SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 44
Downloaden Sie, um offline zu lesen
s:
       Contando Sabere
                       A
HISTORIAS DA DONA FIOT




          I
      BEABA DA DONA FIOTA
            VOL. 4
Fundação Guimarães Rosa apresenta:




         Contando Saberes:
    i
Historias da dona Fiota
        Beabá da Dona Fiota - Vol. 4




     Kelly Cardozo e Rosângela Gontijo




                Ilustração
         Guilherme Rocha - “FUDI”
s
                                                                                  ‘
                                                 aPresentaCao

                                  Vo lume            4 . bea ba da do n a F io t a
                                                                       i




Pronto, agora sim! Vamos aprender sobre a Língua da Tabatinga. Neste volume, desvendaremos
os segredos dessa gíria de origem Banto. De onde veio? Como chegou? Como Dona Fiota
aprendeu essa língua? Como ela passou seus ensinamentos para as crianças? Além de tudo
isso, vamos mostrar sua relevância para a cultura e o patrimônio de Bom Despacho.

Importantes referências sobre as línguas africanas e afro-brasileiras, usadas como base neste
trabalho, foram publicadas pela Doutora de Etnolingüista Yeda Castro, que diz: “O negro banto,
pela antiguidade, volume populacional e amplitude territorial alcançada pela sua presença
no Brasil Colônia, como os outros, adquiriu o português como segunda língua, tornando-se
o principal agente transformador da língua portuguesa em sua modalidade brasileira e seu
difusor pelo território brasileiro sob regime colonial e escravista.” (CASTRO, Yeda Pessoa de. As Influências
Africanas no Português Brasileiro. http://www.smec.salvador.ba.gov.br/documentos/linguas-africanas.pdf. Acesso em 10/04/08).


O objetivo é tornar a língua da “tabaca” símbolo de Identidade Cultural Afro. Por isso, será
apresentada e ensinada de maneira lúdica e prazerosa, por meio de músicas parodiadas. No
final da cartilha, montamos dois dicionários: um da Dona Fiota e outro com algumas palavras
retiradas do Dicionário Banto, do autor Nei Lopes (2005).

Esta foi a forma que a Equipe da Fundação Guimarães Rosa encontrou para manter e preservar
um precioso bem cultural para as gerações futuras.



                                                                                           Equipe Fundação Guimarães Rosa
Hoje, vou ensinar para a turminha do
    Bruno algumas palavrinhas, músicas
    e histórias da nossa língua.

    Hummm! Eles vão adorar: fiz bolinho
    de feijão com suco de manga.




4
Oi, Bruno, a que horas seus amiguinhos virão para
                              o nosso encontro? Já está tudo preparado!




Oi, vovó Fiota! Combinei de chamá-los
quando estivesse tudo pronto.




                                                                    Ah, sim? Então, pode chamá-los!




                                                                                                  5
Bruno sai pelas ruas da Tabatinga
    convocando a turma: Virgínia, Clayton,
    Matheus, Carol e Danielle.

    Depois de todos reunidos, Virgínia
    encontra com seu avô, Bené Peão.




6
O qUê?
Sua benção, vô?




                  BENÇÃO!!!
                              Deus te abençoe! Aonde vocês vão?




                                                                  7
Lá está ela. Fiota ocaia ocora
                    cajuvira que acacha no conjolo,
                    catita na Tabatinga!




    VAMOS à CASA
    DA DONA FIOTA
    PARA APRENDER
    A LÍNGUA DA
    “TABACA”!




8
O que ele disse? Nossa! Não entendemos nada.




                                               9
Eu disse: Fiota, mulher idosa, negra que
     mora na casa simples da Tabatinga.
                                                Nossa, que bacana!




10
Ah! Mas a Fiotinha vai ensinar mais a vocês,
porque eu também aprendi com a mãe dela, a
Dona Maria Baiana. Tchau, meninos, e que vocês
aprendam muito com a Dona Fiota.




                                                 Tchau, Seu Bené!




                                                                    11
Olá, meninos e meninas, entrem e sentem no dicurima!




                                    O que é isso? Sentar onde?




                                                                 No chão, crianças!




12
Meninos, vou contar como eu aprendi a
                        Língua da Tabatinga e de onde ela veio.




Ah, ah, ah, ah, ah!!!




                                    que bom, Dona Fiota. Estamos todos
                                    curiosos e queremos muito aprender.




                                                                      13
Também fiz uns bolinhos de feijão com suco
                de manga para o nosso lanchinho.




     Hummm, que delícia, eu adoro bolinho de feijão!




14
Crianças, em nosso último encontro eu disse que essa língua foi ensinada para a
minha mãe e ela me ensinou.

Como vocês contaram várias histórias sobre a África, fiquei pensando como é
grande o continente. Por isso, vou falar um pouco sobre a língua da “tabaca”. Não
sei afirmar ao certo de que país veio a nossa gíria.

O povo da redondeza diz que essa língua veio com o povo Banto. Minha mãe me falou
que ela servia para nos defender e ludibriar os policias e as pessoas que não eram
do nosso bairro.




                                                                                     15
Sim, Bruno, conversar na
     É mesmo, vovó? Então, é por   gíria é muito legal.
     isso que a senhora ainda
     conversa usando a gíria?




16
Isso mesmo, Clayton. Há alguns anos, muitos dos
                                    nossos vizinhos falavam a Língua da Tabatinga. Mas,
                                    infelizmente, vários já se foram por causa da idade
                                    avançada ou se mudaram. E, hoje, a língua está
                                    ameaçada. Por isso, quero ensiná-la a vocês.

Então, Dona Fiota, outras pessoas
conheciam a língua?




                                                                                          17
Meu avô conhece um pouco a
               língua da “tabaca”, Dona Fiota!




     É verdade, Virgínia. Seu avô aprendeu
     com a minha mãe.




18
Esse Bené Peão é danado, não tem
cavalo que o derrube. Ele foi um grande
campeão de rodeio por essas bandas e                      A senhora tem razão, ele foi
também em Barretos. Entre um rodeio e                     tricampeão em Barretos, cidade que
outro, curioso como ele só, vinha para                    fica no Estado de São Paulo. Isso nos
minha casa aprender a gíria.                              anos de 1973, 1974 e 1975.




                                          Sim, ele é fantástico!




                                                                                              19
Meninos! Voltemos para o nosso assunto. Alguns estudantes de Bom Despacho
     e região, preocupados com o desaparecimento da gíria, vieram aqui para
     aprender comigo sobre a Língua da Tabatinga.

     Eles voltaram depois e trouxeram músicas em paródia, que vou ensinar a vocês.
     Assim fica mais fácil aprender.

     Os estudantes contaram que essa tal paródia é uma música conhecida com a
     letra modificada, porém sem alterações na melodia, no ritmo.

     qual de vocês conhece a música “Ciranda Cirandinha”?




                          Eu! Eu! Eu também!




20
Então, vou cantar para vocês:    Tradução

Fiota, Fiotinha, ocaia ocara     Fiota, Fiotinha, senhora idosa
cajuvira de tiparas tão auique   Negra de olhos tão doces
e arunangas bem catitas          E roupas bem coloridas

Ajuda a camoninhos               Ajude as criancinhas
A gíria tipurar                  A gíria aprender
Trás undara a todo cumba         Traz conhecimento todo dia
quem quiser pode cachá           quem quiser, pode aprender

Cureia matambu                   Come mandioca
Gambelera de cangura             Carne de porco
Cajuvira conve-congo             Café com pão
Com costela de gambê.            E banana.




                                                                  21
É verdade, Matheus. E, mais, vocês
                                      conhecem a música “A Canoa Virou”?
 que maravilha, Dona Fiota!
 Assim realmente fica mais fácil
 aprender a língua!




                                   Sim!




22
A ocaia avura
Da gonrange da conjô
Tipura o cuete na conjô do Dodô
O cuete é catito
Cachá cajuvira com mavero
Cureia todo cumbo
Açongo e tipogue.




