cómo pasó 9,9 22,5 Série La1 Grupo Ganga Pública Espanha Espanha
86 O Dom 8,8 33,9 Minissérie TVI TVI / Plural Entertainment Privada Portugal Portugal
Morangos com AçúcarVIII: Agarra
87 8,3 27,9 Série TVI TVI / Plural Entertainment Privada Portugal Portugal
o teu futuro
88 Rosa Fogo 8,2 23,1 Telenovela SIC SIC/SP Televisão Privada Portugal Portugal
89 El barco 8,1 18,9 Série A3 Globomedia Privada Espanha Espanha
90 La República 8,0 17,1 Série La1 Diagonal TV Pública Espanha Espanha
91 Gran reserva 7,9 18,4 Série La1 Bambú Producciones Pública Espanha Espanha
92 Marco 7,8 17,1 Minissérie A3 A3, Bambú Producciones Privada Espanha Espanha
Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 45
93 Aída 7,8 17,2 Série Tele5 Globomedia Privada Espanha Espanha
47. País de
Share TV Priv. ou País de
Título Aud. % Formato Canal Casa Produtora origem do
% Pub. exibição
roteiro
Espanha/Hun-
94 El ángel de Budapest 7,8 18,7 Telefilme La1 TVE y DLO Pública Espanha
gria
95 Mañana es para siempre 7,7 16,8 Telenovela Canal 9 Televisa Privada México Argentina
46 | Obitel 2012
96 Gran hotel 7,6 18,5 Série A3 Bambú Producciones Privada Espanha Espanha
97 La fuerza del destino 7,4 16,4 Telenovela Canal 9 Televisa Privada México Argentina
98 La viuda joven 7,2 29,5 Telenovela Venevisión Venevisión Privada Venezuela Venezuela
99 Los misterios de Laura 7,1 16,6 Série La1 Ida y Vuelta P.F. Pública Espanha Espanha
100 Conta-me como foi 6,9 17,1 Série RTP1 RTP/SP Televisão Pública Espanha Portugal
101 Sedução 6,7 29,3 Telenovela TVI TVI / Plural Entertainment Privada Portugal Portugal
102 La mujer perfecta 6,5 26,7 Telenovela Venevisión Venevisión Privada Venezuela Venezuela
103 Pasión Vallenata 5,9 24,5 Minissérie Venevisión Caracol TV Privada Colômbia Venezuela
104 La Leyenda Continua 5,8 23,2 Minissérie Venevisión Caracol TV Privada Colômbia Venezuela
105 Chepe Fortuna 5,7 23,6 Telenovela Televen RCN Televisión Privada Colômbia Venezuela
Venevisión Internacional Venezuela /
106 Eva Luna 5,7 27,6 Telenovela Venevisión Privada Venezuela
Univisión EUA
107 Oye Bonita 5,6 33,1 Telenovela Venevisión Colombiana Televisión Privada Colômbia Venezuela
108 Tierra de Cantores 5,6 23,2 Minissérie Venevisión Caracol TV Privada Colômbia Venezuela
109 Natalia del Mar 5,5 33,6 Telenovela Venevisión Venevisión Privada Venezuela Venezuela
110 La Fuerza del Destino 5,5 32,8 Telenovela Venevisión Televisa Privada México Venezuela
* São canais administrados pelo Estado desde sua estatização.
48. Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 47
A tabela 11 apresenta os dez títulos mais vistos em cada um
dos 11 países Obitel, classificados por índices de audiência e totali-
zando 110 ficções. Entre os dez primeiros lugares estão seis ficções
brasileiras, três colombianas e uma chilena; oito são telenovelas e
duas são séries: uma colombiana e uma chilena. Cabe destacar que
em primeiro lugar está a telenovela brasileira Passione, seguida por
Fina Estampa e Insensato Coração, todas da Rede Globo. Em quar-
to lugar aparece a série colombiana A corazón abierto, em segunda
temporada, sendo que a primeira temporada foi transmitida como
telenovela, tendo sido primeiro lugar entre as ficções de 2010. Além
disso, chama a atenção por ser um roteiro importado, o que nun-
ca havia acontecido no topo das ficções mais vistas. Em 2011, um
outro roteiro importado só aparece na 22ª posição, com Eva luna,
original da Venezuela exibido nos Estados Unidos.
Ainda sobre a circulação de roteiros entre os títulos de maior
audiência, 37 são de roteiros importados (34%), enquanto 73 (64%)
são do próprio país que os produziu, indicando a preferência por
histórias nacionais, conforme vem sendo destacado desde o início
das pesquisas do Obitel.
Entre as 110 produções que figuram no top ten de 2011, 16 são
coproduções, número menor que as 26 observadas em 2010. Entre
os dez primeiros colocados figuram duas coproduções colombianas,
A corazón abierto e Tres milagros, a mesma quantidade de copro-
duções registrada no ano anterior.
Dos 110 títulos mais vistos, pouco mais de 10% foram exibidos
em canais públicos, o que se deve à predominância maciça de emis-
soras privadas nos 11 países Obitel (ver tabela 1).
50. Síntese comparativa dos países Obitel em 2011 | 49
Entre os dez títulos mais vistos em cada país, observa-se a lide-
rança absoluta do formato telenovela, com 69 produções. Entre as
dez produções mais vistas no Brasil, Chile e Estados Unidos, 80%
são telenovelas, e em todos os países Obitel as telenovelas nunca
estão abaixo dos 60% das ficções mais vistas do ano. A exceção
fica por conta da Espanha, que não produziu nenhuma telenovela,
mas lidera com as séries num total de oito produções, repetindo o
feito do ano de 2010. A Colômbia é o único país com uma produção
equilibrada, 40% são telenovelas e 40% séries.
O formato que ocupa a segunda colocação entre os dez títulos
mais vistos é a série, com um total de 26 produções.
Quanto à faixa horária, o horário nobre é quando são veicula-
dos 81% dos títulos mais vistos em 2011, seguido da faixa da tarde,
com 13%, e do horário da noite, com 7%. O horário da manhã não
é usado para exibir qualquer título dos top ten, sequer como horário
alternativo.
4. O mais destacado do ano nos países Obitel
Em um ano de múltiplas configurações nos ecossistemas mi-
diáticos e de mudanças nas pautas de consumo e recepção das au-
diências televisivas ibero-americanas, a ficção – como indústria e
como formato – tem procurado a maneira de diversificar sua oferta
narrativa e temática com a intenção de tentar chegar a todos os pú-
blicos possíveis.
Uma das estratégias visível em todos os países Obitel é a busca
de interatividade nos produtos de ficção, pois, tal como se mostra
na recepção transmidiática deste capítulo comparativo, a maioria
das produções está levando suas narrativas para outras telas, prin-
cipalmente para as do computador e do telefone celular, ambas em
simbiose com a internet.
É claro que essas mudanças transmidiáticas também costumam
estar acompanhadas de uma reestruturação narrativa da ficção; por
exemplo, o Brasil novamente assumiu a vanguarda ao dotar suas
ficções de um sentido de autorreferencialidade, propiciando a ex-