Seminário apresentado na matéria Informação e Cultura Pós-Graduação em Ciência da Informação da ECA/USP.
Temática: Ciência da Informação: histórico e delimitação do campo.
Textos abordados:
BUCKLAND, M.K. Information as thing. Journal of the American Society for Information Science (JASIS), v.45, n.5, p.351-360, 1991.
_______. What is a document? (JASIS 1997) - What is a digital document? (Document Numerique 1998)
FROHMANN, B. Revisiting ‘what is a document’ . Journal of Documentation, v.66, n.2, p.291-303. Disponível em: http://www.fims.uwo.ca/people/faculty/frohmann/Documents/Revisiting_JDOC.pdf
FROHMANN, B. O caráter social, material e público da informação. In FUJITA, M.S.L.; MARTELETO, R.M.; LARA, M.L.G., orgs. A dimensão epistemológia da Ciência da Informação e suas itnerfaces técnicas, políticas e institucionais nos processos de produção, acesso e disseminação da informação. São Paulo: Cultura Acadêmica Ed.; Marília: FUNDEPE, 2008. p.13-34.
60. Bernd Frohmann O caráter social, material e público da informação
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70. CONCLUSÃO Uma das formas de se estudar o impacto da informação em nosso tempo é analisar a materialização da informação através da documentação identificando seus enunciados na sociedade.
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Hinweis der Redaktion
O que é irônico, uma vez que informação tem a ver com tornar-se informado, com a redução da ignorância e da incerteza.
A intenção é que os usuários tornem-se bem informados (Informação-como-processo) e o resultado desse processo poderia ser o conhecimento (informação-como-conhecimento). Mas o significado, no entanto, que é manipulado e operacionalizado, que é armazenado e recuperado, é a informação física (informação-como-coisa). informação-como-coisa é a única forma de informação que é diretamente tratada pelos sistemas de informação, exatamente o que é rejeitado pelos teóricos da informação.
A CI seria incompleta se fosse excluída qualquer fonte não-física. Área de interesses incomuns em CI.
Notável - Digno de atenção, de ser notado. Depende do significado que é dado. Ex. Árvore. Se qualquer coisa é informação, então informação é algo banal.
Se evidência é qualquer coisa que se possa aprender, então é razoável vislumbrar informação-como-coisa como evidência, já que se aprende através de vários tipos de coisas. Propósito – idéia, intenção
Para ele é sensato não assumir nenhuma distinção.
Porque centros de pesquisa reúnem vários tipos de coleções e objetos se não esperam que estudantes e pesquisadores aprendam com eles ? Alguns objetos informativos, tais como pessoas e prédios históricos, simplesmente não se destinam a serem colecionados, armazenados e recuperados. Mas pode-se criar algumas descrições e representações deles: um filme, uma fotografia, ou uma descrição escrita. O que seria uma coleção de descrições de documentos ou representações de pessoas, prédio ou de outro objeto.
Eventos servem menos que objetos para serem colecionados e armazenados em sistemas de informação, apesar de aprendermos com eles. Objetos que podem ser coletados ou representados e assim podem existir como evidência associada com eventos. Ex. Mancha de sangue no carpete. Ex. Fotos, jornais, relatórios, memórias. Ex. Prima química que criou uma nova cor (é importante que um experimento (evento) seja descrito para que possa ser reproduzido (criado e recriado) pela própria cientista e por outros) Eventos em si não podem ser recuperados, mas há algumas chances de reproduzi-los.
Para incluir objetos e eventos, além de dados e documentos como espécies de informação Buckland adota um conceito mais amplo do que o comum. Potencial – possibilidade
Os bibliotecários estavam preocupados com o desenvolvimento e a organização de coleções de livros
Os tipos de documentos são informação-como-coisa, mas deve-se levar em conta que a informação-como-coisa e o tornar-se informado depende da circunstância, da época, da situação, da ocasião. Segundo alguns fatores pessoais (que ínclui bagagem informacional, cultural, etc.)
Ex. Feiticeira (se ela flutuasse em um tanque, seria considerada feiticeira). Hoje, ex. Lista telefônica, há um consenso da sua confiabilidade, são informativas, mas isso não significa que serão utilizadas. Alguns consensos necessitam de acordo para decidir em qual tipo de sistema de informação e recuperação de dados devem ser colecionados e estocados (arquivos, museus, bibliotecas, etc.) Podem ser úteis no futuro, ex. Compra de livros – desenvolvimento de coleções.
Se vc quer ler-reler uma tese, vc pode ler em papel, na internet ou imprimir – cópias idênticas e igualmente autênticas. Alguns tipos de objetos são produzidos em massa, como telefones e livros. Desde que faça parte da mesma produção seriada são aceitos como iguais. O que mais ocorre, frequentemente, é o caso das cópias não serem totalmente idênticas, embora possam ser aceitavelmente idênticas para muitos propósitos (intenção).