                                  Tradução

                                  A moça bonita
                                  Da porta da casa
                                  Olha o rapaz, na casa do Dodô
                                  O rapaz é bonito
                                  Bebe leite com café
                                  E come arroz com feijão todo dia.


                                                                      23
Claro que é, Carolzinha. Vocês acreditam
                                     que aqui em Bom Despacho existe um grupo
                                     chamado “Encantos de Minas” que canta
                                     algumas músicas na Língua da Tabatinga?




     Nossa, Dona Fiota, essa
     é ainda mais fácil!




                                      Sim, Carol, é verdade. O cantor e
        Fala sério, Dona Fiota! Um
                                      compositor Toninho Saudade até me deu
        grupo que canta músicas
                                      de presente uma de suas músicas.
        na Língua da Tabatinga?




24
O CAFUVIRA qUE INJIRÁ (O NEGRO qUER LIBERDADE)
          Compositor: Toninho Saudade

 Vou injirá lá na cumbava e no conjolo do granjão quero rezar
    Vou correr lá na cidade e na casa de Deus quero rezar
    Vou caxá pro cuete inganga que o cafuvirá quer injirá
       Vou falar pro padre que o negro quer se libertar.

    O cafuvira quer cassucará com o ocaia cor de omenha
       O negro quer se casar com moça de pele branca
     Mas, o ingura atiapo tá, nem o assango da pra caxá
     Mas, o dinheiro pouco tá, nem arroz dá pra comprar.

                  Eu vou caxá matuaba no tué
            Vou beber cachaça, até não parar em pé
          Vou rasta o longado, no conjolinho de sapé
           E depois vou dançar lá na casinha de sapé
  Vou pegar meu imbanjeco e pro conjolo da ocaia vou injirá
   Vou pegar meu berimbau e na casa da mulher vou chegar
   Vou ficar com os tipara arriba pro cavigueiro não tipurá
  Vou ficar de olhos abertos pro sinhozinho não desconfiar.

    O cafuvira quer cassucará com o ocaia cor de omenha
       O negro quer se casar com moça de pele branca
     Mas, o ingura atiapo tá, nem o assango da pra caxá
     Mas, o dinheiro pouco tá, nem arroz dá pra comprar.

           Vou curimar lá no sengue do cavingueiro
            Vou trabalhar lá na roça do sinhozinho
        O cureio é catita, só caxa assango e tipoquero
        A comida é ruim, só tem arroz com feijãozinho.

 Vou injirá lá na cumbava e no conjolo do granjão quero rezar
    Vou correr lá na cidade e na casa de Deus quero rezar
    Vou caxá pro cuete inganga que o cafuvirá quer injirá
       Vou falar pro padre que o negro quer se libertar.

    O cafuvira quer cassucará com o ocaia cor de omenha
       O negro quer se casar com moça de pele branca
     Mas, o ingura atiapo tá, nem o assango da pra caxá
     Mas, o dinheiro pouco tá, nem arroz dá pra comprar.



                                                                25
Claro que vocês vão! Agora, vou falar
                                   várias palavras da nossa língua.
 Assim, vamos aprender rapidinho
 a gíria, Dona Fiota!




26
Dicionário da Dona Fiota




                           27
A                   Carigueiro – patrão
                                             Cafanhate – dente
     Acacha – pegar
                                             Chipango – chapéu
     Açango – arroz
                                             Conjô ou conjolo – casa
     Arufim – peixe
                                             Conjô de cachá de pequera – cama de
     Arunanga – roupas
                                             dormir
     Arunanga Avura – roupas ruins
                                             Conjolo do Granjão – Casa de Deus
     Arunanga Catita – roupas coloridas
                                             Coverá – doença
     Atiapo – pouco / difícil
                                             Covera – morrer
     Avero – leite
                                             Cuete – homem
     Auique – açúcar / doce
                                             Cumbara – cidade
                         B                   Cuçucara – padre
                                             Curimar – trabalhar/ rezar/ dançar/ brincar
     Beca – calça
                                             Cumba – sol / dia
     Bugue – milho
                                                                 D
                         C
                                             Descamba – terminar de modo contrário ao
     Cacaio – saco de viagem
                                             esperado
     Cachá – pegar
     Cachá de cureio – mesa                                      E
     Camberera de gombê – carne de boi
     Camberera de canonhora – carne de       Esquife – dormir
     galinha                                                     F
     Camberera de cangura – carne de porco
     Camona – mulher                         Farófia – farofa / farinha
     Camoninho – criança / menino            Fiote – elegante / dengoso ou namorados
     Catito (a) – simples / pequeno          Fuleiro – ordinário / sem valor
     Cano de viriango – macarrão
                                                                 G
     Cajuvira – café
     Cassucará – casar                       Gombê – roça
     Catatau – pessoa pequena                Goranjame – porta



28
Guarajame – jardim                    Pito congeme – pessoa que morreu
Guarajamo – cemitério                 Pó-de-matambu – farinha de mandioca
                                      Pó-de-bugue – fubá
                      I
                                                           S
Imbanjo – rua
Imbanjo-de-cotinhame – mão            Sarará – mulato / arrumado / alourado
Imbanjeco – berimbau                  Saboro – ovos
Imbuta – cobra ou lingüiça            Serelepe – esperto
Inganga – padre
Injirá – liberdade / correr                                T

                      M               Tinhame – pé
                                      Tiploque – sapato
Macanja – cigarro                     Tipoque – feijão
Macanja de palha – cigarro de palha   Tiporé – laranja
Matambu – mandioca                    Tipura – olhos
Matuaba – pinga / cachaça             Tipurá – olhar
Mungue – sal                          Tipurou – levar
Muque – revólver                      Tué – cabeça
                      O                                    U
Ocaia – mulher / esposa               Undara (o) – luz / fogo
Ocora – idoso (a) / velho (a)         Urumo – carro
Omenha – água                         Urunanga – calça
Omana – irmão / irmã
Orangó – cavalo                                            V
Orangô – cabelo
Orelo de cangura – gordura            Viriango – polícia

                      P                                    X

Pecine – óculos                       Ximpar – beber / tomar um gole



                                                                              29
Então, camoninhos, o   Dona Fiota, foi ótimo aprender
     que vocês acharam?     com os exemplos de palavras
                            e com as músicas.




                                    Eu também adorei conhecer essas
                                    musiquinhas. Vou até ensinar para
                                    os meus colegas de classe!




30
que bom que vocês gostaram!


                                                    Claro que sim, Dona Fiota.




                              Pessoal, está tarde. É melhor a gente ir!




                                                                                 31
É verdade. Dona Fiota, esses                    Obrigada, camoninhos. Em nosso
     bolinhos de feijão com suco de                  próximo encontro teremos mais
     manga estavam uma delícia!                      histórias, não é turminha?




                                      Sim, Dona Fiotinha. Em nosso próximo encontro
                                      queremos contar para a senhora o que aprendemos
                                      sobre as famílias africana e afro-brasileira!




32
que maravilha! Vou saber mais sobre a família dos
nossos ancestrais e também falar um pouquinho
sobre a nossa família. Isso vai ser bom demais!

                                                    Será mesmo!




                                                                  33
Aguardo vocês! Tchau, pessoal.




                                      Tchau, pessoal.




