Este documento discute técnicas de leitura crítica e pensamento crítico, com foco no ensino de ciências. Ele apresenta princípios de leitura crítica, como avaliar argumentos e motivações em um texto. Também discute como aplicar essas técnicas na sala de aula usando exemplos como mudança climática e negacionismo científico. Finalmente, fornece dicas para identificar boatos online e pesquisar informações de forma responsável.
3. Pensamento crítico
What is Critical Thinking
https://www.youtube.com/watch?v=J0yEAE5owWw
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015
“The careful application of reason in the
determination of whether a claim is true”
Moore, B. N., & Parker, R. P. (2012). Critical Thinking (10th ed., p. 576). McGraw-
Hill Education.
• Leitura cuidadosa e com atenção
• Pensar criticamente e logicamente
• Julgar crenças
• Aplicar a problemas reais
4. Pensamento crítico
“It requires resisting the lure of teaching more
content and instead, emphasizing the skills
needed to acquire and order that ever-growing
cache of information”
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015
Crow, L.W. 1989, The Nature of Critical Thinking. Journal of College Science Teaching 19(2), 114–
116
5. Pensamento crítico
“… it is a mistake to conceptualize critical
thinking in terms of skills or processes. Rather, a
justifiable conception of critical thinking must be
explicitly normative, focusing on the adherence
to criteria and standards”
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015
Bailin, S. (2002). Critical thinking and science education. Science & Education, 11(4), 361–375.
6. Princípios de leitura
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015
• O processo de leitura é dependente do
propósito
• Como fazer anotações e consultar fontes
• Motivar a leitura fora da sala de aula
• O conteúdo reflete a perspectiva do autor
• O conteúdo reflete um contexto social
• Argumentos, motivações e finalidade
• Guia de leitura
Bean, J. C., & Weimer, M. (2011). Engaging Ideas: The Professor’s Guide to Integrating Writing,
Critical Thinking, and Active Learning in the Classroom. Wiley.
7. O que avaliar
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015
• Quais as motivações do conteúdo?
– Racionais
– Emocionais
– Financeiras
• Quais os argumentos?
– Fontes
– Evidências
9. Temas que se beneficiam
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015
• Problemas científicos
– Aquecimento global
– Evolução
• Problemas éticos
– Clonagem
– Células tronco
– Aborto
– Vacinação
– Questões de gênero
10. Para uma atividade de leitura
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015
• Explicar o conceito de antemão
– O objetivo é avaliar o conteúdo
– Contrapontos podem ser produtivos1
• Buscar fontes de leitura
– Blogs, sites, vídeos, etc.
• Leitura e avaliação em grupo pelos alunos
– Analisar, avaliar, resumir
• Escrita
– Aplicar
– Blogs
Nelson, C. E. (2008). Teaching evolution (and all of biology) more effectively: Strategies for
engagement, critical reasoning, and confronting misconceptions. Integrative and Comparative
Biology, 48(2), 213–25
11. Exemplo: Leitura de artigos
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015
• Avaliação de artigo
– Resultados
– Controle
– Reprodutibilidade
– Aleatorização
– Plausível
Peter Ommundsen - Critical Thinking in Biology:
Case Problems
A Guide for Instructors
http://capewest.ca/ct.html
12. Exemplo: bicarbonato e câncer
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015http://scienceblogs.com.br/rnam/2008/11/bicarbonato-nao-cura-o-cancer/
http://scienceblogs.com.br/rnam/2009/07/bicarbonato_de_sodio_funciona/
13. Exemplo: Duesberg e HIV
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015
http://super.abril.com.br/saude/hipotese-aids-se-virus-hiv-for-inocente-440260.shtml
http://super.abril.com.br/ciencia/hiv-inocente-441808.shtml
14. Exemplo: Duesberg e HIV
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015
• Quem é o autor?
• Quais são as alegações dele?
– AIDS confinada a homens nos EUA
– Não existe micróbio que leve 10 anos para causar
doença
– AIDS é causada pelo consumo de drogas
– AZT está matando Magic Johnson
– Portadores de HIV na África não desenvolvem AIDS
• Como Duesberg testou estas hipóteses
• O que aconteceu com a África do Sul após adotar
essa ideia?
• O que outros cientistas pensam a respeito?
16. Origem dos negadores da ciência
• Não tratarei por assunto.
• Diversas motivações:
– Religiosas
– Ideológicas/políticas
– Econômicas
– Vaidade (ou “jogar verde”)
– Emocionais (ética?)
– Ignorância + preguiça
– HueHueHue Br
• Não são mutuamente excludentes.
Paulo M. Nascimento
17. Dicas para detectar um negador científico
• Alegações são sempre parecidas:
– Uma “verdade” que só o indivíduo/grupo em
questão sabe;
– Geralmente essa “verdade” nega algo bem
consolidado cientificamente, gerando interesse;
– Uma conspiração do grupo “dominante”,
envolvendo a mídia e outros meios de
comunicação;
– Sabotagem e boicote do grupo “dominante”
contra o indivíduo/grupo em questão;
Paulo M. Nascimento
18. Dicas para detectar um negador científico
• Alguns são mais complicados:
– Há cientistas reais envolvidos?
– A área que ele critica é a mesma que ele trabalha?
– Qual veículo a crítica é feita? Academicamente ou
mídia?
– Qual mídia? Mídia patrocinada ou
ideologicamente engajada?
– Se academicamente, qual o patrocínio?
– Quais os argumentos deles? Fundamentos?
Paulo M. Nascimento
19. Dicas para detectar um negador científico
• Alguns são mais complicados:
– Se academicamente, qual a aceitação de suas ideias e críticas dos demais?
– Exemplo: carta à Dilma dos 18 cientistas que negam a mudança climática
– 4 aposentados
• 1 membro da academia brasileira de ciências, currículo notório (geólogo)
• 1 pesquisador do INPE, atual professor da Federal de Alagoas
• 1 professor aposentado do ITA
• 1 professor aposentado da UFCE
– 4 professores da geografia (dois USP, um UNESP, um UDESC - Santa Catarina)
– 6 geólogos (dois da UFRJ, um da UFPR, dois do CPRM, pra aposentar, um
blogueiro anti-ambientalista)
– 1 engenheiro eletrônico, professor associado da história da USP (história da
tecnologia)
– 1 engenheiro de produção, prof. associado da engenharia de São Carlos (USP)
– 1 geógrafo que dá aula na geologia (adjunto) da UNB
– 1 engenheiro ambiental, fazendo doutorado em geociências na UNB
Paulo M. Nascimento
20. Dicas para prevenir
• Estudar BEM esses assuntos.
• Ter sempre os contra-argumentos prontos (estudar o
“inimigo”).
• Abordar primeiro.
• Abordar com atenção aos detalhes, e dar atenção
especial às dúvidas.
• Nunca negar as falhas ou problemas da teoria, mas
também não enfatizar.
• Não responder às dúvidas na defensiva.
• Dar as fontes pra pessoa, e depois discutir.
Paulo M. Nascimento
21. Conclusão
• Críticas são ruins?
• Ciência erra?
• É preciso ver a forma como se critica, o
fundamento e as ferramentas
• No futebol, não pode pegar a bola com a mão
(salvo o goleiro)
Paulo M. Nascimento
25. Pede para ser repassado
Atila Iamarino | IB/USP Janeiro 2015
http://ipodschool.com/2013/02/mensagens-falsas-sao-enviadas-
constantemente-pelo-whatsapp/