Dificuldade em reconhecer a origem de uma cópia (base de dados). O que mais ocorre, frequentemente, é o caso das cópias não serem totalmente idênticas, embora possam ser aceitavelmente idênticas para muitos propósitos (intenção). As representações sempre serão deficientes das originais, a não ser que sejam tão fidedignas que os especialistas não possam identificar.
Muitas informações em sistemas de informações têm sido processadas, codificadas, interpretadas, resumidas, por fim, transformadas. Incompleta – ex. Uma fotografia não indica movimento e pode não retratar a cor, é sempre uma perspectiva (filmes e fotos), algo do original é sempre perdido; Para propósitos de armazenamento, compreensão e busca; Por serem representações são substituições; - Pode haver representações de representações de representações; Por razões práticas, um ex. é um resumo. O progresso em tecnologia da informação altera o processo de criar e utilizar informação-como-coisa e permite melhoria em nossa habilidade de fazer descrições físicas (fotografias aperfeiçoam desenhos; imagens digitais aperfeiçoam fotografias).
Outras áreas têm seus objetos mais definidos, claros e cada uma dessa área desenvolveu técnicas e a CI usa e adapta esses objetos para nossa área e assim define um campo de atuação na CI.
Ex. Informação-como-conhecimento – essa é a área convencional do armazenamento e recuperação da informação; gestão do conhecimento. Ex. Informação-como-processo - Psicologia cognitiva, retórica e outros estudos de comunicação.
regime de informação qualquer sistema estável ou rede nos quais os fluxos informacionais transitam por determinados canais – de específicos produtores, via estruturas organizacionais específicas, para consumidores ou usuários específicos
Sistemas de informação integrados como regimes de informação Quando o autor fala para entender sistemas de informação em um sentido amplo ele se refere os sistemas de informação como parte integrada de um regime de informação. Entre os vários componentes dos regimes de informação há que se considerar o próprio ambiente onde eles se instalam. Nos regimes de informação assinalamos diversos elementos, entre os quais se destacam os artefatos tecnológicos, materializados nas tecnologias de informação e comunicação que permitem a conectividade; os estoques de informação, os sistemas de recuperação da informação, com sua missão precípua de organização, armazenamento e transferência da informação; as linguagens documentárias que representam as informações disponíveis; e, principalmente, os seres humanos com suas necessidades informacionais.
Aborda a materialidade da informação através da materialidade dos enunciados de Foucaut
Distinção: materialidade e fisicalidade Fisicalidade: o objeto existir no espaço e no tempo (ex: substancia física)
Uma das formas de análisar a materialidade de enunciado é analisá-lo por sua imersão em uma instituição Exemplo: os registros psiquiátricos (Departamento de psiquiatria e Processo jurídico) O mesmo documento vai possuir status diferentes: força, energia e matéria diferente ao migrar de arena. Indivíduos constituídos institucionalmente pelos regimes de informação que utilizam a produção documentária como forma de poder, em um contexto social. (ex: prisão, universidade, política etc )
A ciência é uma das formas de se estudar a materialização documentária da informação ““ ..os relatórios de Wasserman documentaram informação cientifica relevante.Mas sem a experiência prática disciplinada de realização do teste, essa informação tem pouco peso” (p.27)
materialidade da informação pode ser estudada através da investigação do papel da documentação na criação de tipos ou de categorias . Um tipo de pessoa passa a existir ao mesmo tempo em que o próprio tipo é inventado Já existiam pessoas que gostavam de se relacionar com pessoas do mesmo sexo, mas não havia documentação sobre elas, pois tais não eram reconhecidas como uma categoria. “ o que não havia era um corpo de enunciados que tivesse uma vida documentária e institucional numa rede de instituições interligadas, tal que as categorias “homossexual” ou “ suicida” pudessem ganhar massa e peso de identidade específicas, ou meios específicos de existirem como uma pessoa..”(p.29).
“ A documentação digital desafia o cenário tradicional da disseminação da informação, o do sujeito autônomos comunicando-se ou trocando “informações” uns com os outros- porque intencionalmente, características essenciais do cenário tradiconal estão ausentes na geração de um vasto conjunto de enunciados digitais. Sua produção e processamento ocorrem fora da consciência”(p.30)
Documentos digitais do mercado de ações Dados de compra e venda: os consumidores são a fonte, mas não são os autores dos enunciados que documentam eletronicamente a compra (Exemplo: comercio eletrônico) Monitoramento de dados: processamento automático e autonomamente da informação (s pam e spyware. Coleta, agregação e processamento de dados relativos a um evento)