34
Dicionário Banto do Brasil
     Autor: Nei Lopes




                             35
A                      Bidu – bicho-papão
                                                Bugiganga – objeto de pouco valor
     Abancar – corre fugido
                                                Bugue – milho
     Abica – escravo africano
     Abundo – negro de Angola                                       C
     Acrepu – mão
     Afu – defunto                              Cacaio – saco de viagem
     Aluá – bebida a base de arroz / milho      Cacerenga – faca pequena
     torrado ou abacaxi                         Cachia – chegar / estar
     Amuxilar – arruinar / derrotar             Cacunda – dorso / costa
     Anangaio – tarde / tardinha                Cafanhate – dente
     Andame – perna                             Cafuzo – mestiço de negro e índio
     Angu – pirão ou papa de farinha de milho   Camberera – carne
     Arengá – tarefa                            Caméria – cara / boca
     Arirê – canto / cantiga                    Camoná – menino / filho
     Arunanga – roupa de ritual orixá           Camucá – mãe
     Atalaia – vigia / sentinela                Candombe – batuque / dança de negros
     Avere – homem branco                       Candomblé – tradição religiosa / culto aos
     Avero – leite                              orixás jeje-nagô
     Azangar – irritar / zangar                 Capoeira – jogo afro-brasileiro
                                                Caramutanje – negro novo, recém-chegado
                         B
                                                da África
     Bá – forma reduzida de babá / ama-seca     Carangonço – escorpião
     Bacaca – tolo / boboca                     Carenga – mulher
     Bacorinha – chapéu alto                    Cariengue - gato
     Bagunça – desordem / confusão              Carunga – casar
     Balangandã – ornamento c/ penca de         Catatau – pessoa de baixa estatura
     enfeites / amuletos                        Catiça – ajudar
     Balongo – feiticeiro                       Catito (a) – pequeno / baixo
     Banana-nanica – banana anã                 Chia – manteiga
     Beca – veste talar / túnica                Chipango – chapéu



36
Cocar – fitar / olhar / espreitar            Furupa – alegria
Conjó-joviti - cemitério                     Fuzuê - festa
Cueto – companheiro
                                                                 G
Cumbara – cidade
Cumba – sol / dia / hora                     Galalau – homem de estatura alta
Curima – trabalhar / serviço                 Gandu – jacaré
                                             Gararube – pente
                      D
                                             Garingonga – prato
Dandará – filho / menino                     Gatuvira – café
Dandarau – criança                           Gimbra – dinheiro
Dengo – carinho                              Gomba – casado
Descambada – lapso / erro                    Grilo – nome dado pelos escravos aos
Dibungo – copo                               guardas
                                             Guzo – força
                      E
                                                                  H
Emba – mel
Empombar – zangar-se / irritar-se            Humbo – berimbau-de-barriga
Encafifado – sem jeito / sem graça           Hungu – tambor usado no acompanhamento
Escarumba – homem negro                      da dança jongo

                      F                                           I

Farofa ou farófia – mistura de farinha com   Iacala – homem (do quicongo eiakala yakala)
gordura                                      Imbambe – frio
Fiote – elegante / dengoso ou namorador      Imbanjo – complicação / aborrecimento
Fobar – perder ou ganhar dinheiro            Imberela – vaca
Fofoca – intriga / mexerico                  Imbuá – cachorro
Fuado – desconfiado                          Imbuele – árvore / madeira / pau
Fubá – farinha de milho ou arroz             Imbuta – cobra
Fuço – noite                                 Implicar – provocar / amolar
Fula – pressa                                Incaca – tatu



                                                                                           37
Incombe – boi                                  Machanba – roça
     Inganga – padre                                Maenga – soldado de polícia
     Inhaca – Senhor Supremo / Rei                  Mafone – banana
     Injira – fome                                  Mafuá – feira ou parque de diversão
     Injó-do-cutuá-do-mumbo – igreja                Mafura – óleo
                                                    Maiaca – farinha / mandioca
                          J
                                                    Maiembe – remédio
     Jabaculê – gorjeta                             Maracatu – dança dramática afro-brasileira
     Jamba – diamante                               Maravir – terra
     Jamba – ouro                                   Marrupa – sono
     Jambi – capim ou santo                         Martilica – língua
     Jimbelê – canjica                              Massa de maiate – almoço / comida
     Jindama – medo                                 Massango – sorgo / arroz / milho
     Jinguba – amendoim                             Matango – melancia
     Jito – pequeno / miúdo                         Matumbo - mandioca
     Jocó – chimpanzé                               Mauçu – cabelo
     Jongo – dança tradicional afro-brasileira      Mavero – leite
                                                    Mazi – azeite
                          L
                                                    Meiá – rio / córrego
     Lambada – golpe de chicote                     Mindunba – cachaça
     Lambança – desordem / sujeira                  Mocar – namorar
     Languarim – braço                              Muafos – panos velhos
     Lomba – preguiça / indolência / indisposição   Munda – gente / pessoa
     Lubrá – peito                                  Mutoto – chão
     Luilo – céu                                    Muvuca – agitação / confusão
     Lundu – dança brasileira de origem africana    Muzambê – fantasma

                          M                                             N

     Mabaça – gêmeos                                Nacuro – homem
     Macaibo – erva / cigarro                       Nana – boneca



38
Nanar – dormir                      Onjequê – milho
Nenê – criança recém-nascida        Onjó – casa / rancho / cafua
Nhambuê – pedra                     Orá – cama
Nhapecava – café                    Oranganje – cachaça
Nique – fruto                       Orangolo – cavalo
Numera – olho doente                Orela – gordura
                                    Orobimba – até logo / bom dia
                   O
                                    Oronanga – roupa
Obingá – chifre                     Oronaganga – soldado
Ocai - mulher                       Orongê – testa
Ocaia – esposa / companheira        Orongóia – diamante
Ocará – café                        Oroni – lenha
Ocema – fubá                        Oropungo – cabelo
Ochito – carne                      Ororaco-do-ofeca – tatu
Ocueto – homem                      Ororeim – banana
Oenda – entrar                      Orossanje – galinha
Ofeca – terra                       Orossi – peixe
Oíque – rapadura                    Ossange – ave
Ombera – chuva                      Ossange-catito – pinto
Omboá – cachorro                    Ossange-ocaia – galinha
Omenha – água                       Ossange-ocueto – galo
Omera – boca                        Ossenguê – mato
Omerá – comprar / obter / retirar   Ossenhê – lua
Omungá – sal                        Osumba – medo
Ongamba – elefante                  Otaiá – dia
Ongombe – boi                       Otata – pai
Ongombe-dondura-vavuru – caminhão   Oteque – noite
Ongoró – cavalo                     Otequê – dia
Ongoró-moen – égua                  Oterê – algodão
Onguro – porco                      Otombô – farinha de mandioca



                                                                    39
Oture – terra                            quiba – forte / robusto
     Oturo – noite                            quiçaba – pote ou talha de barro
     Ouê – você / o senhor                    quilo – sono / soneca
     Overá-undaca-de-unganga – rezar          quimango – bochechas
     Overá-undaca-no-cachico-utura – sonhar   quinhama – pé
     Ovini – mãe                              quinhama-no-ungira – caminhar / correr
     Ozimendi – dente                         quitandas – guloseimas
                                              quizomba – festa / briga / confusão
                          P
                                                                   R
     Pacaça – burro
     Paim – enxada                            Ramanhã – gato
     Palulé – pé                              Rambembe – imprestável
     Panco – carro                            Rebingudo – valente
     Panga – vila                             Rescariango – samba / baile popular
     Panzina – gravidez                       Ritumba – surra
     Papaia – mamão                           Rubudu – moinho
     Papar – comer                            Rucumbo – berimbau
     Paparicar – mimar
                                                                   S
     Papear – conversar
     Parongo – carneiro                       Safári – expedição de caça
     Pemba – cachaça                          Salaqua – bofetada
     Pepa – pão                               Samangolé – preguiçoso
     Pépa – pó /terra                         Sanjei – pomba
     Peta – mentira                           Sarará – pessoa mulata / arruivada /
     Pimpa – belo / elegante / bonito         alourada
     Poco – punhal                            Saravá – baile
                                              Saravar – saudar
                          q
                                              Sarga-bunda – chinelo de couro
     quengo – cabeça                          Sema – farinha
     quéri – revólver / espingarda            Semá – cabelo



40
Sembal – sertão / roça                   Uaporé – laranja
Serelepe – vivo / buliço                 Uasso – nariz
Sessar – peneirar                        Ucueto – companheiro
Soba – chefe da aldeia africana          Ucumbe – sol
Solar – namorar / flertar                Uenda-congembo – morrer
Sucanar – casar                          Uendar – andar
Sucutu – galo                            Uende-odira – caminhar
Sumbencar – esconder                     Uganda – Deus
Sumpipa – muito bom / excelente          Uíque – açúcar
Surufá – nariz                           Umbanda – religião brasileira, de base
                                         africana
                     T
                                         Umbara – cidade
Tacho – vaso de pouca fundura            Umbera – chuva
Tafiá – cachaça                          Undaca – língua
Tafulo – namorado / amante               Undara (o) – luz / fogo
Tamanco – calçado aberto de madeira      Undió – casa
Taramuzeco – cama                        Undió-de-curiá – vasilha / panela
Tata-macura-nani-nhoto – homem magro     Undió-de-uganga – céu
Tata-macura-vavuru-nhoto – homem gordo   Unganga-muchiche – bispo
Tiapoá – ruim                            Unhama – cabelo
Tiapossoca – coisa boa                   Unquento – mulher
Tipoque – feijão                         Uoneme – grande
Tiuvira – café                           Uquera-do-omera – dentes
Tonga – força / poder                    Urá – cama
Tuim – soldado                           Urucai – oração / prece / reza
                                         Urunanga – calça
                     U
                                         Urundungo – pimenta
Uainjar – cozinhar                       Urungo – carro
Uandá – rede                             Utima – coração
Uanja – dia                              Utué – cabeça



                                                                                  41
V                                                     X

      Vacuruandame – velho                              Xengo – boa-sorte / felicidade
      Vapora – discussão                                Xicaca – balaio com tampa
      Varanda – trigo                                   Ximbica – jogo de cartas
      Variá – comer                                     Ximpar – beber / tomar um gole
      Vatu – vamos                                      Xipoque – feijão
      Vatuamarado – parado
      Viango – cana                                                              Z
      Viangô – capim                                    Zabumba – pancada
      Vicongo – torresmo                                Zala – fome
      Vinganga – arroz                                  Zambi – chefe de quilombo
      Vinhama – pés / pernas                            Zanga – aborrecimento / irritação
      Viso – olho                                       Zanho – hipócrita / dissimulado
      Vissapa – couve                                   Zanzo – desorientado
      Vunvunar – achar / encontrar                      Zuzum – confusão / barulho




                                       ii                              i
                         reFerenCias biblioGraFiCas
     CASTRO, Yeda Pessoa de. As Influências Africanas no Português Brasileiro. http://www.smec.
     salvador.ba.gov.br/documentos/linguas africanas.pdf. Acesso 10/03/08.

     HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula – Visita à História Contemporânea. São Paulo:
     Selo Negro, 2005.

     LOPES, Nei. Bantos, malês e identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

     LOPES, Nei. Dicionário Banto. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

     SOUZA, Maria de Melo e. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2006.
42
Fundação Guimarães Rosa


                                                                 Superintendente-Geral
                                                              Álvaro Antônio Nicolau

                                                             Superintendente Operacional
                                                               Pedro Seixas da Silva

                                                    Superintende de Administração e Finanças
                                                             José Antônio Gonçalves

                                                                   Departamento Social
                                                                    Helvécio Gomes

                                                      Setor de Comunicação, Cultura e Lazer
                                                              Juliana Leonel Peixoto

                                                          Equipe Responsável pela Pesquisa
    Kelly Alcilene Cardozo: Historiadora e Especialista em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros
                          Rosângela Melo Gontijo: Assistente de Pesquisa

                                                                             Apoio
                                                      Escola Estadual Martinho Fidélis

                                                                          Ilustração
                                                            Guilherme Rocha - “FUDI”

                                                            Edição, diagramação e revisão
                                                          Jota Campelo Comunicação




                                                               Fundação Guimarães Rosa – FGR
CARDOZO, Kelly A.; GONTIJO, Rosângela M. Contando Saberes: Histórias da Dona Fiota - Beabá da Dona Fiota. Vol. 4. Belo Horizonte: Gráfica e Editora 101, 2008. 44p.
Realização:




 Rua Paraíba, 1441 - Conj. 801/806 - Funcionários
      Belo Horizonte - MG - www.fgr.org.br

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Was ist angesagt? (9)

Fra Fre Fri Fro Fruta!
Fra Fre Fri Fro Fruta!Fra Fre Fri Fro Fruta!
Fra Fre Fri Fro Fruta!
 
Pág.crianças 18 12-2010
Pág.crianças 18 12-2010Pág.crianças 18 12-2010
Pág.crianças 18 12-2010
 
LETRAS CANCIONES
LETRAS CANCIONESLETRAS CANCIONES
LETRAS CANCIONES
 
O Japón quer falar português
O Japón quer falar portuguêsO Japón quer falar português
O Japón quer falar português
 
5' a LER no AEFN
5' a LER no AEFN5' a LER no AEFN
5' a LER no AEFN
 
Portuguesa 6
Portuguesa 6Portuguesa 6
Portuguesa 6
 
Jornal de junho pdf
Jornal de junho   pdfJornal de junho   pdf
Jornal de junho pdf
 
Jornaletras 1º período
Jornaletras 1º períodoJornaletras 1º período
Jornaletras 1º período
 
Pág.Crianças27Jun09
Pág.Crianças27Jun09Pág.Crianças27Jun09
Pág.Crianças27Jun09
 

Ähnlich wie Histórias da Dona Fiota ensinam a língua da Tabatinga

ABANTO BELÉM - N. 1 - JANEIRO/2014
ABANTO BELÉM - N. 1 - JANEIRO/2014ABANTO BELÉM - N. 1 - JANEIRO/2014
ABANTO BELÉM - N. 1 - JANEIRO/2014Abanto Belém
 
Histórias da Dona Fiota
 Histórias da Dona Fiota  Histórias da Dona Fiota
Histórias da Dona Fiota guest15c4e2
 
Fiota cartilha3baixa
Fiota cartilha3baixaFiota cartilha3baixa
Fiota cartilha3baixaNádia Rabelo
 
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)Nádia Rabelo
 
Beto brrasil em adivinhe o que é... folclore
Beto brrasil em adivinhe o que é... folcloreBeto brrasil em adivinhe o que é... folclore
Beto brrasil em adivinhe o que é... folcloreAmanda Rainha Rei
 
F. educar adivinhe o que é... folclore
F. educar   adivinhe o que é... folcloreF. educar   adivinhe o que é... folclore
F. educar adivinhe o que é... folcloreNádia Rabelo
 
Variantes Linguísticas na Música
Variantes Linguísticas na MúsicaVariantes Linguísticas na Música
Variantes Linguísticas na MúsicaPricila Yessayan
 
Manacá - História, 2º ano
Manacá - História, 2º anoManacá - História, 2º ano
Manacá - História, 2º anoEdpositivo
 
Jornal Convívio Abril/Junho 2010
Jornal Convívio Abril/Junho 2010Jornal Convívio Abril/Junho 2010
Jornal Convívio Abril/Junho 2010casapovopombalinho
 
Uma aventura na terra dos direitos
Uma aventura na terra dos direitosUma aventura na terra dos direitos
Uma aventura na terra dos direitosermelinda mestre
 

Ähnlich wie Histórias da Dona Fiota ensinam a língua da Tabatinga (20)

ABANTO BELÉM - N. 1 - JANEIRO/2014
ABANTO BELÉM - N. 1 - JANEIRO/2014ABANTO BELÉM - N. 1 - JANEIRO/2014
ABANTO BELÉM - N. 1 - JANEIRO/2014
 
Folclore
FolcloreFolclore
Folclore
 
27 folclore
27 folclore27 folclore
27 folclore
 
Adivinhe o que_e_folclore_web
Adivinhe o que_e_folclore_webAdivinhe o que_e_folclore_web
Adivinhe o que_e_folclore_web
 
Teatro
TeatroTeatro
Teatro
 
Teatro
TeatroTeatro
Teatro
 
Fiota cartilha 1
Fiota cartilha 1Fiota cartilha 1
Fiota cartilha 1
 
Histórias da Dona Fiota
 Histórias da Dona Fiota  Histórias da Dona Fiota
Histórias da Dona Fiota
 
Fiota cartilha3baixa
Fiota cartilha3baixaFiota cartilha3baixa
Fiota cartilha3baixa
 
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)
 
27 folclore
27 folclore27 folclore
27 folclore
 
Beto brrasil em adivinhe o que é... folclore
Beto brrasil em adivinhe o que é... folcloreBeto brrasil em adivinhe o que é... folclore
Beto brrasil em adivinhe o que é... folclore
 
F. educar adivinhe o que é... folclore
F. educar   adivinhe o que é... folcloreF. educar   adivinhe o que é... folclore
F. educar adivinhe o que é... folclore
 
Variantes Linguísticas na Música
Variantes Linguísticas na MúsicaVariantes Linguísticas na Música
Variantes Linguísticas na Música
 
Manacá - História, 2º ano
Manacá - História, 2º anoManacá - História, 2º ano
Manacá - História, 2º ano
 
Recursos%282%29
Recursos%282%29Recursos%282%29
Recursos%282%29
 
Jornal 13 cc pdf
Jornal 13 cc pdfJornal 13 cc pdf
Jornal 13 cc pdf
 
Jornal Convívio Abril/Junho 2010
Jornal Convívio Abril/Junho 2010Jornal Convívio Abril/Junho 2010
Jornal Convívio Abril/Junho 2010
 
Parlendas
ParlendasParlendas
Parlendas
 
Uma aventura na terra dos direitos
Uma aventura na terra dos direitosUma aventura na terra dos direitos
Uma aventura na terra dos direitos
 

Mehr von Nádia Rabelo

F. educar as olimpíadas do Beto
F. educar   as olimpíadas do BetoF. educar   as olimpíadas do Beto
F. educar as olimpíadas do BetoNádia Rabelo
 
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarAS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarNádia Rabelo
 
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarAS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarNádia Rabelo
 
Menino Nito Sonia Rosa
Menino Nito   Sonia RosaMenino Nito   Sonia Rosa
Menino Nito Sonia RosaNádia Rabelo
 
O quiproquó a turma do pererê
O quiproquó   a turma do pererêO quiproquó   a turma do pererê
O quiproquó a turma do pererêNádia Rabelo
 
O Segredo do U - Ziraldo
O Segredo do U - Ziraldo O Segredo do U - Ziraldo
O Segredo do U - Ziraldo Nádia Rabelo
 
Ziraldo A Fábula das Três Cores
Ziraldo   A  Fábula das Três CoresZiraldo   A  Fábula das Três Cores
Ziraldo A Fábula das Três CoresNádia Rabelo
 
Carta da Terra para Crianças
Carta da Terra para Crianças Carta da Terra para Crianças
Carta da Terra para Crianças Nádia Rabelo
 
Ziraldo o pequeno planeta perdido
Ziraldo   o pequeno planeta perdidoZiraldo   o pequeno planeta perdido
Ziraldo o pequeno planeta perdidoNádia Rabelo
 
Conto sophia noite.de.natal_txtintegra
Conto sophia noite.de.natal_txtintegraConto sophia noite.de.natal_txtintegra
Conto sophia noite.de.natal_txtintegraNádia Rabelo
 
Livro bichos da áfrica
Livro   bichos da áfricaLivro   bichos da áfrica
Livro bichos da áfricaNádia Rabelo
 
Contando saberes histórias da dona fiota 2
Contando saberes   histórias da dona fiota  2Contando saberes   histórias da dona fiota  2
Contando saberes histórias da dona fiota 2Nádia Rabelo
 
SíTio Do Picapau Amarelo
SíTio Do Picapau AmareloSíTio Do Picapau Amarelo
SíTio Do Picapau AmareloNádia Rabelo
 
Monteiro Lobato A Reforma Da Natureza
Monteiro Lobato   A Reforma Da NaturezaMonteiro Lobato   A Reforma Da Natureza
Monteiro Lobato A Reforma Da NaturezaNádia Rabelo
 
Negro Mostra A Tua Face
Negro Mostra A Tua FaceNegro Mostra A Tua Face
Negro Mostra A Tua FaceNádia Rabelo
 

Mehr von Nádia Rabelo (20)

F. educar as olimpíadas do Beto
F. educar   as olimpíadas do BetoF. educar   as olimpíadas do Beto
F. educar as olimpíadas do Beto
 
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarAS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
 
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarAS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
 
Menino Nito Sonia Rosa
Menino Nito   Sonia RosaMenino Nito   Sonia Rosa
Menino Nito Sonia Rosa
 
O quiproquó a turma do pererê
O quiproquó   a turma do pererêO quiproquó   a turma do pererê
O quiproquó a turma do pererê
 
O Segredo do U - Ziraldo
O Segredo do U - Ziraldo O Segredo do U - Ziraldo
O Segredo do U - Ziraldo
 
Ziraldo A Fábula das Três Cores
Ziraldo   A  Fábula das Três CoresZiraldo   A  Fábula das Três Cores
Ziraldo A Fábula das Três Cores
 
Carta da Terra para Crianças
Carta da Terra para Crianças Carta da Terra para Crianças
Carta da Terra para Crianças
 
Ziraldo o pequeno planeta perdido
Ziraldo   o pequeno planeta perdidoZiraldo   o pequeno planeta perdido
Ziraldo o pequeno planeta perdido
 
Escola x dengue
Escola x dengueEscola x dengue
Escola x dengue
 
Cartilha bullyng
Cartilha bullyngCartilha bullyng
Cartilha bullyng
 
Conto sophia noite.de.natal_txtintegra
Conto sophia noite.de.natal_txtintegraConto sophia noite.de.natal_txtintegra
Conto sophia noite.de.natal_txtintegra
 
Livro bichos da áfrica
Livro   bichos da áfricaLivro   bichos da áfrica
Livro bichos da áfrica
 
Bichos da África
Bichos da ÁfricaBichos da África
Bichos da África
 
Fiota cartilha5 web
Fiota cartilha5 webFiota cartilha5 web
Fiota cartilha5 web
 
Contando saberes histórias da dona fiota 2
Contando saberes   histórias da dona fiota  2Contando saberes   histórias da dona fiota  2
Contando saberes histórias da dona fiota 2
 
SíTio Do Picapau Amarelo
SíTio Do Picapau AmareloSíTio Do Picapau Amarelo
SíTio Do Picapau Amarelo
 
Monteiro Lobato A Reforma Da Natureza
Monteiro Lobato   A Reforma Da NaturezaMonteiro Lobato   A Reforma Da Natureza
Monteiro Lobato A Reforma Da Natureza
 
Negro Mostra A Tua Face
Negro Mostra A Tua FaceNegro Mostra A Tua Face
Negro Mostra A Tua Face
 
Modos De Ver
Modos De VerModos De Ver
Modos De Ver
 

Kürzlich hochgeladen

Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfArthurRomanof1
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 

Histórias da Dona Fiota ensinam a língua da Tabatinga

  • 1. s: Contando Sabere A HISTORIAS DA DONA FIOT I BEABA DA DONA FIOTA VOL. 4
  • 2. Fundação Guimarães Rosa apresenta: Contando Saberes: i Historias da dona Fiota Beabá da Dona Fiota - Vol. 4 Kelly Cardozo e Rosângela Gontijo Ilustração Guilherme Rocha - “FUDI”
  • 3. s ‘ aPresentaCao Vo lume 4 . bea ba da do n a F io t a i Pronto, agora sim! Vamos aprender sobre a Língua da Tabatinga. Neste volume, desvendaremos os segredos dessa gíria de origem Banto. De onde veio? Como chegou? Como Dona Fiota aprendeu essa língua? Como ela passou seus ensinamentos para as crianças? Além de tudo isso, vamos mostrar sua relevância para a cultura e o patrimônio de Bom Despacho. Importantes referências sobre as línguas africanas e afro-brasileiras, usadas como base neste trabalho, foram publicadas pela Doutora de Etnolingüista Yeda Castro, que diz: “O negro banto, pela antiguidade, volume populacional e amplitude territorial alcançada pela sua presença no Brasil Colônia, como os outros, adquiriu o português como segunda língua, tornando-se o principal agente transformador da língua portuguesa em sua modalidade brasileira e seu difusor pelo território brasileiro sob regime colonial e escravista.” (CASTRO, Yeda Pessoa de. As Influências Africanas no Português Brasileiro. http://www.smec.salvador.ba.gov.br/documentos/linguas-africanas.pdf. Acesso em 10/04/08). O objetivo é tornar a língua da “tabaca” símbolo de Identidade Cultural Afro. Por isso, será apresentada e ensinada de maneira lúdica e prazerosa, por meio de músicas parodiadas. No final da cartilha, montamos dois dicionários: um da Dona Fiota e outro com algumas palavras retiradas do Dicionário Banto, do autor Nei Lopes (2005). Esta foi a forma que a Equipe da Fundação Guimarães Rosa encontrou para manter e preservar um precioso bem cultural para as gerações futuras. Equipe Fundação Guimarães Rosa
  • 4. Hoje, vou ensinar para a turminha do Bruno algumas palavrinhas, músicas e histórias da nossa língua. Hummm! Eles vão adorar: fiz bolinho de feijão com suco de manga. 4
  • 5. Oi, Bruno, a que horas seus amiguinhos virão para o nosso encontro? Já está tudo preparado! Oi, vovó Fiota! Combinei de chamá-los quando estivesse tudo pronto. Ah, sim? Então, pode chamá-los! 5
  • 6. Bruno sai pelas ruas da Tabatinga convocando a turma: Virgínia, Clayton, Matheus, Carol e Danielle. Depois de todos reunidos, Virgínia encontra com seu avô, Bené Peão. 6
  • 7. O qUê? Sua benção, vô? BENÇÃO!!! Deus te abençoe! Aonde vocês vão? 7
  • 8. Lá está ela. Fiota ocaia ocora cajuvira que acacha no conjolo, catita na Tabatinga! VAMOS à CASA DA DONA FIOTA PARA APRENDER A LÍNGUA DA “TABACA”! 8
  • 9. O que ele disse? Nossa! Não entendemos nada. 9
  • 10. Eu disse: Fiota, mulher idosa, negra que mora na casa simples da Tabatinga. Nossa, que bacana! 10
  • 11. Ah! Mas a Fiotinha vai ensinar mais a vocês, porque eu também aprendi com a mãe dela, a Dona Maria Baiana. Tchau, meninos, e que vocês aprendam muito com a Dona Fiota. Tchau, Seu Bené! 11
  • 12. Olá, meninos e meninas, entrem e sentem no dicurima! O que é isso? Sentar onde? No chão, crianças! 12
  • 13. Meninos, vou contar como eu aprendi a Língua da Tabatinga e de onde ela veio. Ah, ah, ah, ah, ah!!! que bom, Dona Fiota. Estamos todos curiosos e queremos muito aprender. 13
  • 14. Também fiz uns bolinhos de feijão com suco de manga para o nosso lanchinho. Hummm, que delícia, eu adoro bolinho de feijão! 14
  • 15. Crianças, em nosso último encontro eu disse que essa língua foi ensinada para a minha mãe e ela me ensinou. Como vocês contaram várias histórias sobre a África, fiquei pensando como é grande o continente. Por isso, vou falar um pouco sobre a língua da “tabaca”. Não sei afirmar ao certo de que país veio a nossa gíria. O povo da redondeza diz que essa língua veio com o povo Banto. Minha mãe me falou que ela servia para nos defender e ludibriar os policias e as pessoas que não eram do nosso bairro. 15
  • 16. Sim, Bruno, conversar na É mesmo, vovó? Então, é por gíria é muito legal. isso que a senhora ainda conversa usando a gíria? 16
  • 17. Isso mesmo, Clayton. Há alguns anos, muitos dos nossos vizinhos falavam a Língua da Tabatinga. Mas, infelizmente, vários já se foram por causa da idade avançada ou se mudaram. E, hoje, a língua está ameaçada. Por isso, quero ensiná-la a vocês. Então, Dona Fiota, outras pessoas conheciam a língua? 17
  • 18. Meu avô conhece um pouco a língua da “tabaca”, Dona Fiota! É verdade, Virgínia. Seu avô aprendeu com a minha mãe. 18
  • 19. Esse Bené Peão é danado, não tem cavalo que o derrube. Ele foi um grande campeão de rodeio por essas bandas e A senhora tem razão, ele foi também em Barretos. Entre um rodeio e tricampeão em Barretos, cidade que outro, curioso como ele só, vinha para fica no Estado de São Paulo. Isso nos minha casa aprender a gíria. anos de 1973, 1974 e 1975. Sim, ele é fantástico! 19
  • 20. Meninos! Voltemos para o nosso assunto. Alguns estudantes de Bom Despacho e região, preocupados com o desaparecimento da gíria, vieram aqui para aprender comigo sobre a Língua da Tabatinga. Eles voltaram depois e trouxeram músicas em paródia, que vou ensinar a vocês. Assim fica mais fácil aprender. Os estudantes contaram que essa tal paródia é uma música conhecida com a letra modificada, porém sem alterações na melodia, no ritmo. qual de vocês conhece a música “Ciranda Cirandinha”? Eu! Eu! Eu também! 20
  • 21. Então, vou cantar para vocês: Tradução Fiota, Fiotinha, ocaia ocara Fiota, Fiotinha, senhora idosa cajuvira de tiparas tão auique Negra de olhos tão doces e arunangas bem catitas E roupas bem coloridas Ajuda a camoninhos Ajude as criancinhas A gíria tipurar A gíria aprender Trás undara a todo cumba Traz conhecimento todo dia quem quiser pode cachá quem quiser, pode aprender Cureia matambu Come mandioca Gambelera de cangura Carne de porco Cajuvira conve-congo Café com pão Com costela de gambê. E banana. 21
  • 22. É verdade, Matheus. E, mais, vocês conhecem a música “A Canoa Virou”? que maravilha, Dona Fiota! Assim realmente fica mais fácil aprender a língua! Sim! 22
  • 23. A ocaia avura Da gonrange da conjô Tipura o cuete na conjô do Dodô O cuete é catito Cachá cajuvira com mavero Cureia todo cumbo Açongo e tipogue. Tradução A moça bonita Da porta da casa Olha o rapaz, na casa do Dodô O rapaz é bonito Bebe leite com café E come arroz com feijão todo dia. 23
  • 24. Claro que é, Carolzinha. Vocês acreditam que aqui em Bom Despacho existe um grupo chamado “Encantos de Minas” que canta algumas músicas na Língua da Tabatinga? Nossa, Dona Fiota, essa é ainda mais fácil! Sim, Carol, é verdade. O cantor e Fala sério, Dona Fiota! Um compositor Toninho Saudade até me deu grupo que canta músicas de presente uma de suas músicas. na Língua da Tabatinga? 24
  • 25. O CAFUVIRA qUE INJIRÁ (O NEGRO qUER LIBERDADE) Compositor: Toninho Saudade Vou injirá lá na cumbava e no conjolo do granjão quero rezar Vou correr lá na cidade e na casa de Deus quero rezar Vou caxá pro cuete inganga que o cafuvirá quer injirá Vou falar pro padre que o negro quer se libertar. O cafuvira quer cassucará com o ocaia cor de omenha O negro quer se casar com moça de pele branca Mas, o ingura atiapo tá, nem o assango da pra caxá Mas, o dinheiro pouco tá, nem arroz dá pra comprar. Eu vou caxá matuaba no tué Vou beber cachaça, até não parar em pé Vou rasta o longado, no conjolinho de sapé E depois vou dançar lá na casinha de sapé Vou pegar meu imbanjeco e pro conjolo da ocaia vou injirá Vou pegar meu berimbau e na casa da mulher vou chegar Vou ficar com os tipara arriba pro cavigueiro não tipurá Vou ficar de olhos abertos pro sinhozinho não desconfiar. O cafuvira quer cassucará com o ocaia cor de omenha O negro quer se casar com moça de pele branca Mas, o ingura atiapo tá, nem o assango da pra caxá Mas, o dinheiro pouco tá, nem arroz dá pra comprar. Vou curimar lá no sengue do cavingueiro Vou trabalhar lá na roça do sinhozinho O cureio é catita, só caxa assango e tipoquero A comida é ruim, só tem arroz com feijãozinho. Vou injirá lá na cumbava e no conjolo do granjão quero rezar Vou correr lá na cidade e na casa de Deus quero rezar Vou caxá pro cuete inganga que o cafuvirá quer injirá Vou falar pro padre que o negro quer se libertar. O cafuvira quer cassucará com o ocaia cor de omenha O negro quer se casar com moça de pele branca Mas, o ingura atiapo tá, nem o assango da pra caxá Mas, o dinheiro pouco tá, nem arroz dá pra comprar. 25
  • 26. Claro que vocês vão! Agora, vou falar várias palavras da nossa língua. Assim, vamos aprender rapidinho a gíria, Dona Fiota! 26
  • 28. A Carigueiro – patrão Cafanhate – dente Acacha – pegar Chipango – chapéu Açango – arroz Conjô ou conjolo – casa Arufim – peixe Conjô de cachá de pequera – cama de Arunanga – roupas dormir Arunanga Avura – roupas ruins Conjolo do Granjão – Casa de Deus Arunanga Catita – roupas coloridas Coverá – doença Atiapo – pouco / difícil Covera – morrer Avero – leite Cuete – homem Auique – açúcar / doce Cumbara – cidade B Cuçucara – padre Curimar – trabalhar/ rezar/ dançar/ brincar Beca – calça Cumba – sol / dia Bugue – milho D C Descamba – terminar de modo contrário ao Cacaio – saco de viagem esperado Cachá – pegar Cachá de cureio – mesa E Camberera de gombê – carne de boi Camberera de canonhora – carne de Esquife – dormir galinha F Camberera de cangura – carne de porco Camona – mulher Farófia – farofa / farinha Camoninho – criança / menino Fiote – elegante / dengoso ou namorados Catito (a) – simples / pequeno Fuleiro – ordinário / sem valor Cano de viriango – macarrão G Cajuvira – café Cassucará – casar Gombê – roça Catatau – pessoa pequena Goranjame – porta 28
  • 29. Guarajame – jardim Pito congeme – pessoa que morreu Guarajamo – cemitério Pó-de-matambu – farinha de mandioca Pó-de-bugue – fubá I S Imbanjo – rua Imbanjo-de-cotinhame – mão Sarará – mulato / arrumado / alourado Imbanjeco – berimbau Saboro – ovos Imbuta – cobra ou lingüiça Serelepe – esperto Inganga – padre Injirá – liberdade / correr T M Tinhame – pé Tiploque – sapato Macanja – cigarro Tipoque – feijão Macanja de palha – cigarro de palha Tiporé – laranja Matambu – mandioca Tipura – olhos Matuaba – pinga / cachaça Tipurá – olhar Mungue – sal Tipurou – levar Muque – revólver Tué – cabeça O U Ocaia – mulher / esposa Undara (o) – luz / fogo Ocora – idoso (a) / velho (a) Urumo – carro Omenha – água Urunanga – calça Omana – irmão / irmã Orangó – cavalo V Orangô – cabelo Orelo de cangura – gordura Viriango – polícia P X Pecine – óculos Ximpar – beber / tomar um gole 29
  • 30. Então, camoninhos, o Dona Fiota, foi ótimo aprender que vocês acharam? com os exemplos de palavras e com as músicas. Eu também adorei conhecer essas musiquinhas. Vou até ensinar para os meus colegas de classe! 30
  • 31. que bom que vocês gostaram! Claro que sim, Dona Fiota. Pessoal, está tarde. É melhor a gente ir! 31
  • 32. É verdade. Dona Fiota, esses Obrigada, camoninhos. Em nosso bolinhos de feijão com suco de próximo encontro teremos mais manga estavam uma delícia! histórias, não é turminha? Sim, Dona Fiotinha. Em nosso próximo encontro queremos contar para a senhora o que aprendemos sobre as famílias africana e afro-brasileira! 32
  • 33. que maravilha! Vou saber mais sobre a família dos nossos ancestrais e também falar um pouquinho sobre a nossa família. Isso vai ser bom demais! Será mesmo! 33
  • 34. Aguardo vocês! Tchau, pessoal. Tchau, pessoal. 34
  • 35. Dicionário Banto do Brasil Autor: Nei Lopes 35
  • 36. A Bidu – bicho-papão Bugiganga – objeto de pouco valor Abancar – corre fugido Bugue – milho Abica – escravo africano Abundo – negro de Angola C Acrepu – mão Afu – defunto Cacaio – saco de viagem Aluá – bebida a base de arroz / milho Cacerenga – faca pequena torrado ou abacaxi Cachia – chegar / estar Amuxilar – arruinar / derrotar Cacunda – dorso / costa Anangaio – tarde / tardinha Cafanhate – dente Andame – perna Cafuzo – mestiço de negro e índio Angu – pirão ou papa de farinha de milho Camberera – carne Arengá – tarefa Caméria – cara / boca Arirê – canto / cantiga Camoná – menino / filho Arunanga – roupa de ritual orixá Camucá – mãe Atalaia – vigia / sentinela Candombe – batuque / dança de negros Avere – homem branco Candomblé – tradição religiosa / culto aos Avero – leite orixás jeje-nagô Azangar – irritar / zangar Capoeira – jogo afro-brasileiro Caramutanje – negro novo, recém-chegado B da África Bá – forma reduzida de babá / ama-seca Carangonço – escorpião Bacaca – tolo / boboca Carenga – mulher Bacorinha – chapéu alto Cariengue - gato Bagunça – desordem / confusão Carunga – casar Balangandã – ornamento c/ penca de Catatau – pessoa de baixa estatura enfeites / amuletos Catiça – ajudar Balongo – feiticeiro Catito (a) – pequeno / baixo Banana-nanica – banana anã Chia – manteiga Beca – veste talar / túnica Chipango – chapéu 36
  • 37. Cocar – fitar / olhar / espreitar Furupa – alegria Conjó-joviti - cemitério Fuzuê - festa Cueto – companheiro G Cumbara – cidade Cumba – sol / dia / hora Galalau – homem de estatura alta Curima – trabalhar / serviço Gandu – jacaré Gararube – pente D Garingonga – prato Dandará – filho / menino Gatuvira – café Dandarau – criança Gimbra – dinheiro Dengo – carinho Gomba – casado Descambada – lapso / erro Grilo – nome dado pelos escravos aos Dibungo – copo guardas Guzo – força E H Emba – mel Empombar – zangar-se / irritar-se Humbo – berimbau-de-barriga Encafifado – sem jeito / sem graça Hungu – tambor usado no acompanhamento Escarumba – homem negro da dança jongo F I Farofa ou farófia – mistura de farinha com Iacala – homem (do quicongo eiakala yakala) gordura Imbambe – frio Fiote – elegante / dengoso ou namorador Imbanjo – complicação / aborrecimento Fobar – perder ou ganhar dinheiro Imberela – vaca Fofoca – intriga / mexerico Imbuá – cachorro Fuado – desconfiado Imbuele – árvore / madeira / pau Fubá – farinha de milho ou arroz Imbuta – cobra Fuço – noite Implicar – provocar / amolar Fula – pressa Incaca – tatu 37
  • 38. Incombe – boi Machanba – roça Inganga – padre Maenga – soldado de polícia Inhaca – Senhor Supremo / Rei Mafone – banana Injira – fome Mafuá – feira ou parque de diversão Injó-do-cutuá-do-mumbo – igreja Mafura – óleo Maiaca – farinha / mandioca J Maiembe – remédio Jabaculê – gorjeta Maracatu – dança dramática afro-brasileira Jamba – diamante Maravir – terra Jamba – ouro Marrupa – sono Jambi – capim ou santo Martilica – língua Jimbelê – canjica Massa de maiate – almoço / comida Jindama – medo Massango – sorgo / arroz / milho Jinguba – amendoim Matango – melancia Jito – pequeno / miúdo Matumbo - mandioca Jocó – chimpanzé Mauçu – cabelo Jongo – dança tradicional afro-brasileira Mavero – leite Mazi – azeite L Meiá – rio / córrego Lambada – golpe de chicote Mindunba – cachaça Lambança – desordem / sujeira Mocar – namorar Languarim – braço Muafos – panos velhos Lomba – preguiça / indolência / indisposição Munda – gente / pessoa Lubrá – peito Mutoto – chão Luilo – céu Muvuca – agitação / confusão Lundu – dança brasileira de origem africana Muzambê – fantasma M N Mabaça – gêmeos Nacuro – homem Macaibo – erva / cigarro Nana – boneca 38
  • 39. Nanar – dormir Onjequê – milho Nenê – criança recém-nascida Onjó – casa / rancho / cafua Nhambuê – pedra Orá – cama Nhapecava – café Oranganje – cachaça Nique – fruto Orangolo – cavalo Numera – olho doente Orela – gordura Orobimba – até logo / bom dia O Oronanga – roupa Obingá – chifre Oronaganga – soldado Ocai - mulher Orongê – testa Ocaia – esposa / companheira Orongóia – diamante Ocará – café Oroni – lenha Ocema – fubá Oropungo – cabelo Ochito – carne Ororaco-do-ofeca – tatu Ocueto – homem Ororeim – banana Oenda – entrar Orossanje – galinha Ofeca – terra Orossi – peixe Oíque – rapadura Ossange – ave Ombera – chuva Ossange-catito – pinto Omboá – cachorro Ossange-ocaia – galinha Omenha – água Ossange-ocueto – galo Omera – boca Ossenguê – mato Omerá – comprar / obter / retirar Ossenhê – lua Omungá – sal Osumba – medo Ongamba – elefante Otaiá – dia Ongombe – boi Otata – pai Ongombe-dondura-vavuru – caminhão Oteque – noite Ongoró – cavalo Otequê – dia Ongoró-moen – égua Oterê – algodão Onguro – porco Otombô – farinha de mandioca 39
  • 40. Oture – terra quiba – forte / robusto Oturo – noite quiçaba – pote ou talha de barro Ouê – você / o senhor quilo – sono / soneca Overá-undaca-de-unganga – rezar quimango – bochechas Overá-undaca-no-cachico-utura – sonhar quinhama – pé Ovini – mãe quinhama-no-ungira – caminhar / correr Ozimendi – dente quitandas – guloseimas quizomba – festa / briga / confusão P R Pacaça – burro Paim – enxada Ramanhã – gato Palulé – pé Rambembe – imprestável Panco – carro Rebingudo – valente Panga – vila Rescariango – samba / baile popular Panzina – gravidez Ritumba – surra Papaia – mamão Rubudu – moinho Papar – comer Rucumbo – berimbau Paparicar – mimar S Papear – conversar Parongo – carneiro Safári – expedição de caça Pemba – cachaça Salaqua – bofetada Pepa – pão Samangolé – preguiçoso Pépa – pó /terra Sanjei – pomba Peta – mentira Sarará – pessoa mulata / arruivada / Pimpa – belo / elegante / bonito alourada Poco – punhal Saravá – baile Saravar – saudar q Sarga-bunda – chinelo de couro quengo – cabeça Sema – farinha quéri – revólver / espingarda Semá – cabelo 40
  • 41. Sembal – sertão / roça Uaporé – laranja Serelepe – vivo / buliço Uasso – nariz Sessar – peneirar Ucueto – companheiro Soba – chefe da aldeia africana Ucumbe – sol Solar – namorar / flertar Uenda-congembo – morrer Sucanar – casar Uendar – andar Sucutu – galo Uende-odira – caminhar Sumbencar – esconder Uganda – Deus Sumpipa – muito bom / excelente Uíque – açúcar Surufá – nariz Umbanda – religião brasileira, de base africana T Umbara – cidade Tacho – vaso de pouca fundura Umbera – chuva Tafiá – cachaça Undaca – língua Tafulo – namorado / amante Undara (o) – luz / fogo Tamanco – calçado aberto de madeira Undió – casa Taramuzeco – cama Undió-de-curiá – vasilha / panela Tata-macura-nani-nhoto – homem magro Undió-de-uganga – céu Tata-macura-vavuru-nhoto – homem gordo Unganga-muchiche – bispo Tiapoá – ruim Unhama – cabelo Tiapossoca – coisa boa Unquento – mulher Tipoque – feijão Uoneme – grande Tiuvira – café Uquera-do-omera – dentes Tonga – força / poder Urá – cama Tuim – soldado Urucai – oração / prece / reza Urunanga – calça U Urundungo – pimenta Uainjar – cozinhar Urungo – carro Uandá – rede Utima – coração Uanja – dia Utué – cabeça 41
  • 42. V X Vacuruandame – velho Xengo – boa-sorte / felicidade Vapora – discussão Xicaca – balaio com tampa Varanda – trigo Ximbica – jogo de cartas Variá – comer Ximpar – beber / tomar um gole Vatu – vamos Xipoque – feijão Vatuamarado – parado Viango – cana Z Viangô – capim Zabumba – pancada Vicongo – torresmo Zala – fome Vinganga – arroz Zambi – chefe de quilombo Vinhama – pés / pernas Zanga – aborrecimento / irritação Viso – olho Zanho – hipócrita / dissimulado Vissapa – couve Zanzo – desorientado Vunvunar – achar / encontrar Zuzum – confusão / barulho ii i reFerenCias biblioGraFiCas CASTRO, Yeda Pessoa de. As Influências Africanas no Português Brasileiro. http://www.smec. salvador.ba.gov.br/documentos/linguas africanas.pdf. Acesso 10/03/08. HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula – Visita à História Contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. LOPES, Nei. Bantos, malês e identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. LOPES, Nei. Dicionário Banto. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. SOUZA, Maria de Melo e. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2006. 42
  • 43. Fundação Guimarães Rosa Superintendente-Geral Álvaro Antônio Nicolau Superintendente Operacional Pedro Seixas da Silva Superintende de Administração e Finanças José Antônio Gonçalves Departamento Social Helvécio Gomes Setor de Comunicação, Cultura e Lazer Juliana Leonel Peixoto Equipe Responsável pela Pesquisa Kelly Alcilene Cardozo: Historiadora e Especialista em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Rosângela Melo Gontijo: Assistente de Pesquisa Apoio Escola Estadual Martinho Fidélis Ilustração Guilherme Rocha - “FUDI” Edição, diagramação e revisão Jota Campelo Comunicação Fundação Guimarães Rosa – FGR CARDOZO, Kelly A.; GONTIJO, Rosângela M. Contando Saberes: Histórias da Dona Fiota - Beabá da Dona Fiota. Vol. 4. Belo Horizonte: Gráfica e Editora 101, 2008. 44p.
  • 44. Realização: Rua Paraíba, 1441 - Conj. 801/806 - Funcionários Belo Horizonte - MG - www.fgr.org.br